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Hoagy: Deixando a
vida para trás
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AVISO:
Este livro se trata de uma Fanfic. A autora não
possui os personagens usados nessa obra ou
vice-versa, ou quaisquer afiliações com Warner
Bros. Todavia, a história da obra é de sua
autoria, assim como alguns personagens que
não são da franquia Top Cat , mas que estão na
obra.
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Capítulo
I:
O Décimo
terceiro
distrito
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O Décimo Terceiro Distrito
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Com seu olhar semicerrado, como se estivesse
cansado, e sua pelagem “laranja desbotado”,
esse gato era chamado de Gênio.
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Diferente de seus amigos, ele usava um
chapéu para simbolizar seu poder, como se ele
fosse uma coroa.
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Mas ainda assim sua idade era bastante
aparente, com suas olheiras e rugas visíveis e
sua fadiga, era nítido que Belo já estava na
casa dos 40.
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ruivo desbotado, olhos verdes e sardas
aparentes.
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Ele estava lá apenas para fazer os testes de
saúde, força, agilidade e inteligência com os
outros oficiais.
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Apesar de sempre ter tido alguma afiliação
com a polícia desde que era jovem, seu sonho
de sua juventude sempre foi ser um cantor.
Porém, A indústria do canto não se interessava
em barítono-baixos, o que lhe atrapalhara em
seguir seu sonho.
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Mas ela também não estava fácil para os 6
gatos malandros de New York com os quais
ele tinha que lidar, por mais que eles o
fizessem parecer.
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Mas infelizmente, esta não era a realidade da
maioria. Boa parte vivia nas ruas, inclusive os
do beco do Hoagy.
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sempre o lado bom das coisas, sem ligar para o
estado em que suas vidas se encontravam.
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Capítulo
II: Xuxu,
onde
estás?
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Certo dia, no beco do Hoagy, Manda-Chuva
acordara e chamara seus amigos. Manda-
Chuva estava a bolar um plano, mas ele só
teria uma boa execução com os seus amigos
por perto.
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— Sim, lembro-me. Por sorte eu não tenho
precisado fazer reuniões -brincou Manda-
Chuva.
-Porém o que me intriga é o fato de ele estar
sumido por uma semana. O mínimo que
espero é que ele não esteja morto.
—Por que ele estaria? -perguntou o pequeno e
ingênuo Batatinha, confuso.
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E aparentemente, a ideia de Espeto havia
funcionado, já que o beco inteiro caiu numa
enorme gargalhada. Exceto pelo chefe:
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apressando o seu líder M.C para dar-lhe uma
resposta.
— Tomaremos, M.C.
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O Líder respondeu orgulhoso de seus
ajudantes:
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Mas agora, como só estavam com
metade do que haviam levado, eles
consideraram fazer uma boa e velha pescaria
em família. Não só pela comida, mas também
para terem um pouco de diversão.
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— Está pronto, bichano? -disse a senhora
Martinz ao gato.
— Eu NASCI pronto. -disse o jovem gato, se
vangloriando, prestes a pular para fora do
barco, por ter visto um enorme e suculento
peixe a sua mercê.
E dito e feito. O gato pulou com tudo para
fora do barco e abocanhou não só aquele peixe
que ele estava observando, mas também mais
5 peixes!
Quem havia ficado feliz com a situação, foi
o próprio senhor Martinz, que agarrou o seu
gato molhado e lhe disse:
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— Lamento, capitão. Mas não se lembra que
hoje é sábado? Hoje é meu dia de ir embora e
rever meus amigos. Você me prometeu que
depois de uma semana eu poderia ir embora.
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O S.r. Martinz o respondeu:
— Tchau, capitão.
—Tchau Xuxu.
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da gangue, aos quais ele queria rever e lhes
dar peixes suculentos que ele havia
conseguido pegar.
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procurando por meus amigos, você sabe,
outros gatos.
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respondeu Zeca, rindo da cara de Xuxu, o gato
amarelo? Idem.
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usava para ludibriar os outros, mas dessa vez,
era para acalmar Xuxu:
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mente, e decidiu dialogar com Manda-Chuva,
para entender melhor a história. Mas ainda
com aquele choque de antes, lhe perguntou
sem pensar:
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—E sim, cedo eu precisava de você, mas você
estava ausente, então eu vim te procurar aqui.
Mas agora que você chegou, não tem que fazer
mais nada enquanto os rapazes não
retornarem.
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Xuxu havia ficado feliz com a resposta de seu
líder, afinal ele se importava, e Xuxu sabia
disso, não é de se admirar que ele levou um
choque ao saber que ele “não fazia falta”.
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— Hahaha! Você é uma figura, M.C.
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educados e cultos (ainda que pobres), se
despediram com estilo, com ambos falando em
uníssono:
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— Bem, rapazes, conseguiram alguma
informação dentro da delegacia?
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— Certo, primeiro comeremos, e depois
falaremos sobre a investigação de vocês. -
ordenou Manda-Chuva, lambendo os lábios.
— Certo, M.C!
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— Obrigado pelos peixes, Xuxu.
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Capítulo
III:
Revelações
Policiais e
sentimentais
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Depois de terminarem a refeição, os gatos se
reuniram em volta de um caixote, onde
Manda-Chuva sempre subia cada vez que ele
fazia suas reuniões.
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Bacana ficou tocado e orgulhoso com a
compaixão de Xuxu, mas ainda desanimado,
pois sabia que a situação poderia ser
complicada demais para ele resolver.
—Hã?
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— De fato, nem o próprio Guarda Belo
concordou com a atitude dele, e agora querem
demiti-lo por isso -disse Bacana, sendo irônico.
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— Não sou surdo que nem o Gênio, apenas
estou sendo realista.
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Todos os gatos naquele momento entraram em
estado de choque;
— S-seremos...desalojados?
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Manda-Chuva, tentando animar seus amigos,
recuperou a compostura (apesar de não se
demonstrar deprimido antes) e lhes disse, em
tom autoritário:
— Desculpe-nos.
Manda-Chuva sorriu:
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— Veremos isso amanhã. Podem voltar para
os seus outros afazeres, rapazes, eu irei
descansar um pouco.
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— Está bem. Eu não iria aguentar ficar
totalmente sozinho de qualquer jeito.
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disse, embora de forma desanimada que o
Xuxu não estava sozinho em seus problemas
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Xuxu, agora com sua compostura recuperada,
olhou para Manda-Chuva com um doce
sorriso e seus olhos brilhando, e lhe disse de
forma sincera:
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Então naquele momento, a expressão de Xuxu,
que antes estava “feliz de forma mediana”, se
convertera em um estado de levantamento de
sua bochecha e de seus bigodes, até que ele
não conseguira mais segurar, e soltou o seu
alto riso, antes preso na garganta:
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— Aceitação?
— Eu conheci um.
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Xuxu erguera a sobrancelha em confusão;
— Quem?
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sentir ou enxergar suas habilidades, e focava
mais em seus defeitos.
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Manda-Chuva sentiu-se familiarizado a seu
amigo e então o respondeu, com suas
sobrancelhas no centro de sua testa e um
sorriso:
— Aham.
— Aham.
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— Está bem, verei se tem um cobertor ou um
tapete sobrando por aqui.
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Xuxu sentiu uma sensação estranha na
garganta e engolira em seco, ele sabia do que
Manda-Chuva estava falando.
—C-cartas, M.C?
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algo surpreendente de se ver, sorriu e o
consolou com suas palavras:
— De nada, M.C.
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—Boa noite, M.C.
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É difícil fazer o seu trabalho como polícia
quando você é compassivo com os criminosos,
não porque você aprova as atitudes deles, mas
sim por saber o motivo delas.
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Duílio e Mahoney também compartilhavam a
mesma opinião que Belo (ainda que Mahoney
falasse em forma de sátira que Manda-Chuva
era um gato diabólico [ver episódio 16]), mas não
podiam demonstrar isso na frente do sargento
ou de seu sobrinho, Bráulio, caso contrário, o
pior aconteceria a eles.
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CAPÍTULO
IV: o
DESPEJO
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Depois de ter passado uma longa noite no lar
de seu líder, Manda-Chuva, Xuxu percebera
que Manda-Chuva estaria melhor se ele fosse
em algum lugar com ele, pois não gostava de
ficar completamente isolado.
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Xuxu então respondeu brincando, sem reparar
no rosto de Manda-Chuva para falar sobre
com cautela:
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— Bem... eu sei que o Batatinha irá para a casa
de sua mãe, como ele sempre faz desde que ela
o visitou pela primeira vez. (ver episódio 8)
Aparentemente, agora, toda vez que tem um
problema ele vai correndo para lá nem que
seja de trem, hahaha.
— Mas e o resto?
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Manda-Chuva viu no momento uma
oportunidade para desabafar sobre suas
preocupações:
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Bom, foi o que fiz. Bom saber que o Gênio está
com ele.
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— Mas e quanto ao Bacana? O que ele
decidiu? -perguntou Xuxu.
-brincou Manda-Chuva
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Manda-Chuva, vendo que Xuxu estava
começando a ficar melancólico, acariciou a
cabeça de seu amigo em forma de consolo e
lhe dissera, com um sorriso gentil;
— Adeus, Xuxu.
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— Adeus, M.C.
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Enquanto isso, em um restaurante chamado
Macchiavel’s, lá estavam sentados dois
policiais da corporação de Pereira sem seus
uniformes a vista, pois estavam de folga. Eram
os oficiais Mahoney e Duílio a espera de sua
comida, e de um certo colega.
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— De fato, considerar a turma do M.C como
ameaça é até plausível, mesmo eles só indo
atrás de seus “ganha-pão”, mas aplicar isso a
todos os civis felinos? Por sorte isto ainda não
chegou a outras regiões.
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Duílio então respirou fundo e respondera, sem
saber que logo seria interrompido:
— Oh sim, entendo.
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— A propósito, sobre o que estavam
conversando? -perguntou Belo, que adorava
uma fofoca, com os olhos arregalados.
— Aham.
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— Já imaginava. Parece que eu não fui o único
chocado em relação ao caso. Com razão, o
coroa passou dos limites! Tomara que seja
apenas um de seus delírios e que logo passe. -
disse Belo, com raiva visível por parte do
sargento.
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— Depois do que ocorreu com o Afonsio, nós
já temos certeza sobre a decisão do Sargento.
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E então, a partir daquele momento, enquanto
Duílio falava, sua mente se focava em suas
memórias antigas de forma detalhada,
lembrando perfeitamente de uma cena que
ocorrera no passado, quando Duílio ainda
estava em serviço;
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um policial justo. Sem pensar duas vezes,
Duílio apenas franziu a sobrancelha, arregalou
os olhos e sentira sua cabeça ferver; “como eu
queria atirar esse infeliz na ponte também!”
pensava.
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por que ele não lhe serve para o lado pessoal?
Isso me soa hipócrita, rapaz.
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Suas bochechas haviam se erguido só de
pensar em abraçar aquele oficial que o salvara,
mas o gatinho ainda estava com muito medo e
receio de fazer isso, ele era arisco, e depois do
ocorrido, obviamente que ele teria receio dos
humanos.
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Duílio então sorrira com a fofura daquele
gatinho, e então suavizou seu tom de fala ao
falar novamente com ele:
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assustada), mas ele preferiu apenas ignorar
isso.
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que sua história, tinha algo a ver com o
Manda-Chuva que ele conhecia. Mas ainda
assim parecia ser algo improvável para ele,
Manda-Chuva nunca gostou de lutar corpo a
corpo com alguém, e Belo sabia disso, e então
bateu uma de suas mãos na mesa e retrucou:
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— E o segundo? -perguntou Belo, com a
sobrancelha erguida.
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— Sim, ele tem. Mas não acho que seja algo
relacionado ao estrabismo, ele só fica desse
jeito quando está estressado ou com medo,
mas de qualquer forma, tenta controlar ao
máximo para que ninguém perceba. Sabe
como é o M.C, ele não gosta de dar muito o
braço a torcer...
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Duílio riu internamente da “lerdeza” de seu
colega, mas logo em seguida explicou o seu
plano, com um tom claro, calmo e
compreensivo:
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Capítulo V: A
NOVA VIDA PARA
OS EX-GATOS DE
NEW YORK
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A vida na Itália com o velhinho simpático
Tony estava sendo um paraíso para os
gatinhos Gênio e Espeto, pois além de gentil e
amante dos animais, Tony era um excelente
cozinheiro, fazendo os gatos se sentirem em
um trono de ouro na casa de Tony.
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humanos, todavia, ainda continuava sendo o
mesmo Espeto festeiro e alegre de sempre,
(inclusive ainda continuava “encalhado”)
afinal, desconfiança e timidez não são
sinônimas, embora elas possam ambas se
fundir em uma pessoa.
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parecia ser bem difícil de se acostumar para
ele. Mas ele não poderia sair simplesmente
culpando Tony por essa restrição e dizer que o
Tony “prendia ele em sua casa”, pois Tony
tinha seus motivos para fazer isso.
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melhorado bastante desde que Gênio começou
a usar óculos, e por incrível que pareça, sua
inteligência também, afinal, ele nunca foi um
gato completamente burro, apenas
“desnorteado”.
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Em relação ao Bacana, sua vida até que estava
fácil ao lado de Shirley, uma de suas mil
namoradas, mas o diferencial dela entre outras
mil é o fato de ele já ter “noivado” com ela.
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marido”, algo que alguém descompromissado
como ele nunca pensaria sobre, pelo menos no
seu antigo eu.
Necessidade de presença.
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O mais estranho é que Bacana não sentia tanta
falta da gangue como achou que sentiria
quando viesse morar com Shirley, nem mesmo
de Espeto ele sentia falta.
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De fato, aquela vida que aparentemente lhe
trazia felicidade era nada além de passageira e
ilusória, agora que estava com sua noiva, ele
se sentia melhor que antes, quando podia
fazer tudo que queria.
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Certo, Manda-Chuva cometeu vários crimes
durante toda a sua vida, mas prejudicar
diretamente alguém, só para se dar bem?
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sim porque sua força para aguentar o mundo e
a si mesmo sem enlouquecer, simplesmente
havia acabado.
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Xuxu de fato não queria estar pobre, nômade e
no mundo da criminalidade com Manda-
Chuva, mas ele sabia que para alguém como
ele, esta era a única rota para sua vida, mesmo
se ele não fosse um gato, embora sua espécie
realmente influenciasse na forma em como ele
seria tratado pela sociedade.
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que o amavam, só que dessa vez, de forma
permanente. Mas apesar de ter um motivo a
menos, ele também tinha um a mais; a
ausência de seu líder.
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Manda-Chuva podia até não demonstrar
muito, mas ele sentia muita falta de sua
família, e só Xuxu sabia disso por enquanto,
mas agora ele tinha que lidar com um peso
maior, a saudade e a preocupação com seus
amigos, os quais não conseguiriam viver sem
ele.
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endereço dos Martinz (amigos do Xuxu),
pegou um lápis e um papel de uma das mesas
daquele bar abandonado e começou a escrever
tudo que sentia para o Xuxu, que quando
pudesse compartilharia a carta com os colegas:
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Não consigo ter um ambiente fixo
para morar, estou exausto de andar
para lá e para cá, e além disso,
morro de saudade dos meus
rapazes, principalmente de você. Até
minhas ideias estão sumindo sem
você por perto.
-Com amor, M.C.
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Fim?
Não, é apenas o começo ;)
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