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CÁLCULO INFINITESIMAL I

Resolução da Lista 1
José Wilson Conceição de Souza
DRE: 122071379

1 Somas Infinitas
1. Sejam a e b dois números reais e n um natural. Mostre que

an − bn = (a − b)(an−1 + an−2 b + · · · + abn−2 + bn−1 ).

Solução. Como se trata de uma identidade, resolvendo a expressão do lado direito da igualdade:

(a − b)(an−1 + an−2 b + · · · + abn−2 + bn−1 )

= an + an−1 b + · · · + a2 bn−2 + abn−1 − an−1 b − an−2 b2 − · · · − abn−1 − bn


= a n − bn

2. Sejam a e q reais e n natural. Mostre que


n−1
X qn − 1
aq i = a + aq + aq 2 + · · · + aq n−1 = a .
i=0
q−1

Dê uma demonstração geométrica para o caso q > 0.


Solução. Seja Sn−1 = a + aq + aq 2 + · · · + aq n−1 , multiplicado tudo por q n e subtraindo Sn−1 :

qSn−1 = aq + aq 2 + aq 3 + · · · aq n

−Sn−1 = a − aq − aq 2 − · · · − aq n−1
qn −
Sn−1 (q − 1) = aq n − a ⇒ Sn−1 = a
q−1
Mostrando que vale para todo n ∈ N, por indução:
2−1
X q2 − 1
P 1 : Para n = 2: aq i = a + aq 1 = a = a(q + 1) (é verdade)
i=0
q−1
P2: Admitindo que vale para um n = k, então
k−1
X
aq i = a + aq + aq 2 + · · · + aq k−1
i=0

deve valer também para k + 1. Assim,

qk − 1
P 3 : a + aq + aq 2 + · · · + aq k−1 + aq k = a + aq k
q−1

(q k − 1) + q k (q − 1) q k − 1 + q k+1 − q k
=a =a
q−1 q−1

1
q k+1 − 1
=a
q−1
Logo, vale para todo n ∈ N.
Demonstração Geométrica: Construindo triângulos retângulos de catetos aq i e aq i+1 e, em seguida
dispondo-os de maneira que seja possı́vel identificar as reta que formam um ângulo de 45º com uma
reta horizontal, conforme a figura abaixo.

Logo,
Sn−1 − a + aq n qn − 1
= q ⇒ Sn−1 = a .
Sn−1 q−1
Se q estiver entre 0 e 1 a reta s irá tocar a reta r em algum ponto, quando n tender ao infinito. Se q
for maior que 1 essas duas retas (r e s) irão ficar ainda mais distantes uma da outra.
3. Note que as fórmulas acima valem também se a, b e q são números complexos.
Solução. De fato, se a = k + mi, b = x + yi e q = f + gi, onde i2 = −1, a validação das fórmulas
continuam.
4. Se |q| < 1, quanto vale

X
aq n ?
n=0

Por quê?
Solução. Da questão dois,
n−1
X qn − 1
aq i = a
i=0
q−1

é fácil ver que, com |q| < 1, quando n tender ao infinito q n tende a zero. Assim,

X −a a
aq n = = .
n=0
q−1 1−q

5. A soma

1 1 1 1 1 1 X 1
1+ + + + + + + ··· =
2 3 4 5 6 7 n=1
n

2
é finita ou infinita?
Solução. É infinita, pois há uma soma infinita de parcelas finitas. Adicionalmente, quando se compara
sua soma parcial com a soma parcial da progressão geométrica

X 1
2 i
=2
i=1
2

tem-se um resultado maior.


6. E

1 1 1 1 1 1 X 1
1+ + + + + + + ··· = 2
?
4 9 16 25 36 49 n=1
n

Solução. Também é uma soma infinita, pois é formada por infinitas somas de parcelas finitas. Contudo,
quando se compara suas somas parciais com as somas parciais da progressão geométrica

X 1
2 =2
i=1
2i

tem-se um resultado menor, logo este é um caso de uma soma infinita resultar em um valor finito.
7. O que você acha do seguinte ”paradoxo” de Zenon: o guerreiro Aquiles nunca conseguirá alcançar uma
tartaruga, já que, para fazê-lo, terá primeiro que percorrer a distância que os separa; porém, ao chegar
a este ponto, a tartaruga já terá andado um pouco, de forma que será necessário percorrer a nova
distância; novamente, porém, a tartaruga terá andado, e assim sucessivamente.
Solução. O ”paradoxo” é ”solucionado” quando se analisa a situação a partir do ponto de vista
de somas infinitas. Assim, apesar de ser inconcebı́vel para a época a ideia de que somas infinitas
podem resultar em um valor finito, com as ferramentas matemáticas modernas é possı́vel compreender
a situação a partir deste pontos de vista, de que somas infinitas convergem para um valor finito.
8. Seja n um natural. Mostre que
n
X n(n + 1)(2n + 1)
i2 = .
i=1
6

Solução. Aplicando diretamente indução. Verificando que vale para 1 e admitindo que vale para
n = k,
k
X k(k + 1)(2k + 1)
i2 + (k + 1)2 = + (k + 1)2
i=1
6
k(k + 1)(2k + 1) + 6(k + 1)2 (k + 1)(2k 2 + k + 6k + 6)
= =
6 6
(k + 1)(2k 2 + 7k + 6) (k + 1)(2k 2 + 4k + 3k + 6)
= =
6 6
(k + 1)(k + 2)(2k + 1)
=
6
9. Sejam n e k naturais. Encontre uma fórmula de recorrência para
n
X
ik .
i=1

Mostre que
n
X
ik = pk (n)
i=1
nk+1
onde pk (n) é um polinômio de grau k + 1, cujo termo de maior grau é k+1 .
Solução.

3
√ √
10. Mostre que 2 é irracional. Existe alguma base de numeração em que 2 tenha uma representação
finita?
√ m
Solução. Supondo que 2 possa ser escrito como um racional n, tal que mdc(m, n) = 1:
√ n  m 2
2= ⇒2= ⇒ m2 = 2n2 .
m n
Logo, como m2 é par m também é par. Seja m = 2k, k ∈ Z, temos que

4k 2 = 2n2 ⇒ n2 = 2k 2 ,

implicando que n também é par. Contudo isso é uma contradição pois significa que poderı́amos
√ reduzir
ainda mais a expressão m n , mas a suposição inicial dizia que mdc(m, n) = 1, portanto a 2 não é
racional, mas sim irracional.

Com isso, não existe uma base de numeração em que 2 possa ser representado finitamente.
11. O que é uma soma infinita? O que é um número real?
Solução. Uma soma infinita é uma soma de infinitas parcelas de valores finitos, podendo resultar em
um valor finito ou não. Ou seja, se Sn é uma soma até o n-ésimo termo, a soma infinita é definida
como:
S = S1 + S2 + S3 + · · · + Sn + · · ·

X
S= Sn .
n=1

Antes de conceituar número real, é interessante conceituar reta real, definida como uma linha reta com
um ponto chamado de origem, cujo valor é 0.

Um número real pode ser visualizado como qualquer valor compreendido na reta real. Assim, um
número real pode ser um número natural, inteiro, racional ou irracional.

2 Áreas e comprimentos
12. Solução.

4
a
Construindo n retângulos de base e alturas y(i na ), i ∈ {1, 2, 3, . . . , n}, então
n
n
X a a
A = lim y(i )
n−→∞
i=1
n n

n   a 2 
X a a a  a 2  a 2
y(i ) = +4 + · · · + n2
i=1
n n n n n n

a3 2 2 2 a3 n(n + 1)(2n + 1 a3 n3 (2 + n3 + 1
n2 )
= (1 + 2 + 3 + · · · + n ) = =
n3 n3 6 n3 6
a3 n3 (2 + n3 + 1
n2 ) a3
A = lim = .
n−→∞ n3 6 3
13. Solução.
14. Solução. De a até 1 a área é dada por
n
|1 − a| X 1
A = lim · |1−a|
.
n−→∞ n i=1 i · n

De b a ba é
n n
|ab − b| X 1 b|1 − a| X 1
B = lim · |ab−b|
= lim · i|1−a|
n−→∞ n i=1 i ·
n−→∞ bn i=1
n n

Logo, cortando b, A = B.

15. Solução. Área é uma região limitada do plano. As figuras geométricas mais conhecidas são limitadas
por retas, que é apenas um caso particular de curva. Em geral, para se calcular áreas limitadas por
curvas utilizam-se técnicas de integração, que se relacionam intimamente com o princı́pio de Cavalieri.
16. Solução. Como A está contido em B, pode-se decompor B de tal forma que que se forme um polı́gono
C = A, como nas figuras abaixo.

5
17. Solução. Comprimento é o tamanho total de um segmento ou uma curva. A ideia para se calcular o
comprimento é semelhante à do cálculo da área, mas ao invés de se utilizar aproximações com retângulo
utiliza-se segmentos de retas, conforme a figura abaixo.

fazendo o número de segmentos de retas tender ao infinito obtém-se o comprimento da curva.


18. Solução. Considerando dois discos de raios r1 e r2 , como na figura abaixo. Sendo S1 e S2 as áreas
dos discos 1 e 2 respectivamente,

6
A afirmação é que
S1
= π1 ⇒ S1 = π1 r12 .
r12
Considerando um segundo disco:
S2
= α ⇒ S2 = αr2
r22
devemos mostrar então que π1 = α. Observando, pela figura, que quando aproxima-se as áreas por
polı́gonos, temos que:
 2
S1 r1
=
S2 r2
então  2
π1 r12 r1
= ⇒ π1 = α
αr2 r2
19. Solução. A afirmação é que, sendo L1 o comprimento do disco,
L1
= 2π2 ⇒ L1 = r1 · 2π2
r1
Considerando um outro disco de raio r2 e comprimento L2 , temos que:
L2 = r2 · 2β
devemos mostrar que β = π2 .
De maneira semelhante à questão anterior, quando o número de polı́gonos crescer indefinidamente então
a razão entre os lados dos polı́gonos do disco maior com os lados dos polı́gonos do disco menor tenderão
r1
a . Ou seja
r2
L1 r1 r1 · 2π2 r1
= ⇒ = ⇒ β = π2 .
L2 r2 r2 · 2β r2
20. Solução.
21. Solução. Como a area total é 2πr2 e o comprimento da circunferência é 2πr, então
πr2 x
=
2πr c
onde x é area desejada. Logo
r
x=c·
2
22. Solução.

7
3 Velocidade e Tangente
23. Solução. Coeficiente angular (α) da secante à c em (2, 4) e (2 + ∆x, 4 + 4∆x + ∆x2 ) :

4 + 4∆x + ∆x2 − 4 ∆x(4 + ∆x)


α= = = 4 + ∆x.
∆x ∆x
Coeficiente angular da tangente (β) em (2,4).

β = lim (4 + ∆x) = 4
∆x−→0

. Coeficiente angular (m) da Tangente em (a, a2 ):

(a + ∆x)2 − a2 a2 + 2a∆x + ∆x2 − a2


m = lim = = 2a + ∆x = 2a.
∆x−→0 ∆x ∆x

24. Solução. Coeficiente angular da tangente (m) a função f (x) = xn em (a, an ):


f (a + h) − f (a) (a + h)n − an
m = lim = lim
h−→0 h h−→0 h
(a + h − a)((a + h)n−1 + (a + h)n−2 a + · · · + (a + h)an−2 + an−1
=
h
Quando h tender a zero teremos então
h · nan−1
m = lim = nan−1
h−→0 h

25. Solução. Tangente é definida como a reta que toca a curva em um único ponto, para certo intervalo
do domı́nio da função representativa da curva. É possı́vel calcular o seu coeficiente angular a partir da
ideia de limites, sob a forma
f (x + h) − f (x)
lim .
h−→0 h
Ou seja, a medida que a se reduz o intervalo de variação em x melhor se tem uma aproximação para o
coeficiente angular da reta tangente no ponto considerado.
26. Solução. O volume da caixa fica:

V = (a − 2x)(b − 2x)x = (4x2 − 2x(a + b) + ab)x

V = 4x3 − 2(a + b)x2 + abx


O volume máximo é obtido quando o coeficiente angular da reta tangente em um certo ponto da curva
da função volume é zero. Ou seja, sendo (xm , Vm ) o ponto de volume máximo, então

3 · 4x2m − 2 · 2(a + b)xm + ab = 0

Encontrando o ∆:
∆ = 16(a + b)2 − 48ab
Logo, √ √
4 + 4 a2 + b2 + ab 1 + a2 + b2 + ab
x′m
= =
24 6

1 − a 2 + b2 + ab
x′′m =
6
Logo, o xm que torna o volume máximo é

1 + a2 + b2 + ab
xm =
6

8
27. Solução. p(x) possui três raı́zes reais, pois é um polinômio de grau 3. q(x) também possui três raı́zes
reais pois também tem grau 3.
28. Solução. Verificando a velocidade média percorrida no trecho do km 67 ao km 175.
175 − 67
vm = = 135km/h.
0, 8

29. Solução. É a velocidade calculado em um ponto especı́fico da curva da função espaço percorrido.
30. Solução.

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