!"#$$%&'()*+,-.(/.

),0%

O ABUSO SEXUAL E DESENVOLVIMENTO DO SELF:

UM OLHAR CENTRADO NA PESSOA
!"#$%&!'(!&)%&' *)%+!1
,!-"%.$!'/.0%&!'1!2%."2
3405#&'678#3
Resumo
#&5%0."!&0#'#'9".:4;<#'5#+%!$='+#8&%)%2#'.'.>#+%#&!$'?4.'#'!-45#'5.@4!$'%>9"%>.'.>'%&0%2;04#5'
2;)%>!5'0.'2%#$A&+%!'5.@4!$='#'9".5.&).')"!-!$B#'-45+!'0%5+4)%"'+#>#'.5).'.2.&)#')"!4>C)%+#'9#0.'
interferir na qualidade dos relacionamentos amorosos estabelecidos na fase adulta destes sujeitos,
9!")%&0#' 0.' 4>!' >.)#0#$#8%!' -%-$%#8"CD+!=' 0.' +!"C)."' 0#+4>.&)!$E' F&%+%!$>.&).=' +#&+.%)4!>#5' #'
G-45#'(.@4!$'.'54!5'9"%&+%9!%5'+!"!+).";5)%+!5'9!"!='.>'5.84%0!='!9".5.&)!"'+#>#'.$.'9#0.'%&)."H."%"'
nos relacionamentos amorosos da pessoa que foi vítima de abuso sexual numa etapa anterior de seu
0.5.&2#$2%>.&)#'-%#95%+#55#+%!$='.'?4.'>!"+!5'.55!'2%#$A&+%!'%>9"%>.'&#'5.4'Self='.5).'0.D&%&0#'!'
9!")%"'0!'G-#"0!8.>' .&)"!0!'&!'I.55#!'JG IKE'6>'4>')."+.%"#'>#>.&)#='!9".5.&)!>#5'4>'.5)40#'
de caso clínico, mostrando o desenvolvimento do Self em uma pessoa que foi abusa sexualmente
&!'%&HL&+%!='!'9!")%"'0.'4>!'%&)."2.&MN#'95%+#)."!9A4)%+!E'O#)!P5.'?4.'.@%5).>'9#4+#5'0.'.5)40#5'
.59.+;D+#5'0#'0.5.&2#$2%>.&)#'0#'Self'.>'9.55#!5'2%)%>!0!5'9#"')!$'2%#$A&+%!='.'?4.'+#&5%0.".>'#'
45#'0!'G I'+#>'>.)#0#$#8%!'.'%&)."2.&MN#'.D+!<'9!"!'!).&0%>.&)#'95%+#)."!9A4)%+#'0!'0.>!&0!'
.>'?4.5)N#E'Q'0.'8"!&0.'%>9#")L&+%!'0.5.&2#$2."'>!%5'.5)40#5'2#$)!0#5'9!"!'.55.')%9#'0.'2%#$A&+%!'
.'54!5'+#&5.?4A&+%!5E''
Palavras-chave:'G-45#'(.@4!$R'G-#"0!8.>' .&)"!0!'&!'I.55#!'JG IKR'Self.

Abstract
#&5%0."%&8')B.'5#+%!$='+#8&%)%2.'!&0'.>#)%#&!$'0!>!8.')B!)')B.'5.@'!-45.'9"%&)5'#&'2%+)%>5'#H'
5.@4!$'2%#$.&+.=')B.'H#$$#S%&8'S#"T'94"54%)')#'0%5+455'B#S')B%5')"!4>!)%<%&8'.2.&)'+!&'%&)."H.".'%&'
)B.'"#>!&)%+'".$!)%#&5B%95'?4!$%)7'5)!-$%5B.0'!)')B.'!04$)'5)!8.'#H'$%H.'#H')B.5.'9."5#&='5)!")%&8'H"#>'!'
-%-$%#8"!9B7'>.)B#0#$#87='SB%+B'%5'!'5#4"+.'#H'0#+4>.&)!"7'S#"TE'F&%)%!$$7='%)'%5'8%2.&'!'+#&+.9)%#&'
#H'(.@'G-45.'!&0'%)5'>!%&$7'+B!"!+)."%5)%+5=')#'H#$$#S%&8'9".5.&)'B#S'%)'+!&'%&)."H.".'!)')B.'"#>!&)%+'
".$!)%#&5B%95'#H')B.'9."5#&'2%+)%>'#H'5.@4!$'!-45.'%&'!'9".2%#45'5).9'#H'%)5'-%#957+B#5#+%!$'0.2.$#9>.&)='
!&0'SB%+B'>!"T5')B%5'2%#$.&+.'9"%&)5'%&'%)5'(.$H='SB%+B'%5'0.D&.0'H"#>')B.'I."5#&' .&)".0'G99"#!+B'
JI UKE'F&'!')B%"0'5).9='S.'9".5.&)'!'5)407'#H'+$%&%+!$'+!5.='5B#S%&8')B.'(.$H'0.2.$#9>.&)'%&'!'5.@4!$$7'
!-45.0' 9."5#&' 04"%&8' %)5' +B%$0B##0=' 5)!")%&8' H"#>' !' 957+B#)B."!9.4)%+' %&)."2.&)%#&E' F)' %5' &#)%+.0'
)B!)')B.".'!".'!'H.S'&4>-."'#H'59.+%D+'5)40%.5'#H')B.'(.$H'!)'9."5#&5')B.".'S.".'2%+)%>%<.0'H#"'54+B'
2%#$.&+.='!&0')B!)'%)'B!5')#'-.'+#&5%0.".0')B.'45.'#H'I U'!5'!&'.HH.+)%2.'>.)B#0#$#87'!&0'%&)."2.&)%#&'
)#')B.'957+B#)B."!9.4)%+')".!)>.&)'#H')B.'9".5.&)'0.>!&0E'F)'%5'#H'8".!)'5%8&%D+!&+.')#'0.2.$#9'>#".'
5)40%.5'SB%+B'+#&+."&')#')B%5'T%&0'#H'2%#$.&+.'!&0'%)5'+#&5.?4.&+.5E
Keywords: (.@4!$'!-45.R'I."5#&' .&)".0'G99"#!+B'JI UKR'Self.

VE'I5%+*$#8!='.59.+%!$%5)!'.>',."#&)#$#8%!'JWXXYK'.'>.5)".'.>' %A&+%!5'0!'(!Z0.'9.$!'[O\E'G)4!$>.&).']'0#+.&).'&#'+4"5#'0.'I5%+#$#8%!'0#'
6[^I_[^\`GE'6P>!%$a'+5+#)%+!b4#$E+#>E-"
WE'G+!0A>%+!'0.'I5%+#$#8%!'0#' 6[^I_[^\`GE'6P>!%$a'8!-%P95%+#$#8%!bB#)>!%$E+#>
cE'I5%+*$#8#=' ##"0.&!0#"'0#'(."2%M#'0.'I5%+#$#8%!'d'(6I(F'0#' 6[^I_[^\`G=' ##"0.&!0#"'0!'e".!'0.'I5%+#$#8%!'0#'I#")!$'J6&K .&!'d'G'
(!Z0.'/.&)!$'.>'/#2%>.&)#E'6P>!%$a'B405#&.78#b8>!%$E+#>

18 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015

 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%
Introdução
f'.5)40#').>'+#>#'#-:.)%2#'0%5+4)%"'+#>#'#'
abuso sexual perpetrado na infância pode afetar
a qualidade dos relacionamentos amorosos
estabelecidos pelas vítimas desse tipo de
2%#$A&+%!'5.@4!$'&!'%0!0.'!04$)!E'I!"!'%$45)"!"'#'
estudo, trazemos elementos de um atendimento
+$;&%+#'".!$%<!0#'&#'(."2%M#'0.'I5%+#$#8%!'d'(6I(F'
0#' 6[^I_[^\`G='9#"'4>!'.5)!8%C"%!'0#'+4"5#'
de psicologia, no último ano da graduação, sob
!' 549."2%5N#' 0!' I"#HgE' /(+Eg' ' !"#$%&!' (!&)%&'
*)%+!E' G' 2#&)!0.' 0.' +#&B.+."' >!%5' 5#-".' #'
!554&)#='!'9"C)%+!'.'!').#"%!'H#"!>'.55.&+%!%5'9!"!'
a escolha do tema.
f'!-45#'5.@4!$']'4>'!554&)#'0.$%+!0#'?4.'
9#0.' )"!<."' +#&5.?4A&+%!5' H4)4"!5' 0.' 0%H;+%$'
administração por parte de suas vítimas, como
!D">!'^#S.&'JVhhiK='G<.2.0#'JWXXVK='/+,".8#"'
JWXXVK=' .&)".' #4)"#5' !4)#".5E' Q' 4>' !)#' ?4.' )"!<'
feridas profundas, principalmente quando não
)"!)!0!5E'O#'!).&0%>.&)#'95%+#)."C9%+#='.>'4>'
primeiro instante tende-se a focar na queixa
principal trazida pelo cliente. No decorrer das
sessões (na etapa de formação do vínculo), o
cliente vai contando suas histórias passadas, mas,
nos casos em que a demanda envolve sofrimento
9#"'!-45#'5.@4!$='&.>'5.>9".'#'+$%.&).'+B.8!"C'
+#&)!&0#' #' H!)#' .&2#$2%0#E' 3C' !%&0!=' !?4.$.5'
que procuram uma ajuda psicológica justamente
por terem sido vítima de abuso sexual.
O#' !&#' 0.' WXXh=' .>' 4"%)%-!_IO=' H#%'
realizado um estudo com o objetivo era trazer
4>!'".j.@N#'5#-".'+#>#'#'!-45#'5.@4!$'+#&)"!'
crianças e adolescentes afeta os relacionamentos
;&)%>#5' H4)4"#5E' f' .5)40#=' ".!$%<!0#' !' 9!")%"'
do atendimento clínico de casais, concluiu que
o abuso sexual da criança e do adolescente
se trata de um trauma interpessoal agudo.
G+!"".)!&0#' .>' +#&5.?4A&+%!5' +#>' >!"+!5'
físicas e psicológicas nesses indivíduos, que
se manifestação de forma negativas para as
54!5' 2;)%>!5=' %&)."H."%&0#' 5%8&%D+!)%2!>.&).'
no seu desenvolvimento cognitivo, afetivo,
comportamental e social, sobretudo, nos seus
relacionamentos interpessoais futuros.
#>' !' 2%2A&+%!' 0#' !-45#=' #'
19 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015
indivíduo perde a espontaneidade
e naturalidade de sua sexualidade
.' D+!' 9"%2!0#' 0.' 54!' %&#+A&+%!E'
Isso o leva à culpa. E a culpa
0.5)"*%' !' !$.8"%!' 0!' 2%0!E' #>' !'
2%2A&+%!' 0#' !-45#=' #' %&0%2;04#'
não consegue entregar-se de
H#">!' 9$.&!' !#' !>#"' JkG f\='
WXXh='9E'clKE
É preciso problematizar ainda, que
mesmo diante dos números alarmantes dos
;&0%+.5' 0.' 2%#$A&+%!' 5.@4!$' 9."9.)"!0!5' .>'
crianças e adolescentes no Brasil, acredita-se
que a maioria dos casos continuam omissos,
&N#' 5.&0#' &#)%D+!0#5' 9.$!' H!$)!' 0.' %&H#">!MN#='
coação ou constrangimento, dessas vítimas
que não realizam a denúncia, resultando em
54-&#)%D+!Mm.5' J&#)%D+!Mm.5' ?4.' &N#' 5N#' H.%)!5K'
9.$#'5%$A&+%#'0.55!5'2;)%>!5E
n%!&).' 0!' 9"#-$.>C)%+!5=' .' 0!' .5+!55.<' 0.'
estudo que tracem intervenções clínicas para
acolhimento e psicoterapia das vítimas de abuso
sexual, reforçamos a necessidade de estudos
?4.' !-#"0.>' +#&5.?4A&+%!5=' .9%0.>%#$#8%!'
.' 9#55;2.%5' )"!)!>.&)#5' .>' 2C"%!5' 9!").5' 0#'
>4&0#E'(N#'9#4+#5'.5)40#5'5#-".'+#&5.?4A&+%!5'
&#5' ".$!+%#&!>.&)#5' %&)."9.55#!%5E' I#"' %55#='
.5).'H#%'-!5.!0#'.>'!")%8#5'+%.&);D+#5'.'>!)."%!$'
metódico disponível.
Conceito
f' !-45#' 5.@4!$' >!"+!' !' 2%0!' %&).%"!' 0.'
54!5' 2;)%>!5' .' )"!<' +#&5.?4A&+%!5' 5]"%!5' &#5'
".$!+%#&!>.&)#5' !>#"#5#5E' ^#S.&' ".H.".P5.' !#'
!-45#' 5.@4!$' +#>#a' oG' H#">!' >!%5' B.0%#&0!'
da traição ao amor, posto que a sexualidade é
&#">!$>.&).'4>!'.@9".55N#'0.'!>#"p'JVhhi='9E'
VYiKE''G%&0!'?4.'!5'2;)%>!5'&N#'9."+.-!>')!>!&B!'
gravidade de terem sido abusadas na infância e
0.' +#>#' %55#' !+!"".)!' 2!"%C2.%5' +#&5.?4A&+%!5'
na vida adulta, o abuso sexual infantil pode
8."!"'+#&5.?4A&+%!5'H;5%+!5='.>#+%#&!%5='5.@4!%5'
.'5#+%!%5'9!"!'54!5'2;)%>!5E'655!5'+#&5.?4A&+%!5'
podem se manifestar de múltiplas maneiras e
9#0.>'5."'0.2!5)!0#"!5'.'0.D&%)%2!5='".54$)!&0#'
no desenvolvimento de quadros psicopatológicos
 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%

!840#5' 9!"!' .55!5' 2;)%>!5' JG/GqG``Gr' s' que passam a assumir função parental, ainda que
tf^^6`='VhhlR'6 36\[`uG's' f``G^='WXXvKE sem laços de consanguinidade, e em relação de
n.D&.P5.' #' !-45#' 5.@4!$' +#>#' poder a outra.
uma situação na qual a criança
ou o adolescente é usado para a
A intervenção inadequada também pode
8"!)%D+!MN#'5.@4!$'0.'4>'!04$)#=' fazer com que os efeitos do abuso piorem ao longo
ou mesmo de um adolescente 0#' ).>9#E' /+,".8#"' JWXXVK' !D">!' ?4.' ?4!&0#'
mais velho, baseado em uma não se faz nenhuma ou pouca intervenção logo
relação de poder que pode incluir
desde carícias, manipulação da
após o abuso sexual, os efeitos podem se tornar
8.&%)C$%!='>!>!'#4'L&45'!)]'#'!)#' 04"!0#4"#5E' I!"!' 3!-%8<!&8' .' !>%&B!' JWXXYK'
sexual, com ou sem penetração, .' ,"..&' JVhhxK=' +#>' #' 9!55!"' 0#' ).>9#=' 5.>'
+#>'#4'5.>'2%#$A&+%!'JGq6w6nf=' )"!)!>.&)#' !0.?4!0#=' &N#' BC' 4>!' ".04MN#' !'
WXXVKE'
intensidade dos sintomas resultantes do abuso
5.@4!$='0#'+#&)"C"%#=').&0.'!'+#"&%D+CP$#5E
G'2%#$A&+%!'5.@4!$'#+#"".'.>'4>!'2!"%.0!0.'
de situações como estupro, sexo forcado
no casamento, abuso sexual infantil, abuso Consequências nos
%&+.5)4#5#' .' !55]0%#' 5.@4!$' J\`G(F^=' WXXVKE'
G<.2.0#' .' ,4.""!' JVhhlK' +$!55%D+!>' #' !-45#' relacionamentos amorosos
5.@4!$' .>' )"A5' )%9#5a' f5' ?4.' .&2#$2.>' +#&)!)#' As mulheres vítimas do abuso sexual,
H;5%+#'J9!55!"'!'>N#='#'+#&)!)#'#"!$'._'#4'8.&%)!$' em geral, apresentam problemas em seus
e o uso do ânus); os que não envolvem contato relacionamentos amorosos, como principal
físico (a verbalização de palavras obscenas, o característica desse quadro, podemos apontar
exibicionismo que é exibir o corpo ou parte dele que essas pessoas carregam consigo uma imagem
para a criança; e o voyeurismo, a observação da destrutiva de si mesmas, gerando depressões
&40.<' 0!' +"%!&M!K' .' #5' ?4.' .&2#$2.>' 2%#$A&+%!' J6 36\[`uG' s' f``G^=' WXXvR' U6F 36`='
(estupro). WXXVR'wFU`Ff^='wG(y[6q='FU[``G='s'/[zfq='
f'?4.'5.'0%H.".')!>-]>'&#'!-45#'
WXXiKR' %0.!Mm.5' 54%+%0!5R' .&)".' 0%2."5#5' #4)"#5'
sexual é a idade do agressor
comparado o da vítima, o grau sintomas, que podem gerar patologias, além
de vinculo ou parentesco do da sensação ambivalente de culpa, o medo e
mesmo com a vítima (quanto vergonha que essas vítimas sentem.
>!%5' 9"*@%>#5=' >!%#"' 5."C' #'
Enquanto essas mulheres
impacto na vida da vítima), as
continuarem obcecadas por sua
caricias, a exibição dos órgãos
busca por um homem que as ame
do agressor, as ameaças feitas a
e proteja, serão usadas e sofrerão
vítima, a duração do abuso e a
!-45#E'(.45'".$!+%#&!>.&)#5'+#>'
forma de como o ciclo familiar
os homens não podem dar certo.
agem antes e depois do trauma,
f5' B#>.&5' ".!8.>' !' .$!5' +#>#'
a forma como acolhem a vítima
objetos sexuais, não como pessoas
(/6F 36/\G[/=VhhY='9'iWKE
sexuais, porque essas mulheres
#>#' 2%#$A&+%!' %&)"!H!>%$%!"' .&).&0.P5.' não se consideram como pessoas.
toda ação ou omissão que prejudique o bem- (.4' 5.&5#' 0.' %0.&)%0!0.' .5)C'
seriamente comprometido pelo
estar, a integridade física, psicológica ou a !-45#' 5.@4!$' J^f{6O=' Vhhi=' 9E'
liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento VxcKE
0.' #4)"#' >.>-"#' 0!' H!>;$%!' J\`G(F^=' WXXVKE' As opressões, chantagens, ameaças entre
I#0.' 5."' +#>.)%0!' 0.&)"#' #4' H#"!' 0.' +!5!' 9#"' outras atitudes por parte do agressor, mantém
algum membro da família, incluindo pessoas

20 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015

 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%

suas vítimas presas em um mundo de isolamento .' .@9.+)!)%2!5' 9!"!' #' H4)4"#' J|GnF/GO' s'
que vai sendo construído pela própria vítima. |`G,6`=' VhlvKE' f' 5."' B4>!&#' &!5+.' +#>'
I.""#&.' .' O!&&%&%' JVhhlK=' ".$!)!>' ?4.' !' 2;)%>!' predisposição de aprender sobre si mesmo
do abuso carrega a constante sensação de que, (iniciando a formação do Self), a criança começa
!+#&).M!' #' ?4.' !+#&).+."=' 5.>9".' 5."C' 2%5)!' a desenvolver e a entender sobre o seu eu e o seu
+#>#' 4>!' 9.55#!' %&0%8&!=' 54:!' .' 0.9".+%C2.$' não eu, esse processo ocorre por toda vida.
pela situação que sofreu. A falta de capacidade f' 0.5.&2#$2%>.&)#' !+#&).+.' 0.50.' #'
0.' 0%<."' o&N#p' 9."04"!' 9#"' 4>' $#&8#' 9.";#0#' &!5+%>.&)#=' ?4!&0#' #' -.-A' 5.' 9."+.-.=' :4&)#'
0.' ).>9#E' (.4' .>#+%#&!$' )!>-]>' 5.' )#"&!' de sua mãe (ou de quem exerça esse papel
fragilizado. parental), como um indivíduo único; aos poucos
/+,".8#"='JWXXVK='+#&5%0."!'?4.'!5'+"%!&M!5' .$.' 2!%' )#>!&0#' +#&5+%A&+%!' 0.' ?4.' .@%5).' 4>!'
vítimas desse tipo de abuso, adquirem um Self diferenciação, começando, assim, a construir
0%5)#"+%0#'0.'5%E'(.'+#&5%0."!>#5'!'%&HL&+%!'+#>#' 5.4' !4)#+#&+.%)#' J\66=' VhlvKE' G#' $#&8#' 0#'
!' .)!9!' 0#' 0.5.&2#$2%>.&)#' #&0.' !' +4$9!' .5)C' seu desenvolvimento, a criança vai tomando
9".5.&).='+#>#'+#&5.?4A&+%!'0#'!-45#='9#0.>#5' +#&5+%A&+%!' ?4.' ]' 4>' 5."' 0%5)%&)#' 0#5' 0.>!%5='
apontar a desvalorização como pessoa que inicia começa a observar seus gestos, suas atitudes
se vendo sozinhas num mundo algoz em que (observando os outros), iniciando a construção
as relações interpessoais e os papeis sociais se dos seus próprios valores.
tornam confusos, e, sem perceber, estas pessoas
veem seu desenvolvimento biopsicossocial
comprometido de tal forma, que chega a afetar O Abuso Sexual:
a qualidade de seus relacionamentos amorosos desenvolvendo o Self ! "#
estabelecidos na idade adulta.
olhar centrado na pessoa
y4!&0#'4>!'9.55#!']'!-45!0!'5.@4!$>.&).'
O Self na infância o autoconceito que a mesma tem de si é
destrutivo, ou seja, desenvolve um Self destrutivo.
GD&!$' #' ?4.' ]' Self?' of' self
&N#' ]' !$8#' .5)C)%+#=' %>4)C2.$='
`#8."5' JVhixK=' 0.H.&0.' ?4.' !' .5)"4)4"!' 0#' Self
+"%5)!$%<!0#E' #&5)%)4%P5.' &4>' se desenvolve a partir da interação da criança
todo, onde existe uma contínua com o ambiente, de maneira individual, como
5%8&%D+!MN#' 0#' ?4.' ]' 2%2%0#=' resultado da interação valorativa com os outros.
sempre suscetível à mudança,
podendo mudar radicalmente,
Um dos primeiros aspectos, e mais importantes,
tornar-se oposto ao que outrora 0!'.@9."%A&+%!'0!'+"%!&M!=']'!'0.'5."'!>!0!'9.$#5'
5.' !9".5.&)!2!E' f' 5.$H=' 0.55!' pais (primeira formação de afeto da criança). Ela
forma, é um conjunto organizado .&).&0.P5.' !' 5%' >.5>!' +#>#' !>C2.$=' 0%8&!' 0.'
.' >4)C2.$' 0.' 9."+.9Mm.5' ?4.' 5.'
referem ao indivíduo, tais como
!>#"='.'.55!'.@9."%A&+%!']'4>!'".$!MN#'0.'!H.%MN#='
as características, atributos, que faz com que a criança tenha satisfação.
qualidades e defeitos, capacidades O!' >.0%0!' .>' ?4.' !5' .@9."%A&+%!5' 2N#'
e limites, valores e relações que ele
reconhece como descritivos de si
ocorrendo, estas vão sendo simbolizadas,
mesmo e que percebe como dados organizadas e apreendidas, quando são
0.' 54!' %0.&)%0!0.p' J`f,6`(' s' percebidas como compatíveis com o
tFO,6U='VhixKE' !4)#+#&+.%)#E' 655!5' .@9."%A&+%!5' )!>-]>'
Essa construção e reconstrução característica podem ser ignoradas, por não se relacionarem
do Self, baseia-se, costumeiramente, em ao eu; ou recusadas à simbolização; ou, ainda,
.@9."%A&+%!5'9!55!0!5='!+#&).+%>.&)#5'9".5.&).5' terem uma simbolização distorcida, tendo em

21 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015

 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%

2%5)!' !' %&+#."A&+%!' 0!' 5%)4!MN#_.@9."%A&+%!' (6I(FK'0#'Z$)%>#'!&#'0!'H!+4$0!0.'0.'95%+#$#8%!='

+#>' !' .5)"4)4"!' 0#' .4' J`f,6`(=' VhixKE' n.55.'
modo, Rogers conceitua o ajustamento e
desajustamento psicológico, onde o ajustamento
psicológico é quando a criança assimila em seu
!4)#+#&+.%)#' !5' 54!5' .@9."%A&+%!5' 2%2.&+%!0!5E'
kC' #' 0.5!:45)!>.&)#' 95%+#$*8%+#' #+#"".' ?4!&0#'
a mesma não assimila ao seu autoconceito suas
.@9."%A&+%!5'2%2.&+%!0!5E
No abuso sexual ocorre o
desajustamento psicológico
principalmente quando se chega a
fase adulta (quando não tratadas
na infância), por isso a vítima
abusada se desenvolve com uma
autoimagem desvalorizada.
Não consegue reconhecer suas
subjetividades positivas, esses
desajustes psicológicos fazem
com que a vítima não veja a
solução de se reconstruir como
9.55#!E' (.84&0#' `#8."5=' #' 5."'
humano tem a capacidade, latente
ou manifesta, da compreensão
de si mesmo e da resolução de
seus problemas de tal modo que
!$+!&+.' !' 5!)%5H!MN#' .' .D+C+%!'
&.+.55C"%!5' !#' H4&+%#&!>.&)#'
!0.?4!0#' J`f,6`(' s' tFO,6U='
Vhix='9E'chKE'
I#")!&)#='!5'>4$B.".5'?4.'H#"!>'!-45!0!5'
na infância e que seus relacionamentos amorosos
não deram certo, muitas vezes é porque não se
veem como atraentes, ou dignas de serem amada,
o2%2.>p'+!".&).5'0.')."'!$84]>'9#"'9.")#'.'>4%)!5'
vezes os homens se aproximam para aproveitar
a oportunidade, mas não querem algo sério e
produzem na mulher um sentimento de rejeição.
I!"!'5.')."'4>'".$!+%#&!>.&)#'5!40C2.$']'9".+%5#'
tratar feridas que não foram cicatrizadas.
5#-".' #' !-45#' 5.@4!$' .' 54!5' +#&5.?4A&+%!5' &#5'
relacionamentos amorosos.
|#%'0.D&%0#'!'9!")%"'0.'4>'+!5#'0.+#"".&).'
com a demanda anteriormente. Em que uma
>4$B."'0.')"%&)!'.')"A5'JccK'!&#5='9"#+4"#4'#'(6I(F'
com a queixa de depressão. Nos atendimentos
H.%)#5' 9.$!' .5)!8%C"%!' ".59#&5C2.$' 9.$#' +!5#=' !'
cliente em seu primeiro atendimento chegou
bastante abatida, triste e falou muito sobre
suas decepções amorosas se sentindo frustrada,
logo contou sobre o abuso sexual que ocorreu
quando a mesma tinha doze (12) anos de idade.
f'!8".55#"'."!'5.4'9!0"!5)#='5.84&0#'!'2;)%>!'#'
abuso era por aliciações, chantagens e ciúmes, ou
seja, o abuso foi sem penetração, seu padrasto
tinha muito ciúmes e não a deixava sair de casa
chantageando-a.
As técnicas utilizadas na terapia foram
o olhar no potencial humano, trabalhando a
autoestima, a valorização da mesma como
pessoa, encorajamento de acreditar-se em si
mesma, ou seja, sendo facilitadora no processo
de desenvolvimento, mostrando para a cliente
possibilidades. Um olhar centrado na pessoa,
foi trabalhado a alto imagem destorcida que
)%&B!' 0.' 5%E' #>' #' 0.+#""."' 0!5' 5.55m.5=' B#42.'
evoluções em que a própria cliente tinha acerca
dela, começando assim mudanças em seu
autoconceito (Self) que até então era destrutivo.
Foram realizados onze (11) atendimentos.
f5'+"%)]"%#5'])%+#5'0!'9.5?4%5!'5.':45)%D+!>'
na preservação da identidade da cliente e pelo
0#'U.">#'0.' #&5.&)%>.&)#'^%2".'.'65+$!".+%0#'
!55%&!0#'9#"'.$!='?4.'".59!$0!'!5'.@%8A&+%!5'])%+!5'
.'+%.&);D+!5'+#&)%0!5'&!'`.5#$4MN#'0#' #&5.$B#'
O!+%#&!$'0.'(!Z0.'Yvv_VWE

Percurso metodológico $%&'()* * +*,*-.*)

n.D&.P5.'9#"'4>!'9.5?4%5!'+#>'D&!$%0!0.' A cliente chegou na primeira sessão
>.)#0#$*8%+!' 94"!' #4' -C5%+!=' 0.' &!)4".<!' >4%)#' 0.9"%>%0!=' +B#"#' HC+%$=' .' !55%>' ."!' &!5'
qualitativa, com objetivo metodológico diversas sessões no início. Após aplicação das
.@9$#"!)*"%#' .' 9"#+.0%>.&)#' -%-$%#8"CD+#' d' técnicas citadas acima, a mesma começou a
0#+4>.&)!$' ?4.' .@9$#"#4' 0%H.".&).5' 0.D&%Mm.5' apresentar pequenas evoluções, demostrava
encontradas na literatura metódica disponível, vontade de mudar, mesmo com recaídas, pois
&#' .5)C8%#' &!' +$;&%+!' J(."2%M#5' 0.' I5%+#$#8%!' d' às vezes relatava episódios de tristeza profunda,
22 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015
 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%

desanimo e culpabilização. Entretanto, essas terapia medicamentosa.

recaídas foram diminuindo gradativamente e ela
passou a apresentar mudanças em suas rotinas,
procurando se cuidar, pensando mais nela Conclusão
mesma, em sua autoestima. Diante do estudo apresentado conclui-se que
Eles podem não parecer o abuso sexual na infância (quando não tratado)
%&)#+C2.%5R'0.'H!)#='9#0.>'9!".+."' 9#0.' 0.5.&+!0.!"' 2C"%#5' )"!4>!5=' .5).' .5)40#'
>4%)#' !)"!.&).5E' /!5' >4%)!5'
pessoas sentem-se intocáveis;
refere-se ao abuso sexual na infância e de como
por dentro, estão famintas de esse abuso quando não tratado atrapalha nos seus
aceitação e amor JwGO(UfO6' .' relacionamentos interpessoais e principalmente
^[Uq6`='Vhhx='9E'viKE nos seus relacionamentos amorosos.
A grande frustração que a cliente passava Esse trauma não afeta somente nos
."!'!'+!"A&+%!'!H.)%2!'.'!D">!Mm.5'0.'>.&#5'2!$%!' relacionamentos, mas também constrói um
0.'&N#')."'!$84]>='!D">!2!'9#"'2C"%!5'2.<.5'5*' autoconceito destrutivo acerca de si. Afetando
se envolvia com pessoas erradas e que não queria o seu desenvolvimento humano, seja em sua
algo sério, principalmente também pela a idade, +#&04)!'5#+%!$'._#4'%&0%2%04!$E'f'>.0#'}'+4$9!']'
9#%5' 5.' !+B!2!' 2.$B!E' (.45' ".$!+%#&!>.&)#5' constante companhia da vítima abusada e assim
não davam certo e isso gerava um complexo não consegue se entregar de forma plena ao amor,
de inferioridade, de culpa, trazendo marcas do não consegue dizer não e não consegue enxergar
passado (o abuso) o que lhe causava sofrimento. seu valor, princípios, seus limites e até mesmo
Foi trabalhado principalmente sua não consegue se ver como pessoa, trazendo em
subjetividade, o redescobrimento de seu valor seu histórico de vida marcas de sofrimento.
como pessoa, criando assim um conhecimento É importante se atentar para as demais
melhor acerca de si e seus limites. A mesma foi +#&5.?4A&+%!5' .>' ?4.' #' !-45#' 5.@4!$' 9#55!'
+"%!&0#'4>!'".!D">!MN#'0.'54!'+".&M!='#4'5.:!=' causar, seja na vida de uma criança ou enquanto
.$!'+#>.M#4'!'!+".0%)!"'>!%5'.>'5%='H#")%D+!&0#' !04$)!E' #>#' +%)!0#' &#' 0.5.&2#$2%>.&)#' 0#'
sua crença, sua identidade como pessoa. trabalho, o abuso causa um desajustamento
Tanto para o homem quanto para a mulher psicológico na vítima independente da idade.
o abuso sexual tem um efeito negativo em manter !0!' +!5#=' +!0!' 9.55#!' ]' Z&%+#=' 9#"' %55#' &!5'
".$!+%#&!>.&)#5' 5!40C2.%5' &!' 2%0!' !04$)!E' 5.55m.5'0#'9"#+.55#')."!9A4)%+#'0.2.P5.'$.2!"'.>'
I#"' )!&)#=' #' !-45#' 9#0.' )"!<."' +#&5.?4A&+%!5' conta à singularidade, a individualidade, tendo
profundas e prolongadas na forma da vítima se 4>'#$B!"'+.&)"!0#'&!'9.55#!'?4.'.5)C'-45+!&0#'
relacionar futuramente com outras pessoas. !:40!' 0#' 9"#D55%#&!$' .' #' 9"#D55%#&!$' 0.2.' .5)C'
I.$#' ?4!0"#' 0.' )"%5).<!' 0!' +$%.&).' 2%&B!>' preparado para acolher o mesmo.
9.&5!>.&)#5' 54%+%0!5' .' ?4.' !' >.5>!' !D">!2!' I#"' D>=' .5).' +!5#' H#%' 4>' >!"+#' .>'
aumentar quando se encontrava em estado de >%&B!' 2%2.&+%!' !+!0A>%+!=' >!5' &N#' 5#>.&).'
grande tristeza, pelo quadro e suas recaídas a +#>#' H4)4"!' 9"#D55%#&!$' 0!' 95%+#$#8%!=' >!5'
cliente foi encaminhada a procurar um tratamento 9"%&+%9!$>.&).' +#>#' .&?4!&)#' 9.55#!E' ^%0!"'
95%?4%C)"%+#=' 9!"!' ?4.' B#42.55.' 4>!' !:40!' com a cruel realidade, com o sofrimento do outro
medicamentosa no processo de psicoterapia e e pensar de quantas pessoas estão aprisionadas a
assim o fez. Atualmente a cliente encontra-se esse trauma e que por muitas vezes não pedem
ainda em processo de psicoterapia individual e !:40!='2%2.&0#'.>'5%$A&+%#E'

23 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015

 !"#$$%&'()*+,-.(/.),0%
Referências
G/GqG``Gr='/E'`E='s'tf^^6`='(E'3. Alguns
aspectos observados no desenvolvimento de
crianças vítimas de abuso sexual. Psicologia:
`.j.@N#'.' ";)%+!='VhhlE
Gq6w6nf=' 6E' E' JWXXVKE' Atendimento
psicanalítico a crianças e adolescentes vítimas
de abuso sexual. Psicologia:' %A&+%!'.'I"#D55N#='
WVJYK='vvPii
Gq6w6nf=' /E' GE=' s' ,4.""!=' wE' OE' GE' Pele de
asno não é só história: um estudo sobre a
vitimização sexual de crianças e adolescentes
em família.'(N#'I!4$#a'`#+!='VhhlE
BEE, H. A criança em desenvolvimento.' (N#'
I!4$#a'3!"-"!='VhlvE
\`G(F^E' /%&%5)]"%#' 0!' (!Z0.E' (.+".)!"%!' 0.'
I#$;)%+!5' 0.' (!Z0.E' Violência intrafamiliar:
orientações para prática em serviço / Secretaria
de Políticas de SaúdeE' d' \"!5;$%!a' /%&%5)]"%#' 0!'
(!Z0.='WXXVE
6 36\[`uG=' 6E=' s' f``G^=' IE' Secuelas
emocionales en víctimas de abuso sexual en la
infancia. 4!0."&#5'0.'/.0%+%&!'|#".&5.='WXXvE
|GnF/GO=' kE' s' |`G,6`=' `E' Carl Rogers e a
perspectiva centrada no cliente. In J. Fadiman
& R. Frager. Teorias da personalidade (pp. 222-
WxlKE'(N#'I!4$#a'3!"-"!E'VhlvE
GREEN, Arthur H. Comparing child victims
and adult survivors: clues to the pathogenesis
of child sexual abuse. Journal of the American
G+!0.>7' #H' I57+B#!&!$75%5 2E' Wc=' 9E' vxxPviXE'
VhhxE
3G\F,qGO,=' ^4;5!' |."&!&0!R' G/FO3G='
`.&!)#' /E Abuso sexual contra crianças e
adolescentes: Conceituação e intervenção
clínicaE'(N#'I!4$#a' !5!'0#'I5%+*$#8#='WXXYE
^f{6O='G$.@!&0."E'Alegria: A entrega ao corpo
24 Humanidades e Inovação, Palmas, ano 2, n. 2, ago./dez. 2015
.'}'2%0!E'(N#'I!4$#a'(4>>45='VhhiE
/ ,`6,f`=' t%>E' ,4%0.$%&.5' H#"'
)B."!9%5)5a Working with adult survivors of
child sexual abuse.' G =' WXXVE' n%59#&;2.$' .>a'
~B))9a__SSSE!++E+#E&<_94-$%+!)%#&5_%&0.@E
B)>55[5."U.@)€T%>>+8".8#"‚E' G+.55#' .>a'
>!%#'0.'WXVxE
/6F 36O\G[/=' nE' Victims of child sexual
abuse: A clinical handbook/practical therapist
manual of assessing and treating adults with
post-traumatic stress disorder (PTSD) .'f&)C"%#a'
F&5)%)4).'I".55='VhhYE
I6``fO6=' `.7&!$0#R' OGOOFOF='
/!")%&.E Violencia y abusos sexuales
em la família: Um abordaje sistêmico y
comunicacional.'\4.&#5'G%".5a'I!%0*5='VhhlE
`F\6F`f='kE'IE'JWXXiKE'O ciclo do contato: temas
básicos na abordagem gestáltica.' (N#' I!4$#a'
(4>>45
`f,6`(=' E's't%&8.)='/E'Psicoterapia e relações
humanas.'\.$#'3#"%<#&).a'F&)."$%2"#5='VhixE
`f,6`(=' E' Terapia centrada no cliente.' (N#'
I!4$#a'/!")%&5'|#&).5E'VhixE
U6F 36`=' /!")%&E' Feridas que não cicatrizam:
a neurobiologia do abuso infantilE' WXXVE'
n%59#&;2.$' .>a' ~B))9a__SSSWE4#$E+#>E
-"_5+%!>_".9#")!8.&5_H."%0!5ƒ?4.ƒ&!#ƒ
cicatrizam_a_neurobiologia_do_abuso_infantil.
B)>$‚E'G+.55#'.>a'/!%#'0.'WXVxE
wGO(UfO6=' n#"%5R' ^[Uq6`=' 6"S%&' {E' /01
tive onde chorar:a dor e a cura do abuso sexual.
|$#"%0!a'60E'w%0!='VhhxE
wFU`Ff^=' wE' ,E=' s' wG(y[6q=' /E=' F)4""!=' ^E'
FE=' s' /4„#<=' E' `E' Diagnóstico y abordaje
de secuelas por abuso sexual infantil en tres
mujeres consultantes a un servicio de salud
mental de hospital general. `.2%5)!' B%$.&!'0.'
O.4"#PI5%?4%!)";!='WXXiE
Submetido em: 29-07-2015
Aceito em: 09-11-2015