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CONTOS DE . SCHMID
Adaptacão de
J. PIMENTEL Pl TO
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lNDICE A Cruz de Madeira . . . . . . . 9
A Imagem Milagrosa . . . . . . 33
O Canário . . . . . . . . . . . . . . 101
O Pirilampo . . . . . . . . . . . . 131
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A CRUZ DE MADEIRA
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A senhora Dutilleul. descendente de uma nobre
e antiga família, tendo perdido o marido, vivia isolada
cm seu castelo, onde dividia o tempo entre as preces,
à meditação e o amparo aos infelizes das redondezas.
Era nas obras de caridade e de auxílio ao próximo que
empregava as suas riquezas, de sorte que, com o correr
do tempo, conquistou a estima e a admiração da vizi
nhança, que nela encontrava sempre o apoio de que
necessitava.
Sucedeu certa vez que a senhora Dutilleul, em
virtude de importantes negócios, que reclamavam a
sua presença. foi obrigada a deixar o castelo, permane
cendo durante alguns dias na cidade próxima. Na
véspera de seu regresso ao castelo, resolveu aproveitar
o belíssimo dia de primavera que então se iniciava, para
dar um passeio pela cidade.
Era um domingo, e como o sol e o céu azul vol
tassem depois de longos e tristonhos dias de chuva,
por tôda a parte se viam camponeses alegres, nos seus
pitorescos trajes· multicores. Chegava a senhora Du
tilleul quase ao fim da rua por onde se saía da cidade,
quando lhe ocorreu visitar a principal igreja da cidade,
a qual não ficava muito distante dali. Imaginou que
não poderia encontrar melhor oportunidade para seme
lhante visita, uma vez que, num dia daqueles, certa
mente o povo estaria pelas ruas ou no campo, de modo
que nem ela iria perturbar a ninguém, nem a ela a pre
sença de muita gente impediria de tranqüilamente
observar as maravilhas arquitetônicas do templo.
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12 C O N E G U S C H M I D
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H CONEOO SCHMID
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CONTOS DE SCH MI D 21
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23 CONEGO SCHMID
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A IMAGEM MILAGROSA
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Existiu há muitos e muitos anos uma pobre mu:
lher que vivia numa cabana às margens do Danúbio.
Perdera, fazia pouco tempo, o marido, jovem pescador,
ficando sàmente com o filho, um bonito menino de cin
co anos de idade, chamado Augusto.
Teodora - êsse era o seu nome - criava o filho
em devoção, ensinando-lhe as melhores virtudes. Sua
principal preocupação consistia em que o rapazinho
pudesse mais tarde seguir a profissão do pai, cujos apa
relhos e instrumentos de pesca eram cuidadosamenre
guardados. Guardados, sim, apesar de que o barco, que
ficava virado perto da cabana, fôsse constante motivo
para que a pobre Teodora estivesse constantemente
recordando a imagem do espôso, tão cedo desaparecido.
Teodora, à parte os afazeres domésticos, precisava
ganhar a vida, e assim era que empregava todo o tem
po possível fabricand0 rêdes de pesca, que ela fazia
com perfeição. Quanto a Augusto, embora ainda tão
pequeno, procurava fazer tôdas as vontades da mãe,
para compensá-la dos esforços a que se via obrigada pa
ra sustentar a família, pois o certo era que a infeliz se
nhora não poucas vêzes permanecia até meia-noite, à
luz da lamparina, incansàvelmente trabalhando.
Certa vez, pouco tempo após a morte do marido,
um irmão dêste veio visitar Teodora, trazendo-lhe uma
bela e brilhante carpa. Ela, lembrando-se do finado.
pôs-se a chorar, pois não acreditava que ainda pudess,
ver em casa tão belo peixe.
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38 CONEGO SCBMID
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'2 CONEGO SCHMID
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54 CONEGO SCRMID
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A POMBINHA BRANCA
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Vivia em um antigo castelo situado entre monta
nhas e chamado Falkenburgo, o bravo e generoso cava
leiro Teobaldo. Os fracos e oprimidos, por longe que
estivessem, podiam sempre contar com a sua proteção,
pois a maior satisfação do cavaleiro consistia em fazer
feliz aquela pobre gente. Por seu lado, D. Otília, espôsa
de Teobaldo, era a benfeitora dos pobres, e andava pe
las suas cabanas, visitando os doentes, distribuindo
remédios e auxílios.
O casal tinha uma filha, Inês, graciosa mocinha
de seus dezoito anos, a qual, tendo saído aos pais, jul
gava-se muito feliz quando podia prestar algum serviço
a alguém.
As três excelentes criaturas eram verdadeiramen
te veneradas por quantos as conheciam, e não era de
espantar que gozassem da mais completa felicidade, pois
Deus ouvia as preces que todos os protegidos de Teo
baldo faziam pela paz e tranqüilidade do cavaleiro e
sua família.
Em certo dia 'de verão, D. Otília e Inês Ja�am de
pois do almôço para um passeio pelo jardim e a horta
do castelo, e ora observavam os rubros botões de rosa
prestes a desabrochar, ora as deliciosas cerejas de côres
tão vivas. Sentaram-se as duas sob uma árvore que ha
via no meio do jardim e puseram-se a contemplar as
gôtas dágua do repuxo, que caíam brilhantemente ilu
minadas pelo sol. Assim ficariam mais tempo, se um
súbito barulho, perto do caramanchão, não viesse que-
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80 CONEGO SCHMlD
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82 CONEGO SCHMID
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84 C0NEGO SCHMTD
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Conrado Ehrlieb, môço robusto e cheio de vida,
depois de terminar com êxito o aprendizado de funilei
ro, viajara três anos, para aperfeiçoar-se em seu ofício.
Simples, mas decentemente trajado, caminhava
pela estrada, trazendo às costas uma pesada malinha e
nas mãos um grosso bordão. Assim viajara horas e ho
ras, até que se embrenhou numa espêssa floresta. Inu
tilmente tentou atravessá-la. Por muito tempo errou
por entre as árvores, sem encontrar o menor vestígio
de estrada ou atalho. E o sol já se ia escondendo por
detrás das montanhas vizinhas, quando avistou a tôrre
de uma pequena capela, meio oculta pelos ramos de
um grupo de pinheiros.
Encaminhou-se para aquêle lado, atingindo um
pequeno atalho, que o levou à porta da igrejinha edi
ficada numa pequena elevação do terreno. Foi então
que se lembrou das palavras, que seu pai sempre repe
tia: "Se depender de ti, meu filho, nunca passes por
uma igreja aberta sem entrar e fazer as tuas orações''.
Assim foi que Conrado penetrou na capelinha,
cuja porta se achava aberta. E ao deparar com as som
brias abóbadas, com as paredes enegrecidas pelo tem
po, sentiu-se súbito voltar a anos, a séculos atrás.
Reinava o mai,; absoluto silêncio no interior do
pequenino templo. Conrado dirigiu-se ao altar-mor, e
ali fêz a Deus uma ardente súplica. Ia retirar-se, para o
que pretendia recolher a malinha e o bordão, que lhe
haviam ficado ao lado, quando, ao levantar os olhos,
notou na semi-obscuridade uma linda pintura. Che-
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90 CONEGO SCHMIC.
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82 CONEGO SCHMID
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O CANÁRIO
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I
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106 C ô N E G O S C H M I Il
III
Felizmente a senhora d'Erlau atingira a margem
oposta e estava finalmente mais sossegada. Mas não
podia permanecer ali, principalmente porque o teatro
de guerra se aproximava cada vez mais. Com as indi
cações de Ricardo, dirigiu-se para a Suíça. Os seus par
cos recursos iam-se esgotando muito depressa. Fize
ram-lhe ver que a vida era muito cara naquelas regiões,
aconselhando-a a ir para a Suábia. Depois de andar de
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l12 C ,'.) N E C O S e H M T D
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Era uma vez uma pobre mulher, chamada Maria,
que depois de um longo dia de trabalho, achava-se
sentada junto à janela de sua casa, contemplando o
pomar que se estendia diante de seus olhos. Fôra um
dia muito quente de verão, de modo que, tendo-se de
dicado desde cedo ao trabalho, estava mais cansada que
de costume.
O sol começava a declinar no horizonte, e a pobre
criatura pensava, muito triste, em seu destino; o pe
queno Fernando, seu filho de seis anos de idade, estava
encostado à mãe, fazendo-lhe companhia.
Depois de algum tempo, durante o qual nenhum
dos dois falou, a pobre senhora levantou-se para dar
ao filho uma xícara de leite. O menino começou a
beber e sua mãe, que também se sentara à mesa, debru
çou a cabeça sôbre os braços cruzados e pôs-se a cho
rar. Até então Fernando estivera apenas quieto e tris
te; mas, ouvindo os soluços da mãe, deixou de lado o
leite, e começou a chorar também.
Qual a causa de tão grande tristeza?
É que Maria ficará viúva havia pouco tempo.
João, seu marido, morrera na primavera anterior. Era
um môço muito estimado na vila; graças à sua persis
tência no trabalho, conseguira reunir algumas econo
mias, que serviram como parte de pagamento na com
pra, da choupana em que agora se encontravam Maria
t: o pequeno Fernando.
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