Anuário Do Audiovisual Baiano 2019-2020

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Anuário do audiovisual baiano 2019/2020 [livro

eletrônico]. -- Salvador, BA : Arco Audivisual,
2021.
PDF
Bibliografia
ISBN 978-65-996084-0-7
1. Anuário Audiovisual baiano 2019/2020

2. Bahia (Estado) 3. Diversidade cultural
4. Políticas públicas.
21-82608 CDD-791.43
Índices para catálogo sistemático:
1. Cinema 791.43
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da

Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc,
direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.
EXPEDIENTE: Acompanhe nossas Redes!

Equipe do Observatório do Audiovisual Baiano: André Araujo,
Clarissa Viana, Denis Martins, Everaldo Asevedo, Gabriel Pires e /audiovisualbaiano
Milena Araujo
Equipe do Observatório da Economia Criativa da Bahia (OBEC-BA): @audiovisualbaiano
Carmen Lima, Daniele Canedo, Leonardo Costa, Luiz Gustavo Campos
Pesquisador convidado: Filipe Gama audiovisualbaiano.com.br
Identidade Visual: Carlos Luiz
Diagramação: Clarissa Viana
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................................ 6
PARTE I - Dados de 2018-2019 .................................................................. 7
1. ESTABELECIMENTOS, EMPREGO E RENDA ......................................... 7

1.1. Estabelecimentos do setor audiovisual ........................................................... 7
1.2. Emprego no setor audiovisual ......................................................................... 10
1.2.1. Rendimento médio no setor audiovisual ............................................. 11

1.2.2. Vínculo de ocupação no setor audiovisual ......................................... 13
1.2.3. Características pessoais dos empregados ......................................... 13
2. FINANCIAMENTO/ PRODUÇÃO ......................................................... 16

3. DISTRIBUIÇÃO E DIFUSÃO ................................................................ 26
3.1. Salas de Cinema ................................................................................................. 26
3.2. Lançamentos, público e renda ........................................................................ 27
3.3. CPB e CRT ............................................................................................................ 31
3.4. Mostras e Festivais ........................................................................................... 31
3.5. Televisão ............................................................................................................ 33
3.6. Acesso à TV por assinatura e banda larga fixa ............................................. 35
4. FORMAÇÃO ............................................................................................ 38
4.1. Listagem de cursos/instituições de ensino superior .................................. 38
PARTE II - Dados preliminares de 2020 ............................................... 40
1. FINANCIAMENTO/PRODUÇÃO ........................................................... 40
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 49
Lista de Gráficos
GRÁFICO 1. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com municípios, Bahia (2019)

................................................................................................................................................................................... 9
GRÁFICO 2. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com natureza jurídica, Bahia
(2019) ....................................................................................................................................................................... 9
GRÁFICO 3. Quantidade de estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com o porte
(número de empregados) do estabelecimento, Bahia (2019) .................................................................. 10
GRÁFICO 4. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com
rendimento (em salário mínimo), Bahia, Dez./2019 ................................................................................... 12
GRÁFICO 5. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com cor,
Bahia, Dez./2019 ................................................................................................................................................. 13
GRÁFICO 6. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com sexo,
Bahia, Dez./2019 ................................................................................................................................................ 14
GRÁFICO 8. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com faixa
etária, Bahia, Dez./2019 ................................................................................................................................... 14
GRÁFICO 7. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com
escolaridade, Bahia, Dez./2019 ....................................................................................................................... 14
GRÁFICO 9. Percentual de profissionais no segmento de produção audiovisual que possuem
algum tipo de deficiência (PcD) , Dez/2019 .................................................................................................. 15
GRÁFICO 10. Vínculos empregatícios de profissionais PcD no segmento de produção audiovisual
de acordo com tipo de deficiência, Bahia, Dez./2019 ................................................................................ 15
GRÁFICO 11. Distribuição de recursos por ente federativo - 2018 ............................................................ 21
GRÁFICO 12. Distribuição de recursos por ente federativo - 2019 .......................................................... 21
GRÁFICO 13. Relação no acesso a recursos - Região Metropolitana do Salvador (RMS) x Interior do
Estado (2018 x 2019) ........................................................................................................................................... 22
GRÁFICO 14. Relação entre quantidade de projetos aprovados - Região Metropolitana do Salvador
(RMS) x Interior do Estado (2018 x 2019) ....................................................................................................... 22
GRÁFICO 15. Participação por região dos assinantes de TV por assinatura (2018 e 2019) ................ 36
GRÁFICO 16. Participação por região dos acessos de banda larga fixa (2018 e 2019) ....................... 36
GRÁFICO 17. Densidade da TV por assinatura e da banda larga fixa (quantidade de
assinaturas/100 domicílios) em 2019 ............................................................................................................ 37
GRÁFICO 18. Distribuição de recursos por ente federativo - 2019 ........................................................... 45
GRÁFICO 19. Distribuição de recursos por ente federativo - 2020 .......................................................... 45
GRÁFICO 20. Relação no acesso a recursos - Região Metropolitana do Salvador (RMS) x Interior do
Estado (2019 x 2020) ......................................................................................................................................... 46
GRÁFICO 21. Relação entre quantidade de projetos aprovados - Região Metropolitana de Salvador
(RMS) x Interior do Estado (2019 x 2020) ...................................................................................................... 46
Lista de Tabelas
TABELA 1. Estabelecimentos no setor audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019) ................ 8
TABELA 2. Estabelecimentos, por segmento do audiovisual, no Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e
2019) ........................................................................................................................................................................................ 8
TABELA 3. Empregos no setor audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019) ................................ 10
TABELA 4. Empregos por segmento do audiovisual, no Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019) ....... 11
TABELA 5. Rendimento Médio (em R$) do setor audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019)
................................................................................................................................................................................................... 11
TABELA 6. Rendimento médio (R$) no segmento do audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e
2019) ...................................................................................................................................................................................... 12
TABELA 7. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de acordo com ocupação
(grande grupo), Bahia, Dez./2019 ............................................................................................................................... 13
TABELA 8. Mecanismos de financiamento pesquisados .................................................................................... 16
TABELA 9. Mecanismos de financiamento com resultados analisados em 2019 ..................................... 17
TABELA 10. Volume de Recursos por Fonte 2018 x 2019 .....................................................................................18
TABELA 11. Quantidade de Projetos Aprovados por Fonte 2018 x 2019 ........................................................18
TABELA 12. Volume de Recursos e Projetos 2018 x 2019 ....................................................................................19
TABELA 13. Financiamento por segmento produtivo (2019) ............................................................................. 23
TABELA 14. Quantidade de obras financiadas por formato (2019) ............................................................... 24
TABELA 15. Financiamento privado através de leis de incentivo fiscal - Fazcultura 2019 ................... 25
TABELA 16. Empresas baianas que financiaram projetos através da Lei do Audiovisual - 2019 ..... 25
TABELA 17. Quantidade de salas de cinema no Brasil, no Nordeste e na Bahia (2018 e 2019) .......... 26
TABELA 18. Quantidade e localização de salas comerciais de cinema na Bahia (2018 e 2019) ........ 26
TABELA 19. Quantidade e localização de salas comerciais de cinema no interior e outras cidades
da RMS (2019) ...................................................................................................................................................................... 27
TABELA 20. Principais indicadores do cinema no Brasil, no Nordeste e na Bahia (2018 e 2019) ...... 28
TABELA 21. Longas baianos lançados em circuito comercial em 2019 ........................................................ 29
TABELA 22. Lançamentos não comerciais (levando em consideração obras que circularam apenas
em mostras, festivais ou pré-estreias) .................................................................................................................... 30
TABELA 23. CPBs e CRTs emitidos no Brasil e na Bahia - 2018 e 2019 ........................................................... 31
TABELA 24. Festivais e Mostras de Cinema realizados na Bahia em 2019 .................................................. 32
TABELA 25. Séries e Telefilmes lançados em TV no ano de 2019 .................................................................... 33
TABELA 26. Mecanismos de financiamento/agentes pesquisados .............................................................. 40
TABELA 27. Mecanismos de financiamento com projetos do segmento audiovisual aprovados em
2020 ........................................................................................................................................................................................ 41
TABELA 28. Volume de Recursos por Fonte 2019 x 2020 .................................................................................... 42
TABELA 29. Volume de Recursos e Projetos 2019 x 2020 .................................................................................... 43
TABELA 30. Financiamento por segmento produtivo (2020) ............................................................................ 47
06 ANUÁRIO DO AUDIOVISUAL BAIANO - 2019/2020 - abr/2021
APRESENTAÇÃO
Bem-vindos(as) ao Anuário do Audiovisual Baiano 2019/2020. Esta publicação tem

como objetivo sistematizar dados gerais sobre o setor audiovisual na Bahia nos últimos dois
anos, apresentando o ano de 2019 com dados mais consolidados, e o ano de 2020 com dados
preliminares. Nossa intenção é que, a cada ano, seja lançada uma nova edição do Anuário. Assim,
conseguiremos produzir um acompanhamento continuado sobre o setor audiovisual no estado
da Bahia e esperamos que essas reflexões possam contribuir, de alguma forma, com o seu
desenvolvimento.
Esta primeira edição organiza uma série de dados secundários disponíveis em bases
oficiais. Na primeira parte, utilizamos dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)
sobre o mercado formal (estabelecimentos e vínculos) de trabalho do setor audiovisual e seus
segmentos. Em seguida, sistematizamos informações sobre o fomento às atividades audiovisuais
pela União, Governo do estado da Bahia e Prefeitura municipal de Salvador. Por fim, estão
organizadas informações da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) e da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL) sobre a distribuição e a difusão do setor. Os dados apresentados em
relação ao ano de 2019 terão como comparativo, em algumas análises, os dados do ano de 2018,
e os dados preliminares de 2020 serão comparados com o ano de 2019.
Boa leitura!
ANUÁRIO DO AUDIOVISUAL BAIANO - 2019/2020 - abr/2021 07
PARTE I - Dados de 2018-2019

1. ESTABELECIMENTOS,
EMPREGO E RENDA O Setor Audiovisual
Para delimitação do setor, com base na
Esta primeira seção apresenta o perfil do tipologia da ANCINE, foi utilizada como
emprego no setor audiovisual e seus segmentos, referência a Classificação Nacional
nos anos de 2018 e 2019, no Brasil, Nordeste e das Atividades Econômicas (CNAE)
Bahia. Serão apresentadas informações sobre versão 2.0, no nível de desagregação
de classes (ANCINE, 2018)2. Assim, este
a quantidade de estabelecimentos, número
Anuário considerou como integrantes
de empregos e remuneração média do setor
do setor audiovisual as onze atividades
audiovisual, permitindo uma caracterização econômicas elencadas abaixo:
do mercado de trabalho formal das atividades
audiovisuais. A base de dados utilizada foi a da 55 59.11-1: Atividades de produção
Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), cinematográfica, de vídeos e de
da Secretaria do Trabalho do Ministério da programas de televisão;
Economia. Este é um Registro Administrativo, de 55 59.12-0: Atividades de pós-produção
periodicidade anual, criado com a finalidade de cinematográfica, de vídeos e de
suprir as necessidades de controle da atividade programas de televisão;
trabalhista no País. (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 55 59.13-8: Distribuição
2020)1. cinematográfica, de vídeos e de
Na lista ao lado, estão apenas as atividades programas de televisão;
55 59.14-6: Atividades de exibição
finalísticas de cada etapa da cadeia de valor
cinematográfica;
do audiovisual, em seus diversos segmentos.
55 60.21-7: Atividades de televisão
Portanto, não são consideradas aqui atividades aberta;
intermediárias ou indiretamente relacionadas, 55 60.22-5: Programadoras e
como, por exemplo, atividades industriais atividades relacionadas à televisão
de fabricação de equipamentos utilizados por assinatura;
na captação e na reprodução de conteúdo 55 61.41-8: Operadoras de televisão
audiovisual (ANCINE, 2018). por assinatura por cabo;
55 61.42-6: Operadoras de televisão
por assinatura por micro-ondas;
1.1. Estabelecimentos do setor audiovisual
55 61.43-4: Operadoras de televisão
por assinatura por satélite;
O levantamento da RAIS é feito em nível 55 77.22-5: Aluguel de fitas de vídeo,
de estabelecimento, considerando-se como DVDs e similares
tal as unidades de cada empresa separadas 55 47.62-8: Comércio varejista de
espacialmente, ou seja, com endereços discos, CDs, DVDs e fitas.
distintos. O tamanho do estabelecimento é
Notas de Rodapé
[1] Cabe destacar que o setor audiovisual, como toda a atividade criativa, apresenta, historicamente,
um significativo grau de informalidade. Contudo, o aumento das iniciativas de fomento, nos últimos
dez anos, por parte das três esferas governamentais - especialmente da União - levou a uma maior
formalização das empresas que atuam na produção audiovisual. Portanto, a utilização dos dados da
RAIS permite obter uma boa aproximação da realidade do setor.
[2] A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) é “a classificação oficial adotada pelo
Sistema Estatístico Nacional do Brasil e pelos órgãos federais, estaduais e municipais gestores de
registros administrativos e demais instituições do Brasil”[1]. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/
wiki/Classifica%C3%A7%C3%A3o_Nacional_de_Atividades_Econ%C3%B4micas. Acesso em: 04 mar.
2021.
determinado pelo número de empregos nele existente TABELA 1. Estabelecimentos no setor

em 31 de dezembro do ano-base. Os estabelecimentos do audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia
(2018 e 2019)
tamanho zero são aqueles que, apesar de não possuírem
empregados em 31 de dezembro, tiveram pelo menos um
empregado ao longo do ano (MINISTÉRIO DA ECONOMIA,
2020)3.
A TABELA 1 apresenta o número de estabelecimentos
do setor audiovisual no Brasil, Nordeste e Bahia nos
anos de 2018 e 2019. Podemos observar que houve uma Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).
diminuição do número de estabelecimentos entre os dois

anos, e que, em 2019, a participação da Bahia em relação ao Brasil era de 2,3%, e a do Nordeste
era 28,9%.
Já na TABELA 2, é apresentada a distribuição dos estabelecimentos, em 2018 e em 2019, de
acordo com os segmentos audiovisuais. Pode-se destacar que, no último ano, a Bahia representou
31,9% das empresas produtoras e 44,4% das empresas de distribuição do Nordeste. Além disso,
em geral, há um decrescimento no número de estabelecimentos, principalmente os registrados
com o CNAE de Aluguel de Fitas de Vídeo, Dvds e Similares (diminuição de 30%) e o CNAE de
Comércio Varejista de Discos, Cds, Dvds e Fitas (diminuição de 22,2%).
Buscamos investigar como estão distribuídas geograficamente, na Bahia, as empresas
do setor audiovisual. Salvador, em 2019, possuía o maior número de estabelecimentos (327),
TABELA 2. Estabelecimentos, por segmento do audiovisual, no Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019)
Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).
[3] Os estabelecimentos apresentados, nessa seção, são aqueles que possuíam empregados no
período estudado. Assim, não foram considerados os que entregaram RAIS negativa, ou seja, que
não mantiveram empregados ou que permaneceram inativos.
representando 49% do total. Em seguida, natureza jurídica. A maioria das empresas é

estavam os municípios de Lauro de Freitas classificada como Sociedade Limitada, ou seja,
e Feira de Santana (GRÁFICO 1)4. Ao todo, no a responsabilidade de cada sócio é restrita ao
ano de 2019, 98 municípios baianos tinham ao valor de suas quotas, mas todos respondem
menos uma empresa do segmento. solidariamente pela integralização do Capital
O GRÁFICO 2 apresenta, para 2019, a Social. Em seguida, verifica-se a categoria
distribuição das empresas conforme a sua firma individual (atual empresário individual)
GRÁFICO 1. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com

municípios, Bahia (2019)
GRÁFICO 2. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com natureza jurídica, Bahia (2019)
[4] É importante destacar que Lauro de Freitas, há muitos anos, possui uma política de atração e
captação de empreendimentos por meio de incentivos fiscais. Assim, é muito comum as empresas
estabelecerem suas sedes neste município e atuarem em outra cidade.
no qual a pessoa física GRÁFICO 3. Quantidade de estabelecimentos no segmento do

exerce, em nome próprio, audiovisual de acordo com o porte (número de
empregados) do estabelecimento, Bahia (2019)
uma atividade empresarial,
atua individualmente e sem
sociedade. Já 56 empresas
são enquadradas como
EIRELI (Empresa Individual
de Responsabilidade
Limitada), um tipo societário
de microempresa no qual é
exigido apenas um sócio, o
proprietário5 (SEBRAE, 2020).
A base de dados da RAIS
disponibiliza a classificação
dos estabelecimentos por
tamanho. O critério utilizado
é o número de empregados.
Ao analisar o GRÁFICO 3,
observa-se que cerca de 76%
das 667 empresas existentes em 2019 não tinham empregados (ou encerraram a contratação
naquele mesmo ano, que foi o caso de 28 entre as 505 empresas que apresentaram esse dado)
e, aproximadamente, 16% tinha entre 1 e 4 pessoas com vínculos empregatícios. Esse resultado
pode ser atribuído à própria característica da atividade audiovisual, que trabalha por projetos e
com estruturas produtivas bastante enxutas (poucos ativos fixos e trabalhadores permanentes).
1.2. Emprego no setor audiovisual
Entendemos por vínculos empregatícios as relações de emprego, estabelecidas sempre

que ocorrer trabalho remunerado. São consideradas como vínculos as relações de trabalho dos
celetistas, dos estatutários, dos trabalhadores regidos por contratos temporários, por prazo
determinado, e dos empregados avulsos, quando contratados por sindicatos. Cabe ressaltar que,
no caso da Bahia, apenas 190 das 667 empresas tiveram algum vínculo empregatício formal no
ano de 2019.
O número de empregos em determinado período corresponde ao total de vínculos
empregatícios efetivados. Este difere do número
de pessoas empregadas, uma vez que o indivíduo
TABELA 3. Empregos no setor audiovisual
Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019) pode estar acumulando, na data de referência, mais
de um emprego (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020). A
Bahia, em 2019, representava 2,7% dos empregos
do audiovisual brasileiro e 20% do nordestino. Uma
redução se comparado com o ano de 2018, quando
a Bahia representou 3% dos vínculos formais do
audiovisual brasileiro e 23,4% em relação aos
Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020). vínculos do Nordeste.
[5] Sem limite de faturamento anual e podendo optar pelo Simples Nacional, essa categoria é , em geral,
uma opção para empreendedores e profissionais que não se enquadram como Microempreendedor
Individual (MEI).
O número de vínculos empregatícios, nos anos de 2018 e 2019, de acordo com os segmentos
audiovisuais, está disposto na TABELA 4. Destaca-se, para a Bahia, o número de empregos na
atividade de televisão aberta, com 1.413 pessoas empregadas, seguido pela área de exibição, com
582. Estes, no setor audiovisual, são, historicamente, os mais formalizados. Há uma diminuição,
como já observado na TABELA 3, do número de empregos na Bahia entre os anos de 2018 e 2019.
TABELA 4. Empregos por segmento do audiovisual, no Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019)
1.2.1. Rendimento médio no setor audiovisual
A remuneração média mensal é o resultado da divisão entre a massa salarial do conjunto

dos empregados em dezembro e o número de empregos existentes no dia 31 do mesmo mês.
Integram essa remuneração os salários, ordenados,
vencimentos, honorários, vantagens, adicionais, TABELA 5. Rendimento Médio (em R$)
gratificações. Está excluída a remuneração do 13º do setor audiovisual Brasil, Nordeste e
salário (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020). A renda Bahia (2018 e 2019)
média do Estado é superior à da Região Nordeste
(TABELA 5). O rendimento médio do setor como
um todo, numa comparação entre os anos de 2018
e de 2019, teve uma diminuição que variou entre
7,8% (Bahia) a 14,7% (Nordeste).
Quando se analisa o rendimento médio
(TABELA 6), de acordo com os segmentos do * A renda foi atualizada pelo IPCA (IBGE) a valores de
dezembro de 2019.
audiovisual, constata-se que a Bahia apresenta
valores menores em todos, com exceção da área de Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).
pós-produção (neste, os empregados baianos recebem R$9.373,63 ante os brasileiros, R$2.655,77).

Dentre as atividades audiovisuais no Estado, as que remuneram melhor são a pós-produção, a
televisão aberta e a produção, respectivamente. Em termos de rendimento (GRÁFICO 4) a maioria
dos empregados recebe até três salários mínimos.
TABELA 6. Rendimento médio (R$) no segmento do audiovisual Brasil, Nordeste e Bahia (2018 e 2019)
GRÁFICO 4. Vínculos
empregatícios no
segmento de produção
audiovisual de acordo com
rendimento (em salário
mínimo), Bahia, Dez./2019
Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA

ECONOMIA, 2020).
1.2.2. Vínculo de ocupação no setor audiovisual
Como podemos verificar na TABELA 7, os tipos de ocupação destes 2.412 empregados,

agrupados a partir dos grandes grupos da Classificação Brasileira de Ocupações (CBO)6, estão mais
relacionados às funções de técnico de nível médio e de trabalhadores de serviços administrativos.
TABELA 7. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de

acordo com ocupação (grande grupo), Bahia, Dez./2019
1.2.3. Características pessoais dos empregados
Foram analisadas, nos gráficos 5, 6, 7, 8, 9 e 10, as características pessoais das 2.412 pessoas
empregadas nas empresas audiovisuais baianas: 71,1% dos empregados são da cor preta ou parda;
60,2%, do sexo masculino;
cerca de 51% possuem
GRÁFICO 5. Vínculos empregatícios no segmento
de produção audiovisual de acordo com cor, ensino médio completo; e
Bahia, Dez./2019 em torno de 60% têm até
39 anos. Aproximadamente
2% dos empregados são
pessoas com deficiência
(PcD); dentre estas, 63% têm
alguma deficiência física,
seguidas de 24% com alguma
deficiência visual. Cabe
ressaltar que essa análise
se baseia nos dados oficiais
de emprego, não retratando
parte dos profissionais que
atuam na informalidade
ou contratados como
prestadores de serviço, tais
como MEI.
[6] “A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é uma norma de classificação numerativa e

descritiva de atividades econômicas e profissionais determinada pela Comissão Nacional de
Classificação para o uso de órgãos governamentais”. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/
Classifica%C3%A7%C3%A3o_Brasileira_de_Ocupa%C3%A7%C3%B5es. Acesso em: 04 mar. 2021.
empregatícios no segmento de
produção audiovisual de acordo
com sexo, Bahia, Dez./2019
Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA,

2020).
GRÁFICO 7.
Vínculos
empregatícios
no segmento
de produção
audiovisual
de acordo com
escolaridade,
Bahia, Dez./2019
Fonte: RAIS
(MINISTÉRIO DA
ECONOMIA, 2020).
empregatícios no segmento de
produção audiovisual de acordo
com faixa etária, Bahia, Dez./2019
Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA,

2020).
GRÁFICO 9. Percentual de profissionais no segmento de produção

audiovisual que possuem algum tipo de deficiência (PcD) , Dez/2019
GRÁFICO 10. Vínculos empregatícios de profissionais PcD no segmento de

produção audiovisual de acordo com tipo de deficiência, Bahia, Dez./2019

2. FINANCIAMENTO/ PRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos dados relacionados ao financiamento do setor audiovisual

na Bahia a partir de diferentes mecanismos existentes, sejam eles de âmbito federal, estadual e
municipal. Para fins de análise, buscamos dados das seguintes fontes de financiamento:
TABELA 8. Mecanismos de financiamento pesquisados
Fonte: Elaboração própria.

Assim, partindo para um detalhamento dos editais/mecanismos de financiamento públicos

que contaram com o financiamento a projetos baianos, identificamos os seguintes resultados,
levando-se em consideração o ano de divulgação dos resultados de cada chamada (e não o ano
de abertura de inscrições):
TABELA 9. Mecanismos de financiamento com resultados analisados em 2019
*Data de Divulgação de propostas reclassificadas

**Resultado após análise de recursos
***Os projetos foram selecionados por chamada realizada pelo grupo Box Brazil. Mas vale reforçar que os projetos, até o momento,
não foram contratados pelo FSA.
Partindo para uma análise mais geral, percebemos que, entre 2018 e 2019, houve
uma diminuição no volume de recursos aportados a projetos baianos, mas um aumento na
quantidade de projetos financiados. Isso se deu em virtude de uma mudança na principal fonte
de financiamento em cada ano: em 2018, o maior volume de recursos foi do FSA, que costuma ter
projetos mais caros, enquanto, em 2019, o maior volume de recursos foi do FCBA, que costuma
ter um valor médio por projeto menor, especialmente por abarcar mais segmentos do que o FSA.
Esses dados detalhados são apresentados nos boxes e tabelas a seguir.
TABELA 10. Volume de Recursos por Fonte 2018 x 2019

*Os dados sobre os recursos do Fundo Setorial do Audiovisual - Arranjos Regionais encontram-se destacados pois é importante
ressaltar que, até o momento, os projetos não foram contratados. O principal fator para esse atraso é a paralisação da Ancine nos
últimos 02 anos.
TABELA 11. Quantidade de Projetos

Aprovados por Fonte 2018 x 2019

TABELA 12. Volume de Recursos e Projetos 2018 x 2019

A partir dos dados apresentados nas tabelas e boxes anteriores, gostaríamos de destacar
os seguintes pontos:
• Interessante perceber como, em hoje, entre questionamentos sobre

2018, houve uma forte concentração procedimentos relacionados com
de recursos a partir de uma única prestação de contas, até realização
fonte: o Fundo Setorial do Audiovisual. de investigações sobre a paralisia da
Em 2019 essa centralidade é reduzEm Agência.
2019, essa centralidade é reduzida
pelo lançamento de edital setorial do
Fundo de Cultura do Estado da Bahia, • O ano de 2019 marca a retomada do
mas, ainda assim, continuou sendo a Fundo de Cultura do Estado da Bahia,
principal fonte de recursos para o setor após um hiato de três anos. Como
audiovisual baiano. veremos adiante, esse mecanismo
tem importância fundamental para a
descentralização de recursos para além
• Especialmente a partir de 2019, o da capital, Salvador, além de direcionar
FSA começa a vivenciar processos de recursos para outros segmentos do
paralisia. A Ancine passa por uma audiovisual, para além da produção.
crise institucional, que culmina com a
renúncia do então diretor-presidente,
Christian de Castro, após denúncias
do Ministério Público. Alex Braga • Percebemos um nível ainda muito
assume como presidente interino, baixo de prospecção de recursos através
novas chamadas não são lançadas, a de leis de incentivo fiscal, seja em
divulgação de resultados de chamadas âmbito federal, estadual ou municipal.
lançadas em 2018 é retardada, e o Vale a pena pesquisar (e discutir) se
processo de contratação de projetos isso é causado por razões como a falta
diminui sua velocidade. Esses fatores de interesse da iniciativa privada, pela
levaram a uma queda brusca no acesso não priorização desses mecanismos
a recursos através das linhas gerais do por agentes locais, dentre outros. O
FSA - a redução foi de 72,3%. ano de 2019, inclusive, foi marcado pelo
não financiamento a projetos baianos
através da Lei do Audiovisual, da Lei
• Essa redução de recursos provenientes Rouanet e do Viva Cultura. Apenas o
do Fundo Setorial do Audiovisual é a Fazcultura teve um discreto aumento,
principal responsável pela redução de de 02 para 03 projetos financiados
39,3% no montante total de recursos (comparando 2018 com 2019).
prospectados por agentes baianos,
comparando-se 2018 e 2019.
• A prefeitura de Salvador, apesar dos

• Vale lembrar que 2019 é um ano esforços recentes, ainda segue com
marcado por uma série de imbróglios uma participação tímida no fomento
entre Ancine e Tribunal de Contas da ao setor, quando comparamos com
União, que continua se arrastando até recursos federais e estaduais.
A seguir, apresentaremos o tratamento dos dados de financiamento ao audiovisual baiano,

a partir de 06 categorias: a) por origem do recurso (federal, estadual ou municipal); b) relação
RMS x Interior - por volume de recursos; c) relação RMS x Interior - por quantidade de projetos;
d) financiamento por segmento produtivo (produção, distribuição, formação, memória etc); e)
quantidade de obras financiadas do segmento “produção” por formato e gênero; f) financiamento
privado através de leis de incentivo fiscal.
Conforme já pontuado anteriormente, percebemos grande preponderância das fontes
federais no financiamento ao setor audiovisual baiano, especialmente por conta do Fundo Setorial
do Audiovisual. Percebemos que o ano de 2018 contou com uma participação inexpressiva de
entes locais - estado e município de Salvador, num ano que apresentou recorde em prospecção de
recursos para o audiovisual. O recorde anterior havia sido em 2017, quando foram prospectados
R$ 34,7 mi, analisando-se o período entre 2008 e 2019.
GRÁFICO 11. Distribuição de recursos por ente federativo - 2018

O ano de 2019 apresenta o segundo melhor resultado em volume de recursos levando em

consideração série histórica iniciada em 2008, mas já aponta queda expressiva em relação a 2018
(39,2%). Temos, contudo, que relativizar esse resultado de 2019, visto que a paralisia da Ancine e
da contratação de novos projetos pelo FSA tem impactado a transferência de boa parte desses
recursos federais para empresas baianas. A título de exemplo, ressaltamos que todos os projetos
aprovados pela chamada de co-investimento ainda se encontram na fila de contratação pela
Ancine, representando atraso nos repasses de cerca de R$15mi.
Percebemos uma forte concentração de recursos na Região Metropolitana de Salvador
(GRÁFICO 13). Mecanismos como o Fundo de Cultura do Estado da Bahia contribuem com o
processo de descentralização desse montante, mas não o suficiente para causar um grande
impacto percentual.
GRÁFICO 13. Relação no acesso a recursos - Região Metropolitana do Salvador

(RMS) x Interior do Estado (2018 x 2019)
GRÁFICO 14. Relação entre quantidade de projetos aprovados - Região Metropolitana do

Salvador (RMS) x Interior do Estado (2018 x 2019)

Por outro lado, quando levamos em conta a quantidade de projetos aprovados,

independentemente de seus valores (GRÁFICO 14), percebemos que o nível de concentração é
reduzido em níveis mais expressivos, o que nos leva a perceber que os valores dos projetos do
interior do estado, em geral, são menores que os da capital. Em 2019, os projetos da RMS tiveram
valor médio de R$348.872,06 versus R$129,363,10 dos projetos do interior. Mas vale fazer duas
observações:
• O principal fator que eleva o valor • Quando nos referimos aos projetos
médio dos projetos da RMS é o fato realizados na RMS, estes se concentram,
de haver uma maior concentração de basicamente, nas cidades de Salvador e
projetos de longas e séries nessa região, Lauro de Freitas, ou seja, não podemos
perfis de projetos que têm maior valor tratar a RMS de forma homogênea.
individual.
Analisando os dados de 2019, percebemos grande preponderância do segmento produção,

em relação aos demais, sendo um padrão percebido em anos anteriores7. Em parte, isso se explica
pelo maior valor médio dos projetos de produção, especialmente séries e longas-metragens. Essa
concentração não se restringe apenas ao volume de recursos, ocorrendo também na quantidade
de projetos apoiados (61,24%). Acreditamos que essa é uma distorção que deva ser olhada com
especial atenção pelo mercado e por agentes responsáveis pelo planejamento e execução de
políticas públicas, eventualmente sendo solucionada não pela redução de recursos do segmento
de produção, mas, idealmente, ampliando investimentos nos demais segmentos.
TABELA 13. Financiamento por segmento produtivo (2019)
[7] Para saber mais, consultar a pesquisa “Audiovisual Baiano: pesquisa e análise de mercado (2008-
2018)" disponível em: <www.linktr.ee/audiovisualbaiano>.
Analisando as fontes de financiamento, o Fundo Setorial do Audiovisual tem perfil prioritário

de fomento ao segmento de produção, apesar de também financiar distribuição, exibição e,
mais recentemente, formação. Assim, num contexto de retomada do FSA, acreditamos que os
mecanismos de fomento locais (estaduais e municipais) deveriam ter um olhar mais atento aos
demais segmentos.
Durante a pesquisa, identificamos 79 projetos do segmento “produção” financiados em 2019.
Deste universo, os gêneros/formatos preponderantes foram os curtas documentais e as séries
documentais. O gênero documental ainda é preponderante em relação ao gênero ficcional, mas
temos percebido um aumento gradual da produção ficcional nos últimos anos.
TABELA 14. Quantidade de obras financiadas por formato (2019)
Durante o ano de 2019, identificamos apenas três projetos financiados com recursos
incentivados, todos via Fazcultura. Em relação a 2018, apenas a Brasfrut apareceu como
financiadora de projetos nos dois anos seguidos.
Entretanto, aproveitamos esse momento para fazer uma reflexão complementar. No ano de
2019, nenhum proponente baiano captou recursos para projetos audiovisuais através da Lei do
Audiovisual. Por outro lado, quando observamos os dados sobre financiadoras, percebemos que
empresas baianas aportaram quase R$ 1,7 mi a projetos audiovisuais provenientes dos estados
de SP, RJ e RS.
Em relação ao ano de 2018, quando foram aportados R$520.640,52 por empresas baianas
a projetos audiovisuais, houve um aumento de 222,96%. Com esse dado, não defendemos,
necessariamente, que o patrocínio incentivado se concentre no território-sede das empresas, mas
apontamos para a necessidade de aprimoramento da relação de agentes produtores baianos com
esses potenciais financiadores locais.
TABELA 15. Financiamento privado através de leis de

incentivo fiscal - Fazcultura 2019
TABELA 16. Empresas baianas que financiaram projetos

através da Lei do Audiovisual - 2019

3. DISTRIBUIÇÃO E DIFUSÃO
Nesta seção, são apresentados dados sobre o segmento de distribuição e difusão, incluindo
alguns indicadores da ANCINE referentes ao lançamento de obras e resultados obtidos em salas
de cinema, além de dados disponibilizados pela ANATEL sobre números de TV por assinatura
e banda larga fixa. O olhar para o cinema, a TV por assinatura e a banda larga fixa foi uma
decisão tomada no intuito de trazer dados sobre o âmbito do audiovisual, que é cada vez mais
caracterizado pela multimídia, multiplataforma e multitelas.
3.1. Salas de Cinema TABELA 17. Quantidade de salas de cinema no Brasil, no

Nordeste e na Bahia (2018 e 2019)
Em 2019, o Nordeste
foi responsável por 17%
das salas de cinema do
país. Dentro do contexto
da região, a Bahia
concentrou 22,5% das
salas, sendo o estado mais
representativo. Em 2018, o
estado no Nordeste com o
maior número de salas era
Pernambuco. Entre os anos
de 2018 e 2019, a Bahia
teve um crescimento de
15,7% do número de salas Fonte: Fonte: ANCINE, 2019 e 2020b.
de cinema, maior do que a
média de crescimento no
Nordeste e no Brasil. Atrás da Bahia, no ano de 2019, seguem Pernambuco (119) e Ceará (107) como
os estados com mais salas de cinema no Nordeste (TABELA 17). O maior crescimento de salas na
Bahia aconteceu nas cidades do interior e na Região Metropolitana de Salvador - RMS (TABELA
18). Na TABELA 19, é possível ver a listagem das cidades com salas e complexos, para além da
capital Salvador.
TABELA 18. Quantidade e localização de salas comerciais de cinema na Bahia (2018 e 2019)
Fonte: Fonte: ANCINE, 2019 e 2020b.

TABELA 19. Quantidade e localização de salas comerciais de cinema no

interior e outras cidades da RMS (2019)
Fonte: ANCINE, 2020b.
3.2. Lançamentos, público e renda
De acordo com dados da Ancine, em 2019, foram lançados 444 filmes no Brasil, alcançando
um público de aproximadamente 176 milhões de pessoas e arrecadando 2,7 bilhões de reais. Na
Bahia, foram lançados 348 filmes, com um público de 6,2 milhões de pessoas e uma arrecadação
de 97 milhões de reais.
Neste mesmo ano, o Nordeste foi responsável por, aproximadamente, 16% do público que
foi ao cinema no país. A participação da região é um pouco mais expressiva quando analisamos os
dados em relação à renda dos filmes brasileiros, sendo ela responsável por 21% da arrecadação
das obras nacionais. A participação dos filmes brasileiros entre os lançamentos registrou 35,73%
em 2019, número próximo ao do contexto nacional (37,61%).
A Bahia foi responsável por 22,2% do público da região Nordeste em 2019. Há um crescimento
de público, entre os anos de 2018 e 2019: de 7,8% no Estado, de 7,9% no Brasil e de 8,5% na região
Nordeste (TABELA 20).
TABELA 20. Principais indicadores do cinema no Brasil, no Nordeste e na Bahia (2018 e 2019)
Fonte: ANCINE, 2020b.
Em relação ao lançamento de obras baianas em circuito comercial durante o ano de 2019, foram identificadas 03 obras - sendo 02 longas
documentais e 01 longa de ficção, um número menor em comparação a 2018, quando foram lançados 07 longas baianos em salas - 4 documentários
e 03 ficções.
TABELA 21. Longas baianos lançados em circuito comercial em 2019
Sou Carnaval de São Salvador
Direção: Marcio Cavalcante

Gênero: Documentário
Empresa Produtora: Mandacaru Filmes
Distribuidora: Paris
Data de Estreia: 24/01/2019
Ingressos vendidos (salas de cinema): 3.079
Renda (salas de cinema): R$43.713,00
Diários de Classe
Direção:Igor Souza e Maria Carolina da Silva

Gênero: Documentário
Empresa Produtora: Lanterninha Produções
Distribuidora: Elo Company
Ingressos vendidos (salas de cinema): 1.907
Renda (salas de cinema): R$16.559,00
Abaixo a Gravidade
Direção:Edgard Navarro
Gênero: Ficção
Empresa Produtora: Truque
Distribuidora: Fênix Filmes
Ingressos vendidos (salas de cinema): 851
Renda (salas de cinema):11.263,00
Fonte: ANCINE.
Quando analisamos os dados sobre primeiras exibições realizadas em mostras,

público e renda, percebemos uma redução festivais ou pré-estreias, identificamos um
de 77% ao compararmos dados de 2019 total de 09 estréias, conforme aponta a
(5.837 espectadores) ante 2018 (25.525 TABELA 22.
espectadores). No que tange à renda, a Percebemos a importância do Panorama
redução foi similar, de 76,5% - R$71.535,00 Internacional Coisa de Cinema, festival com
em 2019, ante R$304.589,00 em 2018. Vale sede na cidade do Salvador, para o processo
lembrar que, em 2018, foram lançadas 02 de lançamento de obras inéditas baianas: 05
obras baianas que atingiram um público dos 09 filmes mapeados tiveram sua estreia no
maior do que 10.000 pessoas em salas de Panorama. Apenas uma obra teve sua estreia
cinema, A Cidade do Futuro (11.786 ingressos em um festival internacional: Filho de Boi, da
vendidos) e Café com Canela (10.523 ingressos Plano 3 filmes, que teve sua primeira exibição
vendidos), o que alavancou os resultados do realizada no Festival de Busan, na Coréia do
ano anterior. Sul. Essa exceção, do filme Filho de Boi, é um
Por outro lado, levando em consideração indício de uma baixa internacionalização das
obras de longa-metragem que tiveram obras baianas.
TABELA 22. Lançamentos não comerciais (levando em consideração obras que circularam apenas em
mostras, festivais ou pré-estreias)

3.3. CPB e CRT
Observar a quantidade de registros TABELA 23. CPBs e CRTs emitidos no Brasil e na

de Certificados de Produtos Brasileiros Bahia - 2018 e 2019
(CPB) e Certificados de Registro de Título
(CRT) é importante, visto que aponta
para o volume de obras registradas na
Ancine. De um lado, os CPB’s são espécies
de “certidões de nascimento” das obras,
sendo emitidos gratuitamente, e o CRT é
emitido para o licenciamento comercial
das obras. Assim, temos um importante
indício de volume de produção e volume
de licenciamento de obras locais. A TABELA
23 sistematiza dados sobre emissão de
CPB’s e CRT’s em 2018 e 2019.
Importante salientar que, por um
lado, houve uma ampliação nacional e local
na emissão de CPB’s e CRT’s publicitários,
mas, por outro lado, houve uma redução na
emissão de CRT’s não publicitários tanto
nacionalmente, quanto localmente, algo
que pode apontar uma possível retração
de mercado de licenciamentos de obras
independentes.
3.4. Mostras e Festivais
Em relação ao circuito de mostras e festivais realizados no estado, identificamos uma

redução de 21 para 16 eventos realizados, comparando-se 2018 e 2019, representando uma
redução de 15%. Esse levantamento foi feito a partir da base de dados do Kinoforum e do
acompanhamento realizado pelo pesquisador Paulo Corrêa8, complementado com dados
obtidos pela busca de iniciativas financiadas por chamadas públicas9.
Analisando os dados sistematizados na TABELA 24, enumeramos alguns pontos que
merecem ser destacados. Em primeiro lugar, ressaltamos que não houve novos festivais
em 2019, ao contrário de 2018, quando 10 projetos realizaram sua primeira edição. Mas
é interessante perceber que 07 desses 10 novos festivais lançados em 2018 tiveram sua
segunda edição em 2019, e todos os 16 projetos realizados em 2019 tiveram edições realizadas
em 2018, apontando para uma importante continuidade destes eventos.
Também percebemos que a maior parte dos eventos - 12 deles - se concentram no
[8] Esses dados podem ser encontrados na página: <http://www.kinoforum.org.br/guia/

panorama-do-audio-visual-apresentacao>. Acessado em 01 mar 2021
[9] Importante salientar que algumas iniciativas interestaduais não foram listadas nesse
levantamento, pois utilizamos como critério o mapeamento de mostras e festivais originários
na Bahia. Por isso, temos ausências, como a Mostra Sesc de Cinema, a Mostra Cinema e Direitos
Humanos e o Festival Varilux de Cinema Francês.
TABELA 24. Festivais e Mostras de Cinema realizados na Bahia em 2019
último quadrimestre do ano (de setembro que os locais com mais eventos desse tipo
a dezembro). Há uma relativa distribuição foram Salvador (06), Vitória da Conquista
territorial: 06 deles foram realizados em (03) e Cachoeira (03), sendo que um projeto
Salvador/RMS, 09 no interior do Estado, e 01 foi realizado simultaneamente em Salvador
em Salvador e Cachoeira, simultaneamente. e Cachoeira e, por isso, foi contabilizado em
Fazendo um recorte por cidade, percebemos ambas as cidades.
3.5. Televisão percebemos que a principal foi a TVE Bahia

(07), mas é importante salientar que 03 obras
Para realização desta análise, utilizamos foram lançadas em TV fechada, 04 em outras
como recorte inicial o acompanhamento de TV’s abertas regionais e 01 na plataforma
obras que foram financiadas através dos digital Play Kids.
dispositivos pesquisados e apresentados Dentre as séries, 08 eram do gênero
no tópico 2 deste anuário, "Financiamento documental, 03 ficções e 03 animações.
e Produção". Em futuras edições, também O único telefilme lançado era do gênero
buscaremos abarcar obras financiadas com documental. Levando em consideração o
recursos próprios e patrocínios privados, público-alvo, 11 produções eram voltadas
tornando a abordagem mais completa. para o público adulto e 04 para o público
A partir desse recorte inicial, infantil ou infantojuvenil.
identificamos um aumento no número de Os dados sobre financiamento, por
obras independentes seriadas lançadas - de sua vez, revelam que, dentre as 14 obras,
10, em 2018, para 14, em 2019. Por outro lado, apenas uma não contou com aportes do
houve uma redução no número de telefilmes, Fundo Setorial do Audiovisual, sendo 09 delas
de 03 para 01 (Dr. Ôcride). através de chamadas de Arranjos Regionais
Em relação à janela de exibição, (co-investimento).
TABELA 25. Séries e Telefilmes lançados em TV no ano de 2019
O samba mora aqui TABUH!

Mecanismo de Financiamento: Mecanismo de Financiamento:
Arte na TV - ANO I Arte na TV - ANO I
Direção: Direção:
Vitor Rocha Sofia Federico
Gênero: Gênero:
Documentário Ficção
Público: Público:
Adulto Infantil
Empresa Produtora: Empresa Produtora:
Caranguejeira Filmes Doc Doma
Canal de Exibição Canal de Exibição
(primeira janela): (primeira janela):
TVE-BA TVE-BA
Hunt Botecam
Mecanismo de Financiamento: Mecanismo de Financiamento: IRDEB -

Arte na TV - ANO II 2014
Eduardo Oliveira Cristian Uribe López
Gênero: Gênero:
Ficção Ficção
Público: Público:
Infanto-juvenil Adulto
Olivas Filmes Sereia Filmes
Canal de Exibição Canal de Exibição
(primeira janela): (primeira janela):
TVE-BA TVE-BA
Natureza do Homem Bicos

IRDEB - 2014 Prodav 01
Caó Cruz Alves ---
Gênero: Gênero:
Animação Docu-
Público: mentário
Adulto Público:
Empresa Produtora: Adulto
Inspirar Empresa Produtora:
Canal de Exibição Origem
(primeira janela): Canal de Exibição (primeira janela):
TVE-BA TV Jornal
Biografias Urbanas – Olinda e Recife Lá em casa Sessions - 2ª Temporada

Prodav 01 Prodav 02
Pola Ribeiro e Tuca Siqueira Glauco Neves
Gênero: Gênero:
Documentário Documentário
Público: Público:
Adulto Adulto
Verso a Verso Attack Studio
Conteúdos Culturais
Canal de Exibição
Canal de Exibição (primeira janela):
(primeira janela): Music Box Brazil
TV Jornal
Sertão de Dentro Aventuras de Amí

Prodav 09 Secult - 2016
--- Igor Souza e
Maria Carolina
Gênero:
Documentário Gênero:
Animação
Público:
Adulto Público:
Infantil
Empresa Produtora:
Truque Empresa Produtora:
Lanterninha
Canal de Exibição Produções
(primeira janela):
TVE-BA/ TV Brasil Canal de Exibição
(primeira janela):
TVE-BA
Bailão - Série Especial Orquestra do Mundo - 2a temporada:

Rio São Francisco
FSA - SUAT Secult - 2016
Pola Ribeiro Marcelo Abreu Góis
Gênero: Gênero:
Documentário Documentário
Público: Público:
Adulto Adulto
Papa Jaca Filmes Montanhas Filmes
Canal de Exibição (primeira janela): Canal de Exibição
TV Aratu (primeira janela):
CineBrasilTV
Cartas Para... - A Série, Escritoras Projeto Auts - série

Baianas
Mecanismo de
Mecanismo de Financiamento:
Financiamento: Fazcultura
Secult 2016 Direção:
Direção: Renato Barreto
Vânia Lima Gênero:
Gênero: Animação
Documentário Público:
Público: Adulto Infantil
Empresa Empresa
Produtora: Lima Comunicação Produtora:
Takapy Digital Art
TV Athenas Canal de Exibição (primeira janela):
PlayKids
Dr. Ôcride
Mecanismo de Financiamento:
Secult - 2016
Direção:
Edson Bastos e Henrique Filho
Gênero:
Documentário
Público:
Adulto
Empresa Produtora:
Vôo Audiovisual
CineBrasil TV

3.6. Acesso à TV por assinatura e banda larga fixa
Observando a participação das regiões no número de assinantes da TV por assinatura e

acessos de banda larga, é possível identificar a concentração destes números na região Sudeste
do país. No caso da TV por assinatura, em 2019, a região Sudeste concentrou 61,06% dos assinantes
deste tipo de serviço, contra 4,52% da região Norte, que possui o índice mais baixo (GRÁFICO 15).
Cabe ressaltar que a região Norte tem cerca de 8,77% da população estimada do Brasil, enquanto
que o Sudeste teria 42,05%10. Os dados sobre os acessos de banda larga fixa apresentam a mesma
concentração na região Sudeste, ainda que ela seja menor que a registrada no caso anterior,
correspondendo a 56,04% em 2019 (GRÁFICO 16). Não houve muita mudança nos percentuais da
região Nordeste entre os anos de 2018 e 2019: uma pequena variação para menos dos assinantes
de TV por assinatura e uma pequena variação para mais dos acessos de banda larga fixa.
GRÁFICO 15. Participação por região dos assinantes de TV por assinatura (2018 e 2019)
Fonte: ANATEL (2019 e 2020).
GRÁFICO 16. Participação por região dos acessos de banda larga fixa (2018 e 2019)
[10] Fonte: IBGE. Diretoria de Pesquisas - DPE - Coordenação de População e Indicadores Sociais -
COPIS.
Segundo dados da pesquisa TIC que concentra os números de acessos e

Domicílios (2019), 74% dos usuários de internet assinaturas do país.
no país assistiram a vídeos, programas, filmes A partir da comparação dos índices
ou séries pela internet, dado que aponta de densidade dos dois serviços analisados,
a centralidade do ambiente digital para a é possível identificar uma significativa
fruição de conteúdos audiovisuais. diferença entre os números da TV por
Nesse contexto, a Bahia possui os assinatura e da banda larga fixa (GRÁFICO 17).
menores índices de densidade entre os Os dados de 2019, nos três âmbitos analisados,
âmbitos analisados em 2019. Os números indicam uma diferença entre os serviços
do estado se aproximam dos números da correspondente a mais que o dobro. Essa
região Nordeste, ao passo que possui índices é uma discrepância que está intimamente
bastante abaixo do registrado nacionalmente. relacionada ao espraiamento dos serviços de
Os números de densidade do âmbito nacional banda larga fixa para cidades e localidades
certamente possuem uma elevação por do Brasil que anteriormente não possuíam
conta da participação da região Sudeste, acesso.
GRÁFICO 17. Densidade da TV por assinatura e da banda larga fixa (quantidade de assinaturas/100
domicílios) em 2019

4. FORMAÇÃO
4.1. Listagem de cursos/instituições de ensino superior
Nos últimos anos, tivemos um incremento

na quantidade de cursos superiores nas
4. Faculdade de Tecnologia e Ciências de
áreas de cinema e audiovisual. Através de
Itabuna
consulta ao Portal e-MEC11, apresentamos
a. Curso: Cinema e audiovisual
essa listagem, em busca feita pelo título do
b. Grau: Bacharelado
curso12. Assim, é possível ainda existir outros
c. Data de início: 21/02/2010
cursos que tenham conteúdos na área de
d. Vagas anuais: 100
audiovisual na sua grade curricular, mas não
e. Cidade sede: Itabuna
são propriamente de formação específica13.
f. Carga horária: 3.168 horas
Foram identificados 11 bacharelados e 03
tecnológicos no estado, a saber:
5. Centro Universitário UNIFTC Salvador
a. Curso: Comunicação Social - Cinema e
1. Universidade Federal do Recôncavo da Vídeo
Bahia b. Grau: Bacharelado
a. Curso: Cinema e audiovisual c. Data de início: 09/08/2001
b. Grau: Bacharelado d. Vagas anuais: 100
c. Data de início: 18/08/2008 e. Cidade sede: Salvador
d. Vagas anuais: 50 f. Carga horária: 2.820 horas
e. Cidade sede: Cachoeira g. Conceito do curso: 4 (2019)
g. Conceito do curso: 5 (2019) 6. Universidade Salgado de Oliveira
(UNIVERSO)
2. Universidade Estadual do Sudoeste da a. Curso: Produção audiovisual
Bahia b. Grau: Tecnológico
e. Cidade sede: Vitória da Conquista
f. Carga horária: 3.170 horas 7. Centro Universitário Jorge Amado
a. Curso: Produção audiovisual
3. Centro Universitário Jorge Amado b. Grau: Tecnológico
e. Cidade sede: Salvador g. Conceito do curso: 4 (2011)
[11] Disponível em: https://emec.mec.gov.br/. Acesso em: 04 mar. 2021.

[12] Foram pesquisadas as palavras: audiovisual, cinema, filme, film, TV, televisão e imagem.
[13] Um exemplo são os cursos de graduação na área de comunicação, que podem dispor de disciplinas
obrigatórias e/ou optativas na área do audiovisual.
8. Centro Universitário São Francisco de 12. Centro Universitário UNIRB

Barreiras a. Curso: Rádio, TV e Internet
a. Curso: Produção audiovisual b. Grau: Bacharelado
b. Grau: Tecnológico c. Data de início: 06/07/2015
c. Data de início: 14/02/2013 d. Vagas anuais: 200
d. Vagas anuais: 60 e. Cidade sede: Salvador
e. Cidade sede: Barreiras f. Carga horária: 3.000 horas
f. Carga horária: 2.000 horas g. Conceito do curso: 3 (2015)
g. Conceito do curso: 4 (2015)
13. Centro Universitário Maurício de Nassau
9. Universidade do Estado da Bahia a. Curso: Filmmaker
a. Curso: Comunicação Social - Rádio e b. Grau: Bacharelado
Televisão c. Data de início: 04/07/2019
b. Grau: Bacharelado d. Vagas anuais: 8.850
c. Data de início: 26/09/2006 e. Cidade sede: EaD
e. Cidade sede: Conceição do Coité
f. Carga horária: 2.880 horas 14. Universidade Federal do Sul da Bahia
g. Conceito do curso: 3 (CPC, 2009) a. Curso: Som, Imagem e Movimento
b. Grau: Bacharelado
10. Universidade Estadual de Santa Cruz c. Data de início: 17/02/2018
a. Curso: Comunicação Social - Rádio, TV e d. Vagas anuais: 30
Internet e. Cidade sede: Porto Seguro
b. Grau: Bacharelado f. Carga horária: 2.580
c. Data de início: 01/03/1999
d. Vagas anuais: 52
e. Cidade sede: Ilhéus
g. Conceito do curso: 3 (Enade, 2009) Além dos cursos listados no e-MEC,
podemos citar a área de concentração
11. Faculdade de Tecnologia e Ciências de em Cinema e Audiovisual14 oferecida
Itabuna pela Faculdade de Comunicação da
a. Curso: Rádio, TV e Internet Universidade Federal da Bahia (UFBA),
b. Grau: Bacharelado em Salvador, para os discentes do
c. Data de início: 21/02/2010 Bacharelado Interdisciplinar em Artes
d. Vagas anuais: 100 oferecido pela instituição. Essa área de
e. Cidade sede: Itabuna concentração foi criada em 2012, com a
f. Carga horária: 3.168 horas oferta de 90 vagas anuais.
[14] Disponível em: https://www.facom.ufba.br/portal2017/pagina/13/cinema-e-audiovisual. Acesso

em: 04 mar. 2021.
PARTE II - Dados preliminares de 2020

Nesse bloco, apresentaremos dados preliminares sobre o audiovisual baiano no de 2020.
Isso porque muitos dados ainda se encontram em consolidação pelos órgãos responsáveis.
Assim, traremos apenas dados parciais sobre o financiamento ao setor, apresentando já algumas
pistas sobre o impacto da pandemia e das políticas emergenciais adotadas pelo setor público.
1. FINANCIAMENTO/PRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos dados relacionados ao financiamento do setor audiovisual

na Bahia a partir de diferentes mecanismos existentes, sejam eles de âmbito federal, estadual
e municipal. Por conta da pandemia, foram estruturados mecanismos de voltados para o
financiamento emergencial do setor cultural, tendo como melhor exemplo a Lei Aldir Blanc. Assim,
para fins de análise, buscamos dados das seguintes fontes de financiamento:
TABELA 26. Mecanismos de financiamento/agentes pesquisados*


*Ainda não foram incluídos na pesquisa dados referentes ao Programa Especial de Apoio ao Pequeno Exibidor (PEAPE) e às Linhas de
Crédito Emergencial/FSA.
Assim, partindo para um detalhamento dos editais/mecanismos de financiamento públicos

que contaram com o financiamento a projetos baianos, identificamos a seguinte listagem,
levando-se em consideração o ano de divulgação dos resultados de cada chamada (e não o ano
de abertura de inscrições):
TABELA 27. Mecanismos de financiamento com projetos do segmento audiovisual aprovados em 2020

Comparando os resultados gerais obtidos entre os anos de 2019 e 2020, percebemos

um resultado que nos trouxe certa surpresa, pois foi identificado um aumento no volume de
recursos e na quantidade de projetos financiados. Isso se deu, especialmente, por dois fatores:
a aplicação da Lei Aldir Blanc em âmbito estadual e municipal (Salvador) e a divulgação de
resultados represados de chamadas gerais do Fundo Setorial do Audiovisual, como a linha Prodav
voltada para a produção de conteúdos para TV’s Públicas. Ou seja, é importante reforçar que
esse aumento (virtual) de financiamento via FSA se deu pela divulgação tardia de resultados de
chamadas lançadas em 2018. Por outro lado, identificamos uma queda no valor médio geral dos
projetos financiados no estado, especialmente por conta do caráter emergencial adotado para
aplicação dos recurso da Lei Aldir Blanc. A seguir apresentamos a síntese desses dados:
TABELA 28. Volume de Recursos por Fonte 2019 x 2020

TABELA 29. Volume de Recursos e Projetos 2019 x 2020

A partir dos dados apresentados nas tabelas e boxes anteriores, gostaríamos de destacar
os seguintes pontos:
• Interessante perceber como existe os resultados tardios do FSA, a redução

uma descontinuidade dos mecanismos entre esses dois anos teria sido de 97%;
de financiamento nos últimos anos.
Comparando os anos de 2018, 2019 e 2020,
em cada um deles há a preponderância • A paralisia do FSA segue afetando
de um mecanismo em específico, e o segmento audiovisual baiano, com
uma queda brusca (ou inexistência) um grande volume de projetos ainda
de outros. Em 2018, a preponderância na fila de contratação, em especial
de investimentos se deu por conta do aqueles aprovados pela chamada
Fundo Setorial do Audiovisual; em 2019, de coinvestimento (Edital Setorial do
pelo Fundo de Cultura do Estado da Audiovisual 2019);
Bahia em conjunto com a chamada de
coinvestimento (via FSA); e, em 2020,
sai de campo o FCBA. e entram a Lei • Seguimos percebendo um um nível
Aldir Blanc e o FSA com seus resultados ainda muito baixo de prospecção de
tardios de chamadas públicas; recursos através de leis de incentivo
fiscal, seja em âmbito federal, estadual
ou municipal. O financiamento via
• O ano de 2020 foi especialmente Fazultura tem uma diminuição de 03
marcado pela quase ausência de para 01 projeto; enquanto a Lei Rouanet
financiamento através de fontes de e a Lei do Audiovisual voltam a ser
recursos locais (estaduais ou municipais), acessadas após um hiato em 2019;
com apenas duas exceções: o Fazcultura,
que financiou um projeto do segmento
audiovisual; e a chamada emergencial • E vale reforçar que os dados
do Calendário das Artes. Mas, somando apresentados ainda não levam em
ambas iniciativas, os montantes globais consideração o Programa Especial de
são pouco representativos (0,57%); Apoio ao Pequeno Exibidor (PEAPE),
criado pela Ancine para dar suporte ao
segmento de exibição; e os mecanismos
• Caso a Lei Aldir Blanc não tivesse de crédito criados via Fundo Setorial do
sido criada e implementada, a queda Audiovisual, BRDE e BNDES. Esses dados
de investimentos no setor audiovisual serão incluídos na próxima edição do
entre 2019 e 2020 no estado teria sido de anuário.
39,3%. Sem os recursos da Aldir Blanc e
A seguir, apresentaremos o tratamento dos dados de financiamento ao audiovisual baiano,

a partir de 06 categorias: a) por origem do recurso (federal, estadual ou municipal); b) relação
RMS x Interior - por volume de recursos; c) relação RMS x Interior - por quantidade de projetos;
d) financiamento por segmento produtivo (produção, distribuição, formação, memória etc); e)
quantidade de obras financiadas do segmento “produção” por formato e gênero; f) financiamento
privado através de leis de incentivo fiscal.
No ano de 2020, percebemos que a preponderância das fontes federais no financiamento

ao setor audiovisual baiano se aprofunda, atingindo o percentual de 99,43%, especialmente por
conta do Fundo Setorial do Audiovisual e da Lei Aldir Blanc. Percebemos que o ano de 2019 contou
com uma participação mais expressiva de entes locais, algo que não se repetiu em 2020.
O ano de 2020 ultrapassa o ano de 2019 e passa a ocupar o segundo melhor resultado em
volume de recursos levando em consideração a série histórica iniciada em 2008. Mas igualmente
temos de relativizar esse resultado de 2020, pois a paralisia da Ancine, e da contratação de
novos projetos pelo FSA, tem impactado desde a divulgação de resultados finais das chamadas
públicas, até a contratação de projetos.
GRÁFICO 20. Relação no acesso a recursos - Região Metropolitana do Salvador (RMS)

x Interior do Estado (2019 x 2020)
Percebemos que a tendência de concentração de recursos na Região Metropolitana de

Salvador segue no ano de 2020, com uma leve queda. Mas se, por um lado, percebemos que o
Fundo Setorial do Audiovisual segue com forte concentração de recursos aplicados na capital, a
Lei Aldir Blanc possibilitou que essa tendência de concentração não se agravasse.
GRÁFICO 21. Relação entre quantidade de projetos aprovados - Região Metropolitana de

Salvador (RMS) x Interior do Estado (2019 x 2020)

Da mesma forma, percebemos uma ligeira redução nesta concentração quando levamos
em consideração a quantidade de projetos aprovados nos dois anos citados. E, mais uma vez,
percebemos o impacto da Lei Aldir Blanc, tanto em relação ao aumento no volume de projetos,
quanto num maior índice de descentralização dos recursos.
E também foi mantida a característica de que os projetos da capital tem o valor médio mais
elevado do que os do interior. Em 2020, os projetos da RMS tiveram valor médio de R$184.476,22
versus R$77.585,35 dos projetos do interior. Mas vale fazer duas observações:
• O principal fator que eleva o valor • E, quando nos referimos aos projetos
médio dos projetos da RMS é o fato realizados na RMS, eles se concentram,
de haver uma maior concentração de basicamente, na cidade do Salvador.
projetos de longas e séries nesta região. Ou seja, não podemos tratar a RMS de
Perfis de projetos que têm maior valor forma homogênea.
individual.
TABELA 30. Financiamento por segmento produtivo (2020)
Analisando os dados de 2020, ainda percebemos uma grande preponderância do segmento

produção, mas com uma queda expressiva em relação ao ano de 2019 (59,83% em 2020 versus
86,2% em 2019). Por outro lado, percebemos uma ampliação significativa nos segmentos
“Desenvolvimento” e “Difusão”. Em 2019 o segmento relacionado com o apoio ao desenvolvimento
de projetos representou 2,37% do volume de recursos, tendo esse montante ampliado para 17,36%.
E os projetos de difusão, incluindo iniciativas como mostras e festivais, tiveram sua participação
ampliada de 3,5% (2019) para 8,63% (2020).
O principal fator que gerou essa nova configuração na distribuição de recursos entre os
segmentos foi a execução da Lei Aldir Blanc. Certamente, pelo curto período para execução de
recursos e dos projetos, acabou-se priorizando outros segmentos em detrimento ao de produção
de longas ou séries (que demandam mais tempo para realização). De toda forma, consideramos
interesse esse movimento de maior equilíbrio entre os diferentes segmentos do setor audiovisual,
algo que deveria ser fortalecido pelos agentes públicos.
Entendemos que o ano de 2020 foi pautado por políticas públicas voltadas para realização
de ações emergenciais de auxílio e suporte ao setor em virtude da pandemia de Covid-19, e
pela descontinuidade de mecanismos que vinham, até então, sendo adotados. Mas caberá
um aprofundamento da análise desse processo na próxima edição do anuário 2020/2021, e
incorporando os segmentos analisados em 2019 que ainda não conseguimos abarcar na análise
sobre o ano de 2020.
REFERÊNCIAS
ANATEL. Relatório anual de gestão 2019. Rio de Janeiro: ANATEL, 2020. Disponível em: https://sei.anatel.
gov.br/sei/modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?eEP-wqk1skrd8hSlk5Z3rN4EV
g9uLJqrLYJw_9INcO59jtrWc1-S4nfX-SeHrqZ0yJ4y5VQfXUs0tAawmhcxMpvx_M5wnV-y55u7TZxpVC1wbPvX8lq
e4T93KoIvcrei. Acesso em: 10 dez. 2020.
ANATEL. Relatório anual 2018. Rio de Janeiro: ANATEL, 2019. Disponível em: https://sei.anatel.gov.br/sei/
modulos/pesquisa/md_pesq_documento_consulta_externa.php?eEP-wqk1skrd8hSlk5Z3rN4EVg9uLJqr
LYJw_9INcO5qCMSr1EMcIpgzizi6JB11ZfIGUkLQFuv-nQ2rlXU4epBnwl_RtrJMm4TFmg79Z9fViw1qMyG2njP4-
8SlBgOO. Acesso em: 10 dez. 2020.
ANCINE. Dados gerais do mercado audiovisual brasileiro. Rio de Janeiro: ANCINE, 2020a.
ANCINE. Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro 2019. Rio de Janeiro: ANCINE, 2020b.
ANCINE. Anuário Estatístico do Cinema Brasileiro 2018. Rio de Janeiro: ANCINE, 2019.
ANCINE. Emprego no Setor Audiovisual: Estudo Anual 2018 (Ano-base 2016). Rio de Janeiro: ANCINE,
2018. Disponível em: https://oca.ancine.gov.br/sites/default/files/repositorio/pdf/emprego_no_setor_
audiovisual_0.pdf. Acesso em: 08 dez. 2020.
CETIC.BR. Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos domicílios brasileiros
- TIC Domicílios 2019. Disponível em: https://cetic.br/pt/tics/domicilios/2019/domicilios/A/ Acesso em: 07
de dez. 2020.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA. Relação Anual de Informações Sociais. 2020. Disponível em: http://www.rais.
gov.br/sitio/index.jsf. Acesso em: 07 dez. 2020.
Realização
Apoio Financeiro

Anuário Do Audiovisual Baiano 2019-2020

Enviado por

Dados do documento

Título original

Direitos autorais

Formatos disponíveis

Compartilhar este documento

Compartilhar ou incorporar documento

Opções de compartilhamento

Você considera este documento útil?

Este conteúdo é inapropriado?

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Anuário Do Audiovisual Baiano 2019-2020

Enviado por

Direitos autorais:

Formatos disponíveis

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Anuário do audiovisual baiano 2019/2020 [livro

1. Anuário Audiovisual baiano 2019/2020

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da

EXPEDIENTE: Acompanhe nossas Redes!

PARTE I - Dados de 2018-2019 .................................................................. 7

1. ESTABELECIMENTOS, EMPREGO E RENDA ......................................... 7

1.2.1. Rendimento médio no setor audiovisual ............................................. 11

2. FINANCIAMENTO/ PRODUÇÃO ......................................................... 16

PARTE II - Dados preliminares de 2020 ............................................... 40

GRÁFICO 1. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com municípios, Bahia (2019)

Bem-vindos(as) ao Anuário do Audiovisual Baiano 2019/2020. Esta publicação tem

PARTE I - Dados de 2018-2019

determinado pelo número de empregos nele existente TABELA 1. Estabelecimentos no setor

diminuição do número de estabelecimentos entre os dois

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

representando 49% do total. Em seguida, natureza jurídica. A maioria das empresas é

GRÁFICO 1. Estabelecimentos no segmento do audiovisual de acordo com

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

no qual a pessoa física GRÁFICO 3. Quantidade de estabelecimentos no segmento do

1.2. Emprego no setor audiovisual

Entendemos por vínculos empregatícios as relações de emprego, estabelecidas sempre

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

1.2.1. Rendimento médio no setor audiovisual

A remuneração média mensal é o resultado da divisão entre a massa salarial do conjunto

pós-produção (neste, os empregados baianos recebem R$9.373,63 ante os brasileiros, R$2.655,77).

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA

1.2.2. Vínculo de ocupação no setor audiovisual

Como podemos verificar na TABELA 7, os tipos de ocupação destes 2.412 empregados,

TABELA 7. Vínculos empregatícios no segmento de produção audiovisual de

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

1.2.3. Características pessoais dos empregados

[6] “A Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) é uma norma de classificação numerativa e

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA,

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA,

GRÁFICO 9. Percentual de profissionais no segmento de produção

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

GRÁFICO 10. Vínculos empregatícios de profissionais PcD no segmento de

Fonte: RAIS (MINISTÉRIO DA ECONOMIA, 2020).

Neste tópico, apresentaremos dados relacionados ao financiamento do setor audiovisual

TABELA 8. Mecanismos de financiamento pesquisados

Fonte: Elaboração própria.

Assim, partindo para um detalhamento dos editais/mecanismos de financiamento públicos

TABELA 9. Mecanismos de financiamento com resultados analisados em 2019

Fonte: Elaboração própria.

*Data de Divulgação de propostas reclassificadas

TABELA 10. Volume de Recursos por Fonte 2018 x 2019

Fonte: Elaboração própria.

TABELA 11. Quantidade de Projetos

Fonte: Elaboração própria.

TABELA 12. Volume de Recursos e Projetos 2018 x 2019

Fonte: Elaboração própria.

• Interessante perceber como, em hoje, entre questionamentos sobre

• A prefeitura de Salvador, apesar dos

A seguir, apresentaremos o tratamento dos dados de financiamento ao audiovisual baiano,

GRÁFICO 11. Distribuição de recursos por ente federativo - 2018

Fonte: Elaboração própria.

GRÁFICO 12. Distribuição de recursos por ente federativo - 2019

Fonte: Elaboração própria.