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Salvador - Bahia
Novembro de 2018
O Princı́pio das Escolhas Dependentes e o
Teorema da União Enumerável de Finitos
encarados como Axiomas de Forcing
Salvador - Bahia
Novembro de 2018
Bomfim, Diego Lima.
O Princı́pio das escolhas dependentes e o teorema da união
enumerável de finitos encarados como axiomas de forcing / Diego Lima
Bomfim. – Salvador, 2018.
viii + 45 pp. : il
BANCA EXAMINADORA
Salvador - BA
2018
iii
À minha famı́lia e amigos.
iv
v
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais e irmãos por todo o esforço, dedicação e amor que me
permitiram estar aqui.
Agradeço a cada um dos professores que contribuiu para a minha formação aca-
dêmica e pessoal, em especial aos professores do Colégio Municipal Professor Vespasiano
Filho e do Instituto de Matemática e Estatı́stica da UFBA que me propiciaram cresci-
mento e aprendizado, em situações tanto favoráveis quanto adversas; em especial, agradeço
ao meu orientador, Samuel Gomes da Silva, que desde os meus primórdios nesse curso me
oferece constantemente grandes oportunidades de crescimento.
Agradeço finalmente aos colegas e amigos, em especial os que fiz neste curso, por
serem tão amáveis, apoiadores, carinhosos, diversos e engrandecedores na minha vida,
distraindo, reagindo. A Guigá agradeço por revisar esta monografia, por estar comigo
desde este começo, e comigo ter tanto vivido, escondendo as cicatrizes.
vi
Resumo
Abstract
Sumário
Introdução 1
1 Teoria Introdutória 3
1.1 Noções de Teoria dos Conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Topologia e Espaços Métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.3 Princı́pios de Escolha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
1.4 Axiomas de Forcing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Referências Bibliográficas 43
Introdução
1
Em nossa apresentação, demos bastante ênfase à comparação entre as provas
ingênuas de determinados resultados em ZFC e com as posteriores provas formais, nas
quais a ação de princı́pios de escolha (e suas interações com axiomas de forcing) são
expostas e evidenciadas.
A redação de todas as demonstrações nesta monografia é original, no sentido de
que na maioria das vezes apresentamos provas de resultados que são reconhecidos como
“folklore” na literatura mas dificilmente encontramos essas provas nos livros e artigos. Para
os resultados os quais sabemos exatamente quais são os autores, estes serão mencionados;
porém mesmo para esses casos, grande parte dos argumentos apresentados neste trabalho
esmiuçam detalhes que não são tratados nos trabalhos originais, exatamente por serem
mais básicos. Assim, esta monografia se pretende bastante detalhada.
2
Capı́tulo 1
Teoria Introdutória
Apresentaremos aqui uma pequena base de Teoria dos Conjuntos suficiente para
a compreensão dos teoremas abordados nesta monografia. Alguns dos resultados aqui não
serão demonstrados.
Faremos uso dos axiomas de ZF, a teoria dos conjuntos de Zermelo-Fraenkel,
sem, no entanto, nos preocuparmos com construir os conjuntos apresentados, sendo então
uma abordagem “ingênua” da teoria.
Quando estivermos fazendo uso do Axioma da Escolha, vamos utilizar a notação
ZFC para indicar isto.
Definição 1.1.1. Dados x, y conjuntos, definimos e denotamos o par ordenado (de Ku-
ratowski) hx, yi como sendo o conjunto {{x}, {x, y}}.1
Definição 1.1.7. Uma famı́lia indexada é um conjunto a o qual é imagem de uma função
sobrejetiva definida num conjunto de ı́ndices I. Sendo x essa função, x : I → a, denotamos
x(i) = xi e temos a = im(x) = {xi | i ∈ I}.
Definição 1.1.8. Para famı́lias indexadas {xi | i ∈ I}, definimos o seu produto cartesiano 2
( )
Y [
xi = f : I −→ xi ∀i ∈ I(f (i) ∈ xi )
i∈I i∈I
Definição 1.1.9. Seja x = {xi | i ∈ I} uma famı́lia indexada; uma função-escolha para
S
x é uma f : x → x tal que f (xi ) ∈ xi para todo i ∈ I.
Observação 1.1.11. Existem vários outros enunciados igualmente clássicos de AC; para
este trabalho vamos enunciar apenas estes.
A seguir vamos dar rigor para a definição de número naturais para, assim, defi-
nirmos ordinais e cardinais.
Definição 1.1.16. Uma sequência num conjunto b é uma função x : ω → b. O valor x(n),
para n ∈ ω será representado simplesmente por xn , e é o n-ésimo termo da sequência. Se
n é um número natural, definimos como sequência finita uma função x : n → b.
Nesse caso, se p : n+1 → b para algum n ∈ ω, então p = {h0, p(0)i, h1, p(1)i, . . . , hn, p(n)i}
também será denotado simplesmente por hp(0), p(1), . . . , p(n)i.
Além disso, se p = hp(0), p(1), . . . , p(n)i e y é um conjunto, definimos e denotamos a
concatenação de p com y como p_ y = hp(0), p(1), . . . , p(n)i_ y = hp(0), p(1), . . . , p(n), yi.
Definição 1.1.24. Seja a um conjunto e r uma relação sobre a. Dizemos que r bem
ordena a, ou ha, ri é uma boa ordem se r é uma ordem linear sobre a e todo b ⊆ a
não-vazio admite elemento r-mı́nimo.
6
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Definição 1.1.27. Dizemos que duas ordens parciais ha, ri, hb, si são isomorfas se existe
uma f : a → b bijetiva e tal que ∀x, y ∈ a (x r y ⇐⇒ f (x) s f (y))6 .
Ordinais são ditos serem representantes canônicos das boas ordens (uma vez que
toda boa ordem é isomorfa a algum ordinal como veremos em 1.1.31). No que segue,
usaremos sempre letras gregas minúsculas para ordinais (α, β, γ, δ, . . . ). Vamos enunciar
(sem provar) alguns fatos sobre ordinais:
Definição 1.1.30. Seja ha, ri uma boa ordem e α um ordinal. Dizemos que α é o tipo de
ordem de ha, ri, e escrevemos type(ha, ri) = α, se α é isomorfo a ha, ri9 .
Teorema 1.1.31. Se ha, ri uma boa ordem, então existe um único ordinal α que é isomorfo
a ha, ri – esse teorema garante que a definição 1.1.30 é boa.
Proposição 1.1.32. Seja α um ordinal; então vale que α = sup{β + 1 | β < α}. Em
particular, se α for limite, α = sup(α) = sup{ξ | ξ < α}.
Teorema 1.1.33. Seja ha, ri uma boa ordem com a conjunto infinito. Se ∀x ∈ a temos
type(hpred(a, x, r), ri) finito, então type(ha, ri) = ω (assim, uma boa ordem infinita com
todo segmento inicial finito é isomorfa a ω).
Observação 1.1.35. Vamos aplicar muitas vezes 1.1.34 sem, no entanto, explicitarmos
a função F (denominada função comando) que está sendo utilizada sem prejuı́zo de for-
malidade (basta que esteja claro que a partir de g(n) possa-se obter construtivamente
g(n+ )).
i. a ≈ a;
ii. Se a ≈ b, então b ≈ a;
iii. Se a ≈ b e b ≈ c, então a ≈ c.
Definição 1.1.42. (ZF) Suponha que a possa ser bem ordenado. A cardinalidade de a,
denotada |a|, é o menor ordinal α tal que a ≈ α.
Definição 1.1.48. Uma ordem parcial hT, 6i é dita ser uma árvore se ∀x ∈ T temos que
pred(T, x, <) é bem ordenado por <.
9
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
∀x ∈ T 0 ∀y ∈ T (y < x =⇒ y ∈ T 0 );
viii. Uma anticadeia em T é um A ⊆ T tal que ∀x, y ∈ A(x e y são não comparáveis).
Observação 1.1.53. Note que nada da justificativa do fato anterior depende de estarmos
tratando especificamente de h<ω 2, ⊆i a não ser a estrutura de boa ordem de ω. Assim,
vale o fato análogo para h<ω ω, ⊆i.
Exemplo 1.1.54. Nı́veis são anticadeias (pois dados x, y no mesmo nı́vel de uma árvore,
eles tem o mesmo tipo de ordem para o conjunto de predecessores, logo não pode ocorrer
x < y ou y < x).
10
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Definição 1.1.56. Seja κ um cardinal regular. Uma κ-árvore é uma árvore de altura κ
e nı́veis menores do que κ, i.e., ∀α ∈ κ(|Levα (T )| < κ).
Demonstração. Seja hT, 6i uma árvore de altura ω e nı́veis finitos. Observemos que:
• No nı́vel 0 deve haver algum elemento com infinitos descendentes: com efeito, como
a árvore tem altura ω, cada um dos nı́veis finitos tem pelo menos um elemento,
donde temos |T | infinita; se cada um dos finitos elementos de Lev0 (T ) tivesse finitos
descendentes, então poderı́amos escrever
[
T = {y ∈ T | x ≤ y},
x∈Lev0 (T )
e T seria uma união finita de finitos, logo |T | seria finita, o que é absurdo.
11
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
onde DD(x) é o conjunto dos descendentes diretos de x. A igualdade vale pois todo
descendente de x ou é descendente direto deste ou descende de um descendente
direto de x. Assim, como {z ∈ T | x < z} é infinito e DD(x) é finito – pois cada
nı́vel o é, deve haver algum y ∈ DD(x) para o qual {z ∈ T | y ≤ z} é infinito, e esse
y satisfaz o desejado.
Com isso, podemos obter recursivamente uma sequência hxn | n ∈ ωi que seja tal
que x0 < x1 < x2 < . . . e ∀n ∈ ω(xn ∈ Levn (T )), que é uma cadeia; como {xn | n ∈ ω}
tem um elemento de cada um dos nı́veis, segue que essa cadeia é um ramo infinito, e vale
o Lema de König, donde está demonstrada a proposição.
Note que para esta demonstração foi feita (e de fato era necessário fazê-lo) uma
quantidade infinita de escolhas arbitrárias, e por isso este é um teorema de ZFC, e
não de ZF. No entanto, não é necessário utilizar todo o poder dedutivo de AC para a
demonstração. Este fato será explorado no próximo capı́tulo desta monografia.
12
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
• Dados x ∈ M e r > 0, B(x, r) = {y ∈ M | d(hx, yi) < r} é uma bola aberta centrada
em x e de raio r;
• U ⊆ M é aberto se ∀x ∈ U ∃r : B(x, r) ⊆ U .
• F ⊆ M é fechado se X \ F é aberto.
i. ∅, M são abertos;
Proposição 1.2.4. Em espaços métricos, bolas abertas são abertos; bolas fechadas são
fechados.
Definição 1.2.7. Uma sequência x definida em um espaço métrico hM, di é dita sequência
de Cauchy se ∀ε > 0∃n0 : ∀m, n ≥ n0 (d(hxm , xn i) < ).
Definição 1.2.9. (Topologia) Seja X conjunto. τ ⊆ P(X) é uma topologia sobre X (ou
simplesmente hX, τ i é espaço topológico) se satisfaz:
Top1. ∅, X ∈ τ ;
i. ∅, X são fechados;
∀U aberto(x ∈ U =⇒ ∃V ∈ Vx : x ∈ V ⊆ U ).
• A é um fechado, A ⊆ A.
Além disso:
14
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
• U é aberto ⇐⇒ U = int(U );
• F é fechado ⇐⇒ F = F .
• B é base ⇐⇒ ∀ U aberto ∀x ∈ U ∃B ∈ B : x ∈ B ⊆ U ;
• D é denso ⇐⇒ ∀U ∈ τ \ {∅}, D ∩ U 6= ∅.
Proposição 1.2.35. X é T3 se, e somente se, para todo u ∈ X e toda vizinhança aberta
U de u existe W aberto tal que u ∈ W ⊆ W ⊆ U .
Corolário 1.2.36. Para X espaço topológico, X é T3 se, e somente se, todo ponto de X
admite sistema fundamental de vizinhanças fechadas.
Justificativa. Negando em ambos os lados, devemos mostrar que X não é compacto se,
e somente se, existe uma famı́lia de fechados não-vazios com a p.i.f.de intersecção vazia.
⇒ Se X não é compacto, existe uma cobertura aberta U sem subcobertura finita. Assim,
T T S S
F = {X \ U | U ∈ U} é tal que F = X \U =X \ U = X \ U = X \ X = ∅,
U ∈U U ∈U
i.e., F tem intersecção vazia. Sejam agora F1 , . . . , Fn ∈ F; assim, para cada i, 1 ≤ i ≤ n
n
T n
T Sn
temos que ∃Ui ∈ U : Fi = X \ Ui . Segue que Fi = X \ Ui = X \ 6 ∅, pois U
Ui =
i=1 i=1 i=1
não tem subcobertura finita. Mostramos que F tem a p.i.f.
⇐ Seja F a famı́lia de fechados não-vazios com a p.i.f. de intersecção vazia. Fazendo
S S T T
U = {X \F | F ∈ F} temos U = X \F = X \ F = X \ F = X \∅ = X. Além
F ∈F F ∈F
disso, dados U1 , . . . , Un ∈ U existem Fi ∈ F t.q. Ui = X \ Fi para todo i, 1 ≤ i ≤ n, e
n
S Sn n
T
assim Ui = X \ Fi = X \ Fi 6= ∅ pois F tem a p.i.f. Segue que U é uma cobertura
i=1 i=1 i=1
de X sem subcobertura finita, donde X não é compacto.
17
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Observação 1.2.41. Nesse momento, notamos que assim como as noções de “aberto” e
“fechado” são duais, as noções de “denso” e de “interior vazio” também o são, i.e., um
conjunto M tem interior vazio em um espaço X se, e somente se, X \ M é denso. De fato,
seja D um conjunto. Temos que:
x ∈ int(X \ D) ⇐⇒ ∃V aberto : x ∈ V ⊆ X \ D
⇐⇒ ∃V 6= ∅ aberto : V ∩ D = ∅
⇐⇒ D não é denso
(i) n 6= 1 =⇒ Wn ⊆ Wn−1
(ii) Wn ⊆ Wn ⊆ Un ∩ V
• Para n = 1, (i) já está satisfeito; como X é espaço compacto T2 , por 1.2.32 X é
T3 . Agora, como U1 é aberto denso e V é aberto não-vazio, temos U1 ∩ V aberto
não-vazio. Por 1.2.33, ∃W1 aberto não-vazio com W1 ⊆ W1 ⊆ U1 ∩ V , e vale (ii).
T
Acabamos de mostrar que Un é denso, como querı́amos.
n≥1
No que segue, vamos tentar adaptar esta prova para mostrar que tal teorema
também vale para espaços métricos completos. Note que usamos a compacidade do espaço
X para mostrar que valia T3 (sendo T2 ) e para tomar um ponto na intersecção da famı́lia
decrescente de fechados não-vazios. Vamos contornar tais empecilhos como segue:
Fato 1.2.46. (ZFC) Toda sequência decrescente de fechados não-vazios com diâmetro
tendendo a zero em um espaço métrico completo tem interseção não-vazia.
Justificativa. Seja hFn in∈ω uma tal sequência; como cada Fn é não-vazio, podemos tomar
por ACω 15 uma sequência hxn in∈ω t.q. ∀n ∈ ω(xn ∈ Fn ). Assim, dado
diam(Fn ) < 2ε ; como a sequência é
ε > 0, como diam(Fn ) → 0, ∃ n0 : ∀ n ≥ n0
13
Formalmente estamos fazendo uso de 1.1.34 e de AC, ou pelo menos de parte deste; como já citamos,
esta é uma demonstração ingênua, de modo que a utilização do axioma e do teorema está sendo feita
livremente.
14
De fato, se x pertence a um aberto U , existe ε > 0 tal que x ∈ B(x, ε) ⊆ U ; note então que assim,
x ∈ B[x, ε/2] ⊆ B(x, ε) ⊆ U , e conforme já dito, bolas fechadas são fechados.
15
Note que não estamos utilizando todo o poder de AC, mas sim uma parte deste; para destacar isso
introduzimos a notação ACω para a asserção “toda famı́lia enumerável de conjuntos não-vazios admite
função-escolha”. É claro que AC implica ACω .
19
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Demonstração. Como antes, basta mostrar que a intersecção de uma famı́lia enumerável
de abertos densos é densa. Sejam então U = {Un | n ≥ 1} famı́lia enumerável de abertos
densos e V aberto não-vazio arbitrário. Novamente vamos construir uma sequência de
abertos não-vazios hWn | n ≥ 1i satisfazendo para cada n ≥ 1
(i) n 6= 1 =⇒ Wn ⊆ Wn−1
(ii) Wn ⊆ Wn ⊆ Un ∩ V
1
(iii) diam(Wn ) < 1+n
• Para n = 1, (i) já está satisfeito; como M é espaço métrico, por 1.2.43 M é T3 .
Agora, como U1 é aberto denso e V é aberto não-vazio, temos U1 ∩ V aberto não-
vazio. Por 1.2.33, ∃W1 aberto não-vazio com W1 ⊆ W1 ⊆ U1 ∩ V , e vale (ii). A
adição do item (iii) é meramente técnica, pois se Wn é aberto não-vazio, podemos
assumir s.p.g. que Wn tem diâmetro menor que qualquer ε > 0 dado que se queira:
de fato, dado z ∈ Wn , com Wn aberto z é ponto interior, e existe uma bola aberta
centrada em z de certo raio r > 0 que está contido em Wn . Agora basta intersectar
essa bola para obter o diâmetro menor que o dado;
– Pelo que comentamos antes, podemos assumir automaticamente que vale (iii).
21
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
tura como o Teorema do Ideal Booleano Primo). Neste trabalho, não trabalharemos com
princı́pios de escolha que tenham a forma de princı́pios maximais.
A seguir, enunciamos alguns destes:
• (ACω (Fin)) Axioma da Escolha Enumerável para Finitos. Toda famı́lia enu-
merável de finitos não-vazios admite função-escolha;
A primeira das implicações é clara, e está em Jech, [9]; a segunda delas está feita
no capı́tulo 2.
Ideia da prova. A segunda das implicações é óbvia; para a primeira, basta tomar para
cada um dos enumeráveis conjuntos (e é exatamente aqui que estamos utilizando ACω
para escolher arbitrariamente uma quantidade infinita enumerável de vezes) uma injeção
em ω e utiliza-las para injetar a união dos enumeráveis em ω × ω, como provado em [5].
24
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Definição 1.4.1. Uma p.o. é, formalmente, uma pré-ordem hP, 6i, i.e., P 6= ∅ e 6 uma
relação binária reflexiva e transitiva.
Elementos de P são chamados de condições. Se p 6 q dizemos que p estende q.
Definição 1.4.3. Uma p.o. P é dita c.c.c. (de countable chain condition) se toda anti-
cadeia é, no máximo, enumerável.
Exemplo 1.4.4. Se X 6= ∅ e P = P(X) \ {∅}, i.e., estamos na p.o. hP(X) \ {∅}, ⊆i, então
A e B são incompatı́veis ⇐⇒ A ∩ B = ∅.
26
A Hipótese do Continuum (contı́nuo) é uma asserção matemática que afirma que não existe cardina-
lidade intermediária entre as cardinalidades de ℵ0 e de 2ℵ0 .
25
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
Fato 1.4.5. Sendo F n(I, J) = {p | p é função, |p| finito, dom(p) ⊆ I & im(p) ⊆ J} para
I, J conjuntos, considere a p.o. hF n(I, J), ⊇i. Então
(ii) Se p ∈ G e p 6 q, então q ∈ G.
Vamos ver agora a prova ingênua de um lema que será o nosso primeiro exemplo
do que viremos a denominar Axioma de Forcing.
Note que para esta demonstração houve uma quantidade infinita de escolhas
arbitrárias, e por isso, esta é uma prova ingênua. Vamos voltar a comentá-la futuramente.
Note também que RS declara a existência de filtros genéricos para certas famı́lias de
densos; a esse tipo de asserção vamos futuramente dar o nome de Axiomas de Forcing.
Fato 1.4.11. Se P = F n(ω, 2), considere hP, 6i, onde 6 = ⊇. Nessas condições, existe
uma famı́lia de densos de tamanho 2ℵ0 que não pode admitir filtro genérico.
Note que no fato anterior temos demostrada que para a cardinalidade do conti-
nuum (2ℵ0 ) nem toda famı́lia de densos admite filtro genérico. Vamos finalmente enunciar
o que é um axioma de forcing.
27
CAPÍTULO 1. TEORIA INTRODUTÓRIA
FAκ (Γ).
28
CCC representa a classe de todas as p.o.s que são c.c.c.
28
Capı́tulo 2
Vamos iniciar este capı́tulo fazendo uma pequena discussão sobre o espaço métrico
das sequências (funções de domı́nio ω) em um conjunto dado. Tal discussão será de
extrema utilidade para mostrar como DC se relaciona com o Teorema de Baire para
espaço métricos completos.
Portanto podemos considerar apenas o caso em que q > p; assim, pela minimalidade
de q, f (p) = g(p). Mas pela definição de p, f (p) 6= h(p), i.e., g(p) = f (p) 6= h(p).
Segue que g 6= h – pois g(p) 6= h(p); faça então r = min{n ∈ ω | g(n) 6= h(n)}.
1 1
∴ g(p) 6= h(p) ⇒ r ≤ p ⇒ 1+p
≤ 1+r
, i.e., d(hf, hi) ≤ d(hg, hi), e acabamos.
Segue que a topologia que a métrica d induz no conjunto das funções é a mesma
da topologia de Tychonoff ; vamos explorar este fato futuramente.
1
d(hf, gi) < 1+m
⇐⇒ f 1+m = g 1+m (*).
Seja hfn in∈ω sequência de Cauchy em hω A, di. Mostraremos primeiramente que existe uma
sequência estritamente crescente3 hnk ik∈ω de naturais t.q. ∀m, n ≥ nk (fm 1+k = fn 1+k ).
De fato:
2
Este fato segue do abordado em 1.2.54.
3
Uma sequência hnk ik∈ω é dita estritamente crescente se ∀k1 , k2 ∈ ω(k1 < k2 =⇒ xk1 < xk2 ); do
mesmo modo, é dita crescente se ∀k1 , k2 ∈ ω(k1 < k2 =⇒ xk1 ≤ xk2 ).
30
CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
1
• Dado ε0 = 1+0
= 1, ∃n0 : ∀m, n ≥ n0 (d(hfm , fn i) < 1), pois a sequência é de
Cauchy. Por (*), ∀m, n ≥ n0 (fm 1 = fn 1 );
1
• Se para k ≥ 1 hn0 , n1 , . . . , nk−1 i satisfaz o requisitado, então dado εk = 1+k
,
∃nk : ∀m, n ≥ nk (fm 1+k = fn 1+k ) pelo mesmos argumentos utilizados para ε0 .
Sem perda de generalidade, como vale ∀m, n ≥ nk , podemos supor que nk > nk−1
e ainda temos o resultado válido. Mais que isso, podemos tomar construtivamente,
i.e., sem AC, nk = min{j > nk−1 | ∀m, n ≥ j(fm 1+k = fn 1+k )}.
Segue que hn0 , n1 , . . . , nk−1 , nk i satisfaz o desejado.
Assim, temos que uma tal sequência de comprimento enumerável pode ser cons-
truı́da recursivamente por 1.1.34 como exigido. Agora de posse de uma sequência destas,
faça ∀k ∈ ω(f (k) = fnk (k)); afirmamos que a sequência hfn in∈ω converge para f ∈ ω A.
1
Seja um ε > 0 arbitrário; como R é arquimediano4 , ∃j ∈ ω : 1+j < ε. Vamos mos-
1
trar que ∀n ≥ nj d(hfn , f i) < 1+j <ε . Por (*), é suficiente provar que
∀n ≥ nj (fn 1+j = f 1+j ). Sejam então z ≥ nj e t ∈ 1 + j, i.e., t ≤ j.
Por construção f (t) = fnt (t); agora t ≤ j → nt ≤ nj , pois a sequência dos hnk ik∈ω
é crescente. Lembrando que nt foi tomado de modo a ∀m, n ≥ nt (fm 1+t = fn 1+t ),
temos que em particular fnt (t) = fz (t), pois nt ≥ nt & z ≥ nj ≥ nt , donde segue que
fz (t) = fnt (t) = f (t), como querı́amos mostrar.
1
Segue que ∀n ≥ nj (fn 1+j = f 1+j ), e ∀ε > 0∃nj : ∀n ≥ nj d(hfn , f i) < 1+j
<ε .
∴ fn → f , e acabamos de demonstrar a completude do espaço.
4
R arquimediano quer dizer que dado um δ > 0, existe um número natural não nulo t tal que 1/t < δ.
5
Observe que segundo 1.4.13, RS ≡ FAℵ0 ({P | P é p.o.}).
31
CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
(†). Sejam M espaço métrico completo e {Un }n∈ω famı́lia enumerável de abertos
T
densos. Então Un é não-vazio.
n∈ω
1. DC =⇒ RS
Neste começo vamos explorar essa seguinte forma equivalente de DC:
DC0 ≡ Sejam {An }n∈ω famı́lia de não-vazios;
{Rn }n∈ω t.q. ∀n ∈ ω(Rn ⊆ An × An+1 ) &
∀n ∈ ω∀x ∈ An ∃y ∈ An+1 : x Rn y
(i) m = n + 1;
(ii) ∀i ≤ n(ai = bi )
(iii) an = bn Rn bn+1
33
CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
O fato que acabamos de demonstrar serve para motivar o que seria uma aplicação de
um axioma de forcing em geral, ou seja, as condições são aproximações de um objeto
que se deseja (no caso, uma função escolha); a ordem é tal que extensões comuns de
funções compatı́veis carregam informações mais fortes do que ambas, que concordam
entre si; e o filtro genérico nos dá o objeto desejado, “colando” adequadamente
aproximações compatı́veis que sao provenientes dos densos da famı́lia considerada.
Com o Fato provado, sejam agora M espaço métrico completo, {Un }n∈ω famı́lia
enumerável de abertos densos e V um aberto não-vazio qualquer. Como nosso
T T
objetivo é mostrar que Un é denso, vamos mostrar que V ∩ 6 ∅.
Un =
n∈ω n∈ω
Se τ é o conjunto dos abertos de M , seja P ⊆ <ω (τ \ {∅}) t.q. s ∈ P sse9
não-vazio. Como M é espaço métrico, por 1.2.32 temo que M é T3 , logo, por 1.2.33,
1
∃W ⊆ W ⊆ Um ∩Wt,m−1 aberto não-vazio. Podemos supor que vale diam(W ) < 1+m
1
sem perda de generalidade10 , pois basta intersectar W com B w, 2(1+m)+1 e obtemos
as mesmas inclusões – onde w é um ponto qualquer de W .
Fazendo s = t_ W = hWt,0 , Wt,1 , . . . , Wt,m−1 , W i, temos:
(a) Como t satisfaz (i), Wt,0 ⊇ Wt,1 ⊇ . . . ⊇ Wt,m−1 ; por construção, Wt,m−1 ⊇ W .
Segue que s é decrescente, e satisfaz (i);
(b) Como t satisfaz (ii), Wt,m−1 = t(m − 1) ⊆ V ; por outro lado, temos que
W = s(m). Assim, W ⊆ W ⊆ Um ∩ Wt,m−1 está contido em Um ∩ V , i.e.,
s(m) ⊆ s(m) ⊆ Um ∩ V ; como o equivalente já valia para cada i < m, e
m = dom(t) = dom(s) \ {m}, segue que ∀i ∈ dom(s)(s(i) ⊆ s(i) ⊆ Ui ∩ V ), e
s satisfaz (ii) portanto;
1
(c) Como t já satisfazia (iii) e diam(W ) < 1+m
, segue que s satisfaz (iii).
(I) ∀m ∈ ω(Wm+1 ⊆ Wm ): Por definição Wm+1 = g(m + 1), e assim existe uma
condição s ∈ G ⊆ P tal que s(m + 1) = g(m + 1). Como s satisfaz (i) e m + 1 ∈
dom(s), temos que s(m + 1) ⊆ s(m), e como s ∈ G obrigatoriamente temos
g(m) = s(m). Assim, vale Wm+1 = g(m+1) = s(m+1) ⊆ s(m) = g(m) = Wm ;
(II) ∀m ∈ ω(Wm ⊆ Wm ⊆ Um ∩ V ): Dado m ∈ ω, Wm = g(m) e, como antes, existe
s ∈ G ⊆ P tal que s(m) = g(m). Como s satisfaz (ii), temos que s(m) ⊆ s(m)
e s(m) ⊆ Um ∩ V, i.e., Wm ⊆ Wm ⊆ Um ∩ V ;
1
(III) ∀m ∈ ω diam(Wm ) < 1+m : Analogamente aos dois itens anteriores, temos
1
que para cada m ∈ ω, diam(Wm ) = diam(g(m)) = diam(s(m)) < 1+m
, pois
sm satisfaz (iii) – para algum s ∈ G.
Provadas essas afirmações, concluı́mos de (I) e (III) que hWn in∈ω é uma sequência
decrescente de fechados não-vazios com diâmetro tendendo a zero – uma vez que
Wm ⊆ Wm−1 → Wm ⊆ Wm−1 , que diam(Wm ) = diam(Wm ) e que cada Wm 6= ∅.
10
Como já foi comentado na demonstração de 1.2.47.
35
CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
Justificativa. Este fato já foi provado em 1.2.46; embora lá tenhamos dito ser um
teorema de ZFC, na verdade é claro que utilizamos somente ACω .
• ∀n ∈ ω(Dn é aberto):
Seja x ∈ Dn ; por estar em Dn , ∀i ≤ n∃ki > i : x(i) R x(ki ). Temos assim que
{h0, x(0)i, . . . , hn, x(n)i} ∪ {hk0 , x(k0 )i, . . . , hkn , x(kn )i} ⊆ x m , onde tomamos
m = max{k0 , . . . , kn }+1; assim, toda função que estenda esta restrição satisfaz
as condições necessárias para estar em Dn .
Logo, dado y ∈ Aω , y ⊇ x m ⇒ y ∈ Dn .
∴ x ∈ [x m ] ⊆ Dn , donde todo ponto de Dn é interior, i.e., Dn é aberto11 .
• ∀n ∈ ω(Dn é denso):
Basta mostrar que Dn intersecta todo aberto básico de A. Seja então
<ω
s ∈ A, i.e., [s] é um aberto básico. Mostraremos que [s] ∩ Dn 6= ∅; fixe
um único a ∈ A e faça t = s ∪ {hi, ai | dom(s) ≤ i ≤ n}12 ; Com isso,
0, 1, . . . , n ∈ dom(t) =: m (já que é um segmento inicial de ω). Por constru-
11
Note que [x m ] é um aberto básico da topologia considerada.
12
Observe que não estamos fazendo nenhuma suposição adicional sobre dom(s) que obviamente é um
número natural: se por acaso dom(s) > n simplesmente não haverá nenhum i que satisfaça o que pedimos,
dom(s) ≤ i ≤ n, donde seguirá que t = s; em outras palavras, estamos estendendo s unindo pares da
forma hi, ai se necessário para obtermos n no domı́nio da condição.
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CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
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CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
15
Para mostrar que todo B ⊆ A não-vazio admite menor elemento, vamos definir para cada n natural
S S S
Bn = B ∩ An ; assim, Bn = B ∩ An = B ∩ An = B ∩ A = B 6= ∅, i.e., existe um ı́ndice m ∈ ω
n∈ω n∈ω n∈ω
mı́nimo t.q. Bm 6= ∅. Por construção, Am = fm [|Am |], em enumeração bijetiva; consideramos então o ı́n-
dice i = min(fm −1 [Bm ]) e afirmamos que x = fm (i) é o mı́nimo de B: com efeito, seja y ∈ B distinto de
x; assim, ∃!k ∈ ω : y ∈ Bk . Se ocorre que m < k, temos direto da definição que x r y; caso contrário, pe-
la minimalidade de m, devemos ter m = k e daı́ temos fm −1 (x) = fm −1 (fm (i)) = i = min(fm −1 [Bm ]), e
como y ∈ Bm é distinto de x obrigatoriamente ocorre que fm −1 (x) < fm −1 (y), i.e., x r y.
16
Essencialmente, estamos utilizando o Teorema 1.1.33.
38
CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
predecessores; como esse y é arbitrário, mostramos que type(hA, ri) ≤ ω, i.e., vale a
igualdade e A é, portanto, enumerável.
∴ Vale CUT(Fin).
Assim, obtemos uma sequência htnk ik∈ω : tn0 < tn1 < tn2 < . . . formalmente
o
dada pelo 1 Teorema de Recursão (1.1.34), sequência esta que é uma cadeia de
comprimento ω; agora, como ela tem um elemento de cada nı́vel da árvore, não
pode ser expandida; logo, {tnk | k ∈ ω} é ramo infinito, e, portanto, vale König.
∴ T é ℵ0 -árvore.
Por hipótese, esta árvore tem um ramo infinito B. Como B é uma cadeia infinita
que não pode ser expandida, segue que B tem um, e só um, elemento em cada um
dos nı́veis – tem só um elemento em cada nı́vel pois dois elementos de um nı́vel não
são comparáveis, e tem pelo menos um porque a cadeia não pode ser expandida.
Escrevemos então B = hbn | n ∈ ωi onde pra todo n ∈ ω, bn é exatamente o ele-
mento de B que está em Levn (T ). Definimos então
S
f : ω −→ An
n∈ω
k 7−→ Πk (bk ) (essa é a projeção de bk na k-ésima coordenada)
Teorema 2.3.2. (ZF) Seja Γ = {P | P é p.o. & união enumerável de finitos} classe
própria de p.o.s; então:
Demonstração. Dado 2.3.1, temos diferentes asserções que são equivalentes a CUT(Fin);
vamos então explorar este fato para provar as duas implicações:
⇐ Assumimos então que vale CUT(Fin). Sejam então hP, 6i elemento de Γ e
D = {Dn | n ∈ ω} famı́lia enumerável de densos. Assim, P é união enumerável de finitos
e, por CUT(Fin), é enumerável. Tome então uma enumeração P = {pn | n ∈ ω}. No
que segue, vamos usar a boa ordem de P para mostrar que esta admite filtro D-genérico,
de forma bastante semelhante com as provas de RS vistas em 1.4.10 e em 2.2.1.
Vamos definir recursivamente uma sequência hdn | n ∈ ωi t.q. para cada natural
n, dn ∈ Dn & dn+1 6 dn . Para isto basta fazer d0 ∈ D0 um elemento fixado qualquer21
(bem-definido já que D0 é denso), e definir ∀n ∈ ω, dn+1 = pmin{k∈ω|pk ∈Dn+1 & pk 6dn }
22
(bem-definido já que com Dn+1 denso, {k ∈ ω | pk ∈ Dn+1 & pk 6 dn } =
6 ∅) . Assim, a
sequência definida com uso de 1.1.34 é uma cadeia, e tem um filtro G que a contém, por
1.4.8; como tem um elemento de cada Dn , esse filtro é D-genérico. Mostramos então que
vale FAℵ0 (Γ).
⇒ Agora assumimos que vale FAℵ0 (Γ) e para mostrar CUT(Fin) vamos impli-
car ACω (Fin). Seja então F = {An | n ∈ ω} uma famı́lia enumerável de conjuntos finitos
S Q
não-vazios. Seja agora P = Ai e defina p 6 q ≡ p ⊇ q; note que os elementos de P
n∈ω i≤n
são funções-escolha parciais de F. Notamos que:
• P é união enumerável de finitos: É claro pela definição de P, uma vez que cada
elemento de F é finito, e o produto cartesiano finito de finitos é finito;
• P é p.o.: Basta mostrar que 6 é reflexiva e transitiva, mas isto é óbvio porque a
relação é equivalente a ⊇.
20
Lembramos que FAℵ0 (Γ) significa que toda famı́lia enumerável de densos de P ∈ Γ admite filtro
genérico.
21
Novamente, estamos fazendo apenas uma escolha arbitrária.
22
É claro que, com essa construção, ∀n ∈ ω(dn ∈ Dn ), e que · · · 6 d3 6 d2 6 d1 6 d0 .
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CAPÍTULO 2. DC E CUT(FIN) SÃO AXIOMAS DE FORCING
Segue então que toda famı́lia enumerável de conjuntos finitos não-vazios admite
função-escolha, e provamos ACω (Fin), i.e., mostramos finalmente que FAℵ0 (Γ) implica
CUT(Fin), como gostarı́amos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 43
Referências Bibliográficas
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pendent choices. (Russian summary) Bull. Acad. Polon. Sci. S´er. Sci. Math. As-
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tical Society-second Series - J LONDON MATH SOC-SECOND SER. s2-19. 285-287.
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axiom is equivalent to Dependent Choices. Preprint (em preparação)
[18] VIALE, Matteo. Useful Axioms. Apresentação no IRP Large Cardinals and
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DC T 2 (F)
FAℵ0 Tfull (F) FAℵ0 T (F) FAℵ0 F
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