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Tony E vans é pastor batista e titular da Oak Cliff Fellowship Cburch, em Dallas,
Estados Unidos. Graduou-se em teologia pelo Carv-er Bible College e obteve o
mestrado e doutorado em teologia pelo Dallas Theological Seminar^'. Escreveu
vários livros, entre os quais destacamos a série Tony Etuinj diz o que peiua jobre... pureza
jexitaUkHerui ejogoj àe azar/àiivrcio e mim caMmento/paii ,<olteiriM e os livros De folta ao
prinumamare Dewétremendo, todos publicados no Brasil por Editora Vida.
0Kla«^lnA a SLaè^clÿueAl
* SnùhÂ.m\mZa S&coííúàa... í$t 9.15.
Hvans, Anthony T.
Discipulado espiritual dinâmico ; os quatro
pilares indispensáveis para a maturidade cristã /
Tony Evans ; tradução Yolanda M. Krievin. — São
Paulo ; Editora Vida, 2000.
TONY EVANS
Tradução
Y O L A N D A K RIEVIN
A Í l a
Prazer, emoção e conhecimento
(Chicago, eu a )
P r a z er , E m o ç ã o e C o n h e c im e n t o
P r o ib i d a a r e p r o d u ç ã o p o r q u a i s q u e r m e i o s ,
E D I T O R A F IL IA D A A
1= ^
SOCIOP L r
CBL
Câm ara Brasileira d o Livro
Introdução 9
1. O que é importante para Jesus 13
2. A verdadeira implicação do discipulado 33
3. Os quatro imperativos em ação 55
IMPERATIVO 1: ADORAÇÃO
4. O conceito de adoração 73
5. O conteúdo da adoração 93
6. O contexto da adoração 109
7. A recompensa da adoração 127
IMPERATIVO 2: COMUNHÃO
8. O conceito de comunhão 145
9. O conteúdo da comunhão 161
10. O contexto da comunhão 179
11. A recompensa da comunhão 195
IMPERATIVO 3: ESCRITURAS
12. O conceito de Escrituras 215
13. O conteúdo das Escrituras 235
14. O contexto das Escrituras 251
15. A recompensa das Escrituras 269
IMPERATIVO 4: EVANGELIZAÇÃO
16. O conceito de evangelização 289
17. O conteúdo da evangelização 309
18. O contexto da evangelização 325
19. A recompensa da evangelização 341
Conclusão 355
Sobre o autor 357
'ÉÈÊsl
A informação correta
Considerando que o discípulo é basicamente um aluno, um
dos aspectos do discipulado é a informação. Para se tornar discípulo,
você deve adquirir e dominar um conjunto de conhecimentos.
Portanto, o ensino sempre faz parte do discipulado. E está presente
em um dos quatro imperativos que vamos estudar.
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Jesus era o Mestre dos mestres. Ele ensinou aos seus do2e
discípulos o bê-á-bá do que significa segui-lo. A Palavra de
Deus reúne todo o conhecim ento que Deus deseja que
tenhamos.
A habilidade correta
Conhecimento apenas, no entanto, não faz de você um
discípulo. Você também precisa saber como obter essa infor
mação e o que fazer com ela. O discipulado implica o desen
volvimento de suas aptidões. Por isso Jesus, depois de ensinar
seus discípulos, conduzia-os a situações em que pudessem
aplicar o que estavam aprendendo.
Todos nós conhecemos pessoas brilhantes que detêm grande
conhecimento teórico, rnas muito pouco senso prático. Ficamos
nos perguntando como elas podem ser tão inteligentes e ao
mesmo tempo tão incapazes de agir de modo satisfatório em
situações do dia-a-dia.
Não é o que se espera do discípulo. O discípulo deve casar
a informação correta com a habilidade necessária, a fim de
colocar a primeira destas em prática. Por que é importante
compreender isso?
Bem, suponhamos que você precise de uma cirurgia cardíaca
durante a qual seu coração será aberto. O médico entra em seu
quarto na noite anterior à operação e se apresenta. Você aperta
a mão dele e diZ:
— Doutor, isso é muito sério. Quantas dessas operações o
senhor já fez?
— Você é o meu primeiro paciente — ele responde.
Você então contesta:
— Como?
— Você vai ser a minha primeira cirurgia de coração aberto.
— Doutor, puxe uma cadeira. Precisamos conversar. Como
sabe que será capaz de fazê-la?
— Bem, fiz quatro anos de faculdade e especialização, e só
tirei nota 10. Na verdade, tirei o primeiro lugar na minha turma
de formatura. Conheço as partes do corpo e conheço os
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/'
Um processo de
desenvolvimento espiritual
Sem programa
Mas o Novo Testamento não nos fornece um programa
detalhado de como nos tornar discípulos, nem apresenta uma
lista de passos formais e legalistas a ser seguidos.
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llá um bom motivo para isso. Embora o processo de
discipulado envolva certas necessidades básicas comuns a todos
os crentes, nossas experiências espirituais são únicas para nós.
Assim é o processo de nosso crescimento espiritual. Paulo
nos aconselha a desenvolver nossa salvação com temor e
tremor.
Portanto, embora não possamos controlar o fato de que é
preciso tempo para tornar-se discípulo, há muita coisa a dizer
sobre a rapidez com que você se torna discípulo. Há pessoas
convertidas há 25 anos que são m enos desenvolvidas
espiritualmente do que outras que se converteram há cinco.
O problema com os crentes mais velhos é que, embora
tenham tido mais tempo do que os novos, não cresceram como
deveriam. O discipulado relaciona-se ao desenvolvimento
espiritual, não com o tempo em que você é cristão. Você pode
conhecer a Cristo há anos sem nunca ter-se desenvolvido
satisfatoriamente como discípulo.
O processo de discipulado
Jesus destaca isso de maneira pitoresca em Mateus 11.28-30:
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados,
e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de
mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis
descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o
meu fardo é leve”.
A palavra aprendei é a forma verbal da palavra “discípulo”.
Jesus está dizendo: “Vinde e sede discipulados por mim”. Este
é um maravilhoso convite para o processo de discipulado.
Jesus também pinta um quadro vívido da aparência do
processo quando fala do seu “jugo”. Provavelmente você já viu
um cavalo, ou mula, ou boi atrelado pelo pescoço e lombos a
fim de puxar uma carroça ou um arado. O jugo é colocado por
três motivos básicos.
Um dos motivos para utilizar o jugo é manter o animal em
submissão, sob o controle de quem está sentado na carroça ou
no arado segurando as rédeas. O jugo torna o conirole possível.
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No discipulado, Cristo está procurando a nossa submissão. Ele
deseja colocar-nos sob seu controle.
O jugo também expressa o trabalho a ser feito. Implica res
ponsabilidade. Deus o salvou para lhe dar o tipo certo de
responsabilidade.
Em outras palavras, quando uma pessoa coloca um jugo sobre
alguma coisa, ela o faz com um propósito. Há alguma coisa que
deseja realizar. Deus o salvou porque deseja que você realize
algo em sua vida. Mas você só pode cumprir a responsabilidade
quando estiver sob o mesmo jugo de Cristo, sob o controle dele.
Finalmente, o jugo expressa companheirismo. Quando Jesus
diz “Tomai sobre vós o meu jugo”, torna claro que ele também
está sob o jugo.
Era comum no mundo antigo, e ainda hoje em algumas
comunidades, treinar um novilho ou uma mula colocando-os
ao lado de outro animal mais velho, mais experiente. Desse
modo, o mais jovem anda ao lado do mais experiente para
aprender a puxar. Quando o lavrador junta os dois animais,
geralmente ajusta o jugo de maneira que o peso recaia sobre o
animal experiente até que o mais jovem amadureça.
Quando eu era adolescente, meu pai costumava me levar
com ele quando ia pregar. Ele pregava nas esquinas, às vezes,
e me dava um punhado de folhetos para distribuir. Ou ia pregar
em uma cadeia e me levava com ele.
No que me dizia respeito, quando tudo acabava, eu estava
liberado. Eu não sabia que Deus mais tarde me chamaria para
uma vida em que eu precisaria das experiências que tive junto
com o meu pai.
Durante a faculdade, preguei nas esquinas e também nas
cadeias. Eu era, então, o pregador, mas o fundamento da
experiência me fora preparado por meu pai. Ele fazia o trabalho,
mas me levava junto para me mostrar como eu deveria fazê-lo.
Jesus disse em Mateus 11.28: “Se vocês vierem a mim e
estiverem cansados e sobrecarregados, eu lhes darei descanso.
Eu levarei o jugo junto com vocês, e eu puxarei o peso”
(paráfrase do autor).
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o QUE É IMPORTANTE PARa J e SUS
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Um nível diferente
Eu disse antes que nem todo cristão é necessariamente um
discípulo. Você pode perceber a diferença nos versículos 28 e
29. No 28, Jesus diz: “eu vos aliviarei”. Mas, no 29, ele diz: “se
vocês tomarem o meu jugo, encontrarão descanso” (paráfrase
do autor). Qual é a diferença? O versículo 28 é uma posição. O
versículo 29 é uma experiência.
Sempre que a Bíblia fala de descanso, refere-se a desfrutar
da provisão de Deus. Em outras palavras, como crente você
tem o descanso de Deus. Mas talvez não esteja experimentando
esse descanso em sua vida diária porque não aceitou o jugo.
Você tem paz com Deus, mas talvez não esteja desfrutando da
paz de Deus. O mesmo se pode dizer da alegria, do poder e de
muitas outras bênçãos.
Isso não quer dizer, porém, que essas coisas não estejam ã
nossa disposição. A questão é que não estamos subjugados
àquele que pode oferecê-las a nós. O jugo implica um nível
diferente de compromisso.
Mateus 11.28 é um convite à salvação. O versículo 29 é um
convite à comunhão do discipulado.
Um avanço progressivo
para a maturidade
O alvo
Deveríamos conhecer bem o caminho espiritual porque
fomos treinados — o que, a propósito, significa a palavra
“ginatizado” que comentamos antes. Deveríamos estar ama
durecidos porque estivemos praticando entusiasticamente.
É o que Deus faz quando nos envia provações. Ele quer que
verifiquemos até que ponto estamos dispostos a aplicar na
segunda-feira o que ouvimos e aquilo a que dissemos “amém”
no domingo. A maturidade espiritual é o alvo do discipulado.
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^
o QUE É IMPORTANTE PARA J e SUS 'i
.............. ................ .........
25 j
A natureza da igreja
Não me entenda mal. Não estou dizendo que você não pode
ouvir rádio ou assistir ã televisão e beneficiar-se de uma mensagem
ou de qualquer outro programa. Não quero dizer que você não
possa assistir a uma conferência e ser encorajado e ajudado.
Mas todas essas coisas são auxiliares. Podem aumentar e
apoiar o ministério da igreja, mas não podem substituí-la. Uma
criança pode ir ã escola e aprender, mas a escola nunca pode
tomar o lugar do lar.
A igreja é o contexto de Deus no qual o discipulado deve
acontecer. O motivo para isso é a natureza da igreja. Efésios
1 .22,23 é crucial para entender isso porque às vezes é falha da
igreja, e não das pessoas, que o discipulado não aconteça. Por
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quê? Porque de vez em quando a igreja não compreende ou
esquece o que é.
Paulo escreve nesses versículos: “E [Deus] sujeitou todas as
coisas debaixo dos seus pés [de Cristo], e sobre todas as coisas
o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a
plenitude daquele que enche tudo em todos”.
Observe que, embora Cristo seja cabeça sobre todas as coisas,
ele foi dado apenas à igreja. Portanto, se eu e você vamos
seguir a Cristo, vamos segui-lo fazendo parte da igreja!
Preste atenção também que Paulo chama a igreja de “corpo”
de Cristo, metáfora comum no Novo Testamento. O corpo tem
apenas uma função — executar o que a cabeça ordena. Sempre
que seu corpo parar de fazer o que o seu cérebro determina,
vá depressa para o hospital. Você está gravemente doente.
Portanto, Cristo é a cabeça e a igreja é o seu corpo, manifestado
em cada assembléia local. A tarefa da igreja é executar as ordens
de sua cabeça. É nesse sentido que podemos dizer que a igreja é
“a plenitude daquele que enche tudo em todos”. Hoje Cristo
realiza o que deseja através do seu corpo. Ele completa a igreja
ã medida que a igreja completa os propósitos de Cristo. Essa foi
a intenção de Jesus ao dizer: “E certamente estou convosco todos
os dias, até a consumação do século” (JVIt 28.20).
O alimento da igreja
Exatamente como um nenê precisa de uma família para
providenciar-lhe um contexto de alimentação e desenvolvimento,
cada cristão precisa ser parte dinâmica de um corpo local de
crentes. É triste dizer, mas existem muitas pessoas que
freqüentam a igreja sem participar do ministério. Isso é pecado.
Você pergunta:
— Por que isso é pecado?
Pelo mesmo motivo por que você teria um problema físico
se o seu dedo não estivesse preso ã mão. O dedo ou o cristão
solto é iniitil e não pode se desenvolver.
É pecado não pertencer a uma assembléia local da família
de Deus. Imagine uma criança que só sai do seu quarto para
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comer. Isso não é vida familiar. A vida familiar é participação e
envolvimento dinâmicos.
Um dos motivos por que precisamos do ministério da igreja
para nos tornar discípulos é que nenhuma pessoa pode dar a
outra tudo de que ela necessita para se tornar madura em Cristo.
Precisamos de todo o corpo de Cristo, para que aquilo que estiver
faltando em uma pessoa possa ser suprido por outra. Assim todo
o corpo cresce “pelo auxílio de todas as juntas” (Ef 4.16).
Hebreus 10.23-25 destaca essa mesma verdade. Os cristãos
hebreus estavam passando por momentos difíceis, por isso o
autor insistia com eles:
Imitadores de Deus
Paulo foi um discipulador notável. Ele podia dizer: “Sede meus
imitadores, como também eu sou de Cristo” (ICo 11.1). Não há
nada errado em seguir pessoas se elas estão seguindo a Cristo.
Mas tudo está errado se essas pessoas não estão seguindo a Cristo.
O perigo real para a maioria de nós, crentes, não é que
vamos mergulhar subitamente nas profundezas e escorregar
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para o pecado grosseiro, jogando nossa fé de lado. É claro que
isso pode acontecer, e nenhum de nós está imune a essa queda.
No entanto, creio que um perigo mais comum é assimilarmos a
verdade, não fazer nada com ela, continuar a assimilar mais
verdade, assentarmo-nos confortavelmente sobre ela, e pros
seguir nesse processo até ficarmos tão inchados espiritualmente
que não podemos mais nos mover.
Devemos nos exercitar, utilizando o que aprendemos para
mudar nossa vida, nossas comunidades e ajudar a trazer outras
pessoas para a fé. Caso contrário, o que estamos assimilando
deixa de aimentar-nos.
Sabemos que é possível comer tanto desse alimento que,
em vez de nutrir e edificar o corpo, na verdade começa a
trabalhar contra ele. Isso pode acontecer no reino espiritual, e
de fato acontece o tempo todo.
O discipulado mantém a gordura afastada, permitindo que
queimemos as calorias espirituais quando colocamos em prática a
verdade de Deus. O que Deus procura são pessoas que imitem a
Cristo; isto é, que pareçam com ele e ajam exatamente como ele.
Ensinando os outros
Eu amo o desafio que Paulo fez a seu discípulo Timóteo em
2 Timóteo 2.1,2:
A prioridade do discipulado
Prioridade imediata
Eu tenho uma secreta suspeita de que o segundo homem de
Lucas 9 estava ouvindo a conversa de Jesus com o primeiro
homem. Jesus voltou-se para esse segundo homem e disse:
“Segue-me” (v. 59)-
Trata-se de um caso totalmente diferente, porque este homem
não se ofereceu para seguir a Jesus, como o primeiro. Ele
respondeu: “Deixa-me que primeiro eu vá enterrar meu pai”.
Mas Jesus disse: “Deixa aos mortos o enterrar os seus mortos,
porém tu vai e anuncia o reino de Deus” (v. 60).
Quando lemos isto, ã primeira vista nos parece que Jesus foi
um tanto insensível. Os filhos não precisam honrar seus pais?
O que estava acontecendo? O contexto, porém, torna claro
que o pai deste homem ainda não morrera. Se o pai estivesse
morto e ele só precisasse assistir ao funeral, estaria em casa. Os
judeus enterravam seus mortos vinte e quatro horas após o
falecimento.
Além disso, a resposta de Jesus acerca dos mortos sepultando
os seus próprios mortos indica que o pai não estava morto.
Quando você viu pessoas mortas enterrando outra pessoa morta?
Em minha vizinhança, ninguém faz isso. Pessoas mortas não
podem enterrar outras pessoas mortas.
Jesus está dizendo a este indivíduo: “Que os espiritualmente
inoitos sepultem os fisicamente mortos”. Que aqueles que não
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conhecem a Deus andem por aí e cuidem dos arranjos do hineral.
Jesus queria que este homem fosse pregar o evangelho.
O que aquele homem estava dizendo a Jesus era que desejava
adiar a decisão de se tornar seu discípulo por um período de
tempo indefinido até que seu pai se fosse e toda a herança e
negócios da família fossem resolvidos. Em outras palavras, ele
queria que Jesus aguardasse até que ele estivesse livre de todos
os problemas.
Mas Jesus disse que não havia possibilidade de negociar.
Lembre-se, estamos falando sobre a prioridade do discipulado.
Jesus vem em primeiro lugar. Sempre haverá problemas.
Eu vejo alguma coisa mais aqui. Se esse homem tivesse ouvido
Jesus dizer que não tinha onde descansar a cabeça, provavelmente
teria pensado: Espere um pouco. Isto p o d e ser um m au negócio
p a ra mim, econom icam ente falan d o. Antes de com eçar a seguir
fesus, seria m elhor providenciar m inha segurança financeira.
Seria melhor eu fic a r em casa até receber m inha herança.
Em outras palavras, ele estava tentando garantir sua
segurança, cobrir sua retaguarda, compensar suas apostas. Jesus
não se importa que você reserve algumas horas para sepultar
uma pessoa querida, mas este homem estava pedindo alguns
anos para se garantir antes de entregar-se a Deus. Jesus disse
que não esperaria. ,
Alguns cristãos não estão prontos para se tornarem discípulos
porque os negócios ainda não deslancharam, os filhos não estão
criados, ou não ganharam dinheiro suficiente. Eles continuam
dizendo para Jesus : “Senhor, depois que os negócios estiverem
bem e as contas estiverem todas pagas, estarei aí!”.
Mas para Deus não há barganha. Ele não quer as sobras. Ele
não quer esperar. Ele é o Pai, ele não precisa esperar! Além
disso, eu e você sabemos que Satanás tem a habilidade especial
de nos fazer adiar as coisas realmente importantes. Quando
acabamos de resolver uma coisa, aparece outra. Então dizemos;
“Senhor, eu vou segui-lo depois. Eu começarei a viver para ti
mais tarde. Apenas me dê um pouco mais de tempo”. Pare com
as barganhas. O discipulado exige obediência imediata.
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Prioridade de relacionamentos
Agora vamos olhar para o terceiro homem de Lucas 9-61,62.
l'al como o primeiro, ele toma a iniciativa. “Senhor, eu te seguirei,
mas deixa primeiro eu me despedir dos que estão em minha
casa.”
Parece justo. Você está se preparando para ficar longe por um
longo período de tempo. 1'alvez você nem saiba se vai retornar.
Por isso quer ir para casa, fazer sua mala e dizer adeus ao pessoal.
Mas Jesus disse: “Ninguém, que lança a mão do arado e olha
para trás, é apto para o reino de Deus” (v. 62). Eis a questão. O
homem não queria apenas voltar para casa. Ele estava olhando
para trás. Na época do Novo léstamento, quando a pessoa se
preparava para uma longa viagem, não dizia apenas um rápido
até logo. A festa podia durar muitos dias.
Aqui Jesus não está colocando objeções a um rápido beijo
de despedida. Ele está falando sobre a família que faz um
discípulo em potencial olhar para trás e pensar duas vezes em
desistir de tudo para seguir a Jesus.
Posso imaginar a família deste homem lhe dizendo: “Você
vai fazer o quê? Você vai seguir este Homem que mal conhece
a lugares nos quais nunca esteve? Você nem sabe como ele vai
cuidar de você. Ele nem pode lhe prometer um quarto de hotel!
Não é uma boa idéia.”
Mas Jesus diz que qualquer um que olhar para trás depois
de iniciar o caminho do discipulado não está apto para o seu
reino. Por que isso? Porque não se pode arar olhando para trás.
Se você pretende usar o arado para abrir um sulco em linha
reta, seus olhos devem estar voltados para a frente. Jesus está
dizendo que se tentarmos arar olhando para trás, vamos
atrapalhar o plano dele.
Lembra-se da mulher de Ló? Ela deixou Sodoma, mas Sodoma
não a deixou. Ela ouviu todo aquele fogo e enxofre chovendo
do céu atrás dela, e começou a pensar: Meus amigos estão lã.
Todas as lojas nas quais eu gostava d e fa z e r compras estão lá. O
hanco no qu al eu tenho guardado o meu dinheiro eslá lã. Tudo
(lue é importante p a ra mim está lá em Sodoma.
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Então ela olhou para trás apesar da advertência do anjo
CGn 19 . 17), e Deus a fez parar ali mesmo Cv. 2ó). Ela se tornou
a resposta a uma pergunta trivial da Bíblia. Ela foi julgada
incapaz de prosseguir.
Que diferença com Abraão, em Gênesis 22. Deus pediu e
recebeu Isaque, o filho de Abraão. A boa notícia é que quando
você dá prioridade a Deus e lhe entrega o que você tem de
melhor, ele lhe dá prioridade e lhe oferece o que ele tem de
melhor. Se você faz de Deus uma prioridade, ele lhe mostra o
caminho das pedras.
O preço do discipulado
que meu amor por Jesus Cristo. Esse sentimento deve superar
o amor que tenho por minha esposa e por meus filhos, de
modo que às vezes pode parecer que eu os odeio.
Um dos motivos por que nossas orações não estão sendo
respondidas, nossos casamentos não estão sendo curados e
nossos problemas não estão sendo resolvidos é porque muitos
de nós queremos apenas “as coisas boas” da vida cristã. Não
queremos odiar tudo e vir a C.risto.
A Bíblia nos diz para amar nossos cônjuges e filhos. Cristo,
no entanto, está falando sobre a questão da autoridade. Se
você tiver de fazer uma escolha entre Cristo e qualquer outra
pessoa ou qualquer outra coisa, você o escolhe sempre.
Eu descobri que queria me casar com Lois quando ela me
disse que Cristo seria sempre o primeiro em sua vida. Era assim
que eu também me sentia. Eu queria me casar com alguém
para quem Cristo fosse o principal, não eu, porque ela em
troca nunca seria a principal em minha vida.
Mas eu posso dizer que qualquer pessoa que coloca Cristo
em primeiro lugar no casamento jamais sairá perdendo. Colocá-
lo em primeiro lugar significa que eu amarei minha esposa da
maneira como Cristo ama a igreja. Você não perde “aborrecendo”
seu cônjuge quando comparado ao seu amor a Cristo. Você
ganha. Mas isso significa pagar o preço. Se você quiser seguir a
Jesus, ele exige prioridade sobre o relacionamento humano
mais íntimo que você tiver.
O preço no sofrimento
O discipulado também exige uma disposição para sofrer.
Jesus disse: “Qualquer que não tomar a sua cruz, e não vier
após mim, não pode ser meu discípulo” (Lc 14.27).
Sabemos que a crucificação era a pena de morte mais
imputada pelos romanos. Eles amarravam os braços do homem
condenado à pesada barra horizontal da cruz e faziam-no
carregá-la por toda a da cidade até o local da crucificação.
Segundo o relato de João, Jesus precisou carregar a sua cruz
pelas ruas de Jerusalém até o Calvário.
A marca do discipulado
Um amor novo
Em João 13 .34, Jesus chamou de um “novo” mandamento
essa ordem para amar. Uma vez que sabemos que o Antigo
Testamento nos ordena que amemos os outros, em que sentido
o mandamento de Jesus é novo? O que há de novo sobre o
amor dos seus discípulos?
Primeiro, ele é novo quanto ao propósito. O propósito do
amor do crente é dar testemunho diante do mundo. No Antigo
Testamento, todo o sistema de sacrifícios de Israel devia ser um
testemunho do verdadeiro Deus diante do mundo. Mas agora,
nós, os crentes, somos instruídos no sentido de que o nosso
amor deve ser o nosso testemunho diante do mundo.
Segundo, este amor é novo no que se refere à identidade.
No Antigo Testamento, a pessoa se identificava como verdadeiro
israelita circuncidando-se. No tempo do Novo Testamento, as
pessoas eram batizadas por João Batista para mostrar que eram
discípulos de João e de Deus.
Mas Jesus diz que esses critérios exteriores já não representam
as características definidoras (embora o batismo do Novo
Testamento ainda seja um sinal de obediência a Cristo). A nova
marca identificadora do discípulo é o amor ágape. Provavelmente
você conhece muitas pessoas que amam de forma condicional.
Mas com certeza você não conhece um grande número de
pessoas que amam mesmo não sendo amadas. Este tipo de
amor é o sinal do verdadeiro discípulo.
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Terceiro, esse amor de que Jesus está falando é novo no que
se refere à intensidade. “Ninguém tem maior amor do que este,
de dar alguém a própria vida pelos seus amigos” ( J o 15.13). Os
discípulos devem ter um amor mútuo tão intenso que estariam
prontos a dar a vida uns pelos outros. É amor no mais alto nível.
Quarto, esse amor é novo no que se refere ao poder. É
fornecido por meio de uma capacitação sobrenatural do Espírito
Santo. “O amor de Deus está derramado em nossos corações
pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5).
Agora você está pensando, Tony, eu n ão consigo a m a r assim.
Você está absolutamente certo! Eu também não. É preciso a
atuação sobrenatural do Espírito Santo em nossa vida para
podermos amar assim.
Quinto, esse amor é novo no que se refere ao seu resultado.
Ele determina quão próximos estamos de Deus. João escreveu
anos depois:
A produtividade do discipulado
Iniciativa de Deus
Jesus diz em João 15.1: “Eu sou a videira verdadeira, e meu
Pai é o agricultor”. Como tudo mais no discipulado, Deus inicia
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f
O processo. A produtividade de um discípulo inicia-se e é
estimulada pelo cuidado e pela poda divinos.
Jesus talvez tenha dito isso quando ele e os discípulos
atravessavam o Vale do Cedrom a caminho do Jardim do
Getsêmane. O Vale do Cedrom era conhecido por suas videiras
saborosas. Jesus talvez tivesse apontado para uma daquelas
videiras e dito: “Cavalheiros, esta sou c l i . K u s o u a videira
verdadeira”.
A palavra grega traduzida como “verdadeira” significa “real”.
Jesus está dizendo: “Eu sou a videira real. Qualquer um que se
apresente por aí como a videira é um impostor”.
Jesus é a videira, e é responsabilidade do Pai cuidar da
videira. Deus é o agricultor, Jesus é a videira, e nós somos os
ramos. “Todo ramo em mim que não dá fruto ele o corta, e
todo ramo que produz fruto ele o poda, para que produza
mais fruto” (v. 2). Eu quero guardar a idéia do “podar” para o
final, porque é um con ceito importante. Mas aqui quero
considerar as importantíssimas palavras “em mim”.
Nos livros escritos por João, a frase “em mim” indica um
relacionamento orgânico; isto é, são os verdadeiros crentes
nos diversos estágios de seu desenvolvimento espiritual. A
preocupação de Cristo é levar seus filhos de um simples
relacionamento para uma comunhão íntima com ele através
do processo do discipulado. Por exemplo, o relacionamento
matrimonial não produz necessariamente uma comunhão
íntima. Você pode ter tão-somente assinado um papel. Você
pode estar casado, mas isso não significa que faíscas de amor
estão explodindo em sua sala de estar. O objetivo do casamento
é mais do que relacionamento. É comunhão íntima.
É o que Jesus está dizendo aqui em João 15.2. Observe o
progresso quando esta comunhão íntima se desenvolve. O
discípulo primeiro “dá fruto”, depois “mais fruto” e, então, “muito
fruto” (v. 2,5).
Finalmente, no versículo 16, Jesus diz que sua vontade é
que “o vosso fruto permaneça”. Nossa comunhão íntima com
Cristo deveria produzir fruto duradouro.
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O caráter da árvore
O que mais deveríamos saber acerca da frutificação na vida
espiritual? O fruto reflete o caráter da árvore ou da videira da
qual faz parte. Quando nos aproximamos de uma macieira na
época da colheita, esperamos encontrar maçãs. Se encontramos
a árvore sem frutos, ou se encontramos peras, alguma coisa
está errada.
Macieiras devem produzir maçãs. Pereiras devem produzir
peras. Videiras devem produzir uvas. E os cristãos devem
produzir frutos ã semelhança de Cristo. Nós refletimos o caráter
da videira da qual fazemos parte.
O fruto da árvore
Aqui está outra verdade sobre a fertilidade espiritual. O
propósito de ser frutífero é tal que você pode impulsionar outros
para Cristo. Expressando-me de outra forma, você produz frutos
para que outra pessoa experimente um pedacinho deles e seja
abençoada.
Ramos estéreis
Agora vamos voltar para João 15.2, em que Jesus disse: “Todo
ramo em mim que não dá fruto, ele [Deus, o vinhateiro] o
corta”. Quero lhe dar aqui uma palavra de encorajamento.
Todo vinhateiro fica muito preocupado com videiras
improdutivas. Por favor, observe que esses ramos estão “em
mim”, isto é, em Cristo. Eu creio que eles estão em comunhão
com Cristo, mas ainda não estão produzindo fruto.
Então o que Jesus quer dizer com “cortar”? Esta palavra pode
ser literalmente traduzida como “levantar”. Com freqüência, nas
vinhas do Oriente Médio, alguns ramos da videira ficam caídos
no chão onde não recebem suficiente luz do sol e ainda ficam
cobertos de sujeira.
Em suas visitas diárias, o vinhateiro procura esses ramos e
os “escora”, amarrando-os a uma estaca ou vara. Isso impede
que os ramos toquem o chão e corram o risco de ser sufocados,
imposibilitando a frutificação. Ao levantar, portanto, os ramos
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para que o máximo de luz solar os atinja, inicia-se o processo
de produção do fruto.
Jesus escora todo ramo em comunhão com ele que jaz no
chão, para que possa produzir fruto. Como Deus ergue esses
ramos? Um dos m eios é en corajan d o-os. Deus faz isto
especialmente com os novos cristãos. Um crente recém-convertido
pode estar enfrentando um problema insolúvel. Deus então
providencia uma saída. Deus vem e liberta esse cristão. Ele
responde a oração de uma maneira tão espantosa que o crente
vê-se dizendo: “Obrigado, Jesus”.
Coisas como essas podem dar início à produção de fruto
porque a Bíblia diz que o louvor de nossos lábios é fruto
produzido por Deus (Hb 13.15). Isto faz parte do processo de
“escoramento” que estimula a produção de fruto.
Assim inicia-se o processo. Mas é quando o discípulo começa
a dar fruto que Deus realmente inicia a obra. Ele começa a
podar-nos para que produzamos “mais fruto”.
Deus não fica satisfeito com a falta de frutos. Mas também
não fica satisfeito com pouco fruto. Quando você sai da
improdutividade e passa a produzir algum fruto. Deus diz: “Eu
quero ver mais frutos”. Então ele começa a podan A poda
consiste em aparar os rebentos de um ramo, os quais sugam a
vida que deveria ir para o ramo.
No cultivo das videiras, esses rebentos são chamados,
apropriadamente, de “ladrões”. São brotinhos que aparecem
na ligação da videira com o ramo e que chupam a seiva vital da
videira, seiva essa que se destina aos ramos. Se os ladrões não
forem podados, o ramo ficará desnutrido, já que não recebe da
videira os nutrientes necessários. Por isso o agricultor poda
esses brotos. Acaba com eles.
Caso você não saiba, a poda dói — assim como a autonegação.
Toda vez que Deus inicia a poda em sua vida, vai doer um
pouquinho. Mas quando você entender que a poda visa à
produção de mais fruto, você conseguirá agüentar a dor. Deus
não poda seus ramos, seus discípulos, para impedir que cresçam.
Ele os poda para que sejam mais produtivos do que nunca.
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A recompensa do discipulado
Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa,
ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou
campos, por amor de mim e do evangelho, que não receba
cem vezes tanto, já no presente, em casas, irmãos, irmãs, mães,
filhos e campos, com perseguições, e no mundo por vir a vida
eterna.
Testemunho dinâmico
Os resultados do testemunho
Se você vai seguir a Cristo como seu discípulo, tem de ser
uma testemunha. Os crentes que estavam no cenáculo e que
receberam o Espírito no Pentecostes tornaram-se testemunhas.
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O resultado desse testemunho e do sermão de Pedro naquele
dia especial foi o acréscimo de quase três mil novos crentes ao
corpo de Cristo.
Isso é testemunho! E por favor observe que estas quase três
mil pessoas não vieram por causa de um programa evangelístico.
Elas vieram porque o povo de Deus sentia-se estimulado pela
presença do Espírito Santo. Estava entusiasmado com Jesus, e
esse entusiasmo explodiu em uma grande campanha evange
lística em que muitas pessoas foram salvas.
O testemunho deles também foi além das palavras. “Em cada
alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos
apóstolos” (At 2.43). Além de testemunhar em palavras através
de seus discípulos, Deus também testemunhou através de ações.
Os discípulos demonstraram a veracidade e a autenticidade do
evangelho por meio de seu trabalho.
Em outras palavras, além de uma mensagem a ser ouvida,
havia também o poder de Deus para ser visto. Eu e você não
podemos operar milagres por nós mesmos, mas podemos
mostrar o poder de Deus. Talvez por isso muitos de nós, crentes,
ficamos calados acerca de Cristo. Não temos poder verdadeiro
para mostrar. Nada aconteceu em nossas vidas.
Naqueles primeiros dias da igreja em Jerusalém, um forte
testemunho espalhou-se, tanto em palavras como em obras.
Havia tal dinamismo, que pessoas eram salvas todos os dias
(v. 47). O Espírito de Deus encheu de tal maneira o povo de
Deus que não conseguiam guardar a fé apenas para eles. O
resultado foi salvação de não-crentes todos os dias.
Isto deveria estar acontecendo em nossas igrejas se nos
espalhássemos semanalmente para testemunhar de Cristo em
todo lugar, mas deixe-me perguntar-lhe: Qual foi a última
pessoa a quem você falou de Jesus Cristo? Se não consegue se
lembrar, você precisa refletir se seu crescim ento, com o
discípulo, está ocorrendo como deveria. Testemunhar de Cristo
é, portanto, uma das características da pessoa que deseja seguir
a Jesus, e é também uma necessidade absoluta para ser
discípulo dele.
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Crescendo na palavra
Desejando a Palavra
Isto é o que poderíamos chamar de educação do discípulo.
É o processo pelo qual a Palavra de Deus sai do papel e entra
em nossos corações e em nossas vidas. Para o espírito de um
discípulo de Jesus Cristo, a Palavra de Deus é tão necessária e
desejável quanto o alimento é para o corpo. Ao contrário do
que ocorre com o alimento físico, uma pessoa não pode receber
excesso de alimento espiritual.
Na verdade, quando se trata de alimento espiritual, alguns
perdem peso rapidamente. Alguns estão perdendo o peso que
não poderiam perder. Outros tornam-se magros demais. Por
quê? Porque não estamos recebendo alimento.
A Palavra de Deus destina-se a nutrir o crente. São as
Escrituras que nos capacitam a viver a vida cristã. Sua mente é
a chave para se tornar um discípulo de Cristo, porque você é ò
que você pensa (Pv 23.7). Se sua mente é confusa, você terá
uma vida confusa. O corpo reflete os processos ideológicos, e
muitos de nós entramos na vida cristã mentalmente deformados,
contaminados por um sistema ímpio.
Nossa mente precisa ser renovada (Rm 12.2). Só então nossa
vida será transformada. Descobri que tentar mudar as atitudes
das pessoas sem alterar seu modo de pensar só funciona
temporariamente, como um remendo.
Se você quer ajustar o que faz, deve primeiro consertar o
que pensa acerca do que faz. A transformação da mente ocorre
através do estudo e da prática da Palavra. Todos nós sabemos
o que é lavagem cerebral. É a repetição de certos dados muitas
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e muitas vezes até que o cérebro os absorva e a pessoa creia
naquilo de todo o coração, passando a agir de acordo com as
informações absorvidas.
Um grande número de crianças é vítima de lavagem cerebral
durante os anos de formação. Se durante algum tempo você
disser a uma criança “Você não é boa. Você não consegue fazer
nada direito. Você nunca chegará a ser alguém”, essa criança
vai desenvolver uma auto-imagem tão deficiente que passará a
acreditar nessas informações negativas.
Tais crianças foram programadas para dizer “Eu não posso”
quando confrontadas com algum desafio. Elas precisam de
reforço mental positivo, de um pouco de lavagem cerebral
positiva. Elas precisam de alguma coisa que altere seu modo
antigo de pensar.
É exatamente isso o que a Palavra de Deus faz. Muitos de
nós temos hábitos em nossas vidas dos quais gostaríamos de
nos libertar. Mas dizemos “Não posso” porque sofremos uma
lavagem cerebral nesse sentido, O inimigo trabalha para nos
fazer crer que nunca teremos vitória nessa área.
A Palavra de Deus pode, no entanto, mudar isso, se nos
alimentarmos dela tão regularmente como alimentamos os nossos
corpos. Os crentes em Atos 2 dedicavam-se ã doutrina, ou seja,
ao que os apóstolos lhes ensinavam. Eram as Escrituras de primeira
mão. O Novo Testamento ainda não tinha sido escrito e concluído.
Por isso a doutrina dos apóstolos era a Palavra de Deus autorizada.
Obedecendo a Cristo
Paulo diz que o objetivo de levar cativos nossos pensamentos
é podermos ser obedientes a Cristo. Você precisa conhecer a
Palavra de Deus para que possa viver a Palavra de Deus. Você
não estuda nem aprende a Bíblia para ser aprovado em testes.
É apenas aplicando a Palavra que ela se torna parte de sua
experiência.
Você pode estudar o manual de trânsito o dia inteiro, mas
isso não fará de você um bom motorista. Você precisa saber o
que há no manual, mas para aprender a dirigir terá de entrar
no carro com um instrutor e praticar.
Jesus disse na Grande Comissão que devemos fazer discípulos
indo, ensinando e batizando. Ensinando o quê? “A guardar” —
fazer — “todas as coisas que eu vos tenho mandado” (Mt 28.20).
Portanto, sempre que eu e você abrimos o Livro, nossa oração
deveria ser: “Senhor, mostra-me o que tu queres que eu faça”.
Todos os domingos quando você vem à igreja, sua oração
deveria ser: “Senhor, abre tua Palavra e fala a mim”.
Desenvolvendo o desejo
Quando os dois discípulos desanimados estavam a caminho
de casa, em Emaús, naquela primeira Páscoa, Jesus Cristo
ressuscitado juntou-se a eles na estrada e lhes ensinou a respeito
dele mesmo na Palavra (Lc 24.27).
Mais tarde, quando Jesus desapareceu, eles disseram: “Não
ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava
e quando nos abria as Escrituras?” (v.32). Então eles se levantaram
e correram de volta a Jerusalém para contar a todos que agora
criam na Ressurreição. Jesus havia mudado o modo de pensar
daqueles homens ensinando-lhes as Escrituras.
Você diz: “Claro, se Jesus viesse e ensinasse em nossa classe
de Escola Dominical no próximo domingo, nossos corações
arderiam. Ficaríamos entusiasmados com a Palavra”.
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Bem, posso lhe dizer duas coisas. Primeiro, isso não vai
acontecer. E segundo, você tem uma coisa ainda melhor! Você
tem o Espírito Santo habitando em você para tornar viva a
Palavra de Deus. Na verdade, ele está ansioso para colocar
fogo em seu coração!
Portanto, se você deseja seguir a Cristo, se você quer que os
imperativos do discipulado se tornem reais em sua vida, você
precisa desenvolver uma fome insaciável pela Palavra de Deus.
Você deve cultivar amor pela Palavra. Se neste momento você
não tem esse amor, essa fome, não finja. Vá ao Senhor e ore
com sinceridade: “Senhor, dá-me gosto pela tua Palavra. Torna-
a mais preciosa e mais valiosa para mim do que o alimento que
eu consumo para manter meu corpo sadio”.
Eu não sou muito amigo dos vegetais, mas como o ex-
presidente George Bush, consegui gostar de brocolis. Ainda
estou lutando com abóboras e quiabos. Ainda não me
especializei a esse ponto. Mas com os brócolis já passei da
aversão para a tolerância. Ainda não consigo amá-los.
Eu sei que preciso comer alguns vegetais, por isso escolhi os
brócolis. Agora, toda vez que como fora, se possível peço brócolis.
Naturalmente, nas primeiras vezes que comi brócolis, precisei
cobri-los com tanto queijo quanto possível para escondê-los e
ajudar a melhorar o gosto. Mas agora já consigo comer brócolis
sem queijo. Adquiri gosto por eles, mas precisei comê-los
repetidas vezes para chegar a esse ponto.
Algo semelhante acontece quando se trata de desenvolver o
gosto pela Bíblia. Você não pode experimentá-la uma vez por
ano e, então, espantar-se por que ela não tem gosto bom. Você
tem de alimentar-se dela dia após dia. É assim que a Bíblia se
torna doce ao seu paladar.
As pessoas abrem suas Bíblias e dizem: “Não compreendo o
que está escrito lá”. Lendo-a apenas uma vez por ano, não é
possível entender. “É difícil demais.” Talvez é porque você não
adquiriu gosto pela Palavra de Deus.
Para adquirir o gosto pelo estudo da Bíblia, você precisa
disciplinar-se para sentar e 1er, quer tenha ou não vontade
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Os QUATRO IMPERATIVOS EM AÇÂO
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Focalizando Cristo
Aqui temos mais alguma coisa sobre a comunhão bíblica. A
comunhão não é comunhão se Jesus Cristo não faz parte da
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conversa. Se você me convida para assistir a um jogo de futebol
e tudo o que fazemos é assistir ao jogo e comer, não temos
comunhão. A comunhão sempre se destina a incentivar uns
aos outros à espiritualidade, a edificar uns aos outros na fé. A
verdadeira comunhão sempre tem um objetivo espiritual.
Isto não significa que o alimento não possa estar envolvido.
Atos 2.46 deixa claro que havia muitas refeições de confrater
nização no início da igreja. Teremos uma grande refeição de
celebração e confraternização no céu (Ap 19.9).
A questão aqui, no entanto, não é simplesmente reunir-se e
comer, e chamar a isso comunhão. A refeição apenas apresenta
um contexto natural para isso. O que acontece e o que
conversamos quando estamos reunidos é o que importa.
Deveríamos ter um período de comunhão fortalecedora e de
encorajamento da fé.
Nos tempos da escravidão, o domingo era um dia muito
importante. Era o dia em que os escravos não tinham de
trabalhar. Mas o mais importante é que podiam se reunir para
adorar, e então dedicar a maior parte do dia à comunhão. Uma
irmã trazia salada de batatas, outra, frango frito e outra ainda,
milho. Reunidos, eles desfrutavam de uma refeição.
Essa comunhão dominical era muito importante para os
escravos porque todos tinham de voltar a trabalhar na segunda-
feira, que era um dia penoso, angustiante e difícil. Por isso o
reforço do domingo era essencial.
À medida que ficamos mais ricos e mais independentes, no
entanto, perdemos a necessidade que tínhamos uns dos outros.
A comunhão na Bíblia serve para nos mostrar que precisamos
dos outros crentes. Você não pode ficar sozinho. Nem eu.
Adoração dinâmica
Adoração
observe o cenário da vida real que Deus usa para nos ensinar
sobre adoração. Não foi em um culto no templo; foi junto a um
poço, em qualquer lugar. Esta mulher, os discípulos e o restante
dos samaritanos eram pessoas reais, tão humanos quanto
possível. A adoração está relacionada a gente de verdade.
Havia também necessidades e problemas reais ali. Jesus
estava com fome. Aquela mulher precisava de salvação. E os
discípulos de Jesus estavam ali atônitos porque ele conversava
com uma samaritana. A própria mulher trouxe ã tona a
hostilidade secular entre judeus e samaritanos. Portanto, havia
ali um conflito racial.
No meio desta loucura da vida real, Jesus falou sobre a
adoração. Por quê? Porque se adorarmos da maneira certa, as
outras coisas com as quais gastamos tanto na tentativa de corrigi-
las serão reparadas muito mais depressa.
Essa mulher samaritana captou o verdadeiro sentido da
adoração a Deus, por isso parou de se prostituir. Porque Jesus
deu a seus discípulos a visão correta de Deus, eles foram capazes
de confraternizar-se com seus ex-inimigos, os samaritanos.
É interessante que mais tarde Jesus disse aos discípulos:
“Erguei os vossos olhos, e vede os campos” (v. 35). Imagine o
que eles viram quando levantaram os olhos? Samaritanos vindo
ao encontro de Jesus! Como Jesus ficou dois dias na cidade, os
discípulos devem ter ministrado a eles também (v. 40). Os
próprios samaritanos deixaram de lado velhos preconceitos para
aceitar a Cristo.
O que eu estou dizendo é que se adorarmos corretamente,
muitas coisas que estão afligindo os crentes agora serão
resolvidas.
Portanto, vamos para os versículos 20-40, uma seção que eu
chamo de “adoração concentrada”. Podemos extrair uma grande
dose de “essência” doce desses poucos versículos, porque a
palavra ad oração foi empregada de uma forma ou de outra
por dez vezes. Esta é uma verdade muito complexa.
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As esferas da adoração
Adoração pública
As pessoas que têm problema com a adoração pública, ou
coletiva, geralmente revelam que nenhuma adoração particular
autêntica está acontecendo em suas vidas. A adoração pública
é essencial por diversos motivos.
Primeiro, a adoração pública nos lembra que Deus é “nosso
Pai que está no céu” e não apenas “meu Pai”. Isto é, a adoração
pública demonstra que você reconhece que não é um filho
único no reino, mas parte de uma família maior. Os crentes
isolados são contrários ao conceito de família. Ignorar e
negligenciar a adoração pública é insultar a Deus como o cabeça
de uma família da qual você é apenas uma parte.
Segundo, há coisas que Deus fará por você na adoração
pública que não estão necessariamente disponíveis na adoração
particular. Foi no contexto da adoração pública que a igreja
primitiva experimentou certas atividades milagrosas do Espírito
Santo (At 2.42,44; 12.1,12).
Terceiro, a adoração pública destina-se a beneficiar outros
além de você. Deus deseja usá-lo e a sua adoração para encorajar
outros (Hb 10.24,25). É o cúmulo do egoísmo pensarmos apenas
em nós mesmos quando se trata de adoração.
Assim como as pessoas em um evento esportivo alimentam
o entusiasmo umas das outras quando o time da casa marca
pontos, os cristãos devem alimentar uns aos outros quando
celebramos a glória de nosso grande Deus, o “marcador de
pontos” do universo.
O quarto motivo — e o mais importante — é que Deus
espera que adoremos e ele aguarda o seu povo no local da
adoração pública (ICo 11.18,24). Portanto, deixar de adorar
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coletivamente como o corpo de Cristo é uma afronta ao Deus
que nos convida para a sua mesa — assim como seria uma
afronta se as crianças se recusassem a vir à mesa quando o
chefe da casa as chama para jantar. Nenhum “jantar” espiritual
particular, por m elhor que seja, pode substituir nossa
necessidade de nos juntarmos ao restante da família de Deus
à mesa dele.
Adoração particular
Se o úniço momento em que Deus ouve os hinos de louvor
que você lhe entoa é no domingo, se o único momento em
que você interage com a sua Palavra é no domingo; e se o
único momento em que você tem comunhão com os outros
crentes é no domingo, então sua vida espiritual vai tornar-se
anêmica.
De acordo com as palavras de Jesus em João 4, a adoração
não deve ocorrer apenas em Jerusalém. A adoração está em
você porque o Espírito de Deus habita em você. Por isso Salmos
113-3 diz: “Desde o nascer do sol até o seu ocaso, louvado seja
o nome do Senhor”. Isto é, louvor e adoração devem fazer
parte da rotina diária da vida. Todos os dias os passarinhos
cantam e as abelhas zumbem como parte do louvor da criação
a Deus. I
Estou falando de devoção a Deus. Manifestar devoção não é
ler um versículo por dia para manter o diabo afastado. Não é
só recitar uma oração sem pensar no que se está falando, nem
agradecer mecanicamente pelas refeições sem que as palavras
tenham algum significado. Ter devoção é adorar. É dizer: “Deus,
eu te adoro”.
Ao entender que a carne que está em seu prato veio de um
animal que Deus fez, você compreende que o Senhor merece
ser louvado. Ao entender que a água que você bebe vem da
chuva que ele supriu, você compreende que o nome dele deve
ser louvado. Ao entender que a mesa à qual você come foi
talhada da madeira de uma árvore que Deus fez, você está
pronto para louvá-lo.
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O valor da adoração
Procurando adoradores
Por que a adoração é tão valiosa? Porque Deus a está
buscando. A declaração de Jesus é realmente assombrosa. Ele
diz que o seu Pai está procurando adoradores autênticos. A
questão é que eles são difíceis de achar.
Não entenda mal. Deus não está procurando adoradores
porque precisa deles. Deus não está procurando adoração
porque de alguma forma será diminuído se não a obtiver. Deus
não está procurando adoradores entre nós porque, se não o
adorarmos, nada mais na criação o fará.
De maneira nenhuma. Na verdade, o universo inteiro adora
a Deus. Leia os dez primeiros versículos do Salmo 148 e você
verá que o salmista abrange exatamente todo o universo criado
quando se trata das coisas que louvam a Deus.
Tudo está presente. Os seres celestiais, inclusive os anjos,
adoram a Deus. Os corpos celestes — o sol, a lua e as estrelas
— o adoram. Todas as espécies de animais desde os “monstros
marinhos” (v. 7) até as “aves voadoras” (v. 10) o adoram. Mesmo
as coisas inanimadas como a água, a neve, o vento, o fogo, e o
granizo louvam o Senhor.
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Portanto, Deus não está sentindo falta de adoração. O universo
inteiro foi criado para louvá-lo. A Bíblia nunca fala de Deus
saindo à procura do louvor das formigas. Ele não sai ã procura
do louvor das baleias ou das montanhas. Estas coisas já o louvam.
A única busca de Deus é adoração dos seres humanos.
Merecedor de adoração
Por que Deus está procurando adoradores humanos? Porque
ele os merece. Ele merece adoração, e deseja saber quem
compreende isso. Portanto Deus está procurando adoradores,
pessoas que vão louvar e adorar o seu nome.
Isso torna Deus egocêntrico? De modo nenhum! Isso significa
que Deus está focalizado em sua própria glória? Correto! O
motivo é que não há nada nem ninguém maior do que Deus a
quem ele pudesse apelar, ou a quem nós pudéssemos dar a
nossa adoração.
Uma vez que não existe ser maior do que Deus para receber
glória. Deus reivindica toda glória e adoração para si mesmo.
Por isso Paulo diz que Deus faz tudo para o louvor de sua
própria glória (Ef 1.6,12). Qualquer pessoa assim gloriosa merece
ser adorada. Por isso Deus está buscando adoradores.
A escolha da adoração
Adorando na eternidade
Dando honra
Qual é o problema? Vir à igreja não é o mesmo que adorar.
Os sacerdotes estavam no templo, prestando o seu serviço a
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Deus. Mas não lhe estavam prestando a honra e demonstrando o
respeito devidos. Adorar significa honrar a Deus pelo que ele é.
Possivelmente, na maioria das manhãs você se levanta, vai
ao trabalho e honra seu patrão. Você pula da cama, veste-se e
vai para a empresa prestar-lhe homenagem. Você honra o seu
patrão comparecendo ao trabalho e cumprindo suas tarefas
diariamente.
Você vai honrar o seu patrão não necessariamente porque
gosta dele, mas porque o seu dinheiro está no bolso dele. Ele
tem a chave do cofre. É o patrão. A honra que você lhe presta
fundamenta-se na posição que ele ocupa.
Deus diz: “Se você dá às pessoas alguma coisa melhor do
que você me dá, então não está me honrando como o Senhor
dos exércitos”. Por isso Deus disse aos sacerdotes do tempo de
Malaquias: “Tentem oferecer seus restos aos seus governantes
humanos. Se eles não aceitam seus restos, o que os faz pensar
que eu aceitarei essas ofertas?” (v. Ml 1.8).
Falar de adoração, significa dar “ao Senhor a glória devida
ao seu nome” (Sl 19-2). Adorar é dar a Deus o que ele merece,
e nada menos.
O que muitos de nós chamamos de adoração é na realidade
apenas o resto de nossa energia, o resto de nosso tempo, o
resto de nossos recursos. Achamos correto dedicar-nos a várias
atividades no domingo pela manhã e à tarde, e então à noite,
quando estivermos bastante cansados, irmos à igreja adorar.
Isso não é adoração.
Vou lhe dizer o que é adoração. Quase todas as pessoas que
vivem em Dallas já testemunharam o que é verdadeira adoração
em nível humano. Acontece quase todos os domingos durante
o outono e o inverno. Algumas pessoas podem chamar tal evento
de jogo de futebol, mas os fãs do “Dallas Cowboys” conhecem-
no por adoração.
No momento da adoração, milhares de pessoas vão à casa de
adoração chamada Estádio do Texas. Ou vão para casa ocupando
salas separadas para adoração. Em seu “santíssimo”, assentam-se
e adoram diante de um púlpito sobre o qual está a tevê.
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Essa adoração é tão importante que as pessoas avisam que
não querem ser perturbadas durante o período do culto de
adoração. Também não querem se atrasar para a adoração.
Além de desejarem pegar o primeiro hino, querem estar lá para
a chamada à adoração, o show antes do jogo. Elas também não
se queixam se o culto de adoração durar três horas. Estão prontas
a oferecer adoração suplementar, se forem convocadas.
Milhares de pessoas por toda Dallas vão contemplar a glória
dos “Cowboys”. E quando o time faz alguma coisa digna de
louvor, elas pulam e gritam.
Quando tudo acaba, e a bênção após o jogo é declarada,
essas pessoas vão refletir na coragem dos que estão no campo
e louvá-los por sua bondade. Os jogadores serão glorificados
pelo que são e pelos grandes feitos realizados.
Estou gracejando um pouco, mas nem tanto. Se uma equipe
esportiva pode exigir esse tipo de adoração, o Deus do universo
não pode exigir muito mais?
O objeto da adoração
Ele é o Pai
O Deus que somos convocados para adorar é definido como
nosso “Pai”. Em primeiríssimo lugar, ele é nosso Pai, pois nos
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criou e a tudo que existe. É dono de tudo isso. Deus merece
ser adorado porque “do Senhor é a terra e a sua plenitude, o
mundo e todos os que nele habitam” (Sl 24.1).
Se você é cristão. Deus também é seu Pai porque você é
membro da família dele. Isso significa que a adoração é um
negócio de família. Nós não adoramos a Deus apenas porque
ele é o Criador, mas porque ele é o “Papai”, o Chefe amoroso
de nossa família, a quem nós obedecemos. Nós o adoramos
por causa do relacionamento.
O Deus que adoramos também é o “Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo” (Ef 1.3). Isso quer dizer que você não pode adorar
a Deus se deixar Cristo de fora.
Por isso é que muitos grupos que anunciam cultos de adoração
semanais não estão realmente adorando. O Deus ao qual adoram
não é o Pai do Senhor Jesus Cristo. O problema dos Testemunhas
de Jeová, que querem chegar a Jeová mas negam a Cristo, é que
não podemos ir ao Pai exceto por meio de Cristo. Ele é o único
Mediador entre Deus e o homem (ITm 2.5).
Ele é Espirito
Jesus prossegue dizendo que Deus é espírito, portanto você
não pode adorar a Deus com o seu corpo apenas porque na
essência Deus não é corpóreo. Isto é, ele não tem corpo. Quando
dizemos que Deus é espírito, estamos dizendo que ele é
imaterial. Ele é invisível, mas é uma Pessoa com intelecto,
vontade e emoções.
Portanto, se você vai adorar esse Deus imaterial, invisível,
Jesus diz que sua adoração deve brotar de dentro, da parte
invisível de você. Veja, o seu corpo pode aparecer na igreja
enquanto o seu espírito continua em casa. Você pode ter o
corpo de um adorador, mas não ter o coração de um adorador.
Sendo Deus espírito, ele lida principalmente com o reino
invisível, não com o reino visível. Você pode ir à igreja tendo
aparência de adoração e cheiro de adoração. Você pode ter o
penteado da adoração ou a maquiagem da adoração. A maioria
de nós nos arrumamos fisicamente para a adoração.
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■
Muitos cristãos também têm os movimentos da adoração.
Quando o coral canta, alguém movimenta as mãos, sacode a
cabeça em sinal de adoração. Alguns enxugam lágrimas de
adoração. Mas se tudo o que Deus obtém de nossa adoração é
físico, não estamos adorando a Deus porque ele não é físico.
Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em
espírito.
A verdadeira adoração não é manifestada por meios físicos.
Algumas pessoas acham que não adoraram se não mexeram o
corpo. Mas a verdade é que, se o espírito não se movimentar,
não importará o que o corpo faça.
Não me entenda mal. Deus não ignora o corpo, mas Ele não
começa com o corpo. Deus sempre começa com o espírito
porque assim ele é. Este é o problema dos subsídios artificiais
da adoração, quer seja uma cruz pendurada no pescoço de
alguém ou um quadro de Jesus.
Deus pergunta: “A quem, pois, fareis semelhante a Deus?”
(Is 4 0 .1 8 ). Sua cédula de id en tid ad e posui uma foto.
Normalmente, essas fotografias são tão ruins que nos sentimos
envergonhados de mostrá-las a alguém. Desculpamo-nos,
dizendo: “Realmente é uma fotografia muito ruim”. Qualquer
um pode perceber que você tem uma aparência bem melhor
do que aquilo! Qualquer figura que você apresentar de Deus
será ruim porque ele tem uma aparência bastante superior.
Deus não pode ser comparado a nada, exceto a ele mesmo.
Quando adora a Deus, você está adorando um ser invisível que
só pode ser “visto” e conhecido pelo espírito.
Naturalmente, em Jesus Cristo, Deus manifestou-se na forma
humana. Jesus sentou-se e conversou com a mulher junto ao
poço. Ela pôde vê-lo, mas não pôde perceber que ele era Deus
feito homem. Apenas quando o Espírito Santo conectou-se
espiritualmente com ela é que a mulher conseguiu perceber.
Ele é o auditório
Sendo Deus o objeto de nossa adoração, a questão não é se
nos sentimos bem quando adoramos. Não há nada de errado
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com os sentimentos bons em nossa adoração, mas isso não é o
principal. A questão na adoração é: como Deus se sente?
A congregação se levanta para cantar, e nós não cantamos
porque não gostamos do hino. O comentário de Deus é: “Eu
pensei que você estivesse cantando para mim. Se você veio
para me adorar, o fato de você gostar ou não do hino é
irrevelante”. Isso não significa que você vai cantar cada palavra
de cada hino. Talvez você discorde da teologia, ou seja incapaz
de cantar o hino com honestidade. Mas isso é diferente de
recusar-se a cantar porque o estilo o desagrada. A adoração
não é para o seu benefício; é para a glória de Deus.
Muitos de nós vamos ã igreja com uma m entalidade
retrógrada. Então dizemos: “Coral, cante para mim”. O coral
não deve cantar para nós, mas liderar-no no louvor que
entoamos a Deus. O propósito na pregação é dar ao povo a
Palavra de Deus, ouvir a voz de Deus em sua Palavra.
Se você vai adorar apenas para receber, então você está
dizendo, em essência: “Deus, adore-me. Preste atenção em mim.
Focalize-me. Destaque-me. Glorifique-me”. Mas não é esse o
convite. O convite é para adorar a Deus. Quando a bênção for
dada, se Deus não aplaudir, teremos falhado.
Se Deus não aplaudir quando adoramos, nada significam os
aplausos dos outros. Se Deus não aplaude quando o coro canta,
não importa a nossa oração. Quando eu prego, se Deus não
aplaude, não importa se as pessoas gostaram do sermão. Se
Deus não disser “muito bem”, nós não adoramos.
Ele é glorioso
Vimos para adorar, não para que Deus nos adore. Vimos para
que ele se sinta bem. Sim, nós nos sentimos bem quando adoramos
em espírito, mas é um benefício adicional. Não é a nossa
motivação. Vimos adorar a Deus por causa de sua glória intrínseca.
A glória de Deus está, portanto, ligada ã pessoa dele. Faz
parte do que ele é. O oposto de glória intrínseca é glória
atribuída. Toda glória humana é glória atribuída. Por exemplo,
coloque uma roupa escura em um homem ou uma mulher e a
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\
A essência da adoração
A atitude correta
Já falamos sobre o que Jesus quis dizer por adoração em
espírito. Deus é espírito. É nesse momento da adoração que o
Espírito Santo torna-se ativo. Sua tarefa é ligar o espírito humano
As informações corretas
O sentimento da adoração também precisa estar unido à
verdade (Jo 4.24®. Quanto mais você conhece acerca do Deus
que está adorando, melhor será a sua adoração. O desconhe
cimento não é bem-aventurança quando se trata de adoração.
Muitos de nós, cristãos, adoramos pouco porque sabemos
pouco e, portanto, crescemos pouco. Se você tem apenas um
conhecimento mínimo de Deus, vai exaurir-se realmente muito
depressa. Por isso é que alguns cristãos ficam sem ter o que
dizer depois de trinta segundos de oração — e por que algumas
pessoas oram durante trinta minutos sem dizer nada. Não sabem
como falar a Deus porque seu conhecimento dele é muito
pequeno.
Quanto mais você conhece a Deus, mais profunda é a sua
adoração. Quanto mais você sabe acerca de Deus, melhor se
torna a sua adoração. Por isso Jesus diz que nossa adoração
deve corresponder à verdade.
Que verdade? Algumas pessoas alegam que não existe
uma coisa chamada verdade. Outras dizem que é você de
terminar o que é verdade. Como cristãos, no entanto, temos
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um padrão objetivo de verdade, independente e além da
opinião humana.
O próprio Jesus alegou ser a verdade: “Eu sou o caminho, a
verdade e a vida” 0 o 14.6). Naquela mesma noite Ele orou ao
pai, “Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade” 0 o
17.17). Portanto, temos uma Pessoa viva e uma Palavra escrita
que são a verdade absoluta, em concordância perfeita uma
com a outra.
Quando o seu coração busca a Deus fundamentado na
verdade da revelação dele, então Deus Espírito Santo aviva a
chama do seu espírito humano. Isso é adoração em espírito e
em verdade.
Evitando os extremos
Existem dois extremos quando se trata de adoração. Um é
espírito sem verdade. São as pessoas que desejam que sua
adoração as comova, as estimule e as agite. Mas na realidade
não querem lidar com a revelação de Deus. O que resulta é
emocionalismo vazio.
O outro extremo é a verdade sem espírito. Estes são os
indivíduos que têm as regras para todos seguirem. Embora falem
a verdade, ela nada significa. Chamamos a isso ortodoxia morta.
É como o comentário que um ex-professor meu de seminário
fez acerca de uma das igrejas da Europa. Ele dizia que você
podia ser salvo lendo a doutrina delas, mas ninguém se
importava. As catedrais estavam literalmente frias e vazias.
Desejo zeloso
Jesus disse que as nossas necessidades de adoração abrangem
tanto espírito como verdade. O alvo não é adorar apenas por
obrigação, mas por desejo de submissão. Você não adora só
porque se espera que você o faça como cristão, mas porque é
a coisa mais importante que você pode fazer.
Imagine um marido que no aniversário de casamento diz ã
esposa: “Querida, chegou aquela data novamente, e eu tenho a
obrigação de lhe trazer flores. Olhe aqui uma dúzia de rosas.
Tornando-se um adorador
Convite divino
Revelação divina
Leitura da Palavra
Primeiro, temos a leitura do que Deus disse. Paulo mencionou
a Timóteo que dedicasse atenção especial à leitura pública das
Escrituras na congregação em Éfeso (ITm 4.13). Em Neemias
8.1-8, o sacerdote Esdras ficou em pé e leu a Palavra quando a
aliança foi renovada. As pessoas ficaram de pé enquanto Esdras
abria “o livro da lei” (v. 1), e elas choraram enquanto ele lia os
mandamentos de Deus.
Moisés reviu a aliança com o povo, então escreveu as palavras
e as leu. Nas Escrituras, a leitura da Palavra de Deus chamava a
atenção do povo porque eles compreendiam que a mensagem
transmitida era a verdade de Deus.
A simples leitura da Bíblia tem poder em nossas vidas. Se
nunca lemos a Palavra, estamos perdendo alguma coisa. Você
diz: “Mas eu não entendo tudo”. Pode ser verdade, mas não
significa que vai continuar sem entender. O motivo por que
lemos a Bíblia nos cultos é que ouvir a Palavra pode abrir
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/ ^
o CONTEÚDO DA ADORAÇÃO *i,101 }
Proclamando a Palavra
A seguir vem a proclamação da Palavra, isto é, anunciar o
que Deus disse.
Moisés anunciou a aliança ao povo (Êx 24.3) e explicou o
que ela significava. Por isso é que a maior parte do culto de
adoração é a proclamação ou pregação da Palavra de Deus.
Não me entenda mal. A pregação não é a única parte da
adoração. Algumas igrejas utilizam a música simplesmente para
introduzir sermão. Não está certo. A adoração inclui a Palavra,
mas o sermão não é a soma total dela.
A proclamação, no entanto, é essencial para a adoração. É
através da Palavra que Deus fala. O teste de qualquer homem
que fica por trás do púlpito é: “Ele é fiel ã Palavra?”. Deus
proíbe que eu ou qualquer outro pastor distorça o que ele
disse. Moisés transmitiu aos israelitas o que Deus dissera.
Nossa igreja em Dallas recebe uma grande quantidade de
pedidos de pessoas que desejam utilizar o nosso púlpito para
prom over m ovim entos p o lítico s ou so ciais. D eus está
certamente preocupado com estas coisas — e a Bíblia fala de
interesses políticos e sociais — , contudo na adoração deve-se
anunciar o que Deus disse, não o ponto de vista particular de
determinada pessoa.
Os sermões não se destinam apenas a dar informações. A
proclamação da Palavra, esclarecendo seu significado e sua
aplicação às nossas vidas, pretende convidar pessoas para que
respondam positivamente a Deus. Uma pessoa pode ir à igreja
todos os domingos, tomar notas durante o sermão e ainda assim
não ser ajudada em nada.
Não há nada de errado em anotar coisas que chamam a
atenção do ouvinte. Deus, no entanto, não está tentando encher
nossos cadernos, mas modificar vidas. O propósito de um sermão
é desafiar as pessoas com a verdade de Deus. Por isso é que o
Reagindo à Palavra
A resposta esperada é um compromisso de obediência.
Quando Moisés terminou de narrar a aliança divina, o povo
reagiu imediatamente com um voto de obediência (Êx 24.3).
Depois, quando ele leu o livro da aliança, eles reagiram no
vamente, acrescentando as palavras: “Nós obedecerem os!”
(v. 7).
A única coisa que Deus deseja saber na bênção apostólica
de um culto de adoração é como nossas vidas serão diferentes
porque aceitamos o seu convite e nos apresentamos para adorá-
lo. Se você não pode responder a esse convite, então você
apenas assistiu a uma cerimônia religiosa. Adorar, além de ouvir
é responder a Deus. Sem resposta não há discipulado.
Isso significa que, no final de cada sermão, devemos fazer a
pergunta: “O que vou fazer de maneira diferente porque estive
na presença de Deus e ouvi suas expectativas a meu respeito?”.
Na verdade precisamos fazer essa pergunta todos os dias quando
fazemos do culto um estilo de vida.
Se você deseja crescer na fé, a maneira mais rápida é
perguntando-se: “O que vai mudar em minha vida porque eu
ouvi a voz de Deus?”. Eu não estou dizendo que todas as vezes
que você abrir a Bíblia ocorrerão mudanças radicais em sua
vida. Às vezes a mudança pode ser bem pequena, mas a Palavra
de Deus propõe-se a modificar e refazer-nos à imagem de Cristo,
por isso devemos estar preparados para obedecer a Deus. Ele
sempre responde à declaração: “Nós faremos”, não apenas “Nós
ouviremos”.
Nossas ofertas
Deus merece nossas ofertas pelo que ele é e tem feito. Você
não se apresenta a um rei sem um presente. Quando adoramos,
perguntamo-nos: o que oferecemos a Deus ao entrar na sua
presença?
Quando eu e você nos apresentamos a Deus, devemos ir
com uma oferta. Vimos que oferecemos um “sacrifício de louvor”
(Hb 13 .15), uma oferta de nossos lábios e corações. Mas também
vamos com uma oferta tangível, as ofertas que representam o
trabalho de nossas mãos. Ouvimos muitas pessoas da igreja, e
também os de fora, perguntando por que as igrejas precisam
recolher ofertas todos os cultos.
O motivo básico é o que eu mencionei anteriormente, que
Deus merece nossas ofertas. Ele também ordenou que lhe
trouxéssemos nossas ofertas. Deus quer que reconheçamos que
tudo o que somos e tudo o que temos vem dele. Nossas ofertas
são uma maneira de demonstrar a Deus que entendemos essa
verdade.
Se você entra na presença de Deus sem as ofertas que ele
merece e pede, está lhe dizendo: “Na verdade, não preciso de
você. Eu consegui sozinho este emprego. Eu tenho energia
própria para fazer este trabalho. Portanto, este dinheiro é meu.
Estes recursos são meus. Você deveria se sentir feliz porque eu
estou aqui”.
Consagração divina
O sangue de Cristo
A comunhão com o Deus santo só é possível mediante o
sangue. No Antigo Testamento, o sangue dos sacrifícios de
animais servia como mediador entre os homens e Deus. Mas
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agora o sangue de Jesus Cristo tornou-se o “único mediador”
entre Deus e nós (ITm 2.5).
Quando nos reunimos para a ceia do Senhor em ato de
adoração, o fazemos pelo corpo e sangue de Jesus. Come
moramos seu único e suficiente sacrifício pelo pecado.
Reunimo-nos para adorar apenas Jesus, que é digno porque
foi morto, e com o seu sangue comprou a nossa salvação (Ap
5.9).
Pode parecer estranho para nós que Moisés tenha aspergido
o sangue sobre o povo. Mas quando aceitamos a Cristo, Deus
asperge o sangue de Jesus sobre nós. O sangue de Cristo já
purificou o propiciatório celestial, por isso agora podemos ter
comunhão com Deus. O sangue da aliança derramado na
cerimônia de ratificação em Êxodo 24 antecipava o sangue de
Cristo.
Jesu s Cristo nos consagrou com o seu sangue e nos
aproximou de Deus. Só podemos adorar a Deus por meio de
Jesus. Ele se abaixou e pegou você com uma mão, então
estendeu-se e pegou o Pai com a outra mão, e reuniu ambos.
Por isso o hino cantado no céu é: “Digno é o Cordeiro, que foi
morto” (Ap 5.12).
Nossa consagração
A igreja celebra a ceia porque é o símbolo da nova aliança,
o símbolo de nossa consagração. Celebramos a ceia do Senhor
— comendo o pão e bebendo o vinho — em memória do
sacrifício vicário de Jesus, pois ele é nossa vida, nosso propósito
e nossa razão de viver
Nós fomos feitos filhos de Deus pelo sangue de Jesus Cristo.
Podemos orar porque Cristo é o nosso intercessor. Se andarmos
nos seus caminhos, seu sangue nos purifica de todo o pecado
(IJo 1.7); mas, se ainda assim pecarmos, temos um advogado
junto ao Pai (IJo 2.1).
Jesus nos consagrou a Deus, tornando-nos aceitáveis ao Pai
mediante o sangue derramado na cruz. Por isso temos de nos
consagrar pessoalmente a ele todos os dias como nosso “culto
Iluminação divina
Um novo ambiente
Um novo edifício
Em primeiro lugar, Pedro diz que somos um novo edifício;
Chegando-vos para ele, pedra viva [...] vós também, como pedras
vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio
santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a
Deus por Jesus Cristo (v. 4,5).
Geração eleita
Gastamos bastante tempo examinando o primeiro aspecto
mencionado em Pedro sobre nossa nova identidade, casa
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espiritual de Deus, porque o apóstolo dedicou bastante espaço
a ela.
No versículo 9 desse texto, Pedro nos dá, em rápida recessão,
mais quatro verdades relativas à nova identidade que temos
em Cristo como seus adoradores. Sabemos que a referência de
Pedro é coletiva e não apenas individual porque ele usa o
pronome vós. Vamos ver o que Pedro diz a nosso respeito
como corpo de Cristo.
Parte de nossa nova identidade significa que somos “geração
eleita”. Eu e você não passamos a fazer parte do corpo de
Cristo pelo que fomos. Integramos o corpo de Cristo porque
fomos selecionados, “escolhidos” para participar dele.
Por isso é que em Jesus Cristo não existem diferenças de
raça ou de classe (Gl 3-28). Isso não significa que deixamos de
ser judeus ou gentios. Não precisamos negar que somos negros
ou brancos, hispânicos ou asiáticos, ou seja lá o que somos.
Deus reconhece as raças. Ele as criou.
O que a Bíblia quer dizer, no entanto, é que todos nós na
igreja fazemos parte de uma agenda maior. Q uando os Estados
Unidos vão para as Olimpíadas, o país vai como uma nação.
Americanos negros, americanos hispânicos, americanos brancos,
americanos asiáticos, todos integram a equipe. Mas quando um
am ericano ganha uma medalha, a bandeira americana é
hasteada, apenas um hino nacional é tocado.
Quando você vai para as Olimpíadas, você faz parte de um
grupo maior. Você não está ali apenas para representar o seu
grupo. Ele pode ser legítimo, mas é pequeno. É também assim
no corpo de Cristo. Somos uma nova raça na qual todas as
antigas diferenças são irrelevantes para a nossa unidade em
Cristo. Por isso eu e você não podemos nunca permitir que
nossa visão obstusa controle nossas decisões cristãs. Não
podemos permitir que nossa cultura controle o relacionamento
que mantemos com Jesus Cristo. Somos raça eleita, escolhida
por Cristo para realizar uma agenda totalmente nova. A
adoração é uma m aneira maravilhosa de expressar essa
unidade.
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Todos OS que conhecem a Cristo e atravessam a porta de
nossa igreja em Dallas são aceitos “no Amado” (Ef 1.6)
independentemente de cor, categoria social ou cultura. Per
tencem à nossa raça. Isso não nega sua identidade racial ou
cultural, mas essas categorias são suplantadas pela categoria
internacional maior de filhos de Deus.
U m sacerdócio real
Pedro também diz que nós somos “sacerdócio real”. Eu gosto
da palavra rea l Ela tem um quê de rei. Eu não me importo
com o que as pessoas pensem de mim lá fora, no mundo. Na
igreja, somos as duas coisas: ninguém e alguém. Vou explicar.
Na igreja, você não é ninguém no sentido de não ser maior
do que o seu próximo por causa do seu status social. Um homem
abastado de nossa comunidade me procurou e me disse que
desejava uma posição de liderança na igreja. Eu lhe disse que
em nossa igreja as pessoas chegavam à liderança pelo método
antigo. Tinham de fazer por merecer. Ele ficou um pouco
ofendido e respondeu; — Você não sabe quem eu sou — . Eu,
então, lhe disse: — Não, mas estou começando a descobrir.
Eu lhe expliquei que uma pessoa precisa provar que é
espiritual para ser líder. Ele ficou ofendido porque pensava ser
alguma coisa. Mas Deus não tem nenhum privilégio por nossa
causa, nós é que somos privilegiados pela graça que ele nos
concede. Segundo os padrões do mundo, não existem “muitos
sábios” e “muitos poderosos” entre nós (ICo 1.26).
Por outro lado, em Cristo somos alguém porque represen
tamos seu sacerdócio real. No tempo da escravidão, os escravos
não eram ninguém. Homens adultos eram cham ados de
“moleques” e tinham de dizer “sim, sinhò” e “não, sinhò”. Não
eram ninguém até o domingo de manhã.
No domingo de manhã, o “moleque” se tornava “diácono
Jo n e s”. A “negrinha” se tornava a anciã da igreja. O que
acontecia? Eles entendiam que na presença de Deus, quando
vinham adorá-lo, eram a realeza. O sangue do Rei corria em
suas veias. Eles sabiam que podiam chegar-se a l^eus.
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— _ _ _ _ _ _ _ _
U m a nação Santa
Pedro ainda não terminou. Ele chama a igreja de “nação
santa” (v. 9)- Este é o outro lado de nossa identidade de raça
escolhida. Nós nos reunimos como uma nova raça para formar
uma nova nação.
Santo não significa perfeito. Jamais atingiremos a perfeição
nesta vida, mas a nossa paixão deveria ser a santidade. Ser um
povo santo significa sofrer pelo nosso pecado. Afligimo-nos
quando nos rebelamos contra Deus e lhe desobedecemos.
Confessamos nosso pecado em vez de tentar escondê-lo.
Levamos o nosso pecado à cruz para que possa ser crucificado.
Pedro está dizendo que quando nos reunimos, precisamos
nos definir como povo santo, um povo cuja paixão é agradar a
Deus. Adoração santa é o único tipo de adoração que Deus
aceita.
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Povo adquirido
A descrição final que Pedro faz de nós como crentes em
IPedro 2.9 é “povo adquirido”. Somos um povo especial por
causa de quem nos possui.
Muitos de nós têm heranças familiares, objetos que passaram
de geração a geração. Alguns deles têm valor real, enquanto
outros não têm valor a não ser para nós. Mas até mesmo a
herança sem muito valor, vale para você um milhão de dólares
porque era o broche da mamãe, o relógio do papai. Essas coisas
não têm preço.
Nós mesmos não temos muito valor, mas para Deus não
temos preço porque lhe pertencemos. Ele nos quer bem, e não
nos abandonará por nada.
Pedro tem uma palavra final para nós em 1 Pedro 2.9, 11,12.
Porque fomos introduzidos em novo ambiente de adoração e
porque assumimos nova identidade, devemos viver um novo
estilo de vida ao irmos para casa. Pedro diz que o propósito de
tudo isso é “para que anuncieis as grandezas daquele que vos
chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Diversas metáforas podem servir para mostrar como esse
novo estilo de vida é vivido no cotidiano.
Tornando público
Em vez de nos entregarmos às nossas concupiscências,
precisamos publicar nossos atos de fé:
Era o que meu pai costumava fazer quando ele não tinha
trabalho suficiente e nós não sabíamos de onde viria a nossa
próxima refeição. Ele reunia a família ao redor do “altar da
família” e dizia: “Vamos adorar”. Eu não sabia de onde vinha
aquele feijão, mas ele aparecia na mesa! Agora eu sei que é
porque Deus habita entre os louvores do seu povo. Quando
adoramos, ele se entroniza bem no meio de nossos louvores e
de nossa adoração. Sempre que adoramos verdadeiramente.
Deus se faz presente.
A adoração traz para perto de você o Deus que parecia estar
“tão longe”. Adorar diminui a distância aparente entre você e
Deus. Se você acha que Deus está longe, pode ser porque você
não está adorando. Longos intervalos entre nossos períodos de
adoração levam a um relacionamento distante com Deus.
Aproximando-se
Em Hebreus 10.19-22, o autor faz o convite:
Invejando os perversos
Se você já se sentiu tentado a pensar assim, precisa fazer o
mesmo que o autor do salmo 73. Tem de ir à casa de Deus,
porque a adoração lhe faz lembrar que aquilo que você vê não
é tudo. Um segundo benefício da adoração é que ela restaura a
sua fé.
No salmo 73, encontramos um crente que estava pensando
se valia a pena servir a Deus. Ele sabia como as coisas deviam
funcionar: “Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para
com os limpos de coração” (v. 1). Mas não estava funcionando
para ele. Ele se encontrava sobre uma casca de banana espiritual
(v. 2), pronto a escorregar a qualquer momento.
O que levou o salmista a pensar em desistir da retidão? Ele
tirou os olhos de Deus e olhou para os perversos. Ele se tornou
invejoso da “prosperidade dos ímpios” (v. 3). Ele viu as contas
bancárias, os carros e as casas deles. Pareceu-lhe que ímpios
não sofriam, que seus corpos eram sadios e que eles não tinham
problemas como as outras pessoas.
Por ruim que fosse, o que realmente importunava o salmista
era que essas pessoas perversas orgulhavem-se de seus maus
caminhos. Elas usavam seu orgulho como um colar (v. 6). Elas
se enfeitavam com arrogância. Elas afrontavam a Deus.
Por isso o salmista concluiu: “Estou desperdiçando meu
tempo mantendo puro o meu coração. Tudo o que eu consegui
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foram problemas” (v. 13,14, paráfrase do autor). Isso não lhe
parecia justo, então deduziu que devia buscar outro caminho.
E ele sabia onde buscá-lo.
Por isso eu amo o final do versículo 16 e o versículo 17:
“Fiquei sobremodo perturbado, até que entrei no santuário de
Deus, então entendi o fim deles”. Em outras palavras, ele foi
adorar. Então tudo mudou. O salmista viu algo que jamais vira
antes — o final da história.
O que a adoração fez pelo salmista foi demonstrar-lhe que
é o perverso, não o justo, que está sobre a casca de banana
(v. 18). Ele viu que não precisava se preocupar com escorregões
porque Deus o estava segurando pela mão (v. 23). Então ele
confessou que Deus era tudo quanto precisava (v.15-18). Sua
fé foi restaurada.
Inimigos derrotados
Satisfação na vida
Comunhão
de comunhão
8
O princípio da comunhão
Comunhão e alegria
o primeiro princípio de comunhão que eu quero examinar
se encontra nos versículos iniciais de IJoão 1, nosso texto
principal para esta parte de nosso estudo. O apóstolo João
inicia sua carta dizendo:
' No Brasil seria o equivalente ao salão social ou salão de festas. (N. do T.)
O processo da comunhão
O impedimento da comunhão
Luz e trevas
Observe, se nós discutimos, precisamos de alguém para
iluminar a situação. Você tem o seu ponto de vista, eu tenho o
meu. Mas quando permitimos que a luz de Deus ilumune a
questão, o certo e o errado se tornarão evidentes.
A luz de Deus é a sua Palavra revelada, infalível. Por isso,
conforme já disse no início do capítulo, eu queria que o nome
da nossa igreja incluísse a palavra Bíblia. Era uma declaração de
que tudo o que fizéssemos seria governado pela Palavra de Deus.
Considerando que não há treva nenhuma em Deus (v. 5),
não podemos andar nas trevas e ter comunhão íntima com ele.
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nem com os outros cristãos, pois não podemos ver claramente
nas trevas.
Não pode haver comunhão quando a luz de Deus não tem
perm issão de brilhar em determ inada circunstância. Se
persistimos em seguir o pecado nas trevas, perdemos a luz de
Deus. E quando perdemos a luz de Deus, perdemos o benefício
da intimidade com ele. Começamos a comungar com as trevas
do pecado.
O capítulo 10 da primeira carta aos Coríntios retrata este
contraste muito bem. Paulo pergunta: “Não é o cálice da bênção,
que abençoamos, a comunhão do sangue de Cristo? E não é o
pão que partimos a comunhão do corpo de Cristo?” (v. 16). Ele
está falando da ceia do Senhor.
Então ele diz no versículo 21: “Não podeis beber o cálice do
Senhor e o cálice dos demônios; não podeis ser participantes
da mesa do Senhor e da mesa dos demônios”.
Paulo está dizendo que não podemos andar pelos dois
caminhos. Nós diríamos atualmente: “Não se pode chupar cana
e assobiar ao mesmo tempo”. Você não pode buscar a comunhão
com Deus e ter comunhão com o diabo. Você não pode ser um
discípulo de Jesus Cristo e ser um santo de meio-período. Você
não pode seguir a Jesus e andar nas trevas.
O produto da comunhão
O coração da coinonia
Hoje, o amor é mais ou menos como uma moeda que foi
tão desvalorizada que não vale quanto pesa. Utilizamos a
palavra amor para descrever nossos sentimentos por tudo,
desde o alimento preferido até a equipe esportiva preferida.
Então temos pessoas que dizem: “Eu amo simplesmente tudo
e todos”.
O amor tem sido tão desvalorizado e tão mal utilizado que a
maioria das pessoas já nem sabe mais o que ele é. O amor
perdeu o seu significado porque nós o esvaziamos de sua
definição bíblica, que não é principalmente emoção mas um
ato da vontade pelo qual buscamos o bem dos outros no nível
mais elevado.
O amor está no âmago da comunhão. O amor é para a
comunhão o que a galinha é para a canja. Sem ela, o que sobra
é apenas um caldo de arroz sem substância.
Infelizmente, é o que acontece na vida de muitos cristãos.
Eles não sabem como praticar a comunhão amorosa; portanto,
ficaram com um caldo aguado e não com uma sopa que contém
carne de galinha.
A verdade em ação
Eu disse antes que o amor bíblico é um ato e uma decisão
voluntários. Portanto, quero lhe dar três palavras simples que
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Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós.
E devemos dar a nossa vida pelos irmãos. Quem tiver bens do
mundo e, vendo o seu irmão necessitado, cerrar-lhe o seu
coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos,
não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em
verdade (Ijo 3.16-18).
Pois pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que
não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com
moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada
um (v. 3).
Consertar avarias
Os cristãos precisam de restauração em diversos níveis.
Primeiro, precisamos restaurar o irmão ou a irmã que foi
“apanhado” em pecado. A palavra corrigir aqui significa
consertar uma rede rasgada ou engessar um osso quebrado.
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A figura é a de certo crente surpreendido em pecado como
um urso ou algum outro animal que cai em uma armadilha e
fica preso. O urso não esperava nem planejava ser apanhado
na armadilha. Ele simplesmente entrou nela e ficou preso.
Há membros do corpo de Cristo que são apanhados pelo
pecado. Eles não pretendiam pecar, ou não perceberam os
efeitos totais de suas ações. Foram “surpreendidos” pelo pecado,
apanhados na armadilha do pecado. E, como um animal cujos
ossos estão sendo esmagados pela armadilha, precisam de
alguém para libertá-los e consertar o osso quebrado.
Como os crentes são apanhados em pecado? Talvez não
tenham o conhecimento correto, por isso em ignorância fizeram
uma escolha ruim e ficaram impedidos de prosseguir. Ou talvez
caminham junto com a multidão, sem saber realmente para
onde ela se dirige. Quando a multidão tem problemas, eles
também os acabam tendo.
A questão é que essas pessoas não têm a força necessária
para se libertarem da armadilha do pecado. Paulo diz que nossa
tarefa é tirá-los de lá. Mas são muitos os cristãos que não querem
sair. Querem fofocar. “Você já sabe o que o João fez? Foi
apanhado”. “O Guilherme nunca deveria ter ido ali. Se não
tivesse ido, não estaria agora com problemas”.
Não é disso que um irmão apanhado em armadilha precisa.
Ele precisa que alguém abra a armadilha e o tire de lá. Observe
as qualificações daqueles que deveriam ajudar a pessoa
apanhada pelo pecado.
Primeiro, os ajudadores deveriam ser espirituais. São pessoas
que conhecem a Deus e andam com ele. Ao ser apanhado em
uma armadilha, você não precisa de “amadores” para ajudá-lo!
Segundo, os ajudadores deveriam ser humildes. A pessoa
apanhada deve ser restaurada em “espírito de mansidão” (v. 1).
Se você estiver sofrendo, não precisa de alguém para cutucar a
ferida. Você precisa de alguém que possa enfaixar o ferimento,
não provocar mais dor.
Terceiro, a restauração deveria ser coletiva. Os pronomes
em Gálatas 6 estão no plural.
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Quarto, os ajudadores deveriam proceder com cautela.
Precisam manter um olho em si mesmos, para não caírem na
mesma tentação. Não pense que você é melhor do que a pessoa
que foi apanhada, porque há uma armadilha à sua espera na
próxima esquina.
Quando um companheiro crente é apanhado pelo pecado,
a igreja que pratica comunhão autêntica corre para socorrê-lo.
A igreja não é um pelotão de fuzilamento. Somos pessoas que
consertam ossos quebrados.
Eu não posso ensinar Gálatas 6 sem me lembrar do dia em
que quebrei dois ossos da perna num jogo de futebol, em
1970. Definitivamente minha perna precisava ser restaurada.
Fui levado de ambulância para o hospital. Os cirurgiões abriram
minha perna e colocaram uma placa de aço sobre os ossos.
Até hoje essa placa está ali, mantendo tudo no lugar.
O que eu não precisava naquele dia era de um cirurgião
perguntando: “O que é que você estava fazendo afinal de contas
no campo de futebol?”. Também não precisava de um cirurgião
dizendo: “Eu não estou com vontade de operar hoje. Dêem um
jeito nessa perna!”. Eu precisava de um restaurador compassivo,
capaz, que soubesse o que estava fazendo e pudesse consertar
minha perna.
Interrompendo a comunhão
O que acontece quando a restauração é recusada, quando a
pessoa envolvida não se arrepende? É uma coisa difícil, mas a
Bíblia é clara. Você não pode mais ter nenhuma comunhão
com ela.
Com referência à questão mencionada em I Coríntios 5, Paulo
disse no versículo 11: “Mas agora vos escrevo que não vos
associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou
avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador.
Com o tal nem ainda comais”.
Isso significa eliminar os almoços com um cristão que não
se arrepende do pecado. Ele não será mais convidado para
jantan Não haverá mais nenhuma comunhão com essa pessoa.
É preciso esclarecer: “Vou ajudá-lo a se recuperar, mas não vou
ajudá-lo a desobedecer a Deus”.
É aí que o cristianismo enrijece, mas é necessário restaurar o
crente pecador à comunhão com Deus e à comunhão com os
outros membros do corpo.
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Exortar uns aos outros
A tarefa de um consolador
O alvo da exortação é edificar os demais crentes. Por quê?
Porque estão desanimados. O que os teria deixado desanimados?
Circunstâncias podem tê-los deixado assim. O pecado pode tê-
lo feito. Sua tarefa não é arrasá-lo ainda mais. Sua tarefa é
encorajá-lo, tornar-se seu animador espiritual.
Priscila, minha segunda filha, era uma animadora da torcida
na escola. Espantosamente, o seu desempenho era melhor
quando o time dela estava perdendo. Por quê? Porque a tarefa
do animador é dar esperança e incentivo. É o que devemos
fazer se vamos seguir Jesus praticando a comunhão autêntica.
Em 1 Tessalonicenses 4 temos um exem plo de Paulo
consolando os crentes de Tessalônica. Algumas pessoas da igreja
haviam morrido, e os outros ficaram preocupados porque nunca
mais veriam aqueles irmãos e irmãs.
Paulo escreveu aquela grande passagem nos versículos 13
17 para corrigir essa idéia e dar-lhes esperança: “Portanto, con
solai-vos uns aos outros com estas palavras”. As equipes es
portivas precisam de animadores de torcida. As crianças precisam
de pais que as incentivem. E os membros do corpo de Cristo
precisam de incentivadores.
As ferramentas do incentivador
Para sermos bons consoladores, bons incentivadores,
precisamos conhecer os “gritos de guerra”.
O que os incentivadores cristãos precisam conhecer?
Precisamos conhecer a Palavra de Deus, porque é a Palavra
que utilizamos para consolar os outros crentes. Nosso consolo
deve ser bíblico para ser genuíno. Incentivadores ignorantes
são maus incentivadores.
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o CONTEÚDO
........ DA COMUNHÃO
.................. .. 1.177
o contéxto CAPÍTULÚ
da comur^hâo
10
/
Unindo-se à família
Isto significa que, quando você se tornar parte de uma igreja
local, estará se unindo a uma família. O que faz de nós uma
família? Nós todos temos o mesmo Pai (Ef 3.14,15). Todos nós
experimentamos o mesmo nascimento e temos o mesmo sangue
espiritual fluindo em nossas veias. Nosso relacionamento na
igreja transcende os relacionamentos étnicos, os de clã ou de
família na terra.
As implicações desta verdade são desconcertantes. Paulo as
desenvolve em Efésios 2, ao dizer que Deus tomou judeus e
gentios, que eram alienados uns dos outros e encontravam-se
O significado da família
Que significado tem esta família que nós chamamos de igreja?
Eu quero lhe mostrar em Mateus 12 um incidente na vida de
Jesus Cristo na terra:
O ministro da família
Essa atmosfera familiar é notável no Novo Testamento. As
necessidades materiais dos crentes eram resolvidas porque
eles constituíam uma família. Conforme vimos no capítulo
anterior, Jo ã o diz que sabem os que o am or de D eus
perm anece em nós quando abrimos nossos corações às
necessidades dos irmãos (IJo 3.17).
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Ser uma família também significa atender às necessidades
espirituais. Dois outros textos que estudamos no capítulo anterior
foram Gálatas 6.1 e Tiago 5.19,20. Estes versículos nos dizem
que, ao ver um irmão ou irmã cair em pecado, não devemos
ficar simplesmente ao lado olhando ou dizendo: “Vá em frente,
arranje problemas”.
A igreja é uma casa, uma família. Quando se trata de família,
todos têm de contribuir. O cristão que deseja apenas vir à igreja
todas as semanas e aquecer um banco é como uma criança que
vem para casa apenas para comer e dormir, e recusa-se a
relacionar-se com os outros membros da família.
Não é assim que uma família deveria agir. Assim também a
igreja. Ela deve ser um ambiente de coin on ia, de vidas
partilhadas.
O aspecto do desenvolvimento
Um aspecto da imagem do coipo que Paulo ensina em Efésios
4 é o do desenvolvimento. No versículo 13, Paulo diz que o
corpo de Cristo deve ser edificado pelo serviço “até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho
de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo”.
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No versículo 15, Paulo diz que o alvo é crescer “em tudo
naquele que é o cabeça, Cristo”. Isto é, o alvo para um corpo
é crescer e desenvolver-se até atingir a maturidade. Observe
que esta maturidade é alguma coisa que nós “todos” deveríamos
atingir (v. 13). Isto significa que cada membro do corpo deve
crescer, e você só pode fazê-lo quando as partes do corpo
estão ligadas.
É aí que a comunhão é extremamente fundamental. Se você
está desligado do restante do corpo, não vai se desenvolver
espiritualmente. Nenhuma parte do corpo crescerá se estiver
desligada. Não tem fonte de vida.
Deus edificou o corpo espiritual assim para que o crescimento
e a maturidade apenas ocorram no contexto da vinculação.
Deus não tem nenhum agente independente operando por si
mesmo.
O desenvolvimento também requer um contexto de unidade.
Efésios 4.13 fala de “unidade da fé” como o primeiro alvo para
0 crescimento do corpo. Paulo o expõe dessa maneira em
1 Coríntios 12:
O aspecto da diversidade
Aqui está outro aspecto para a metáfora da igreja como um
corpo que não consideramos com freqüência: a diversidade do
corpo. Isto é importante para uma comunhão autêntica, porque
o corpo funciona bem apenas quando cada membro está
executando a tarefa que lhe foi designada.
Paulo expõe 1 Coríntios 12 a diversidade do corpo claramente
em:
O corpo em operação
Para que tudo isto funcione, todo o corpo tem de trabalhar.
Os santos devem ser equipados “para o desem penho do
ministério” (Ef 4.12). Todo o corpo deve estar “bem ajustado, e
ligado pelo auxílio de todas as juntas” (v. 16). A comunhão
implica serviço.
Um membro do corpo de Cristo que não trabalha não está
contribuindo para a coinonia. Um santo que não serve é uma
sanguessuga espiritual, que drena o suprimento de sangue do
corpo sem acrescentar nada de volta. Todos os que vêm à
igreja todas as semanas e não fazem nada além de sentar e se
encharcar são sanguessugas espirituais, não discípulos autênticos
de Cristo.
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Suponha que você tivesse uma mão que dissesse: “Eu não
estou com vontade de trabalhar hoje”. Suponha que o seu pé
dissesse: “Eu não tenho vontade de andar hoje”. Como já disse
antes, se as partes do seu corpo pararam de receber direcio
namento da cabeça, feche este livro e vá procurar um médico.
Você é uma pessoa muito doente.
As atividades de uma parte têm um efeito tremendo sobre
as outras porque o corpo está intimamente ligado. Deixe os
olh os fech ad o s por um dia, e a sua e ficiê n cia ficará
prejudicada. Deixe seus pés tirarem um dia de folga, e você
não irá a parte nenhuma. O mesmo acontece com os seus
ouvidos ou mãos ou qualquer outra parte do corpo que você
possa imaginar. Quando uma parte do corpo deixa de
funcionar a capacidade de funcionamento das outras partes
é afetada.
Quando apenas um membro de um corpo local de crentes
decide se transformar em uma sanguessuga espiritual, tomando
mas não dando, ele ajuda a matar a coinonia. Alguma coisa
que poderia ser feita não está sendo feita, porque alguém deseja
os benefícios do corpo, mas não quer funcionar no corpo.
C ada junta tem de fazer a tarefa para o corpo crescer.
As necessidades do corpo
Antes de passarmos para a terceira e última metáfora da
igreja que eu quero examinar, deixe-me m encionar duas
necessidades do corpo de Cristo: vida autêntica de vinculação
dinâmica.
Muitos dos seguidores de Cristo são o que chamo de
Frankensteins espirituais. Você se lembra do monstro de
Frankenstein? Ele foi costurado por um homem cujos sonhos
produziram uma criatura que ele não podia controlar. O ser era
anatomicamente correto e estruturalmente exato, mas não tinha
vida significativa. Foi preciso um relâmpago para dar vida ao
monstro, mas era uma pseudovida.
Como discípulos de Cristo, não precisamos de uma vida de
Frankenstein. A igreja deve ser um corpo com vida autêntica,
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crescendo e se desenvolvendo a fim de se tornar semelhante a
Cristo.
Então como saber se você é um monstro Frankenstein ou
não? Uma maneira de saber é observar como você reage a
alguém que está apaixonado por Jesus Cristo. Se você acha que
essa pessoa é um pouco exagerada, um tanto fanática, então
você pode estar sofrendo de falta de vida verdadeira.
Quando alguém está doente, muitas vezes se esquece da
sensação de sentir-se normal. Se a sua temperatura espiritual
está baixa, alguém com temperatura normal pode parecer febril
para você. Então a pessoa que deseja viver totalmente para
Jesus Cristo, que deseja sacrificar-se pela causa de Cristo, pode
parecer um pouco anormal.
Para os integrantes do corpo de Cristo, deveria ser natural
estar apaixonado por Jesus. É normal que os discípulos de
Cristo façam sacrifícios para segui-lo. Você pode medir a
autenticidade de sua vida espiritual observando a reação que
tem diante do chamado ao compromisso e à submissão total
lançado aos discípulos.
A outra necessidade do corpo é a vinculação dinâmica. Vou
fazer uma ilustração. Minha neta chupa o dedo o tempo todo.
Isso não é incomum para uma menina da idade dela. Mas
imagine se ela chupasse um dedo que não fizesse parte de sua
mão. Seria repulsivo. Chupar o dedo é aceitável, desde que ele
pertença ao próprio bebê.
Uma pessoa que rói unhas não presta muita atenção para a
unha que arrancou. Por quê? Porque a unha já não está mais
vinculada ao corpo. Não serve para nada a não ser para jogar
fora e ser esquecida. Ninguém fica muito preocupado com um
pedaço de unha que foi cortado do corpo.
Um dedo ou uma unha que estão vinculados ao corpo são
úteis. Mas uma vez destacadas do corpo, essas partes morrem.
Observe aonde quero chegar. Se você não estiver vinculado
ao restante do corpo de Cristo através da comunhão autêntica,
vital, você murchará espiritualmente. Mas, quando é parte
operante do corpo, floresce e cresce.
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A igreja como uma comunidade
O poder da comunidade
Para que a comunidade exista, é preciso haver atruísmo.
Muitas pessoas vivem apenas para três pessoas; “eu, me e
i
comigo”. Mas isto não é comunidade.
Eu não estou condenando o cuidado que cada um deve ter
com ele mesmo. Estou falando de interesses próprios que o
impedem de servir outra pessoa, interesses próprios que dizem;
“Estou interessado apenas com o que me beneficia”. Hebreus
10.24,25 diz que precisamos nos reunir em coinonia para “nos
estimularmos ao amor e às boas obras”.
A comunidade também resolve o problema do racismo.
Romanos 10.12 diz que, em Cristo, as barreiras são derrubadas.
Jesus construiu uma cerca bastante grande para incluir todos
em sua comunidade.
Conta-se a história de alguns soldados que desejavam sepultar
um amigo em um cemitério local. O sacerdote, porém, disse
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que não poderiam sepultar o amigo deles no cemitério porque
os lugares estavam reservados para os membros da comunidade.
“Vocês podem sepultá-lo fora do cercado”, disse o sacerdote,
“mas não dentro”. Por isso sepultaram o amigo deles fora do
cercado.
No dia seguinte os soldados voltaram para colocar algumas
flores na sepultura, mas não conseguiram encontrá-la. Foram
procurar o sacerdote e disseram: “Enterramos o nosso amigo
aqui, mas não conseguimos mais encontrá-lo. Procuramos por
toda parte fora do cercado. O que aconteceu?”.
O sacerdote disse: “Vou lhes dizer o que aconteceu. Eu não
consegui dormir a noite passada depois que lhes disse que não
poderiam sepultar o seu amigo dentro do cercado. Por isso
levantei-me de madrugada e passei o restante da noite mudando
a cerca de lugar. Agora o seu amigo está do lado de dentro”.
Jesus não mudou apenas a cerca; ele a derrubou (Ef 2.14).
Eu e você estamos agora do lado de dentro, e há lugar para
todos em Cristo. Por isso aqueles que entram pela porta da
igreja — seja qual for a cor, raça, cultura ou condição social —
são iguais a todos que estão do lado de dentro. Não existem
grandes “eus” e pequenos “vocês” na comunidade de Cristo. A
cruz é a grande niveladora, porque todos somos apenas
pecadores necessitados de um Salvador junto à cruz.
Somos uma comunidade. O racismo, o culturalismo e o
classismo são contestados por compreendermos que há lugar
para todos junto à cruz. Jesus derrubou a cerca para aqueles
que aceitaram a sua morte na cruz, por isso todos são bem-
vindos. A qualquer um que deseja seguir a Cristo deve-se
estender a mão direita da comunhão da comunidade de Cristo.
A sociedade de um modo geral não encontrará uma solução
para o problema do racismo até que seja modelada pela igreja.
A única coisa indesejável que as pessoas poderiam introduzir
na comunidade de Cristo é o pecado que elas não querem
resolver. O pecado não é bem-vindo na comunidade, mas as
pessoas são. Portanto, seja qual for sua raça ou nível social, não
fique tão orgulhoso achando que isso o eleva acima dos outros.
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A igreja é o local onde você deveria ser capaz de ser você mesmo
e dizer a verdade. Nós mentimos uns aos outros o tempo todo.
Alguém diz; “Como vai?”. E você responde: “Muito bem”, quando
na verdade está morrendo por dentro.
Mas uma verdadeira comunidade é um local onde você pode
falar de seus sofrimentos e de suas lutas e encontrar braços
amorosos de uma comunidade coinonia, não um ombro frio.
Melhorando a casa
A recompensa da unidade
Unidade e diversidade
Conforme dissemos no capítulo anterior, a unidade da igreja
ocorre no meio da diversidade. A unidade não significa tentar
fazer todos parecerem iguais e dizerem a mesma coisa. Graças
a Deus pelas nossas diferenças. O desafio é utilizar essas
diferenças, criar uma equipe e alcançar o mesmo alvo.
Muitas pessoas gastam tempo demais tentando modificar os
outros em nome da unidade. O que estão buscando de fato é a
uniformidade. Mas Deus pretende que sejamos diferentes.
Quando a comunhão genuína opera, podemos desfrutar e até
celebrar nossas diferenças sem permitir que discriminações de
qualquer tipo nos separem.
Já falei em muitas conferências dos Guardiões da Promessa.
Em Modesto, na Califórnia, as igrejas se reuniram transracial e
transculturalmente para assistir ã conferência. Vi um grande
exemplo da unidade do corpo de Cristo no meio da diver
sidade.
Os homens da cidade apareceram na reunião dos Guardiões
da Promessa usando a mesma camiseta, que exibia os seguintes
dizeres: “A Igreja de Modesto”. Eram homens de diferentes
igrejas, diferentes raças e diferentes experiências, mas que uma
vez juntos tornavam a igreja de sua cidade.
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Descobri que esses irmãos fizeram muito mais do que apenas
usar camisetas iguais. Eles se uniram rompendo todas as barreiras
e fecharam muitos dos clubes de dança topless de sua cidade.
Eles decidiram permanecer juntos e unificar-se na causa de
Cristo, e as coisas aconteceram.
A cura da desunídade
A razão por que perdemos tanto tempo “desimidos” no corpo
de Cristo é que não temos uma visão suficientemente grande
para nos reunir a fim de alcançar a unidade. Podemos ser
diferentes, mas trabalhamos juntos quando temos de enfrentar
algo maior do que nós.
As pessoas brigam porque desejam vencer. Elas brigam
porque pensam mais em si mesmas do que deveriam pensar
(Rm 12 .3). Mas quando a comunhão funciona, você entende
que é pela graça de Deus. Há diferentes funções e obrigações
entre os discípulos de Jesus Cristo, mas todos são iguais junto
ã cruz.
Não importa quais são os nossos títulos na empresa onde
trabalhamos. Não importa quanto somos importantes no mundo.
Na família de Deus, somos todos pecadores salvos pela graça.
E isso significa que você veio para servir.
Uma coisa que tornou a igreja de Jesus Cristo única no
Novo Testam ento era que judeus e gentios, que não se
suportavam, foram unidos em um só corpo. Jesu s Cristo
derrubou as barreiras entre eles. Não havia mais separação,
apenas unidade.
É aí que você sempre começa. Se eu tenho um coração
voltado para Deus e você tem um coração voltado para Deus,
podemos acertar tudo. Mas se não temos corações voltados
para Deus, eu e você podemos ter a mesma cor da pele, ou
pertencermos ao mesmo grupo étnico, e ainda teremos um
problema. A questão principal é o pecado, não a pele. A questão
é o que se encontra em nossos corações.
Unidade e poder
Muitos dos discípulos de Cristo não vêem o poder de Deus
em suas vidas porque não agem em união. Quando estamos
desunidos, o Espírito Santo se retrai. Por isso Paulo nos diz
para preservar a unidade do Espírito (Ef 4.3). Ele vai operar
apenas onde houver unidade, não conflito e discórdia.
Voltando a Atos 4, quero que você observe que algumas
coisas poderosas começaram a acontecer quando o poder do
Espírito foi derramado. No incidente a que me referi acima,
quando os discípulos oraram, “todos foram cheios do Espírito
Santo, e anunciavam com ousadia a palavra de Deus” (v. 31).
Esse poder continuou quando os apóstolos testemunharam com
“grande poder” (v. 33).
Você quer ver alguns milagres? Descubra a coinonia. Ela é
tão poderosa que Deus diz que não responderá a oração de
um marido que não esteja em comunhão com sua esposa (iP e
3.7). “Se um marido não estiver tratando a sua esposa ade
quadamente”, diz o Senhor, “não chame o Espírito Santo para
nada”.
Você consegue perceber por que Satanás está trabalhando
com tanto afinco para semear o pecado da discórdia e do conflito
entre o povo de Deus? O diabo sabe que onde houver confusão,
o Senhor não estará. Deus julga a discórdia; ele não a abençoa
com o poder do Espírito.
Eu preciso continuar destacando isto porque é de fundamental
importância. Volte para Atos 1.14: “Todos estes [isto é, os dis
cípulos] perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com
as mulheres e Maria, mãe de Jesus, e com seus irmãos”.
Apaixonando-se
Lembra-se da primeira vez em que você se apaixonou? Você
não parava de falar no objeto de seu afeto. Eu já vi pessoas
caladas falarem muito quando se apaixonaram. Eu já vi pessoas
tímidas mostrarem fotografias que você nem pediu para ver,
quando estão apaixonadas.
Quando você está apaixonado, fala sobre sua paixão. A moça
pega o telefone e diz para a amiga; “Menina, você não vai
acreditar, mas eu o encontrei”. O rapaz diz; “Deixe-me falar-lhe
dessa menina maravilhosa que conheci”. Você vai falar nissò
até as pessoas não conseguirem mais ouvir — e você continuará
falando.
Nosso problema é que não estamos apaixonados por Jesus
o suficiente para falar dele desse jeito. Nossa fé se tornou uma
tarefa, um emprego, uma cerimônia dominical. Os crentes em
Atos não precisavam fazer um curso de evangelização para se
tornarem testemunhas poderosas de Cristo.
Não me entenda mal. Não há nada de errado em aprender a
partilhar a sua fé. Mas treinamento não é um substituto para o
amor. O amor dos discípulos por Jesus Cristo permitiu-lhes
vencer qualquer medo de falar dele. O amor nos torna ousados
(IJo 4.18).
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Algumas semanas antes do Pentecostes, os discípulos estavam
fugindo e se escondendo das autoridades religiosas. Mas quando
a igreja se reuniu e o Espírito Santo foi derramado, eles come
çaram a falar de Cristo com grande ousadia. De repente, ninguém
mais podia fazê-los calar.
Os governantes disseram a Pedro e João: “Nós vamos
espancá-los se vocês não pararem de falar de Jesu s”. Eles
responderam: “Não podemos deixar de falar do que temos visto
e ouvido”, porque “mais importa obedecer a Deus do que aos
homens!” (At 4.20; 5.29).
Por que tantos de nós que reivindicamos ser discípulos de
Cristo podemos viver dia após dia, semana após semana, mês
após mês, sem ao menos mencionar o nome dele? Provavelmente
porque não o amamos como antes (Ap 2.4,5).
Quando os crentes se reúnem em um contexto de coinonia,
comunhão autêntica, um dos benefícios alcançado é que nosso
amor a Cristo é intensificado. E quando isso acontece, ninguém
é capaz de nos fazer calar.
Isto é exatamente o que aconteceu no Pentecostes. Não passe
tão rapidamente por Atos 2.1. Os discípulos estavam “todos
reunidos no mesmo lugar” quando foram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar em línguas (v. 1-4). Ninguém podia
impedi-los de partilhar a mensagem de Cristo.
Muitas pessoas estão preocupadas com a questão de falar
em línguas. Minha preocupação é por todos aqueles discípulos
que não estão falando de Jesus na língua que eles conhecem!
Em vez de buscar certo dom fora do comum, precisamos nos
apaixonar por Jesus novamente e sermos cheios do Espírito
Santo. Então não teremos nenhum problema de falar do Senhor.
O fogo do amor
O que a coin on ia faz aos crentes é o que as toras de lenha
amontoadas em uma lareira fazem umas às outras. O fogo se
espalha de um para outro. A paixão de um crente acende outro
crente, e o fogo começa a se espalhar. As pessoas começam a
se apaixonar por Jesus e a falar dele.
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É por isso que gosto de ficar perto dos cristãos que estão
entusiasmados com Cristo. Eu quero que o seu fogo me aqueça.
Eu quero que o seu entusiasmo se torne o meu entusiasmo,
que a sua alegria seja a minha alegria.
Você diz: “Parece que eu preciso disso, Toninho. Eu não te
nho nenhuma alegria em minha vida cristã”. Então descubra
alguns cristãos alegres e comece a comungar com eles.
Você precisa de paz em seu coração? Tenha comunhão com
outro crente que sabe o que significa paz. Sua fé não é muito
forte? Descubra um grupo de cristãos que saibam o que é confiar
em Deus, e permita que o fogo deles acenda a sua fé. Isso é
discipulado. É o que ele faz. Os dividendos são imensos.
Contudo, em vez de procurar fogo, muitos crentes seguem
outro caminho. Têm dificuldades em confiar em Deus, por isso
misturam-se com outras pessoas que têm dificuldades em confiar
em Deus. O resultado é que se tornam um grupo de pessoas
céticas. Uns alimentam o problema dos outros.
Esse não é o tipo de comunhão de que a Bíblia fala. A
verdadeira coinonia acende um fogo de amor e devoção por
Jesus Cristo. Um fogo logo apaga quando há apenas uma tora
de lenha na lareira. Acrescente mais lenha, e você terá fogo de
verdade. Essa é a recompensa da comunhão.
Nas Olimpíadas de Verão de 1996, em Atlanta, vimos os
recordes olímpicos sendo derrubados. Isso acontece em todos
os Jogos Olímpicos. Por quê? Por que não atingimos um ponto
em que os antigos recordes não possam ser quebrados? Bem,
além do melhor treinamento, penso que um dos motivos é
uma forma terrena de coinonia.
Quando todos aqueles atletas e centenas de milhares de
espectadores se reúnem, o ambiente fica tão “elétrico”, tão vivo,
que inspira os atletas a atingirem o desempenho máximo. Eles
ultrapassam o nível normal de sua capacidade. Eles realizam
grandes feitos porque o ambiente os incentiva.
Isto é o que eu chamo de coinonia terrena. A igreja precisa
da mesma dinâmica. Vamos amar a Jesus intensamente e fazer
grandes coisas por ele quando os discípulos fervorosos
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incendiarem outros discípulos. Quando as pessoas se tocam
umas às outras em genuína comunhão, o Espírito Santo fica
livre para agir.
O s resultados do am or
Leia comigo outra vez, em Atos 2.47, o último versículo desse
grande capítulo. Observe a última frase. Kn((uanto os discípulos
praticavam os quatro imperativos, inclusive a comunhão,
“acrescentava o Senhor à igreja aqueles que iam sendo salvos”.
Em outras palavras, o discipulado daqueles homens estava
produzindo resultados espetaculares. Os santos não estavam
apenas incendiando uns aos outros em seu amor a Cristo, mas
outros também estavam observando o fogo. Quando eles se
espalharam pela cidade de Jerusalém para trabalhar, ou
participar de atividades sociais, Jesus fazia de tal maneira parte
de suas vidas que os pecadores vinham para ver a razão
daquele poder.
Então os santos podiam dizer: “Venha cá e deixe-me explicar-
lhe o que Jesus fez por mim. Eu estava perdido no pecado, mas
ele me achou. Eu estava no abismo, mas ele me tirou de lá”.
Como as pessoas de antigamente costumavam dizer: “Olhei
para as minhas mãos, elas pareciam novas. Olhei para os meus
pés, também pareciam novos. E desde aquele maravilhoso dia,
minha alma tem estado satisfeita”.
A beleza da comunhão é que ela opera não apenas quando
estamos juntos, mas também quando estamos espalhados pelo
mundo. Quando nos apaixonamos por Jesus e incendiamos
uns aos outros, as chamas vão atrair os incrédulos que desejam
saber do que se trata. Então as pessoas vão ouvir de Jesus
Cristo e vão aceitá-lo como Senhor e Salvador.
A recompensa do partilhamento
Escrituras
Fontes de autoridade
O conceito de revelação
A revelação é pessoal
Qual é a natureza da auto-revelação de Deus nas Escrituras?
Temos uma resposta em Isaías 55. É de Deus a palavra que
“sair da minha (dele) boca” (v. 11). Isto é, a revelação de Deus
é intensamente pessoal. Está intimamente ligada à sua pessoa.
Portanto, quando você abre a sua Bíblia, não está apenas se
ocupando de estudo acadêmico. Está realmente procurando
compreender uma Pessoa. Nas Escrituras, Deus se revela.
Quando você lê a Palavra, você vê Deus.
Mas você também descobre que Deus está olhando para
você através de sua Palavra. O escritor de Hebreus nos conta:
A revelação é especial
Uma terceira característica da revelação é que ela é o que
eu quero chamar de especial. Isto é, a Bíblia é a Palavra de
Deus com pleta para nós, mas ela não pretente ser uma
descrição total de como Deus é, ou um registro total de tudo
o que Deus faz.
O último versículo do evangelho de João é importante aqui.
O apóstolo diz que se todas as coisas que Jesus fez fossem
escritas detalhadamente, “nem ainda o mundo todo poderia
conter os livros que seriam escritos” (Jo 21.25).
É uma declaração espantosa. Lembre-se, João está falando
de uma pequena fatia da vida terrena de Jesus, seu ministério
de três anos. João diz: “Eu não estou lhes dando todo o material
porque a Biblioteca Nacional não poderia conter o registro do
que Jesus fez”.
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Os evangelhos apenas nos dão os pontos altos do ministério
de Jesus, os detalhes particulares que o Espírito Santo deseja
que saibamos. A revelação é particular porque é seletiva.
Deuteronômio 29-29 diz: “As coisas encobertas pertencem
ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas pertencem a nós”.
O que Deus nos revelou sobre ele é o que ele quer que o
saibamos. Entretanto, ele não nos contou tudo.
Às vezes temos de dizer a nossos filhos: “Isso não é da sua
conta”, ou “Quando eu achar que você deve saber, eu lhe conto”.
Há ocasiões em que você acha que não há necessidade de
revelar tudo o que sabe. Deus também.
Por que a revelação de Deus é específica? Um dos motivos é
que não poderíamos compreender tudo mesmo. E nunca
poderemos. Na verdade, depois de estarmos no céu há cem
milhões de anos, ainda não saberemos tudo o que há para
saber sobre Deus. Ele é inesgotável.
A revelação é progressiva
Os primeiros versículos de Hebreus deixam claro que a
revelação de Deus é progressiva: “Havendo Deus outrora falado
muitas vezes, de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a
nós falou-nos nestes últimos dias pelo Eilho” (1.1,2a).
O Deus que falou através dos profetas no Antigo Testamento
falou através de Cristo no Novo Testamento. Deus nos deu a
sua revelação passo a passo, não todos ao mesmo tempo.
A revelação é progressiva. A Bíblia contém 66 livros escritos
por mais de 40 autores, em um período de cerca de 1 500 anos.
Mas revela uma mensagem única. A Bíblia é a revelação
progressiva de Deus, não uma revelação completa dada de
uma só vez através de uma pessoa.
A revelação é perfeita
A última coisa que desejo que você veja sobre a revelação
de Deus é que ela é perfeita. João 17.17 diZ: “Santifica-os na
verdade; a tua palavra é a verdade”. Isso significa que não há
pronunciamento de Deus que não seja a verdade. Verdade é
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aquilo que corresponde à realidade. A Bíblia é o a única fonte
garantida da verdade. Nós somos autênticos, sinceros de vez
em quando, mas as Escrituras são a verdade absoluta, incon
dicional.
A Palavra de Deus é verdade porque Deus é verdade. Sua
Palavra corresponde ao seu caráter. Deus é perfeito, por isso a
sua revelação é necessariamente perfeita (Rm 3-4).
Na revelação. Deus puxa a cortina para que tenhamos um
vislumbre de como ele é. Temos o suficiente para saber o que
ele espera de nós, mas não tudo, pois o mundo não poderia
contê-lo.
Eu acho que leva um tempinho para entender alguém que
pode criar um universo apenas abrindo a boca e dizendo “Haja”.
Eu ainda estou tentando compreender um microcomputador.
Estou tentando me tornar um “entendido em computador”. Mas
a única maneira de nos tornarmos “entendidos em Deus” é através
de sua auto-revelação. Temos essa revelação nas Escrituras.
O conceito de inspiração
O resultado perfeito
O resultado da inspiração é este: Por causa da obra de
supervisão do Espírito no registro das Escrituras, o que nós
temos está isento de erro, pois é o cânon autorizado das
Escrituras. A palavra cânon refere-se ã coleção dos 66 livros
que formam a Bíblia.
A propósito, a igreja também crê que o Espírito Santo orientou
o processo de seleção desses livros. Havia outras epístolas e
outras histórias escritas circulando pela igreja primitiva, mas
não eram Escrituras autorizadas, inspiradas. O Espírito Santo
supervisionou o processo para determinar quais livros eram
exalados por Deus, e quais não eram.
Portanto, vou repetir. O resultado da inspiração é um
cânon, uma coleção de livros, que é inerrante (sem erro). Na
Bíblia, temos a revelação autorizada de Deus preservada em
registro escrito. Temos tudo o que Deus queria revelar sobre
ele mesmo.
Por que a inerrância é tão importante? Porque se houver
uma falha em qualquer porção das Escrituras, não saberemos
se podemos confiar nela em outras porções. Se Deus chama a
isto de sua Palavra, e se houver um erro nela, como saberei
que posso confiar em Deus? Que outros erros poderia ele ter
cometido (ou permitido) que eu desconheço?
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Mas deixe-me dizer-lhe: se a Bíblia é infalível, um Livro sem
erro, então você pode crer em Deus cem por cento do tempo.
Eu confio parcialmente em muita gente. Eu preciso de um Deus
em quem possa confiar plenamente.
Aqueles que rejeitam a inspiração das Escrituras têm de lutar
contra Jesus Cristo, porque Jesus creu que elas eram a Palavra
de Deus. Ele disse em Mateus 5:
Não penseis que vim destmir a lei ou os profetas; não vim para
destruí-los, mas para cumpri-los. Em verdade vos digo que até
que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da
lei, sem que tudo seja cumprido (v. 17,18).
Fé e inspiração
Por que é tão importante que você creia na inerrância e
autoridade das Escrituras? Porque sem fé é impossível agradar
a Deus (Hb 11.6). O problema com algumas pessoas que se
dizem discípulos de Jesus e declaram que o estão seguindo é
que na verdade não confiam nele. Não estou falando de nossa
salvação. Estou falando do resultado de nossas vidas cristãs
diárias.
Você não está confiando em Deus quando compara com a
sua razão o que Deus diz, e a sua razão vence. Ou quando
você compara com os seus sentimentos o que Deus diz, e os
seus sentimentos vencem. Ou quando você compara com sua
consciência o que Deus diz, e a sua consciência vence. Isso
não é viver pela fé.
E quando você não vive pela fé, então o poder da Palavra
viva não se torna viva em você. É impossível agradar a Deus
sem fé. Às vezes, viver pela fé significa ir contra o que a razão
lhe diz ou significa ir contra o que os outros dizem. Às vezes
significa até mesmo ir contra o que você aprendeu a crer.
Autoridade e inspiração
Considerando que as Escrituras são inspiradas, elas devem
ter autoridade. Quando Satanás veio tentar Jesus em Mateus 4,
Jesus respondeu-lhe com a Palavra de Deus autorizada. “Está
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escrito. ’’Para Jesus, o que estava registrado nas Escrituras era
uma necessidade, porque “toda palavra” que saiu da boca de
Deus é sustento espiritual (Mt 4.4).
Jesus disse em João 10.35: “A Escritura não pode ser anulada.”
Isso significa que ela é necessária. Nenhuma só parte pode ser
extraída do todo. Ou ela é toda a Palavra de Deus, ou nada
dela é a Palavra de Deus.
Algumas pessoas querem tirar da Bíblia partes que não
lhes agradam. Jesus diz não a tal método. Na verdade, ele
nos advertiu: “Não invalidem a Palavra de Deus com as tra
dições dos homens. Não deixem que aquilo que os homens
sempre fizeram e creram os impeça de fazer o que Deus diz”
(Mc 7.8,9).
O conceito de iluminação
A unção
Primeira João 2.27 diz que cada cristão tem o que João chama
de “a unção” — isto é, a capacidade de receber, entender e
aplicar a verdade espiritual. Não existem “supersantos” quando
se trata de compreender as Escrituras. Deus quer que cada crente
seja iluminado no que se refere ã verdade dele. A única diferença
entre nós é se somos suficientemente submissos para buscá-la.
Antes de a televisão a cabo aparecer em meu bairro, eu utilizava
uma antena. Uma vez precisei chamar um técnico porque estava
com problemas na recepção da imagem. Ele disse: “O sinal é
forte, mas sua antena não está apontada na direção correta”.
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\
A m ente de Cristo
Em 1 Coríntios 2, Paulo faz algumas grandes declarações
referentes à iluminação:
O processo
Em Lucas 24.13-35, que conta a história de dois discípulos
na estrada de Emaús, temos uma visão prática de como o
processo da iluminação se desenrola.
Você deve se lembrar de que enquanto caminhavam de
Jerusalém para Emaús, esses dois homens estavam deprimidos,
desanimados e abatidos. A vida se acabara para eles porque
Jesus fora crucificado. Eles não tinham mais esperanças. Mas
então o Cristo ressurreto juntou-se a eles na estrada e
perguntou-lhes por que estavam desanimados (v. 17). Eles
explicaram a situação e o motivo de seu desapontamento, e
Jesus lhes disse: “Ó néscios, e tardios de coração para crer em
tudo o que os profetas disseram!” (v. 25). Então Jesus lhes
ensinou as Escrituras.
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Em outras palavras, eles não estiveram prestando atenção à
Palavra de Deus revelada. Jesus estava dizendo: “Vocês dois
estão desanimados sem motivo. Se vocês dessem ouvidos ã
Palavra de D eus, saberiam que o que aco n tece u é o
cumprimento da profecia”.
Uma vez que eles não estavam dando ouvidos ã Palavra,
ficaram desnecessariamente deprimidos. Mas quando Jesus
começou a ensiná-los, eles prestaram atenção. Aguçaram os
ouvidos. Se você quer a iluminação do Espírito, a primeira
coisa que precisa é de um ouvido para ouvir o que a Palavra
de Deus está dizendo.
Então você precisa combinar um ouvido atento com a
vontade de ser transformado. O versículo 28 diz que Jesus fez
“como quem ia para mais longe”. Mas eles lhe suplicaram “Fica
conosco” (v. 29). Eu penso que Jesus os estava testando para
ver se eles realmente o desejavam ou se estavam simplesmente
agindo por impulso espiritual.
Deus faz isso conosco. Ele deixa que ouçamos a Palavra, e
então introduz alguma coisa em nossas vidas para ver se
realmente a ouvimos, ou se estávamos apenas sentados na igreja
ou apenas fazendo o nosso devocional naquele dia. Ele introduz
algo em nossas vidas para pôr ã prova o que ouvimos.
Precisamos de uma vontade que esteja pronta a ser transformada.
Temos, portanto, um ouvido que ouve e um coração que
deseja, dois elementos-chave na experiência da iluminação. O
terceiro elemento é a adoração. Jesus reclinou-se à mesa com
esses discípulos, e eles realizaram um culto (v. 30).
Na verdade, podemos encontrar no versículo 30 muitos dos
mesmos elementos que encontraremos mais tarde em Atos 2.
Havia comunhão no partir do pão, oração e coinonia enquanto
Jesus partilhava com eles.
Quando tudo isto estava operando, o que aconteceu?
“Abriram-se-lhes os olhos” (Lc 24.31). A iluminação se instalou.
Eles foram esclarecidos. Eles o reconheceram.
Embora Jesus desaparecesse diante de seus olhos naquele
instante, tudo havia mudado. Estavam cheios de alegria e
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entusiasmo, e não conseguiram esperar para partilhá-lo com
outros. Levantaram-se e voltaram depressa para Jerusalém
naquela mesma noite, e alvoroçados contaram aos apóstolos
tudo o que lhes havia acontecido (v. 33-35).
Quer dizer que a depressão desapareceu? Quer dizer que
eles ficaram felizes novamente? Sim, porque combinaram um
ouvido que ouve com um coração que deseja e adoraram ao
Senhor, foram iluminados. E quando foram iluminados,
aconteceu uma transformação.
Na revelação. Deus desvenda sua verdade. Através da
inspiração, ele providenciou que ela fosse registrada para nós.
E através da iluminação do seu Espírito, ele nos capacita a
entendê-la e aplicá-la. Quando você tiver tudo isso operando
em sua vida, vai crescer como discípulo de Cristo!
o contel^do
das EscritWas
/-■■•./a/-T '‘
Devemos ser tardios p a ra nos irar. Não fique irado, diz Tiago,
se o que a Palavra diz não for o que você deseja ouvir. Não
fique irado se Deus não estiver fazendo as coisas do jeito que
você deseja que ele as faça. Nossa ira não nos leva para onde
queremos. Tiago torna isso claro: “A ira do homem não opera
a justiça de Deus” (1.20). Deus não se apressa porque ficamos
irados.
Os seus filhos às vezes não ficam amuados porque você não
disse o que eles queriam ouvir? A mensagem que eles querem
que você receba é: “Eu estou zangado, você deveria mudar”.
Se você tem filhos, sabe do que estou falando. Crianças têm
acessos de raiva esperando que a cabeça dos pais mude. Um
bom pai não se impressiona com acessos de raiva.
Tiago quer que você saiba que acessos de raiva também
não impressionam a Deus. Não pense que se você sair do
sério Ele vai ficar transtornado. Deus opera segundo a vontade
dele, na hora determinada por ele. Sua ira não vai ajudar a
Deus nem vai fazê-lo alterar o plano dele. Certamente pode
ríamos nos libertar de muitos problemas de saúde com este
versículo.
Normalmente ficamos zangados quando as coisas não se
desenrolam do jeito que gostaríamos. Às vezes o que estamos
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tentando fazer na verdade com nossa ira é adiantar o plano de
Deus, mas isso não funciona.
No Jardim do Getsêmani, Pedro cortou a orelha do servo na
tentativa de proteger Jesus e cumprir o programa de Deus segundo
o ponto de vista do homem. Mas Jesus disse: “Guarde a sua
espada, Pedro; você não sabe o que está fazendo” (v. Jo 18.10,11).
As intenções de Pedro eram boas, mas o modo como agiu estava
completamente errado. A ira o levou a reagir de um jeito muito
humano para a realização do plano de Deus para o seu Filho.
U m a vid a vitoriosa
A palavra receber implica “deixar de resistir”. Por que é tão
importante não resistir ã obra da Palavra de Deus em nossa
vida? “Para salvar as vossas almas” (Tg 1.21). Já dissemos que
Tiago não está falando aqui de justificação. Essas pessoas já
eram crentes. A Palavra estava implantada nelas.
A salvação, porém, tem três tempos. A salvação no passado
nos salva da penalidade do pecado. A salvação no presente
nos salva do poder do pecado. E a salvação no futuro nos salva
da presença do pecado.
Aqui Tiago está falando sobre o tempo presente da salvação.
Receber a Palavra vai liberar sua vida para ser vivida como
deveria. Esta salvação não é salvação do inferno, pois isso já
ficou resolvido. Você será salvo das tentativas que o mundo, a
carne e o diabo fazem para roubá-lo de uma vida cristã
significativa, poderosa, vitoriosa. A Palavra é capaz de lhe dar a
vida que Deus quer que você viva.
O lhand o no espelho
Todos nós já vimos pessoas que parecem nunca ter gasto
tempo suficiente na frente do espelho arrumando o que está
desarrumado. Acho interessante que a palavra que Tiago utiliza
no versículo 23 para a pessoa no espelho é a palavra grega
para “homem”, em oposição à humanidade, que incluiria
homens e mulheres.
Por que Tiago utiliza um homem nesta ilustração? Penso
que é porque, em última análise, os homens não gastam tanto
tempo na frente do espelho como as mulheres. Sei que estou
pisando em terreno perigoso, mas me acompanhe.
Nós, homens, temos a tendência de espiar no espelho e nos
afastarmos, enquanto as mulheres são mais inclinadas a estudar
sua aparência diante dele. Por isso Tiago diz; “Não olhem
rapidamente para a Palavra nem saiam correndo depois, do
modo como um homem poderia olhar para o espelho e não
perceber o que precisa ser percebido”.
Qual é a função do espelho? Ele foi feito para nos mostrar
exatamente como somos, para vermos o que está errado e
corrigi-lo. O espelho apenas reflete o que está ali. Não
podemos ficar aborrecidos quando ele cumpre o seu dever
de nos dizer a verdade. Se não estam os com uma boa
aparência, o espelho dirá.
Eu conheço um rapaz que ficou tão zangado com o que o
espelho refletiu que ele o estraçalhou. Essa não é a idéia! O
espelho apenas mostra o que realmente está ali, coisas que
você não poderia detectar sozinho.
Tiago chama a Bíblia de espelho das nossas almas. Ela nos
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mostra como nós realmente somos por dentro. Precisamos disso,
porque muitos de nós pensam que são melhores do que
realmente são.
Alguma vez você já se olhou no espelho e ficou chocado com
o que viu? Você pensava que o seu cabelo estivesse penteado e
sua gravata no lugar Você pensava que tudo estivesse em ordem,
mas uma espiada no espelho lhe disse que você estava horrível.
Percebendo isso, a questão é o que você vai fazer nesse
sentido. Se você apenas dá uma olhada e continua o seu caminho,
o espelho para nada lhe serve. Muitos cristãos marcam suas
Bíblias, mas nunca deixam que a Palavra de Deus os marque.
Tiago utiliza outra palavra interessante no versículo 23 para
descrever uma pessoa que é apenas “ouvinte” da Palavra. Esse
vocábulo foi usado no mesmo sentido da expressão “aluno
ouvinte”. Se você já assistiu a uma aula na faculdade como
aluno não matriculado, o seu discurso era: “Eu quero receber
todas as in fo rm a çõ e s, mas não q u ero nenhu m a das
responsabilidades ”.
Por que isso? Quando você assiste a uma aula como ouvinte,
não precisa apresentar trabalhos nem realizar as provas, fica
apenas sentado, absorvendo o conhecimento.
Quando se trata de vida cristã, você não pode agir do mesmo
modo. Não pode apenas ficar sentado recebendo informações,
sem aceitar nenhuma das responsabilidades do que ouve. Um
discípulo tem de fazer os trabalhos e passar nas provas.
Ouvir a Palavra sem esboçar qualquer reação é como mastigar
o seu alimento sem engolir: O gosto é bom, mas não produz
benefícios a longo prazo.
O que muitos cristãos fazem é mastigar a Palavra como se
mascassem chiclete. Mastigamos até que o sabor desapareça,
então o cuspimos até que possamos obter outro chiclete novo,
ou pedaço das Escrituras, que seja agradável e suculento. Muitos
cristãos gostam de um bom sermão, mas depois ignoram a
Palavra até que ouçam alguma outra coisa que lhes interesse.
Perguntam-me com freqüência: “O que você vai pregar da
próxima vez?”. Às vezes a pergunta soa como se a pessoa tivesse
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mascado o último sermão, extraindo dele todo o sabor, e então
o tivesse cuspido. Agora quer um pedaço novo de chiclete
espiritual para mascar.
Como discípulos de Jesus, toda vez que nos aproximamos
da Palavra deveríamos orar: “Senhor, mostra-me como tu me
vês.” Isso é muito ameaçador. Muitos de nós queremos espelhos
mentirosos. Somos como a rainha do conto de fadas que disse:
“Espelho, espelho meu, há alguém mais bonita d o qu e eu?”, e
aceitava apenas uma resposta.
Muitas pessoas querem espelhos que as façam parecer boas.
Por isso é que Paulo advertiu Timóteo: “Cuidado com as pessoas
que desejam ter cosquinhas nos ouvidos em vez de querer a
verdade” (v. 2Tm 4.3). Pessoas como essas querem ter uma
falsa visão de si mesmas.
Você sabia que o inferno estará cheio de pessoas que olharam
no espelho e pensaram que estavam bem? Pensavam que eram
suficientemente boas e justas para comparecer diante de um
Deus santo porque se recusaram a crer no que viram no espelho
da Palavra.
Em nossas palavras
É interessante que Tiago comece com a língua, um assunto
sobre o qual ele tem muita coisa mais a dizer no capítulo 3.
Não importa o que estejamos fazendo; se não conseguimos
controlar esse pequenino apêndice de nossa boca, nossa religião
é perda de tempo.
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Uma prova de que você recebeu a Palavra e está sendo obediente
a ela é a maneira como fala. Você não pode seguir a Cristo por
muito tempo e continuar falando como costumava fazê-lo.
No capítulo 3, versículo 9, Tiago diz que às vezes usamos a
mesma boca para bendizer a Deus no domingo e amaldiçoar
as pessoas na segunda-feira. Então ele faz uma pergunta muito
boa: “Pode a fonte jorrar do mesmo manancial água doce e
água amargosa?” (v. 11). A resposta óbvia é não. Portanto, uma
maneira pela qual você poder medir o seu progresso no
discipulado é a forma como você se expressa. Se você entendeu
do que se trata, vai demonstrar na maneira como fala.
Em nossas obras
Nosso compromisso com a Palavra de Deus também se
refletirá em nossas obras. Tiago 1.27 fala da ajuda aos
desamparados, aqueles que não podem fazer nada por nós em
troca. Portanto, não estamos falando de negócios..
Quando você está “sincronizado” com a Palavra, quando a
verdade está penetrando em sua vida, as pessoas que de outro
modo não seriam percebidas subitamente se tornam muito
importantes para você. Você não as olha mais de cima para
baixo, nem se considera melhor do que elas. Servi-las e ajudá-
las se torna uma necessidade real em sua vida.
É provável que já saiba disso, mas se você segue a Jesus
Cristo normalmente você já não se encontrará nos ambientes
dos poderosos, influentes e ricos. Há discípulos fiéis ocupando
lugares de grande poder e influência, e podemos ser gratos por
isso. Mas para a maioria de nós, seguir a Cristo vai nos conduzir
àqueles que são pobres e necessitados, material e espiritual
mente. Esse é o tipo de pessoas que Jesus procurou e com
quem se misturou. Se a Palavra está operando verdadeiramente
em sua vida, ela se refletirá no que você faz.
Em nosso andar
Nosso compromisso também se reflete em nosso caminhar.
O desafio aqui é “guardar-se incontaminado do mundo”.
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É estar nele, mas dizer não a ele. Temos de marcar o mundo
para Cristo, mas não permitir que o mundo deixe suas marcas
em nós.
O que acontece quando você respinga alguma coisa em sua
blusa ou gravata, e a mancha fica realmente óbvia? As pessoas
dizem coisas assim: “Você está com uma mancha na blusa”.
“Você deve ter derramado alguma coisa na gravata”.
Eles não dizem coisas como: “Seria uma gravata realmente
linda não fosse pela manchinha”. “Há uma mancha em sua
blusa, mas o restante parece legal”. Por que as pessoas não
dizem isso? Porque quando há uma mancha em suas roupas,
ela se torna o foco da atenção.
O mesmo acontece com as nossas vidas espirituais. Quando
o mundo mancha você, isso se torna evidente. Ló permitiu que
o pecado de Sodoma respingasse nele. Ele se deixou manchar
pelo mundo e acabou perdendo tudo. Abraão, por outro lado,
não se deixou contaminar pelo mundo e foi abençoado no
que fez.
Como você impede que sua vida seja manchada pelo pecado
e assim poder refletir Cristo para o mundo? Você ora como
Davi orou no final do salmo 139: “Sonda-me, ó Deus, e conhece
o meu coração; prova-me e conhece os meus pensamentos. Vê
se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho
eterno”.
Em outras palavras, para evitar que as manchas do pecado
prejudiquem o reflexo de Deus em você é preciso abrir seu
coração e sua vida ã intensa sondagem do Senhor. Como Deus
nos sonda e nos conhece? Pelo seu Espírito, que usa a Palavra
para dissecar nossos corações (Hb 4.12).
Somos vasos rachados, sem dúvida nenhuma. Todos nós
temos falhas e vasamentos. A única maneira de manter cheio
um vaso com vasamento é deixar a torneira aberta. Precisamos
manter a Palavra de Deus fluindo através de nós, mantendo-
nos cheios e limpos. É uma necessidade absoluta. Não existe
outro meio de ser discípulo de Jesus Cristo em genuíno
crescimento.
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" '\
o contexto
das Escritiiras
Mas não é assim que Deus quer que seja. Ele nos deu pelo
menos três contextos principais para nos ajudar a receber sua
Palavra, alimentarmo-nos dela e crescermos através dela. Quero
rever estes três contextos com você, e então falar de três áreas
que nos dão ferramentas para aprender e aplicar a Palavra.
O contexto pessoal
Eu já disse isso antes, mas cabe repetir aqui. Eu e você
temos uma responsabilidade pessoal de nos tornarmos homens
e mulheres da Palavra. Ninguém pode comer em seu lugar, e
ninguém pode crescer em seu lugar.
A mãe pode amassar, misturar e diluir o alimento do bebê
para que ele possa ingeri-lo mais facilmente. Em algumas
culturas, as mães até mastigam o alimento dos bebês antes de
alimentá-los. Mas a mãe não pode engolir esse alimento por
ele, nem fazê-lo crescer.
Você não se sente feliz por que sua mãe não precisa
continuar alimentando você? Eu estou contente porque minha
mãe não precisa me fazer sentar e me alimentar. E estou
realm ente feliz porque ela não mastiga o alimento para mim!
É muito melhor poder sentar-me e desfrutar pessoalmente de
uma boa refeição.
É o que Deus deseja que façamos com a sua revelação, a
sua Palavra. Leva tempo e exige disciplina alimentarmo-nos e
nutrirmo-nos da Palavra, mas o nosso desempenho possui total
relação com o nosso progresso como discípulos de Jesus.
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Quero examinar aqui um poderoso versículo das Escrituras
e ao qual voltaremos mais tarde, neste mesmo capítulo: “Bem-
aventurado aquele que lê, e bem-aventurados os que ouvem as
palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão
escritas, porque o tempo está próximo” (Ap 1.3).
João está falando especificamente, é claro, daqueles que
lêem o livro do Apocalipse, mas a mensagem serve para nós
em cada porção das Escrituras. Observe como João personaliza
a promessa. É “aquele que lê” que é bem-aventurado ou feliz.
Conhecer a Palavra é uma responsabilidade individual, uma
questão de esforço pessoal.
Vemos a mesma coisa nas mensagens do Senhor ressurreto
às sete igrejas em Apocalipse 2 e 3. “Quem tem ouvidos ouça o
que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7). Então Jesus diz que a
pessoa “que vencer” receberá as bênçãos da sua Palavra.
Assim, embora Jesus estivesse falando à igreja, o benefício
era individual para a pessoa que ouvisse a Palavra e agisse de
acordo com ela. A apresentação era plural, mas a aplicação era
pessoal. Somos pessoalmente responsáveis pelo que Deus tem
revelado. Se você vai crescer para ser um discípulo com
prometido com Jesus Cristo, deve assumir a responsabilidade de
seu compromisso com as Escrituras.
Isto significa que em casa você não deve ser tímido na sua
fé. Se você entrasse pela porta da frente da casa na qual cresci,
em Baltimore, veria uma placa que meus pais colocaram há
muitos anos quando eles se tornaram cristãos. Ela diz: “Eu e a
minha casa serviremos ao Senhor”.
Meu pai é o cristão menos reservado que você poderia
conhecer. Tudo o que fazíamos como família fundamentava-
se na Palavra.
Lembro-me de que havia momentos, quando menino, em
que eu não queria mais ouvir falar da Bíblia. Eu não queria
ouvir meu pai dizer: “Vamos ler a Bíblia antes do jantar”. Eu
não queria que ele me perguntasse: “Você já leu a sua Bíblia?”
Eu não queria ouvir: “Vamos ã igreja para aprender mais a
respeito da Bíblia”.
Eu me lembro de muitas vezes ter exalado suspiros de
desgosto silencioso. (Com meu pai, era melhor manter a bqca
fechada!) E, então, às vezes, ao redor da mesa do jantar, meu
pai resolvia fazer um sermão. Você sabe como é. Mamãe havia
feito frango frito, e papai queria pregar.
Ele fazia o seu longo devocional enquanto eu ficava sentado
olhando para o frango frito. Se você me conhecesse, saberia
que eu estava passando por um grande trauma. Quando menino,
houve muitos momentos em que tive de ouvir a Palavra quando
eu não queria ouvi-la.
Mas aqui estou hoje, pregando e ensinando a Palavra de
Deus. Por quê? Porque papai me alimentou tanto dela que não
poderia ter fugido.
Por isso é que digo aos pais que mantenham a Palavra diante
de seus filhos, ainda que neste momento eles não a queiram
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nem apreciem. “Instrui o menino no caminho em que deve an
dar, e até quando envelhecer não se desviará dele” (Pv 22.6).
Por que isto é verdade? Porque fixa os seus olhos nele todos os
dias de sua vida.
Não se desculpe por aquele aviso na parede anunciando
que seu lar é edificado na Palavra. Deuteronômio 6 diz para
ensinar a Palavra formal e informalmente, durante a vida. Deixe
cair uma pepita da verdade aqui e ali.
Moisés deixou a principal responsabilidade familiar para o
pai. Sinto-me grato pela tremenda quantidade de homens que
querem se tornar homens da Palavra, e pelos ministros dos
Guardiões da Promessa que estão ajudando-os a cumprir esse
compromisso.
Mas também quero oferecer uma palavra de incentivo a
muitos pais sozinhos na comunidade cristã, a maior parte é
constituída de mães. Seu lar pode não ter um marido e um
pai para assumir a responsabilidade do ensino da Palavra,
mas as boas novas são que a Palavra de Deus não fica cerceada
por nossas limitações humanas. Ela continuará fazendo sua
obra na família, pai ou mãe sozinha, se você se apegar a ela e
ensiná-la fielmente a seus filhos. Você ainda pode criar filhos
piedosos.
Timóteo é um grande exemplo. Até onde sabemos das
Escrituras, ele não teve um pai piedoso. Mas Paulo mesmo
assim pôde escrever para Timóteo: “Trazendo ã memória a fé
não fingida que há em ti, a qual habitou primeiro em tua avó
Lóide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também
habita em ti” (2Tm 1.5).
Mais tarde, no mesmo livro, Paulo lembrou a Timóteo:
“Desde a infância sabes as sagradas letras” (3.15). Adivinhe
como Timóteo obteve o conhecimento das Escrituras? Com
sua mãe e avó.
Há provavelmente muitas pessoas que hoje são crentes
porque suas mães e avós as ensinaram. Mesmo que no seu lar
um dos pais esteja ausente, você ainda pode criar um Timóteo.
Você pode apontar Deus para os seus filhos como Pai deles.
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O contexto da igreja
Como pastor em Éfeso, Timóteo também estava encarregado
de ensinar a Palavra no terceiro contexto que quero discutir, a
igreja. Paulo ensinou a seu filho espiritual: “Persiste em ler,
exortar e ensinar, até que eu vá” (ITm 4.13)- Isto é, Timóteo
devia explicar as Escrituras e ajudar o povo de Deus a praticá-
las. E ele devia ser diligente nisso: “Medita estas coisas, ocupa-
te nelas, para que o teu progresso seja manifesto a todos” (ITm
4.15).
Por que pregar a Palavra na igreja? Observe o versículo 16
deste mesmo capítulo: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina.
Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto
a ti mesmo como aos que te ouvem”.
A igreja é o contexto onde a Palavra de Deus deve ser
proclam ada de modo que possam os apreciá-la, ouvi-la,
compreendê-la e aplicá-la. A igreja é o ambiente corporativo
para confirmação da Palavra de Deus na vida do seu povo.
Vou-lhe mostrar no Antigo Testamento o poder que pode
invadir este contexto corporativo da Palavra. Em Neemias 8, o
povo de Israel reuniu-se para ouvir o sacerdote Esdras ler “o
livro da lei de Moisés” (v. 1). Isto aconteceu depois que os
exilados retornaram e reconstruíram os muros de Jerusalém
sob a liderança de Neemias. O povo não tivera acesso à Lei
durante muitos anos. Agora o Livro seria lido entre eles de
novo, e era uma ocasião especial.
Foi construído um púlpito, e Esdras leu a Lei durante horas
(v. 3). Os homens que estavam ao seu lado “ensinavam a lei
ao povo” (v. 7). Eles liam e interpretavam a Palavra de modo
que o povo pudesse entender. Agora veja o que aconteceu a
seguir:
Lendo a Palavra
“Bem-aventurado aquele que lê”, diz João. Isto significa que
devemos ler “um versículo por dia para ter saúde e alegria”?
Dificilmente. Qualquer um que pega a Bíblia com esta idéia
está utilizando-se dela como de um amuleto de boa sorte, não
como a Palavra autorizada.
João não está nos incentivando a olhar para algumas palavras
em uma página. Ele tem muito mais em mente. Na Bíblia, ler
significa compreender o que Deus tem a lhe dizer. A idéia não
é ler mecanicamente, sem saber o que leu; ou ler apenas para
cumprir uma obrigação: “Pronto, já li meu versículo ou meu
capítulo para o dia de hoje”.
Estudar a Palavra. Ler a Bíblia significa captar a mensagem
de Deus para nós, estudar diligentemente “a palavra da verdade”
(2Tm 2.15). A palavra grega traduzida neste versículo por “ser
diligente” ou “estudar” significa que ao abrirmos a Palavra,
devemos nos entregar a ela. Devorá-la como você devorou
aquela sua primeira carta de amor. Levar a Bíblia a sério.
Temos um bom exemplo desse tipo de desejo pela Palavra
em 2Tm 4.13- Paulo, já idoso, estava na prisão aguardando a
Ouvir a Palavra
A segunda porção de Apocalipse 1.3 diz que aqueles que
ouvem a Palavra são benditos.
Qual a implicação em ouvir a Palavra? Significa mais do
que deixar os sons entrarem em seu canal auditivo. O termo
“ouvir” na Bíblia significa deixar que a Palavra de Deus fale
a você. Deixe que ela mergulhe em sua mente e em seu
coração. Lembre-se de que Jesus disse: “Quem tem ouvidos,
ouça” (Ap 2.7).
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; medita nele dia e
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo o que
nele está escrito. Então farás prosperar o teu caminho, e serás
bem-sucedido Qs 1.8).
Obedecer à Palavra
A terceira chave para tornar a Palavra viva no contexto de
sua vida pessoal, na família e na igreja é obedecer a Deus. João
escreveu em Apocalipse 1.3 que aqueles que “guardam as coisas
que nela (na Palavra) estão escritas” são bem-aventurados.
A obediência sempre é o alvo do conhecimento das Escrituras.
Eu quero retroceder ao Salmo 119 novamente e examinar o
que o salmista disse sobre a obediência ã Palavra.
Observar. No versículo 57, ele diz: “O Senhor é a minha
porção, eu disse que observaria as tuas palavras”. Então no
versículo 106, ele faz esta promessa: “Fiz um juramento e o
confirmei, que hei de guardar as tuas justas leis”. E, finalmente,
“Maravilhosos são os teus estatutos; por isso a minha alma os
guarda” (v. 129).
O salmista sabia o que fazer com a Palavra — obedecer-lhe.
Jesus disse: “Agora que sabeis estas coisas, bem-aventurados
sois se as fizerdes” (Jo 13-17). Não somente ouvi-las, ou recitá-
las, mas praticá-las.
Ao sair da igreja no domingo, você pode dizer: “Foi um bom
sermão”. Ótimo. Agora você está preparado para entrar em ação.
Você vai meditar na verdade que ouviu. Vai revolvê-la em sua
mente. Vai discuti-la com outra pessoa. Então você a põe em
prática em sua própria vida, e as bênçãos começam.
O motivo por que a Bíblia é um livro morto para tantos
cristãos é que não a estão pondo em prática. Não estão sendo
obedientes. Por isso não vêem Deus realizar nada extraordinário
A reconítpensa CAPlm ui
das Escritoras
15
Ora, todo aqu ele que ainda se alim enta de leite n ão está
experim entado na palavra da justiça, porque é criança. Mas o
alimento sólido é para o s adultos, para aqueles que, pela prática,
têm as faculdades exercitadas para discernir tanto o bem com o
o mal.
Regozijando-se na Palavra
“Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração”
(v. 8). A Palavra o alegrará se você fizer o que Deus disse e
não necessariamente o que as outras pessoas disseram. Alguém
sempre tem uma história para mostrar por que você deveria
agir como elas. Mas se você se apegar ao que a Palavra diz
que é certo, você acabará se alegrando.
Eis aqui ainda outra bênção no versículo 8: “O mandamento
do Senhor é puro, e ilumina os olhos.” Já falamos sobre como
a Palavra vai iluminar o seu caminho para que você possa ver
claramente para onde vai.
“O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre”
(v. 9a). A Palavra oferece longevidade. “As ordenanças do
Senhor são verdadeiras, e inteiramente justas” (v. 9b). Não
existe nenhum defeito na Bíblia. Ela é perfeita de capa a capa.
A Palavra não tem erros, nem enganos, nem desacertos.
Então como poderíamos avaliar a Palavra? Salmos 19.10 diz
que “mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito
ouro fino” as ordenanças do Senhor (v. 10). E “mais doces são
do que o mel, do que o mel que goteja dos favos”.
Deus disse que Davi era um homem segundo o coração dele,
e agora você sabe por quê. Para Davi, a Palavra de Deus era mais
importante do que o seu cheque de pagamento. Era mais importante
do que a sua riqueza ou o seu trono ou qualquer outra coisa. Ele
continua nos versículos 11,12: “Por eles é admoestado o teu servo;
em os guardar há grande recompensa. Quem pode entender os
próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos”.
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A Palavra de Deus vai mostrar-lhe coisas erradas que você
não sabia que estavam erradas. Há ocasiões em que pensamos
estar no caminho certo, mas entramos à esquerda e nem
percebemos. As Escrituras podem revelar essas coisas escondidas.
O versículo 13 contém um pedido importante: “Também da
soberba guarda o teu servo, para que não se assenhoreie de
mim”. É o pecado deliberado, o pecado arrogante — o pecado
que você sabe que vai cometer, mas o comete mesmo assim. Se
você permitir que entre em sua vida, ele vai assumir o controle.
A única resposta para esse tipo de pecado é proteger-se para
não cometê-lo.
Agora observe a segunda metade do versículo 13: “Então
serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão”. É um
versículo cheio de esperança, cheio de bênção. Significa que se
você se atrapalhou ontem, se você trouxer os seus pecados
ocultos e arrogantes a Deus para que ele os resolva. Deus vai
“inocentá-lo” hoje para que você prossiga para ele amanhã.-
Muitas pessoas são controladas pelo que aconteceu ontem.
Mas se você permitir que o ontem o controle, o dia de hoje vai
ficar confuso e o amanhã, arruinado. Uma vez que você não
pode mudar o ontem, e o amanhã ainda não chegou, entregue-
se hoje de novo a Deus e ã Palavra dele.
Quando o fizer. Deus vencerá os problemas de ontem e
acertará o amanhã antes de você chegar lá porque você está
dentro do objetivo dele hoje. Então você pode orar: “Sejam
agradáveis as palavras da minha boca, e a meditação do meu
coração perante a tua face, ó Senhor, Rocha minha e Redentor
meu!” (v. 14).
Desfrutando do benefício
A Palavra de Deus vai resolver qualquer necessidade que
você tiver, quer seja de salvação, de sabedoria, de orientação,
de maturidade, de estabilidade, de vitória, de purificação, ou
de qualquer outra coisa.
Deixe-me sugerir como você pode começar a se apropriar
de tudo isto e experimentar o benefício das Escrituras de
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maneira nova para você. O salmo 119, um incrível tributo à
Palavra de Deus e o que ela pode fazer em nossas vidas, está
dividido em 22 seções de oito versículos cada. Toda seção
começa com uma diferente letra do alfabeto hebraico, dando
início às divisões.
Junto com qualquer outro devocional ou programa de leitura
bíblica que você esteja seguindo, leia uma seção de oito
versículos do salmo 119 por dia até terminar o salmo.
Mas não leia apenas, e pronto. Peça ao Espírito Santo para
iluminar os seus olhos e abrir o seu coração à Palavra. À medida
que for lendo, medite e reflita no que Deus está lhe dizendo.
Se um versículo se sobressair, marque para voltar a ele mais
tarde para meditação e estudo mais profundo.
Você vai precisar de 22 dias para 1er todo o salmo 119 desta
maneira, cerca de cinco minutos por dia. Não é um enorme
investimento de tempo, mas nesse processo você pode descobrir
uma recompensa espiritual imensa.
Evangelização
/Ó concei
de evangel|zação
i r-
Definição de evangelização
No seu âmago, a evangelização é tornar conhecidas as boas
novas de Jesus Cristo a um mundo que está morrendo. Uma
definição mais formal poderia ser esta: evangelização é a
declaração verbal e visível da morte e ressurreição de Jesus
Cristo pelos pecados da humanidade, realizadas com a intenção
de levar pessoas ã salvação.
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O propósito da evangelização é uma parte muito importante
de sua definição. Paulo diz que ele anunciou o evangelho, e os
coríntios o receberam (ICo 15.1). Simplificando, o evangelho
não é evangelização porque ela é mais do que informação. A
informação é transmitida com um propósito.
Evangelização não é apenas falar do evangelho às pessoas,
é fazê-lo com a intenção de ganhá-las para o Salvador. Algumas
pessoas tentam fazer evangelização dizendo: “Olhe, Jesus morreu
e ressuscitou pelos seus pecados, e você deveria aceitá-lo como
seu Salvador. Se você quiser aceitá-lo, você pode, mas é você
quem decide”.
Isso não é evangelização. Deus não está dizendo: “Aqui está
a verdade. Se você quiser aceitá-la, ótimo. Caso contrário,
também ótimo”. A Bíblia diz que Deus está ordenando a todas
as pessoas por toda parte que se arrependam (At 17.30). Nossa
tarefa como evangelistas é tornar as expectativas de Deus
conhecidas.
Jesus disse: “Eu vos farei pescadores de homens”. Eu não
conheço nenhum pescador que diga: “Ah! bem, se os peixes
morderem, ótimo. Mas se não o fizerem, não faz mal. Não vou
me incomodar em colocar iscas no anzol nem me certificar de
que tenho uma linha bastante forte. Nada tem muita impor
tância”. Ninguém pesca dessa maneira. Você vai pescar para
pegar alguma coisa.
A evangelização está relacionada à apresentação do evan
gelho, as boas novas da morte, sepultamento e ressurreição de
Jesus Cristo pelos nossos pecados (ICo 15.1-4).
O evangelho só pode ser entendido como boas novas quando
entendemos as más novas de que todas as pessoas estão perdidas
no pecado e condenadas se não fosse Cristo. “Não há justo,
nem um sequer,” Paulo escreveu em Rm 3.10.
Precisam os com preender o que o evangelho é para
podermos explicá-lo claramente. O motivo por que isso é tão
importante é que muitas pessoas são incapazes de entender
que o evangelho exclui todo auto-esforço para nos tornarmos
aceitáveis a Deus.
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Muitas pessoas pensam que estão bem porque se comparam
a seus amigos e às pessoas que as cercam e não a Cristo.
Comparadas com essa multidão, acham que são bastante boas.
Não se vêem como pecadores perdidos à vista de um Deus
santo. As más novas são que todos nós estamos separados de
Deus pelo nosso pecado. Mas as boas novas são que Jesus
Cristo pagou pelos nossos pecados para que pudéssemos ter
vida eterna.
A importância da evangelização
Às vezes os cristãos são acusados de se preocupar mais com
as almas das pessoas do que com a vida deles na terra. Por isso,
preciso dizer que para mim existem muitas outras áreas de
serviços e ministério nas quais a igreja deveria se envolver.
Devemos fazer tudo o que podemos para causar um impacto
cristão nas estruturas sociais, políticas e econômicas deste
mundo.
Quero deixar uma coisa bem clara. Embora ser pobre seja
algo realmente ruim, as pessoas podem sair da pobreza. Se
uma pessoa está desempregada, isso também é ruim, mas há
formas de conseguir um emprego. É triste ver alguém que não
tenha casa. Se essa pessoa dorme debaixo de uma ponte, isso é
pior ainda. Mas essa pessoa pode deixar de ser um sem-tetp.
Ficamos desalentado ao ver as condições habitacionais
precárias de uma pesoa. Precisamos ajudá-la. Mas, por pior
que sejam tais condições, as pessoas são capazes de reverter
uma situação como essa.
Os homens e as mulheres que morrem sem conhecer a Jesus
Cristo passaram por uma situação da qual nunca poderão se
recuperar, nem aqui, nem na eternidade. De todas as coisas em
qual devemos estar envolvidos, ganhar almas para Jesus deve
ser nossa prioridade máxima
A prática da evangelização
Com isto estou me referindo a um nível de envolvimento
que muitos cristãos nunca alcançam. Cantamos hinos como
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“Minha pequena luz, quero fazer brilhar”. Cantamos sobre
deixá-la brilhar em nossos lares, no trabalho e em nossa
vizinhança.
Mas eu tenho uma pergunta prática a fazer. Quando foi a
última vez que você falou de Jesus com alguém de sua família
que precisa dele? Quanto tempo passou desde que você discutiu
o evangelho com um colega de trabalho? Você está levando o
evangelho a seus vizinhos?
Acho que nunca encontrei um verdadeiro cristão que negasse
que a evangelização é importante. Mas às vezes é difícil encontrar
cristãos que estejam agindo coerentemente com essa crença.
Jesus acreditava na importância da evangelização. Qualquer
coisa que tenha sido repetida cinco vezes, como a comissão de
levar o evangelho ao mundo, também precisa estar no alto de
nossa lista de prioridades. Portanto, vamos examinar essa
comissão em cada um dos evangelhos e em Atos.
Fazer discípulos
A ordem central em Mateus 28 é “fazer discípulos”. O
discipulado é o que estivemos discutindo em todo este livro.
Estamos tentando descobrir o que significa seguir a Jesus. O
discipulado é um conceito reproduzível. Temos de ajudar outros
crentes a se tornarem discípulos comprometidos com Jesus Cristo.
Isto significa que a evangelização não é um fim em si mesmo.
Dar às pessoas um “seguro contra incêndio” não é o alvo máximo
de Deus. Seu alvo principal é conformar-nos à imagem de Cristo
(Rm 8.29), e isso é discipulado bíblico.
Não podemos mandar outra pessoa realizar nossa tarefa.
Jesus nos prometeu que estaria conosco quando nós fôssemos.
Mas o que muitas vezes fazemos é ficar em casa e enviar Jesus.
Não foi o que Jesus disse. Ele disse: “Ide vós, e estarei convosco”.
Ele está dizendo: “Ide àqueles prisioneiros que precisam de
mim, e eu entrarei na prisão convosco. Ide aos pobres que
precisam de mim, e eu irei convosco àquele bairro. Ide àqueles
jovens que lutam e precisam de mim, e eu irei convosco”. Não
somos nós que enviamos Jesus. Ele é que nos envia (Jo 20.21).
Você sabe por que o islamismo é a religião que mais cresce
no mundo? Porque seus evangelistas não se envergonham do
Cheios para ir
Se você é como eu, quando chega a um posto de gasolina
seu tanque está vazio. As pessoas o chamam de “posto de
abastecimento” porque a idéia é encher o seu tanque de gasolina
para você poder continuar. Um posto de abastecimento não é
um posto de repouso, onde você chega e fica ã vontade.
A tarefa da igreja
Quando os discípulos de Jesus obedecem à ordem dele de
evangelizar, a igreja se torna semelhante a uma maternidade,
A importância da fé
Marcos I 6.I 6 destaca como é importante que as pessoas
creiam no evangelho. Este versículo tem desviado algumas
pessoas da rota porque parece enfatizar o batismo como
necessário à salvação. Mas não é o que o versículo diz.
O motivo por que Jesus disse: “Quem crer e for batizado
será salvo”, é que o batismo está tão intimamente associado
com a proclamação do evangelho e a salvação no Novo
Testamento que um crente não batizado era algo inconcebível.
A primeira coisa que os novos convertidos faziam era identificar-
se publicamente com Cristo no batismo.
Observe a segunda metade do versículo. É a pessoa “quem
não crer” que será condenada. Não se diz nada sobre o batismo
aqui. A questão é a fé.
A comissão de Jesus continua nos versículos 17 e 18, mais
dois versículos que causam muitos problemas às pessoas porque
Jesus fala de sinais miraculosos. Mas a verdadeira questão é
que Deus soberanamente realiza milagres à sua vontade para
validar a verdade do evangelho.
Transmitindo a mensagem
Testemunha é uma pessoa que transmite pessoalmente uma
mensagem. Conta-se a história de um homem que foi servir o
exército. Estava profundamente apaixonado por uma moça e
não queria perdê-la enquanto estivesse longe.
Ele lhe disse: “Querida, quero que você me espere. E para que
você saiba que o meu coração é seu, no próximo ano eu lhe
escreverei 365 cartas. Eu lhe escreverei todos os dias do ano para
que você saiba como estou comprometido com você”.
E foi o que fez. No ano seguinte, escreveu uma carta por
dia. No final desse período ficou perplexo com a notícia de
quê ela havia se casado — com o carteiro! Não há substituto
para a entrega pessoal da mensagem.
Muitos cristãos querem evangelização a longa distância. Eles
ajudarão a enviar missionários para outro país, mas não falarão
de Jesus ao seu vizinho. Temos de enviar missionários, mas Deus
precisa de algumas testemunhas aqui em casa.
Se você não está testemunhando, está falhando perante
Cristo, porque um dos motivos por que ele deixou você na
terra depois de salvo foi para que você pudesse contar ao
mundo a respeito dele.
Atendendo ao alarme
Uma menininha perguntou a seu pai: “Papai, o que os
bombeiros fazem no quartel o dia todo?”.
Ele respondeu; “Bem, eles passam o tempo todo esperando
o toque do alarme. Então, quando ele soa, todos saem”.
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o CONCEITO DE EVANGELIZAÇÃO ( 303
— — —— — — — —— — — L..
Você tem paz em sua vida cristã? Jesus fez uma declaração
importante sobre isso. Para que você tenha a paz de Deus, é
preciso seguir a agenda de Deus. Uma vez que a agenda de
Deus inclui a evangelização, você não irá desfrutar o que Deus
tem para você se não evangelizar.
Aqui Jesus está dizendo que assim como o Pai o enviou ao
mundo nos envia também 0 o 20.21; v. tb. Jo 17.18). Jesus foi
onde estavam as pessoas perdidas, e ele está nos chamando
para fazer a mesma coisa. Já falamos da futilidade de permanecer
entre os crentes e tentar fazer evangelização.
Um homem olhou pela janela certo dia e viu o seu vizinho
pescando no quintal em uma tina cheia de água. O homem
perguntou ao vizinho;
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— o que você pensa que está fazendo?
— Estou pescando! — o outro respondeu.
— Mas não há peixes na tina — o primeiro homem disse.
— Eu sei, mas é cômodo.
Certamente é cômodo para nós, cristãos, irmos à igreja. Na
verdade, é necessário. É bom manter-nos em nosso próprio
gmpo. Mas não é aí que estão os peixes.
Deus não ligou um alto-falante no céu para anunciar: “Vocês
precisam nascer de novo!”. Ele se fez homem. Ele assumiu carne
e sangue na pessoa de Jesus e andou entre nós. Jesus se misturou
com pecadores. Ele os tocou, os amou e os atraiu. E é desse
jeito que Jesus nos envia ao mundo.
Em João 20.23, Jesus prometeu conceder-nos autoridade para
a evangelização. Ser capaz de perdoar ou reter os pecados dos
outros é coisa poderosa. Este versículo tem sido freqüentemente
mal-interpretado para dar aos seres humanos demasiado poder
nessa área. Mas a língua grega esclarece o que Jesus estava
dizendo.
Âs traduções que lemos fazem um esforço para esclarecer o
versículo. Jesus emprega dois tempos gregos, o tempo presente
para “perdoar” e “reter”, e o passado perfeito para os verbos
“perdoado” e “retido”. O passado perfeito em grego especifica
ação passada com um resultado contínuo. ,
Jesus está dizendo que temos a autoridade não de perdoar
ou reter os pecados por nós mesmos, mas de declarar o que
acontece no céu quando uma pessoa aceita ou rejeita Cristo.
Eu e você temos o privilégio de dizer a uma pessoa que se ela
aceitar a Cristo, seus pecados serão perdoados. Podemos dizer
isso porque os pecados dela terão sido perdoados por Deus.
Em outras palavras, temos o privilégio e a autoridade de
anunciar o perdão de Deus para os pecados. Você sabe quantas
pessoas adorariam saber que estão perdoadas? Alguém disse
que poderíamos esvaziar as camas dos hospitais psiquiátricos
se as pessoas apenas pudessem saber que foram perdoadas.
Não podemos nos arrepender no lugar de outras pessoas, e
elas só podem encontrar perdão se vierem a Cristo. Mas quando
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uma pessoa o faz, temos a autoriciacie cie Cristo para anunciar-
lhes o perdão.
da evangel jzação
17
Você alguma vez já começou a falar com alguém e, de
repente, descobre que se esqueceu do que ia dizer? Ou talvez
você tenha anotado e comete algum erro no número do prédio,
ou então o mapa que você fez para chegar lá não está completo
e você não consegue encontrar o lugar que procura.
Todos nós já fizemos coisas assim. Uma coisa é atrapalhar-
se para dar um recado ou anotar um endereço, mas outra
totalmente diferente é nos atrapalharmos com o evangelho. Se
vamos contar às pessoas as boas novas (e contar é necessidade
absoluta para ser discípulo de Jesus Cristo), então é preciso
que tenhamos a mensagem correta.
Portanto, vamos falar do conteúdo do evangelho, para não
nos confundirmos quanto à mensagem que Jesus Cristo nos
comissionou a transmitir. Quero fazer isso abrindo a Carta Magna
da fé cristã, o livro de Romanos. Nesta grande declaração de fé
doutrinária, Paulo apresenta o evangelho, as boas novas sobre
Jesus Cristo. Quero lhe dar cinco elementos do evangelho do
livro de Romanos.
Nosso problema
A abrangência do pecado
Romanos 3-23 não permite exceções. Todos nós pecamos.
Lá no versículo 10 deste mesmo capítulo, Paulo diz: “Não há
um justo, nem um sequer”.
Cada hom em e cada m ulher nasceram neste mundo
separados de um Deus santo, porque nascemos em pecado e
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“em iniqüidade” fomos formados (Sl 51.5). A Bíblia esclarece
que somos destruídos pelo pecado. Tentamos escondê-lo, cobri-
lo, pintá-lo e justificá-lo, mas não podemos nos livrar dele.
Denominamos o pecado de modos diferentes. O que cha
mamos de acidentes, Deus chama de abominações. O que
chamamos de erros. Deus chama de cegueira. O que chamamos
de casualidade, Deus chama de escolha. O que chamamos de
defeitos. Deus considera enferm idade espiritual. O que
chamamos de erro. Deus chama de inimizade. O que chamamos
de fascinação. Deus chama de fatalidade. O que nomeamos de
enfermidade, Deus nomeia de iniqüidade. O que consideramos
luxo é lepra para Deus. O que consideramos liberdade, Deus
considera anarquia. O que chamamos de engano. Deus chama
de loucura. E o que chamamos de fraqueza, Deus diz que é
obstinação.
A visão que Deus tem de pecado é totalmente diferente da
nossa. Nós não podemos entender o pecado, nem podemos
explicá-lo àqueles que precisam do evangelho, a não ser que
entendamos claramente que não existem graus de pecado para
Deus. Quando Deus julga, ele o faz valendo-se de um padrão
perfeito, o padrão de sua santidade.
Um padrão perfeito
Muitas vezes digo que aquilo que a santidade significa para
Deus, a limpeza significa para minha esposa, Lois. Ela é fanática
por limpeza, Ela ama o cheiro de desinfetante. Para ela, todo
dia é uma oportunidade para limpar alguma coisa.
Nunca me esquecerei do dia, alguns anos passados, quando
Lois viajou por alguns dias. Eu pensei que iria fazer uma coisa
boa e amorosa limpando a casa para minha esposa enquanto
ela se encontrava ausente. Na verdade, eu planejei supervisionar
a limpeza, não fazê-la eu mesmo. Por isso reuni nossos quatro
filhos e lhes distribuí suas tarefas enquanto eu supervisionava.
Achei que tínhamos feito um bom trabalho, por isso aguardei a
volta de Lois para casa. O local tinha bom aspecto, por isso
esperei um grande abraço e palavras animadoras. Mas, em vez
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disso, Lois entrou e disse; “Eu pensei que vocês iam limpar a
casa para mim”. Então ela me levou a um canto esquecido da
casa e me mostrou um pedaço de fiapo. Estou falando de uma
coisa que teria passado despercebida a uma formiga! Ela disse;
“Quando eu falo em limpeza, eu quero dizer limpeza”.
O que estava limpo para mim não estava limpo para Lois,
porque estávamos operando com dois padrões diferentes. Meu
padrão era acabar com toda a bagunça do meio da casa. O
padrão dela incluía frestas e cantinhos.
Quando Deus lida com o nosso pecado, ele o avalia segundo
a perfeição dele. Embora pareçamos relativamente limpos, se
comparados com os criminosos ou os traficantes de drogas,
ainda não alcançamos o padrão da santidade perfeita de Deus.
Dois homens estavam explorando uma ilha vulcânica quando
o vulcão subitamente entrou em erupção. Em poucos momentos,
os dois se encontraram rodeados por um mar de lava derretida.
À frente havia um caminho para um lugar seguro, mas para
alcançá-lo teriam de pular por cima de um rio de rocha derretida.
O primeiro explorador era vim homem idoso. Ele correu o
máximo que pôde, deu o maior salto de sua vida, mas apenas
conseguiu pular alguns centímetros de extensão. Encontrou
rapidamente a morte na lava superaquecida.
O segundo explorador era um homem bem mais jovem, um
tipo atlético e viril, que uma vez estabelecera o recorde de
salto em extensão em sua universidade. Colocou toda a sua
energia na corrida, saltou com perfeição total, e na realidade
superou o seu antigo recorde universitário. Infelizmente,
aterrisou dez centímetros antes do seu alvo, e também foi
engolido pela lava.
Embora o jovem saltasse melhor do que o idoso, ambos
tiveram o mesmo destino, porque não atingiram o padrão.
O mesmo acontece com o pecado. Não importa quanto você
consiga saltar, sempre continuará aquém do padrão de Deus.
O que significa estar destituído da glória de Deus?
A palavra glória quer dizer “destaque”. Glória significa colocar
uma coisa em exposição de modo a realçá-la, a parecer boa.
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Quando falamos da glória de Deus, queremos dizer colocá-lo
em exposição.
Toda vez que falhamos em apresentar Deus como ele é de
fato, demonstramos que somos pecadores. A glória de Deus é
sua santidade absoluta, seu governo total sobre todo o universo.
Por que Adão ficou destituído da glória de Deus quando
pecou no Jardim do Éden? A questão não foi apenas comer um
pedaço de fruta. O mundo mergulhou no pecado quando Adão
decidiu que ia fazer o que queria com aquele fruto. Ele decidiu
que ia governar a sua própria vida, ser seu próprio deus. Ia
viver autonomamente e deixar Deus de fora de sua vida.
Nosso problema é que somos julgados por um padrão perfeito,
do qual não estamos à altura. Quando vou ao dentista, antes
escovo os dentes com toda a força, exatamente como você faz.
Eu tento enganá-lo, mas não consigo. Ele me manda enxaguar
com um corante vermelho que se apega à placa que há sobre
os meus dentes. Não posso enganar meu dentista porque ele
está utilizando um método muito mais perfeito do que o meu
para determinar a limpeza.
Nascido em pecado
Este problema do pecado é algo com o qual todas as
pessoas nascem, conforme vimos no salmo 51. O pecado
entrou na raça humana através de Adão, e nós todos fomos
contaminados (Rm 5.12). A natureza humana foi corrompida
pelo pecado, tornando-nos pecadores por natureza e também
por escolha.
Não precisamos ensinar uma criança a mentir. Não precisamos
dar às crianças um curso sobre egoísmo. De certo modo
aprendem tudo sozinhas. Isso porque não passamos aos nossos
filhos apenas a nossa aparência física, mas também a natureza
pecadora que herdamos de Adão.
Nascemos em pecado assim como o bicho se desenvolve
dentro da maçã. Ao ver um furinho na maçã, a maioria das
pessoas imagina que um bichinho fez o buraco para entrar na
maçã. Quando cortamos a fruta ao meio, geralmente não en
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contramos o bicho, porque o buraco na maçã foi feito quando
ele saiu de dentro da fruta, não ao entrar. O ovo do bichinho
foi colocado na flor, antes mesmo de a maçã ser formada, ela
cresce ao redor do bichinho.
Portanto, quando você vir uma maçã com um buraco, é
porque o bichinho abriu caminho para sair da maçã. O que
você vê são os efeitos de uma coisa que já estava na maçã
quando foi criada. Da mesma forma, a larva do pecado é
transferida de geração em geração, dos pais aos filhos, de modo
que aquilo que sai já estava ali. O resultado é separação de um
Deus santo. As más novas é que “todos pecaram”. Até que
compreendamos e aceitemos as más novas, não estamos
preparados para as boas novas. Quando Deus olha para um
criminoso e um cidadão cumpridor da lei, ele vê gêmeos
idênticos, porque todos nós somos pecadores aos olhos dele.
Todos falhamos em alcançar o seu padrão, que é a perfeição.
Situação difícil
Satisfazendo a Deus
Você vê por que a Bíblia diz que a salvação não se dá
obras (Ef 2.9)? Não podemos fazer nada para s a tis ^ ^ rg ii
exigências perfeitas de Deus.
Imagine um homem condenado por furto cli^ro^l^uiz para
ser julgado. Ele diz: “Excelência, antes de gostaria
que soubesse que nunca matei ninguérr^^!m ^n6^num erando
uma lista de 25 coisas ruins que riuricá3^àcou.
O juiz diria: “Bem, issc^xçyl^^y mas é irrelevante. Você
cometeu furto, e é por is s o x q ^ ^ ^ p a ra a cadeia”. Você não
pode utilizar-se de seuç^tos oe justiça para cancelar seus atos
de injustiça.
Todo e ^ a l m e r ^ e ^ é uma infração dos padrões divinos.
A Bíblia d ea^ A qM temos um problema, que é o pecado. E
t e m o s ji ^ ^i^^ção embaraçosa, que é o fato de não podermos
faxe/^am^5ara resolver sozinhos o nosso problema. Isso nos
xteK ^-TO ercê da penalidade de Deus.
A penalidade
Separação de Deus
Na Bíblia, a morte significa separação, não interrupção da
existência. Nós viveremos para sempre. A única questão é onde
passaremos a eternidade.
A morte física é a separação da alma do corpo, e a morte
espiritual é a eterna separação da alma e do corpo da presença
de Deus, no inferno. A morte espiritual e física é o que Paulo
está mencionando em Romanos 6.23. Se você quer saber a
seriedade com que Deus avalia o pecado, olhe para a morte.
Por isso Salomão disse que é melhor assistir a um funeral do
que a uma festa (Ec 7.1-4). Parece estranho até que paramos e
compreendemos o que Salomão está dizendo. Ele destaca que
o mundo tenta ignorar e negar a morte dando festas. Se você
vai a uma festa no mundo, o mundo vai mentir para você sobre
o destino do homem e da eternidade. Na festa do mundo, você
não vai captar a realidade.
Mas no funeral, diz Salomão, você capta a realidade, “pois
ali se vê o fim de todos os homens” (7.2). Todos nós vamos
morrer, mas se você é cristão não experimentará a morte
espiritual ou eterna. Paulo disse que “deixar este corpo” é “ha
bitar com o Senhor” (2Co 5.8). Quando um cristão fecha os
olhos na morte, imediatamente os abre na presença de Cristo.
O aguilhão da m orte
A Bíblia diz que a morte tem um aguilhão. Esse aguilhão é o
pecado (IC o 5.8). A pessoa que não experimentou o perdão
dos seus pecados através de Cristo sentirá o aguilhão do pecado
na morte. Ela pagará a penalidade do pecado, que é a eterna
separação de Deus e o sofrimento eterno no inferno.
Este conceito é perturbador e traumatizante para alguns. As
pessoas muitas vezes me dizem: “Eu não creio que um Deus
amoroso vá simplesmente mandar pessoas para o inferno”.
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O problema é que esta declaração do caráter de Deus é
unilateral. Deus é amor, mas ele também é santo e justo. Seus
olhos são puros demais até mesmo para olhar para o pecado
(Hb 1.13). Também é importante lembrar que Deus não pre
parou o inferno para os seres humanos, mas para “o diabo e
seus anjos” (Mt 25.41). ,
Deus nos permite fazer a nossa escolha: se vamos fazer o
pagamento pelos nossos pecados ou se vamos aceitar o
pagamento dele através de Cristo. Se escolhermos rejeitar a Cristo,
o único que pode remover o nosso pecado, temos de sofrer a
conseqüência dessa escolha — eterna separação de Deus.
Quando uma pessoa rejeita o Filho eterno de Deus, que
morreu na cruz pelos pecados do homem eterno, tem de pagar
a penalidade eterna, a separação eterna de Deus. Portanto, há
uma penalidade.
As conseqüências do nosso pecado não vêm apenas pelo
que fizemos, mas também por causa daquele contra quem foi
feito. Uma vez que Deus é um ser eterno, temos de pagar um
preço eterno.
No domingo ã noite sempre digo às pessoas: “Se você está
aqui hoje como um não-cristão e tem medo da morte, você tem
toda razão de estar com medo. Se eu puder amendrontá-lo
mais, aproveitarei a oportunidade, porque você não vai querer
morrer sem Jesus Cristo”.
Mas se você conhece a Cristo, não tem nada que temer da
morte. Jesus Cristo já tirou o aguilhão da morte para você,
assumindo o seu pecado (ICo 15.55-57).
Isso me faz lembrar dos dois irmãos que estavam brincando
no quintal. Uma abelha veio e picou um deles. Ele começou a
chorar segurando o braço que fora picado. Sentia muita dor. A
abelha então começou a fazer círculos sobre o outro irmão,
que entrou em pânico. Ele tentava espantar a abelha e gritava
para o irmão:
— Socorro, ela vai me picar!
O outro menino respondeu:
— Pare de gritar. Ela não vai picar você!
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— Como você sabe? — seu irmão perguntou.
— Porque ela já me picou, e uma abelha tem apenas um
ferrão. Tudo o que ela pode fazer agora é um bocado de barulho.
Jesus Cristo assumiu o “ferrão” da morte de modo que tudo
quanto ela pode fazer agora é um bocado de barulho. Ela não
pode feri-lo se você conhece Jesus Cristo. Mas aqueles que não
o aceitam têm de pagar o preço dos seus pecados. Eu sei que
estou recordando coisas que podem parecer realmente básicas
para você. Mas lembre-se de nosso propósito. Estamos falando
de necessidades, de coisas que você precisa saber e praticar
para ser um discípulo de Jesus Cristo. Nós estamos examinando
o conteúdo do evangelho não apenas para você recordar, mas
para você poder explicá-lo claramente a outros quando estiver
evangelizando.
A provisão
O perdão
A ceitand o o perdão
Jesus Cristo providenciou o sacrifício, mas temos de aceitar
o perdão de Deus. Paulo diz que devemos crer “com o coração”.
Isso significa que sua mãe não pode crer em seu lugar. Seu pai
não pode vir a Cristo em seu lugar. Seu pastor não pode conferir-
lhe a salvação. Você tem de decidir-se por Cristo pessoalmente.
Crer em Jesus é muito diferente de crer nos fatos a respeito
de Jesus. Crer em Jesus exige que personalizemos nossa
confiança nele. Jesus é Senhor, mas temos de confessá-lo nós
mesmos para sermos salvos. Ele ressuscitou dos mortos, mas
temos de crer nisso por nós mesmos e aceitar o testemunho de
Deus de que a morte de Jesus foi suficiente para o nosso pecado.
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A p rova do perdão
Isso é O que a ressurreição representa. A ressurreição prova
que Deus aceitou o pagamento de Jesus. Ele foi ressuscitado
“para a nossa justificação” (Rm 4.25). Se Jesus Cristo ainda
estivesse morto hoje, não poderia ser o nosso Salvador.
A ressurreição distingue Jesus Cristo de todos os outros que
reivindicam mostrar às pessoas o caminho a Deus. Buda, onde
você está? Maomé, fale se estiver vivo. Confúcio, dê-nos outro
provérbio se tem alguma coisa a dizer.
A Bíblia diz que Jesus saiu da sepultura e se apresentou aos
apóstolos, a quinhentas pessoas em outra ocasião, e finalmente
a Paulo (IC o 15.5-8). A ressurreição é o recibo divino que
prova que o pagamento de Cristo pelos nossos pecados foi
feito e totalmente aceito.
Você tem de crer que Deus ressuscitou Jesus dos mortos,
porque um Salvador morto não pode salvá-lo. Não ponha sua
esperança em pessoas mortas. Se fossem tão boas, não estariam
mortas. Você tem de colocar a sua esperança em um Salvador
vivo, Jesus Cristo. Apenas ele pode lhe oferecer um perdão
que faz diferença para Deus. O Senhor garante perdão a todo
aquele que vai a ele através de Cristo, que é o único Mediador
entre Deus e o homem (ITm 2.5).
Algumas observações
Evangelização im ediata
Uma das coisas mais interessantes para mim sobre a situação
em Jerusalém é que as pessoas estavam sendo salvas tão depressa
que devia haver cristãos relativamente novos levando outras
pessoas a Cristo. A igreja era muito jovem para ter algum “antigo”
que já estivesse na fé há anos. Isso me assegura que você não
precisa ser cristão há dez anos para começar a se reproduzir.
Sim, há muita coisa para os crentes novos aprenderem. O
crescimento precisa acontecer, mas a agenda de Deus para a
igreja inclui a evangelização, e uma pessoa pode começar a
falar de Cristo aos outros no dia em que é salva.
N ão há necessidade de program as
Também é digno de nota que a igreja de Jerusalém não
tinha muito tempo para desenvolver programas de treinamento
e estratégias de evangelização elaborados. Não há nada de errado
com programas e estratégias. A igreja de hoje ganha da igreja
primitiva quando se trata disso. Mas aqueles discípulos primitivos
tinham uma coisa da qual hoje sentimos falta muitas vezes. Eles
estavam cheios do Espírito Santo. Você pode diminuir os pro
gramas quando estiver cheio do Espírito. Você pode passar
sem uma porção de estratégias quando o Espírito Santo está
ungindo e dando poder ao seu testemunho.
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Sem crentes rejeitados
Aqui está outra observação que é importante frisar. Observe
a frase “à igreja” no versículo 47. Conforme as pessoas eram
salvas em Jerusalém, elas eram acrescentadas à igreja. Na
verdade, esta frase ou alguma coisa muito semelhante ocorre
diversas vezes por todo o livro de Atos.
Em outras palavras, não havia uma coisa tal como um crente
“sem igreja” no Novo Testamento. Este fato é determinante para
o princípio central deste livro, princípio esse que vou tentar
demonstrar: o discipulado deve ser exercido no contexto da
igreja local.
Quando os cristãos dizem que não precisam de igreja, não
sabem do que estão falando. Eles precisam da igreja assim como
um dedo precisa de um corpo. Se um dedo for destacado da
mão, vai parar de funcionar.
O motivo por que tantos crentes não não exercem suas funções
adequadamente é que estão separados do corpo maior de Cristo.
Eles não têm nervos nem vasos sangüíneos, nem linha de
suprimento trazendo os nutrientes espirituais de que precisam,
nem estão eliminando as toxinas que produzem.
No corpo humano, há um nome para as células rejeitados
que saem e vivem sozinhas em vez de funcionar em harmonia
com todas as outras células no corpo. Nós as chamamos de
células cancerosas.
O terrível sobre o câncer é que uma célula renegada não se
contenta em rebelar-se sozinha. Começa a se reproduzir e a
reunir outras células ao redor de si. Conforme as células crescem,
elas formam um caroço que normalmente se configura como o
primeiro sinal da doença.
Se a situação consegue persistir por bastante tempo, essas
células rejeitadas enviam células a outras partes do corpo, onde
também se reproduzem, espalhando assim o câncer. Este então
cria uma metástase, tornando muito mais difícil — em alguns
casos, impossível — o tratamento.
Isto é o que freqüentemente acontece no corpo de Jesus
Cristo, e é o tipo errado de multiplicação espiritual. Mas o perigo
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: / ••
U m a devoção sadia
Uma vez que já passam os por estes versículos para
identificação dos componentes essenciais do discipulado, não
precisamos repeti-los aqui. O que eu desejo focalizar é a primeira
metade do versículo 42, em que o escritor menciona que os
discípulos “perseveravam ”ignío do autor) nos princípios básicos
das Escrituras, da comunhão e da adoração.
Dedicar-se a alguma coisa significa entregar-se inteiramente
a ela. O segredo do dinamismo da igreja de Jerusalém era sua
total devoção às coisas que criavam uma forte “expansão in
terna”. Os discípulos tinham forte constituição espiritual porque
eram fortalecidos pela Palavra, pela comunhão bíblica ou
coinonia, e pela adoração. Isso formava o contexto de sua
obra evangelística.
Em outras palavras, eles não passavam simplesmente pelos
movimentos exteriores de “brincar de igreja”. Eles estavam
profundamente comprometidos com a obra de Cristo. Quero
rever bem rápido cada um desses princípios para descobrir o
que significa estar “perseverando” nas Escrituras, na comunhão
e na adoração.
Um desafio evangelístico
Nos Estados Unidos, Deus deu à igreja tanta coisa que
seria pecado guardar para nós mesmos o que temos, cingir
nossos mantos ao nosso redor e dizer que tudo isso é apenas
nosso.
Deveríamos estar tendo sonhos sobre o que Deus pode fazer
por nosso intermédio para ganhar este mundo para Cristo. Eu
sou um sonhador. Sonho com coisas inexistentes como se
existissem. Provavelmente não realizarei todos os meus sonhos
por causa das limitações do tempo, mas creio que seria errado
parar de sonhar e de pedir a Deus para fazer grandes coisas
pelo seu reino através de nós.
Eu não estou falando apenas do crescimento numérico da
igreja. Estou falando do Espírito de Deus mudando nossas vidas
através de uma expansão dinâmica da igreja.
Minha oração por nossa igreja em Dallas e pela igreja nos
Estados Unidos é que não nos voltamos para dentro de nós
mesmos, nos auto-satisfazendo. Não podemos nos dar o luxo
de ser complacentes quando ainda há milhares de pessoas só
nos EU A que estão caminhando para o inferno. Não temos muita
coisa de que nos vangloriar quando há pessoas em nossos bairros
a quem ainda não apresentamos Jesus.
O maior elogio que alguém pode me fazer como pastor não
é dizer “Que sermão bom!”, ainda que eu goste do incentivo. O
maior elogio que eu poderia receber seria alguém dizer: “O
que você está fazendo em Oak Cliff está modificando vidas
para Jesus Cristo”. Isso é um verdadeiro elogio. Isso significa
que a mensagem está se tornando pública. Saiu da segurança
do santuário. As pessoas a estão levando além da segurança
dos bancos, para fora, para o mundo.
U nid ad e e evangelização
Além de enviar os seus discípulos ao mundo dos incrédulos
Jesus orou em João 17 “para que todos sejam um, como tu, ó
Pai, o és em mim, e eu em ti. Que eles também sejam um em
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste” (v, 21).
Em outras palavras, seria a unidade dos discípulos de Jesus,
e portanto a unidade da igreja, que forneceria um contexto
maior para o sucesso da evangelização. Este é um motivo para
a forte ênfase na unidade, na igreja primitiva.
No Dia de Pentecostes, os crentes “estavam todos reunidos
no mesmo lugar” (At 2.1). Sabemos que eles tinham todas as
suas propriedades em comum. A unidade da igreja era tão
importante que quando uma questão doutrinária ameaçou dividir
os discípulos, eles fizeram um concílio eclesiástico (At 15).
Isto mostra por que Satanás perde tanto tempo semeando
discórdia entre os crentes. Ele sabe que Deus não vai operar
em um contexto de desunião.
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Nosso fracasso em distinguir entre membresia e comunhão
aumentou o problema da desunião. A membresia em uma certa
denom inação ou grupo normalmente se fundamenta em
diferenças doutrinárias, mas a comunhão se fundamenta em
nossa fé comum em Cristo e sua obra concluída na cruz. Nós
podemos ter comunhão com os crentes a cujo grupo particular
não nos filiaríamos nunca.
Quando os crentes estão unidos, a evangelização é um resul
tado natural. Isto, eu creio, explica o sucesso de algumas organi
zações que vão bastante além das linhas denominacionais.
O Espírito de Deus foi liberado para operar porque pessoas
com diferentes pontos de vista sobre algumas questões se
reuniram na comunhão do evangelho. A igreja em Atos praticava
evangelização sem precedentes porque possuíam unidade fora
do comum. E era através dela que o Espírito tinha liberdade
de fluir.
A utorid ad e e evangelização
Observe também que depois de dizer a seus discípulos que
os estava enviando ao mundo, Jesus acrescenta: “Recebei o
Espírito Santo” (Jo 20.22). Mesmo antes do Pentecostes, Jesus
deixou claro que suas ordens e instruções evangelísticas ficam
sem poder se não tiverem a presença do Espírito. Por outro
lado, a presença do Espírito proveria autoridade na evange
lização (v. 23).
No capítulo 16 falamos do que significa perdoar e reter
pecados, por isso vou apenas mencionar este versículo aqui.
Quando a igreja obedecer ã ordem de Jesus — o que implica
ir aonde os pecadores estão como um corpo unido que opera
no poder do Espírito - experimentaremos autoridade espiritual.
Mas esse envolvimento não é apenas pessoal, faz parte da missão
da igreja local. A igreja deveria fornecer o fervor pela evange
lização através de um ambiente dinâmico de culto, comunhão
e Palavra.
Diante disso, o mundo dos não-remidos se tornaria um
lugar onde o fogo espiritual se desencadearia, de modo que
O evangelho em operação
A melhor coisa sobre o poder do evangelho é que ele não
pára quando uma pessoa aceita a Cristo. Ele não apenas salva
um pecador do juízo e o faz entrar no céu. O evangelho tem
o poder de nos transformar naquilo que Deus deseja que
sejamos hoje.
Paulo faz outra grande declaração sobre a salvação e sobre
o evangelho em Romanos 6:
Um depósito in crível
De volta a Romanos 4.22, Paulo disse que a fé de Abraão
“lhe foi imputada para justiça”. Essa palavra im putada é muito
interessante. Significa creditar alguma coisa na conta de alguém.
É como alguém que vai ao banco e faz um depósito em sua
conta corrente. Esse dinheiro agora pertence a você porque
está em sua conta pessoal.
Quando você é salvo. Deus além de retirar seus pecados de
sua “conta” eterna, também substitui esses pecados pela justiça
dele. Que recompensa! Além de você se livrar do pecado,
ganhou justiça, o que significa tanto uma posição privilegiada
diante de Deus como o poder de viver uma vida justa.
Portanto, a questão é: por que tantos de nós, cristãos, não
estamos vivendo de acordo com a vida espiritualmente rica
que temos? Por que o poder do evangelho não está operando
em nós, nem fluindo através de nós para os outros? Pelo mesmo
motivo porque um homem rico pode ter dinheiro no banco e
ainda assim viver no gueto: Ter alguma coisa creditada em sua
conta corrente não serve para nada até que você saque.
O problema com alguns cristãos é que nunca aprenderam
como preencher papeletas de retiradas espirituais. Nunca
aprenderam como sacar as riquezas que foram depositadas em
sua conta celestial e aplicá-las a suas vidas no dia-a-dia. O
evangelho que nos salvou é o mesmo que nos dá poder de
viver para Cristo.
Pense no que isso significa em termos de evangelização. Seu
testemunho não será eficaz se as pessoas o virem vestido
diariamente esfarrapado, com as roupas fedidas da vida antiga.
Elas não precisam disso. Elas já têm um guarda-roupa igual!
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Mas quando você vai a público todas as manhãs vestido da
justiça de Cristo, você tem alguma coisa a oferecer. Você lhes
parecerá atraente.
O evangelho é o sistema de entregas da justiça de Deus.
Nosso fracasso em compreender o que Jesus Cristo realizou na
cruz nos mantém prisioneiros. Por isso Paulo diz; “Não
continuem escravizados. Cristo os libertou da penalidade do
pecado, e ele está esperando para libertá-los do poder
escravizador do pecado”.
Paulo também está dizendo; “Não provoquem um curto-
circuito em todo esse processo envergonhando-se do evangelho”.
Ela a sua fonte de poder. Há um imenso benefício esperando
por você quando você toma posse dele.
O evangelho transforma
nossos relacionamentos
Entendendo o evangelho
Pedro basicamente introduziu o separatismo na igreja da
Galácia. Ele até conseguiu que Barnabé se juntasse a ele (v. 13).
Não vou rever todo o acontecimento, mas vou examinar a base
do argumento de Paulo. Ele se opôs a Pedro “na cara” (v. 11)
porque Paulo percebeu que o velho Pedro não estava andando
“corretamente conforme a verdade do evangelho” (v. 14).
Espere um pouco. Não estamos falando da morte e ressurreição
de Jesus Cristo aqui — ou estamos? Estamos falando de pessoas
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que se dão bem umas com as outras. Mas isso faz parte do
evangelho, Paulo está dizendo.
Em outras palavras, por causa do evangelho tenho de olhar
para as outras pessoas, e elas devem olhar para mim, dentro de
nosso novo relacionamento com Cristo. Isto significa deixar de
tratar as pessoas com base em sua história, herança, cor, raça
ou cultura. Nenhuma dessas coisas que nos separam têm lugar
no evangelho.
Isto é crucial para entender por que sempre que dividimos a
família de Deus utilizando critérios seculares em vez de critérios
bíblicos, impedimos a obra do evangelho em nossas próprias
vidas. Este é um problema potencial das igrejas homogêneas;
se não tomarmos cuidado, elas poderão trabalhar contra os
princípios para os quais a igreja foi planejada. Expondo de ou
tra forma, Deus não vai libertá-lo se você continuar mantendo
um irmão ou uma irmã na escravidão de sua história ou raça
ou qualquer outro critério insignificante em Cristo.
Por isso a Bíblia diz que, se você tiver alguma coisa contra o
seu irmão ou sua irmã, esclareça-a antes de oferecer sua
adoração a Deus (Mt 5.23,24). Deus não aceitará sua adoração
vertical se você se recusar a ter comunhão horizontal.
O evangelho está ligado aos relacionamentos humanos, à
maneira pela qual todos nós no corpo de Cristo — negros,
brancos, asiáticos, hispânicos — nos tratamos uns aos outros.
Quando andamos “corretam ente conform e a verdade do
evangelho”, quando dizemos às pessoas o que o evangelho
pode fazer para transformar radicalmente seu relacionamento
com Deus e com as outras pessoas, a recompensa é tremenda.
Eu já disse muitas vezes, e continua sendo verdade; A resposta
para o racismo é o evangelho. A resposta para a hostilidade
étnica e o horror da “purificação” étnica são as boas novas de
que Jesus Cristo veio reconciliar as pessoas com Deus e umas
com as outras. Prejudicamos a credibilidade do evangelho quando
atribuímos alguma característica social ou cultural ao modo como
apresentamos ou vivemos a mensagem do evangelho. Ao
negligenciar a apresentação da mensagem a pessoas diferentes
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de nós ou ao nos recusarmos a comungar com crentes cuja
experiência difere da nossa, anulamos o evangelho. Jesus Cristo
morreu por todas os povos, todas as classes, todas as culturas,
todos os tipos de pessoas.
O evangelho transforma
nossas circunstâncias
A libertação do jubileu
No tempo de Jesus, Israel estava sob o jugo de Roma. O povo
judeu a quem Jesus falava também desejava e esperava libertação.
Aguardavam alguém que os libertasse, um “guerreiro da liberdade”.
Os judeus queriam alguém que os libertasse da pobreza e do
sofrimento de que eram vítimas por causa da opressão de Roma.
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Queriam um campeão que derrubasse os opressores e libertasse
os cativos (Lc 4.18è).
Sabendo disto, Jesus Cristo abriu as Escrituras e disse: “Eu
vim para pregar o evangelho. Eu vim para anunciar as boas
novas da libertação ao povo que está escravizado”.
A última linha da mensagem de Jesus é a chave do que ele
dizia. Ele viera “anunciar o ano aceitável do Senhor”. O “ano
aceitável do Senhor” nas Escrituras era o Ano do Jubileu,
registrado em detalhes em Levítico 25.8-55.
Deixe-me resumir as provisões do jubileu. O jubileu ocorria
a cada cinqüenta anos. O qüinquagéssimo ano era especial
porque nele o povo era libertado.
Por exemplo, no Ano do Jubileu, os escravos judeus recebiam
a libertação. Dívidas eram perdoadas. A terra que fora vendida
para pagamento de credores retornava ã família que origina
riamente a possuíra. Até mesmo o solo de Israel recebia descanso
no Ano do Jubileu.
O jubileu era um período quando as circunstâncias difíceis
eram resolvidas. Era o ano em que Deus restaurava a desordem
que os pecadores haviam feito.
O jubileu era o que Israel precisava nos dias de Jesus, porque
o mundo deles estava de pernas para o ar. As pessoas e a terra
estavam sendo escravizadas por Roma. Estavam enterradas em
dívidas, espiritual e materialmente.
Jesus veio e disse: “Eu vim para anunciar o jubileu, mas o
jubileu não veio para destruir Roma. A libertação de que estou
falando é a libertação do pecado que advém do perdão dos
seus pecados por meio do evangelho”. Este é o fundamento da
transformação de nossas circunstâncias.
O evangelho traz
a aprovação de Cristo