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O REI E O PROFETA

Temos ouvido, de forma recorrente na mídia escrita, televisa ou digital, a famosa frase: ” o estado é
laico” e em seguida seu predicado - “religião não se mistura com política!” Na verdade, esse me-
ro ditado virou um AXIOMA, uma daquelas verdades irrecorríveis e invulneráveis a qualquer dis-
cussão. Neste momento extremamente diacrítico, esse REFRÃO virou um MANTRA, porém muito
mais ardiloso e estratégico do que útil e realista. O refrão em tela não eh uma “sintese científica”,
manuseada para obter luminosidade, onde, doutra forma, haveria discussão inútil e obtusa, tão pou-
co se presta a tratar de separar estruturas cuja natureza é auto-excludente, ou mesmo de melhorar a
perfomance de ambas, através de separação centrífuga registrada na história, colocando e encaixan-
do competências e limites no seu devido “ambiente”, muito pelo contrário! - constitui mera INS-
TRUMENTAÇÃO de postulado inócuo, falacioso e demoníaco, com objetivo específico de impedir
a verificação da vocação de ambas.

Citamos o termo ” ambiente” porque foi exatamente ESSE que o ministro Fachin, na sua sabatina
no congresso, usou para responder ao senador Magno Malta a cerca de como enfrentaria a questão
da participação das igrejas e de religiosos no sistema democrático brasileiro. Fachin usou o termo :
“AMBIÊNCIA” ( a religião deve atuar de acordo e na sua respectiva “ambiência”) escondendo ape-
nas o rabo do elefante que teimava em gritar no auditório do senado - funcionou!. A maioria parva
do senado, esquerdistas treinados, cristãos seculares e omissos, tirirricas e atores pornôs, adoraram a
falácia evasiva de Fachin, para imediatamente o aprovarem como ministro do STF. Fachin venceu
porque quem entendeu o que ele dizia se deu por satisfeito, quem não entendeu também não deveria
estar ali, porém quem não concordou ( por entender) - como Malta, foi vencido pelos demais ener-
gúmenos. Em breve Fachin demonstraria a que veio e explicou, na prática judicante aleijada, o que
significaria a tal “ambiência”, da qual 95% do Senado não tinha a menor ideia vernacular, embora
compreendessem perfeitamente a conotação ideológica e política. Fachin inovou com tentativas lu-
nares, tipo: ” abuso de poder religioso” e “cassação de políticos”, supostamente eleitos por essa
via. Quem não sabia, agora sabe o que Fachin quis dizer com “ambiência” - vou traduzir: ” religião
só NOS TEMPLOS e sem tocar em política. ” Ambiência apropriada ” de Fachin, eh um padre, fa-
lando com um coroinha sobre a beleza do ” Pai Nosso”, mas só dentro do santuário e omitindo “a
Sua vontade, tanto ma TERRA, quanto no ceú”. Na verdade nem isso ele gostaria que existisse. Eh
cominista e ateu!

Como cristãos devemos explicar pra Fachin, que ele é mero aplicador e intéprete da CF. `Por sinal é
mau intérprete!. Ele imagina que a “ambiência” deva ser o “ minimum minimorum” , necessário
apenas ao oportunismo, como diz o velho barbudo no Manifesto Comunista - “ nada mais fácil do
que dar ao ASCETISMO CRISTÃO, um toque de SOCIALISMO”. Foi o que fez a Teologia da Li-
bertação e seus padres de armas na mão.

Desde os tempos longínquos , imemoriáveis, até os atuais, a autoridade do Rei decorre da autorida-
de do divino, geralmente representado pela igreja, pelo padre, pelo bispo, pelo Papa, etc.... na verda-
de, mesmo numa remota tribo, o Pajé rivaliza com o Cacique no exercicio do “poder”. A ideia “de-
mocrática” de que o “TODO poder emana do povo e em seu nome é exercido”, não diz O QUÊ É
esse PODER, embora ao descrever como TODO , ja comete ai uma metáfora, ja que o povo - de
quem emana o poder - na maioria das vezes é completamente abandonado pelos seus representan-
tes, esses sim, o exercem em maior ou menor grau, servindo o povo de mero veículo protocolar num
sufrágio de poucas opções, negando à priori que o povo detenha , de fato, TODO esse poder.
Na história de Israel encontramos muitas lições! A escolha do primeiro Rei de Israel - Saul - foi de-
cisão divina, sob auspícios do profeta Samuel que UNGIU o rei, Sempre foi assim nas coroações de
Reis. O poder divino UNGE o rei. Desde então eh nítida a imiscuidade entre a religião e a política -
é a HISTORIA! Porém , algo aconteceu!. Marx chama de “racionalismo” o instrumento que afastou
as ideias cristãs da sociedade. Não foi!. O que aconteceu foi um processo humanista, ingênuo con-
quanto otimista, de que uma ” renascença” e o “iluminismo” positivista, conduziriam a humanidade
às luzes do bem- racional. Ledo engano! . A razão humana se revelou louca e de onde esperavam
respostas, advieram muito mais perguntas. Dotra banda, as religiões , em certa medida alheias às
presunções positivistas humanistas, vieram catequizar os novos continentes, fundaram cidades,
construiram colégios, edficaram templos, inauguraram os primeiros orfanatos, asilos, faculdades,
ensinaram nossa lingua, demarcaram - com os jesuitas e bandeirantes- as nossas fronteiras. Em su-
ma: construiram o Brasil!. Justiça se faça: a Igreja Catolica tem MUITO desses méritos.

Frei Leonardo Boff nos presenteou - num blog dele - com mais ou menos o seguinte título: ” Os
crentes diziam - politica é coisa do diabo! Crente não se mete nisso. Agora os crentes estão di-
zendo - irmão vota em irmão” . Era um artigo de uma professora esquerdista , se não me engano
da USP, ao qual ele tratava de dar ênfase e razões. Eu rebati: ” Como pode o Senhor, fundador de
“teologias” marxistas, que criaram movimento políticos e até o PT, vir criticar a participação dos
evangélicos? O que eh a CNBB se não um ente político, de atuação política tanto quanto eclesiásti-
ca? O que são as Comunidades Eclesiais de Base, se não instituições fomentadoras do movimento
revolucionario de esquerda e que deram suporte logistico e esrutural ao terrorismo? Qual foi a mãe
do MST, senão a Pastoral da Terra, fomentada numa igreja cuja pátria deveria ( pelo seu critério)
cuidar do ceú?. A ala - dita “progressista” - da igreja católica, faz politica no seu sentido mais am-
plo, concreto e comezinho. Briga por verbas, ocupa cargos, se associa a partidos, padres se candida-
tam, alguns pegaram em armas e foram pra guerrilha, literalmente ou em logística, como Camilo
Torres Restrepo( que morreu com arma na mão), Manuel Perez Martinez, Frei Tito e Frei Beto -
aqui no Brasil, dentre MUITOS outros cooptados pela imbecilidade herege e satãnica da Teologia
da Libertação . Isso esta bem assente no livro de Frei Beto : Batismo de Sangue, onde, inclusive no
título, ele misturou guerrilha, violência urbana, a Ordem dos Domicanos, a política mais violenta
possivel, com a RELIGIÃO - exatamente o quê, agora, o hipocrita Boff, seu mentor junto com Gus-
tavo Gutierrez, condena nos evangèlicos meramente por se candidatarem! - vejam só a desfaça-
tez!

Os evangélicos ERRARAM ao não se preocupar com a escolha do Rei, erraram ao se omitir como
voz profética do povo saqueado, ludibriado e sobretudo DESVIADO da verdade cristã, biblica, jus-
ta e perfeita. Saul CAIU por se desviar dessa verdade. Um ” estado LAICO eh, apenas e tão so-
mente, aquele que não privilegia nem discrimina em razão da fé, ou mesmo da ausência de
fé”. Isso não significa que religião e política sejam água e óleo, mesmo porque a fé esta MUITO
acima da política, esta depende em larga medida da fé, mas aquela independe desta. No caráter da
missão de pastores e padres, estão valores muito mais sublime que meros mandatos políticos, nisto
reside a diferença entre o efêmero e o eterno, entre justiça e o direito, entre verdade e a versão.
Max Weber diz que o cristão, especialmente o protestante, deve entender sua profissão como uma
VOCAÇÃO. |Engenheiros de Deus, médicos de Deus, dentistas de Deus, contabilistas de Deus, sa-
pateiros de Deus, padeiros de Deus e eu diria..... governantes de Deus! Deus nos chamou à MOR-
DOMIA, onde tudo eh DELE e nos somos apenas DISPENSEIROS de suas fazendas. Não somos
“capitalistas” nem “socialistas”. Nada temos, e notório é que nada levamos! Porém não há como ex-
recer a mordomia quando tudo é do estado. So podemos exercer mordomia quando recebemos
BENS a serem administrados segundo a vontade divina e não pelo poder exercido apenas CONTRA
o povo e a favor de uma classe, raça, ou partido.

Fachin, Boff e quem mais quiser, que chore! Viemos para ficar e democraticamente fazer valer nos-
sos principios, que construiram esse pais. O que fez o partido comunista? Tem algum orfanato do
PSOL? Algum asilo de idosos do PT? Algum hopsital do PCO? Nada fizeram além da matar, rou-
bar, e destruir. Porquê a bancada da bala, do boi, do agro, da bola, do movimento gay, do movimen-
to negro, da Febraban , etc... tem o “direito” de opinar e influir e os cristão NÃO? O que há de tão
demeritório nas religiões ( principalmnete cristãs), a ponto de ministros do STF considerarem “abu-
so” a sua vocalização ou militância política? Nos VAMOS participar porque temos OBRIGAÇÃO e
também porquê fizemos por MERECER.

MARCILIO LEÃO
(12/03/2022)

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