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Geografia – 9º ano
3º bimestre – Sequência didática 3
Objetivo de aprendizagem
• Analisar os aspectos sociais, políticos e econômicos da Índia, compreendendo sua
influência regional, disputas e tensões territoriais na sua fronteira.
Desenvolvimento
Aula 1 – Aspectos econômicos e sociais da Índia
Duração: cerca de 45 minutos.
Local: em sala de aula.
Organização dos alunos: sentados em suas carteiras, voltados para a lousa e para o professor.
Recursos e/ou material necessário: tabela com dados econômicos e sociais da Índia (disponibilizar uma cópia para cada
aluno), caderno, régua, canetas, lápis, borracha, lousa e giz.
Construa, imprima e distribua, para cada aluno, a tabela com dados econômicos e sociais
sobre a Índia. Sugere-se o modelo de tabela a seguir:
Quando todos terminarem o texto, peça para alguns alunos lerem o que escreveram. É
esperado que apresentem os seguintes dados: em um primeiro momento, os indicadores sociais
mostram que a qualidade de vida melhorou na Índia. Entre as décadas de 1990 e 2010, a mortalidade
infantil e a pobreza foram muito reduzidas, enquanto o número de alfabetizados cresceu. Além
disso, entre 2000 e 2017, a expectativa de vida ao nascer, assim como o IDH, aumentou. Por outro
lado, em 2017, a Índia estava em 130º lugar no ranque do IDH e, segundo dados de 2012, havia
aproximadamente 270 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, o que correspondia a quase
20% de sua população. Dessa forma, apesar de a qualidade de vida ter melhorado, o
desenvolvimento do país ainda é baixo e há uma grande parte de sua população na pobreza.
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Em relação aos aspectos econômicos, os alunos deveriam mencionar que a economia indiana
vem crescendo muito e, entre 2005 e 2017, seu PIB mais que dobrou. Nesse mesmo período, a
participação da agricultura na geração de empregos caiu, o que mostra modernização de sua
economia, com o crescimento da indústria e do setor de serviços. Além disso, o comércio
internacional também cresceu nesses anos e é significativo para o país, cujo valor das exportações
representou, aproximadamente, 10% do PIB de 2017. Por outro lado, seus gastos com importações
superaram o valor ganho com as exportações, mostrando uma situação menos vantajosa em relação
à China, país para o qual se destinam apenas 5,1% de suas exportações e de onde se originam 16,7%
das exportações. Além da China, seus outros dois principais parceiros comerciais são Emirados
Árabes e Estados Unidos.
Utilizando a tabela como suporte para suas explicações, conduza os alunos a identificarem
esses dados, enquanto compartilham seus textos, e peça para fazerem as correções necessárias.
Continue mostrando que os índices de escolaridade da população têm avançado, mas o país
ainda abriga a maior população de analfabetos do mundo. Em sua história recente, a Índia foi colônia
britânica por quase dois séculos e, em 1947, conquistou sua independência. Desde esse momento, o
país se ateve a políticas econômicas que pouco estimularam o crescimento do PIB. Em 1991, foram
realizadas reformas de liberalização da economia do país, as quais estimularam a entrada de
investimentos estrangeiros. Desde então, tem ocorrido o crescimento do PIB e do comércio
internacional. Em 2017, a Índia foi a sétima economia mais rica do mundo e sua economia vem se
urbanizando e voltando-se especialmente para o setor de serviços. Apesar disso, e da redução da
pobreza nas últimas décadas, o crescimento econômico indiano beneficiou pouco a parcela mais carente
de sua população e o país enfrenta o grande desafio de superar a pobreza e a desigualdade social.
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Para cada aluno, distribua uma cópia da notícia sobre o conflito na Caxemira. Peça para
todos lerem e, no caderno, registrarem as principais informações presentes nela bem como as
dúvidas que surgirem. Nesta atividade, sugere-se a notícia publicada pela ONU e intitulada “Relatório
de direitos humanos sobre Caxemira pede inquérito internacional” (disponível em:
<https://news.un.org/pt/story/2018/06/1627282>. Acesso em: 6 nov. 2018). Ela relata a pressão,
exercida pela ONU, para que Paquistão e Índia adotem medidas de contenção da violência na
Caxemira e aborda as violações dos direitos humanos na região.
Na sala, deixe expostos um planisfério político e o mapa da região da Caxemira. Esses mapas
devem ser preparados previamente e impressos em versão ampliada para que fiquem visíveis para
todos da classe. Sugere-se o “Planisfério Político”, do IBGE (disponível em:
<https://portaldemapas.ibge.gov.br/portal.php#mapa1>. Acesso em: 6 nov. 2018) e um mapa da
região da Caxemira a ser elaborado na plataforma Google Maps. Para criá-lo, acesse:
<https://www.google.com.br/maps>. Em seguida, no espaço de pesquisa, digite “Aksai Chin” (nome
de uma das áreas de conflito de fronteira na Índia). Altere o zoom da imagem, a fim de que seja
exibida a Índia e suas fronteiras com o Paquistão e a China, e imprima o mapa. Utilizando novamente
a ferramenta, observe a localização de cada área de conflito, de modo que possa indicá-la na aula. As
áreas conflituosas são: região pontilhada a noroeste do estado indiano Jammu e Kashmir (sob
controle paquistanês); Aksai Chin, região pontilhada a nordeste de Jammu e Kashmir (sob domínio
chinês); Siquim e Arunachal Pradesh (ambas também sob controle chinês).
fugindo para o país em que sua religião era predominante. Desde de 1947, Índia e Paquistão se
envolveram em três guerras e investiram em uma corrida armamentista. O maior ponto de impasse
do conflito é a região montanhosa da Caxemira, localizada ao norte dos dois países, onde grande
parte da população é muçulmana e deseja ser anexada ao Paquistão, mas a Índia se opõe – apesar de
o norte e oeste da área já estarem sob controle paquistanês. Atualmente, um em cada sete indianos
professa o islamismo e há quase o mesmo número de muçulmanos na Índia e no Paquistão. Sendo
assim, ceder o território da Caxemira poderia abrir um perigoso precedente para os interesses
indianos. Além disso, a região também abriga nascentes de rios, tem grande potencial hidrelétrico e
é rota de oleodutos e gasodutos, o que lhe confere grande valor estratégico.
Em seguida, também localize nos mapas os territórios em disputa a oeste (Aksai Chin), ao
centro (Siquim) e ao leste (Arunachal Pradesh) da fronteira entre Índia e China. Explique que, desde o
início do século XX, quando a Índia ainda era controlada pelo Reino Unido, há disputas por territórios
na região. As áreas de impasse, que aparecem no mapa, são em parte resquícios dessa história. E em
1962, após um desentendimento sobre desrespeito às fronteiras, a China também ocupou parte da
Caxemira, a qual já estava sob disputa entre Índia e Paquistão. Atualmente, Índia e China têm se
aproximado por meio da cooperação econômica – estimulada pelos Brics –, mas esses impasses
fronteiriços representam outro lado de suas relações, em que rivalizam pelo exercício da hegemonia na
região – os dois países asiáticos são os mais populosos e estão entre as nações mais ricas do mundo.
Para encerrar a aula, no caderno, peça para os alunos anotarem um desenho esquemático do
mapa da Caxemira, localizando as áreas de conflito. Além disso, solicite que registrem as principais
informações sobre as disputas territoriais da Índia com o Paquistão e a China. Se necessário, retome
as explicações para que os alunos possam realizar o registro.
Para cada dupla, distribua uma cópia de cada texto sobre o sistema de castas. Essas notícias
devem ser impressas e fotocopiadas previamente. Sugere-se as notícias, publicadas pela ONU:
• “Pillay aplaude movimento na Índia para erradicar prática de limpeza manual” (disponível
em: <https://news.un.org/pt/audio/2013/01/1055151-pillay-aplaude-movimento-na-india-
para-erradicar-pratica-de-limpeza-manual>. Acesso em: 6 nov. 2018);
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• “Sistemas de castas violam direitos de 250 milhões de pessoas no mundo, alerta relatora
da ONU” (disponível em: e<https://nacoesunidas.org/sistemas-de-castas-violam-direitos-
de-250-milhoes-de-pessoas-no-mundo-alerta-relatora-da-onu/>. Acesso em: 6 nov. 2018).
A primeira notícia apresentada aborda a luta política na Índia, para que trabalhos de limpeza
deplorantes não sejam mais realizados por mulheres da casta dalit (considerada a mais baixa) e a
segunda denuncia a situação de estigmatização e violência à qual estão submetidos os membros de
castas consideradas inferiores.
Peça aos alunos para lerem os materiais recebidos e, no caderno, responderem: “Qual é a
situação de preconceito relatada nas notícias?”, “De que modo os direitos das pessoas, que sofrem
essa formação de discriminação, são violados?”.
Esclareça que as respostas devem ser elaboradas conjuntamente pela dupla e que todos
devem anotá-las em seu caderno pessoal, para posterior consulta.
Quando concluírem, peça para as duplas socializarem suas respostas. É esperado que elas
tenham identificado o sistema de castas – em que uma posição social é herdada com o nascimento,
como a forma de preconceito noticiada. Além disso, para as castas consideradas inferiores, os alunos
devem ter apontado a desumanização, a sujeição às piores condições econômicas, a exclusão social,
a violência sexual e o tráfico humano como exemplos dos direitos que estão sendo violados por esse
sistema. A partir da leitura das respostas, aprofunde a discussão explicando que na Índia a divisão
social segue uma determinação religiosa. Segundo o hinduísmo, Brahma (deus criador) define a
posição social de cada pessoa, a qual é transmitida hereditariamente. Os membros de cada casta só
podem se casar entre si, o que impede a mobilidade social. Também explique que, de modo geral, há
quatro posições (castas): a dos sacerdotes e intelectuais, a dos governantes e militares, a dos
comerciantes e trabalhadores, e a dos camponeses e escravos. Além delas, há o grupo dos intocáveis
(dalits), os quais não possuem uma casta e são considerados seres humanos impuros, que devem se
ocupar das atividades mais degradantes.
Por fim, conclua com o dado de que 25% da população indiana pertence ao grupo dos dalits,
o que corresponde a aproximadamente 290 milhões de pessoas vivendo em grande situação de
exclusão social. Ao longo dessa explicação, procure também estimular a reflexão dos alunos sobre
em que medida a diversidade cultural e religiosa deve ser rigidamente conservada, quando em
detrimento dos direitos humanos.
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A partir dos comentários da turma, conduza a discussão sob a ótica de uma ética
universalista, em que há direitos que são inerentes à condição humana, como define a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, por exemplo, em seu artigo 1º: “Todos os seres humanos nascem
livres e iguais em dignidade e em direitos”.
Ao final da aula, solicite que os alunos registrem os pontos discutidos sobre o sistema de
castas no caderno.
Deseja-se na aula 2 que os alunos tenham compreendido os principais aspectos das disputas
territoriais na Índia, a saber, a rivalidade com a China pela influência regional e, no caso da Caxemira,
a cisão entre muçulmanos e hindus durante o processo de independência da colônia britânica e de
constituição dos territórios da Índia e do Paquistão, além do conflito político com este país. Durante
o registro final da aula, verifique se esses objetivos foram atingidos, retomando os pontos que forem
necessários.
1. Em 2017, a Índia foi a sétima maior economia do mundo. Em relação ao seu desenvolvimento
humano, ela também se encontra entre os mais bem posicionados do globo? Justifique sua
resposta.
2. Apresente uma justificativa para, na Índia, os dalits serem beneficiados por um regime de cotas
em educação e empregos públicos.
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1. A Índia possui uma grande disparidade entre seu crescimento econômico e seu desenvolvimento
humano. Em 2017, ela ocupou o 130º lugar no ranque do IDH, entre um total de 187 países.
Além disso, apesar de, nas últimas décadas, ter apresentado melhoras em seus indicadores
sociais, ainda havia 270 milhões de indianos abaixo da linha da pobreza no país em 2012.
2. Na Índia, predomina a religião hindu que existe há aproximadamente 3 mil anos. Essa religião
organiza a sociedade em castas e define um grupo – os dalits – como seres humanos impuros
que devem ser sujeitos às piores tarefas, sem possibilidade de ascensão social. Devido a isso, os
dalits sofreram um longo processo de exclusão histórico e o regime de cotas é um meio,
proposto pelo governo laico indiano, para promover sua inclusão no país.