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Lógica para Computação II

Curso de Bacharelado em Ciência da Computação


Campus de São Mateus / UFES

Aluno: Mikaelly Delarmelino Araujo


Título da Atividade: Resumo Capítulo 5 - Lógica dos Enunciados
Categóricos.
Data: 15/09/2020

A lógica proposicional é formada pelos operadores funcional-veritativos “e”, “se...


então”, “ou” e “se, somente se”. Mas, apesar de serem fundamentais, não são
suficientes para validar alguns argumentos válidos, sendo assim necessária a
utilização das expressões “todo”, “nenhum” e “algum”.

O argumento:

“Alguns quadrúpedes são gnus

Todos os gnus são herbívoros

.: Alguns quadrúpedes são herbívoros” é válido, porém não pode ser formalizado
apenas utilizando a lógica proposicional. Sendo assim, precisamos compor relações
entre atributos que denotam conjuntos ou classes com os próprios enunciados.
Podemos então representar os enunciados da seguinte forma:

“Algum F é G.

Todo G é H.

.: Algum F é H.”

As letras “F”, “G” e “H” representam classes de atributos que denotam conjuntos de
objetos tais como “gnus”, “herbívoros” e “quadrúpedes”. Podemos considerar as
locuções nominais e os substantivos como sendo a forma padrão para expressar as
classes de atributos.
As expressões “todo” e “algum” são denominadas quantificadores. Os quantificadores
são operadores lógicos que expressam relações entre os conjuntos designados pelas
classes de atributos. Além destes, também podemos considerar o quantificador
negado “nenhum”. A expressão “é”, assim como suas variantes, é chamado de elo
pois ela liga ou une um sujeito e um predicado - sendo o sujeito a primeira classe de
atributos num enunciado categórico e predicado a segunda.

Os enunciados categóricos são construídos com um quantificador seguido por uma


classe de atributos, um elo e outra classe de atributos. Quando o “não” se aplica a
uma classe de tributos, ele expressa uma complementação ao invés de uma negação.
Outros prefixos como “in-“, “anti-“, “im-“ e “i-“ também podem expressar
complementação. Cada enunciado categórico é tradicionalmente designado da
seguinte forma:

Designação Forma

A Todo S é P

E Nenhum S é P

I Algum S é P

O Algum S não é P

Enunciados da forma O também podem ser considerados como enunciados da forma


I com o termo predicado complementado “não-P”.

Complementação dupla é o mesmo que negação dupla, sendo assim “Todos os


homens são não-imortais” é logicamente equivalente a “Todos os homens são
mortais”, pois, neste caso, as duas negações se “cancelam”.

A maneira mais nítida de visualizar as relações entre os conjuntos é através dos


diagramas de Venn. Para representar a forma E, podemos indicar que não há
elementos em comum entre S e P sombreando a região correspondente a interseção.
Na forma A sombreamos a região do círculo de S externa ao círculo de P para indicar
que S não possui elementos que não estejam em P. Para indicar na forma I que S e
P possuem pelo menos um elemento em comum, colocamos um X na região
correspondente a interseção de S e P. Para mostrar na forma O que existe pelo menos
um elemento de S que não está em P, colocamos um X no círculo de S externo ao
círculo de P. Para enunciados que envolvem complementação, é útil emoldurar o
diagrama por meio de um retângulo, sendo sua parte interna o conjunto de todas as
coisas. Os elementos do complemento de um conjunto são, então, representados pela
região externa ao círculo, mas interna ao retângulo.

Inferências que partem de um enunciado categórico para outro chamam-se


inferências imediatas e podemos testar a validade destas através dos diagramas de
Venn. Se, ao construírmos um diagrama para validarmos as premissas, obtermos
também o diagrama da conclusão, então a forma de inferência é válida. Se duas
formas de enunciados tem o mesmo diagrama, elas são logicamente equivalentes.
Um par qualquer consistindo de um enunciado da forma O e um da forma A, tendo o
mesmo termo sujeito e termo predicado, são contraditórios; ou seja, cada um implica
validamente a negação do outro e vice-versa. O mesmo vale para a forma I e a forma
E. Duas formas de enunciados categóricos se dizem conversas se uma delas resultar
da outra quando comutamos o termo sujeito com o termo predicado. Uma inferência
que parte de um enunciado categórico para a sua conversa chama-se conversão.
Uma conversão é válida para as formas E e I, porém é inválida para as formas A e O.

Dois enunciados categóricos são contrapositivos se um resulta do outro quando


substituímos, respectivamente, seus termos sujeito e predicado pelo complemento de
seus termos predicado e sujeito. Uma inferência que parte de um par de enunciados
contrapositivos para outro chama-se contraposição. A contraposição para as formas
O e A é válida, porém é inválida para as formas E e I.

As quatro formas categóricas básicas podem ser classificadas em relação a


quantidade e qualidade. Sendo a qualidade afirmativa e negativa e a quantidade
universal e particular. Então, temos as seguntes combinações:

Qualidade
Afirmativa Negativa
universal A E
Quantidade
particular I O

Obversão é um terceiro tipo de inferência imediata em que muda a qualidade de um


enunciado categórico e substitui o termo predicado pelo seu complemento.
Enunciados obtidos de um outro por obversão chamam-se obversos. Enunciados
categóricos obversos são sempre logicamente equivalentes e seus diagramas de
Venn são iguais.

Silogismos categóricos são argumentos com duas premissas e uma conclusão, sendo
todas enunciados categóricos. Estes argumentos são compostos por três classes de
atributos: o termo sujeito (termo menor), o termo predicado da conclusão (termo maior)
e um terceiro termo (termo médio) que ocorre nas duas premissas. No primeiro
exemplo do texto, o termo maior é herbívoros, o termo menor é quadúpedes e o termo
médio é gnus.

Para diagramar uma forma silogística , desenhamos três circulos que se interceptam
representando os três termos das premissas. Desenhamos uma premissa de cada
vez. Se ao diagramarmos as premissas tivermos também diagramado a conclusão,
então a forma é válida.

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