Segundo Futuyma, o termo "mutação" é uma alteração no segmento do par
de bases de um gene, porém, o termo também é usado para expressar amplamente alterações no número e na estrutura dos cromossomos que, dependendo da alteração sofrida, ou seja, para mais ou mais por menos pode levar à mutação genética. As mutações genéticas dão origem as síndromes que são um conjunto de anomalias que se dão juntas e que possuem uma causa especifica comum. As causas das anomalias se encontram em três categorias: as ocasionadas por fatores ambientais (15%), as causadas por fatores genéticos (30%) e as devidas a interação do ambiente com a suscetibilidade genética do individuo. A maioria das anomalias se encaixam na ultima categoria multi fatorial (50%); pois se desconhecem os detalhes da origem da maioria das malformações. Dentro da síndrome se encontra uma categoria de anomalias numéricas que podem se assemelhar a aneuploidias, que envolvem a perda ou adição de cromossomos inteiros ao conjunto de cromossomos de um indivíduo. As aneuploidias humanas mais comuns são chamadas de trissomias, caracterizadas pela presença de um cromossomo redundante e estão associadas a algumas síndromes genéticas. Nela se encontra a trissomia de cromossomas sexuais, ela é um transtorno frequente, embora claro há achados físicos característicos em lactantes ou crianças, esse distúrbio geralmente pode ser detectado até a puberdade. Uma das principais síndrome encontrada na trissomia de cromossomas sexuais é a síndrome de klinefelter descoberta em 1942. A síndrome de Klinefelter é uma anomalia cromossómica que afeta somente aos homens e ocasiona hipogonadismo, ocorre quando uma criança do sexo masculino nasce com pelo menos 1 cromossoma X extracariótipo 2n+1= 47 cromossomas. Essa síndrome é comum e afeta a 1 em 500 homens. Ao nascer, a criança apresenta uma aparência normal, mas o defeito geralmente se torna perceptível quando atinge a puberdade e as características sexuais não se desenvolvem ou o fazem tardiamente, e apresenta mudanças nos testículos que por fim produzem a esterilidade na maioria dos afetados. Alguns casos podem passar despercebidos por não apresentarem anormalidades, exceto a esterilidade. As mulheres que engravidam depois dos 35 anos tem uma probabilidade maior de ter uma criança com esta síndrome do que as mulheres mais jovens. O estabelecimento precoce do diagnóstico pode permitir prevenir e tratar as comorbilidades que estes indivíduos estão mais suscetíveis, nomeadamente a puberdade tardia, testículos pequenos e micropénis, estatura alta e esqueleto eunucóide (braços e pernas longos), ginecomastia, infertilidade, atraso no desenvolvimento, a osteoporose e distúrbios metabólicos. Aszpis et al. (2006) apresentam um estudo denominado “Síndrome de Klinefelter: velhos e novos conceitos”, neste artigo eles confirmam as informações fornecidas no estudo de Bremner, Smyth, (1998), porém, oferecem novos conceitos e possibilidades diagnósticas, além daquelas de doenças que pacientes com SK considerados inférteis podem ter uma alternativa viável para reproduzir. Eles sugerem que a triagem pré-natal pode ser útil para o diagnóstico de anomalias cariotípicas associadas aos cromossomos sexuais, e que essa investigação inicial permite que pacientes com a síndrome atualizem suas informações e tratamentos, levando a mudanças positivas no desenvolvimento físico e psicológico. Em relação à fertilidade, na maioria dos casos, principalmente em pacientes com menos de 35 anos, os espermatozoides podem ser recuperados por meio de biópsia testicular seguida de fertilização in vitro.