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Descrição de um Serviço de Vídeo sob Demanda

    Um serviço de vídeo sob demanda envolve o armazenamento de dados multimídia


tais como textos, imagens, áudio e vídeo em servidores. O projeto de tais servidores
difere do projeto de servidores convencionais fundamentalmente por requerer a
transmissão dos quadros de um filme em tempo real, ou seja, se 30 quadros não
chegarem para o cliente a cada segundo, a exibição perde a continuidade. Ademais,
um servidor de vídeo requer alta capacidade de armazenamento e alta largura de
banda para a leitura em disco e transferência pela rede dos dados multimídia.
    Dependendo da interatividade permitida ao usuário, um serviço de vídeo sob
demanda pode ser classificado como:
Quasi Video-on-Demand (Q-VoD)
O usuário deve esperar até que se forme um grupo de usuários para então começar a
assistir o programa.
Near Video-on-Demand (N-VoD)
Um mesmo filme é transmitido em vários canais, separados por intervalos de tempo
iguais. O usuário não tem interatividade total e pode avançar ou retroceder no filme
em intervalos discretos.
True Video-on-Demand (T-VoD)
Cada usuário tem controle total sobre a apresentação do filme, podendo iniciar a
apresentação quando quiser e também executar todas as operações que existem no
controle de um videocassete.
    O servidor de vídeo sob demanda que está sendo desenvolvido no departamento de
ciências da computação da UFMG, dentro do projeto ALMADEM, é do tipo True-VoD, e
é baseado apenas em equipamentos de paixo custo, PC's comuns com sistema
operacional Linux. A figura abaixo mostra os componentes básicos de um sistema de
vídeo sob demanda.

    Através de uma concepção distribuída, o servidor poderá atender até 400 clientes.
Os clientes poderão acessar o servidor através de PC's comuns ou através de set-top-
boxes, equipamentos desenvolvidos com a finalidade específica de decodificação dos
filmes digitais e conexão com monitores de TV convencionais.
    O servidor comunica-se com os clientes através de uma rede de alta velocidade.
Inicialmente o laboratório de VoD do DCC possui para testes uma rede fast-Ethernet e
também uma conexão Myrinet a 1 Gbps.
    Os dois elementos principais da arquitetura de software do servidor são o
subsistema de armazenamento em disco e o subsistema de rede. através deles, os
filmes são lidos das matrizes de discos, armazenados na memória principal do
servidor, e em seguida enviados para os clientes pela rede.
    Cada filme é colocado no disco através de políticas de lay-out de disco bem
definidas, com a finalidade de se otimizar a leitura, minimizando overheads como
tempo extra gasto realizando seeks. Os filmes são lidos ciclicamente e em blocos de
tamanho constante (CDL), em um escalonamento do tipo Round-Robin, onde o
tamanho do bloco é a quantidade de dado necessária para a decodificação no cliente
em um quantum de tempo.
    O filme é enviado ao cliente a uma taxa constante, obtendo-se um tráfego CBR
(Constant Bit Rate). Entretanto, o tráfego de vídeo digital codificado é de natureza VBR
(Variable Bit Rate) . A transformação de uma forma de tráfego para a outra é realizada
no cliente, que possui buffers que permitem a compensação das variações na taxa de
leitura, garantindo a apresentação contínua do filme.
    Outro problema significativo no projeto de um servidor de vídeo está na avaliação
dinâmica dos recursos do servidor, para que este possa ser utilizado com eficiência
máxima e ao mesmo tempo garantindo a qualidade de serviço (QoS) ao cliente. São
utilizados algorítmos de controle de admissão para controlar o acesso ao servidor.
Quando um novo cliente acessa o servidor, um módulo de controle de admissão
verifica se existem recursos suficientes, tanto de disco como de rede, para satisfazer o
pedido, mantendo um serviço ininterrupto aos demais clientes. Esses algorítmos
podem ser determinísticos, que dão 100% de garantia de que a QoS vai ser mantida,
ou podem ser estatísticos, que adotam estimativas para variáveis não determinísticas
do sistema e não garantem a QoS, mas permitem uma maior utilização dos recursos
do sistema.
    O protótipo atual do servidor básico de vídeo do DCC está em funcionamento e pode
ser demonstrado, podendo suportar um número da ordem de 40 clientes. Esse
protótipo ainda pode ser melhorado na eficiência de utilização dos recursos e vai ser
estendido para uma versão distribuída.

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