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CURSO DE LIDERANÇA PASTORAL

Professor: Pastor Lucas Araújo


Disciplina: Liderança apaixonada
Aluna: Jéssica Larissa Barbosa Marinho Altmann
Data: 30/06/2022

Fundamentos da Liderança Apaixonada - Autor: Aluízio Silva

Capítulo 1- Cada membro um líder


A visão de que cada crente é um ministro é uma chave para conquistarmos nossa
geração e praticarmos a vida da igreja como o Senhor planejou.
Liderança é a capacidade de influenciar um grupo. Líderes possuem ambição,
energia, conhecimento e iniciativa. O propósito da criação do homem foi para que ele
tivesse domínio sobre a terra, para governar em seu meio ambiente.
O homem foi criado para ser um líder. O destino do homem é a liderança. O propósito
da criação do homem foi para que ele tivesse domínio sobre a terra, para governar em seu
meio ambiente.
Mitos da Liderança
Esses mitos nos foram inculcados e eles afetam nossa mentalidade e bloqueiam o
espírito de liderança dentro de nós:
● O mito de que líderes nascem líderes, não são formados/gerados.
● O mito de que a liderança é a vontade de Deus apenas para alguns.
● O mito de que o líder é aquele com a personalidade mais carismática.
● O mito de que o líder é aquele com temperamento mais autoritário ou poderoso.
● O mito de que a liderança é resultado de um treinamento especial.
Precisamos rejeitar esses conceitos, essa mentalidade. Por mais que um líder não
tenha sido treinado, o propósito de Deus para a nossa vida é que lideremos.
Capítulo 2 - Fundamentos da Liderança
Nós nascemos e fomos criados para liderar, e a liderança, como Deus a planejou, é
algo que fluirá espontaneamente, uma vez que nós nos aprofundamos nos princípios da
Palavra de Deus.
John Maxwell afirma que liderança é influência. Sendo assim, o homem cheio do
poder e da autoridade através do Espírito Santo influenciará a muitos.  Não exercer
influência é não ser sal, pois todo sal influencia. A principal característica do sal é a
influência. É impossível jogar sal em algo e não percebê-lo; assim deve ser todo crente
com sua liderança.
1- A imagem gera o domínio
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os
animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.”
(Gn 1.26)  O domínio em Gênesis 1 está intimamente associado à imagem. Não podemos
separar domínio de imagem.
Tudo é determinado por aquilo com que você se parece. Se com escorpião, serpente,
cordeiro ou filho de Deus.
Por causa da queda nós perdemos a imagem, mas a obra do Espírito Santo hoje é
nos transformar para expressarmos a Deus. A palavra “transformar” é metamorfos no
original grego. Esta Palavra transformação ocorre três vezes na Bíblia: Em Rm12:2, II Co
3:18 e Mt 17.
2 - o sacerdócio introduz a realeza
No Velho Testamento havia dois ministérios básicos: o sacerdócio e a realeza. O
primeiro ministério foi o sacerdócio. O sacerdócio introduz a realeza do mesmo jeito que
Samuel o sacerdote constituiu a Davi como o rei. E o sacerdote João Batista, da tribo de
Levi, introduziu o rei Jesus da tribo de Judá.
Se formos genuínos sacerdotes seremos introduzidos na realeza. Primeiro somos
sacerdotes levando as pessoas até Deus e então nos tornamos reis manifestando a
autoridade do reino sobre a terra.
Hoje somos feitos uma nação de sacerdotes. Se somos uma nação de sacerdotes
podemos vir a ser também uma nação de reis, ou seja, de líderes. “Vós, porém, sois raça
eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de
proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”
1Pe 2:9.
3 - O domínio pelo serviço
Mateus 20:20-28 No texto o Senhor não repreendeu os discípulos por desejarem
dominar como fazem os reis dos povos. Ele até disse: “se alguém desejar ser grande...”
Isto nos mostra que o desejo de domínio existe em nós porque fomos criados para isso.
Todavia o Senhor mostrou a forma como podemos dominar: pelo serviço. Isto não
significa que teremos de fazer tarefas onde não enxergamos propósito nenhum. Ele mesmo
se colocou como exemplo de alguém que estava servindo. E como o Senhor estava
servindo? Cumprindo o propósito de Deus para ele.
Ele veio para dar a sua vida em resgate de muitos. Ao fazer isso ele estava servindo e
exercendo domínio. Portanto o verdadeiro espírito da liderança é servir aos outros através
do cumprimento do propósito para o que fomos chamados.
4 - O poder para dominar
Para que Adão pudesse dominar ele precisava da imagem, mas também precisava de
um segundo elemento: comer da árvore da vida. Somente depois de comer da árvore da
vida ele estaria definitivamente habilitado para dominar como cabeça sobre a terra.
Comer da árvore da vida nada mais é que receber a vida e a energia de Deus dentro
de si. A última promessa do Senhor aos discípulos não foi o céu, mas o poder (At.1:8).
O poder de Deus nos transforma em leões. Um exército de ovelhas liderado por um
leão sempre vencerá um exército de leões liderado por uma ovelha (M. Munroe). Davi tinha
o rebanho de rejeitados, mas como era um leão os transformou em matadores de gigantes.

Capítulo 3 - Crescimento da influência


Apesar de sermos, nós devemos ainda nos tornar líderes. Isso quer dizer que nós, já
somos em essência, não de fato; precisamos ser transformados. O grão de mostarda é
uma grande árvore em essência, mas ele precisa passar por uma transformação,
desenvolvendo-se até alcançar todo o seu potencial.
Com nossa liderança não é diferente: ela precisa ser transformada, submetida ao
tempo e crescer em influência, atualizar sua potência.
O Exemplo de Josué
Podemos ver como isso aconteceu na vida de Josué.
Quando Josué foi enviado para espiar a terra, ele já era um líder em sua tribo
(Efraim), porque foram enviados para espiar apenas os cabeças de cada tribo. Todavia ele
não tinha uma influência muito significativa.
1 - A liderança Josué no início
Não tinha influência: Josué, juntamente com Calebe, se levantou e tentou mostrar
que a terra poderia ser conquistada, mas ninguém lhe deu crédito.
Ninguém cria nele: O relatório de Josué a respeito da terra foi positivo, mas as
pessoas não criam nas suas palavras.
Ninguém o seguiu: Os outros dez espias conseguiram que todo o povo os
seguissem, mas Josué não conseguiu nem mesmo um seguidor. Ele não parecia um líder
promissor.
Ninguém o respeitou: Observe que além de não ter o reconhecimento do povo,
Josué nem sequer tinha o respeito deles, pois depois de ouvi-lo as pessoas queriam
apedrejá-lo (Nm. 14:10).
2. Como Josué cresceu em influência
O reconhecimento vem pela constância. A influência é resultado da unção e caráter.
Josué não ficou desanimado por ter de caminhar quarenta anos no deserto por causa
do povo. Ele poderia ter entrado na terra rapidamente, mas caminhou com o povo por
todos aqueles anos.
a. O reconhecimento e a influência cresceram por causa do relacionamento com
Moisés - Dt. 31:1-8 e 23. Um líder somente pode ser formado por outro líder. Ninguém pode
se tornar um líder apenas estudando numa sala de aula, é preciso acompanhamento e
discipulado.
b. O reconhecimento cresceu com o tempo - Js. 18:1-10
A palavra de Josué no verso 3 foi a mesma de Números 14, mas agora a sua
influência era outra e a geração era outra, agora ele tinha reconhecimento para levá-los
adiante.
c. O reconhecimento vem pelo caráter e a busca do Senhor - Ex. 33:11.
Enquanto Moisés orava, Josué não se apartava da porta da tenda. Quem deseja
crescer busca estar com o seu discipulador. Josué foi chamado de servidor de Moisés. O
serviço mostra o caráter.
“Falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala a seu amigo; então,
voltava Moisés para o arraial, porém o moço Josué, seu servidor, filho de Num, não se
apartava da tenda.” Ex. 33:11.
d. O reconhecimento vem pela transferência de unção - Dt. 34:9, Nm. 27:18
Depois que Moisés impôs as mãos sobre Josué ele cresceu em influência e
reconhecimento diante da congregação.
“Então, responderam a Josué, dizendo: Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde
quer que nos enviares iremos. Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos
a ti; tão-somente seja o Senhor, teu Deus, contigo, como foi com Moisés.” Js. 1:16-17.

Capítulo 4 - Níveis de Liderança


De maneira prática existem cinco níveis de liderança:
● Nível 1: Posição
● Nível 2: Permissão
● Nível 3: Produção
● Nível 4. Desenvolvimento de Pessoas
● Nível 5: Maturidade Pessoal
Nível 1: Posição
O nível básico da liderança é aquele conferido pelo título.
Em outras palavras, a pessoa é nomeada líder, mas é só o chefe, ela manda porque
há uma hierarquia, uma estrutura na qual cada um recebe um título, e ganha uma posição,
um título. Nesse primeiro nível, as pessoas se submetem a ela apenas por causa do título,
do cargo que ela ocupa.
Um líder autêntico conhece a diferença entre ser chefe e ser líder. Não fomos
chamados para chefiar, mas para liderar.
● O chefe pressiona seus subordinados; o líder treina-os.
● O chefe depende da autoridade; o líder da boa vontade.
● O chefe inspira medo; o líder inspira entusiasmo.
● O chefe diz, “eu”; o líder, “nós”.
● O chefe atribui a alguém a culpa do problema; o líder sai do problema.
● O chefe sabe como é feito; o líder mostra como é feito.
● O chefe diz “vá”; o líder diz “vamos!”.
Apenas o título não é capaz de executar muito, cargos não motivam muita gente.
Então, o sucesso ao liderar uma célula depende da capacidade de continuar avançando
em níveis mais altos de liderança, de sair do nível posicional, mas não há como não passar
por ele.
O que se deve fazer nesse momento?
▪ Em primeiro lugar conheça a fundo suas atribuições;
▪ Aceite responsabilidades.
▪ Faça além do que se espera, além do que pediram.
Nesse primeiro nível de liderança é a fase de propor ideias para a equipe, dar
sugestões, trazer sonhos para o grupo. Essa atitude atrairá a atenção deles e do cargo e
você poderá, então, chegar a outro nível, o segundo nível, que é o nível do respeito.
Nível 2: Permissão
“Liderança é fazer as pessoas cooperarem com o líder quando não são obrigadas.”
Isso só acontecerá quando o líder avançar para o segundo nível de influência.
As pessoas não se importam com o título até perceberem o quanto o líder se importa
com elas. Liderança começa no coração, não na cabeça.
John Maxwell diz que é possível amar e não liderar, mas é impossível liderar de fato
sem expressar amor. Por isso, a verdadeira liderança só acontece na Igreja. Lá fora, quase
que exclusivamente a liderança fica no primeiro nível.
O que fazer nesse nível:
▪ O líder precisa amar as pessoas do seu grupo.
▪ O líder precisa ajudar os membros da célula nas suas lutas.
▪ O líder precisa ver através dos olhos de outras pessoas.
▪ O líder precisa colocar os membros como prioridade.
▪ O líder precisa posicionar-se com segurança diante do grupo.
▪ O líder precisa incluir todos os membros da célula na sua comunhão.
▪ O líder precisa agir com sabedoria com as pessoas difíceis e resistentes.
Nível 3: Produção
O líder que responder corretamente, avançará ao terceiro nível, o nível de produzir
algo e obter resultados. O líder não pode querer sair do nível da posição direto para o da
produção de resultados, sem passar pelo nível da permissão de seus liderados. Isso só
criará indisposição e má vontade.
É neste momento que o líder pode falar do evento-ponte para multiplicar a célula, de
levar pessoas ao encontro e pedir o empenho de cada um. Nessa fase o líder pode cobrar
o empenho, porque ele fez amizades, já mostrou que ama as pessoas e que estão lá
primeiro por causa delas, depois por causa do alvo.
Nesse momento o líder, pode esperar que haja a prestação de contas, perguntar por
que não foram à reunião, por que não cooperaram.
O que o líder pode fazer nesse nível:
▪ Aceitar o desafio e a responsabilidade de multiplicar.
▪ Perseguir o seu propósito de crescimento.
▪ Fazer com que todos prestem contas.
▪ Planejar estratégias que propiciem alcançar o alvo.
▪ Comunicar a estratégia e a visão da igreja.
▪ Tornar-se um instrumento de desafio para os membros.
▪ Tomar as decisões difíceis que estabelecerão uma diferença.
Nível 4: Reconhecimento
Nesse nível, o líder não tem só o cargo, o título, mas também a permissão deles para
liderar, eles lhe reconhecem e sua célula está crescendo. É hora de avançar para um novo
nível, que é o nível de investir na formação de novos líderes. O nível de reconhecimento é
também um nível de multiplicação, porque, além de liderá-las, elas vêem o líder como
modelo a ser seguido.
Neste nível, o líder começa a inspirá-los. Um verdadeiro líder pode ser reconhecido
por sua equipe. Um líder verdadeiro, um líder grande, é aquele que delega que se
multiplica e gera líderes.
O que o líder pode fazer nesse nível:
▪ Conscientizar-se de que os irmãos são seu mais valioso trabalho.
▪ Priorizar o discipulado de pessoas.
▪ Ser um exemplo a ser imitado.
▪ Concentrar seus esforços nos líderes em treinamento.
▪ Proporcionar oportunidades de crescimento a eles.
▪ Ser capaz de atrair vencedores para perto de você.
Nível 5: Maturidade Pessoal
Neste nível é muito fácil liderar. Se o líder de célula que chega a esse nível começar a
liderar outra célula, ele rapidamente galgará as outras posições. Por causa da maturidade
que atingiu. Ele já tem o reconhecimento completo daquela célula, já é um exemplo de
liderança, já inspira outros líderes.
Agora seus discípulos são leais ao líder e estarão dispostos a se sacrificar por ele,
dispostos a fazer além do que é pedido, porque ele alcançou esse nível de
reconhecimento, passou muito tempo treinando, orientando e moldando, se tornou um
modelo de liderança e agora sua alegria é ver isso acontecendo com outros.
Para avaliar sua liderança, o líder precisa saber em que nível se encontra e o que
este nível exige dele, quais as qualificações, as ações que você deve ter para poder passar
para a próxima.
Avançar para o próximo nível exige que o líder passe no atual. Assim ele se tornará
um líder produtivo, abençoado, que atinge o propósito para o qual foi designado.

Capítulo 5 - Princípios de organização do Reino


O líder na obra de Deus, passará por uma série de fases, de ciclos, cada vez que o
Senhor lhe colocar em uma posição nova. A Palavra de Deus nos dá alguns princípios de
liderança, a maneira como o Senhor organizou o Seu povo.
Nós também nos organizamos, e a cada nível de liderança devemos nos lembrar de
alguns princípios do livro de Êxodo. Usamos Moisés e a nação de Israel como exemplos
desses princípios de organização e de liderança. Vejamos sete princípios que todo líder
multiplicador precisa ter e praticar para ver a sua liderança avançar.
1. Treine outros para ajudar
“Eu sozinho não posso levar todo este povo, pois me é pesado demais. Se
assim me tratas, mata- me de uma vez, eu te peço, se tenho achado favor
aos teus olhos; e não me deixes ver a minha miséria. Disse o SENHOR a
Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem
anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo.” (Nm 11.14-16).
“Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de
verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil,
chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez; para que julguem este
povo em todo tempo. Toda causa grave trarão a ti, mas toda causa pequena
eles mesmos julgarão; será assim mais fácil para ti, e eles levarão a carga
contigo.” (Êx 18.21,22).

Não importa qual é a função do líder, ele precisa treinar outros para ajudar, esse é o
princípio de Deus.
O líder não deve levar todo trabalho da obra sozinho, não deve ser exclusivista.
Alguns fazem isso por absoluta sinceridade. Eles querem fazer tudo sozinho porque
entendem que aquilo é obrigação deles. Outros fazem por uma tolice, por perfeccionismo,
pensando que se querem algo bem feito devem fazer por eles mesmos e não compartilham
a liderança com ninguém.
Há ainda outros que não fazem isso porque não foram orientados. O nosso trabalho
ministerial é treinar os santos para fazerem a obra de Deus. O Senhor concedeu à igreja
apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres com vistas ao treinamento dos
santos. Portanto, o nosso trabalho principal é treinar pessoas.
O verdadeiro líder tem uma equipe, o pastor bem sucedido também. Quem não tem
uma equipe, nada tem, porque sozinho ninguém pode fazer algo realmente relevante.
2. Crie uma cadeia de discipulado
“E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo
transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.” (2Tm 2.2).
No trabalho do Senhor Jesus havia uma organização envolvida. Ele treinou uma
equipe. O nosso trabalho é, também, treinar uma equipe.
Você está envolvido em uma estrutura e, por um lado, alguém, através de um
discipulado, precisa lhe treinar. Mas, por outro, você deve ter clareza que está discipulando
outros.
A cadeia de multiplicação de liderança espiritual acontece da seguinte forma: Paulo
ensinou a Timóteo, Timóteo vai ensinar esses homens idôneos, estes, por sua vez,
ensinarão outros e assim sucessivamente. Essa é a organização do reino, a visão da
igreja.
Para isso treinamos pessoas. Se todos fizerem isso, podemos conquistar nossa
geração. Cada linha de comunicação, cada posição de autoridade dentro da igreja é uma
posição de discipulado. O pastor não tem apenas pastores auxiliares, ele tem pastores que
são seus discípulos, que ele treina para fazerem o que ele faz. O pastor de rede não tem
apenas uma equipe de discipuladores para ajudar a fazer algo, eles são discípulos do
pastor da rede. Moisés, ele era um pastor que infelizmente não tinha esse entendimento.
Ele queria realizar todo trabalho sozinho.
3. Escolha os líderes certos
“Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta- me setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo.” (Nm 11.16).
Precisamos treinar pessoas, criar uma cadeia de multiplicação de líderes e, depois,
escolher líderes certos. Em Números 11.16, o Senhor diz para Moisés escolher líderes.
Esses homens foram, então, checados se eram reconhecidos pelo povo.
Contudo, esses líderes precisam ser pessoas que tenham seguidores. Quem não é
seguido por alguém não é líder. Quem não tem discípulo ainda não é líder.
O importante É entendermos que precisamos escolher pessoas certas para
investirmos nelas. Devem ser pessoas apropriadas às condições que o Senhor coloca para
o povo de Israel:
▪ Homens capazes.
▪ Homens tementes a Deus.
▪ Homens de verdade.
▪ Compartilhe a visão.
Ensina-lhes os estatutos e as leis e faz-lhes saber o caminho em que devem andar e
a obra que devem fazer.” (Êx 18.20).
Compartilhar a visão é compartilhar o trabalho que deve ser feito. A orientação foi
para que Moisés compartilhasse a obra que deveriam fazer.
Todo líder deve conhecer a Palavra de Deus, contudo, o texto diz para ensinar não
somente a Palavra de Deus, mas o caminho em que eles devem andar e a obra que devem
fazer. Ninguém nasce sabendo. É angustiante não saber exatamente o que fazer.
Na visão de células isso não acontece. É horrível pessoas que começam a liderar
uma célula, mas não sabem que postura tomar. Essa é, infelizmente, a realidade de muitas
células. Não há treinamento, apenas ordenam: vá liderar uma célula.
Quando alguém começa a liderar uma célula, ou um grupo, ele ganha um título, uma
posição, como vimos anteriormente. Porém, se não souber o que fazer nessa célula ela
não perseverará, o resultado será frustração e fracasso.
5. Desenvolva um plano
Em Êxodo 18.20 lemos que cabia a Moisés ensinar a obra que deveria ser feita. Isso
envolve a visão da obra, mas certamente nos fala também de planejamento.
Cada líder deve saber exatamente aquilo que se espera dele, mas precisa também
entender como se relacionar com os demais membros da equipe e como o seu trabalho se
encaixa dentro da estrutura geral da visão. Há um objetivo geral a ser alcançado e cada um
precisa saber como o seu trabalho contribuirá para atingi-lo. A isso chamamos de
relevância.
6. Transfira a unção
“Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que
sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da
congregação, para que assistam ali contigo. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do
Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que
não os leves tu somente” Números 11.16,17.
Deus transferiu do espírito que estava sobre Moisés e colocou sobre sua equipe.
Você terá o Espírito Santo e o espírito do seu líder, que está sobre você, em sua vida.
Por isso algumas pessoas falam sobre ligações de alma, que certos líderes estabelecem
com o liderado, produzindo uma cadeia mental.
Isso realmente existe, mas esse texto está falando de outra coisa: de você, como
líder, passar seu espírito aos seus liderados. Por isso, ninguém aprende liderança apenas
em sala de aula, mas todos precisam receber do espírito do seu pastor.
7. Delegue autoridade
O líder não deve ter medo de delegar. Números 11.27-29 diz:
“Então, correu um moço, e o anunciou a Moisés, e disse: Eldade e Medade profetizam
no arraial. Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus escolhidos, respondeu e
disse: Moisés, meu senhor, proíbe-lho. Porém Moisés lhe disse: Tens tu ciúmes por mim?
Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta, que o SENHOR lhes desse o seu
Espírito!”.
Grandes líderes lideram líderes.
Eles não têm receio de compartilhar a unção, pelo contrário, se alegram ao verem
irmãos com funções semelhantes, ou até maiores, a deles.

Capítulo 6 - As leis do preço


O preço é absolutamente essencial em todas as coisas e áreas da vida. Seja nas
questões materiais ou espirituais, o preço está presente em tudo. O Senhor espera que nós
calculemos o preço de todas as coisas em nossas vidas (Lc 14.28- 32).
Para ter uma jornada bem sucedida em sua liderança o líder deve pagar o preço. A
indisposição para fazer isso é o que tem levado algumas pessoas a ficar aquém do que
podiam alcançar em Deus. Elas poderiam alcançar mais em Deus, mas não o fazem
porque não querem pagá-lo. O líder nunca alcançará o propósito se você falhar em pagar o
preço.
Muitas coisas precisam ser compradas.
Vejamos o exemplo da igreja de Laodicéia. Eles, equivocadamente, se consideravam
ricos:
“Pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu
és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” (AP 3.17).

Para ter uma jornada bem sucedida em sua liderança, o líder deve pagar o preço. A
indisposição para fazer isso é o que tem levado algumas pessoas a ficar aquém do que
podiam alcançar em Deus. Elas poderiam alcançar mais em Deus, mas não o fazem
porque não querem pagá-lo. O líder nunca alcançará o propósito se falhar em pagar o
preço.
O líder deve discernir entre o que tem preço e o que não tem, entre o caro e o barato.
Coisas baratas não exigem esforços, tempo ou sacrifício. Líderes que têm edificado uma
obra barata, de madeira, palha e feno, ainda reclamam: “Mas é difícil demais, é cobrança
demais. Liderar célula é pesado demais!”.
Querem ser vencedores e pagar pouco.
Para ser vencedor há um preço espiritual a ser pago.
O preço possui as suas leis, o líder mais do que ninguém deve estar ciente delas.
1 - Há uma etiqueta de preço em tudo que possui valor.
O preço não está necessariamente ligado ao dinheiro. Preço envolve energia, tempo,
relacionamento, sono, prazer, vigília, jejuns, renúncias a amizades e, claro, por vezes
envolve também dinheiro. Outras vezes, ele está relacionado à capacidade de suportar
pressões, críticas, isolamentos, rejeição e dor. Essas coisas nos falam do sacrifício feito por
Jesus, do preço pago por Ele.
2 - O que o líder pode alcançar depende do preço que você está disposto a
pagar.
Quando o Senhor Jesus disse para Mateus segui-lo, o cobrador de impostos estava
sentado em sua cadeira na coletoria de impostos, ganhando seu dinheiro. Mas quando o
Senhor disse: “Segue-me!”, um valor foi estipulado. É possível que Mateus tenha olhado
relutante para sua mesa cheia de dinheiro. Ele teve que pagar o preço da renúncia.
Podemos prever o futuro sucesso de um estudante pelo preço que ele paga na
escola. Não o preço pago na mensalidade, mas sim aquele pago estudando, a renúncia
assumida em prol do aprendizado.
Esse preço pago dá indicativos de como será seu futuro. Ninguém precisa ser
adivinho para saber quem será vencedor ou não. Pelo preço pago, sabemos quem se
destacará como médico, engenheiro ou pastor. São os dispostos a pagar muito, a renunciar
a muita coisa.
O vencedor tem quatro características básicas:
▪ Primeira, ele possui compromisso com a excelência e excelência custa caro.
▪ Segunda, ele nunca se mede pela média, pelo comum, ele sempre se mede e se
compara pelo o que está à frente.
▪ Terceira, ele dá atenção aos detalhes. A diferença entre o primeiro e o segundo
colocados é uma questão de detalhe: a diferença entre o atleta que alcançou o primeiro
lugar daquele que alcançou o segundo nos 100 metros rasos é de milésimos de segundo.
Apenas um detalhe e, em se tratando de ser vencedor, um detalhe faz toda a diferença.
▪ A quarta característica dos vencedores é a consistência. Eles são constantes nos
seus resultados e o que fazem possui coerência e integridade.
3. Nem todos pagam o mesmo preço. Cada um de nós tem uma cruz diferente
para carregar.
Não adianta ficarmos comparando nosso preço a pagar, ou o sacrifício a fazer, com
os dos outros. Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia
tome a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). Há uma cruz para cada um. Por isso, nunca deseje o
que os outros têm alcançado sem antes descobrir o preço que eles já pagaram ou estão
pagando.
O preço para certos objetivos é mais caro para quem nasce no interior do que para
quem nasce em uma grande capital. E quem nasce em São Paulo acaba pagando mais
caro do que quem nasce em Nova Iorque para alcançar outros objetivos. É assim que
funciona: todos pagam seu próprio preço. Não fiquemos nos comparando com os outros,
apenas tomemos a cruz que nos cabe.
4 - Quanto mais deseja algo, mais você está disposto a pagar por ele.
Existe uma relação interessante entre desejo e preço. É a lei da oferta e procura.
Quando todos desejam muito algo o seu preço será inflacionado. Por outro lado, quando
desejamos algo a nossa percepção do preço é diferente. Sempre achamos barato ou até
ignoramos o valor daquilo que realmente desejamos.
Quanto maior o sonho, maior será o custo, porque “Àquele a quem muito foi dado,
muito lhe será exigido; e àquele a quem muito se confia, muito mais lhe pedirão” (Lc
12.48b). Muitos querem cargos, mas não querem a responsabilidade do trabalho duro.
5. Se você reclama do preço você provavelmente vai desistir de pagá-lo.
Quem reclama do preço muito provavelmente não quer pagá-lo. O líder pode tomar
isso como um princípio até mesmo para selecionar os seus discípulos. Quem acha caro
demais não paga.
Quem vive pechinchando, querendo baratear o preço, ou seja, nada de cobrança, de
multiplicação, de pressão, de alvo, de oração e de levar alguém a algum lugar, uma pessoa
assim não deveria compor a sua equipe.
Não é meramente uma questão de abaixar o preço, mas da completa anulação do
mesmo, ou seja, não quererem pagar nada.
Ao escolher seus discípulos, escolha os que acham que vale o preço, que olham e
dizem confiadamente: “Vale. Eu vou pagar!”. Jesus disse: “Ninguém que, tendo posto a
mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).
Se um líder, ou pastor, quiser ser medíocre, o preço é baixo. O preço da mediocridade
qualquer um paga. Mas, se o líder quiser ter um ministério maior, ele não deve ser iludido,
o preço é alto. É fácil jogar pedras em pastores com ministérios grandes, achando que é
fácil estar onde eles estão. Pode ser que lá de cima alguns tenham caído, pois quanto mais
alto for, maior pode ser o tombo. Mas uma coisa é certa, para chegar lá um preço foi pago,
não foi de graça.
6. Seus talentos não determinam o seu sucesso na vida, mas o preço que você
se dispõe a pagar.
O lendário violinista Isaac Stern foi abordado certa vez, depois de um concerto, por
uma mulher de meia idade. Ela estava entusiasmada: “Oh! eu daria a minha vida para tocar
como o senhor”. Ao que Stern reagiu: “Minha senhora, foi exatamente isso que eu fiz”.
As pessoas sempre usam os dons como desculpa: “Se eu tivesse o dom de ensinar
que fulano tem, eu ensinava desse jeito também”. Todavia, para ensinar com excelência, é
preciso investir tempo em leitura, em resumos, repetições, tentativas e desenvolvimento.
É mais cômodo dizer que alguém se sai bem por ter o dom. Esse é o padrão da
mediocridade: “Eu não tenho o dom”. Se for assim, qual é o seu dom? A essa pergunta, os
medíocres fogem ou se esquivam de responder. Eles fazem isso porque sabem que o dom
não é o segredo do sucesso.
7. Você será criticado por pagar o preço.
A crítica é um dos maiores motivos para a desistência. Quantas vezes eu já ouvi:
“Não precisa disso tudo para ser pastor. Não precisa disso tudo para ser líder de célula”.
Você sempre será criticado se resolver pagar o preço. Vão dizer que “não vale”.
Se você comprar um carro usado, logo alguém irá lhe perguntar: “Quanto você
pagou?”. É só responder que já vem à sequência: “Que isso? Por que você pagou tudo
isso? Por que não falou comigo antes?”.
Se há uma ideia que nos incomoda é a ideia de que pagamos além do que
precisávamos, faz-nos mal só pensar. Não só em relação a dinheiro, mas em todas as
áreas possíveis. Faz mal ter a sensação de que eu não precisava ter lido tal livro, que eu
não precisava daquele jejum, daquela vigília, que eu não precisava ter renunciado a algo.
Esses pensamentos, além de nos fazerem mal, ainda contribuem para que
desistamos de nossos sonhos e projetos. Todavia, líderes vencedores são os que pagam o
preço da crítica!
8. O preço nunca diminui
Esse princípio não se aplica apenas à vida natural, mas à espiritual também. O preço
só aumenta. A cada vez que somos bem-sucedidos em um desafio, o próximo se tornará
mais difícil, o preço ficará mais alto.
Para ser um líder de célula há um preço; já para ser discipulador, o preço já é outro,
muito mais alto. Pensar que o preço vai diminuir — que agora está difícil, mas depois ficará
fácil — é ilusão.
A vida pode ser comparada a subir uma escada. É fácil nos primeiros degraus, no
centésimo é que a perna já não responde mais. É angustiante subir vinte, trinta andares. O
primeiro é simples, mas no vigésimo andar o cansaço tomou conta.
Quem acha que fica mais fácil, mais barato, se engana. A cada dia fica mais caro, em
todos os sentidos. Levar uma igreja de cem membros a atingir duzentos custa algo, mas
levar dez mil a se tornar vinte custa muito mais caro. Deus nunca disse que as coisas
seriam fáceis. Ele prometeu poder, vida abundante, paz e uma série de outras coisas, mas
não a promessa de uma vida fácil.
9 - O preço aumentará quando aumentar seu desejo de crescer e de se tornar
mais íntimo de Deus
É um aparente paradoxo. O preço aumenta, mas a sensação é que ficou mais barato.
Ocorre que, quando se quer muito alguma coisa, paga-se qualquer preço por ela. Jacó
queria se casar com Raquel, mas Labão, o pai dela, disse que, para isso, Jacó teria que
trabalhar sete anos de graça.
Como pagamento por sua filha. Jacó se submeteu ao trabalho e, ao final do prazo,
Labão, ao invés de lhe entregar Raquel, lhe deu Lia, a filha mais velha.
Labão ainda disse a Jacó: “Se quiser Raquel, terá que trabalhar mais sete anos”. A
Bíblia diz que, para Jacó, esses outros sete anos passaram como uma semana, tal era o
amor que ele sentia por Raquel (Gn 29.20). Quatorze anos de trabalho é um valor alto ou
baixo por uma esposa? Essa é a vantagem de estar apaixonado, você paga e ainda acha
bom.
10. Você não alcançará amanhã o que não quer pagar hoje
Na vida espiritual, primeiro se paga, só depois se recebe. Há quem queira negociar:
“Senhor, é o seguinte: eu não tive tempo de preparar essa reunião, eu prometo que, se o
Senhor me abençoar hoje, amanhã eu estudo a lição”. “Senhor eu não tive tempo de orar,
mas faz o seguinte, o Senhor me dá a unção e, na semana que vem, eu jejuo”. Essa
negociação não funciona. Muitos passam a viver à base de promessas. Mas as coisas de
Deus não funcionam assim. O pagamento acontece antes de qualquer coisa: primeiro se
planta, só depois se colhe.
Não se pode alcançar amanhã o que não se quer pagar hoje. Não se pode colher o
que não se plantou. É muito triste ver alguém sem nada para contribuir hoje porque,
quando o preço foi estipulado, ele não quis pagar. Não tente inverter os valores com Deus.
Com o Senhor, primeiro se planta, depois se colhe.

Capitulo 7 - Lideranca Eficaz


Liderança é fazer com que as coisas aconteçam através das mãos de outros, e
para que isso ocorra você precisa ter da parte do outro cooperação, boa vontade,
disposição e reconhecimento. Você somente terá essas coisas se o outro perceber em
você caráter e integridade.
Somente homens de caráter são úteis nas mãos de Deus.
Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor
conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o
nome do Senhor. Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata;
há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra.
Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra,
santificado e útil ao seu possuidor, es- tando preparado para toda boa obra. (2Tm
2.19-21)
Todos nós queremos ser úteis ao Senhor. Na verdade não existe glória maior do
que ser usado por Deus, ser um instrumento dEle. Mas para sermos usados precisamos
ser usáveis, ou úteis. Esta questão de ser útil está ligada com o nosso caráter. É o nosso
caráter que nos faz úteis ou não ao Senhor.
Quais pessoas podem ser usadas pelo Senhor?
Algumas condições são vitais e um caráter aprovado é apenas uma delas. Na
verdade apenas caráter não é suficiente, é necessário algo mais.
Aqueles que amam o Senhor
A primeira condição para ser útil ao Senhor é ter um coração cheio de amor por
Ele. Deus usa aqueles que O amam, aqueles que têm um coração para Ele. Porque
amamos ao Senhor, expressamos paixão e intensidade em Sua obra e sem esses
ingredientes a liderança espiritual se torna pobre e sem resultado.
Aqueles que tem revelação do Senhor
Se não conhecêssemos ao Senhor em nosso espírito, não tería- mos muita
utilidade em Seu serviço. Na obra de Deus o que tem valor é o que você aprendeu por
revelação, não aquilo que você aprendeu meramente lendo um livro ou copiando o
método de alguém.
Aqueles cujo ego foi tratado
A independência e a nossa carne precisam ser tratadas na cruz. Isso tem a ver
com a carne e suas paixões. Elas devem ser crucificadas se aspiramos ser instrumentos
úteis nas mãos de Deus.
Aqueles que possuem a unção do Espirito Santo
Sem unção não há poder para se fazer a obra de Deus. Quem não possui a
unção do Espírito Santo não é útil para Deus. Se não há fogo do céu queimando em seu
espírito, se não há fogo de Deus, combustível celestial movendo você, então o que você
fará será apenas uma obra natural.
Aquele que possui um caráter aprovado
Se tivermos os primeiros quatro pontos, teremos utilidade para Deus, mas a
extensão com que seremos usados depende de nosso caráter.
O nosso caráter é a nossa pessoa. A utilidade de alguém, as coisas que se lhe
pode confiar, as responsabilidades que pode assumir e o que é capaz de realizar
dependem completamente do caráter.
Caráter e temperamento
A totalidade do nosso ser é chamada de personalidade. Nossa personalidade é
composta de caráter e temperamento. O último é herdado, já nascemos com ele e aponta
para as nossas disposições naturais, gostos e preferências. O caráter, por outro lado, é
aprendido. Ele é o resultado de nossos hábitos, costumes, opiniões e idéias.
Alguém pode perguntar, qual o temperamento torna a pessoa um líder melhor? O
melhor líder é o que tem o caráter correto, não importa o seu temperamento.
Temperamentos distintos podem se tornar grandes líderes, desde que tenham um
ingrediente fundamental: o “caráter”.
Caráter e dons
Existe uma distorção que tem assolado a Igreja do Senhor durante os séculos, a
valorização dos dons em detrimento do caráter. Um dom é uma dádiva de Deus. Ele o
concede a todos indistintamente, eles podem ser naturais ou espirituais. Os naturais são
aqueles com os quais nascemos, como: inteligência, astúcia, memória, capacidade do
tocar, cantar, praticar determinados esportes etc. Os dons espirituais nos são concedidos
pelo Espírito Santo como instrumentos em Sua obra (1Co 12.7-10).
Os dons são muito úteis, mas são secundários. Deus coloca em primeiro lugar a
vida e o caráter. Esse é o motivo por que existem tantos escândalos: priorizamos mais o
dom que o caráter. Os dons, sejam espirituais ou naturais, devem passar pela cruz antes
de serem úteis. O ministério do líder é edificado sobre o caráter e não sobre os dons. Os
dons atraem aos homens, mas o caráter atrai a Deus.
Caráter e unção
A unção é para manifestarmos a vida de Cristo diante do mundo. Está
relacionado à vida e ao poder. O caráter está relacionado ao nosso comportamento e é
para expressá-lo diante das pessoas. As duas coisas devem caminhar juntas. Não
podemos ter muita unção e nenhum caráter, assim como nada adianta muito caráter sem
unção. O caráter sem unção não tem valor e a unção sem caráter
ssoas, não espe- ramos que elas comam os talheres, mas sem eles não há
desfrute da comida. A unção é a comida, mas o caráter é o talher.

Capítulo 9 - Rompendo os limites


Nossa liderança deve ser desenvolvida, mas seu desenvolvimento passa pela
superação de alguns obstáculos. Sem a superação desses obstáculos ela ficará
estagnada, incapaz de atingir o pleno potencial daquilo que Deus tem para nós. Nossa
capacidade de liderança determinará o alcance da nossa obra. Portanto, só haverá
crescimento do Corpo de Cristo se primeiro houver crescimento em nós. Uma igreja não
crescerá além de seus líderes. O crescimento numérico é uma consequência desse outro
nível de crescimento.
Precisamos investir em nosso crescimento em todos os aspectos, investindo,
rompendo e superando os impedimentos que são colocados à nossa frente. Jesus nos
mostrou vários impedimentos na parábola do semeador (Mt 13.4-8): “Um semeador saiu a
semear, uma parte da semente caiu à beira do caminho, outra parte caiu em solo rochoso,
outra entre os espinhos e a outra em solo fértil, crescendo e multiplicando”. O líder é como
essa última semente, precisa crescer e alcançar seu pleno potencial.
Uma planta não cresce na sombra
Bons líderes não fazem sombras para seus liderados. Bons líderes os expõem ao
sol, porque sabem o quanto o sol contribui para o crescimento deles. Ou seja, o bom líder é
aquele que dá espaço e ocasiões para que seus liderados experimentem aquilo que eles
mesmos estão experimentando como líderes. Portanto, tenha em mente que grandes
árvores não crescem na sombra.
Uma planta não cresce se o vaso é pequeno
Certas plantas possuem o poder de arrebentar os vasos; é tanta gana para crescer,
tanta força que o vaso não suporta. Por que o vaso não pode retê-las? Porque elas não
são plantas de vaso, cujo crescimento é restrito. Elas são árvores em desenvolvimento. À
medida que ela for crescendo e se desenvolvendo o vaso não suportará, será destruído.
Árvores arrebentam calçadas, muros. É difícil encontrar algo capaz de resistir à raiz de uma
árvore verdadeira.
É difícil encontrar algo capaz de resistir ao poder de um verdadeiro líder. Uma
pessoa assim romperá com todas as restrições e impedimentos ou limitações que o diabo e
os homens colocarem ao redor da vida dela. Sejam esses limites naturais ou espirituais, a
altura que Deus planejou para ele, será alcançada. Há muitos líderes se levantando e
precisamos dar espaço a todos eles.
Uma Planta não cresce em terreno cheio de pedra
As pedras falam do nosso ego, dos nossos pecados. Elas são bloqueios naturais na
vida do líder. Esses bloqueios podem estar relacionados a questões emocionais ou podem
estar ligadas a questões espirituais, que traduzem nossa santidade diante do Senhor.

Capítulo 10 - O poder dapaixão


A paixão que nos leva a assumir riscos, ir além do esperado e fazer além do
necessário para atingir o objetivo. A paixão é o que dá ignição a unção. Na verdade a
paixão é estopim da unção. Unção e paixão formam uma combinação explosiva. É im-
possível termos uma liderança efetiva sem paixão, pois é ela que pro- duz superação. Ela é
o primeiro passo para qualquer realização relevan- te, porque sem ela não temos
determinação e nem perseverança para superar os obstáculos. A paixão é a chave para a
excelência.
A forma como servimos ao Senhor é com um coração apaixonado. A maneira de
sermos zelosos com as coisas do céu é sendo fervorosos de espírito, servindo ao Senhor.
Quem não está em ebulição não O serve de modo apropriado. Contudo, esse fervor não
surge do acaso. Ele é fruto, antes de qualquer coisa, do enchimento do Espírito e da pre-
sença do fogo de Deus em sua vida. Há uma relação íntima entre paixão, fervor e ebulição
do Espírito.
O fervor é o resultado da paixão
O poder de Deus é liberado quando pessoas apaixonadas levantam-se para
servir-lO. Se quisermos ser líderes, discipuladores ou pastores bem-sucedidos, é preciso
cultivarmos a paixão em nossas vidas. O que faz a diferença em um líder, para ele ser
frutífero, é a paixão que ele tem. É a paixão que atrai as pessoas e devemos usá-la para
servir a Deus.
Uma pessoa apaixonada também gera paixão em outra. Quando os seus olhos se
abrem, seu coração é conquistado pelo Senhor. O homem de Deus deve servir motivado e
fortificado pela paixão, é ela quem nutre o coração.
Outro fator importante: o que ferve por dentro cheira por fora. Quando o chá começa
a ferver, é liberado um aroma e é esse aroma que atrai. Da mesma forma, é a ebulição
dentro de nós que atrai as pessoas. Quando alguém entra em ebulição a paixão é libera-
da. A paixão pode ser mal interpretada, mas, para nós, paixão é representada por algumas
atitudes chaves. Ela é expressa, não constantemente, mas precisa aparecer em algum
momento; em suas reuniões de líderes, em uma conversa ou andando pelo caminho.
Quando Jesus falava com os discípulos no caminho de Emaús, o coração deles se
aqueceu (Lc 24.13-32).

Capítulo 11 - A atitude do líder


Um dos aspectos mais importantes do caráter de um líder é a sua atitude. Ela é a
maneira como você escolhe responder às situações, como você escolhe reagir diante das
circunstâncias.
Não existem voluntários na obra de Deus. Deus quer que nós tenhamos um coração
voluntarioso, ou seja, que façamos as coisas de boa vontade, mas essa mentalidade de
voluntariado que existe hoje em dia não é a mentalidade da liderança que está na Bíblia.
Qual é a mentalidade do voluntário? “Eu, que sou uma pessoa muito boa, analisei e
vi que eu precioso ajudar de alguma maneira, por isso estou aqui. Mas eu sou voluntário,
então eu escolho quando fazer, o que fazer e como fazer. Além disso tenha cuidado na
forma como me tratam, porque eu sou um voluntário e todos deveriam agradecer a minha
disposição de servir”.
Eles querem servir, mas não são servos. Antes, são os senhores da situação, pois
vão quando podem, fazem o que querem e gostam e quando há alguma cobrança ou
pressão logo se ressentem e procu- ram outro lugar para servirem. O voluntário é aquele
que está no centro do comando. Ele decide como deseja fazer a vontade de Deus, porque
é voluntário, não é empregado. Portanto, todos deveriam lhe agradecer a boa vontade de
ser um voluntário.
Na Palavra de Deus não há voluntário, mas servos. O servo verdadeiro, ao contrário
do voluntário, não escolhe como quer ser- vir pois seria uma completa contradição de
termos. O padrão de Deus é o servo. Os homens de Deus na Bíblia não eram voluntários,
eram chamados. Aquele que tem um chamado não tem escolha, o Senhor está sobre ele, e
por isso não faz por que escolheu fazer, mas porque foi chamado para isso.
Liderança é predeterminada. Você faz porque foi mandado, e não porque você
ergueu o dedo e se prontificou como voluntário. O voluntário foge na hora que o “bicho
pega”. No dia que você mais precisa, ele não vai, liga se desculpando. Você diz: irmão
você deve- ria estar aqui. E ele responde: “Eu sou voluntário, vou quando posso e hoje eu
não posso, entendeu?”. Esse é o espírito do voluntário. Não dá para contar com ele. O
servo, porém, sabe que está fazendo para Deus e não para homens.

Capítulo 12 - liderança Espiritual


A verdadeira liderança na casa de Deus é algo espiritual e não natural. Como
líderes, somos chamados para fazer algo que está além de nossas forças. O que se exige
de um líder na Igreja é muito além do que se exige de um líder no mundo lá fora.
Precisamos transcender. Líderes seculares dão o seu tempo, mas nós damos a nossa vida.
Nivelarmos a nossa liderança no nível do mundo é abaixar o padrão dos homens de Deus.
Não fomos chamados para sermos normais. Jesus nos disse para transcender.
Mediocridade é comparar-se com outros, mas transcender é comparar-se com Cristo. O
Senhor detesta a mediocridade. É preciso líderes acima do normal para trazer a glória de
Deus sobre a Terra.

Referência Bibliográfica
SILVA, Aluízio A., 2008- Fundamentos de uma liderança apaixonada / Aluízio A. Silva —
Goiânia: VINHA Editora, 2008

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