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HIGIENE DO TRABALHO
1.0 – CONCEITUAÇÃO
A Higiene do Trabalho, estruturada como uma ciência prevencionista, vem sendo aperfeiçoada dia a dia e
tem como objetivo fundamental atuar no ambiente de trabalho, a fim de detectar o tipo de agente prejudicial,
quantificar sua intensidade ou concentração e tomar as medidas de controle necessárias para resguardar a
saúde e o conforto dos trabalhadores durante toda sua vida de trabalho.
A Higiene Industrial é uma ciência e uma arte que tem por objetivo o reconhecimento, avaliação e o
controle daqueles fatores, agentes ou riscos ambientais ou tensões, originadas nos locais de trabalho, que
podem provocar doenças, prejuízos à saúde ou bem-estar, desconforto significativo e ineficiência nos
trabalhadores ou entre as pessoas da comunidade.
Da definição de Higiene e seus objetivos, fica claramente estabelecido que seus princípios e
metodologia de atuação são aplicáveis a qualquer forma de atividade humana, em que possam estar presentes
diversos fatores causadores de doenças profissionais. Por esse motivo vamos dar uma denominação mais
ampla a esta ciência, falando de Higiene do Trabalho, sendo esta denominação a utilizada no Brasil.
2.0 – OBJETIVOS
Como ciência indivisível da Segurança e Medicina do Trabalho os objetivos que mais se destacam são:
- A promoção e manutenção, no mais alto grau do bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores,
em todas as ocupações;
- A prevenção entre os trabalhadores de doenças ocupacionais por condições de trabalho;
- A proteção dos trabalhadores em suas atividades laborais, dos riscos adversos à saúde;
- A colocação e conservação dos trabalhadores nos ambientes ocupacionais, adaptados às suas aptidões
físicas e psicológicas.
Em resumo: “A adaptação do trabalho ao homem e de cada homem ao seu próprio trabalho”.
O trabalhador, no desempenho de suas atividades laborais, passa assim a desenvolver uma contínua
batalha no sentido de manter um saldo positivo contra os agentes ambientais que tendem a alterar o equilíbrio
de sua saúde. O sucesso irá se manifestar através de seus mecanismos de defesa contra os estímulos
ambientais que produzem doenças.
Riscos, Agentes ou Fatores Ambientais ou Ocupacionais são entendidos com o mesmo enfoque pelas
normas e legislação e pode ser descrita como sendo a “combinação da freqüência, ou da probabilidade, e da
conseqüência de uma situação de perigo específica”.
O reconhecimento, avaliação e controle de um risco envolvem algumas variáveis tais como tempo de
exposição, concentração ou intensidade, características físico-químicas – estudos qualitativo e quantitativo,
susceptibilidade individual (vias de entrada: inalação, absorção cutânea e ingestão quando os agentes forem
principalmente aerodispersóides).
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3.1 – Reconhecimento:
3.2 – Avaliação
3.3 – Controle
Os riscos estão presentes nos ambientes de trabalho e em todas as demais atividades do nosso dia-a-
dia, comprometendo a segurança e a saúde das pessoas e a produtividade da empresa como um todo.
Antes de definirmos os tipos de riscos em um ambiente de trabalho, vamos definir e explicar as
diferenças entre risco e perigo.
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Risco: Uma ou mais condições de uma variável, com o potencial necessário para causar danos. Esses danos
podem ser entendidos como lesões à pessoa, danos a equipamentos ou estruturas, perda de material em
processo, ou redução da capacidade de desempenho de uma função pré-estabelecida. Havendo um risco,
persistem as possibilidades de efeitos adversos.
Perigo: Expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece a sua materialização em danos.
4.1 – Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos de acordo com a sua
natureza e a padronização das cores correspondentes:
RISCOS FISICOS – (Grupo 1 – Cor Verde): ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes,
frio, calor, pressões anormais, umidade.
RISCOS QUÍMICOS – (Grupo 2 – Cor Vermelho): poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores,
substâncias compostas ou produtos químicos em geral.
RISCOS BIOLÓGICOS – (Grupo 3 – Cor Marrom): vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas,
bacilos.
Dentro da classificação acima, vários riscos apresentados terão uma abordagem específica dada a
importância para a concorrência de medidas de controle. Esta abordagem insere uma revisão completa de
conceitos técnicos e científicos e para alguns riscos existem até normas e legislação regulamentadora
específica.
É necessário salientar que a simples presença de determinado produto ou agente no local de trabalho
não significa que, obrigatoriamente, existe perigo para a saúde do trabalhador. Este perigo dependerá de uma
combinação de fatores e condições, tais como a natureza do produto, a sua concentração, a intensidade e o
tempo de exposição a estes produtos. (Tais limites são dados pelas NRs).
Calor – energia cinética das moléculas ou energia da agitação molecular ou energia térmica.
Ocorrências – Na maioria dos ramos de atividade industrial, desde a construção civil, atividades extrativas,
indústria mecânica, de vidros, materiais refratários e cerâmicos, até a metalurgia onde a siderurgia se destaca.
Principais fontes de calor – carga solar para atividades a céu aberto, caldeiras, fornos de tratamento térmico,
de aciaria (de aços), altos fornos, fornos cerâmicos, refratários e estufas para diversas finalidades.
A maneira pela qual um corpo ou sistema troca calor com outro ou sistema, é estudado em física e engenharia
como “transferência de calor”. A troca de calor entre quaisquer corpos que tenham entre si diferença de
temperatura pode ocorrer de uma das seguintes maneiras:
- Condução:
- Radiação: fenômeno da propagação das ondas eletromagnéticas, caloríficas, luminosas, etc.
- Convecção: transmissão de calor acompanhado por um transporte de massa efetuado pelas correntes
que se formam no seio do fluido.
- Irradiação: que tem o efeito de irradiar-se;
- Ou pela combinação de mais de um desses processos.
Umidade do ar – influi na troca térmica que é realizada entre o organismo e o meio ambiente, pelo
mecanismo da evaporação. Pode ser:
- Umidade absoluta: quantidade de vapor d’água contida no ar, expressa em gramas de vapor d’água por
centímetros cúbicos de ar.
- Umidade relativa: quantidade de vapor d’água contida no ar em relação à atmosfera saturada de vapor
à mesma pressão e temperatura.
- Ponto de orvalho: temperatura na qual o vapor d’água do ar chega ao ponto de saturação
Velocidade do ar – A movimentação das massas de ar influenciam nas trocas térmicas entre o organismo e o
ambiente, principalmente no mecanismo da convecção-condução. Exemplo: quando as camadas de ar
próximas à superfície do corpo são movimentadas, acelera-se o fluxo de calor da pele para o ar aumentando-
se a transferência de energias térmicas.
Temperatura do ar – Tem importância significativa nas avaliações ambientais ocupacionais, que devem ser
realizadas no verão. O estudo do fluxo de calor do indivíduo para o meio ocorre da seguinte maneira: quando
a superfície da pele está com temperatura superior à do ambiente, cederá calor a este; quando está com
temperatura inferior, acontece o inverso, o organismo ganha calor, somando com o calor gerado pelo
metabolismo.
Controle no ambiente: Sendo o calor radiante uma emissão ondulatória de corpos que estão em temperatura
acima do 0º absoluto, são, portanto radiações eletromagnéticas na faixa do infravermelho. Para interromper a
trajetória dessas ondas, empregamos barreiras, principalmente refletoras.
Barreiras Refletoras: Quando se tratar de calor radiante intenso, utilizamos barreiras refletoras de
metal polido para refletir os raios incidentes, que poderão ser de alumínio polido ou aço inoxidável voltado
para a fonte térmica e no lado oposto pode-se revestir a chapa de metal com material isolante térmico, tais
como: lã de rocha, lã de vidro, placas de material refratário ou tijolos refratários.
Uso de Correntes: Em fornos de aciaria, liga metálica, etc., podem-se utilizar cortinas de correntes
fixas ou rotativas, reduzindo a passagem da onda de calor radiante.
Controle no Homem: Realizar exames de aptidão para trabalhos em ambientes com fontes térmicas. De
acordo com a NR-7, portaria 3214/78 do MTb. Realizar os exames médicos admissionais, periódicos,
demissionais e mudanças de função e retorno ao trabalho.
Aclimatação: Os iniciantes devem passar por treinamento prévio e adaptação gradativa, no início 50%
depois 80% da jornada de trabalho levando em média duas semanas para completa adaptação.
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Ingestão de Água e Sal: Os líquidos perdidos pela sudorese deverão ser repostos, bem como o cloreto
de sódio evitando a desidratação e câimbras. O cloreto de sódio em água na proporção de 0,1%, ou seja, 1 g/l,
de acordo com “Astrand e Rodahl”, deve ser ingerido 150 ml/min, à temperatura de 15ºC. Pode-se usar tablete
de sal dissolvido na água na proporção de 1 tablete por litro de água pura.
Educação Sanitária: é necessário que a empresa forneça ao empregado informações das condições de
limpeza, com instalações higienizadas para banhos, após os turnos. Orienta-los quanto ao uso de fumo e
álcool, que debilitam o organismo e os dispõem para doenças e acidentes.
Equipamento de Proteção Individual - EPI: Especificar os mais adequados para cada caso, tais como
óculos com tonalidade apropriada e protetores faciais contra a radiação infravermelha, luvas, aventais, mangas
ou braceiras, calçados do tipo chanca para pisos aquecidos.
Para exposição em fornos de fundição ou tratamento térmico, e outros locais extremamente quentes,
usar capuz, protetor e roupas aluminizadas, empregando também neste caso a ventilação com circulação de ar
fresco.
Contaminante químico é toda substância orgânica ou inorgânica, natural ou sintética que durante a
fabricação, manuseio, transporte, armazenamento ou uso, pode incorporar-se no ar ambiente em forma de
poeiras, fumos, gases ou vapores com efeitos irritantes corrosivos, asfixiantes ou tóxicos e em quantidades
que tenham probabilidades de comprometer a saúde das pessoas que entram em contato com elas.
O homem frente à natureza é protegido eficazmente pela pele que o cobre totalmente. A pele é
considerada um verdadeiro órgão que possui funções específicas e a de produzir compostos que anulem a
ação de agentes agressivos, químicos ou microbianos.
As principais vias de penetração de contaminantes industriais no organismo são: a pele, aparelho
respiratório, aparelho digestivo e via parental (lesão da pele).
A entrada dos contaminantes químicos por via respiratória é a mais importante do ponto de vista da
toxicologia industrial. O aparelho respiratório é constituído por um conjunto de órgãos responsáveis pela
respiração, sendo o mais importante, o pulmão.
O pulmão é o órgão do corpo que realiza a “respiração”, ou seja, faz a troca e a renovação do oxigênio
(O2) com o ar atmosférico, eliminando ainda o gás carbônico (CO 2) produzido pelas células do nosso corpo e
que deve ser eliminado.
Em resumo, quando respiramos, nossos pulmões se enchem de ar havendo uma troca de gases: o
oxigênio do ar passa para a circulação sanguínea do pulmão e o gás carbônico sai do sangue para o ar que é
expirado, ou exalado.
O ar para chegar à parte mais profunda do pulmão, os alvéolos, faz o seguinte trajeto: nariz >> faringe
>> traquéia >> brônquios >> bronquíolos >> alvéolos. Essa última estrutura, a unidade final na qual a troca
gasosa ocorre, assemelha-se a um cacho de uvas, cada uva representa um alvéolo ligado a um tubo fino de ar
– o bronquíolo.
Geralmente, respira-se cerca de doze vezes por minuto, aspirando 500 ml (meio litro) de ar de cada
vez, um total de seis litros de ar por minuto, quantidade suficiente quando estamos numa atividade leve. Num
exercício físico ou num trabalho mais pesado ou vigoroso, esse volume poderia chegar a cinqüenta, e até cem
litros por minuto. Note que o pulmão é um órgão com uma capacidade de reserva muito grande.
O ar que respiramos contém, além do oxigênio (aproximadamente 20%) que se deseja, uma série de
outros elementos, ou seja, outros gases, vapores, fumos e poeiras que geralmente são indesejáveis e podem ser
prejudiciais ao organismo e ao próprio pulmão, que possui, no entanto, formas de evitar a absorção destes
elementos.
A maior parte das partículas e poeiras existentes no ar não conseguem chegar aos alvéolos ficando
retidas, como em um filtro, no seu trajeto pelos brônquios cada vez mais estreitos. Só as partículas muito
pequenas, menores que dez mícrons (invisível aos olhos) conseguem chegar e permanecer nos alvéolos. No
caso das fibras (como o amianto), aquelas menores que cinco mícrons de diâmetro e menores que duzentos
mícrons de comprimento.
A tubulação toda, a começar pelo nariz até os bronquíolos pequenos, possui um muco (um catarro) em
sua parede, onde a poeira gruda, então uma corrente de cílios (pequenos cabelos como os do nariz) “varre”
esse muco até a faringe onde é engolido ou escarrado.
Os alvéolos possuem ainda, células de defesa, os macrófagos que absorvem parte da poeira que lá
chega, eliminando-a. A tosse e o espirro também participam dessa tarefa de proteger e eliminar, das vias
respiratórias, partículas indesejáveis.
Uma substância poderá ser prejudicial e até provocar uma doença quando essas defesas não forem
utilizadas. Ex: op hábito de respirar pela boca e não pelo nariz. Doenças como a bronquite e em especial o
cigarro, diminuem e até destroem parte desses mecanismos, tornando os pulmões mais frágeis e sensíveis.
(Obs – 01 mícron = 0,001 milímetro, ou seja, um mícron é igual à milésima parte do milímetro.).
Para que alguma dessas doenças possa ocorrer não basta, tão somente, entrar em contato ou respirar as
fibras ou partículas. Há uma série de fatores que devem existir para que surjam as condições necessárias para
o seu aparecimento e desenvolvimento, tais como:
- Dimensão das partículas ou fibras;
- Concentração das mesmas;
- Tempo de exposição.
A presença de substâncias agressivas no ambiente de trabalho pode constituir um risco para a saúde
dos trabalhadores. Isto não significa que todo pessoal exposto irá contrair uma doença profissional. Como já
dito anteriormente, sua ocorrência dependerá fundamentalmente de fatores tais como:
a) Concentração do contaminante no ambiente de trabalho;
b) Tempo de exposição;
c) Características físico-químicas do contaminante;
d) Susceptibilidade pessoal.
Portanto, para avaliar o risco de exposição a um agente químico em um ambiente de trabalho, deverá
determinar-se, da forma mais correta possível, a concentração do contaminante no ambiente, cuidando para
que as medições sejam efetuadas com aparelhagem adequada, e que sejam o mais representativas possível da
exposição real a que estão submetidos os trabalhadores.
O tempo de exposição deve ser estabelecido por meio de uma análise de tarefa do trabalhador. Esta
incluirá todos os movimentos efetuados durante as operações normais e considerará o tempo de descanso e a
movimentação do trabalhador fora do local de trabalho.
Uma mudança de processo oferece, em geral, oportunidades para a melhoria das condições de
trabalho. Naturalmente, a maioria das mudanças ou alterações são feitas no sentido da redução de custos e
aumento de produção, e só ocasionalmente favorecem o meio ambiente. Entretanto, deve o profissional de
segurança saber tirar partido dessas mudanças, orientando-as de maneira a conseguir também os seus
objetivos e lutando por alterações específicas que visem o ambiente de trabalho. Entre as operações, cujos
riscos essas medidas eliminam ou reduzem significativamente, podemos citar as seguintes:
- Utilização de pintura por imersão em vez de pintura a pistola;
- Processos úmidos no lugar de operações “a seco”, para o controle de suspensões de partículas;
- Mecanização do empastamento de placas de baterias.
A segregação ou isolamento é particularmente útil para operações limitadas, que requerem um número
reduzido de trabalhadores, ou onde o controle por qualquer outro método é muito dificultoso. A tarefa é
isolada do restante das operações e, portanto, a maioria dos trabalhadores não é exposta ao risco especifico;
aqueles que realmente estão envolvidos na operação receberão proteção especial individual e/ou coletiva,
tornada, em geral, economicamente viável pela própria ação de segregação.
A segregação pode ser feita no espaço ou no tempo. Segregação no espaço significa isolar o processo à
distância; segregação no tempo significa executar uma tarefa fora do horário normal, reduzindo igualmente o
número de expostos.
Exemplos: Setores de jateamento de areia na indústria em geral e na construção naval (segregação no
espaço); manutenção e reparos que envolvem altos riscos (segregação no tempo).
A ventilação geral exaustora é dos sistemas mais eficazes para se prevenir a contaminação do ar na
indústria. O princípio em que se baseia é o de capturar o contaminante no seu ponto de origem (ato contínuo à
sua geração), antes que o mesmo atinja a zona respiratória do trabalhador. Usando, para isso, a menor
quantidade de ar possível, o contaminante assim capturado é levado por tubulações ao exterior, ou ao sistema
de coleta do contaminante. Um sistema de ventilação local exaustora compreende várias partes básicas. A
primeira delas é a tomada de ar ou captor, que deve ter a forma mais adequada de adaptação à máquina ou
processo que gera o contaminante. Em geral, se desconhecem características intrínsecas de sistemas de
sucção, tais como a de que as superfícies isocinéticas de captura têm poder drasticamente reduzido ao nos
afastarmos da boca da tubulação. Assim, para uma boca cilíndrica, a uma distância da mesma igual ao seu
diâmetro, a velocidade do ar ingressante é de apenas 7% da velocidade na boca. Do exposto, se deduz que a
tomada de ar deve estar tão acercada quanto possível da fonte de produção de contaminante e que a
velocidade deve ser suficientemente alta para que se leve à tubulação o contaminante, mesmo quando esta
possua velocidades iniciais de geração de sentido contrário ao de captação (vapores aquecidos, partículas
projetadas de esmeril).
A parte seguinte do sistema compõe-se das tubulações ou condutos, através dos quais circula o ar
aspirado. A velocidade do ar nos mesmos deve ser calculada de modo que o contaminante não se deposite no
seu interior por sedimentação. As dimensões e características dos mesmos são de vital importância para a
eficácia do sistema, que deve, portanto, ser projetado por especialistas, ou seja, tanto a Ventilação Local
Exaustora como também a Ventilação Geral Diluidora, devem ser entregues a um profissional especializado
na área de Engenharia de Ventilação e Ar Condicionado.
Logo depois de instalados, os sistemas de ventilação devem ser verificados quanto à operação,
observando-se especificações de projeto, tais como vazões, velocidades nos dutos, pressões negativas, entre
outras. Os parâmetros de operação devem ser verificados periodicamente como medida usual de manutenção.
G) Manutenção
Rigorosamente, não se pode considerar este como um método de prevenção no sentido estrito da
palavra; porém, constitui parte e complemento especialmente importante de qualquer dos anteriores, não só
quando se trata dos equipamentos de controle de riscos ambientais, mas também de equipamentos e
instalações em geral na empresa.
É freqüente, devido ao pouco conhecimento do industrial de seus problemas ambientais, que a ação
das medidas adotadas se esterilize com o tempo, por falta de uma manutenção adequada. Programas e
cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, respeitando-se os prazos propostos pelos fabricantes
de equipamentos.
F) Ordem e Limpeza
Boas condições de ordem, limpeza e asseio geral ocupam uma posição-chave num sistema de proteção
ocupacional. Basicamente, é mais uma ferramenta a adicionar-se a todas as outras já vistas aqui.
O pó em bancadas, parapeitos, rodapés e chãos, sedimentado nas horas calmas e ao longo do tempo,
pode prontamente ser redispersado na atmosfera do recinto pelo trânsito de pessoas e equipamentos, vibrações
e correntes aleatórias. O asseio é sempre importante; onde há materiais tóxicos, é primordial. A limpeza
imediata de quaisquer derramamentos de produtos tóxicos é importante medida de controle.Um programa de
limpeza periódica, usando-se aspiração a vácuo, seja por aspiradores industriais, seja por linhas de vácuo, é o
único meio realmente efetivo para se remover pó e partículas da área de trabalho. NUNCA o pó deve ser
soprado, com bicos de ar comprimido, para “efeito” de limpeza. Nos casos de pós de sílica, chumbo e
compostos de mercúrio, estas são medidas essenciais. Igualmente, no uso, manuseio e estocagem de solventes,
o asseio deve incluir a limpeza imediata de respingos ou vazamentos, por pessoal que use equipamento de
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proteção pessoal, e o material empregado, como panos, trapos, papel absorvente, devem ser dispostos em
recipientes herméticos e removidos diariamente da local.
É impossível manter um programa efetivo de saúde ocupacional sem que se assuma a constante
preocupação com os aspectos totais de ordem e limpeza.
H) Projetos Adequados
Todas as medidas mencionadas serão, vias de regra, mais efetivas e viáveis econômica e fisicamente
se consideradas na etapa de projeto de quaisquer equipamentos, processos e suas operações. Assim, a etapa
de projeto constitui sempre a fase de ataque ideal dos problemas de Higiene e Segurança Industrial, e a
inclusão de profissionais de Segurança e Higiene nas equipes de projeto, num mesmo nível de diálogo e
decisão, constitui medida inteligente e atesta o nível de significância em que serão considerados tais
problemas, pelas direções empresariais.
Os equipamentos de proteção individual devem ser sempre considerados como uma segunda linha de
defesa, após criteriosas considerações sobre as possíveis medidas de controle relativas ao ambiente, que
possam eventualmente ser tomadas e aplicadas prioritariamente.
Entretanto, há situações especiais, como já foi notado, nas quais medidas de controle ambientais são
inaplicáveis, total ou parcialmente; nesses casos, a única forma de proteger o pessoal será dotá-lo de
equipamentos de proteção individual.
O uso correto dos EPIs, por parte dos trabalhadores, assim como as limitações de proteção que eles
oferecem, são aspectos que o pessoal deve conhecer por meio de treinamento específico, coordenado pelo
engenheiro de segurança.
B) Educação e Treinamento
C) Controle Médico
D) Limitação de Exposição
A redução dos períodos de trabalho torna-se importante medida de controle onde todas as outras
medidas possíveis forem inefetivas, impraticáveis (técnica, física ou economicamente) ou insuficientes no
controle de um agente, por não se lograr, desse modo, a eliminação ou redução do risco a níveis seguros.
Assim, a limitação da exposição ao risco, dentro de critérios técnicos bem definidos, pode tornar-se uma
solução efetiva e econômica em muitos casos críticos.
São exemplos típicos desse procedimento o controle de exposição ao calor intenso, a pressões
anormais, ao ruído e às radiações ionizantes.
São formados por vapores resultantes dos metais em fusão, em processos de fundição e soldagem. Nas
operações de fundição os fumos têm basicamente a mesma composição dos metais que os originaram, às
vezes agravados com materiais que comparecem como contaminantes químicos dos metais, da matéria-prima
e fundentes. É comum haver nas áreas de fundição a presença de monóxido de carbono, dióxido de enxofre,
etc.
Na soldagem de metais, além de metais, além do material do eletrodo, do revestimento e do metal
base, poderão ser detectados, o ozônio, gases nitrosos e monóxido de carbono. Outros materiais provenientes
de proteção antiferrugem das chapas (antioxidantes) quando queimam, aumentam o potencial tóxico do ar do
ambiente.
5.3.2 – Ocorrências
5.3.3 - Classificação das substâncias (pelos seus defeitos no organismo): Fé, Mn, Cr, Cd, Pb, Cu, Zn,
Al, Mg entre outros.
Cádmio: Problemas pulmonares graves, alterações renais, proteinúria e anemia, descoloração do colo dos
dentes e anosmia (enfraquecimento do olfato) e ósteo malacia (enfraquecimento dos ossos, fraturas, etc), é
suspeito de ser carcinogênico.
Chumbo: Fixação no tecido por afinidade, alterações no sangue e órgãos hematopoéticos, redução da
capacidade física, cólicas abdominais, arteriosclerose e esclerose renal e alterações no sistema nervoso.
Manganês: Pneumonia, afeta também os neurônios do sistema nervoso central, psicose mangânica, anorexia e
distúrbios neurológicos gerais.
Níquel: (solda aço inox) febre dos fumos metálicos, dermatites, é carcinogênico.
Zinco: O organismo tem uma certa tolerância ao zinco, e facilidade para eliminá-lo, porém deve estar dentro
dos limites de tolerância.
Alumínio: Pouco tóxico, porém acima do L.T. está relacionado com a pneumoconiose.
Legislação Brasileira: Lei nº 6514/78, portaria 3214, NR-15, anexo 11, estabelece limites de tolerância para o
chumbo – único encontrável em processos de fusão.
No Equipamento: - V.L.E. (Ventilação Local Exaustora) para sugar os fumos e vapores formados na
região de solda e lançados em local que não esteja o Homem, para que sejam diluídos naturalmente.
- Bancadas especiais com ventilação exaustora instalada ou coifas sobre a bancada de
soldagem.
- V.G.D. (Ventilação Geral Diluidora) soprando os poluentes formados para fora do campo
respiratório do soldador, diluindo os fumos e vapores tóxicos, podendo em ambientes fechados utilizar a
ventilação combinada insuflação-exaustão.
No Ambiente: - Para trabalhos a céu aberto, recomenda-se ao soldador de maneira que os ventos afastem
o material poluente da sua zona respiratória, podendo neste caso, auxiliar a movimentação do ar com
ventilador industrial, tendo o cuidado de não lançar os contaminantes sobre outros trabalhadores, inclusive o
ajudante do soldador.
No Homem:
- no soldador – Uso de EPI completo de soldador, ou seja, máscara com tonalidade adequada ao
trabalho (de 10 a 14), proteção para a cabeça, óculos de segurança (batimento de escória), luvas, mangotes,
aventais, perneiras, botinas de segurança, proteção auditiva se necessário.
- Uso de EPR (Equipamento de Proteção Respiratória) de acordo com a instrução normativa nº
1 de 11 de abril de 1994, que estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamento para a proteção
respiratória.
- nos operadores de fornos – Protetor facial (dotado de tela de ventilação para calor intenso), avental,
mangotes, luvas, botina (Chanca) e capacete de celeron.
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5.4 – EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AOS AERODISPERSÓIDES
- Nevoas: pequenas partículas de líquido em suspensão no ar, geradas por condensação do líquido por
processos mecânicos tais como: atomização, ebulição, pressão (spray). A dimensão das partículas
varia de 0,01 a 10 mícrons e parte delas podem ser vistas a olho nu.
- Neblinas: (Bruma, Fog Londrino) pequenas gotas de líquido em suspensão no ar, vistas a olho nu,
formadas por condensação do estado gasoso. A dimensão das partículas varia entre 2 e 60 mícrons e
muitas vezes a neblina é confundida com as névoas.
- Fumos metálicos: vapores de metais em fusão que resfriam e se solidificam formando partículas
metálicas sólidas.
- Fumaça: resultante da queima incompleta de material orgânico tais como combustíveis líquidos e
sólidos.
Poeira mineral: encontra-se na indústria extrativa mineral, construção civil, indústria de vidro, siderurgia,
cerâmica e de refratários. As operações que mais expõe o trabalhador são: perfuração de rochas, britagem,
peneiramento, jateamento, moagem de rochas, aparelhamento de pedras.
Poeira orgânica: encontra-se na indústria de madeira, movelaria, alimentícia, têxtil, açúcar e álcool, em
operações de corte e beneficiamento de cereais, manuseio de bagaço de cana, etc.
Destas doenças a mais conhecida é a silicose devido à grande ocorrência de quartzo na extração das matérias
primas para as industrias.
5.4.4 - Legislação Brasileira – Lei 6514/77, portaria 3.214/78, NR-15, anexo nº 12.
Amostrador Gravimétrico – Compõe-se de bomba de sucção, ciclone para separação de partículas, porta
filtros e filtro, tubos e carregador de baterias. O filtro utilizado é o de PVC com 5,0 mícrons de poro.
Calibradores – as bombas de sucção (modelo “G”) dependem de instrumentos de calibração que se
compõe de bureta graduada de 1.000 ml e kitazato, além dos suportes para fixação (método da bolha de
sabão). A bomba modelo Flow Lite-Pró é calibrada com o kit calibração pelo método da bolha de sabão com
bureta graduada e possui circuito de compensação eletrônico com vazão constante.
Microscopia: é utilizada para contagem de fibras de asbestos retidas em filtro, membrana ou também
para contagem de partículas retidas em líquido, pelo método impinger, empregando amostrador gravimétrico.
Métodos de Amostragem: a amostra ocupacional da poeira é feita por coleta individual, em pequeno
volume pelo método de poeira respirável ou total, com vazão de 1,8 LPM.
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*Poeira Respirável: emprego do amostrador gravimétrico, com linha de amostragem acoplada a um ciclone
que seleciona a fração respirável das partículas coletadas no filtro membrana, rejeitando aquelas de tamanho
igual ou superior a 10 mícrons.
*Poeira total: emprego do amostrador gravimétrico, sem ciclone, coletando a poeira total do ambiente, a
respirável e a não respirável.
- No ambiente: Estudar a umidificação da área e da matéria prima, se esta providencia não prejudicar o
processo e o produto. Pode ser utilizada nas frentes de lavra em mineração a céu aberto e subterrâneo
na operação de perfuração de rochas, britagem, carregamento, transporte, preparação de áreas,
remoção de material estéril e principalmente em vias de circulação de veículos e máquinas, na
canalização com aspersores, etc.
O SESMT da empresa deverá exercer o seu papel de sensibilização dos trabalhadores para a sua auto
proteção, quando as medidas de ordem coletiva não forem suficientes para a minimização dos riscos.
Neste caso, além dos EPIs para os demais riscos do posto de trabalho, usa-se (máscara) respirador com
filtro para agente mecânico (material particulado em suspensão), tendo cuidado de substituir o filtro
periodicamente, para que não perca sua eficiência. Para o caso de operações com madeira, usa-se protetor
facial.
Utilizar EPR (Equipamento de Proteção Respiratória), de acordo com instrução normativa de 1º de
abril de 1994, que estabelece regulamento técnico sobre o uso de equipamento para a proteção
respiratória.
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- Gás: denominação dada às substancias que, em condições normais de pressão e temperatura (25ºC e
760 mm Hg), estão no estado gasoso. Exemplos: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio.
- Vapor: é a fase gasosa de uma substância que, a 25ºC e 760 mm Hg, é líquida ou sólida. Exemplos:
vapores de água, vapores de gasolina, vapores de naftalina.
A concentração de vapores de uma substância, a uma temperatura determinada, não pode aumentar
indefinidamente. Existe um ponto máximo denominado saturação, a partir do qual qualquer incremento na
concentração transformará o vapor em liquido ou sólido.
Portanto, a principal diferença entre os gases e vapores é a concentração que pode existir no ambiente.
Como, para a Higiene do Trabalho, as concentrações que interessam são pequenas, normalmente situando-se
abaixo da concentração de saturação, não se torna necessário distinguir os gases dos vapores, sendo ambos
estudados de uma só vez.
Comparando com os aerodispersóides, é importante destacar que os gases não sedimentam nem se
aglomeram, chegando a sua divisão ao nível molecular, permanecendo, portanto, intimamente misturados com
o ar sem separarem-se por si mesmos.
Os gases e vapores podem ser classificados segundo a sua ação sobre o organismo humano. Assim,
podem ser divididos em 3 grupos:
- Irritantes;
- Anestésicos;
- Asfixiantes.
Uma substância classificada em um dos grupos acima não implica que não possua também
características dos outros grupos. Esta classificação baseia-se no efeito mais importante, mais significativo,
sobre o organismo.
Será visto a seguir, que a maioria dos solventes orgânicos é classificado como anestésico. No entanto,
qualquer pessoa que já esteve exposta a um solvente destes (álcool, “thinner”, acetona) percebeu que estas
substâncias também são irritantes das vias respiratórias superiores, isto é, nariz e garganta. Mas estas
substâncias são classificadas como anestésicos porque este efeito é o mais importante, o mais danoso para a
saúde do homem.
Existe uma grande variedade de gases e vapores classificados neste grupo, os quais diferem em suas
propriedades físico-químicas, mas têm uma característica em comum: produzem inflamação nos tecidos com
que entram em contato direto, tais como a pele, a conjuntiva ocular e as vias respiratórias. Esta inflamação é
produzida somente em tecidos epiteliais e deve-se à alteração dos processos vitais normais das células, que se
manifesta por coagulação, desidratação, hidrólise, etc.
Este grupo de gases e vapores irritantes divide-se em:
A - Irritantes primários: cuja ação sobre o organismo é a irritação local; de acordo com o local de ação,
distinguem-se em:
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A 1 – Irritantes de ação sobre as vias respiratórias superiores – constituem o grupo de mais alta
solubilidade em água, localizando sua ação nas vias respiratórias superiores, isto é, garganta e nariz.
Pertencem a este grupo:
- Os ácidos fortes tais como: ácido clorídrico (HCl), também denominado de ácido muriático; ácido
sulfúrico (H2SO4);
- Os álcalis fortes, tais como: amônia (NH3); soda cáustica (NaOH); formaldeído.
A 3 – Irritantes de Ação sobre os Pulmões – estes gases têm uma baixa solubilidade na água,
podendo, portanto, alcançar os alvéolos pulmonares, onde produzirão a sua ação irritante intensa. Pertencem a
este grupo:
- Ozona (O3);
- Gases nitrosos, principalmente NO2 e sua forma dímera N2O4.
Os gases nitrosos reagem com a umidade do pulmão, gerando acido nítrico e produzindo uma
pneumonite química. Estes gases são produzidos no arco elétrico (solda elétrica), por combustão de nitratos,
no uso de explosivos, no uso industrial de acido nítrico.
A 4 – Irritantes Atípicos – estas substâncias, apesar de sua baixa solubilidade, possuem ação irritante
sobre as vias respiratórias superiores. Isto serve de advertência ao pessoal exposto, o que faz com que as
pessoas se afastem imediatamente do local. Por isso, raras vezes estas substâncias são inaladas em quantidade
suficientes para produzir irritação pulmonar. Pertencem a este grupo:
- Acroleína ou aldeído acrílico (gás liberado por motores diesel);
- Gases lacrimogênicos.
B – Irritantes Secundários: estas substâncias apesar de possuírem efeito irritante, têm uma ação tóxica
generalizada sobre o organismo. Exemplo de substância deste grupo é o gás sulfídrico (H2S).
Chama-se asfixia o bloqueio dos processos vitais tissulares, causado por falta de oxigênio. A falta de
oxigênio pode acarretar lesões definitivas no cérebro em poucos minutos.
Os gases e vapores asfixiantes podem ser subdivididos em:
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A – Asfixiantes Simples – estas substâncias têm a propriedade de deslocar o oxigênio do ambiente. O
processo de asfixia ocorre, então, porque o trabalhador respira um ar com deficiência de oxigênio. Sabemos
que o ar precisa ter, no mínimo, 18% de O2, para que a vida humana seja mantida sem risco algum.
Para que a concentração do oxigênio seja reduzida de forma considerável no ambiente, é necessário
que o asfixiante simples esteja em alta concentração e que o local não possua boa ventilação. Portanto, quando
estivermos em presença de um processo de operação que desprenda asfixiante simples para o ambiente,
devemos avaliar a concentração do oxigênio, já que o fator limitante para causar danos ao homem é função
desta substância e não do asfixiante simples em si. Exemplos de substâncias deste grupo são:
- Hidrogênio, nitrogênio, hélio (gases fisiologicamente inertes);
- Metano, etano, acetileno (também anestésicos simples, de ação narcótica muito fraca);
- Dióxido de carbono (também possuidor de outros efeitos importantes sobre o organismo e, por isso,
com limite de tolerância fixado especificamente para ele. Para esta substância, deve ser respeitado o
limite de tolerância adotado na legislação e não aquele teor mínimo de 18% de O 2, especificado para
os asfixiantes simples).
B – Asfixiantes Químicos – pertencem a este grupo algumas substâncias que, ao ingressarem no organismo,
interferem na perfeita oxigenação dos tecidos. Estas substâncias não alteram a concentração do oxigênio
existente no ambiente. O ar respirado contém oxigênio suficiente, só que o asfixiante químico, que foi inalado
junto com o oxigênio, não permite que este último seja adequadamente aproveitado pelo nosso organismo.
O monóxido de carbono (CO), a anilina e o ácido cianídrico são exemplos de asfixiantes
químicos.
Os gases e vapores podem ser avaliados por meio de aparelhos que coletam e analisam a amostra no
próprio local de trabalho, denominados “aparelhos de leitura direta” e por meio de aparelhos que coletam
amostra do ar ou do contaminante, para posterior analise em laboratório, denominados “amostradores”.
Aparelhos de leitura direta são aqueles que fornecem imediatamente, no próprio local que está sendo
analisado, a concentração do contaminante. Estes aparelhos podem ser usados para a avaliação de gases e
vapores e também de alguns aerodispersóides.
Os amostradores são de dois tipos: os que coletam amostras de ar total (isto é, ar mais contaminante) e
os que coletam apenas contaminante.
A NR-15, anexo 2, da Portaria n. 3.214 define ruído de impacto como picos de energia acústica de
duração inferior a 1 segundo, a intervalos superiores a 1 segundo. São produzidos por operações de martelar,
por prensas, guilhotinas, quedas de matérias, etc.
O subitem 15.1.5 da NR-15 estabelece que o Limite de Tolerância é a intensidade máxima ou mínima
relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará danos à saúde do trabalhador
durante a sua vida laboral.
Para a ACGIH (American Conference of Governamental Industrial Higienists) os limites de exposição
ao ruído referem-se aos níveis de pressão sonora e aos tempos de exposição que representam as condições sob
as quais se acredita que a maioria dos trabalhadores possa estar exposta repetidamente, sem sofrer efeitos
adversos à sua capacidade de ouvir e entender uma conversação normal.
O ruído produzido por várias máquinas em conjunto mesmo sendo de impacto individualmente poderá
ser avaliado como intermitentes, se os intervalos entre os picos de energia forem inferiores a 1 segundo.
A legislação Brasileira não estipula o número máximo de impulsos por dia de trabalho, mas para a
ACGIH a contagem de impactos do ruído impulsivo é de 10.000 impactos no máximo, para 120 dB por dia de
8 horas de trabalho.
Decibilímetro (medidor de NPS) - Instrumento que mede níveis instantâneos de ruído de qualquer
natureza, dotado de vários circuitos de compensação:
- Circuito de compensação “A” para medir ruídos intermitentes e contínuos;
- Circuito de compensação “B” e “C”, são indicados para baixas freqüências, o mais empregado é o
circuito “C” para ruídos de impacto.
- Alguns instrumentos possuem o circuito “D”, indicados para determinados ruídos especiais e de alta
freqüência, tais como turbina de avião à jato.
Dosímetro de Ruído – Audiodosímetro - Instrumento útil para avaliar a exposição ao ruído por
trabalhadores itinerantes, tais como encarregado de setor de produção, pessoal de manutenção mecânica e
elétrica, que percorrem a área industrial recebendo ruído de varias máquinas e equipamentos.
O dosímetro é dotado de memória na qual acumula os dados relativos aos níveis de ruído, e medem
em percentual de dose em função do tempo, e se ele estiver calibrado para os limites de tolerância adotados no
Brasil, 100% da dose equivale a 85 dB(A) por 8 horas de exposição. Esse instrumento trabalha segundo Lei
exponencial, onde os NPS são integrados e fornecidos no visor em forma de percentual da dose equivalente ao
fator de calibração do instrumento.
Registrador Gráfico - Registra em bobina de papel as variações da curva em decorrência dos picos
e vales conforme a performance da onda sonora.
Calibrador – Emite tom puro, e som prolongado de NPS 114 dB(A) em freqüência de 1.000 Hz.
A remoção dos riscos de ruído, ou de pessoas de zonas de ruído, é o caminho mais correto de se alcançar a
conservação da audição, e a praticabilidade disto deve ser examinada em todos os casos. Infelizmente, o
controle de ruído de muitas máquinas, ou processos, se torna impraticável, seja pelo custo envolvido ou pela
impossibilidade de serem feitas modificações. Em muitos casos, então, esta forma de controle de ruído deve
esperar até que uma máquina possa ser dispensada ou substituída, e isto pode ocasionar um certo atraso
considerável.
Algumas máquinas ou processos são possíveis de serem enclausurados, ou de receberem outros
tratamentos locais, mas o problema de ventilação, refrigeração, acesso de materiais e pessoal, manutenção e
assim por diante, não devem ser esquecidos. Deve ser observado que medidas de controle de ruído que não
formam um ponto integral de uma máquina ou planta, são freqüentemente sujeitas a abusos por pessoas de
operação ou manutenção, especialmente em momentos de quebra ou interrupção similar da produção.
Enclausuramentos que requerem remoções freqüentes por qualquer razão, não podem ser considerados como
uma proposição prática. Medidas de controle de ruído devem ser à prova de interferências e os empregados
devem estar alertados do seu propósito.
Em alguns casos, processos ruidosos, ou grupo de máquinas ruidosas, podem ser completamente
separadas do resto da fábrica. Isto reduz ou elimina muitos problemas já mencionados e reduz o número de
pessoas expostas e um número necessário para operar o processo ou máquinas. Estas pessoas devem usar
protetores de ouvido e devem ser instruídas quanto ao seu uso adequado, assim como também devem ser
informadas do risco da exposição a ruídos. Na prática, pessoas expostas a ruídos com alto potencial de dano,
são geralmente mais flexíveis a aceitar protetores e outras medidas de conservação da audição, do que àquelas
expostas à riscos menos severos.
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O ruído pode ser controlado de três formas: na fonte, na trajetória (medidas no ambiente) e no homem.
Deste modo, quando adotamos medidas de redução na fonte ou na trajetória – como, por exemplo, isolamento
de uma máquina – e os níveis de ruído ficam abaixo de 85 dB(A), a insalubridade está eliminada, conforme
preceitua o artigo 191, item I, da CLT.
Não sendo possível a adoção de medidas de controle no ambiente, uma das alternativas é o uso de EPI
que seja capaz de diminuir a intensidade do ruído a níveis abaixo do limite de tolerância e que, no caso, são os
protetores auriculares, encontrados de dois tipos:
- Protetores de inserção (Ex: de espuma, de silicone, moldáveis, etc.);
- Protetores circum-auriculares (Ex: concha).
5.7.1 – Introdução
A exposição ocupacional ao frio intenso pode constituir problema sério implicando em uma série de
inconvenientes que afetarão a saúde, o conforto e a eficiência do trabalhador. Trabalhos ao ar livre em climas
frios são encontrados em regiões a grandes altitudes, bem como em algumas zonas temperadas, no período do
inverno.
Fora das atividades realizadas ao ar livre, o frio intenso é ainda encontrado em ambientes artificiais,
como as câmaras frigoríficas de conservação, que implicam em exposição a temperaturas bastante reduzidas.
A ACGIH recomenda valores limites de tolerância para exposição ao frio. Além da proteção das mãos
em serviços executados em ambientes frios, são recomendados os limites que levam em consideração a
temperatura do ambiente e a velocidade do vento.
A norma brasileira, em 1978, não fixou limites para exposição ao frio, estabelecendo o critério
qualitativo para a caracterização da insalubridade por esse agente.
Saliente-se, no entanto, que a falta de limite de tolerância não significa que qualquer exposição seja
insalubre. A intensidade do agente e o tempo de exposição, fatores tão importantes, deverão ser levados em
consideração, conforme os artigos 189 e 253 da CLT e a Portaria n. 3.311 do MTE.
Logo na inspeção realizada pelo perito deverá ser observada a temperatura do local, ou seja, se o
ambiente é similar à câmara frigorífica ou apresenta frio artificial, conforme estabelecido no artigo 253 da
CLT. Em seguida, deve ser analisado o tempo de exposição do empregado ao frio.
Art. 253 CLT – Para os empregados que trabalham no interior de câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40
(quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso,
computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
Aclimatação: Após uma longa exposição a um ambiente que apresenta condições extremas, como excesso de
calor ou frio, ocorrem alterações fundamentais nas respostas termo-reguladoras. Este fenômeno é denominado
aclimatação, que permite aos indivíduos trabalharem com eficácia, em condições que, originalmente, seriam
intoleráveis.
Indivíduos que trabalham ao ar livre, em climas frios, têm demonstrado sua aclimatação local
evidenciada para maior irrigação de sangue nas mãos, que permanecem quentes e mais funcionais do que as
de pessoas não totalmente aclimatizadas.
Regime de Trabalho: O trabalhador não deve permanecer por longos períodos em ambientes com frio
intenso. Recomendam-se períodos de trabalho intercalados por períodos de descanso para regime de trabalho.
ACGIH e outras normas internacionais não estabelecem limites de tolerância para esse agente nem
consideram a umidade como agente de higiene industrial. Já a norma brasileira inclui a umidade como
insalubre no anexo 10, NR-15, estabelecendo como parâmetros para a caracterização que o local seja
encharcado ou alagado e capaz de produzir danos à saúde do trabalhador. Assim, a redação dada não fornece
elementos técnicos ao perito para interpretar cientificamente esse dispositivo legal.
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Analisando literalmente os parâmetros fixados, verifica-se que, segundo Aurélio Buarque de Holanda,
encharcar é “converter em charco, pântano, encher de água, alagar, inundar, molhar-se inteiro, ensopar-se”,
enquanto alagado significa “cheio de água, encharcado, pequena lagoa transitória”.
O segundo parâmetro é que a exposição seja capaz de produzir danos à saúde. Ora, essa interpretação
é totalmente subjetiva, verificando-se, no caso, abuso de alguns peritos na interpretação desse dispositivo,
visto que chegam a caracterizar insalubridade até para quem passa pano molhado em piso de banheiros.
Portanto, na caracterização da insalubridade por esse agente, o perito deve levar em consideração,
dentre outros, os seguintes fatores:
- O local deverá ter um volume de água significativo, capaz de molhar o trabalhador exposto.
- O tempo de exposição é fator importante para a ocorrência da doença ocupacional, conforme os
princípios da Higiene Industrial e o conceito de insalubridade dado pelo artigo 189 da CLT.
- Se o tipo de proteção usada é capaz de eliminar o risco, isto é, se o uso de botas de borracha, roupas
impermeáveis é capaz de impedir o contato habitual e permanente do trabalhador com a água.
A portaria n. 12, de 12.11.79, acrescentou a esse anexo a conceito de contato permanente conforme
redação que se segue:
“Contato permanente com pacientes, animais ou material infecto-contagiante é o trabalho resultante da
prestação de serviço contínuo, decorrente de exigência permanente aos agentes insalubres”.
O anexo 14 relacionou as atividades e operações que envolvem o contato permanente com agentes
biológicos, divididas em dois grupos e caracterizadas como insalubres de graus máximo e médio.
No grupo de insalubridade de grau máximo está o contato permanente com pacientes portadores de
doenças infecto-contagiosas e em isolamento; condição, portanto imprescindível para que se gere o adicional
de insalubridade. No mesmo grupo está o contato permanente com animais que também devem ser portadores
de doenças, nas normas reduzidas a carbunculose, tuberculose e brucelose, embora os animais possam
apresentar outras doenças contagiosas até mais perigosas.
Ainda no grupo de insalubridade de grau máximo insere-se o contato com esgoto (em galerias e
tanques) e o lixo urbano (coleta e urbanização).
No grupo de insalubridade de grau médio, a norma inscreve o contato com pacientes, animais ou
material infecto-contagiante, sem condicionar a insalubridade a pacientes portadores de doenças infecto-
contagiosas. Assim sendo, quem procura um médico ou dentista, por exemplo, é um paciente que pode ser
portador de doença infecto-contagiosa.
Quanto às atividades e operações relacionadas nesse grupo, devem-se observar as exceções que a norma
estabelece, tais como: nos trabalhos em laboratórios de análise clínica e gabinetes de autopsias, o
enquadramento é somente para o pessoal técnico. Deve-se salientar, no entanto, que tais limitações, muitas
vezes não tem razão de ser, pois o empregado fica exposto ao mesmo risco que o pessoal técnico. Deste
modo, esses casos devem ser analisados cuidadosamente durante a diligência pericial.
Outro aspecto importante a ser observado é o contato permanente. A Portaria n. 12 estabelece que o
contato deve ser obrigatório e contínuo, isto é, a exposição deve ser permanente. O contato intermitente
equivale a permanente para efeitos de caracterização da insalubridade.
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Conceito de Insalubridade: A palavra “insalubre” vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença, e
a insalubridade é a qualidade de insalubre. Já o conceito legal de insalubridade é dado pelo artigo 189 da
CLT, nos seguintes termos:
“Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus afeitos”.
Com base nesses fatores foram estabelecidos limites de tolerância para os referidos agentes, que, no
entanto, representam um valor numérico abaixo do qual se acredita que a maioria dos trabalhadores expostos
a agentes agressivos, durante a sua vida laboral, não contrairá doença profissional. Portanto, do ponto de vista
prevencionista, não podem ser encarados com rigidez e sim como parâmetros para a avaliação e controle dos
ambientes de trabalho.
Voltando ao artigo 189 da CLT, observa-se que a insalubridade será caracterizada somente quando o
limite de tolerância for superado; isto é, a lei tratou a questão do direito ao adicional, deixando o aspecto
prevencionista a critério da regulamentação no MTE – conforme preceitua o artigo 190 da CLT – que
estabeleceu o quadro de atividades insalubres, as normas de caracterização da insalubridade, os limites de
tolerância e os meios de proteção.
A insalubridade por agentes biológicos é inerente à atividade, isto é, não há eliminação com medidas
aplicadas ao ambiente nem neutralização com o uso de EPI’s. A adoção de sistema de ventilação e o uso de
luvas, máscaras e outros equipamentos que evitem o contato com agentes biológicos podem apenas minimizar
o risco.
5.10.1 – Introdução
São radiações não-ionizantes as radiações eletromagnéticas cuja energia não é suficiente para ionizar
os átomos dos meios, nos quais incide ou atravessa. Entretanto, conforme a energia que possuem, podem
causar lesões sérias ao pessoal que trabalha ou é exposto a estas radiações.
Como exemplo podemos citar:
- Micro-ondas: ondas de rádio, radar, fornos eletrônicos, etc.
- Raios infravermelhos: luz solar, forjarias de ferro, fundições de vidro, etc.
- Raios ultravioletas: soldagem elétrica, aparelhos germicidas, etc.
Micro-ondas: São impulsos eletromagnéticos, originados num tubo oscilador de alta freqüência e são
emitidos ao espaço através de uma antena com freqüências que variam entre 1.000 e 30.000 MHz, nos casos
de instalações de radar, ou entre 10 e 100.000 MHz para a maioria das instalações de micro-ondas.
As micro-ondas possuem propriedades semelhantes à luz, isto é, podem ser refletidas, refratadas,
difratadas ou absorvidas. Estas propriedades permitem muita variedade de usos, entre os quais podemos citar:
- Militar: radares para detecção de aviões, submarinos, etc.
- Medicina: é absorvida através da pele e usadas para fazer aumentar a circulação do sangue e o ritmo
metabólico nos casos de osteoartrites, doenças inflamatórias, etc.
- Fornos de Micro-ondas: usado para cozimento rápido de comidas.
Raios Ultravioletas: As fontes de radiação ultravioleta são principalmente artificiais. Porém o sol é uma
fonte importante, com uma proporção de 1 a 1,3% desta radiação.
As aplicações são múltiplas. Exemplos são a iluminação de diais fosforescentes, análise e síntese
industrial química, esterilização de alimentos, água e ar (lâmpadas germicidas), produção de vitaminas,
tratamentos médicos, etc.
Em outros casos, é produzida como ‘subproduto’, e geralmente são os mais perigosos. Soldagens,
especialmente soldagem a arco com gases inertes, operações com tubos eletrônicos, com cátodos de esponja
metálica, exploração foto elétrica, sopragem de vidro, operações com metais quentes (especialmente acima de
1.000ºC) etc, são exemplos de ocorrências muito comuns.
Os efeitos sobre o organismo estão limitados à pele e aos olhos, devido ao fato que a radiação não
pode penetrar uma distância apreciável no corpo. Podemos mencionar a catarata, conhecida como “doença
dos sopradores de vidros”, e as queimaduras da pele.
No caso das micro-ondas, radiação com freqüência menor que 1.000 MHz pode ser a mais perigosa,
pois pode penetrar nos tecidos mais profundos, superaquecendo os órgãos antes que isto seja percebido pelo
cérebro. Geralmente as lesões não ocorrem de imediato, porém, a exposição crônica a níveis altos pode causar
danos sérios. Os efeitos crônicos da exposição à micro-ondas de baixa potência são: inibição do ritmo das
contrações do coração; hipertensão e baixa pressão no sangue; sistema nervoso central debilitado; diminui a
sensibilidade do sentido do olfato. No caso de pessoas que têm implantado partes metálicas em seu
organismo, deve-se tomar precauções médicas especiais.
Os métodos de engenharia para controle dos riscos incluem, principalmente, a absorção da energia que
pode escapar ao ambiente. Podem ser usadas telas de arame, vedações eletromagnéticas (de obstrução),
materiais absorvente (sólidos ou líquidos), além de dispositivos de bloqueio e de alarme. Outras medidas de
controle podem ser as seguintes:
- Periodicamente, deve-se revisar os sistemas de vedação, desligadores de segurança e condições dos
aparelhos em geral;
- O número de pessoas que podem ter acesso aos equipamentos ou às imediações, deve ser limitado ao
mínimo indispensável;
- Deve-se isolar a zona dos geradores de radiação com materiais absorventes, especialmente para evitar
que a radiação chegue a zonas adjacentes onde trabalhe pessoal que possa ser afetado;
- Não se deve permitir inspeções visuais detalhadas aos equipamentos geradores durante os períodos de
funcionamento destes;
- Quando for imperativo entrar num recinto onde exista um campo energético superior aos limites de
tolerância, deve-se obrigatoriamente usar vestimenta (de corpo inteiro), que permita reduzir a
densidade de potencia aos valores aceitos.
Para exposições permanentes ao sol, como é o caso dos trabalhadores agrícolas, recomenda-se cobrir,
geralmente mediante chapéus adequados, a parte posterior do pescoço, ombros e braços.
Nos casos em que a radiação pode ter uma alta energia, devem ser consideradas medidas adicionais
devido a possível produção de gases tóxicos (ventilação exaustora, por exemplo).
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5.11 – EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL ÀS RADIAÇÕES IONOZANTES
Qualquer radiação destrói os tecidos, isto é, constitui um perigo em potencial. Esse perigo pode advir
de uma exposição externa ou de uma exposição dos órgãos internos. Cabe ao responsável pela proteção
radiológica, avaliar os possíveis danos e por em prática os métodos de prevenção e controle desses perigos.
Para avaliar a extensão dos perigos aos quais o homem se expõe e, conseqüentemente, formular as
medidas de proteção, convém averiguar, antes de tudo, se existe um limite inferior de exposição à radiação
que não prejudique os organismos vivos.
Acredita-se que alguns dos danos somáticos sejam reversíveis, porém, os danos genéticos parecem
definitivamente cumulativos e irreversíveis. Por essa razão, a tendência atual é a de admitir que não existe
limiar mínimo de exposição que não cause dano e de procurar reduzir, de todos os modos possíveis, a
exposição do indivíduo e da população em geral à radiação.
Existem três princípios que devem ser aplicados para prevenir ou controlar a exposição pessoal às
radiações. São eles:
- Remover a fonte de radiação;
- Ter a fonte sob controle;
- Proteger aquele que trabalha com a fonte.
Esses princípios referem-se à proteção pessoal e justifica-los é muito fácil. O primeiro deles é óbvio,
muito embora nem sempre praticável. O segundo implica num estudo local, envolvendo trabalho, lugar e
aparelhagem, com a finalidade de evitar concentrações perigosas. O terceiro faz referência às medidas
necessárias para um levantamento periódico da exposição a que está sujeito quem com ela trabalha. É
evidente que a aplicação desses princípios para proteção radiológica em qualquer caso específico, só pode ser
realizada, após um exame completo das condições de trabalho, envolvendo a técnica, os meios e todos os
demais aspectos.
Para evitar a contaminação interna e externa podem ser adotadas as seguintes medidas:
- Uso de máscara para evitar a inalação de gases radioativos, luvas e roupas especiais, pois alguns
produtos podem ser absorvidos pela pele.
- Reduzir ao mínimo o tempo de permanência próxima à fonte.
- Usar blindagens adequadas para atenuar a radiação.
- Sinalizar e isolar as fontes.
No caso da radiação, no entanto, a neutralização com o uso de EPIs é muito difícil. Deve ser lembrado
que o empregado que receber dose de radiação acima do limite não poderá continuar naquela atividade, mas
deverá ser afastado, conforme as normas de proteção do CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Desta maneira, o trabalhador exposto à radiação acima do limite não poderá receber adicional de
insalubridade para continuar trabalhando na mesma situação, pois estará colocando sua vida em risco.
NR-15 – Anexo 6 – Este anexo estabelece as normas de trabalho sob pressão hiperbárica, ou seja,
trabalhos em ar comprimido e trabalhos submersos. São estabelecidas várias regras para os trabalhos sob
pressão e seu descumprimento será considerado risco grave e iminente para fins e efeitos previstos na NR-3
da Portaria n. 3.214. Deve-se salientar que, não obstante a empresa cumpra todos os itens constantes da
norma, a insalubridade será devida em grau máximo, portanto, inerente à atividade, não ocorrendo
neutralização ou eliminação. Aliás, o trabalho sob pressão hiperbárica deveria ser tratado em normas relativas
à Segurança do Trabalho, pois não se trata de agente de Higiene do Trabalho. O não-cumprimento das normas
31
estabelecidas expõe o empregado a risco de vida; para ele, segundo o autor, o devido adicional seria o de
periculosidade.
5.13 – VIBRAÇÕES
NR-15 – Anexo 8 – O anexo 8 teve nova redação dada pela Portaria n. 12/83, que passou a avaliação
das vibrações para o método quantitativo; anteriormente, o item 1 estabelecia que a caracterização da
insalubridade seria feita através de inspeção realizada no local de trabalho. Com a nova redação. O TEM
passou a exigir perícia, sendo os limites de tolerância para exposição a vibrações aqueles estabelecidos pela
ISSO 2631 e ISSO/DIS 5349.
A norma ISSO 2631 estabelece a metodologia e os limites de tolerância para as vibrações de corpo
inteiro, que ocorrem, por exemplo, em operações com tratares, enquanto a ISSO 5349 estabelece a
metodologia e limites de tolerância para vibrações transmitidas às mãos e braços, como ocorre, por exemplo,
em operações com esmerilhadoras manuais.
O anexo 8 estabelece que a insalubridade será caracterizada quando o trabalhador se expuser a
vibrações sem proteção adequada. Todavia, o tipo de proteção adequada não é nem sugerida pela norma. A
eliminação da insalubridade por exposição a vibrações pode ser conseguida com medidas aplicadas ao
ambiente, como por exemplo, o uso de materiais antivibratórios em máquinas e equipamentos. Quanto à
neutralização com o uso de EPIs, não temos conhecimento de nenhum equipamento adequado e eficiente para
tal fim, comercializado no Brasil. Portanto, a insalubridade, neste caso, poderá apenas ser eliminada.
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SAAD, Eduardo Gabriel, comp. Legislação de acidentes, segurança, higiene e medicina do trabalho –
Fundacentro – 1978.
Aspectos Práticos da Higiene Industrial e Avaliação dos Riscos Ocupacionais – SENAI – DR – MG – 1992.
SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO – Manuais de Legislação Atlas – 46ª Edição, São Paulo –
Editora Atlas S.A. – 2000.
Origem - Da BS 5750, de 1979, originou-se em 1987 a ISO 9000, que define a Gestão da Qualidade. A BS
7750, de 1992, foi a base da ISO 14000, datada de 1995, que disciplina a Gestão Ambiental. Da BS 8800 de
1996, possivelmente, originar-se-á a ISO 18000, que terá por objetivo a prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais, como parte integrante da cultura organizacional das empresas. Essa última fornece um
excelente guia de como implantar e manter adequada a Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho.
A BS 5750 levou 18 anos para transformar-se na ISO 9000; a BS 7750 apenas quatro anos para levar à
ISO 14000; quanto tempo demorará a BS 8800 para chegar à ISO 18000? Mesmo que ela venha ou não a ser
incorporada à ISO 14000 ou a transformar-se em uma nova ISO, constitui-se inegavelmente num modelo de
boa prática da SST. Através dela as organizações passarão a integrar os controles de qualidade, ambiental e da
Segurança e Saúde Ocupacional em sua gestão administrativa, projetando-os nas mais altas esferas de decisão.
Atender ao presente e gerar respostas setoriais e estanques passou a não ser suficiente; olhar para o futuro,
horizontalizar a análise e planejar corporativamente é o caminho natural. Finalmente é importante ressaltar a
grande responsabilidade do pessoal que integra a comunidade de Segurança na alteração do atual processo
pelo qual as empresas administram as ações de Saúde e Segurança no Trabalho. Precisamos insistir na
implantação de medidas profissionais preventivas e auxiliar as empresas a alcançar esse objetivo, implantando
na comunidade industrial a cultura de Segurança, finalidade maior da nossa atividade prevencionista.
A Série ISO 9000 - O sistema ISO 9000 contém um conjunto de normas referentes à administração da
qualidade numeradas de 9000 a 9004:
- ISO 9000 – Diretrizes para a gestão da qualidade. Conjunto de normas de 9000 a 9004:
ISO 9001 – Modelo para garantia da qualidade em projetos, desenvolvimento,
produção, instalação e assistência técnica. Utilizada pelas empresas que necessitam
garantir todos os aspectos do ciclo de produção desde o projeto do produto até a
assistência técnica. É uma norma mais abrangente.
ISO 9002 – Modelo para garantia da qualidade em produção e instalação.
Utilizada quando o projeto já existe e deve-se garantir os aspectos dos processos de
produção.
ISO 9003 – Modelo para garantia de qualidade em inspeção e ensaios finais.
Utiliza-se quando se procura a capacitação em realizar inspeção e ensaios de materiais
ou de produtos.
ISO 9004 – Gestão de qualidade e elementos do sistema de qualidade.
A Série ISO 14000 – A série ISO 14000 está relacionada com o Gerenciamento Ambiental nas empresas.
Esta norma abrange os seguintes aspectos:
- Respeito ao meio ambiente em relação a fornecedores, matérias-primas e insumos;
- Utilização dos produtos, até e após o uso;
- Nos processos, se leva em conta os subprodutos, resíduos, produtos fora de especificação e
emissões líquidas, atmosféricas e de energia.
O gerenciamento ambiental nas empresas deverá se realizar em três estágios: solução de problemas,
atendimento à legislação ambiental e gerenciamento de todos os riscos ambientais.