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Como em toda a educação, aqui é também imenso o papel dos pais, tanto como
diretamente como indiretamente. Na formação da consciência as crianças pequenas se guiam
totalmente pelo que dizem e fazem os pais. Para elas constituem eles toda a autoridade do bem
e do mal: vale o que dizem os pais. Vê-se então que estes devem ter muito boa consciência e
muito cuidado em suas palavras e atos, a fim de não formar erradamente os filhos.
Até cinco ou seis anos, medem as crianças o bem ou mal pelo agrado ou desagrado
causado aos pais. Importa, então, agir com muitodiscernimento, agradando-se do bem moral e
de desagradando do mal moral, muito mais que de qualquer falta outra que cometas as
crianças.
Evite-se dar demasiada importância a certos defeitos puramente naturais: é mais grave
mentir que quebrar um prato; muito mais grave vingar-se do que rasgar a roupa no jogo. E os
pais devem ser razoáveis no trato dessas faltas, porque pelas suas atitudes é que as crianças
julgam da gravidade delas.
Prestem os pais atenção a certos atos, praticados com intenção deliberadamente má. É
interessante notar que as crianças alegam, às vezes, a má intenção como desculpa. “Quebrei o
carrinho dele porque ele me bateu”. O que eles alegam como excusante é, pelo contrário,
agravante.
Se a criança é ainda muito pequena, não vamos falar propriamente em pecado, mas é
imprescindível mostrar-lhe que fez o mal, e habituá-la a pedir perdão a Deus, relacionando
logo o mal com a ofensa a Deus, que é também quem pode perdoar. Os pais perdoam em lugar
de Deus...
As crianças transferem com muita naturalidade o modo de agir dos pais com relação às
suas faltas para a atuação do confessor. É bom, então, que saibam que Deus acolhe com
misericórdia o pecador, mas exige que se arrependa e se emende.
Muito contribui para a atitude das crianças em face da Confissão a que elas virem ser a
dos próprios pais. Se estes se confessam a miúde e falam da Confissão com felicidade, claro
que ensinam aos filhos o caminho do confessionário. Os outros, infelizmente, não!
É uma das conseqüências do senso de Deus. O homem perdeu o senso do pecado porque
perdeu primeiro o senso de Deus. Se para nós Deus é (e será sempre) o Senhor, Senhor de
tudo, Senhor absoluto, então a sua Lei é a suprema regra da vida, e importa obedecer-lhe acima
de todas as coisas, sejam quais forem as conseqüências humanas.
E se Deus é para nós o Pai, que nos ama como a melhor das mães ama a seu filho, Pai
previdente que faz por nós as maravilhas de sua onipotência e nos dá as mais estupendas
provas de seu amor, é preciso amá-Lo de “todo o coração, de toda a alma, com todas as
forças”. (Cf. Lc. 10,27).
É este o primeiro aspecto do pecado que devemos apresentar: - ele é uma ofensa a Deus,
paga de ingratidão a quem nos ama com amor infinito, é uma recusa de amor de Deus, um
“não!” ao Pai do Céu.
Dando à criança esta atitude em face do pecado, é mais fácil dar-lhe o sendo de
reparação:
Nada se pode imaginar de pior ... para o homem. Mas o pecado é, antes de tudo, a
ofensa a Deus, e só depois podemos considerar o mal que ele nos faz. Primeiro, Deus
ofendido; depois, o homem arruinado. É o mesmo ato que produz os dois efeitos; mas
consideraremos primeiro o que é mais grave. Este aspecto deve ser mais salientado do que até
agora tem sido. Isto não significa que menosprezemos os efeitos do pecado para nós. Não; até
porque nada há de mais funesto para o homem, sendo mesmo a única verdadeira desgraça
(desgraça) que nos pode acontecer. Aliás, o senso do bem espiritual ajuda-nos a avaliar o mal
do pecado. Quem sabe:
- apreciar a beleza da graça santificante;
- prezar o inefável dom da habilitação de Deus em nós;
- estimar devidamente a felicidade de poder gozar da amizade divina.
Esse saberá também avaliar o que seja o pecado:
- rompimento com Deus;
- destruição da vida divina em nós;
- sujeição ao demônio.
Por isso um dos meios eficazes de infundir horror ao pecado é dar o amor ao estado de
graça, a prática habitual da virtude, o gosto da consciência tranqüila. O hábito da vida
consciente em graça dará o senso do pecado, com o hábito da limpeza da à criança e
repugnância à sujeira.
CRIANÇAS E O SILÊNCIO
O "silêncio". Indico quase sempre o "silêncio" e dou-lhe uma importância que alguns
catequistas reputarão exagerada. Mas não é.