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Ministério das Relações Exteriores

Departamento de Promoção Comercial e Investimentos


Divisão de Inteligência Comercial

Guia de Negócios
Egito
Guia de Negócios

Egito
Guia de Negócios EGITO

SUMÁRIO
DADOS BÁSICOS............................................................................................................... 5

PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICO-COMERCIAIS...................................................... 5

1. LOCALIZAÇÃO E GEOGRAFIA......................................................................................... 7

2. ECONOMIA.................................................................................................................... 9
2.1. Evolução Recente da Economia............................................................................. 9
Tabela 1 - Egito: Evolução do Produto Interno Bruto (PIB)........................................... 9
2.2. Política Fiscal e Monetária................................................................................... 10
2.3. Setores da Economia.......................................................................................... 11

3. COMÉRCIO EXTERIOR.................................................................................................. 12
3.1. Visão Geral......................................................................................................... 12
Tabela 2 – Egito: Evolução do Comércio Exterior....................................................... 12
3.2. Serviços............................................................................................................. 12
3.3. Política Comercial............................................................................................... 13
3.4. Exportações........................................................................................................ 13
Gráfico 1: Participação dos Principais Compradores da Egito.................................... 14
Gráfico 2: Produtos que o Mundo Importa da Egito................................................... 15
3.5. Importações....................................................................................................... 15
Gráfico 3: Participação dos Principais Fornecedores da Egito.................................... 16
Gráfico 4: Produtos que o Mundo Exporta da Egito................................................... 17
3.6. Balança comercial............................................................................................... 18

4. PANORAMA COMERCIAL ENTRE O BRASIL E A EGITO................................................. 19


4.1. Visão Geral......................................................................................................... 19
Tabela 3 – Brasil- Egito: Evolução do Intercâmbio Comercial..................................... 19
4.2. Composição do comércio, por Fator Agregado.................................................... 19
Tabela 4 – Brasil- Egito: Exportações e Importações por Fator Agregado................... 20
4.3. Exportações Brasileiras para a Egito.................................................................... 20
4.4. Importações Brasileiras Originárias da Egito........................................................ 21
4.5. Balança Comercial Bilateral................................................................................. 22

5. CRUZAMENTO ESTATÍSTICO ENTRE AS PAUTAS.......................................................... 23


Tabela 5: Cruzamento entre as pautas...................................................................... 23

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EGITO Guia de Negócios

Gráfico 5: Principais oportunidades para as exportações bras. no mercado do Egito.....24


Gráfico 6: Empresas brasileiras exportadoras para a Egito em 2011......................... 25

6. OPORTUNIDADES PARA EMPRESAS BRASILEIRAS...................................................... 26


6.1. Canais de Distribuição......................................................................................... 26
6.2. Estrutura Geral.................................................................................................... 26
6.3. Compras Governamentais................................................................................... 29
6.4. Licitações........................................................................................................... 29
6.5. Incentivos Fiscais................................................................................................ 30
6.6. Sistema Geral de Preferências (SGPC) e Acordos Comerciais.............................. 30
6.7. Pesquisas de Mercado........................................................................................ 32
6.8. Informações sobre Produto................................................................................. 32

7. INVESTIMENTOS.......................................................................................................... 33
Gráfico 7: Egito – Origem dos Investimentos Anunciados entre 2007 e 2012(%).................. 33
Gráfico 8: Egito – Investimentos Anunciados entre 2007 e 2012(%).............................. 34

8. PRESENÇA BRASILEIRA.............................................................................................. 35

9. DOCUMENTAÇÃO E FORMALIDADES........................................................................... 36

10. LINKS ÚTEIS.............................................................................................................. 37

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Guia de Negócios EGITO

EGITO FONTES
População (2012) 82 milhões FMI
Taxa de crescimento médio da população 2000/2005: 1,9% 2005/2010: 1,8% OCDE
IDH (índice e posição) (2011) Índice: 0,644 Ranking: 113º IDH/ONU
Pirâmide etária 2011 2050 ONU
0 a 14 31,3% 19,7%
15 a 59 60,5% 60,1% ONU
a partir de 60 8,2% 20,2%
Composição da população (2010) Urbana: 43% Rural: 57% World Bank
Principais cidades Cairo (18,4 milhões); Alexandria (4,1 milhões); Port Said (570,6 mil) EIU
População abaixo da linha de pobreza (2008) 22,0% ONU
Distribuição setorial da PEA (2008) Agricultura: 31,6% Indústria: 23,0% Serviços: 45,3% World Bank
Taxa de analfabetismo (2010) 28% ONU
Anos de vida escolar (2004) Total: 12 anos Homens: 12 anos Mulheres: 11 anos ONU
Religião (1986) 94% muçulmanos, 6% cristãos ONU
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial.

PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS ( 2012 )

PIB Nominal US$ 255 bilhões


Crescimento real do PIB 1,96%
PIB Nominal "per capita" US$ 3.109
PIB PPP US$ 537,76 bilhões
PIB PPP "per capita" US$ 6.557
Inflação 7,3%
Reservas internacionais(1) US$ 14,89 bilhões
Dívida externa(1) US$ 38,76 bilhões
Câmbio (E£ / US$)(1) 6,07
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do FMI / World Economic Outlook Database, October 2012.
(1) EIU, Economist Intelligence Unit, Country Report March 2013.

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1. LOCALIZAÇÃO E GEOGRAFIA

A República Árabe do Egito localiza-se entre o Mar Vermelho e o Mar


Mediterrâneo, no Nordeste da África. Faz fronteira com a Líbia, o Sudão e
a Jordânia. É o 30º maior país do mundo em extensão territorial (998 mil
km2). É o 15º país mais populoso, com cerca de 82 milhões de habitantes,
segundo avaliações do Fundo Monetário Internacional (FMI). É, também, o
mais populoso entre os países da Liga dos Estados Árabes. As principais
cidades são Cairo (capital), Alexandria, Port Said e Suez.

O território é desértico, salvo na faixa do Rio Nilo e na costa do Mar Mediterrâneo.


Mais de 90% da população vive em áreas próximas ao Nilo, que fornece água
potável e energia, onde as condições são propícias às atividades agrícolas.
As reservas de petróleo confirmadas no Egito são estimadas em 4,4 bilhões
de barris. Em 2011, o país produziu uma média de 710 mil barris diários
(m/b/d). Um dos desafios do Egito é satisfazer a crescente demanda interna
por combustíveis, uma vez que o consumo nacional de petróleo cresceu mais
de 30% na última década, de 550 m/b/d no ano de 2000 para 815 m/b/d em
2011. O governo tem planos de aumentar o refino, assim como inserir maior
octanagem na gasolina por meio da expansão e modernização das instalações
existentes, além da promoção de novos projetos. O setor de gás natural vem
se expandindo rapidamente. A produção mais do que triplicou nos últimos
quatro anos. Cerca de 80% das reservas naturais de gás do Egito e 70% de
sua produção estão localizadas no Mediterrâneo e no Delta do Nilo. Espera-se
que o Egito mantenha-se como importante fornecedor de gás para a Europa
e países mediterrâneos, embora as exportações estejam competindo com a
crescente procura interna, particularmente na geração de energia.

A renda per capita egípcia é de US$ 3100.

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EGITO Guia de Negócios

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2. ECONOMIA

2.1. Performance econômica recente

Segundo o FMI, o Egito é uma das economias que apresenta maior longevidade,
tendo como parâmetro o crescimento de seu PIB. De fato, de acordo com
o Fundo, a economia egípcia registrou expressivas taxas de expansão nos
últimos 33 anos, desde meados de 1980. O Egito é considerado país de renda
per capita média e ocupou o 112º lugar na última edição anual do ranking do
IDH, calculado pelo Banco Mundial.

Na tabela 1, apresenta-se a evolução do PIB do Egito:

TABELA 1

Egito : Evolução do Produto Interno Bruto (PIB)

Discriminação 2008 2009 2010 2011 2012

Variação real 7,16% 4,67% 5,15% 1,78% 2,22%

Elaborado pelo MRE/DPR/DIC, com base em dados do FMI, World Economic Outlook Databases (WEO). April 2013.

Em 2008, o PIB do país cresceu 7,2%, em 2009, 4,7% e, em 2010, 5,1%,


segundo dados do FMI. Em 2011, apesar do conflito civil, o PIB local registrou
expansão de 1,8%. Os fundamentos econômicos do país são considerados
relativamente bons, graças em grande parte ao dinamismo do mercado interno,
à diversificação da economia e à implementação de medidas liberalizantes.
No entanto, os fluxos de capital para o Egito têm-se reduzido, bem como o
número de turistas que visitam o país.

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EGITO Guia de Negócios

Em 2012, a economia egípcia cresceu 2,2%, baseada principalmente no


consumo doméstico (privado e governamental). As receitas originárias do
Canal de Suez também têm contribuído para o bom desempenho econômico
do país. Dados preliminares da Organização Mundial do Comércio (OMC),
divulgados em abril de 2013, indicam que o comércio mundial cresceu 2,1%
em 2012.

O FMI estima crescimento médio de 3% no biênio 2013-2014, considerando a


retomada dos fluxos de capitais estrangeiros para o Egito; a ampliação do nível
das reservas internacionais; o aumento das receitas turísticas e as divisas
originárias do Canal de Suez. A este respeito, a última avaliação da OMC (abril
de 2013), sugere que o comércio mundial de bens crescerá aproximadamente
3% em 2013, com impacto positivo sobre as receitas originárias de Suez, por
onde transitam cerca de 10% do volume mundial de comércio.

2.2. Política fiscal e monetária



No primeiro quadrimestre de 2013, a moeda egípcia tem-se depreciado. A
depreciação da libra egipcia pode gerar pressões inflacionárias pontuais,
inclusive sobre gêneros alimentícios. O Egito é importador líquido de alimentos,
particularmente de trigo, milho, carnes e óleos vegetais. Em 2012, a a inflação
ao consumidor foi de 7,3%. Projeta-se que atinja 9,6% em 2013. O índice de
desemprego local é deaproximadamente 13,5%.

Em relação à política fiscal, estão previstas medidas de contanção de


despesas e de ampliação da arrecadação, a exemplo da redução de subsidios
e da elevação de carga tributária líquida. O Egito tem registrado déficits fiscais
(aproximadamente 11% como proporção do PIB em 2012). O país negocia
acordo de cooperação com o FMI , com vistas a examinar alternativas para
amenizar o quadro de déficit fiscal. As reservas internacionais egipcias, que
registraram siginificativa diminuição em 2011, estão sendo paulatinamente
recompostas.

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2.3. Setores da economia

A agricultura representa 14% do PIB e emprega 30% da população ativa.


Apesar de produzir uma variedade de culturas, o Egito importa a maior parte
de suas necessidades alimentares e a balança setorial é fortemente deficitária.
Os principais produtos importados são trigo e milho; madeira; carnes; soja;
óleos vegetais; farelo de soja e glúten de milho; feijão; laticínios e açúcar.

A indústria representa 30% do PIB. Os principais produtos industriais


incluem têxteis; químicos (fertilizantes, polímeros e petroquímicos); produtos
farmacêuticos; alimentos processados; petróleo; construção; cimento; metais
e bens de consumo leves. No setor terciário, o turismo é o subsegmento que
mais gera divisas estrangeiras para o Egito, empregando cerca de 10% da
população ativa. Os conflitos civis em 2011 causaram o declínio do número
de turistas no país. Em 2010, segundo a Organização Mundial do Turismo
(OMT), o Egito recepcionou aproximadamente 14 milhões de turistas, com
ganhos estimados em US$ 12,5 bilhões. A expectativa é de que o número de
visitantes estrangeiros retome os patamares pré-crise por volta de 2015.

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EGITO Guia de Negócios

3. COMÉRCIO EXTERIOR

3.1. Visão geral

Entre 2007 e 2011, o intercâmbio comercial de mercadorias do Egito cresceu


13,6%, de US$ 66,25 bilhões para US$ 75,17 bilhões. Em 2011, todavia, a
corrente de comércio registrou decréscimo de 8% em relação aos valores de
2010, quando havia somado US$ 81,98 bilhões. A redução em 2011 deveu-
se tanto à retração na demanda doméstica quanto à diminuição da oferta
exportável, por conta dos conflitos civis.

Na tabela 2, a seguir, apresenta-se a evolução recente do comércio exterior
de bens do Egito:

TABELA 2

Egito : evolução do comércio exterior


Valores em US$ bilhões

Discriminação 2007 2008 2009 2010 2011

Exportações (fob) 24,040 30,100 23,400 25,680 22,520

Importações (cif) 42,210 52,330 47,520 56,300 52,650

Saldo comercial -18,170 -22,230 -24,120 -30,620 -30,130

Intercâmbio comercial 66,250 82,430 70,920 81,980 75,170

Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do UN/COMTRADE, March 2013.

3.2. Serviços

A balança de serviços do Egito é tradicionalmente superavitária, em


razão, sobretudo, do expressivo aporte das receitas turísticas. Em 2011,
segundo os últimos dados da OMC, as exportações de serviços renderam
aproximadamente US$ 19 bilhões, enquanto as importações somaram US$
5 bilhões, o que resultou em superávit de US$ 14 bilhões. A recuperação

12 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


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da estabilidade regional deverá contribuir para a ampliação dos superávits na


balança de serviços em curto e médio prazo.

3.3. Política Comercial

O Egito evoluiu gradualmente em direção à adoção de um regime comercial


mais liberal. Desde 1994, adota uma nomenclatura tarifária composta de oito
dígitos, de acordo com o Sistema Harmonizado de Designação e Codificação
de Mercadorias (SH) e em conformidade com o acordo sobre avaliação
alfandegária da Organização Mundial do Comércio (OMC).

No âmbito dos compromissos assumidos na OMC, o Egito também reduziu as


alíquotas tarifárias aplicadas às suas importações. Na última década, várias
reduções nas alíquotas tarifárias foram introduzidas. A última reduziu para 30%
a alíquota tarifária máxima, à exceção de bebidas alcoólicas, cujos impostos
de importação variam de 600% a 3000%, e de automóveis de passageiros
acima de 1.600 cilindrados, com 135% de tarifa. As taxas alfandegárias para a
maioria dos produtos alimentícios, rações animais e certos insumos agrícolas
foram suprimidos. Cerca de 90% das alíquotas tarifárias encontram-se na
faixa de 10%. A alíquota média ponderada caiu de 9% para 6,9%. Os impostos
aduaneiros são calculados “ad valorem”, sobre o valor CIF da mercadoria.

3.4. Exportações

De 2007 a 2011, as exportações do Egito decresceram 6%, de US$ 24,40


bilhões para US$ 22,52 bilhões. Entre 2010 e 2011, todavia, as vendas do
país diminuíram 12% em relação aos valores de 2010 (US$ 25,68 bilhões),
em consequência dos conflitos civis.

Segundo dados da Apex-Brasil, os cinco principais destinos das exportações


do Egito, em 2010, foram Itália (10,0% de participação); Estados Unidos
(9,3%); Espanha (7,1%); Arábia Saudita (6,4%); França (5,9%). As
exportações destinadas à União Européia representaram 31% das vendas.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 13


EGITO Guia de Negócios

A parcela direcionada ao Brasil representou 0,9% das exportações egípcias


em 2010. O Brasil ocupou a 33ª posição entre os destinos para as vendas
egípcias.

No gráfico 1, relacionam-se os principais destinos para as exportações do


Egito, entre 2005 e 2010:

GRÁFICO 1

EGITO

Participação dos Principais Compradores do Egito


(2005-2010)
18,0%
15,8%
16,0%

14,0% 13,1%
12,0% 10,4% 11,0%
11,3% 12,6% 9,5% 10,0%
10,0% 10,6%
9,4% 9,7% 8,3% 9,3%
8,0% 8,8%
8,4% 8,7% 7,1%
6,1% 7,8% 6,3%
6,0% 5,7% 6,4%
4,6% 5,0%
4,4% 5,9%
4,0% 5,5%
3,7% 4,6% 4,5%
2,0%

0,0% Brasil: 0,7% de participação em 2010


(Importações atingiram US$ 168,8 mi)

Itália EUA Espanha Arábia Saudita França

FONTE: COMTRADE. Elaboração UICC/Apex-Brasil

Em 2010, os principais grupos de produtos exportados pelo Egito foram


petróleo e derivados de petróleo (38,5% da pauta); confecções (7,7%); adubos
e fertilizantes (5,5%); produtos hortícolas e plantas vivas (2,9%); demais
produtos têxteis (2,6%). Apesar dos esforços empreendidos no sentido de
buscar a diversificação da economia - especialmente na área industrial e no

14 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


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segmento de serviços - a pauta de exportações do Egito é concentrada em


produtos de baixo valor agregado e de demanda pouco elástica.

No gráfico 2, apresentam-se os principais grupos de produtos exportados


pelo Egito, em 2010:

GRÁFICO 2

EGITO

Produtos que o Mundo Importa do Egito


(2010)

PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO

CONFECÇÕES

36,2% ADUBOS E FERTILIZANTES


38,5%
PRODUTOS HORTÍCOLAS E PLANTAS
VIVAS
DEMAIS PRODUTOS TÊXTEIS

DEMAIS PRODUTOS DE METAIS NÃO-


FERROSOS
DEMAIS PRODUTOS MINERAIS
2,1% 7,7%
2,3% 5,5% PRODUTOS LAMINADOS PLANOS DE
FERRO OU AÇO
2,3% OUTROS
2,6% 2,9%

FONTE: COMTRADE. Elaboração UICC/Apex-Brasil

3.5. Importações

Entre 2007 e 2011, as importações do Egito cresceram 25%, de US$ 42,21


bilhões para US$ 52,65 bilhões. Em 2011, entretanto, registraram decréscimo
de 6% em relação a 2010, pela redução do ritmo de crescimento da economia
do país.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 15
EGITO Guia de Negócios

Segundo dados da Apex-Brasil, os cinco principais fornecedores do Egito, em


2010, foram Estados Unidos (12,3% de participação); China (10,9%); Alemanha
(7,1%); Itália (7,0%); França (4,0%). A União Européia responsabilizou-se por
29% do abastecimento do Egito. O Brasil foi o 9º principal supridor do mercado
egípcio, com representatividade de 3,6%.

No gráfico 3, apresentam-se as principais origens das importações do Egito,
entre 2005 e 2010:

GRÁFICO 3

EGITO
Participação dos Principais Fornecedores do Egito
(2005-2010, %)
14,0% 12,7%
12,4%
11,6% 12,3%
12,0% 11,4% 11,2%
10,6% 10,9%
11,3% 10,9%
10,0%
9,0%
8,2% 7,9%
7,5%
8,0%
7,0% 7,1% 7,0% 7,1%
7,5% 7,7% 7,0%
6,0% 6,1% 6,8%
5,8%
6,4%
4,0% 5,0% 4,3%
3,9% 4,1%
3,4%
2,0%

0,0%
2005 2006 2007 2008 2009 2010

EUA China Alemanha Itália França

FONTE: COMTRADE. Elaboração UICC/Apex-Brasil

16 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


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Segundo dados da Apex-Brasil, os principais grupos de mercadorias adquiridas


no exterior pelo Egito, em 2010, foram cereais em grãos e esmagados (6,5% da
pauta); petróleo e derivados de petróleo (6,4%); demais máquinas, aparelhos
e instrumentos mecânicos (3,5%); óleos vegetais (3,3%); demais produtos
metalúrgicos (3,1%); automóveis (2,8%); aparelhos transmissores e receptores
(2,6%); produtos químicos orgânicos (2,1%); produtos farmacêuticos (2,0%).
Como se vê, a pauta adquirida contrasta com a oferta exportável, uma vez
que apresenta maior presença de produtos manufaturados, sobretudo bens de
capital e bens de consumo duráveis e não-duráveis

No gráfico 4, apresentam-se os principais grupos de produtos importados


pela Egito, em 2010:

GRÁFICO 4

EGITO

Produtos que o Mundo Exporta para o Egito


(2010) CEREAIS EM GRÃO E ESMAGADOS

PETRÓLEO E DERIVADOS DE PETRÓLEO

3,5% DEMAIS MÁQUINAS,APARELHOS E


6,5% INSTRUMENTOS MECÂNICOS
GORDURAS E ÓLEOS ANIMAIS E
6,4% 3,4% VEGETAIS
DEMAIS PRODUTOS METALÚRGICOS
3,3% AUTOMÓVEIS

3,1% APARELHOS TRANSMISSORES E


RECEPTORES
PRODUTOS QUÍMICOS ORGÂNICOS
2,8%
PRODUTOS FARMACÊUTICOS
58,3%
2,6% RESINAS E ELASTÔMEROS

2,1% MADEIRA SERRADA

CONFECÇÕES
2,0%
2,0% AUTOPEÇAS
2,0% OUTROS
2,0%

FONTE: COMTRADE. Elaboração UICC/Apex-Brasil

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 17


EGITO Guia de Negócios

3.6. Balança comercial

A balança comercial do Egito é deficitária. Entre 2007 e 2011, o déficit egípcio


ampliou-se de US$ 18,17 bilhões em 2007 para US$ 30,13 bilhões em 2011.
As exportações do país representam, historicamente, menos da metade do
valor das importações. O superávit na balança de serviços compensa apenas
parte dos déficits comerciais. O país é deficitário em transações correntes.

18 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


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4. PANORAMA COMERCIAL ENTRE O BRASIL E O EGITO

4.1. Visão geral

De 2008 a 2012, o intercâmbio comercial entre os dois países cresceu 82,1%,


de US$ 1,63 bilhão para US$ 2,96 bilhões. Em 2012, no entanto, a corrente
de comércio bilateral reduziu-se em 0,2% em relação a 2011, em função da
diminuição das importações brasileiras.

Em 2012, o Egito foi o 3º parceiro comercial do Brasil entre os países da África


(participação de 11,19% no total do Continente), após Nigéria (34,29%) e
Argélia (16,49%), e o 34º no mundo (participação de 0,64%).

Na tabela 3, apresentam-se a evolução do intercâmbio comercial entre o


Brasil e o Egito:

TABELA 3
BRASIL-EGITO: EVOLUÇÃO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL
US$ milhões, fob

DESCRIÇÃO 2008 2009 2010 2011 2012

Exportações brasileiras 1.409 1.444 1.968 2.624 2.712


Variação em relação ao ano anterior 13,7% 2,5% 36,3% 33,4% 3,3%

Importações brasileiras 217,9 87,8 168,8 344,7 251,4


Variação em relação ao ano anterior 312,7% -59,7% 92,3% 104,2% -27,1%

Intercâmbio Comercial 1.627 1.532 2.136 2.969 2.963


Variação em relação ao ano anterior 26,0% -5,8% 39,5% 39,0% -0,2%

Saldo Comercial 2.779 1.356 1.799 2.279 2.461

Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC/SECEX/Aliceweb.

4.2. Composição do comércio, por fator agregado

Os itens básicos predominaram na pauta de exportações brasileiras ao

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EGITO Guia de Negócios

mercado egípcio em 2012, com participação de 65,9%; seguidos dos


semimanufaturados (26,7%) e dos manufaturados (7,4%). A pauta de
importações brasileira, ao contrário, é concentrada em manufaturados, que
representaram 98,1% das importações em 2012.

Na tabela 4, apresentam-se as exportações e importações brasileiras, por


fator agregado:

TABELA 4

BRASIL-EGITO: EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES, POR FATOR AGREGADO


US$ milhões, fob - 2 0 1 2

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS IMPORTAÇÕES BRASILEIRAS


DESCRIÇÃO
VALOR PART.% VALOR PART.%

Básicos 1.788 65,9% 5 1,9%


Semimanufaturados 724 26,7% 0 0,0%
Manufaturados 201 7,4% 247 98,1%
Transações especiais -- -- -- --
Total 2.712 100,0% 251,4 100,0%
2.713 100,1% 251 100,0%
Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do MDIC.

Importações
Exportações brasileiras
brasileiras

4.3. Exportações brasileiras para o Egito

De 2008 a 2012 as exportações brasileiras para o Egito aumentaram 92,2%,


de US$ 1,41 bilhão para US$ 2,71 bilhões. Em 2012, os embarques cresceram
3,3% em relação a 2011.

Em 2012, o Egito foi o principal destino das exportações brasileiras entre os


países da África (participação de 22,2%) e o 22º no mundo (participação de
1,12% no total).

20 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

Os principais produtos da pauta de exportações brasileiras para o Egito,


em 2012, foram: i) outros açúcares de cana (valor de US$ 716,4 milhões,
participação de 26,4% no total – não houve exportação do produto para o
Egito, em 2011); ii) carnes desossadas de bovino, congeladas (US$ 531,6
milhões, participação de 19,6% – aumento de 28,7% em relação a 2011);
iii) milho em grão, exceto para semeadura (US$ 490,5 milhões, participação
de 18,1% - aumento de 263,4%); iv) minérios de ferro aglomerados e seus
concentrados (US$ 420,3 milhões, participação de 15,5% - diminuição de
18,1%); v) carnes de galos/galinhas, não cortadas em pedaços, congeladas
(US$ 194,3 milhões, participação de 7,2% – aumento de 60,3%).

4.4. Importações brasileiras originárias do Egito

De 2008 a 2012, as importações brasileiras originárias do Egito cresceram


15,4%, de US$ 217,9 milhões para US$ 251,4 milhões. Em 2012, contudo, as
aquisições foram 27,1% inferiores a 2011.

Em 2012, o Egito foi a 5ª origem das importações brasileiras entre os países


da África (participação de 1,76%) e a 62ª no mundo (participação de 0,11%).

Os principais produtos importados pelo Brasil procedentes do Egito, em 2012,


foram: i) uréia com teor de nitrogênio superior a 45% em peso (valor de US$
145,3 milhões, participação de 57,8% no total – diminuição de 31,2% em
relação à 2011); ii) superfosfatos, teor de pentóxido de fósforo igual ou inferior
a 22% em peso (US$ 44,7 milhões, participação de 17,8% – diminuição de
6,2%); iii) outros pneus novos para ônibus ou caminhões (US$ 12,1 milhões,
participação de 4,8% - diminuição de 9,7%); iv) outras chapas de vidro flotado,
desbastado (US$ 8,2 milhões, participação de 3,2% - aumento de 49,1%);
v) outras chapas de tereftalato polietileno, sem suporte (US$ 8,2 milhões,
participação de 3,2% – não houve importação do produto originária do Egito
em 2011).

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 21


EGITO Guia de Negócios

4.5. Balança comercial bilateral

O saldo comercial é historicamente favorável ao Brasil. Nos últimos três anos,


os superávits foram de US$ 1,79 bilhão (2010), de US$ 2,28 bilhões (2011) e
de US$ 2,46 bilhões (2012). Em 2012, o superávit registrado foi 8% superior
ao de 2011.

22 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

5. CRUZAMENTO ESTATÍSTICO ENTRE AS PAUTAS

O cruzamento entre as pautas de exportação do Brasil e de importação do Egito


apresenta as oportunidades potenciais para as exportações brasileiras em
inúmeros segmentos. Agregados por itens do Sistema Harmonizado (SH6), os
grupos de produtos brasileiros que, em princípio, tendem a apresentar maior
possibilidade de importação por parte do mercado egípcio foram classificados
em ordem decrescente de valor com base no potencial indicativo de mercado.

A tabela 5 apresenta os 25 principais produtos brasileiros com maior


propensão importadora por parte do mercado egípcio, em 2011:

TABELA 5

CRUZAMENTO ENTRE A OFERTA EXPORTADORA BRASILEIRA E A DEMANDA IMPORTADORA DO EGITO


2011 - US$ mil
Ranking

Exportações Importações Potencial


Código
Descrição brasileiras para Totais do indicativo de
SH
o Egito Egito comércio

TOTAL GERAL 2.624.038 52.268.957 49.645.919

1 100590 Milho, exceto para semeadura 134.942 2.094.514 1.959.572

2 270900 Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos 0 1.709.223 1.709.223

3 870323 Automóveis c/ motor de pistão alternativo, cilindrada > 1.500cm3 e =< 3.000cm3 0 1.010.679 1.010.679

4 120100 Soja, mesmo triturada 8.305 915.694 907.389

5 300490 Medicamentos terapêuticos ou profiláticos, em doses, venda a retalho 1.426 1.020.378 520.457

6 740311 Cátodos de cobre refinado e seus elementos, em formas brutas 0 722.959 513.571

7 271019 Outros óleos de petróleo ou de minerais betuminosos e prep., exc. desperd. 1 485.772 485.771

8 390110 Polietileno de densidade < 0,94, em forma primária 21 383.886 383.865

9 390210 Polipropileno, em forma primária 0 341.040 341.040

10 230400 Tortas e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja 38 334.560 334.522

11 260112 Minérios de ferro aglomerados e seus concentrados 513.982 843.719 329.737

12 851712 Telefones para redes celulares e para outras redes sem fio 0 290.304 290.304

13 721420 Barras de ferro/aços n-ligadas, laminadas a quente, dentadas, com nervuras 0 271.865 271.865

14 401120 Pneus novos de borracha dos tipos utilizados em ônibus ou caminhões 296 243.071 242.775

15 870829 Partes e acessórios de carroçarias (incluídas as cabinas) para veículos 87.01 a 87.05 106 241.951 241.845

16 870899 Outras partes e acessórios, para veículos autom. das pos. 87.01 a 87.05 807 233.946 233.139

17 271011 Óleos leves de petróleo ou de min. betuminosos e prep., exceto desperdícios 0 4.647.512 229.175

18 390120 Polietileno de densidade => 0,94, em forma primária 0 210.966 210.966

19 851770 Partes de aparelhos telefônicos para redes celulares ou redes sem fio 0 295.282 204.741

20 848180 Torneiras e outros dispositivos semelhantes para canalizações, caldeiras/reservatórios/cubas 110 204.467 204.357

21 20230 Carnes de bovino, desossadas, congeladas - carnes 413.051 613.196 200.145

22 732690 Outras obras de ferro ou aço 18 1.143.975 195.002

23 870120 Tratores rodoviários para semi-reboques 0 188.575 188.575

24 150710 Óleo de soja, em bruto, mesmo degomado 163.830 345.268 181.438

25 870421 Automóveis transporte de mercadorias, carga máxima <= 5 t 0 172.120 172.120


Elaborado pelo MRE/DPR/Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados da UNCTAD/ITC/Trademap.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 23


EGITO Guia de Negócios

O gráfico 5, apresenta as principais oportunidades para as exportações


brasileiras no mercado do Egito:

GRÁFICO 5

EGITO
Egito - Principais oportunidades para as exportações brasileiras
(valor exportado US$ e participação % do Brasil nas importações do país, 2010)
3,5%
Demais produtos têxteis

4,1%
Aparelhos e dispositivos elétricos de ignição ou arranque

3,1%
Laminadores de metais

7,3%
Demais produtos de borracha e suas obras

2,2%
Outros motores de pistão

2,1%
Plásticos e suas obras

6,7%
Ferramentas e talheres

13,1%
Ligas de alumínio

9,3%
Produtos cerâmicos

4,8%
Rolamentos e engrenagens

7,1%
Produtos para fotografia

3,5%
Demais produtos de metais não-ferrosos

4,2%
Higiene pessoal e cosméticos

0 5 10 15 20 25 30 35 40

US$ milhões

FONTE: COMTRADE. Elaboração UICC/Apex-Brasil Exportação do Brasil Exportação do Mundo

24 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

O gráfico 6, apresenta as 20 principais empresas brasileiras exportadoras


para o Egito, em 2011.

GRÁFICO 6

EGITO

Quantidade de empresas exportadoras em 2011: 681

20 maiores empresas em valor exportado:

• SAMARCO MINERACAO S.A. • JBS S/A


• VALE S.A. • BUNGE ALIMENTOS S/A
• RAIZEN ENERGIA S.A • MARFRIG ALIMENTOS S/A
• USINA DE ACUCAR SANTA TEREZINHA LTDA • LOUIS DREYFUS COMMODITIES BRASIL S.A.
• SUCDEN DO BRASIL LTDA. • ABENGOA BIOENERGIA AGROINDUSTRIA
• MERCEDES-BENZ DO BRASIL LTDA. LTDA
• PMG AGRICOLA COMERCIAL LTDA • JBS S/A
• MINERVA S.A. • IRMAOS GONCALVES COMERCIO E
• BIANCHINI SA INDUSTRIA COMERCIO E INDUSTRIA LTDA.
AGRICULTURA • USINA CAETE S A
• ALUNORTE ALUMINA DO NORTE DO BRASIL • SADIA S.A.
S/A • SEARA ALIMENTOS S/A

FONTE: MDIC. Elaboração UICC/Apex-Brasil

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 25


EGITO Guia de Negócios

6. OPORTUNIDADES PARA EMPRESAS BRASILEIRAS

6.1. Canais de Distribuição

De acordo com dados das autoridades alfandegárias e do Ministério dos


Negócios Públicos, o Egito conta com mais cem mil empresas, a maioria
pertence à iniciativa privada. O setor governamental registra aproximadamente
quinhentas empresas associadas a aproximadamente vinte “holdings”.

As empresas estrangeiras podem efetuar vendas diretas em território egípcio,


caso estejam registradas. Várias operam como parte de suas operações de
fabricação ou montagem no país. Poucas empresas estrangeiras utilizam-se
das zonas livres ou de entrepostos aduaneiros para armazenar seus produtos
e contratam seus próprios funcionários para vender bens de consumo de
porta em porta.

A maioria das empresas estrangeiras, no entanto, conta com empresas


egípcias para a distribuição atacadista e varejista de seus produtos, garantindo
a eficiência do trabalho por meio de programas de treinamento de funcionários,
conduzidos no Egito e no exterior.

Agentes comerciais egípcios são requisitados pelas empresas estrangeiras


licitantes na maioria das concorrências civis conduzidas pelo governo. A
contratação desse contingente é opcional na apresentação de propostas
em concorrências das companhias de petróleo, no caso de vendas para o
setor privado ou de vendas no âmbito de programas financiados pela USAID
(Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional).

São muitas as opções de distribuidores, revendedores e agentes no Egito. Um


pequeno número de empresas conta com moderna gestão, incluindo “centros
de lucros” responsáveis pelo sucesso em departamentos especializados. No
entanto, são mais comuns as empresas tradicionais de caráter geral, algumas
das quais desenvolvem uma determinada especialização (por exemplo,

26 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

madeiras, materiais de construção, produtos enlatados, carnes frescas


e congeladas), ao passo que outras negociam virtualmente todo tipo de
produto. Igualmente, algumas empresas menores especializam-se em apenas
algumas linhas de produtos, ou trabalham com alguns poucos fornecedores
estrangeiros.

Muitos varejistas que comercializam bens de consumo tendem a importar os


produtos de que necessitam diretamente. Isto ocorre porque muitos egípcios
preferem solicitar cotações diretamente com o fornecedor estrangeiro, ao
invés de procurar um agente local, pois partem do princípio que os preços
serão mais atraentes. Isso exige que a empresa estrangeira representada seja
cuidadosa ao determinar a função (e os custos estimados) de seu agente, ao
se optar por encaminhar as consultas de seus clientes ao agente egípcio ou a
um representante regional fora do país.

As margens de lucro variam de acordo com o tipo de produto, no entanto,


alguns bens de consumo básicos têm suas margens de lucro determinadas
pelo governo, entre os quais se incluem açúcar; trigo; arroz; e óleo de cozinha.

6.2. Estrutura Geral

A legislação egípcia exige que todos os agentes comerciais e importadores


possuam nacionalidade egípcia. No caso de empresas, o presidente e todos
os membros do conselho devem ser egípcios, e o capital da empresa deve
ser 100% egípcio. Para atuar como agente é preciso que o interessado tenha
residido continuamente no Egito por no mínimo cinco anos, à exceção de
egípcios expatriados que disponham de uma licença de trabalho no exterior;
seja certificado por uma câmara de comércio local ou associação profissional;
não seja servidor público ou funcionário de empresa pública ou prestador de
serviços temporários, nem membro da Assembléia do Povo; não seja parente
em primeiro grau de servidor público que ocupe posição de Diretor Geral ou
superior, ou de membro da Assembléia do Povo. Empresas do setor público
podem atuar como agentes, assim como empresas privadas e indivíduos.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 27


EGITO Guia de Negócios

Companhias de distribuição constituídas com capital estrangeiro, em


qualquer proporção, podem se envolver em atividades comerciais, incluindo a
comercialização de produtos importados, nas seguintes circunstâncias:

- Sociedades em Nome Coletivo ou Sociedades por Quotas de


Responsabilidade Limitada. É permitido a estes tipos de empresas contar
com um parceiro ou sócio estrangeiro, contanto que o(s) parceiro(s)
egípcio(s) detenha(m) ao menos 51% do capital e que o gerente geral ou
dirigente da empresa possua nacionalidade egípcia. Nestes casos, companhia
de distribuição ou semelhante não pode atuar nem como importadora nem
como agente comercial, a menos que seja 100% pertencente e gerenciada
por egípcios.

- Companhias de Responsabilidade Limitada: neste tipo de companhia de


distribuição não são impostos aos parceiros estrangeiros limites quanto à
porcentagem de participação no capital da empresa, contanto que ao menos
um dos gerentes da empresa possua nacionalidade egípcia (podem existir um
ou mais gerentes, dependendo das disposições acerca de sua constituição);
existam ao menos dois acionistas ou sócios e o capital da companhia não
seja inferior ao estipulado no Decreto nº 11 de 30/01/2008. Companhias de
distribuição desta natureza também não podem atuar como “importadoras”
nem como agentes comerciais.

- Sociedades Anônimas por Ações: contanto que ao menos 49% das ações
sejam oferecidas a egípcios no momento da constituição da empresa, os
acionistas estrangeiros podem vir a possuir até 100% da companhia, desde
que mais de 50% dos membros do conselho de diretores sejam egípcios.
Novamente, companhias de distribuição desta natureza não podem conduzir
importações ou atuar como agentes comerciais, a menos que sejam
100% pertencentes e gerenciadas por egípcios. Empresas estrangeiras
que constituam uma empresa de distribuição, freqüentemente permitem
que os sócios egípcios constituam uma empresa isolada para atuar como
“importadora” ou agente. Esta tem a função de entregar os produtos à empresa
de distribuição, que os distribuirá e comercializará no Egito.

28 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

6.3. Compras Governamentais

O Egito não aderiu ao Acordo sobre Compras Governamentais da OMC, no


entanto, o governo aprovou, em 1998, uma lei que delineia novas regras
para as compras governamentais. Entre suas disposições, a lei proíbe a
transformação de uma concorrência em pregão. Ademais, exige que, além
do preço, os fatores técnicos sejam considerados na adjudicação de um
contrato. Anteriormente, as empresas públicas tinham preferência; no âmbito
da lei atual, essa preferência só se aplica quando a proposta de uma empresa
pública oferecer até 15% de diferença das outras propostas.

A lei também procura ampliar os direitos do contratante, por meio de medidas


como a exigência de devolução imediata dos depósitos uma vez que o governo
tenha anunciado os resultados de uma concorrência. A lei introduz uma série
de mudanças positivas nas práticas de licitação adotadas pelo governo do
Egito, entre as quais a exigência de exposição pública das justificativas para a
concessão dos contratos.

6.4. Licitações

A Lei de Licitações nº. 89/1998, atualmente em vigor, rege as compras públicas


conduzidas por todos os órgãos civis e militares (ministérios, departamentos,
unidades locais do governo e organizações públicas), à exceção dos casos
em que sejam dispensados do cumprimento da Lei, tais como:

- Não é permitida a negociação de lances após a abertura das propostas


(“momarsa”, em árabe). Uma proposta não pode ser transformada em uma
“momarsa”.

- Não é permitido o cancelamento de pedidos sem a devida justificativa.


Ademais, serão divulgadas as razões que fundamentam a decisão de
adjudicação ou rejeição das propostas.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 29


EGITO Guia de Negócios

- Garantias depositadas por ocasião das concorrências serão reembolsadas


imediatamente depois de expirada a validade da licitação.

6.5. Incentivos Fiscais

Ao amparo da Lei nº 8 de 1997, empresas estrangeiras gozam de uma série


de incentivos e prevê isenção fiscal geral de cinco anos para qualquer projeto
que atue em um dos campos abrangidos pela Lei. Incentivos específicos de
10 anos são concedidos a projetos executados em novas zonas industriais,
em certas comunidades urbanas, em áreas remotas e a projetos do Fundo
Social para o Desenvolvimento. Isenções fiscais de 20 anos são concedidas a
projetos executados fora da área do Cairo.

Empresas abrangidas pelos dispositivos da Lei nº 3 de 1998 podem beneficiar-


se dos incentivos, particularmente isenção fiscal periódica, oferecida caso
efetuem investimentos nas áreas específicas previstas, além de acesso
a combustível e energia subsidiados. E empresas inscritas no Registro
Comercial, que empreguem mais de 50 funcionários, são elegíveis a um
período de isenção fiscal de cinco anos.

6.6. Sistema Geral de Preferências (SGPC) e Acordos Comerciais

O Egito participa do Sistema Global de Preferências Comerciais entre Países


em Desenvolvimento (SGPC). O Acordo foi concluído em Belgrado, em abril
de 1988, com o objetivo de estreitar as relações comerciais entre países em
desenvolvimento. Entrou em vigor em 1989, tendo sido ratificado por 40 países,
incluindo o Brasil. A participação no Acordo está reservada exclusivamente
aos países em desenvolvimento membros do Grupo dos 77. Atualmente está
em fase de internalização no Brasil a Rodada São Paulo do SGPC, concluída
em 2010, que aprofundou as concessões tarifárias para o MERCOSUL e para
um grupo de sete países: Cuba, Coréia do Sul, Egito, Índia, Indonésia, Malásia
e Marrocos.

30 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

Acordo de Livre Comércio (ALC) MERCOSUL – Egito: assinado em 2010,


em San Juan, na Argentina, o ALC finaliza processo de negociação iniciado
em 2004. O instrumento firmado com o Egito é o segundo acordo de livre
comércio do MERCOSUL com parceiro extrarregional. Sua conclusão, além de
promover oportunidades comerciais concretas, reafirma o interesse dos países
do bloco em negociar acordos comerciais ambiciosos. Apesar de já assinado,
na Reunião de Cúpula do MERCOSUL, o Acordo MERCOSUL-Egito entrará em
vigência após a aprovação legislativa e internalização no ordenamento jurídico
das partes signatárias.
O Acordo com o Egito vem ampliar entendimentos com parceiros no Oriente
Médio e no mundo árabe. Além do ALC MERCOSUL - Israel, já vigente, estão
em curso negociações comerciais com a Jordânia, com o Marrocos e com os
países do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Bareine, Catar,
Emirados Árabes Unidos, Kuaite, Omã).

O novo Acordo assegura importantes oportunidades para as exportações


brasileiras. Dos 25 principais produtos exportados pelo Brasil para o Egito
no ano passado, 22 terão tarifa de zero no final do período de desgravação.
O montante dessas exportações brasileiras alcança cerca de US$ 1,3 bilhão.
O ALC cria novas oportunidades para exportações de produtos como frango,
café solúvel, papel, automóveis, entre outros.

O Egito tem acordos de livre comércio com a União Europeia, Turquia, países
do Mercado Comum da África Oriental e Austral (Comesa) e países membros
da Área de Livre Comércio Panárabe. A partir do Acordo de Livre Comércio
com o Egito, os exportadores dos países do MERCOSUL terão condições
semelhantes de acesso ao mercado egípcio já usufruídas pelos países que
integram os agrupamentos mencionados.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 31


EGITO Guia de Negócios

6.7. Pesquisas de Mercado

Trata-se de estudos aprofundados sobre a comercialização de produtos


brasileiros em terceiros mercados, levando em consideração diversos
fatores que podem afetar sua competitividade, tais como barreiras tarifárias
e não tarifárias, legislação comercial, canais de distribuição, concorrência
de empresas locais e estrangeiras e logística de transportes, entre outros.
As pesquisas são elaboradas e atualizadas exclusivamente sob demanda de
entidades de classe do Brasil, cadastradas no Sistema de Promoção Comercial
do MRE1.

6.8. Informações sobre Produto

Trata-se de trabalho contendo um conjunto de dados sobre as condições


de comercialização de determinado produto em mercado específico. Inclui
tratamento tarifário e não tarifário aplicado à importação de produtos brasileiros,
lista de importadores locais e estatísticas de importação. Os trabalhos são
solicitados ou atualizados exclusivamente por demanda de empresas ou
entidades cadastradas no Sistema de Promoção Comercial do MRE2.

1 As pesquisas de mercado estão disponíveis no Portal BrasilGlobalNet (www.


brasilglobalnet.gov.br).

2 Informações sobre Produto estão disponíveis no Portal BrasilGlobalNet (www.


brasilglobalnet.gov.br).

32 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

7. INVESTIMENTOS

O gráfico 7 apresenta as principais origens dos investimentos estrangeiros


anunciados pelo Egito, entre 2007 e 2012:

GRÁFICO 7

EGITO

Egito - Origem dos Investimentos Anunciados


entre 2007 e 2012 (%)
25,1%
Emirados Árabes Unidos

Catar

Reino Unido
35,8%
Itália
20,1%
China

Outros

4,9% 8,1%
6,0%

FONTE: FDI Intelligence. Elaboração UICC/Apex-Brasil

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 33


EGITO Guia de Negócios

O gráfico 8 apresenta os principais setores dos investimentos estrangeiros


anunciados pelo Egito, entre 2007 e 2012:

GRÁFICO 8

EGITO

Egito - Investimentos Anunciados entre


2007 e 2012 (%)

Negócios Imobiliários

15,5% Carvão, Petróleo e Gás

2,4% 48,4% Químicos

2,8% Alimentos
4,3% Hotéis e turismo
Outros

26,7%

FONTE: FDI Intelligence. Elaboração UICC/Apex-Brasil

34 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

8. PRESENÇA BRASILEIRA

Embaixada do Brasil no Cairo:


2005C Corniche El Nil
Nile City Towers
North Tower, 18º andar
11221 - Boulaq
Cairo – Egito
Tels.: (+202) 2461-9837 / 2461-9845
Fax: (+202) 2461-9838

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 35


EGITO Guia de Negócios

9. DOCUMENTAÇÃO E FORMALIDADES
EGITO

Classificação no comércio internacional(1) - 70

DESCRIÇÃO PARA EXPORTAR PARA IMPORTAR

Número médio de documentos 8 9

Prazo médio para desembaraço (dias) 12 13

Custo médio (US$ por contêiner) 625 755

DOCUMENTOS

PARA EXPORTAR PARA IMPORTAR

Conhecimento de Embarque Marítimo Conhecimento de Embarque Marítimo


Certificado de Origem Certificado de Origem
Fatura Comercial Fatura Comercial
Declaração de Exportação Declaração de Importação
Customs Procedural Certificate Customs Procedural Certificate
Export Statistical Form Nota de Entrega
Packing List ou Romaneio de Embarque Form of Annex 4 (imports for trading ou production purposes)
Norma Técnica / Certificado Sanitário Relatório de Inspeção
Packing List ou Romaneio de Embarque

Elaborado pelo MRE/DPR/DIC - Divisão de Inteligência Comercial, com base em dados do World Bank - Doing Business.
(1) Compilação dos dados que medem e comparam as regulamentações relevantes para o ciclo de vida de pequenas e médias empresas nacionais em 185 países, concluída
em junho de 2012.

36 Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012


Guia de Negócios EGITO

10. LINKS ÚTEIS


SÍTIO FINALIDADE
http://www.brasilglobalnet.gov.br Informações estratégicas para fechamento de negócios entre empresas
brasileiras e estrangeiras.

http://capta.mdic.gov.br
Ferramenta de divulgação dos acordos comerciais brasileiros.

http://aliceweb2.desenvolvimento.gov.br Sítio oficial de estatísticas de comércio exterior do governo


brasileiro.
Sítio com objetivo de auxiliar na seleção de mercados e produtos com maior
http://www.radarcomercial.mdic.gov.br potencial para incrementar as exportações brasileiras

Portal Brasileiro que têm por objetivo disseminar informações


http://www.comexbrasil.gov.br referentes ao comércio exterior brasileiro.

Agência Brasileira de Promoção de exportações. Entidade cujo objetivo


http://www.apexbrasil.com.br é promover as exportações dos produtos e serviços do país, contribuir para a
internacionalização das empresas brasileiras.
Sítio oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
http://www.mapa.gov.br do governo brasileiro

Agência Nacional de Viglância Sanitária. Entidade cujo objetivo é proteger a


http://www.anvisa.gov.br saúde do cidadão, mediante o controle sanitário da produção e comercialização
de produtos e serviços submetidos a vigilância sanitária.
Receita Federal. Administração dos tributos federais e o controle aduaneiro,
http://www.receita.fazenda.gov.br atuação no combate á songeção, contrabando, descaminho,
pirataria e tráfico de drogas e animais.
Banco central do Brasil. Entidade cujo objetio é gerir a política econômica,
http://www.bcb.gov.br garantir a estabilidade e o poder de compra da moeda do Brasil e do sistema
financeiro.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Banco com os
http://www.bndes.gov.br objetivos de apoiar empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento
nacional.
Instituição financeira estatal, que têm por objetivo
http://www.bb.com.br promover o desenvolvimento sustentável do Brasil.

Calendário Brasileiro de Exposições e Feiras 2012 37

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