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Não importa qual é a função do líder, ele precisa treinar outros para ajudar, esse é o
princípio de Deus.
O líder não deve levar todo trabalho da obra sozinho, não deve ser exclusivista.
Alguns fazem isso por absoluta sinceridade. Eles querem fazer tudo sozinho porque
entendem que aquilo é obrigação deles. Outros fazem por uma tolice, por perfeccionismo,
pensando que se querem algo bem feito devem fazer por eles mesmos e não compartilham
a liderança com ninguém.
Há ainda outros que não fazem isso porque não foram orientados. O nosso trabalho
ministerial é treinar os santos para fazerem a obra de Deus. O Senhor concedeu à igreja
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres com vistas ao treinamento dos
santos. Portanto, o nosso trabalho principal é treinar pessoas.
O verdadeiro líder tem uma equipe, o pastor bem sucedido também. Quem não tem
uma equipe, nada tem, porque sozinho ninguém pode fazer algo realmente relevante.
2. Crie uma cadeia de discipulado
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo
transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” (2Tm 2.2).
No trabalho do Senhor Jesus havia uma organização envolvida. Ele treinou uma
equipe. O nosso trabalho é, também, treinar uma equipe.
Você está envolvido em uma estrutura e, por um lado, alguém, através de um
discipulado, precisa lhe treinar. Mas, por outro, você deve ter clareza que está discipulando
outros.
A cadeia de multiplicação de liderança espiritual acontece da seguinte forma: Paulo
ensinou a Timóteo, Timóteo vai ensinar esses homens idôneos, estes, por sua vez,
ensinarão outros e assim sucessivamente. Essa é a organização do reino, a visão da
igreja.
Para isso treinamos pessoas. Se todos fizerem isso, podemos conquistar nossa
geração. Cada linha de comunicação, cada posição de autoridade dentro da igreja é uma
posição de discipulado. O pastor não tem apenas pastores auxiliares, ele tem pastores que
são seus discípulos, que ele treina para fazerem o que ele faz. O pastor de rede não tem
apenas uma equipe de discipuladores para ajudar a fazer algo, eles são discípulos do
pastor da rede. Moisés, ele era um pastor que infelizmente não tinha esse entendimento.
Ele queria realizar todo trabalho sozinho.
3. Escolha os líderes certos
“Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta- me setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo.” (Nm 11.16).
Precisamos treinar pessoas, criar uma cadeia de multiplicação de líderes e, depois,
escolher líderes certos. Em Números 11.16, o Senhor diz para Moisés escolher líderes.
Esses homens foram, então, checados se eram reconhecidos pelo povo.
Contudo, esses líderes precisam ser pessoas que tenham seguidores. Quem não é
seguido por alguém não é líder. Quem não tem discípulo ainda não é líder.
O importante É entendermos que precisamos escolher pessoas certas para
investirmos nelas. Devem ser pessoas apropriadas às condições que o Senhor coloca para
o povo de Israel:
▪ Homens capazes.
▪ Homens tementes a Deus.
▪ Homens de verdade.
▪ Compartilhe a visão.
Ensina-lhes os estatutos e as leis e faz-lhes saber o caminho em que devem andar e
a obra que devem fazer.” (Êx 18.20).
Compartilhar a visão é compartilhar o trabalho que deve ser feito. A orientação foi
para que Moisés compartilhasse a obra que deveriam fazer.
Todo líder deve conhecer a Palavra de Deus, contudo, o texto diz para ensinar não
somente a Palavra de Deus, mas o caminho em que eles devem andar e a obra que devem
fazer. Ninguém nasce sabendo. É angustiante não saber exatamente o que fazer.
Na visão de células isso não acontece. É horrível pessoas que começam a liderar
uma célula, mas não sabem que postura tomar. Essa é, infelizmente, a realidade de muitas
células. Não há treinamento, apenas ordenam: vá liderar uma célula.
Quando alguém começa a liderar uma célula, ou um grupo, ele ganha um título, uma
posição, como vimos anteriormente. Porém, se não souber o que fazer nessa célula ela
não perseverará, o resultado será frustração e fracasso.
5. Desenvolva um plano
Em Êxodo 18.20 lemos que cabia a Moisés ensinar a obra que deveria ser feita. Isso
envolve a visão da obra, mas certamente nos fala também de planejamento.
Cada líder deve saber exatamente aquilo que se espera dele, mas precisa também
entender como se relacionar com os demais membros da equipe e como o seu trabalho se
encaixa dentro da estrutura geral da visão. Há um objetivo geral a ser alcançado e cada um
precisa saber como o seu trabalho contribuirá para atingi-lo. A isso chamamos de
relevância.
6. Transfira a unção
“Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do
Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que
não os leves tu somente” Números 11.16,17.
Deus transferiu do espírito que estava sobre Moisés e colocou sobre sua equipe.
Você terá o Espírito Santo e o espírito do seu líder, que está sobre você, em sua vida.
Por isso algumas pessoas falam sobre ligações de alma, que certos líderes estabelecem
com o liderado, produzindo uma cadeia mental.
Isso realmente existe, mas esse texto está falando de outra coisa: de você, como
líder, passar seu espírito aos seus liderados. Por isso, ninguém aprende liderança apenas
em sala de aula, mas todos precisam receber do espírito do seu pastor.
7. Delegue autoridade
O líder não deve ter medo de delegar. Números 11.27-29 diz:
“Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam
no arraial. Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e
disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim?
Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu
Espírito!”.
Grandes líderes lideram líderes.
Eles não têm receio de compartilhar a unção, pelo contrário, se alegram ao verem
irmãos com funções semelhantes, ou até maiores, a deles.
Para ter uma jornada bem sucedida em sua liderança, o líder deve pagar o preço. A
indisposição para fazer isso é o que tem levado algumas pessoas a ficar aquém do que
podiam alcançar em Deus. Elas poderiam alcançar mais em Deus, mas não o fazem
porque não querem pagá-lo. O líder nunca alcançará o propósito se falhar em pagar o
preço.
O líder deve discernir entre o que tem preço e o que não tem, entre o caro e o barato.
Coisas baratas não exigem esforços, tempo ou sacrifício. Líderes que têm edificado uma
obra barata, de madeira, palha e feno, ainda reclamam: “Mas é difícil demais, é cobrança
demais. Liderar célula é pesado demais!”.
Querem ser vencedores e pagar pouco.
Para ser vencedor há um preço espiritual a ser pago.
O preço possui as suas leis, o líder mais do que ninguém deve estar ciente delas.
1 - Há uma etiqueta de preço em tudo que possui valor.
O preço não está necessariamente ligado ao dinheiro. Preço envolve energia, tempo,
relacionamento, sono, prazer, vigília, jejuns, renúncias a amizades e, claro, por vezes
envolve também dinheiro. Outras vezes, ele está relacionado à capacidade de suportar
pressões, críticas, isolamentos, rejeição e dor. Essas coisas nos falam do sacrifício feito por
Jesus, do preço pago por Ele.
2 - O que o líder pode alcançar depende do preço que você está disposto a
pagar.
Quando o Senhor Jesus disse para Mateus segui-lo, o cobrador de impostos estava
sentado em sua cadeira na coletoria de impostos, ganhando seu dinheiro. Mas quando o
Senhor disse: “Segue-me!”, um valor foi estipulado. É possível que Mateus tenha olhado
relutante para sua mesa cheia de dinheiro. Ele teve que pagar o preço da renúncia.
Podemos prever o futuro sucesso de um estudante pelo preço que ele paga na
escola. Não o preço pago na mensalidade, mas sim aquele pago estudando, a renúncia
assumida em prol do aprendizado.
Esse preço pago dá indicativos de como será seu futuro. Ninguém precisa ser
adivinho para saber quem será vencedor ou não. Pelo preço pago, sabemos quem se
destacará como médico, engenheiro ou pastor. São os dispostos a pagar muito, a renunciar
a muita coisa.
O vencedor tem quatro características básicas:
▪ Primeira, ele possui compromisso com a excelência e excelência custa caro.
▪ Segunda, ele nunca se mede pela média, pelo comum, ele sempre se mede e se
compara pelo o que está à frente.
▪ Terceira, ele dá atenção aos detalhes. A diferença entre o primeiro e o segundo
colocados é uma questão de detalhe: a diferença entre o atleta que alcançou o primeiro
lugar daquele que alcançou o segundo nos 100 metros rasos é de milésimos de segundo.
Apenas um detalhe e, em se tratando de ser vencedor, um detalhe faz toda a diferença.
▪ A quarta característica dos vencedores é a consistência. Eles são constantes nos
seus resultados e o que fazem possui coerência e integridade.
3. Nem todos pagam o mesmo preço. Cada um de nós tem uma cruz diferente
para carregar.
Não adianta ficarmos comparando nosso preço a pagar, ou o sacrifício a fazer, com
os dos outros. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Há uma cruz para cada um. Por isso, nunca deseje o
que os outros têm alcançado sem antes descobrir o preço que eles já pagaram ou estão
pagando.
O preço para certos objetivos é mais caro para quem nasce no interior do que para
quem nasce em uma grande capital. E quem nasce em São Paulo acaba pagando mais
caro do que quem nasce em Nova Iorque para alcançar outros objetivos. É assim que
funciona: todos pagam seu próprio preço. Não fiquemos nos comparando com os outros,
apenas tomemos a cruz que nos cabe.
4 - Quanto mais deseja algo, mais você está disposto a pagar por ele.
Existe uma relação interessante entre desejo e preço. É a lei da oferta e procura.
Quando todos desejam muito algo o seu preço será inflacionado. Por outro lado, quando
desejamos algo a nossa percepção do preço é diferente. Sempre achamos barato ou até
ignoramos o valor daquilo que realmente desejamos.
Quanto maior o sonho, maior será o custo, porque “Àquele a quem muito foi dado,
muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc
12.48b). Muitos querem cargos, mas não querem a responsabilidade do trabalho duro.
5. Se você reclama do preço você provavelmente vai desistir de pagá-lo.
Quem reclama do preço muito provavelmente não quer pagá-lo. O líder pode tomar
isso como um princípio até mesmo para selecionar os seus discípulos. Quem acha caro
demais não paga.
Quem vive pechinchando, querendo baratear o preço, ou seja, nada de cobrança, de
multiplicação, de pressão, de alvo, de oração e de levar alguém a algum lugar, uma pessoa
assim não deveria compor a sua equipe.
Não é meramente uma questão de abaixar o preço, mas da completa anulação do
mesmo, ou seja, não quererem pagar nada.
Ao escolher seus discípulos, escolha os que acham que vale o preço, que olham e
dizem confiadamente: “Vale. Eu vou pagar!”. Jesus disse: “Ninguém que, tendo posto a
mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).
Se um líder, ou pastor, quiser ser medíocre, o preço é baixo. O preço da mediocridade
qualquer um paga. Mas, se o líder quiser ter um ministério maior, ele não deve ser iludido,
o preço é alto. É fácil jogar pedras em pastores com ministérios grandes, achando que é
fácil estar onde eles estão. Pode ser que lá de cima alguns tenham caído, pois quanto mais
alto for, maior pode ser o tombo. Mas uma coisa é certa, para chegar lá um preço foi pago,
não foi de graça.
6. Seus talentos não determinam o seu sucesso na vida, mas o preço que você
se dispõe a pagar.
O lendário violinista Isaac Stern foi abordado certa vez, depois de um concerto, por
uma mulher de meia idade. Ela estava entusiasmada: “Oh! eu daria a minha vida para tocar
como o senhor”. Ao que Stern reagiu: “Minha senhora, foi exatamente isso que eu fiz”.
As pessoas sempre usam os dons como desculpa: “Se eu tivesse o dom de ensinar
que fulano tem, eu ensinava desse jeito também”. Todavia, para ensinar com excelência, é
preciso investir tempo em leitura, em resumos, repetições, tentativas e desenvolvimento.
É mais cômodo dizer que alguém se sai bem por ter o dom. Esse é o padrão da
mediocridade: “Eu não tenho o dom”. Se for assim, qual é o seu dom? A essa pergunta, os
medíocres fogem ou se esquivam de responder. Eles fazem isso porque sabem que o dom
não é o segredo do sucesso.
7. Você será criticado por pagar o preço.
A crítica é um dos maiores motivos para a desistência. Quantas vezes eu já ouvi:
“Não precisa disso tudo para ser pastor. Não precisa disso tudo para ser líder de célula”.
Você sempre será criticado se resolver pagar o preço. Vão dizer que “não vale”.
Se você comprar um carro usado, logo alguém irá lhe perguntar: “Quanto você
pagou?”. É só responder que já vem à sequência: “Que isso? Por que você pagou tudo
isso? Por que não falou comigo antes?”.
Se há uma ideia que nos incomoda é a ideia de que pagamos além do que
precisávamos, faz-nos mal só pensar. Não só em relação a dinheiro, mas em todas as
áreas possíveis. Faz mal ter a sensação de que eu não precisava ter lido tal livro, que eu
não precisava daquele jejum, daquela vigília, que eu não precisava ter renunciado a algo.
Esses pensamentos, além de nos fazerem mal, ainda contribuem para que
desistamos de nossos sonhos e projetos. Todavia, líderes vencedores são os que pagam o
preço da crítica!
8. O preço nunca diminui
Esse princípio não se aplica apenas à vida natural, mas à espiritual também. O preço
só aumenta. A cada vez que somos bem-sucedidos em um desafio, o próximo se tornará
mais difícil, o preço ficará mais alto.
Para ser um líder de célula há um preço; já para ser discipulador, o preço já é outro,
muito mais alto. Pensar que o preço vai diminuir — que agora está difícil, mas depois ficará
fácil — é ilusão.
A vida pode ser comparada a subir uma escada. É fácil nos primeiros degraus, no
centésimo é que a perna já não responde mais. É angustiante subir vinte, trinta andares. O
primeiro é simples, mas no vigésimo andar o cansaço tomou conta.
Quem acha que fica mais fácil, mais barato, se engana. A cada dia fica mais caro, em
todos os sentidos. Levar uma igreja de cem membros a atingir duzentos custa algo, mas
levar dez mil a se tornar vinte custa muito mais caro. Deus nunca disse que as coisas
seriam fáceis. Ele prometeu poder, vida abundante, paz e uma série de outras coisas, mas
não a promessa de uma vida fácil.
9 - O preço aumentará quando aumentar seu desejo de crescer e de se tornar
mais íntimo de Deus
É um aparente paradoxo. O preço aumenta, mas a sensação é que ficou mais barato.
Ocorre que, quando se quer muito alguma coisa, paga-se qualquer preço por ela. Jacó
queria se casar com Raquel, mas Labão, o pai dela, disse que, para isso, Jacó teria que
trabalhar sete anos de graça.
Como pagamento por sua filha. Jacó se submeteu ao trabalho e, ao final do prazo,
Labão, ao invés de lhe entregar Raquel, lhe deu Lia, a filha mais velha.
Labão ainda disse a Jacó: “Se quiser Raquel, terá que trabalhar mais sete anos”. A
Bíblia diz que, para Jacó, esses outros sete anos passaram como uma semana, tal era o
amor que ele sentia por Raquel (Gn 29.20). Quatorze anos de trabalho é um valor alto ou
baixo por uma esposa? Essa é a vantagem de estar apaixonado, você paga e ainda acha
bom.
10. Você não alcançará amanhã o que não quer pagar hoje
Na vida espiritual, primeiro se paga, só depois se recebe. Há quem queira negociar:
“Senhor, é o seguinte: eu não tive tempo de preparar essa reunião, eu prometo que, se o
Senhor me abençoar hoje, amanhã eu estudo a lição”. “Senhor eu não tive tempo de orar,
mas faz o seguinte, o Senhor me dá a unção e, na semana que vem, eu jejuo”. Essa
negociação não funciona. Muitos passam a viver à base de promessas. Mas as coisas de
Deus não funcionam assim. O pagamento acontece antes de qualquer coisa: primeiro se
planta, só depois se colhe.
Não se pode alcançar amanhã o que não se quer pagar hoje. Não se pode colher o
que não se plantou. É muito triste ver alguém sem nada para contribuir hoje porque,
quando o preço foi estipulado, ele não quis pagar. Não tente inverter os valores com Deus.
Com o Senhor, primeiro se planta, depois se colhe.
Referência Bibliográfica
SILVA, Aluízio A., 2008- Fundamentos de uma liderança apaixonada / Aluízio A. Silva —
Goiânia: VINHA Editora, 2008