DARREN BRIERTON
TRADUÇÃO DE AISLAN ALVES BEZERRA
Conectivos Proposicionais
O primeiro conjunto de símbolos que introduzir-vos-ei são chamados de
conectivos proposicionais porque eles combinam uma proposição, ou duas
proposições, para criar uma nova proposição. Isso parece mais complicado do
que realmente é. Deixe-me explicar. Uma proposição é simplesmente o que é
expresso por qualquer sentença declarativa, em português de uso comum, como
por exemplo: "O gato está no tapete". O caso mais simples que podemos
considerar é quando adicionamos as palavras "Não é verdade que..." a "O gato
está no tapete", criando uma nova proposição: "Não é verdade que o gato está
no tapete". Os lógicos chamam esta operação de negação – eles utilizam a letra
P para representar "O gato está no tapete", e a proposição "Não é verdade que o
gato está no tapete" é normalmente representada em uma das quatro formas
seguintes:
Em primeiro lugar, podemos usar a palavra "e" para unir nossas duas
proposições e criar uma nova proposição. Os lógicos chamam essa operação de
conjunção e a simbolizam em uma das quatro formas seguintes:
As notações acima são lidas em português como "P e Q". Ou seja, os
símbolos acima representam a proposição: " O desemprego está aumentando e a
inflação está diminuindo".
O próximo caso será usar a palavra "ou" para unir nossas duas
proposições e criar uma nova proposição. Os lógicos chamam essa operação de
disjunção e a simbolizam em uma das duas maneiras seguintes:
As notações acima são lidas em português como "P ou Q". Isto é, ambos
os símbolos acima representam a proposição "O desemprego está subindo ou a
inflação está diminuindo".
Também podemos unir nossas duas proposições para criar uma nova
proposição, adicionando a palavra "Se" na frente da primeira e a palavra "então"
entre elas. Os lógicos chamam essa operação de condicional e a simbolizam
em uma das duas maneiras seguintes:
Por fim, podemos juntar nossas duas proposições para criarmos uma
nova proposição, adicionando as palavras "se e somente se" entre elas. Os
lógicos chamam essa operação de bicondicional e a simbolizam numa das três
maneiras seguintes:
As notações acima são lidas em português como "P se e somente se Q".
Ou seja, todas as notações acima representam a proposição: "O desemprego está
aumentando se e somente se a inflação estiver diminuindo".
Mas qual é a utilidade dessas fórmulas? Isso não tornará tudo ainda mais
complicado? Bem, em verdade existem várias razões para utilizarmos tais
fórmulas. A razão mais óbvia é que algumas vezes será muito difícil descobrir se
um argumento expresso em português é bom ou não. Todavia, se pudermos
representar as premissas e a conclusão do argumento em termos lógicos
formais, então, na maioria das vezes, será bem fácil descobrirmos se o
argumento realmente prova o que pretende provar.
P Não P
VF
F V
A proposição "Não é o caso que P" é verdadeira somente quando a
proposição P é falsa e vice-versa; seu valor de verdade é determinado puramente
pelo valor de verdade de P. O mesmo acontece com os conectivos que formam
uma nova proposição a partir de duas proposições mais simples. O valor de
verdade da proposição complexa é determinado puramente pelo valor de
verdade de duas proposições mais simples:
Quantificadores
Utilizamos Fx para representarmos "x é F". Se admitirmos que F
represente "é um filósofo" e G represente "é um bêbado", então Fx diz que "x é
um filósofo" e Gx diz que "x é um bêbado". Usamos Lxy para representar "x
está na relação de L com y". Se permitirmos que L represente "ama", então
Lxy significa que "x ama y".
A fórmula acima literalmente diz que "Há algum x tal que todo y
ama x". O segundo dos significados acima seria representado assim:
Necessidade e Possibilidade
Até este momento, os exemplos examinados apenas referem-se à questão
de saber se, de fato, uma proposição é verdadeira ou falsa. "P" diz que a
proposição P é verdadeira, e "¬P" diz que a proposição P não é verdadeira. Mas
às vezes, na filosofia, estamos preocupados com algo bem mais forte. A
proposição P pode não ser simplesmente verdadeira, ela talvez seja
necessariamente verdadeira. A necessidade de P é representada numa das
duas formas seguintes:
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