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A exploração trabalhista na sociedade moderna

PROPOSTA DE REDAÇÃO 

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre
o tema “A exploração trabalhista na sociedade moderna”, apresentando proposta de intervenção que
respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e
fatos para defesa de seu ponto de vista.  

TEXTO I 
Jornada maior que 24 horas e um salário menor que o mínimo, a vida dos ciclistas de aplicativo em SP 

Estudo inédito traça o per l dos entregadores e constata que a presença de menores de 18 anos é comum
no ramo

“Saio de casa no Capão Redondo [ na zona sul de São Paulo] umas 9h, e só volto lá pela meia noite”, conta
Gabriel Fagundes Guimarães, 23, enquanto tenta ajustar o freio dianteiro quebrado de sua bicicleta. As 15
horas trabalhadas diariamente parecem pouco quando chega o nal de semana. “De sábado pra domingo
já cansei de emendar direto [fazer mais de 24 horas seguidas de entregas]. Aí nem durmo. Tem uns que
dormem na praça, mas pre ro car ligado”. É hora do almoço, um dos horários de rush para os entregadores
de aplicativo como Guimarães —o outro é o do jantar—, e o app toca interrompendo a conversa com a
reportagem. Ele se despede e sai pedalando rumo a um restaurante no bairro de Pinheiros, zona oeste de
São Paulo. Sem o freio dianteiro, perdido quando ele bateu na traseira de um carro.

Trabalhar de segunda a domingo sem contrato, em jornadas que podem chegar a mais de 24 horas
seguidas, se arriscando entre carros e ônibus, sem garantias ou proteções legais e muitas vezes por menos
de um salário mínimo. E mais: em um emprego realizado até por menores de 18 anos. Este cenário —que
deixaria de cabelo em pé qualquer scal do Trabalho— é o cotidiano de milhares de jovens como
Guimarães, que trabalham de bicicleta como entregadores de aplicativos. Com a mochila térmica nas costas
eles cruzam a cidade vindos, em sua maioria, das periferias da capital rumo aos principais centros comerciais
da cidade. Uma pesquisa da  Associação Aliança Bike, criada em 2003 com o objetivo de fortalecer a
economia que gira em torno da bicicleta, traçou o per l destes trabalhadores com base em centenas de
entrevistas: 99% são do sexo masculino, 71% se declararam negros, mais de 50% tem entre 18 e 22 anos
de idade, 57% trabalham todos os dias da semana, e 75% cam conectados ao aplicativo por até 12 horas
seguidas —sendo que 30% trabalham ainda mais tempo. Tudo isso por um ganho médio mensal de 992
reais (seis reais a menos do que o salário mínimo, xado em 998 reais). O menor valor mensal recebido
encontrado no levantamento foi 375 reais, para entregadores que trabalham três horas diárias, e o maior foi
1.460 reais, para 14 horas trabalhadas.
Não existe um balanço preciso de quantos entregadores utilizam bicicletas em São Paulo —os aplicativos se
negam a divulgar estes números porque a rmam que são estratégicos. Mas estima-se que a cifra chegue
aos milhares. Em um cenário de recessão econômica e com os índices de desemprego atingindo quase 13
milhões de brasileiros, este tipo de serviço altamente precarizado oferece exibilidade de horários e uma
fonte de renda para os jovens. Prova disso é a justi cativa para entrar neste ramo de trabalho: de acordo

com a pesquisa, para 59% dos entrevistados a principal motivação para começar a fazer entregas por
aplicativo foi o desemprego. […]

Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/06/politica/1565115205_330204.html


(https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/06/politica/1565115205_330204.html) (Adaptado) 

TEXTO II 

A exploração trabalhista na sociedade moderna

Disponível em: https://suburbanodigital.blogspot.com/2019/05/tirinha-do-armandinho-dia-do-trabalho-ou-


dia-do-trabalhador.html (https://suburbanodigital.blogspot.com/2019/05/tirinha-do-armandinho-dia-do-
trabalho-ou-dia-do-trabalhador.html)

TEXTO III
O trabalho presente e futuro

As transformações de nossas relações de trabalho não pararam na Revolução Industrial, pois ainda hoje o
caráter de nossas atividades modi ca-se. Contudo, as forças que motivam essas mudanças são outras. A
globalização é um dos fenômenos mais signi cativos da história humana e, da mesma forma que modi cou
nossas relações sociais mais íntimas, modi cou também nossas relações de trabalho. A possibilidade de
estarmos interconectados a todo momento encurtou distâncias e alongou nosso período de trabalho. O
trabalho formal remunerado, que antes estava recluso entre as paredes das fábricas e escritórios, hoje nos
persegue até em casa e demanda parte de nosso tempo livre, haja vista a crescente competitividade
inerente ao mercado de trabalho.
A grande exibilidade e a exigência por uma mão de obra cada vez mais especializada fazem com que o
trabalhador dedique cada vez mais tempo de sua vida para o aperfeiçoamento pro ssional. Essa é uma das

origens das grandes desigualdades sociais da sociedade contemporânea, uma vez que apenas aqueles que
dispõem de tempo e dinheiro para dedicar-se ao processo de formação pro ssional, caro e exigente,
conseguem subir na hierarquia social e econômica.

A introdução da automação na produção de bens de consumo tornou, em grande parte, a mão de obra
humana obsoleta, aumentando o tamanho do exército de trabalhadores e diminuindo o valor da força de
trabalho nos países que dispõem de grande população, mas com baixa especialização. Como resultado, a
situação do trabalho só piora, pois se preocupar com o bem-estar do empregado é algo caro e, na
concepção que prioriza o lucro monetário, não é um investimento que garanta renda imediata.

Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-trabalho-futuro.htm


(https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/o-trabalho-futuro.htm) (Adaptado) 

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