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Contexto século XIX: reflexos da Revolução Industrial.

as cidades crescem ...


não tem moradia 
Onde está a indústria?
burguesia x operariado

novas tecnologias

novos materiais...

PRODUÇÃO EM SÉRIE...PRODUÇÃO EM SÉRIE...


Escolas de arquitetura (Academicismo) - distantes da realidade
industrial da época, historicistas.

Ópera de Paris (1861-75) - Charles Garnier


Engenharia: escola moderna da época

Ópera de Paris (1889) – Gustave Eiffel


Propaganda da
exposição
Weissenhofsiedlung.
Fonte: WESTON, 2002.

1928- I CIAM (Congresso de Arquitetura Moderna)

1. Conexão entre arquitetura e sociedade


2. Fortalecer a idéia de que o arquiteto deve atuar com a época
Arquitetura Modernista - Duas correntes principais:

1- Arquitetura orgânica
Paisagem, composição interior.
2- Arquitetura racionalista
simplicidade formal, materiais industrializados, estrutura modular.

AMBAS partidárias da planta livre, da continuidade espacial e da


tecnologia.

Casa Robie House, Illinois, EUA, 1909, Frank Villa Savoye, França, 1928, LeCorbusier. Fonte:
Lloyd Wright. Fonte: disponível em <http:// disponível em <http://www.images.google.com.br> em
www.columbia.edu> em maio de 2005. janeiro de 2006.
Falling Water, 1935, Frank Lloyd Wright.
Le Corbusier
Escritor: sistematização das idéias (guia, popularização)

Casa = cozinhar, comer, trabalhar, lavar e dormir.


“máquina de morar”

Casa Citroen, 1922, Le Corbusier


Cinco pontos da Arquitetura
Moderna – 1927

1. Planta Livre: através de uma estrutura


independente permite a livre locação
das paredes, já que estas não mais
precisam exercer a função estrutural.
2. Fachada Livre: resulta igualmente da
independência da estrutura. Assim, a
fachada pode ser projetada sem
impedimentos.
3. Pilotis: sistema de pilares que elevam o
prédio do chão, permitindo o trânsito por
debaixo do mesmo.
4. Terraço Jardim: "recupera" o solo
ocupado pelo prédio, "transferindo-o"
para cima do prédio na forma de um
jardim.
5. Janelas em Fita: possibilitadas pela
fachada livre, permitem uma relação
desimpedida com a paisagem.
Villa Savoye, França, 1928, Le Corbusier.
Cinco pontos: um dos repertórios formais possíveis.
Rusticidade dos materiais não era impedimento para um projeto modernista.

Villa Errazuriz, Chile, 1930,


LeCorbusier. Fonte:
disponível em <http://
www.foundationlecorbusier.
asso.fr> em janeiro de
2006.
Arquitetura Modernista Brasileira

1925- Publicação de artigos ( Reino Levi, Gregori Warchavchik)


Temas: redução de elementos decorativos, praticidade e economia, arquiteto como
artista e técnico.

Gregori Warchavchik – 1ª Casa Modernista

• Desprovida de elementos decorativos;


• Composição da fachada e distribuição
interna tradicionais ( janelas simétricas e
porta principal no eixo central do conjunto);
• Caixa de alvenaria;
• Estrutura do pavimento superior e
cobertura de madeira;
• Intenção de realizar uma obra
moderna;

Casa da Rua Santa Cruz, São Paulo, 1928


Gregori Warchavchik
Casa da Rua Santa Cruz, São Paulo, 1928
Gregori Warchavchik
A "Casa modernista", São Paulo. Gregori Warchavchik, 1930
Rio de Janeiro: CAPITAL (escola carioca moderna)

Lúcio Costa- arquitetura mineira do século XVIII (inspiração)= nova


arquitetura (dec.40)
Tendências:
1- vontade de progredir, de romper com o passado;
2- apego sentimental e racional a esse passado, especialmente colonial.

Casa mineira colonial.


Arquitetura brasileira= preocupações revolucionárias e
nacionalistas

Elementos tradicionais na arquitetura moderna: telhado em águas,


beirais, treliças de madeira, varanda, venezianas, elementos
vazados, pátio interno, murais artísticos, superfícies de fachadas
(cerâmica, pedra, tijolo), etc.

Casa Argemiro Hungria Machado, Rio de


Janeiro, 1942, Lucio Costa. Fonte: MINDLIN,
2000.
Apropriação dos procedimentos importados.
TRANFORMANDO-OS, ADAPTANDO-OS
Produção autêntica e local.

Casa George Hime, Rio de Janeiro, 1949, arquiteto Henrique


Mindlin. Fonte: MINDLIN, 2000.
Casa Guilherme Brandi, Rio de Janeiro, 1952,
arquiteto Sérgio Bernardes. Fonte: MINDLIN, 2000.

Casa do arquiteto, Rio de Janeiro, 1953, arquiteto Oscar Casa Geraldo Baptista, Rio de Janeiro, 1954,
Niemeyer. Fonte: MINDLIN, 2000. arquiteto Olavo Redig. Fonte: MINDLIN, 2000.
Lúcio Costa e Le Corbusier no
aeroporto do Galeão, 1936. Fonte:
COSTA, Lúcio. Lúcio Costa, registro de
uma vivência, Empresa das Arte
Ministério da Educação e Saúde, Rio
de Janeiro RJ.
Arquitetos Lúcio Costa, Jorge Machado
Moreira, Ernani Vasconcellos, Affonso
Eduardo Reidy, Carlos Leão e Oscar
Niemeyer, 1939/45. Foto Nelson Kon
Edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde, segundo projeto de Le Corbusier, agora para o terreno do
centro, Rio de Janeiro RJ. Le Corbusier, 1936
Ministério da Educação e Saúde em construção, Rio de Janeiro. Géza Heller, 1938
Fotos Nelson Kon
Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York- Lucio Costa e Niemeyer, 1939
SÃO PAULO

1º Wright

Início da década de 50
Bienal, Faculdade de Arquitetura Mackenzie e em 1948 a FAU- USP
Rio de Janeiro para Brasília.

Casa do arquiteto, 1948, arquiteto Miguel


Forte. Fonte: XAVIER, 1983.

Confirmando Influências 17/36


Brasilidade...

1- Foto de Mario de Andrade, 1927- Lagoa do Amanium – Manaus


2- Pavilhão Brasileiro na Feira Mundial de Nova York- Lucio Costa e
Niemeyer, 1939
Escola Paulista
Década da 30- Warchavchik- poucos exemplares.

Até meados da década de 40 - influência Wright – organicistas.

Casa do arquiteto, 1948, Miguel Forte.


Fonte: XAVIER, 1983.
Início da década de 50: mudança da Capital Federal para Brasília
São Paulo estava crescendo.

1947- Faculdade de Arquitetura Mackenzie


1948- FAU- USP
Rino Levi

Materiais artificiais contemporâneos: telha ondulada de


fibrocimento, elementos vazados de concreto, mobiliário divisão
interna, etc.
Industrialização!

Casa do arquiteto, 1946, arquiteto Rino Levi.


Fonte: MINDLIN, 2000.
Pátio internos (casa intimista)

Casas urbanas: fechada para a rua e abertas para o interior

Casa Castor D. Perez, São Paulo,


1958-59 - Rino Levi.
Centro Cultural FIESP, 1969-79 -
Rino Levi.
Oswaldo Bratke
Avanço técnico
Materiais fornecidos pela indústria.
Zona diurna e noturna.

Casa do arquiteto, 1953, arquiteto


Oswaldo Bratke. Fonte: MINDLIN, 2000.
Oswaldo Bratke

Casa do arquiteto, 1953, arquiteto


Oswaldo Bratke.
João Batista Vilanova Artigas

Influência organicista.

Casa do arquiteto, 1943, arquiteto Vilanova Artigas.


Fonte: ACAYABA, 1986.
João Batista Vilanova Artigas

Influência racionalista.

Casa do arquiteto, 1949, arquiteto Vilanova Artigas.


Fonte: MINDLIN, 2000.
João Batista Vilanova Artigas
Postura de contestação – inicio dos anos 50 – organicismo ou
racionalismo?
Busca de uma linguagem própria, desejo de superação.
BRUTALISMO

Casa do arquiteto, 1956,


arquiteto Vilanova Artigas.
Fonte: XAVIER, 1983.
BRUTALISMO PAULISTA

FAU-USP, 1961, arquiteto Vilanova Artigas.


BRUTALISMO PAULISTA

MASP, 1968, Lina Bo Bardi


BRUTALISMO PAULISTA

Loja Forma, 1987, Paulo Mendes da Rocha


Florianópolis e o Movimento
Moderno
CASA TRADICIONAL (paredes auto-portantes) x CASA MODERNA (concreto
armado)

Florianópolis
Ciclo desenvolvimentista dos anos 50
Primeiras casas modernas - exemplares remanescentes
Processo de renovação urbana

Casa na rua Presidente Coutinho, demolida em 2004. Fotos de André de Oliveira Paiva.
Contexto Local, Modernização e Arquitetura

Florianópolis
Início do século XX
Primeiros 30 anos
Ex: Ponte Hercílio Luz (1926)
Período de calmaria

Década de 50
Reinventar a cidade como turística, progressiva e desenvolvimentista
1947- Círculo de Arte Moderna (Revista Sul 48-57)
1952- 1º Plano Diretor (Carta de Atenas)
Associação Catarinense de Engenheiros

Construção Civil
Revistas especializadas em arquitetura
Novos edifícios - linguagem funcionalista

Período de entusiasmo e efervescência (JK e Brasília, slogan do Governo)

A Cidade e o Movimento Moderno 05/36


Instituto Estadual da Educação, 51-61. Clube Penhasco, 1954.
Fonte: disponível em <http:/www.arq.ufsc.br > em janeiro Fonte: disponível em <http:/www.ufsc.br/~esilva>
de 2006. em maio de 2005.

Estrutura de concreto armado- década de 40


Falta de domínio da técnica

Prática: híbrida

Setor privado

Edifício residencial projetado por Moellmann & Ráu na rua Nereu Ramos,
Florianópolis, 1957.
Fonte: arquivo pessoal, 2005.

A Cidade e o Movimento Moderno 06/36


Expansão do Centro Urbano: Nova Arquitetura, Nova Casa

Centro urbano
limitado fisicamente

Chácaras

Técnicas construtivas
novos eixos viários
Av. Rio Branco

Loteamentos
(valorização)

NOVA ARQUITETURA

Malha urbana de Florianópolis em 1921.


Fonte: VEIGA, 2003; adaptado para este trabalho.

A Cidade e o Movimento Moderno 07/36


Entrevista com o arquiteto Ademar José Cassol

Influências: concursos, revistas e de obras

Referências: Brutalismo Paulista e Mies Van der Rohe.

Casas Modernistas: estrutura de concreto, modulação e


grandes vãos.

Novo espaço: sala com mezanino.

Projeto (concepção): elemento gerador.

Usuário: predisposição latente em aceitar a linguagem


modernista.

Valorização do jardim: aceitação popular.

Dificuldade para construir ainda na década de 60.

A Cidade e o Movimento Moderno 08/36


Maior concentração de
exemplares no centro

ÁREA DE ESTUDO

Área de estudo no Bairro Centro,


Florianópolis.
Fonte: DIAS, 2005; adaptado para este
trabalho.

A Cidade e o Movimento Moderno 09/36


Habitação Modernista em
Florianópolis

Um inventário
CASA 07 – RESIDÊNCIA SALLES - 1959
PROJETO: ARQUITETO JOÃO FILOMENO NETTO
• Grupo familiar: 1º/ 2° 5 pessoas
• Uso atual: educacional
•Terreno em aclive- casa elevada em
relação a rua
• Horizontalidade e balanços
• Painéis de venezianas de madeira
• Estrutura modular

Projeto arquiteto Artigas, 1949.


Fonte: MINDLIN, 2000.

Habitação Modernista em Florianópolis 23/36


•Planta em “U”
N •Setorização
•Pátio: elemento
estruturador do
projeto
•Laguinho amebóide
•Área social integrada
• Orientação
• Paredes externas: 30
cm
• Cobertura: laje e
fibrocimento
• sem beiral- caixa
•Alumínio, venezianas
enroladas
verticalmente
• Armários (OBRA)

Habitação Modernista em Florianópolis 24/36


CASA 08 - RESIDÊNCIA ZIPSER - 1959
PROJETO: HANS BROOS
• Grupo familiar: 3 pessoas
• Madeira
• Cobertura ventilada (chapa de alumínio,
manta asfáltica e fibra natural)
•Grandes venezianas
•Estrutura modulada
• ESTADO DE CONSERVAÇÃO
• Uso atual: residencial

Projeto arquiteto Oswaldo Bratke,


1956.
Fonte: XAVIER, 1983.

Habitação Modernista em Florianópolis 25/36


N

Fonte: ROTOLO, 2004.

•Lote: duas parcelas iguais = jardim e •Setor social: continuidade espacial


edifício • Armários= divisórias
• Estrutura da cobertura= INTEGRADOR •Jardins- recuos

Habitação Modernista em Florianópolis 26/36


CASA 09- RESIDÊNCIA BECKER - 1966
PROJETO: ARQUITETO ADEMAR CASSOL E ARQUITETA CARMEM
CASSOL
• Uso atual: educacional
•Caixa de concreto aparente leve
• Vidro e Pedra
• Terreno em aclive/ VERDE
• Painel artístico
• Estrutura modular
• Laje dupla

Projeto arquiteto Paulo Mendes da


Rocha, 1972.
Fonte: XAVIER, 1983.

Habitação Modernista em Florianópolis 27/36


N

•Planta em ‘U” •Estrutura modular: quartos


• Casa intimista • Mobiliário
• Orientação • Grandes beirais

Habitação Modernista em Florianópolis 28/36


CASA 10- RESIDÊNCIA DIMATOS - 1963
PROJETO: ENGENHEIRO BORIS TERTSCHITSCH
• Grupo familiar: 05 pessoas
• Esquina
• Floreiras
•Horizontalidade
•Tijolo aparente, vidro, madeira nas
aberturas, pérgula.
• Beiral de concreto
• ESTADO DE CONSERVAÇÃO

Projeto arquiteto Rino Levi, 1946.


Fonte: MINDLIN, 2000.

Habitação Modernista em Florianópolis 29/36


N

• INTIMISTA • Armários
• Setor social- em torno do pátio • Sala de almoço
• Garagem • Edícula

Habitação Modernista em Florianópolis 30/36


ARQUITETURA MODERNISTA HABITAÇÃO MODERNISTA

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