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Angelologia.

(Prof. Luciano Ferreira de Sousa).


Curso de teologia básica particular.

A angelologia é a matéria que estuda os anjos


ou seja, sua origem, essência, natureza,
comportamento, missão, dentre outras coisas
que iremos ver ainda neste estudo.

Anjos, são criaturas divinas a serviço do Eterno, desprovidos de todo e qualquer tipo de
sentimentos e emoções, porém são possuidores de inteligência.

‫מלאך‬: malakh, (hebraico).


Αγγελος: ângelus, (grego).

Anjos: mensageiros, (português).

Tanto no hebraico como no grego e também em português a palavra se refere a um tipo de


emissário ou enviado que recebeu sobre si a incumbência de executar algum tipo de
ordenança.

Os anjos são seres neutros, na verdade são energias advindas do próprio Criador, espíritos
elevados que vivem apenas para cumprir aquilo para que foram projetados, não possuindo
nenhum poder de escolha; em geral são divididos em duas classes, e são elas, anjos positivos
e anjos negativos, neste presente estudo iremos analisar essas classes e suas principais
características.

Como tudo que o Eterno criou, existem os polos positivos e os polos negativos, como por
exemplo o polo norte e o polo sul, o frio e o calor assim são com os anjos; de acordo com a
tradição judaica aliada aos pensamentos dos estudiosos do tanakh, existem dentro da classe
geral dos anjos positivos, 10 subclasses de anjos e são:

Chaiot hakodesh.

Ofanim.

Arelim.

Khashmalim.

Serafim.

Malakhim.

elohim.

Benei elohim.

Keruvim.

Ishim.

Cada ser angelical seja ele positivo ou não, tem uma missão a ser cumprida; segundo a
literatura talmúdica de Jerusalém a missão dos anjos está atrelada a sua essência, e esta, está
ligada a sua missão ou seja o nome do anjo denúncia de uma certa forma aquilo que ele foi
formado para fazer, temos um bom exemplo disso em no livro de Genesis no capítulo 32:22-29
onde o patriarca Jacó luta com um ser sobrenatural, leiamos o texto:

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(22 Naquela mesma noite levantou-se e, tomando suas duas mulheres, suas duas servas e
seus onze filhos, passou o vau de Jaboque.

23 Tomou-os, e fê-los passar o ribeiro, e fez passar tudo o que tinha.

24 Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia.

25 Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a
juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele.

26 Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não
te deixarei ir, se me não abençoares.

27 Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Jacó.

28 Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com
os homens e tens prevalecido.

29 Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que
perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou.

De acordo com os sábios da torá e alguns comentaristas das sagradas escrituras, o nome
deste anjo que lutou com Jacó era:‫ למה זה תשאל‬lamah ze tisheal, que quer dizer: porque me
pergunta isso? podemos entender então que a essência deste ser ou a sua missão era
justamente esta ou seja, manter Jacó na ignorância, na falta de sabedoria e conhecimento em
outras palavras não me pergunte nada, não queira saber de nada, pra que você quer saber?
Uma vez que o homem mais sábio do mundo o rei Salomão diz no livro de provérbios no
capítulo 24:4 (pelo conhecimento se encherão as câmaras de toda sorte de bens, preciosos e
deleitáveis.) entendemos então que possivelmente este anjo que lutou com Jacó no val do

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Jaboque era um anjo que recebeu como missão proibir o patriarca Jacó de contemplar aquilo
que ele deveria receber como sua recompensa.

Todos esses nomes assumem um possível ministério angelical, que nos anuncia a missão de
cada ser divino aqui exemplificado.

Na verdade anjos executam várias tarefas tais como levar nossas orações ao Senhor, cantar
hinos em homenagem a D’us, inclusive existem comentaristas que afirmam que justamente
este anjo que estava lutando com Jacó ficou preocupado com o romper da alva pois sabia que
havia chegado a hora dele entoar seu hino de louvor perante o Criador; outras tarefas
angelicais são: nos conceder proteção, nos auxiliar em certas decisões com a anuência do
Eterno, testar nossa fé (anjos negativos neste caso), e enfim trazer a resposta que precisamos
da parte de D’us. Os anjos são seres incorruptíveis em sua forma original pois não possui nem
um traço de humanidade sendo criaturas puras que si encontram próximos ao trono de D’us,
uns estão mais perto outros estão mais distantes, pois são de um grau inferior porem ambos
estão a serviço do Criador segundo as ordens que recebeu e a essência que possui.

O termo hebraico transliterado da seguinte maneira: Malahei habala, que em português


significa anjos da destruição que surge em textos talmúdicos da literatura sacra israelense e
até mesmo na literatura cristã do primeiro século porém com outras conotações as quais
veremos mais adiante; traz com sigo a ideia tenebrosa da existência dos anjos negativos,
espíritos castigadores, anjos estes que por sua vez também como já vimos antes, são seres
neutros projetados apenas para obedecer ordens. Anjos negativos na verdade são aqueles
que tem como missão nos testar, tentar, acusar, seduzir, confrontar, e também trazer os
decretos amargos do Eterno sobre os desobedientes; recebem o nome de negativos
justamente por executar as ordens mais obscuras; são seres inferiores que estão em uma
posição a baixo das dos anjos positivos estando assim distantes da luz de D’us; porem iremos
nos aprofundar mais no assunto “anjos negativos” em temas posteriores.

Sobre em qual momento se deu a sua criação? ainda não sabemos ao certo; porem alguns
dos estudiosos se utilizam do texto de Jó, capitulo 38 versículos do 1 ao 7 para afirmar que os
anjos foram criados antes da criação do homem e até mesmo do próprio universo em si; mais
há aqueles que também acreditam que a criação dos anjos aconteceu ao mesmo tempo que a
criação dos homens pois a onisciência do Criador já sabia que os homens iriam precisar de
ajuda e proteção desde o seu surgimento. Ao longo dos anos muitos foram aqueles que
especularam inúmeras ideias a respeito dos anjos; como sua forma física ou maneiras de
invoca-los, preces angelicais, sigilos, amuletos, dentre outras coisas mais. Sobre sua forma
física a própria Bíblia nos concede resíduos de como seria originalmente nos textos a seguir,
(Js.5:13-15) (Is.6:1-5) (Ez.1:1-14,15-25) (Dn.10:5-9) é importante fazer uma importante
observação, os profetas aqui nestas passagens estão tentando com uma linguagem humana e
portanto uma linguagem limitada, transmitir aquilo que de fato são seres completamente
transcendentais e obviamente inefáveis; o que se pode constatar é que são seres bastante
complexos para o entendimento e possível compreensão de qualquer ser humano.

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Ao que diz respeito invocações, temos muitas lendas e filosofias sobre o assunto; no ano de
1600 foi descoberto a cópia de um “grimório” que nada mais é do que um livro antigo de rituais
e encantamentos, este livro em suas origens pertenceu a um mago egípcio chamado
Abramelin, que de acordo com a história que o cerca, foi contemporâneo do patriarca Abraão,
neste livro pode se encontrar vários tipos de invocações para obter a visita dos anjos e outras
coisas ocultas, que não precisamos falar aqui até porque o próprio D’us não nos concede
autorização para tal prática, pois é dito que os seres humanos não tem a mínima competência
para lidar com tais forças.

Arcanjos

A partir de agora iremos adentrar no mundo dos arcanjos, afinal quem são eles? e o que eles
fazem? São tão grandiosos assim como dizem?

A palavra arcanjo (αρχαγγελος = Arcangelos) aparece apenas duas vezes no novo testamento
uma vez em 1 Ts.4:16 e Jd.9 o título tem suas raízes oriunda de um termo vindo do grego
koiné (comum) que era o grego mais antigo falado na época de Jesus que é a junção das
palavras (αρχη) “arque” que significa: principio ou início comunicando assim a ideia de um ser
que está em primeiro lugar, ou algo que possui primazia; e anjos (αγγελος) “ângelus” que
significa como já vimos antes, mensageiro, revelando assim um anjo superior de muita
importância dentro da sua classe ou algo desse tipo; sabemos que este termo não se encontra
no hebraico bíblico e nem no antigo testamento pois se trata de uma palavra elaborada por
escritores do novo testamento que se utilizavam dos sistemas ortográficos helenistas da época
(cultura grega).

Nos textos do tanakh o que encontramos é a palavra primeiros príncipes, referente a Miguel no
livro do profeta Daniel, capitulo 10 versículo 13, vejamos: (Mas o príncipe do reino da Pérsia
me resistiu por vinte e um dias; e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-
me, e eu o deixei ali com os reis da Pérsia).

(‫)אחד השרים‬, transliteração “ahadi hasarim” para uma melhor compreensão do termo, iremos
fazer uma breve interpretação destas palavras que estão em ascensão, direto dos originais.

A palavra primeiros que justamente no texto hebraico se encontra da seguinte forma:‫אחד‬


“ahad” não tem muitos acréscimos pois pode ser traduzida como primeiros sem nenhum
problema, porem a segunda palavra:‫“ השרים‬hasarim” que no texto foi traduzida como príncipes
não está totalmente errada porém não está totalmente correta pois esta palavra vem da raiz
verbal ((‫“ שר‬sar” que poderia até ser traduzida como príncipe, mais também pode significar
chefe, comandante, governante, etc. então devemos traduzir tranquilamente o texto da
seguinte maneira para uma melhor compreensão sobre o ministério dos arcanjos, e todo o
contexto que se pode enxergar, vejamos:

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Ahad hasarim: fica melhor traduzido como primeiro comandante ou um dos primeiros
comandantes, pois o teor do texto bíblico assim como a sua narrativa está tratando de uma
batalha cósmica. Uma coisa que também devemos observar é que a referência hierárquica
direcionada a Miguel está no plural, isso acontece porque de acordo com a tradição rabínica
advinda da época do segundo templo nos anos pós exílicos; de acordo com este pensamento,
existiam quatro arcanjos e é sobre eles que iremos falar a partir de agora.

No livro de (Gn.32:1-2) podemos entender algo fascinante, leiamos o texto:

1 Jacó também seguiu o seu caminho; e encontraram-no os anjos de Deus.

2 Quando Jacó os viu, disse: Este é o acampamento de Deus. E chamou àquele lugar
Maanaim (acampamentos).

De acordo com alguns comentaristas e conhecedores da cultura judaica, estudiosos da


literatura rabínica e mestres da teologia do antigo testamento; nesta passagem em questão
especialmente no verso 2, o patriarca Jacó se deparou com um dos quatro acampamentos de
D’us, provavelmente estes anjos que lhes saíram ao encontro são anjos de baixa patente
liderados por um anjo maior e mais forte, ou seja “um comandante”. De acordo com os
comentaristas e especialistas do assunto são quatro acampamentos chefiados por quatro
comandantes (arcanjos), os quatro acampamentos são:

 Acampamento norte
 Acampamento sul
 Acampamento leste
 Acampamento oeste

Cada acampamento tem um arcanjo como seu comandante e anjos de baixa patente ao seu
comando, estes acampamentos também representam os quatro elementos tais como, o fogo a
água o vento e a terra. Os quatro arcanjos são Miguel, Gabriel, Rafael e Uriel, tidos pela
tradição judaica e até mesmo pela tradição cristã como os mais fortes anjos de D’us.

De acordo com a parte mística do judaísmo estes acampamentos correspondem a carruagem


vista pelo profeta Ezequiel em seu livro, eles afirmam que D’us si utiliza desta carruagem para
governar e supervisionar todo o mundo.

Vamos analisar estas quatro figuras tão marcantes para a fé tanto dos judeus como cristãos
em geral.

1. Miguel (em hebraico: (ִ‫מיכ ֵאל‬Micha'el ou Mîkhā'ēl; em


grego: Μιχαήλ, Mikhaḗl; em latim: Michael ou Míchaël; é um arcanjo nas doutrinas
religiosas judaicas, cristãs e islâmicas. Os católicos, anglicanos, ortodoxos e luteranos
se referem a ele como um arcanjo protetor dos fieis servos de D’us. Em hebraico,
Miguel significa " quem é similar a D’us?" (Mi-"quem", kha “como", El-” D’ us"), o que é

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tradicionalmente interpretado como uma pergunta retórica: "Quem é como D’us?" (Em
latim: Quis ut D’us?), para a qual se espera uma resposta negativa, e que implica que
ninguém é como D’us. Assim, Miguel é reinterpretado como um símbolo de humildade
perante D’us. Miguel representa o elemento água que significa o amor e a bondade do
Eterno agindo as vezes como um tipo de advogado socorrendo os aflitos, e comanda o
acampamento sul. Uma curiosidade sobre Miguel é que ele, é o único arcanjo que com
um único bater de asas pode dar a volta em todo o planeta.
2.
Gabriel (em hebraico, ‫ַּג ב ְִרי ֵאל‬no hebraico moderno Gavriʼel, no hebraico tiberiano
Gaḇrîʼēl; em latim Gabrielus; em grego Γαβριήλ, transl. Gabriēl; em árabe, ‫جبريل‬trans.
Jibrīl ou, ‫جبرائيل‬transl. Jibrail; todos do aramaico Gabri-el, "homem forte ou força de
D’us". É, nas religiões abraâmicas, um anjo que serve como mensageiro da justa
severidade de D’us. Aparece pela primeira vez numa menção no Livro de Daniel, na
Bíblia hebraica. Em algumas tradições é tido como um dos arcanjos, noutras como anjo
da morte. Gabriel está muito ligado com a fortaleza divina e geralmente é convocado
para missões onde os juízos dos céus serão derramados gerando respeito e temor ou
em missões de anunciação. Este arcanjo comanda o acampamento norte e representa o
fogo. Gabriel aparece em uma forma oculta de acordo com a literatura ortodoxa judaica
justamente na destruição de Sodoma e Gomorra (Gn.19) sendo ele um dos anjos que
ficou para destruir a cidade pecaminosa exercendo justiça e gerando temor entre os
povos, outra passagem onde possivelmente Gabriel surge de forma bastante discreta
está em (Is.37:36-38). Segundo os estudiosos mais profundos das escrituras sagradas,
é Gabriel quem aniquila os 185 mil soldados de Senaqueribe.
3.
Rafael (do hebraico ,‫רפָ ֵאל‬transl.
ָ Rāp̄āʾēl, "D’us cura”.
Em árabe: ‫رافائيل‬transl. Rāfāʾīl; aramaico, transl. Rāfāʾīl), também conhecido como são
Rafael arcanjo, é o nome de um arcanjo comum às religiões judaicas, cristãs e
islâmicas, responsável por executar todos os tipos de cura (física, psíquica ou
espiritual). Enviado por D’us para curar em Seu Nome, Rafael significa "D’us cura" em
hebraico; a palavra correspondente a médico é Rophe. Na Bíblia, o arcanjo Rafael é
citado no Antigo Testamento, no Livro de Tobias (presente somente no cânon católico e
ortodoxo). No capítulo 5, versículo 4 (Tb 5,4) há o início das aparições de Rafael ao
jovem Tobias: " (…) Tendo saído, deparou-se lhe o anjo Rafael, sem demonstrar,
todavia, ser um anjo de D’us". Já no capítulo 6, versículo 3 (Tb 6,3), vê-se porque
imagem esculpida pelos católicos mostra o arcanjo segurando um peixe. Eis que o
grande peixe que tentou devorar Tobias e que o anjo lhe ordenou que o dominasse para
tirar-lhe o fel, o qual, é indicado que é usado pelo arcanjo para curar o pai de Tobias
devolvendo-lhe a visão. (Tb 6,11), alguns comentarista acreditam que o Arcanjo Rafael
também aparece de maneira sutil no tanque de Betesda na passagem do evangelho de
João, (Jo.5:1-15), Rafael comanda o acampamento leste e representa o elemento ar.
4.
Uriel (em hebraico: ‫אוריאל‬Uriel; no hebraico tiberiano: ʾÛrîʾēl; "Chama de Deus ou luz de
D’us") é um dos arcanjos da tradição rabínica pós-exílica, bem como de algumas
tradições cristãs.
Os anjos mencionados nos livros mais antigos do Antigo Testamento não são
designados por nomes. De fato, já o rabi Shimon ben Lakish (230 - 270) asseverava que

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os nomes específicos dos anjos foram adotados pelos judeus a partir de tradições
babilónicas, depois do exílio (muitos comentadores modernos concordam com esta
visão). Dos sete arcanjos do catolicismo ortodoxo, apenas três (Gabriel, Miguel e
Rafael) são mencionados pelos nomes nas escrituras que gradualmente foram aceitas
como canónicas. Uriel, contudo, foi nomeado no século II a.C. no Livro de Enoque -
(apócrifo), capítulo XXI: onde Uriel, intercede perante Deus pela Humanidade, durante o
período dos Nephilim - os vigilantes caídos, responsável também por trazer iluminação
ao mundo.
Quanto aos três primeiros arcanjos referidos, se referia outro, de modo a representar os
quatro pontos cardeais, Uriel era, geralmente, o quarto comandando o oeste, bem como
quando representam os quatro elementos, toma o lugar da Terra. No poema de John
Milton, Paraíso Perdido, Livro III, Uriel, é encarregado da Orbe do Sol, serve como os
olhos de D’us, ainda que, inconscientemente, dirija Satã em direção à
recém-criada Terra. Uriel é frequentemente identificado como o querubim que
"permanece junto às portas do Éden (Gn.3:24), e a cada um que o encontrar,
dependendo de sua índole, podem o ver com um pássaro, se a pessoa for justa e digna,
ou como um espada ardente se esta for injusta e má" ou como o anjo que "preside à
tempestade e ao terror" (no Primeiro Livro de Enoque). No Apocalipse de Pedro aparece
como o Anjo do Arrependimento e tão desprovido de piedade quanto qualquer demónio.
Em Vida de Adão e Eva, Uriel é representado como o espírito (um dos querubins)
referido no terceiro capítulo do Génesis. É também identificado como um dos anjos que
deram sepultura a Adão e a Abel no Paraíso.
É conhecido ainda como o Anjo da Morte, tendo tido um papel importante no episódio
das Dez pragas do Egito, em que verificou quais as portas marcadas com sangue de
cordeiro, para poupar tais casas da morte dos primogénitos.

Os estudos da linha mística judaico-cristã nos traz um bom esclarecimento sobre estes
seres e seus acampamentos que também pode ser chamado de exércitos, daí vem o
título do Eterno “Senhor dos exércitos”, de acordo com a parte mística o acampamento
do sul é o acampamento da bondade, onde o seu comandante guerreia em favor do
povo de D’us e de todos os aflitos dando-lhes proteção e livramento. Já o acampamento
do norte comandado pelo arcanjo Gabriel é o acampamento do fogo ou seja, é o
exército da fúria divina e dos juízos de D’us, através deste acampamento terremotos,
pragas e furacões si levantam por sobre todo o globo terrestre.
Já o acampamento do leste é responsável por transmitir a luz dos céus e a luz das
sagradas escrituras sobre todos os moradores da terra, trazendo assim o conhecimento
a respeito de D’us, necessário para a salvação e restauração do ser humano, assim
como libertação para homens e mulheres pois é dito que um pouco de luz dissipa toda a
escuridão.
Ao que diz respeito ao acampamento do leste fica responsável pela cura de todas as
doenças, trazendo alivio para aqueles que padecem por flagelos e enfermidades dando
assim sabedoria para os médicos e todos os profissionais da saúde, auxiliando nas
fabricações de remédios.

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Querubins e Serafins.

Falando agora sobre estes seres fantásticos, não temos muito a decertar sobre eles, pois se
tratam de classes angelicais tais como as outras que já vimos anteriormente porém nas suas
devidas traduções iremos entender algo muito interessante sobre querubins e serafins.

A palavra querubim vem do hebraico e também de alguns idiomas semíticos mais aqui neste
estudo vamos nos ater apenas nos textos originais das sagradas escrituras; em hebraico o
termo que se encontra é: ‫כרוב‬, transliterado para= keruv, que em português ficou querubim, o
significado desta palavra é incerta porém o verbo cognato acadiano significa “abençoar, louvar,
adorar”. Os querubins são mencionados em toda a escritura principalmente nos escritos de
Moises surge primeiramente no livro de (Gn.3:24) como os guardiões do paraíso perdido, e
também sobre o propiciatório da arca da aliança confeccionados de ouro puro (Ex.25:20)
simbolizando assim o favor de D’us sobre a nação e em toda a ornamentação do tabernáculo
como também no grande templo construído pelo rei Salomão filho do rei David em 1005 a.C.

Os salmistas retratam o Eterno cavalgando sobre os querubins, (Sl.18:10), mostrando assim o


possível formato desses seres, pois em várias culturas e estudos iconográficos, eles vão
aparecer como criaturas aladas, metade homem metade animal, tendo seu ministério voltado
para o serviço do louvor e adoração. São criaturas extraordinárias possuidoras de um poder
cósmico descomunal podendo até mesmo ser interpretados como os guardiões da santidade
de D’us.

Sobre os serafins o termo também vem do hebraico, ‫שרף‬, transliterado como seraf e significa
“queimar” só existem duas referências aos serafins na bíblia oficiais, e elas estão em (Is.6:1-
2,6). A tradição diz que eles são seres flamejantes porque estão muito próximos ao trono de
D’us, recebendo assim toda a sua luz e intensidade; o seu provável ministério seria o ministério
da purificação.

Sobre o seu formato físico onde eles aparecem enfaticamente no livro do profeta Isaias no
capitulo 6 verso 2, poderemos ter algum entendimento vejamos:

“Ao seu redor havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobria o rosto, e com duas
cobria os pés e com duas voava.”

(Com duas asas cobriam o rosto= se protegendo para não fitar a gloria do Eterno e serem
consumidos)

(Com duas asas cobriam os pés= ato de humildade, respeito e reverencia, geralmente servos e
escravos cobriam os pés diante de alguém superior)

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(Com duas asas voavam= ou seja demonstravam serviço ou estão dispostos a servir todos os
propósitos do Eterno).

Anjos literalmente não são nossos amigos nem tão pouco nossos inimigos, são apenas servos
de D’us dispostos a fazer a sua vontade. É terminantemente proibido fazer orações para anjos
pois tal pratica original dos agnosticistas combatida ferozmente pelo apostolo Paulo em sua
carta aos colossenses é considerada uma prática idólatra. Infelizmente tanto a igreja católica
como a igreja anglicana ainda hoje comete este grave pecado, orando e invocando as forças
angelicais; talvez o maior problema entre tudo isso, seja o fato de que anjos são seres neutros
e por conta disso ao ser chamados uma vez que as regiões espirituais lhes conceda passagem
eles irão descer de forma desenfreada atingindo assim as pessoas que os chamou de maneira
pesada e muito nociva causando até mesmo grandes tragédias por isso a melhor coisa a se
fazer é e sempre será invocar o nome do Senhor o único e verdadeiro D’us pois o nosso pai
eterno, nos ama e sempre cuidará de nós com carinho e afeto.

Bibliografia= dicionário wicliff, Bíblia sagrada, comentários bíblicos do antigo testamento,


enciclopédia livre, enciclopédia bíblica e teológica, livros dos anjos, academia rabínica, talmude
e literaturas de Jerusalém.

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