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“Lutar contra a pobreza não é um assunto de caridade, mas de justiça”.

A partir desse
pensamento, ao ser aplicada no contexto do Brasil atual, as palavras de Nelson Mandela, líder
africano, permitem-nos refletir sobre como a desigualdade social precisa ser enfrentada de
forma mais organizada pela nossa sociedade. Sob esse viés, convém analisarmos as causas
fundamentais relacionadas a esse panorama alarmante.

Cabe salientar, primeiramente, que o Brasil como conhecemos foi concebido pelos moldes da
Divisão Internacional do Trabalho, sistema reflexo da consolidação do Capitalismo comercial
do século XV e XVI em que dividia as funções das metrópoles – detentora dos meios—, e das
colônias — produtora de insumos. Nesse sentido, desde a origem de sua colonização, o
território brasileiro foi submetido aos interesses dos povos europeus e, assim, teve seu
potencial econômico reduzido à exploração de sua vasta matéria-prima. Com isso, a grande
concentração de terras e, consequentemente, o acúmulo de poder político nas mãos de uma
pequena parcela de habitantes proporcionaram uma divergência entre a vontade das minorias
de acumular lucros e os anseios socioeconômicos de uma nação ainda em construção. Dessa
forma, alicerçou-se a sobreposição de classes no Brasil, as quais — infelizmente — perduram
até os dias atuais.

Outrossim, tal realidade não foi atenuada com o passar do tempo, já que graças à perpetuação
de um sistema político, majoritariamente, reprodutor das vontades dos grupos dominantes
agravou a pobreza e a falta de oportunidades em solo nacional. De acordo com a Organização
das Nações Unidas, o Brasil está entre os cinco países com maior desigualdade em sua
distribuição de renda. Nesse viés, a Constituição de 1988, Carta Magna que rege o Estado, a
qual assegura a igualdade de condições e cumprimento de direitos, está sendo rompida — algo
inaceitável diante de graves problemas como a evasão escolar, a subnutrição e a miséria.

Portanto, tais impasses devem ser superados a fim de que a justiça preconizada por Mandela
seja alcançada. Para isso, cabe ao Governo Federal aperfeiçoar a infraestrutura social do Brasil,
a exemplo das instituições escolares e das redes de saneamento básico. Tal atitude, por meio
da revitalização do ensino e da melhora da dignidade humana, alcançada com a melhora dos
serviços de coleta de lixo, de água e de limpeza pública, visa atenuar os disparates que levam a
parcela mais pobre a terem menos chance de conseguir a ascensão social, como a falta de
capacitação profissional. Espera-se, dessa maneira, romper, finalmente, com as amarras do
período colonial e tornar a nação menos desigual.

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