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REDES NEURAIS APLICADAS PARA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DE

QUEDA EM IDOSOS DISPONDO DE DADOS COLETADOS EM


UNIDADE DE MEDIÇÃO INERCIAL DURANTE APLICAÇÃO DA
ESCALA DE EQUILÍBRIO BERG
Dayana Laís Oliveira dos Santos(bolsista do PIBIC CNPq/UFPI), Hermes Manoel Galvão Castelo
Branco (Orientador, Departamento de Engenharia Elétrica, UFPI)

Palavras-chave: inteligência computacional; risco de queda; redes neurais.

1. INTRODUÇÃO 96,42% de acertos em média ao utilizar as componentes principais. No


O envelhecimento da população já é um fato não só em países entanto, a rede ainda apresenta dificuldades em identificar os idosos sem
desenvolvidos, mas no mundo como um todo, levando a uma série de risco de queda. A tabela 3 mostra os resultados encontrados com a rede MLP:
debates a respeito de como melhorar não só a expectativa de vida, mas
Tabela 2: Resultados obtidos com a rede MLP
também o bem-estar e a qualidade de vida da população idosa. É
Acurácia Database Database
notável que as quedas são um problema recorrente, ocorrendo com
original Reduzido
pelo menos um em cada três idosos com mais de 65 anos [Nukala, BT
et al], sendo essa a principal causa de lesões, disfunções Média 79,37% 81,25%
musculoesqueléticas, e imobilidade em idosos. Diversos fatores podem Mínima 50% 62,5%
estar associados ao risco de queda, no entanto, problemas de marcha Máxima 100% 100%
e equilíbrio são os mais comuns. Dessa forma, este trabalho tem o
intuito de utilizar algoritmos inteligência artificial de modo a classificar o 4. CONCLUSÃO
risco de queda em idosos, dispondo de dados obtidos de uma unidade Ao analisar a relação dos acertos com os indivíduos percebeu-se que os
de medição incercial (acelerômetro e giroscópio) durante a aplicação da algoritmos não supervisionados têm grande capacidade de identificar bem os
Escala de Equilíbrio Berg (EEB). extremos, isto é, os indivíduos que com certeza possuem risco de queda e os
2. METODOLOGIA indivíduos que, definitivamente, não possuem risco de queda. Apesar de
resultados de especificidade pouco satisfatórios, o estudo mostrou grande
A realização deste trabalho contou com dados de 32 idosos voluntários,
potencial das redes não supervisionadas em identificar os idosos com risco de
que foram avaliados por testes de equilíbrio como a escala Berg e o
queda. Para a problemática abordada, é evidente que o principal objetivo é
TUG test (Timed Up and Go test). Na fase de avaliação, 7 dos idosos
diagnosticar corretamente os idosos que possuem risco de queda, ainda que
foram avaliados como com risco de queda, enquanto 25 foram
no processo alguns idosos sem problemas de equilíbrio sejam diagnosticados
considerados sem risco de queda, pela escala de equilíbrio Berg.
erroneamente, apesar de não ser o ideal. Assim, o estudo aponta para uma
Durante 4 dos exercícios da escala Berg, os voluntários vestiam uma
boa eficiência das Redes SONN para classificação do risco de queda, com
cinta contento acelerômetro e giroscópio de modo a colher os sinais
destaque para os mapas de Kohonen, devendo ser realizadas mais coletas de
dos sensores. Os sinais coletados foram tratados utilizando o software
dados, de modo a otimizar o aprendizado da rede.
Matlab, no qual 10 características foram extraídas para cada exercício.
Por fim, obteve-se um conjunto de dados com 32 linhas e 240 colunas
(cada característica de cada exercício de cada eixo de cada sensor
5. REFERÊNCIAS
triaxial). De modo a reduzir a dimensão da matriz de dados, aplicou-se [1]Barros, I.F.O.de, Pereira, M.B., Weiller, T.H., & Anversa, E.T.R. (2015,
análise da componentes principais (PCA), reduzindo o número de outubro-dezembro). Internações hospitalares por quedas em idosos brasileiros
colunas de 240 para 10. Os 2 databases obtidos (original e reduzido) e os custos correspondentes no âmbito do Sistema Único de Saúde. Revista
foram utilizados em 2 arquiteturas de rede não supervisionada: K- Kairós Gerontologia, 18(4), pp. 63-80
médias e mapas de Kohonen (ou mapas auto-organizáveis) e em uma
arquitetura supervisionada: Rede Perceptron multicamada. [2]Binder S. Injuries among older adults: the challenge of optimizing safety and
minimizing unintended consequences. Inj Prev 2002;8(suppl 4):iv2–4.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO https://doi. org/10.1136/ip.8.suppl_4.iv2
Para análise dos resultados, comparou-se o desempenho das 3
arquiteturas entre si, bem como o uso ou não da análise das [3]MARQUES, Heloisa et al. Escala de equilíbrio de berg: instrumentalização
componentes principais. Análises de sensibilidade e especificidade para avaliar qualidade de vida de idosos. SALUSVITA, Bauru, v. 35, n. 1, p.
também foram feitas. Para os algoritmos não supervisionados, 53-65, 2016.
observaram-se bons resultados de sensibilidade, e resultados ruins de
especificidade, isto é, a maioria dos indivíduos com risco de queda [4]Nukala, BT et al. A Real-Time Robust Fall Detection System Using a
eram classificados corretamente, enquanto alguns indivíduos que não Wireless Gait Analysis Sensor and an Artificial Neural Network. In: Health
possuíam risco de queda, eram classificados erroneamente. A tabela 1 Innovations and Point-of-Care Technologies Conference, p. 219-222, 2014.
mostra as acurácias obtidas: [5]Santos, A.M. et al. Usando Redes Neurais Artificiais e Regressão Logística
Tabela 1: Resultados obtidos para os algoritmos não supervisionados na Predição da Hepatite A. Rev Bras Epidemiol 2005; 8(2): 117-26
Database original Database Reduzido
Média Mínima Máxima Média Mínima Máxima [6 ]SILVA, Ivan Nunes da; AMARAL, Wagner Caradori do; ARRUDA, Lúcia V.
R. de. Uma abordagem usando redes neurais artificiais para resolução de
K-médias Sensibilidade 71,42% 57,14% 85,71% 86,67% 42,85% 100%
problemas de otimização restrita. Pesqui. Oper., Rio de Janeiro , v. 24, n. 2, p.
Especificidade 41,6% 48,0% 36,0% 44,8% 40% 52%
285-302, Aug. 2004
Mapas de Sensibilidade 88,57% 71,42% 100% 96,42% 71,42% 100%
Kohonen Especificidade 38,4% 36,0% 40,0% 37,2% 36,0% 44,0%
6. APOIO
Um agradecimento à Universidade Federal do Piauí e ao CNPq, pela
Semelhantemente ao algoritmo K-médias, os mapas de Kohonen infraestrutura e auxílio financeiro que possibilitaram a realização deste
parecem classificar muito bem os idosos com risco de queda, chegando a trabalho.

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