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Aluno(a): Camila Conceição de Souza

Orientador(a): Profa. M.Karenn Patrícia Silva Siqueira

A INFLUÊNCIA DE VARIÁVEIS SOCIOECONÔMICAS E FINANCEIRAS


NO DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO MARANHÃO: uma análise
multivariada de dados

PIBIC/UEMA
INTRODUÇÃO

• O desenvolvimento deve ser compreendido como um processo de expansão das


liberdades individuais, voltado para o bem-estar das pessoas (Amartya Sen, 2002).

• No contexto da análise regional, diversas teorias buscam compreender como


ocorre esse processo, questionando, por exemplo, sua origem, o que o mantém e
que fatores o influencia.

• Capello (2011) classifica a economia regional em dois ramos principais:


(i) Teoria da Localização;
(ii) Teoria do Crescimento (ou Desenvolvimento) Regional
INTRODUÇÃO

• Dada a incompletude desses modelos, investigar as variáveis potenciais do


desenvolvimento contribui para a formação de parâmetros pela gestão pública que
vise a melhorias das condições socioeconômicas locais.

• Nessa perspectiva, as análises envolveram a utilização de métodos quantitativos,


através da aplicação de Regressão Linear Múltipla e Simples com dados em painel.

• Sequencialmente, também se propôs a comparar o desenvolvimento dos


municípios maranhenses por clusters.
OBJETIVOS

• Objetivo Geral
Analisar a influência de variáveis socioeconômicas e financeiras dos municípios
maranhenses no desenvolvimento das Regiões Administrativas de Planejamento do
Maranhão.
• Objetivos Específicos
(i) Identificar os fatores de natureza socioeconômica e financeira dos municípios
integrantes das Regiões Administrativas de Planejamento do Maranhão;

(ii) Verificar o nível de influência dos fatores de natureza socioeconômica e financeira


dos municípios maranhenses para o desenvolvimento das Regiões Administrativas de
Planejamento do Estado;

(iii) Comparar o desenvolvimento dos municípios maranhenses, por clausters,


conforme nível de influência dos fatores de natureza socioeconômica e financeira.
METODOLOGIA

• Pesquisa explicativa de abordagem quantitativa (PRODANOV, FREITAS, 2013).

• Etapa 1: 2005-2016 (Dados do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal – IFDM).


◆ Aplicação de Regressão Linear Simples e Múltipla;
◆ Análise da Matriz de Correlação das variáveis.

• Etapa 2: 2010 (Dados do Índe de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM).


◆ Regressão Linear Múltipla (Análise cross-section)

• Etapa 3: Análise por clusters


METODOLOGIA

Tabela 1: Variáveis Independentes


Variável (Xj) Descrição Fonte Época
IFGF Índice Firjan de Gestão Fiscal – IFGF Sistema Firjan 2013-2016
SASAN Gastos Públicos com Saúde e Saneamentoper capita Ipeadata 2005–2016

EDCULT Gastos Públicos com Educação e Culturaper capita Ipeadata 2005–2016


AGR Gastos Públicos com Agricultura percapita Ipeadata 2005–2016
PBF Num. de beneficiários do Programa Bolsa Família per capta Ipeadata 2005–2014

IEGM Índice de Efetividade da Gestão Municipal – IEGM TCE-MA 2015–2016

FPM Fundo de Participação dos Municípios – FPM per capta Finbra 2005–2016
Arrecadação de Impostos Municipais – ISS, IPTU e ITBI per
IMPO Ipeadata 2005-2016
capita
PIB Produto Interno Bruto – PIB per capita IBGE 2005–2016

Fonte: Elaborado pelos autores (2022)


METODOLOGIA

• Modelos da Etapa 1:
ln �����,� = �0 + �1 ln ������,� + �2 ln ������,� + �3 ln ����,�
(1)
+ �4 ln ����,� + �5 ln ����,� + �6 ln �����,� + �7 ln ����,� + ��,�

ln �����,� = �0 + �1 ln �����,� + ��,� (2)

ln �����,� = �0 + �1 ln �����,� + ��,� (3)

• Modelo da Etapa 2:
ln �����,� = �0 + �1 ln ������,� + �2 ln ������,� + �3 ln ����,� (4)
+ �4 ln ����,� + �5 ln ����,� + �6 ln �����,� + �7 ln ����,� + ��,�
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA OS MUNICÍPIOS


• Média do IFDM (0,485) foi maior que 0,4 e menor que 0,6: Desenvolvimento
regular;

• Média alta do FPM per capta (406,2): como sugere Oliveira e Abrantes (2015), isso
é um indicativo de baixa capacidade arrecadatória;

• Média do IEGM (41,86%): categoria de baixo nível de adequação;

• Logo, as políticas públicas no estado ainda exige maiores comprometimentos dos


gestores para sua efetividade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA OS MUNICÍPIOS

Ø Matriz de Correlação
• Houve correlação entre o IEGM e várias outras variáveis, indicando que aumentos
nos indicadores de gestão municipal são alcançados através de investimentos em
saúde e saneamento (SASAN), educação e cultura (EDCULT) e agricultura (AGR).
• Contudo, o grau de associação é baixo;
• Correlação moderada entre o FPM e EDCULT. Esse resultado sugere que uma
grande parcela do FPM pode estar sendo destinada para custeio nessa área.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA OS MUNICÍPIOS

Ø Modelo I (IFDM - Demais variáveis)


§ Para o FPM, um aumento de 1% em seu valor, reduz em média 0,03% o IFDM,
corroborando o argumento de Oliveira e Abrante (2015), de que os municípios
ainda possuem forte dependência de transferências constitucionais;
§ Uma possível explicação para a insignificância estatística encontrada para as
variáveis ln EDCULT e ln AGR refere-se ao intervalo de tempo para que seus
efeitos comecem a influenciar no desenvolvimento.
§ Ou seja, é possível que haja uma defasagem nessas variáveis para o
desenvolvimento, condicionando seu processo no longo prazo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA OS MUNICÍPIOS

Ø Modelo II (IFDM - IFGF)


§ Foi significativo ao nível de 5%;
§ Logo, a gestão fiscal local é um fator importante ao se analisar o processo de
desenvolvimento nos municípios.
Ø Modelo III (IFDM - IEGM)
§ Foi significativo ao nível de 1%;
§ O sinal do parâmetro de lnIEGM foi negativo. Uma possível explicação é a de
que a efetividade das políticas públicas locais levam certo tempo para que
seus efeitos reflitam nos indicadores de desenvolvimento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA OS MUNICÍPIOS

Ø Modelo IV (IDH - OUTRAS VARIÁVEIS)


§ As variáveis lnSASAN , lnAGR, lnPBF e lnIMPO não apresentaram significância
estatística. Em contraste, os coeficientes de educação e cultura, FPM e PIB
foram significativos ao nível de 1%;
§ Ademais, saúde e saneamento e PIB obtiveram coeficientes positivos,
enquanto que os das demais variáveis revelou-se negativoS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA AS REGIÕES

§ Do total das observações (384), 42 (10,94%) estão na faixa baixo desenvolvimento,


332 (86,46%) na faixa desenvolvimento regular e 10 (2,60%) na faixa
desenvolvimento moderado;
§ Os resultados para as regiões foram semelhantes aos dos municípios;
§ O esforço conjunto dos municípios em ampliar o desenvolvimento regional são
significativos, uma vez que se observa que as variáveis lnEDCULT , lnFPM e lnIMPO
são positivas e as com sinais negativos apresentaram insignificância estatística (p-
valor baixo);
§ Quando o IFGF aumenta em 1%, o IFDM aumenta cerca de 4,3% (pela regressão
linear simples).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA AS REGIÕES

Ø Resultado das análises por clusters


Tabela 1: Estatísticas descritivas dos grupos analisados
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
População menor que 20.000 de 20.001 a 50.000 acima de 50.000
Num. Municípios 127 68 22
Média da população 11.940 29.661 138.247
Desv. padrão 4.335,81 8.129,49 201.446,08
Mínimo populacional 4.020 20.079 50.173
Máximo populacional 19.920 49.496 1.014.837
Fonte: Elaborados pelos autores
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA AS REGIÕES

Ø Resultado das análises por clusters


§ Município com MENOR número de habitantes:
• Grupo 1: Junco do Maranhão;
• Grupo 2: Paulo Ramos;
• Grupo 3: Zé Doca.
§ Município com MAIOR número de habitantes:
• Grupo 1: São João Batista;
• Grupo 2: Viana;
• Grupo 3: São Luís.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

RESULTADOS PARA AS REGIÕES

Ø Resultado das análises por clusters


§ Municípios com maior número de habitantes necessitam de maiores investimentos
em políticas públicas de fomento à renda familiar, dado que há um aumento no
número de pessoas de baixa renda.
§ Quando esses investimentos são efetivados, todo o município se beneficia. Logo,
políticas de incentivo à renda associa-se positivamente com o desenvolvimento
local
CONCLUSÕES

• Os resultados indicaram que, em média, os municípios encontram-se na faixa de


"desenvolvimento regular", com o indicador de efetividade da gestão municipal
(IEGM ) na categoria de "baixo nível de adequação";

• As análse de regressão indicaram que o desenvolvimento no estado ocorre com


baixos níveis de variação, com efeitos mais visíveis no longo prazo;

• Contudo, é importante lembrar que esse processo é heterogênico e complexo, o


que não descarta a possibilidade de que em certos municípios, esses efeitos sejam
visíveis mais rapidamente.

• Econtrou-se evidências que investimentos em políticas públicas de fomento à renda


em municípios com maior densidade populacional exerce maior influência no
desenvolvimento do que em municípios com menor densidade.
REFERÊNCIAS

MEDEIROS, Ana Lucia; SANTOS, Luana Borges dos; ANDRE, Claudomiro Moura Gomes.
Desenvolvimento Municipal das Microrregiões do Estado do Tocantins: uma análise a partir do Índice
Firjan de Desenvolvimento Municipal. Desenvolvimento em Questão, v. 16, n. 45,p. 44–62, 2018.

MENDES, Wesley de Almeida et al. A influência da capacidade econômica e da formação dereceitas


públicas no desenvolvimento humano. Revista de Administração Pública, SciELO Brasil, v. 52, p.
918–934, 2018.

OLIVEIRA, WellingtonMassardi; ABRANTES,Luiz Antonio. Esforço fiscal, dependênciado FPM e


desenvolvimento socioeconômico: um estudo aplicado aos municípios de Minas Gerais. REGE-Revista
de Gestão, Elsevier, v. 22, n. 3, p. 295–313, 2015.

RITTA, Cleyton de Oliveira; CUNHA, Leila Chaves da; HEIN, Nelson. Nível de desenvolvimento
econômico dos municípios catarinenses: utilização de análise multivariadade dados. Revista da
UNIFEBE, v. 1, n. 20, p. 157–180, 2017.

SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. [S.l.]: Editora Companhia das letras, 2018.
AGRADECIMENTOS

◆ Agradeço à UEMA e a toda equipe do projeto:


• Prof.ª Karenn Patrícia Silva Siqueira (Orientadora);
• Prof. Aluydio Bessa Amaral;
• Prof.ª Tatiana Silva Fontoura de Barcellos Giacobbo;
• José Wilson Conceição de Souza.

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