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periferias provocando desequilíbrios entre estratos populacionais e danos ambientais.
Assistimos ao nascer ou renascer do Direito do Urbanismo, com normas jurídicas destinadas
a regular os problemas desencadeados por um crescimento expansionista das cidades,
assistimos a uma Administração interventiva. O urbanismo deixa de ser uma função única e
exclusiva das atribuições municipais para passar a existir numa concertação de interesses
entre Município, Estado e outros entes públicos e particulares. Começamos a assistir a uma
verdadeira “urbano planocracia”.
O plano deixa de visar fins limitados tal como nos outros séculos que se configurava
a um plano de alinhamento, passando a figura central do Direito do Urbanismo. Adquire
novos limites territoriais, deixando de olhar apenas para ruas e quarteirões passando
progressivamente a um nível regional.
2. Conceitualizacao:
2.1 Direito do Ordenamento do Território
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Sendo determinante para a correção dos desequilíbrios regionais a adequação da
localização, ocupação e ordenação das atividades produtivas no território.
Somente a partir da 2.ª Guerra Mundial, mais concretamente a partir das décadas
de 60 e 70, é que o conceito do ordenamento do território deu aso a sua construção
científica. Vindo entretanto, a ser utilizado o termo oficialmente em França, em 1950
pelo Ministro da Reconstrução e do Urbanismo, Claudius Petit, que definiu o direito do
Ordenamento do Território como sendo, «a procura no quadro geográfico de França de
uma melhor repartição dos homens em função dos recursos naturais e das actividades
económicas.»
Visa-se com o ordenamento do território organizar o espaço através dos instrumentos
de que lança mão, tendo em vista potencializar o território e suas estruturas, de modo a
melhorar a qualidade de vida das populações.
No plano doutrinário, o direito do Ordenamento do Territorio será entendido como
um conjunto de instrumentos utilizados pela Administração Pública para obter uma visão
global dos problemas do território e influenciar a distribuição de pessoas e actividades
nos territórios, bem como a concepção de infra-estruturas para a harmonizacao dos
diversos interesses de aproveitamento racional do solo.
No plano legal, nos termos da alinea i. do art.ᵒ 2.ᵒ da Lei nº. 3/04, de 25 de Junho –
Lei do Ordenamento do Territorio e Urbanismo, define o ordenamento do territorio
como sendo a aplicação no território das políticas económico – sociais, urbanísticas e
ambientais, visando a localização, organização e gestão correcta das actividades humanas
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2.2 Direito do Urbanismo
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3. Que além da preocupacao de salubridade, higiene e estética das cidades, tambem se
ocupa o direito do urbanismo da intervencao e da utilizacao dos solos para fins de
urbanizacao, construcao, agricolas, florestais e de proteccao do ambiente.
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Natureza voluntarista e intervencionista
Matriz impulsionadora
Matriz descentralizadora
O ordenamento do território reconhece a importancia e existencia de outras
pessoas colectivas, para além de Administracao Estadual, para a caracterizacao de
correcta gestao do território, isto é, as autarquias locais devem intervir de forma
articulada nas accoes de ordenamento do território, sendo que, tambem as
comunidades rurais podem participar de forma articulda das accoes do ordenamento
do território, tal como estatui o art.º 5.º e 5.º da LOTU.
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As caracteristicas do direito do Urbanismo são as seguintes:
1. Interdisciplinaridade;
2. Monilidade das suas normas;
3. Discriminatória;
4. Multiplicidade de intervenientes.
Interdisciplinaridade
Discriminatória
O direito do urbanismo possui uma dimensao local primordial e neste sentido, as suas
normas privilegiam a determinacao precisa de determinada área ou zonas que diferenciam,
ou até mesmo discriminam o tipo e a medida a serem aplicadas noutra área ou zona.
Multiplicidade de intervenientes
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4. Objecto e a natureza jurídica do Direito do Urbanismo
Toda uma ciência deve ter um obejcto sobre o qual incidirá todo o seu estudo e toda
sua temática, o direito do urbanismo vai se ocupar das:
1.º normas jurídicas (Leis, Decretos Legislativos Presidencias, Decreto Presidencial
ou Decreto Executivo); inerentes à ocupaçao, ao uso e transforamacao do solo;
2.º Direito e política de solos (Regime jurídico de concessao de terras);
3.º Sistemas e instrumentos de execucao dos planos (Regime de urbanizacao,
loteamento, e licenciamento de obra do particular) e;
4.º Direito Adiministrativo da construcao (Regime jurídico de edificacao urbana).
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5. Distinção entre o Direito do Ordenamento do Território e do
Urbanismo
Desta feita, segundo, as duas disciplinas jurídicas podem ser distinguidas mediante
os seguintes critérios:
1. Quanto ao Critério de Aplicacao dos Instrumentos Legais – segundo este critério,
o direito do urbanismo é constituído por normas jurídicas orientadas para a urbe, por
outras palavras, essas normas visam o ordenamento das cidades (são normas de âmbito
municipal), enquanto o direito do ordenamento do território são normas jurídicas
orientadas para disciplinar os desequilíbrios territoriais, no âmbito regional e nacional,
sendo por isso, normas muito mais abrangentes.
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O Ordenamento do Território tem como real objectivo a criação de condições
igualitárias para todas as regiões do território, com vista a acabar com as situações de
desigualdades em que uma população que vive numa determinada região não dispor de
condições de vida ou ainda, não ter as mesmas oportunidades de progredir que a população
de outra região.
Em suma, o Ordenamento do Território assim como o urbanismo tratam de questões
reguladas pelo direito.
3.Critério dos Instrumentos Jurídicos este é um critério que faz a distinção entre as
duas disciplinas jurídicas através dos meios que ambas utilizam para o alcance dos seus fins.
Enquanto o Direito do Urbanismo utiliza, essencialmente, medidas imperativas como meio
de realização dos seus fins, como por exemplo através da realização de actos e regulamentos
administrativos, por outro lado, o direito do Ordenamento do Território, procura utilizar
predominantemente, medidas de apoio e incentivo a atividade dos particulares como por
exemplo, as diversas formas de contratos de cooperação com os agentes económicos
privados.
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b) A eficácia jurídica dos instrumentos do Direito do Urbanismo vinculam direta e
imediatamente as entidades públicas e particulares ao passo que os instrumentos do
direito do Ordenamento do Território apenas são vinculativos para as entidades públicas.
Entretanto, defende-se que o Direito do Urbanismo pode ser considerado, como a
extensão do Ordenamento do Território.
Referência Bibliográfica
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