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MONTGOMERY
A C E STA DE N ATA L DA
TRA D U ÇÃO
D E K A R IN E
R IB EIRO 1
DAS
BY E D ITO R A WIS H
Tradução:
Karine Ribeiro
Preparação:
João Rodrigues
Revisão:
Karine Ribeiro e Bárbara Parente
Capa e projeto gráfico:
Marina Avila
Ilustração de capa:
Fernanda Fernandez
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UMA RELÍQUIA DE
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Especial
de Natal
Sinopse de A Cesta de Natal
da Tia Cyrilla
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Sinopse de O fim da rixa da
família Young
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Em 2023, o
ano é delas!
100% das autoras da
Sociedade das Relíquias
Literárias serão
mulheres! Conheça
talentos esquecidos
pelo tempo e revisite as
escritoras clássicas neste
próximo ano!
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A cesta de
Natal da tia
Cyrilla
L. M. Montgomery, 1903
FI M DO CO NTO #1
44
O fim da rixa
da família
Young
L. M. Montgomery, 1907
U
ma semana antes do
Natal, a tia Jean escre-
ve u u ma ca r t a pa ra
Elizabeth, convidando ela, Alberta
e eu para irmos jantar no Natal em
Monkshead. Aceitamos com alegria.
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A tia Jean e o tio Norman eram pes-
soas maravilhosas, e sabíamos que ía-
mos nos divertir na casa deles. Além
disso, queríamos ver Monkshead,
onde nosso pai vivera na juventude, e
a velha propriedade onde ele nascera
e crescera e onde o tio William ainda
morava. Nosso pai nunca falava
muito a respeito de lá, mas sabíamos
que amava a propriedade, e sempre
tivemos um grande desejo de ter pelo
menos um vislumbre do que Alberta
gostava de chamar de “corredores dos
nossos ancestrais”.
Como Monkshead ficava a quase
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cem quilômetros de distância, e o tio
William lá morava, como eu já disse,
uma questão pertinente pode ser a
que nos impedia de visitar a ela e a
propriedade, como por vezes dese-
jávamos. Ao que nós respondíamos
prontamente: a rixa familiar.
Nosso pai e o tio William mal se
falavam, ou, para ser mais precisa,
nem sequer se falavam, e tinham
estado assim desde que nos lem-
brávamos. Depois da morte do vovô
Young, houve uma disputa terrível
pela propriedade. Nosso pai sempre
disse que tinha tanta culpa quanto o
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tio William, mas a tia-avó Emily nos
disse que o tio William tinha sido de
longe o mais culpado, e que ele havia
se comportado de forma vergonhosa
com nosso pai. Além disso, ela disse
que nosso pai tinha ido até ele quando
os ânimos se apaziguaram, se descul-
para pelo que dissera e perguntara ao
tio William se queria a amizade de
volta; e que William simplesmente
dera as costas e entrara na casa sem
dizer uma única palavra, mas, como
a tia-avó Emily disse, com o mau hu-
mor dos Young aparecendo por toda
dobra e curvatura de sua postura. A
tia-avó Emily é nossa tia por parte
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de mãe, e não gosta de nenhum dos
Young, exceto do nosso pai e do tio
Norman.
É por isso que nós nunca visitamos
Monkshead. Nunca v imos o tio
William, e sempre pensamos nele
como um tipo de ogro; isso quando
pensávamos nele. Quando crianças,
nossa velha babá, Margaret Hannah,
costumava nos assustar para fazer
com que nos comportássemos ao di-
zer, sinistramente:
— Se vocês não se comportarem,
o tio William vai vir pegá-las.
O que ele faria conosco quando
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nos “pegasse” nunca foi especificado,
provavelmente pensando que o des-
conhecido era sempre mais terrível
do que o conhecido. Minha opinião
naqueles dias era a de que ele nos fer-
veria em óleo e tiraria nossos ossos.
Queridas meninas,
Sinto muito em decepcioná-las,
mas não tenho como controlar isso.
Chegaram notícias de Streatham di-
zendo que minha irmã sofreu um
grave acidente e está numa situação
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muito crítica. Seu tio e eu devemos ir
a Streatham imediatamente, e esta-
mos partindo no expresso das oito ho-
ras. Sei que vocês embarcaram antes
disso, então não adianta telegrafar.
Queremos que vocês vão direto para
a casa e fiquem à vontade. Vocês en-
contrarão a chave sob a porta da co-
zinha e o jantar na despensa, pronto
para ser feito. Há duas tortas de carne
na terceira prateleira, e o pudim de
ameixa só precisa ser aquecido. Vocês
encontrarão presentes de Natal para
cada uma na mesa da sala de jantar.
Espero que fiquem o mais felizes que
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puderem, e vamos convidá-las de
novo assim que voltarmos.
FI M DO CO NTO #2
77
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A Cesta de Natal da tia
Cyrilla
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E X TR A: BIOGR AFIA
L. M. Montgomery
A história de Anne Shirley, uma jo-
vem menina ruiva de 11 anos que foi
enviada por engano por um orfanato
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para a casa dos irmãos Cuthbert mar-
cou gerações de leitores e continua
sendo apresentada para novos pú-
blicos por meio de adaptações. Mas a
obra e o legado de L.M. Montgomery
não se resumem à querida Anne.
"Embora Lucy Maud Montgomery
seja unanimidade quando o assunto é
literatura canadense, e uma referên-
cia para escritoras aclamadas como
Alice Munro e Margaret Atwood,
durante anos ela permaneceu em
um injusto esquecimento", afirma
Mellory Ferraz no prefácio de O Lado
Mais Sombrio, coletânea de contos de
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Montgomery publicada pela Editora
Wish.
Nascida em 1874 em P r ince
Edward Island, no Canadá, L. M.
Montgomery se tornou o retrato do
sucesso em uma época em que mui-
tas autoras não conseguiam viver
da escrita. Além disso, Montgomery
foi uma autora muito presente no
mercado editorial por meio de uma
carreira prolífica, tendo escrito diver-
sos gêneros literários, como diários,
ensaios, romances e centenas de poe-
mas e contos.
Infelizmente, como diversos
81
outros escritores, Montgomery per-
deu a mãe muito cedo e seu pai dei-
xou sua tutela nas mãos dos avós.
Tendo passado muito tempo sozinha,
a pequena Maud, como era chamada
pela família, mergulhou na escrita
muito cedo. Ela se tornou professora
e conciliou o tempo entre a escrita e
a docência.
À medida que foi crescendo, L.M.
Montgomery começou a entender as
demandas do público leitor da época
e passou a escrever aquilo que acre-
ditava que seria bem recebido. Isso
permitiu que ela deixasse a carreira
82
como professora e se dedicasse à es-
crita em tempo integral. Entretanto,
ela precisava atender à demanda por
um grande volume de publicações
para conseguir manter o sucesso po-
pular e financeiro.
S e g u n d o Hol ly E . P i k e e m
L. M. Montgomer y and Literar y
Professionalism. In: 100 Years of
Anne with an “e”: The Centennial
Study of Anne of Green Gables, "para
dar conta de escrever o enorme vo-
lume de textos encomendados pelos
editores, Montgomery chegou até
mesmo a reutilizar suas histórias,
83
reintroduzindo-as em contextos di-
ferentes, e a escrever para cerca de 70
periódicos e jornais; em 1906, publi-
cou 44 histórias em 27 revistas".
86
Profissionais
que trabalharam
neste conto
Karine Ribeiro
TR A DUÇÃO
87
João Rodrigues
PRE PA R AÇÃO
Bacharel em Tradução
e especialista em
Produção e Revisão
Textual.
@jojsrodrigues
Bárbara
Parente
RE V ISÃO
Escritora e revisora
de textos licenciada
em Letras pela
Universidade do Estado
do Rio de Janeiro
@_barbara_parente
88
Fernanda
Fernandez
ILUSTR AÇÃO
Ilustradora freelancer
carioca. Crio
personagens mágicos em
um mix sutil de fantasia
e realismo de forma
digital. @mftfernandez
Marina Avila
PROJE TO G R Á FICO
Produtora editorial e
fundadora da Wish. Mãe
de gatos e de livros.
@casatipografica
e @marinalivros
Valquíria Vlad
COMUNICAÇÃO E
COMUNIDA DE
Escritora, pesquisadora
e publicitária formada
pela Universidade
Federal do Ceará (UFC).
@valquiriavlad
Laura Brand
ME DIAÇÃO E
PA R ATE X TOS
Editora, coordenadora
editorial, jornalista e
criadora de conteúdo.
Formada pela PUC-MG
e Columbia Journalism
School. @nostalgiacinza
90
Muito obrigada
por apoiar este
financiamento
coletivo!
Neste mês foi possível viabilizar a curadoria,
tradução, revisão e ilustração dos contos
Aunt Cyrilla's Christmas Basket e The End
Of The Young Family Feud! A cada mês de
assinatura, a Wish continuará resgatando
os tesouros do passado em novas edições
para os caçadores das Relíquias Literárias.
91
N O P R ÓX I M O M Ê S
Uma história
mágica para quem
adora gatinhos
Uma história de Edith Nesbit
para iniciar o nosso 2023
feminino!
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