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QUADRO CLÍNICO
Paciente de 71 anos de idade, sexo feminino, antecedente de HAS e DM com TEP prévio, faz
uso de enalapril 20 mg a cada 12 horas, hidroclorotiazida 25 mg VO cedo, glimeperida 2
mg/dia, AAS 100 mg/dia e coumadin 3 mg VO. Na noite anterior, apresentou episódio de
cefaleia com vômitos; após acordar, evoluiu com sonolência e dificuldade em manter-se em
pé. Ao chegar, apresentava-se com Glagow 14 (AO: 4, RM: 6, RV: 4).
Exame Físico
COMENTÁRIOS
Este é um caso em que a paciente diabética chega ao serviço com quadro de sonolência,
apesar de apresentar, ao exame físico, achado localizatório de lesão que é a hemiparesia
direita. Ainda assim, o diagnóstico de hipoglicemia não pode ser descartado, sendo descritos
déficits neurológicos focais em até 16% dos pacientes com hipoglicemia em algumas séries.
Portanto, a conduta inicial é realizar dosagem de glicemia capilar, que, nesta paciente, era
115 mg/dL.
Considerando o uso de coumadin pela paciente, a presença de cefaleia associada com vômitos
no início do quadro e os níveis pressóricos elevados aumentam o risco de hemorragia cerebral
como causa das alterações neste paciente. De qualquer forma, a presença de déficit
neurológico cerebral impõe a possibilidade diagnóstica de acidente vascular cerebral, mas a
apresentação clínica não permite diferenciar entre quadro isquêmico (AVCI) e hemorrágico
(AVCH); para tal, é necessário realizar exame de imagem do SNC.
Considerando-se a presença deste achado de imagem, o diagnóstico que pode ser feito é de
hemorragia intraparenquimatosa cerebral provavelmente associada ao uso de cumarínico. O
quadro clínico é o mesmo dos quadros isquêmicos, a depender da topografia da lesão. A
diferença que pode ocorrer consiste em sintomas resultantes da hipertensão intracraniana,
que está ausente nas fases iniciais do AVCI. Esses sintomas incluem cefaleia intensa, náuseas,
vômitos, intenso rebaixamento do nível de consciência e crises epilépticas. No caso,
antecedendo a instalação da lesão neurológica, a nossa paciente apresentou cefaleia e
vômitos, que são indicativos da possibilidade da hemorragia cerebral. Além disso, em geral os
níveis de pressão arterial verificados na fase aguda do AVCH são superiores àqueles do AVCI.
Contudo, esses sinais e sintomas não são patognomônicos e não permitem o diagnóstico
diferencial exclusivamente pelo quadro clínico.
HAS;
Lobos cerebrais;
Gânglios da base;
Tálamo;
Cerebelo.
Pacientes inicialmente alertas podem, em até 25% dos casos, apresentar deterioração do nível
de consciência durante a evolução, que ocorre sobretudo por expansão do hematoma.
Grandes hematomas;
Sangue no ventrículo.
Em pacientes com escore de Glasgow menor que 9 e hematoma maior que 60 mL, a
mortalidade é maior que 90%.
Entre os exames que devem ser realizados incluem-se função renal, eletrólitos, hemograma,
coagulograma e glicemia, além de eletrocardiograma, que deve ser realizados em todos os
pacientes.
TRATAMENTO
Enquanto no AVCI os níveis pressóricos elevados observados na fase aguda são reacionais e
retornam a valores normais sem qualquer tratamento, no HIP os níveis pressóricos elevados
são indesejáveis, pois são, na maioria das vezes, o fator causal do sangramento e sua
manutenção está implicada em progressão da extensão da lesão. Os consensos internacionais
recomendam que os níveis pressóricos sejam mantidos abaixo de 180 x 105 mmHg, e esta é
também a recomendação do ACLS. Em pacientes com pressão intracraniana muito elevada, a
redução da pressão arterial deve ser muito cuidadosa, pois pode reduzir drasticamente a
pressão de perfusão cerebral. Em pacientes submetidos à monitoração da pressão
intracraniana, deve-se manter a pressão de perfusão cerebral acima de 70 mmHg.
A droga mais utilizada nesta situação é o nitroprussiato de sódio, devido a sua rápida ação.
Deve ser realizada em pacientes com hematomas próximos ao córtex cerebral, naqueles com
inundação ventricular ou com sangramento subaracnoide. Caso o paciente não apresente
crises, pode-se suspender a droga antiepiléptica entre 1 e 3 meses após o AVC.
Conduta Cirúrgica
A drenagem cirúrgica do HIP pode parecer inicialmente uma alternativa racional para o alívio
da pressão intracraniana, mas ainda não há evidências claras de quais são os pacientes que
efetivamente se beneficiam desta terapia. De forma geral, tem-se indicado drenagem cirúrgica
em pacientes com hematomas superiores a 3 cm de diâmetro, sobretudo se apresentarem
deterioração neurológica ou compressão de tronco cerebral. Hematomas lobares, quando há
deterioração neurológica, sobretudo em pacientes jovens, também têm sido uma indicação.
Por fim, a conduta cirúrgica está indicada em pacientes com lesões estruturais (malformações
arteriovenosas, tumores etc.), situação em que a indicação recai sobre a correção da causa do
sangramento e no alívio da pressão intracraniana.
Reversão da Anticoagulação
Profilaxia de TVP pode ser reiniciada após 48 horas depois de intervenção ou aparecimento
do hematoma; o uso de warfarínicos só pode ser iniciado após 7 dias, mas deve-se considerar
que, para prevenção primária de AVC após episódio de hemorragia cerebral, não se justifica
reiniciar a medicação em qualquer momento; mesmo a profilaxia secundária deve ser
cuidadosamente avaliada;
PRESCRIÇÃO
Prescrição
Comentário
Jejum VO
A paciente apresenta alto risco de expansão de hematoma; portanto, deve ser inicialmente
mantida em jejum e repetir a tomografia seriadamente ou se ocorrer piora de sintomas, pois
pode ser necessária intervenção cirúrgica de emergência com evacuação do hematoma.
1 U/kg aumenta cerca de 0,8% o INR; como regra geral, é desejável o seguinte aumento:
Nitroprussiato de sódio 50 mg em 250 mL de solução glicosada 5%; dose titulada para manter
PA um pouco menor que 180/105 mmHg
Caso ocorra expansão do hematoma, pode ser considerado o uso de manitol; outras medidas
indicadas incluem:
150 a 200: 2 U;
201 a 250: 4 U;
251 a 300: 6 U;
301 a 350: 8 U;
= 351: 10 U.
O risco de convulsões nestes pacientes varia entre 4,2 a 29%. Em caso de hemorragia em
região lobar cerebral, alguns autores recomendam o uso de profilaxia com anticonvulsivantes,
conduta ainda não testada apropriadamente em estudos clínicos. Deve-se acrescentar que não
é recomendado o uso de corticoides nestes pacientes.
MEDICAÇÕES
Fenitoína
Modo de Ação
Estabiliza as membranas neuronais diminuindo a atividade epiléptica.
Indicações
Tratamento anticonvulsivante.
Efeitos Adversos
Droga associada a grande número de efeitos colaterais, entre eles tonturas, cefaleia, insônia,
ataxia e tremores.
Apresentações Comerciais
Monitoração
Classe D.
Interações Medicamentosas
Fator IX
Modo de Ação
Indicações
Tratamento da hemofilia B.
Efeitos Adversos
Cefaleia, tonturas, mal-estar inespecífico podem ocorrer. Reações urticariformes são raras.
Apresentações
Prescrito em unidades.
Monitoração
Classificação na Gestação
Classe C.
Interações Medicamentosas
Manitol
Modo de Ação
Indicações
Insuficiência renal aguda causada por rabdomiólise, também utilizado para aumentar
diurese na fase oligúrica da insuficiência renal, embora sem evidências de benefício;
Efeitos Adversos
Apresentações Comerciais
Monitoração
Classe C.
Interações Medicamentosas
Dipirona ou Metamizol
Modo de Ação
Indicações
A dose habitual é de 500 a 1.000 mg a cada 6 horas. Alternativa para efeito analgésico mais
intenso: 2 g a cada 6 horas.
Efeitos Adversos
Monitoração
Interações Medicamentosas
Apresentação Comercial
Classificação não disponível, pois a droga é proscrita pela Food and Drug Administration (FDA)
nos Estados Unidos.
Insulina
Modo de Ação
Tabela 2: Comparação entre ação das insulinas e seus análogos por via SC
Preparações de insulina
Tipo de ação
Início da ação
Pico de ação
Duração de ação*
Aspart ou lispro
Ultrarrápida
5 a 15 min
1a2h
4a6h
Regular
Rápida ®
30 a 60 min
2a4h
6 a 10 h
NPH/lenta
Intermediária
1a2h
6a8h
10 a 20 h
Ultralenta
Prolongada
2a4h
Não previsível
16 a 20 h
Glargina
Prolongada
2a4h
Sem pico
24 h
O tempo e o curso da ação de qualquer insulina podem ter variação individual. Não há
modificação no perfil de ação de cada insulina rápida ou ultrarrápida quando utilizada
na forma de pré-mistura.
Indicação
Posologia
Indicada conforme glicemia capilar. Uma sugestão inicial é 2 U a cada 50 mg/dL acima de 150
mg/dL.
Efeitos Adversos
Apresentação
As insulinas são encontradas em frascos com 10 mL para uso em seringas, ou refis com 3 mL
para uso em canetas de aplicação de insulina. Cada mL da solução contém 100 U de insulina.
Após 28 dias em temperatura ambiente, apresentam perda parcial da sua ação. Devem ser
estocadas em geladeira quando não estiverem em uso.
Insulina NPH – Nomes comerciais: Insulina Biohulin NPH U-100®, Insulina Humulin N U-
100® 10 mL, Insulina Insulman N U-100®, Insulina Novolin Neutra U-100 (frascos).
Insulina lenta – pouco usada atualmente. Nomes comerciais: Insulina Biohulin Lenta U-
100®, Insulina Novolin Lenta U-100® (frascos).
Insulina ultralenta.
Insulina glargina – encontrada em frasco e refil. Não deve ser misturada na mesma seringa
com outros tipos de insulina. Nome comercial: Lantus® (frasco e refil).
3. Insulinas pré-misturadas
Usadas para pacientes com DM2. Não são recomendadas em pacientes com DM1, pois não se
pode variar independentemente a insulina basal e bolus.
Insulina 75/25: 75% de lispro protamina com 25% de insulina lispro. Nome comercial:
Humalog Mix® 75/25 (frasco e refil).
Insulina 70/30 – 70% de aspart protamina com 30% de aspart. Nome comercial: Novomix®
(refil).
Insulina 70/30 – 70% de insulina NPH com 30% de insulina R. Nomes comerciais: Bihulin®
70/30, Humulin® 70/30, Novolin® 70/30 (frasco e refil).
Insulina 75/25 – 75% de insulina NPH e 25% insulina R. Nome comercial: Insulman® 75/25
(frasco e refil).
Insulina 80/20 – 80% de insulina NPH e 20% insulina R. Nome comercial: Novolin® 80/20
(refil).
Insulina 85/15 – 85% de insulina NPH e 15% insulina R. Nome comercial: Insulman® 85/15
(frasco e refil).
Insulina 90/10 – 90% de insulina NPH e 10% insulina de R. Nome comercial: Novolin® 90/10
(refil).
Glicemia capilar diariamente antes e 2 horas após as refeições e quando necessário, conforme
plano de auto-monitoração prescrito pelo médico. Glicemia de jejum (quando o paciente não
realiza auto-monitoração) e hemoglobina glicada a cada 3 meses.
Classificação na Gestação
Interações Medicamentosas
Potente vasodilatador arterial de início de ação rápido e meia-vida curta, ideal para uso em
condições de risco iminente de morte.
Modo de Ação
Indicações
Posologia
Deve ser administrado por via endovenosa com bomba de infusão contínua numa taxa de 0,3
até 10 mcg/kg/min, titulados em intervalos de poucos minutos conforme atinjam-se os
objetivos clínicos ou sejam observadas reações adversas.
Efeitos Adversos
Apresentação Comercial
Monitoração
Os níveis pressóricos e os dados vitais devem ser monitorados, assim como deve-se atentar
para os possíveis sinais e sintomas de toxicidade.
Classificação na Gestação
Classe C.
Interações Medicamentosas
Bloqueadores ganglionares e anestésicos voláteis devem ser usados com cautela quando em
associação com nitroprussiato.
Versão Original