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ESCOLA SENAI “JORGE MAHFUZ”

NOME DO CURSO

GUILHERME SOARES CARVALHO DE SOUSA


HENRIQUE GOMES NASCIMENTO
RAFAEL FABIANO DA SILVA

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, GERAÇÃO E COMPENSAÇÃO DE


ENERGIA NA INDÚSTRIA

SÃO PAULO
2021
GUILHERME SOARES CARVALHO DE SOUSA
HENRIQUE GOMES NASCIMENTO
RAFAEL FABIANO DA SILVA

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA, GERAÇÃO E COMPENSAÇÃO DE


ENERGIA NA INDÚSTRIA

Trabalho de conclusão de curso, da


Escola SENAI “Jorge Mahfuz”, para
obtenção do título de Técnico em
Sistemas de Energia Renovável.

Orientador: Prof(o). Emerson Silva


Co-orientador: Prof(o). Gustavo Siqueira
Martins Leite
Co-orientador: Prof(o). Alberto Mitio
Tsuda

SÃO PAULO
2021
AGRADECIMENTOS
Agradecemos aos professores, pelas correções e ensinamentos que nos
permitiram apresentar um melhor desempenho no nosso processo de formação
profissional ao longo do curso, a todos que participaram, direta ou indiretamente do
desenvolvimento deste trabalho de pesquisa, enriquecendo o nosso processo de
aprendizado, a todos da empresa Metalúrgica Mutinga, pelo fornecimento de dados
e materiais que foram fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa que
possibilitou a realização deste trabalho e à instituição de ensino Escola SENAI
“Jorge Mahfuz”, essencial no nosso processo de formação profissional, pela
dedicação, e por tudo o que aprendemos ao longo dos anos do curso.
RESUMO

Os custos que uma empresa possui com o consumo de energia elétrica é


uma parte considerável nas despesas gerais que ela possui, levando isso em
consideração uma boa gestão do consumo A eficiência energética tem como sua
missão principal evitar os gastos desnecessários fazendo assim um melhor
aproveitamento de seus recursos, para fabricar e distribuir energia para a população,
é necessário um alto valor de investimento, além de gerar um forte impacto no meio
ambiente. O presente trabalho tem por finalidade desenvolver um projeto de
eficiência energética e compensação de energia na empresa Mutinga com o objetivo
de reduzir seu consumo energético e fazer uma proposta para a organização obter
sua própria geração de energia por meio de um sistema fotovoltaico. A metodologia
utilizada será baseada, primeiramente, na elaboração de um planejamento de um
sistema de compensação de energia elétrica e eficiência energética.

Palavra Chave: Eficiência energética; Energia renovável; Tarifa de energia;


Geração e distribuição de energia; Consumo de energia
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 1 – Distribuição do consumo final de energia elétrica.................................16


Gráfico 2 – Consumo final por setor industrial.........................................................16
Figura 1 – Representação de um sistema de bombeamento.................................20
Figura 2 – Representação de uma unidade hidráulica...........................................21
Figura 3 – Representação de um compressor para refrigeração...........................22
Figura 4 – Representação de um compressor de ar..............................................24
Figura 5 – Representação de um sistema de ventilação.......................................25
Gráfico 3 – Diagrama de perdas características de sistemas de ar comprimido....29
Figura 6 – Fechamento em estrela.........................................................................36
Figura 7 – Ligação Zig-Zag.....................................................................................37
Figura 8 – Fechamento em triângulo ou delta........................................................37
Figura 9 – Gerador a diesel com proteção.............................................................43
Figura 10 – Procedimentos e etapas de acesso......................................................47
Figura 11 – Sistema de Compensação de Energia Elétrica.....................................51
Figura 12 – Fixação usando “Parafuso Prisioneiro” como interface entre o trilho e a
cobertura................................................................................................62
Figura 13 – Fixação usando “gancho” como interface entre o trilho e a cobertura..62
Figura 14 – Estrutura de fixação de painel solar fotovoltaico para coberturas com
telha de fibrocimento..............................................................................63
Figura 15 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos para telhas metálicas
trapezoidais............................................................................................64
Figura 16 – Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos para telhas metálicas.....64
Figura 17 – Estrutura de fixação em laje de concreto..............................................65
Figura 18 – Estrutura de fixação em solo.................................................................65
Figura 19 – Carport...................................................................................................66
Figura 20 – Máquina de costura...............................................................................68
Figura 21 – Representação do colchão de solteiro..................................................69
Figura 22 – Representação do colchão de casal.....................................................70
Figura 23 – Máquina multiagulha ponto fixo CNC....................................................70
Figura 24 – Máquina multiagulha de ponto corrente (looper) CNC..........................71
Figura 25 – Máquina multiagulha ponto fixo STANDARD........................................72
Figura 26 – Resultado econômico da substituição de motores................................80
Figura 27 – Tarifa convencional de energia..............................................................81
Gráfico 4 – Produção de energia.............................................................................86
Figura 28 – Layout do gerador..................................................................................90
Figura 29 – Diagrama elétrico...................................................................................90
Gráfico 5 – Fluxo de caixa acumulado.....................................................................92
Gráfico 6 – VPL........................................................................................................92
Gráfico 7 – Montante de economia..........................................................................93
Figura 30 – Quadro de entrada de energia...............................................................93
Figura 31 – Quadro geral de energia........................................................................94
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Oportunidades de melhoria da eficiência..................................................29


Tabela 2 - Vazão de ar perdido em função do diâmetro do furo e da pressão do
ar (m3 /min.)..................................................................................................33
Tabela 3 - Medidas de Molejo com Quadro de Borda................................................68
Tabela 4 - Medidas de Molejos sem Quadro de Borda..............................................69
Tabela 5 - Fatores determinantes da iluminação adequada......................................73
Tabela 6 - Nível de iluminação....................................................................................74
Tabela 7 - Iluminação geral do ambiente....................................................................74
Tabela 8 - Fator de manutenção.................................................................................75
Tabela 9 - Determinar fator de utilização....................................................................76
Tabela 10 - Levantamento de iluminação atual..........................................................79
Tabela 11 - Levantamento de iluminação proposta....................................................80
Tabela 12 - Análise financeira para troca de motores................................................80
Tabela 13 - Modalidade tarifaria convencional...........................................................82
Tabela 14 - Modalidade tarifaria branca.....................................................................82
Tabela 15 - Comparação de valores das tarifas.........................................................84
Tabela 16 - Levantamento de cargas.........................................................................85
Tabela 17 - Tabela de produção de energia...............................................................86
Tabela 18 - Produção Termo Elétrica Equivalente.....................................................87
Tabela 19 - Equivalente de energia geotérmica.........................................................87
Tabela 20 - Características do gerador fotovoltaico...................................................87
Tabela 21 - Características técnicas dos módulos.....................................................88
Tabela 22 - Exposições dos módulos fotovoltaicos....................................................88
Tabela 23 - Perdas na geração...................................................................................89
Tabela 24 - Perdas por sombreamento de obstáculos...............................................89
Tabela 25 - Taxas sobre o sistema.............................................................................91
Tabela 26 - Retorno sobre o investimento feito pelo sistema fotovoltaico.................91
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................10
1.1 JUSTIFICATIVA................................................................................................10
1.2 OBJETIVOS......................................................................................................10
1.2.1 Objetivo geral...................................................................................................10
1.2.2 Objetivos específicos.......................................................................................11
1.3 ESTUDOS DE VIABILIDADE...........................................................................11
1.3.1 viabilidade técnica e operacional.....................................................................11
1.3.2 viabilidade socioeconômica..............................................................................12
1.4 METODOLOGIA...............................................................................................12
2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA.............................................................................13
2.1 O QUE É A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E QUAL SUA IMPORTÂNCIA........13
2.2 USO DE MOTOR DE ALTO RENDIMENTO....................................................16
2.3 ADEQUAÇÃO À CARGA..................................................................................18
2.4 MOTORES ELÉTRICOS..................................................................................19
2.4.1 Sistema de bombeamento...............................................................................20
2.4.2 Unidades hidráulicas........................................................................................21
2.4.3 Compressor para refrigeração.........................................................................22
2.4.4 Compressor de ar.............................................................................................23
2.4.5 Sistema de ventilação......................................................................................25
2.5 ILUMINAÇÃO – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA..................................................26
2.6 AR COMPRIMIDO – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA...........................................28
2.6.1 Identificação e seleção das oportunidades de melhorias................................29
2.6.2 Redução de perdas no sistema de compressão..............................................30
2.6.3 Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada......................30
2.6.4 Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada.........................30
2.6.5 Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles de
compressores...................................................................................................31
2.6.6 Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de
pressão.............................................................................................................32
2.6.7 Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido...................................32
2.6.8 Identificação das oportunidades na distribuição de ar comprimido.................32
2.6.9 Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição..........................33
2.6.10 Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar
comprimido.......................................................................................................34
2.7 GERADOR A DIESEL......................................................................................34
2.7.1 Vantagens do gerador a diesel........................................................................40
2.7.2 Desvantagens do gerador a diesel..................................................................41
2.7.3 Vantagens do gerador a gasolina....................................................................41
2.7.4 Desvantagens...................................................................................................41
2.7.5 Vantagens do gerador a gás natural................................................................42
2.7.6 Desvantagens...................................................................................................42
3 COMPENSAÇÃO DE ENERGIA GD...............................................................44
3.1 HISTÓRICO DA REGULAMENTAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA..........44
3.2 MICRO E MINIGERAÇÃO DISTRIBUÍDA........................................................45
3.2.1 Procedimentos para viabilização de acesso....................................................45
3.2.2 Sistema de medição.........................................................................................47
3.2.3 Contratação......................................................................................................48
3.2.4 Análise de relação custo/benefício..................................................................48
4 ENERGIA ELÉTRICA, CONSUMO, GERAÇÃO E FATURA COM IMPOSTOS
..........................................................................................................................50
4.1 ENERGIA ELÉTRICA, CONSUMO E GERAÇÃO...........................................50
4.2 IMPOSTOS.......................................................................................................51
5 GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA..................................................55
5.1 SAZONALIDADE DO SOL...............................................................................55
5.2 CÉLULA FOTOVOLTAICA...............................................................................56
5.3 TIPOS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS........................................................57
5.3.1 Silício cristalino (c-Si).......................................................................................57
5.3.2 Silício amorfo (a-Si)..........................................................................................57
5.3.3 Película fina......................................................................................................57
5.3.4 CIS (CIGS).......................................................................................................58
5.3.4 Arsenieto de gálio (GaAs) – semicondutor III-V...............................................59
5.3.5 Telureto de cádmio (cdte)................................................................................59
5.3.6 Outros tipos de células fotovoltaicas................................................................59
5.4 INVERSOR FOTOVOLTAICO: O QUE É?......................................................60
5.4.1 On-grid..............................................................................................................61
5.4.2 On-grid – micro inversor...................................................................................61
5.4.3 Off-grid..............................................................................................................61
5.4.4 Híbridos............................................................................................................62
5.5 ESTRUTURA DE FIXAÇÃO PARA MÓDULOS FOTOVOLTAICOS...............62
6 HISTÓRICO DA ATUAÇÃO DA EMPRESA METALÚRGICA MUTINGA.....67
6.1 QUEM É A METALÚRGICA MUTINGA...........................................................67
6.2 SERVIÇOS.......................................................................................................67
6.3 COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS: DADOS SOBRE O MOLEJO
FABRICADO NA METALÚRGICA MUTINGA..................................................68
6.3.1 Dados do molejo de colchões de solteiro........................................................68
6.3.2 Dados do molejo de colchões de casal............................................................69
6.4 FABRICAÇÃO PRÓPRIA.................................................................................70
6.4.1 Máquina multiagulhas ponto fixo CNC.............................................................70
6.4.2 Máquina multiagulhas de ponto corrente (looper) com comando
computadorizado CNC.....................................................................................71
6.4.3 Máquina multiagulhas ponto fixo STANDARD.................................................71
7 ESTUDO DE CASO.........................................................................................73
7.1 ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ILUMINAÇÃO...............................73
7.2 ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA MOTORES ELÉTRICOS...80
7.3 ANÁLISE DE FATURAS...................................................................................81
7.4 LEVANTAMENTO DE CARGAS......................................................................84
7.5 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA...........................................................................85
8 RESULTADOS.................................................................................................95
9 CONCLUSÃO...................................................................................................96
REFERÊNCIAS................................................................................................97
10

1 INTRODUÇÃO

Os custos que uma empresa possui com o consumo de energia elétrica é


uma parte considerável nas despesas gerais que ela possui, levando isso em
consideração uma boa gestão do consumo eficiente de energia proporciona para a
empresa um melhor aproveitamento dos seus recursos além de ajudar a reduzir os
impactos ao meio ambiente. Com um planejamento de eficiência energética é
possível organizar melhor a forma de como será utilizado o consumo de energia no
seu empreendimento. Investidores, acionistas e consumidores passaram a exigir um
posicionamento das empresas, para que promovam impactos positivos ambientais,
sociais e transparência na governança. A metodologia utilizada será baseada,
primeiramente, na elaboração de um planejamento de um sistema de compensação
de energia elétrica e eficiência energética.

1.1 JUSTIFICATIVA

A eficiência energética tem como sua missão principal evitar os gastos


desnecessários fazendo assim um melhor aproveitamento de seus recursos. Para
fabricar e distribuir energia para a população, é necessário um alto valor de
investimento, além de gerar um forte impacto no meio ambiente. A energia limpa
reduz o aquecimento global e contribui para um mundo mais sustentável. A pressão
ambiental está cada vez mais forte e as indústrias têm pressa para neutralizar suas
emissões.

1.2 OBJETIVOS

Trazer informações teóricas sobre eficiência energética, compensação de


energia, geração fotovoltaica, histórico da empresa e o estudo de caso.

1.2.1 Objetivo geral

O presente trabalho tem por finalidade desenvolver um projeto de eficiência


energética e compensação de energia na empresa Mutinga com o objetivo de
11

reduzir seu consumo energético e fazer uma proposta para a organização obter sua
própria geração de energia por meio de um sistema fotovoltaico.

Realizar estudo teórico sobre eficiência energética, abordando motores


elétricos, iluminação, compressor de ar e gerador a diesel; Na compensação de
energia GD, irá trazer as regras sobre a geração distribuída, custos e o plano dos
próximos anos; Já a Geração de energia fotovoltaica tem como objetivo explica e
facilitar o entendimento sobre a geração de energia fotovoltaica; No histórico da
empresa que foi feito o estudo de caso, vai conter a história da metalúrgica Mutinga
e o ramo que eles trabalham; Logo após os temas teóricos haverá os estudos de
caso: Dimensionamento fotovoltaico da empresa; Levantamento e medição do
consumo das máquinas e calcular sua potência real; Análise de faturas; Estudo de
eficiência energética na empresa.

1.2.2 Objetivos específicos

 Realizar estudo teórico sobre eficiência energética


 Realizar estudos sobre compensação de energia GD
 Explicar a geração de energia fotovoltaica;
 História da empresa metalúrgica Mutinga e o ramo que eles
trabalham;
 Dimensionamento fotovoltaico da empresa;
 Levantamento e medição do consumo das máquinas e calcular sua
potência real;
 Análise de faturas;
 Estudo de eficiência energética na empresa.

1.3 ESTUDOS DE VIABILIDADE

1.3.1 Viabilidade técnica e operacional

O estudo da modificação das modalidades de tarifação de faturas é simples


de ser executado, só é necessário que o proprietário do estabelecimento solicite a
troca de fatura através de um dos postos de atendimento da concessionaria ou por
meio de telefonema. Após a realização do estudo da mudança de tarifa será
proposto para empresa a compensação de energia pela fonte solar fotovoltaica. Já a
12

operação deste projeto é possível, pois notamos que a empresa possui uma
estrutura favorável a execução deste projeto.

1.3.2 Viabilidade socioeconômica

O projeto ele é exequível, pois a conversão da modalidade de fatura


convencional tarifária para a modalidade fatura tarifaria branca é gratuita, porem isso
demanda um grandioso estudo em cima da conta de energia elétrica da empresa,
todavia quando você faz uma mudança o cliente poderá solicitar a qualquer
momento o retorno para a Tarifa Convencional. O retorno para a tarifa convencional
será realizado em até 30 dias.

1.4 METODOLOGIA.

A metodologia utilizada será baseada, primeiramente, na elaboração de um


planejamento de um sistema de compensação de energia elétrica e eficiência
energética. O plano proposto levará em consideração o consumo de energia elétrica
da empresa realizando cálculos para iluminação, analise de faturas e a
compensação de energia fotovoltaica.

O planejamento será realizado com base em um ambiente pré-estabelecido.


Nesse ambiente será avaliada a estrutura tendo uma pesquisa acerca da eficiência
energética, com um plano sobre como realizar as medições no ambiente do estudo
de caso.

O planejamento da compensação de energia elétrica será realizado por meio


do software SOLergo, trazendo o relatório financeiro com o payback do projeto.
13

2 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Eficiência significa fazer mais (ou, pelo menos, a mesma coisa) com
menos, mantendo o conforto e a qualidade. Quando se discute energia, eficiência
energética significa gerar a mesma quantidade de energia com menos recursos
naturais ou obter o mesmo serviço ("realizar trabalho") com menos energia.
Com o objetivo de promover o uso eficiente de energia elétrica, foi criado o
programa brasileiro de etiquetagem (pbe), coordenado pelo INMETRO. Ele fornece
as informações sobre a eficiência energética dos equipamentos. Desta forma, na
hora de comprar um equipamento, poderemos escolher o mais eficiente. Essa
etiqueta também estimula a fabricação de produtos cada vez mais eficientes. 

2.1 O QUE É A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E QUAL SUA IMPORTÂNCIA


Entre os vários custos gerenciáveis em uma empresa, seja do setor
industrial ou comercial, a energia vem assumindo, cada vez mais, uma importância
crescente, motivada pela redução de custos decorrentes do mercado competitivo,
pelas incertezas da disponibilidade energética ou por restrições ambientais. De
qualquer forma, seja qual for a motivação, promover a eficiência energética é
essencialmente usar o conhecimento de forma aplicada, empregando os conceitos
da engenharia, da economia e da administração aos sistemas energéticos. Contudo,
dado à diversidade e complexidade desses sistemas, é interessante apresentar
técnicas e métodos para definir objetivos e ações para melhorar o desempenho
energético e reduzir as perdas nos processos de transporte, armazenamento e
distribuição de energia.

O uso eficiente da energia interessa por si mesmo; como de resto são opor
tunas todas as medidas de redução das perdas e de racionalização técnico-
económica dos fatores de produção, cabendo também observar o caráter estratégico
e determinante que o suprimento de eletricidade e combustíveis apresenta em todos
os processos produtivos. Ainda que representando uma parcela por vezes reduzida
dos custos totais, via de regra a energia não possui outros substitutos senão a
própria energia, sem a qual os processos não se desenvolvem.
14

O responsável técnico pela gestão de energia, além de tornar cada vez mais
eficientes as instalações, sistemas e equipamentos deve também, responder a dois
desafios: avaliar o montante de energia ou a demanda energética necessária ao
atendimento de suas necessidades atuais e futuras, bem como adquirir ou contratar
no mercado essa disponibilidade energética. Essa aquisição pode ocorrer em um
Ambiente de Contratação Regulado (consumido cativo) - ACR ou Ambiente de
Contratação Livre (consumidor livre) - ACL, ou ainda ocorrer totalmente ou
parcialmente através da autoprodução de energia elétrica, quando possível e viável,
o processo de cogeração. Muitas empresas também estão agregando a esse
processo de gestão energética a questão ambiental através, por exemplo, do nível
de emissão de carbono decorrente de sua cadeia de produção. Esse processo de
gestão envolve, restrições financeiras e disponibilidades de recursos, sejam de
pessoal ou materiais, ferramentas e metodologias de análise, além de aspectos
tecnológicos e diversas áreas de conhecimento. Métodos e modelos de gestão
energética adotados em uma dada unidade empresarial podem e devem ser
transportados para um modelo de gestão corporativa da em presa. Cada vez mais,
as empresas e seus gestores de energia precisam entender os aspectos legais e
regulatórios dos mercados de energia, as tendências e perspectivas energéticas no
Brasil e no exterior, além de se preocuparem com eventuais situações de
desabastecimento gerado pelo desequilíbrio entre oferta e demanda de energia.
Antes de realizar qualquer atividade é preciso conhecer e diagnosticar a
realidade energética, para então estabelecer as prioridades, implantar os projetos de
melhoria e redução de perdas e acompanhar seus resultados em um processo
continuo. Esta abordagem é válida para instalações novas, em caráter preventivo,
ou instalações existentes, em caráter corretivo, em empresas industriais ou
comerciais.

A gestão energética de uma instalação existente aborda as seguintes


medidas:

 Conhecimento das informações relacionadas com os fluxos de energia, as


ações que influenciam estes fluxos, os processos e atividades que utilizam a
energia e relacionam com um produto ou serviço;
15

 Acompanhamento dos índices de controle como, por exemplo, consumo de


energia, custos específicos, fator de utilização e os valores médios,
contratados, faturados e registrados de energia;
 Atuação nos índices com vista a reduzir o consumo energético através da
implementação de ações que buscam a utilização racional de energia.

É importante observar que as avaliações, por si só, não conduzem à


racionalização do uso de energia. Elas constituem um primeiro e decisivo passo
nesta direção, a requerer medidas e ações posteriores, desejavelmente
estabelecidas de forma planejada e estruturada, com clara definição de metas,
responsáveis e efetivos acompanhamentos, se possível no âmbito de um Programa
de Gestão Energética, com visibilidade na corporação e a necessária provisão de
recursos físicos e humanos. Neste sentido, as auditorias energéticas constituem um
instrumento essencial de diagnóstico preliminar e básico, para obter as informações
requeridas para a formulação e acompanhamento desse programa de redução de
desperdícios de energia.

Considerando uma abordagem bem genérica, a ser adaptada caso a caso, a


sequência apresentada na figura a seguir, pode ser adotada para o desenvolvimento
de um diagnóstico energético (Nogueira, 1990).

Como resultado destas atividades e um produto fundamental do diagnóstico


energético, pode ser preparado então o relatório, que é um documento que sintetiza
o trabalho de levantamento empreendido e deve apresentar, de forma convincente,
as recomendações e conclusões. A seguir apresenta-se um possível conteúdo de
um relatório de diagnóstico energético. Entre parênteses indicam-se os temas que
tipicamente podem ser abordados em cada tópico.

Observa-se que está listagem se propõe a separar claramente a avaliação da


situação real encontrada (Estudos Energéticos), que retrata o quadro encontrado,
dos estudos prospectivos (Análise de Racionalização de Energia), que definem
condições a serem atingidas. Estas etapas podem ser efetuadas de forma
independente, e, mesmo, por profissionais diferentes, entretanto, esta estrutura não
é rígida e poderiam ser apresentadas as sugestões e alternativas para a
16

racionalização dos sistemas elétricos, térmicos e mecânicos na sequência imediata


de sua avaliação.

2.2 USO DE MOTOR DE ALTO RENDIMENTO

O Setor Industrial é responsável por quase metade do consumo final de


energia elétrica, e certamente o que tem maior potencial de conservação de energia.

Gráfico 1 – Distribuição do consumo final de energia elétrica

Fonte: BEN (2005), EPE, (2006).

Por setor de atividade, o consumo se divide como mostrado na Figura abaixo.

Gráfico 2 – Consumo final por setor industrial


17

Fonte: BEN (2005), EPE, (2006).

No Brasil, os rendimentos nominais dos motores vêm sendo elevados, tanto


da linha padrão como da linha de alto rendimento, através da aplicação de
mecanismos de “etiquetagem e padronização” 5, desde 1993. As atividades
iniciaram-se dentro do grupo de motores, o GT-Motores, do PBE – Programa
Brasileiro de Etiquetagem, estabelecendo-se metas para rendimentos nominais
mínimos, de vigência anual ou bienal. As metas são sempre estabelecidas por
consenso entre os participantes – fabricantes (Weg, Kohlbach, Eberle, Sew,
Siemens), Cepel (responsável pelos testes), Inmetro (coordenador) e Procel. Além
disso, os fabricantes concorrem para obtenção do Selo Procel, que premia os
equipamentos mais eficientes nas determinadas categorias (cada fabricante
consegue o selo em algumas potências e polaridades), como salientam Schaeffer et
alii (2005, p. 25).

O sucesso deste processo, além da importância do motor elétrico trifásico de


indução6, motivou ser este o primeiro equipamento a ter os índices mínimos de
desempenho regulamentados para atender à Lei de Eficiência Energética (Lei nº
10.295 de 17 de outubro de 2001 – BRASIL, 2001). Este processo, portanto, na
verdade foi mais uma etapa daquele iniciado no âmbito do PBE. No entanto,
somente a aplicação dos índices do Decreto que regulamentou a Lei para motores
(Decreto 4.508, BRASIL, 2002) proporcionou uma economia da ordem de 1%
(GARCIA, 2003, p. 91). O Decreto 4.508/02 continha duas tabelas, uma para
motores da linha padrão e outra para motores de alto rendimento.
18

O próximo passo na aplicação da lei foi a Portaria 553/2005 (MME, 2005), que
estabeleceu uma única tabela de rendimentos mínimos, a ser aplicada a todos os
motores trifásicos de indução. Na prática, isto significou que todos os motores
fabricados (ou comercializados) no Brasil, a partir de 20107, serão de “alto
rendimento”, segundo a antiga concepção. A economia gerada pela aplicação desta
lei equivalerá à produzida por uma hidrelétrica de cerca de 380 MW. Schaeffer et alii
(2005, p. 10) concluem que os “índices propostos são próximos aos praticados no
mundo, em particular EUA e Canadá, União Europeia (classe eff1) e China”.

Esta situação particular, em que a lei foi aplicada a dois equipamentos já


existentes (os motores das linhas padrão e alto rendimento), permitiu que se fizesse
uma análise custo-benefício da sua aplicação (SCHAEFFER et alii, 2005). Os
autores concluem que “a substituição dos motores propicia, em geral, uma economia
maior que o investimento inicial” (idem, p. 10), com um custo médio para o
consumidor final de 54 R$/MWh.

Avanços maiores na aplicação da lei, com a classe premium existente nos


EUA, esbarram em princípio no fato das nossas carcaças serem menores, baseadas
no padrão IEC, ao contrário das americanas, padrão NEMA. Porém, para quem já
evoluiu tanto, como a indústria nacional, será mais um desafio a vencer.

Esta MEE, portanto, tem no programa de padronização, executado no Brasil


pela Lei de Eficiência Energética, a política adequada para sua implementação.
Caso apareça uma linha premium, programas de desconto (“rebates”), contratos de
performance de energia e leilões de eficiência energética são medidas adequadas e
usadas no mundo para incentivar o uso (na verdade, para contrato de performance,
a política a ser adotada é o incentivo ao mercado de ESCOs, através da facilitação
do crédito, treinamento, apoio institucional, etc.). Programas de treinamento e
conscientização também são adequados.

2.3 ADEQUAÇÃO À CARGA

Muitos motores instalados encontram-se sobre dimensionados para a carga


que acionam. De uma amostra de 2.119 motores da indústria brasileira analisada
(GARCIA, 2003), 36% operavam a menos de 50% da carga nominal. Nadel et alii
19

(2002, p. 224) citam uma amostra da indústria americana onde 44% dos motores
operavam a menos de 40% da potência nominal. Operar a baixa carga significa
operar a baixo rendimento, em especial quando a carga é menor que a metade da
nominal.

Em alguns casos, este sobre dimensionamento é necessário, para atender a


partidas mais severas ou eventuais condições de sobrecarga. Na maioria dos casos,
porém, a utilização de motores de menor potência é possível. Nadel et alii calculam
em 5% a perda de rendimento média causada por sobre dimensionamento para a
indústria dos EUA. A análise de Garcia (2003, p. 96) para a indústria brasileira
aponta uma perda de cerca de 1%.

Em geral, a substituição de motores sobre dimensionados só se justifica


economicamente quando realizada próxima ao final da vida útil, quanto o custo da
substituição em média é inferior ao da reposição, compensando o custo com
adaptações de base e outras (por exemplo, troca do relé térmico) eventualmente
necessárias.

As principais políticas de incentivo neste caso parecem ser programas de


treinamento, orientando usuários a dimensionar adequadamente os motores.
Contratos de performance e leilão de eficiência, embutidos em projetos mais
abrangentes, podem também ser usados

2.4 MOTORES ELÉTRICOS


O setor industrial brasileiro consome cerca de 40% da energia elétrica do país
e 70% da energia utilizada na indústria é consumida por motores elétricos. Como
iniciativa para redução do consumo de energia, em 2009 entrou em vigor a portaria
nº 553, que estabelece níveis mínimos de rendimentos para máquinas e
equipamentos.

Em complemento à lei, em 2013 foi revisada a Norma NBR 17094-1 que


especifica valores mínimos de rendimento para duas classes de produtos: IR2 e IR3.
Desta forma, fabricantes de máquinas e consumidores finais devem utilizar produtos
que atendam, ao menos, a este nível de rendimento.
20

Em agosto de 2019 entrou em vigor a nova lei, que determina o nível mínimo
de rendimento em IR3, além da ampliação da faixa de potência, que passa a incluir
os motores de 0,16 a 500 cv, de 2 a 8 polos – válido para todos os motores
comercializados, sejam novos ou usados.

Com essa definição, o Brasil passa a ser um dos pioneiros na adoção de um


nível mínimo de rendimento para motores trifásicos fracionários, junto a países como
os Estados Unidos e Canadá.
Porém, apesar de positivas, as exigências não abrangem os equipamentos já
instalados e sem previsão de substituição. Associado ao fato do parque industrial
nacional ter em média 17 anos (fonte ABRAMAN), a modernização de sistemas
industriais permite até 60% de redução de consumo com ações de rápida
implementação.

2.4.1 Sistema de Bombeamento

Redução de manutenção e economia de energia

Figura 1 – Representação de um sistema de bombeamento

Fonte: WEG (2021)


21

Os sistemas de bombeamento são utilizados nos mais diversos segmentos e


aplicações para transportar diferentes tipos de fluidos desde água a produtos
químicos.

A solução consiste na aplicação do motor de alta eficiência com inversor, para


controle da vazão e/ou pressão:

 W22 IR3 Premium ou W22 Super Premium, em conjunto com o inversor de


frequência CFW11 ou CFW700

 W22 Magnet Super Premium ou W22 Magnet Ultra Premium, em conjunto


com o inversor de frequência CFW11

Devido ao fato das bombas centrífugas possuírem curva parabólica,


pequenas reduções na rotação do motor de alta eficiência proporcionam grandes
reduções do consumo.

Benefícios reais da aplicação

 Redução no consumo de energia de até 70%

 Uniformidade e controle preciso da vazão e pressão do sistema

 Redução de custos com a dispensa das válvulas de controle

2.4.2 Unidades Hidráulicas

Figura 2 – Representação de uma unidade hidráulica


22

Fonte: WEG (2021)

Unidades hidráulicas podem ser entendidas como diversos equipamento


como reservatório de óleo, bombas de deslocamento, válvulas direcionais, válvulas
de retenção, atuadores, dentre outros.

A solução de eficiência energética para unidades hidráulicas permite que o


motor e a bomba ajustem a rotação conforme a real necessidade da máquina,
resultando em economia de energia nos momentos onde o conjunto apenas
recircula o fluido hidráulico devido à característica do processo.

A solução consiste na instalação do motor de alta eficiência W22 IR3


Premium ou W22 Super Premium e inversor de frequência CFW11 ou CFW700.

Especificamente para injetoras plásticas, a modulação de velocidade do motor


elétrico é realizada através do acesso a um software exclusivo, que pode ser
instalado no PLC do inversor de frequência, utilizando os sinais analógicos nativos
enviados pelo sistema hidráulico. Nesta condição, a solução de eficiência energética
gera economia em praticamente qualquer ciclo de operação, pois em uma máquina
desse tipo as exigências do sistema hidráulico variam de acordo com a fase do ciclo
(abertura e fechamento de molde, injeção e recalque, resfriamento e dosagem).

Benefícios reais da aplicação

 Economia de energia elétrica de até 60%


23

 Fácil implantação com poucos impactos no sistema de produção e na


máquina de injeção

 Replicável a outros sistemas hidráulicos, como prensas, tombadores de


caminhão, injetoras de alumínio, etc.

 Redução da temperatura do fluido hidráulico e consequente menor desgaste


dos componentes hidráulicos.

2.4.3 Compressor para Refrigeração

Uniformidade de temperatura e economia de energia

Figura 3 - Representação de um compressor para refrigeração

Fonte: WEG (2021)

Em geral são os equipamentos que apresentam maior consumo de energia


em frigoríficos, supermercados, shoppings, dentre outros estabelecimentos que
utilizam câmaras frias. A redução do consumo de energia pode chegar a 30% com a
solução de eficiência energética, que consiste na aplicação do conjunto de alta
eficiência:

 W22 IR3 Premium ou W22 Super Premium, em conjunto com o inversor de


frequência CFW11 ou CFW700

 W22 Magnet Super Premium ou W22 Magnet Ultra Premium, em conjunto com
o inversor de frequência CFW11
24

Os outros ganhos atrelados são: uniformidade de temperatura da câmara fria,


maior conforto térmico (no caso dos sistemas de ar condicionado) e menor desgaste
mecânico.

Benefícios reais da aplicação

 Economia de até 30% de energia elétrica

 Uniformidade da temperatura da câmara fria ou túnel de congelamento

 Maior conforto térmico em sistemas de ar-condicionado

 Menor desgaste das partes mecânicas

2.4.4 Compressor de Ar

Economia de energia e menor desgaste


25

Figura 4 - Representação de um compressor de ar

Fonte: WEG (2021)

Um equipamento muito utilizado por diversas indústrias, o compressor de ar é


altamente beneficiado por projetos de eficiência energética. A solução, para este
equipamento, constitui-se na aplicação do conjunto de alta eficiência: motor da linha
W22 IR3 Premium ou W22 Super Premium acionado pelo inversor de frequência
CFW11, podendo apresentar diminuição de até 30% no consumo de energia
elétrica, além de uniformidade de pressão na rede e redução do desgaste mecânico.

Benefícios reais da aplicação

 Economia de até 30% de energia elétrica;

 Uniformidade da pressão na rede de ar comprimido;

 Menor desgaste mecânico.


26

2.4.5 Sistema de Ventilação

Economia e controle do fluxo de ar

Figura 5 – Representação de um sistema de ventilação

Fonte: WEG (2021)

O Sistema de Ventilação, muito utilizado na indústria, pode apresentar


economia de até 70% no consumo de energia com a solução de eficiência
energética, que se resume na aplicação do conjunto de alta eficiência:

 W22 IR3 Premium ou W22 Super Premium, em conjunto com o inversor de


frequência CFW11 ou CFW700

 W22 Magnet Super Premium ou W22 Magnet Ultra Premium, em conjunto


com o inversor de frequência CFW11

Também é possível obter reduções nos custos com manutenção e operação


de dampers, além de melhor controle da vazão do sistema. Em casos de
ventiladores de combustão, pode-se obter melhor qualidade da queima e economia
do combustível utilizado.

Benefícios reais da aplicação

 Economias de até 70% e uniformidade do processo


27

 Precisão no controle do fluxo de ar

 Redução do desgaste e custo com dampers

 Em caso de ventilador de combustão, melhor qualidade da queima e


economia de combustível.

2.5 ILUMINAÇÃO – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Atualmente, existem já preocupações em torno de Eficiência Luminosa,


sabendo que um aumento deste tipo de eficiência incorre, para além de qualidade e
segurança nos planos de trabalho, também, num aumento de poupança energética
contribuindo para maiores margens de lucro. Por eficiência luminosa entende-se a
relação entre o fluxo luminoso emitido e a potência eléctrica instalada.

Hoje, em termos técnicos, a iluminação natural não é um impedimento pois


sabe-se que não retira qualidades à matéria prima. Numa vertente de eficiência
energética, utilizar a iluminação natural é extremamente vantajoso: corresponde a
um equilíbrio de iluminação com redução de encadeamento, restituição de cor
adequada – em suma, um melhor conforto visual. Em termos de economia de
energia é, ainda para mais, imbatível. Hoje, recorrendo a sensores de luz, é possível
efetuar uma combinação de iluminação natural com a regulação de uma iluminação
artificial. Por estes aspectos, e face à boa exposição solar da Unidade, esta
possibilidade foi analisada em diversos setores. (Alves, Claudio Felipe vieira 2009).

O projeto de iluminação natural deve ser planejado sob o aspecto da


sustentabilidade e estudado na concepção do empreendimento, minimizando custos
e gastos com recursos e criando ambientes mais humanos, sustentáveis e
economicamente viáveis. Ressalta-se que a iluminação natural e a radiação solar
constituem aspectos para o conforto ambiental no interior dos edifícios, pois o papel
da iluminação natural consiste em proporcionar um ambiente visual adequado
(OLIVEIRA et al., 2009). Uma maneira para reduzir o consumo de energia elétrica é
melhorar a eficiência de alguns produtos amplamente utilizados no dia a dia, como,
por exemplo, as lâmpadas (VALENTIM et al., 2010).
28

Os novos sistemas de iluminação proporcionam redução de calor nas áreas


internas, resultando em menor carga de refrigeração, melhoria da segurança pela
eliminação de fiação elétrica, possibilidade de utilização de outras fontes de luz não
convencionais mais eficientes, mais específicas e esteticamente agradáveis, além
de instalações e custos de manutenção reduzidos (CNI, 2013).

A iluminação é responsável por, aproximadamente, 23% do consumo de


energia elétrica no setor residencial, 44% no setor comercial e serviços públicos e
1% no setor industrial. Em relação aos serviços públicos, aproximadamente dois
terços são utilizados para iluminação de ruas. Vários trabalhos desenvolvidos
mostram que a iluminação ineficiente é comum no brasil. Uma combinação de
lâmpadas, reatores, sensores, luminárias e refletores eficientes, associados a
hábitos saudáveis na sua utilização, podem ser aplicados para reduzir o consumo de
energia. Santos et al. (2007)

Maior eficiência energética em iluminação pode ser conseguida através de: -


Iluminação natural: O Brasil possui uma das abóbadas celestes mais claras do
mundo, com baixa nebulosidade em muitos pontos de seu território (RODRIGUES,
2000). Aproveitar bem a iluminação natural é um princípio que deve nortear cada
processo de eficientização de iluminação. - Controle do acendimento: Em muitas
instalações, o comando das lâmpadas é feito pelo disjuntor de proteção do circuito –
é comum, assim, haver um pequeno ponto de trabalho sendo usado com uma
imensa área acesa. Hoje existem vários dispositivos – sensores de presença, timers,
etc. – que podem promover um uso racional da iluminação artificial. - Uso de
lâmpadas, reatores e luminárias eficientes: este é o processo mais conhecido e
empregado de eficientização, que consiste na troca por equipamentos (retrofit) que
proporcionarão o mesmo ou maior índice luminotécnico, com menor gasto de
energia elétrica. Na indústria, o uso de iluminação natural pode ser melhor explorado
– à época do racionamento, muitas indústrias instalaram telhas translúcidas ou
apenas as lavaram, ganhando em economia pela iluminação artificial. Um problema
desta técnica é o aumento da carga térmica do galpão, o que pode ser um sério
problema em alguns casos. Combinar iluminação geral de áreas com iluminação
localizada pode representar bons ganhos. A manutenção periódica na indústria,
principalmente em galpões com altos pés-direitos, com a reposição de lâmpadas,
29

reatores e acessórios e a limpeza dos refletores, tem em geral bom potencial. EPE
(2007)

2.6 AR COMPRIMIDO – EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Sistema de geração de ar comprimido - O ar comprimido é produzido por


compressores pela captação do ar atmosférico e elevação de sua pressão. Um
moderno sistema de geração de ar comprimido industrial é composto de muitos
subsistemas e muitos subcomponentes. Os principais subsistemas incluem
compressores, motores e acionamentos, controles, equipamentos de tratamento de
ar, reservatório e acessórios.

Sistema de distribuição de ar comprimido - A distribuição transporta o ar


comprimido dos tanques reservatórios alimentados pelos compressores aos pontos
de uso final, entregando quantidades suficientes de ar limpo, seco e estável,
devendo ser fornecido na pressão adequada, de forma confiável e econômica, às
aplicações de uso final. O desempenho eficiente do sistema de distribuição requer
um correto balanceamento da pressão do ar comprimido nas linhas, com regulagem
eficaz da pressão, boa drenagem de condensado e perfeita estanqueidade.

Sistemas de uso final de ar comprimido - Há muitas e diferentes aplicações de


uso final para o ar comprimido, como no acionamento de ferramentas pneumáticas
em sistemas de acionamento pneumático; acionamento mecânico e comando de
válvulas em sistemas de controle; transporte por ar comprimido; jateamento;
operações de inspeção e teste; controle de processos com ar comprimido.

O conhecimento do balanço energético característico deste sistema pode


contribuir muito para identificar as perdas que reduzem a eficiência do sistema e
para fornecer um ponto de partida para a identificação de oportunidades e de
seleção e implementação de ações de melhorias da eficiência. A Figura mostra um
balanço de energia característico de perdas de um sistema de ar comprimido.
30

Gráfico 3 - Diagrama de perdas características de sistemas de ar comprimido

Fonte: ANEEL (2021)

2.6.1 Identificação e seleção das oportunidades de melhorias

Muitas oportunidades de melhoria da eficiência em um sistema de ar


comprimido são comuns em instalações industriais. Estas oportunidades podem ser
classificadas de acordo com a parte do sistema na qual são implementadas.
Oportunidades de melhoria da eficiência para as áreas de geração, distribuição e
uso final de um sistema de ar comprimido estão listadas na tabela abaixo.

Tabela 1 - Oportunidades de melhoria da eficiência


31

Fonte: ANEEL (2021)

2.6.2 Redução de perdas no sistema de compressão

Escolha do compressor. A escolha do tipo de compressor a ser adotado


precede a seleção propriamente dita da máquina e envolve aspectos diversos.
Fazendo uma análise que leve em conta apenas as características previstas para o
processo de compressão, é possível estabelecer faixas de operação para o
processo de compressão para as quais cada tipo de compressor é mais adequado e
pode, em consequência, ser encontrado nas linhas de produção dos fabricantes.

Rendimento dos compressores. A avaliação e comparação das eficiências e


capacidades de compressores não é uma tarefa fácil. Uma avaliação preliminar do
rendimento dos compressores pode ser feita a partir dos catálogos dos fabricantes.
Os catálogos costumam apresentar a potência dos motores instalados nos
compressores e a vazão máxima do equipamento.

2.6.3 Redução de perdas com a pressão de trabalho muito elevada


32

A pressão de trabalho é um fator crítico, pois afetará significativamente o


consumo de energia, que aumenta com o aumento da pressão de trabalho, ela é
regulada pelo ajuste de desarme do pressostato de controle liga/ desliga do
compressor. Um ajuste de pressão mais elevada leva o compressor a funcionar mais
tempo que o necessário (e dependendo do valor deste ajuste, não entrar em alívio
em nenhum momento), fato que poderá incorrer em elevações substanciais no
consumo de energia elétrica.

2.6.4 Redução de perdas por manutenção preventiva inadequada

A manutenção inadequada pode aumentar o consumo de redução de


eficiência de compressão, vazamentos ou oscilações na pressão. Também pode
acarretar altas temperaturas de operação, deficiente controle de umidade,
contaminação excessiva e um ambiente de trabalho inseguro. Muitos problemas são
secundários e podem ser corrigidos com simples ajustes, limpeza, substituição de
peças ou eliminação de condições adversas. A manutenção de um sistema de ar
comprimido é similar à realizada em carros. Filtros e fluidos devem ser trocados, a
água de refrigeração deve ser inspecionada, correias devem ser ajustadas e
vazamentos devem ser identificados e consertados.

Todos os componentes de sistema de ar comprimido devem sofrer


manutenção de acordo com as especificações dos fabricantes. Os fabricantes
fornecem programação de inspeção, manutenção e de serviços, que deveriam ser
rigorosamente seguidos. Por isso, os intervalos especificados pelo fabricante têm
como objetivo, primeiramente, proteger o equipamento, mais do que otimizar a
eficiência do sistema. Em muitos casos, é conveniente realizar as manutenções nos
equipamentos de ar comprimido com maior frequência.

Uma forma de saber se um sistema de ar comprimido está em boas


condições de manutenção e operando eficientemente consistem em, periodicamente
comparar com a base de referência o consumo de potência, pressão, vazão de ar e
temperatura. Se o consumo de potência para uma dada pressão e vazão aumenta, a
eficiência do sistema está declinando.

2.6.5 Redução de perdas devida à melhoria no sistema de controles de


compressores
33

Ajustando o suprimento com a demanda. Em sistemas de ar comprimido,


sistemas de controles capazes de compensar as constantes variações na demanda
são especialmente importantes. O uso de sistemas de controle, de armazenagem e
de gerenciamento da demanda que atendam aos picos de demanda, mas que
também operem eficientemente com carga parcial é fator chave para se obter uma
elevada eficiência do sistema de ar comprimido.

Controle por cascata. Cada compressor é ajustado para um ponto mínimo e


máximo de operação diferenciado, e os compressores são acionados em sequência,
de acordo com o nível de queda de pressão e consequente demanda de ar
comprimido do sistema. Quando a demanda de ar comprimido é pequena, somente
um compressor entra em operação. À medida que a demanda aumenta, outros
compressores são acionados. Quando são utilizados pressostatos convencionais, é
necessária uma diferença mínima de 0,5 bar entre a pressão mínima e máxima de
acionamento de cada compressor individual. A diferença entre as pressões máximas
e mínimas entre os compressores não poderá ser inferior a 0,3 bar.

2.6.6 Redução de perdas usando reservatório e sistema de estabilização de


pressão

Atender a picos de demanda. Para os sistemas usuários que apresentam


ferramentas de uso esporádico, terminais usados para limpeza ou equipamentos
pneumáticos com consumos elevados, mas que funcionam por curto período, o
volume de ar do reservatório é utilizado para minimizar ou eliminar a necessidade de
compressores de maior capacidade apenas para atender a esses curtos períodos de
demanda. Em alguns casos justifica-se a aquisição de um ou mais compressores
para atender apenas a esse tipo de carga.

2.6.7 Redução de perdas pelo tratamento do ar comprimido

Filtragem do ar comprimido. Os filtros utilizados nas instalações têm a função


de retirar partículas sólidas e óleo presentes no ar comprimido. As impurezas
contidas no ar atmosférico são normalmente invisíveis a olho nu. Elas podem
danificar e reduzir a performance de funcionamento dos equipamentos pneumáticos,
34

podendo até, em certos casos, provocar falhas nos produtos finais do usuário /
indústria. Quando o ar é comprimido, o volume ocupado pelo ar é reduzido, e a
concentração dessas impurezas aumenta bruscamente.

Alguns benefícios obtidos com o tratamento do ar comprimido são: Aumento


da vida útil dos equipamentos consumidores de ar comprimido; Redução de custos
com a aquisição de dispositivos de coleta e a eliminação de condensado das linhas;
e a redução do consumo de energia, que é diretamente ligada à perda de pressão.

2.6.8 Identificação das oportunidades na distribuição de ar comprimido


As principais perdas de eficiência energética em um sistema de distribuição
de ar comprimido são decorrentes de: (1) queda de pressão entre o compressor e os
pontos de consumo de ar; e (2) vazamentos de ar. Em geral, a linha de distribuição
deve ser projetada para que a queda de pressão entre o ponto de geração e o de
consumo não ultrapasse o limite recomendável de 0,3 bar ou 5 % da pressão de
geração. No entanto, durante a vida útil de uma instalação pode ocorrer que novos
pontos de consumo sejam incorporados, com suas demandas de vazão de ar
específicas, fazendo com que o limite de perda de carga seja ultrapassado. Uma
queda de pressão elevada na distribuição pode dar origem a uma pressão de ar no
ponto de consumo inferior à prevista, ocasionando perda de potência nas
ferramentas pneumáticas.

2.6.9 Redução de perdas devido aos vazamentos na distribuição

Os vazamentos de ar comprimido são frequentes e de origens diversas.


Representam de 10% a 40% da demanda máxima de ar comprimido de um sistema.
Esta variação tão ampla depende da configuração de cada sistema e dos cuidados
de manutenção. O desgaste dos equipamentos e acessórios e com o mau uso do ar
comprimido constituem as principais causas de perdas.

A maioria das perdas ocorre no acoplamento de um equipamento à tubulação


do sistema de distribuição de ar. Todos os acessórios ou dispositivos são acoplados
por meio de conexões com juntas de vedação, as quais, com o uso, deixam escapar
o ar comprimido. As mangueiras podem furar ou trincar, devido ao envelhecimento.
35

Embora os vazamentos possam ocorrer em qualquer parte do sistema, as


áreas em que estes problemas ocorrem com mais frequência são: acoplamentos
(juntas, uniões), mangueiras, tubos, adaptações, uniões de tubulações, engates
rápidos, filtro, regulador e lubrificador, purgadores de condensado, válvulas, flanges,
roscas de vedação e dispositivos de uso final. A vazão de ar perdido é função da
pressão e aumenta com a elevação da pressão do sistema. A tabela indica valores
da vazão de ar perdido (taxa de vazamento) para diferentes pressões de suprimento
e furos de tamanhos aproximadamente equivalentes.

Tabela 2 - Vazão de ar perdido em função do diâmetro do furo e da pressão do ar (m3 /min.)

Fonte: ANEEL (2021)

É bastante comum nas instalações de ar comprimido nas indústrias não haver


verificação e manutenção periódica das linhas de distribuição, por considerar perda
de tempo parar a instalação para fazer a manutenção. Porém, estes podem atingir
patamares significativos em relação ao consumo de energia elétrica e,
consequentemente, aumentar o custo final do ar comprimido.

2.6.10 Identificação dos fatores que afetam a eficiência no uso final do ar


comprimido
De maneira geral, o desperdício de energia pode estar associado ao uso do
ar comprimido quando ou onde não é necessário, ou à não utilização de práticas que
permitam otimizar o seu uso. Por exemplo, o escape de ar comprimido quando a
máquina não está em operação pode ser evitado fazendo-se o intertravamento desta
com o suprimento de ar.

A vazão de ar comprimido poderia ser controlada pela utilização de


dispositivos especialmente concebidos para reduzir o consumo sem diminuir a
eficácia de produção ou, ainda, com a colocação de válvulas solenoides no circuito
36

de distribuição, permitindo interromper o consumo de ar comprimido logo que o


processo seja paralisado, interrompendo as perdas por vazamentos no circuito.

2.7 GERADOR A DIESEL


Denominamos grupo Diesel-gerador ao conjunto de motor Diesel e gerador de
corrente alternada, aqui denominado alternador, convenientemente montados,
dotado dos componentes de supervisão e controle necessários ao seu
funcionamento autônomo e destinado ao suprimento de energia elétrica produzida a
partir do consumo de óleo Diesel. Em função dos consumidores de energia elétrica a
que se destinam, os grupos geradores são construídos com características especiais
que os tornam apropriados para diversas aplicações. São muitos os fatores a serem
considerados antes da aquisição do equipamento adequado. Os fornecedores de
grupos geradores tendem a padronizar os seus produtos, evitando os fornecimentos
especiais sob encomenda, o que na prática é inviável, pois há situações em que
alguns requisitos do ambiente e dos consumidores não podem deixar de ser
atendidos. É o caso, por exemplo, dos equipamentos de telecomunicações, que
necessitam de tensão e frequência sem oscilações, com baixos fatores de
interferência, que somente se consegue, em grupos geradores, com alternadores
especialmente fabricados para esta Outro exemplo: os grupos geradores para uso
naval, fabricados sob fiscalização das sociedades classificadoras, que em tudo
diferem do que seria considerado um grupo gerador de uso industrial. Outros
fatores, como nível de ruído, capacidade de operar em paralelo com outro grupo ou
com a rede local, tempo de partida, capacidade de partida e parada automática,
telemetria e controle remoto, durabilidade estendida do óleo lubrificante, em muitos
casos, são exigências inerentes aos consumidores a serem atendidas pelo
equipamento. Em todas as situações, uma avaliação criteriosa deve ser feita como
parte do projeto da instalação de um grupo gerador. Na maioria das vezes, o grupo
gerador "de prateleira", oferecido pelo fornecedor, não é a melhor solução.

O fator de potência, cosip, de motores elétricos trifásicos durante o período de


partida pode ser adotado entre 0,4 até 0,6, a depender da carga. Disto resulta uma
sobrecarga do motor Diesel situada acima da relação de correntes normalmente
admitida, conforme abaixo:
37

Com cos varphi = 0, 6 (corrente de partida) + (corrente nominal do alternador) ≤ 1,33


Com cos varphi=0,4: (corrente de partida) + (corrente nominal do alternador) ≤ 2,0

Deve-se considerar como corrente nominal do grupo gerador aquela que


corresponde à potência do alternador juntamente com o fator de potência tomado
por base para seu projeto, correspondente à potência do motor Diesel. A corrente
nominal do alternador poderá ser maior, por exemplo, no caso de alternador
superdimensionado. A corrente. Nominal do alternador é essencial para a queda de
tensão no caso de partida de motores elétricos trifásicos, ou seja, com alternador
superdimensionado a queda de tensão pode ser mantida dentro de limites restritos.

Para grupos geradores sujeitos a uma carga inicial aplica-se também a


relação de correntes de 1,33 ou 2,0 se à corrente inicial for adicionada a corrente de
partida.

No caso de alternadores trifásicos, a corrente nominal pode ser ligada quando


da partida de motores elétricos trifásicos, sem que haja uma queda de tensão
superior a aproximadamente 18,0%. Aumentando-se a corrente de partida em mais
25% da corrente nominal do alternador, deve-se contar com mais uma queda de
tensão da ordem de 4,0%. Isto significa que a uns alternadores em vazio podem ser
ligados diretamente motores elétricos até uma ordem de grandeza de
aproximadamente 20,0% da sua capacidade nominal sem que o motor Diesel sofra
uma queda de velocidade anormal nem que haja queda de tensão transitória do
alternador além de 20,0%, entre 0,1 e 0,5 segundo.

Quando se necessita partir motores cuja corrente de partida ultrapassa os


limites das relações acima, é necessário estabelecer o limite de queda de tensão
admissível pelos demais consumidores.

A queda de tensão que se verifica durante as partidas de motores elétricos


depende também do tipo de excitação do alternador. Excitação dinâmica tem um
tempo de resposta ligeiramente superior do que a excitação estática.

Em resumo, para um projeto normal de grupo gerador, a sua potência ativa


não deverá exceder a potência máxima admissível do motor Diesel (levando-se em
conta o rendimento do alternador). A corrente de partida de motores elétricos
38

trifásicos não deverá (inclusive a carga inicial do alternador) ser superior a 1,2 vezes
a corrente nominal do alternador.

Para efetuar um cálculo preciso da queda de tensão do alternador durante a


partida Del motores elétricos, utilize os valores de reatância do alternador,
informados pelo fabricante.

Figura 6 - Fechamento em estrela

Fonte: Eng. José Claudio Pereira (2021)

Figura 7 - Ligação Zig-Zag


39

Fonte: Eng. José Claudio Pereira (2021)

Figura 8 - Fechamento em triângulo ou delta

Fonte: Eng. José Claudio Pereira (2021)

Em primeiro lugar, atentar para as recomendações do fabricante, contida


documentação técnica fornecida.

O grupo gerador não deve visto como um equipamento isolado, mas, sim
como o item principal do sistema alternativo de abastecimento de energia elétrica,
que, como um todo, merece atenções especificas, dependendo de cada instalação.
40

Em linhas gerais, o grupo gerador, além dos cuidados diários de operação, exige
pouca manutenção.

Os fabricantes recomendam, primordialmente:

 Efetuar as trocas de óleo lubrificante e filtros. Utilizar óleo e filtros adequados


e, possível, de boa qualidade;

 Inspeção diária quanto a vazamentos de óleo lubrificante, água e


combustível; Antes de colocar o grupo gerador em serviço, verificar níveis de
água do radiador e de óleo lubrificante; durante o funcionamento do grupo
gerador observar se há ruídos anormais; IV.

 V. Drenar diariamente o sistema de combustível (tanque e filtros, para evitar o


acúmulo de água que possa danificar os componentes do sistema de
injeção);

 Limpeza e substituição dos elementos de filtro de ar

 Inspeção periódica do sistema de admissão de ar,

 Limpeza do radiador e troca da água de refrigeração, nos períodos


recomendados.

 Regulagem das folgas de válvulas;

 Inspeção da tensão das correias e ajuste quando necessário; Inspeção do


cubo e demais componentes de acionamento do ventilador;

 Revisão do turbo-alimentador, com substituição das vedações internas e


balanceamento dinâmico dos rotores (melhor substituir o turbo a base de
troca)

 Medir a resistência de isolação do alternador, se necessário, fazer a


"secagem das bobinas, exemplos: lubrificar os rolamentos do alternador,
reapertar cabos e conectores elétricos; substituir mangueiras ressecadas e
completar o nível do eletrólito das baterias.
41

 Manter os bornes de baterias untados com vaselina neutra, para evitar a


formação, exemplo: revisar bomba e bicos injetores e inspecionar o
amortecedor de vibrações.

São máquinas térmicas alternativas, de combustão interna, destinadas ao


suprimento de energia mecânica ou força motriz de acionamento. O nome é devido
a Rudolf Diesel, engenheiro francês nascido em Paris, que desenvolveu o primeiro
motor em Augsburg - Alemanha, no período de 1893 a 1898. Oficialmente, o
primeiro teste bem-sucedido foi realizado no dia 17 de fevereiro de 1897, na
Maschinenfabrik Augsburg.

Segundo sua aplicação, são classificados em 4 tipos básicos:


 ESTACIONÁRIOS
Destinados ao acionamento de máquinas estacionárias, tais como Geradores,
máquinas de solda, bombas ou outras máquinas que operam em rotação constante;

 INDUSTRIAIS
Destinados ao acionamento de máquinas de construção civil, tais como
tratores, carregadeiras, guindastes, compressores de ar, máquinas de mineração,
veículos de operação fora-de-estrada, acionamento de sistemas hidrostáticos e
outras aplicações onde se exijam características especiais especificas do acionador;

 VEICULARES
Destinados ao acionamento de veículos de transporte em geral, tais como
caminhões ônibus;

 MARÍTIMOS
Destinados à propulsão de barcos e máquinas de uso naval.

Conforme o tipo de serviço e o regime de trabalho da embarcação, existe uma


vasta gama de modelos com características apropriadas, conforme o uso. (Laser,
trabalho comercial leve, pesado, médio-contínuo e continuo)

Além dos segmentos de aplicações, os motores Diesel podem ser


classificados pelo tipo de sistema de arrefecimento que utilizam, normalmente a
água ou a ar e pelo número e disposição dos cilindros, que normalmente são
42

dispostos em linha, quando os cilindros se encontram em uma única fileira, ou em V,


quando os cilindros são dispostos em fileiras obliquas.

As diferenças básicas entre os diversos tipos de motores Diesel residem,


essencialmente, sobre os sistemas que os compõem. Todos funcionam segundo as
mesmas leis da termodinâmica, porém as alterações de projeto que se efetuam
sobre os sistemas.

O óleo diesel é um combustível de larga utilização, sendo as principais delas


no transporte terrestre de mercadorias, pessoas e na geração de energia elétrica. É
caracterizado como sendo um combustível derivado do petróleo, de compostos
formados principalmente por átomos de carbono, hidrogênio e em baixas
concentrações por enxofre, nitrogênio e oxigênio, selecionados de acordo com as
características de ignição e de escoamento adequadas ao funcionamento dos
motores diesel. É um produto inflamável, medianamente tóxico, volátil, límpido,
isento de material em suspensão e com odor forte e característico. (PETROBRAS,
2014)

Devido à larga utilização no transporte terrestre de mercadorias e de pessoas,


o diesel é o combustível mais utilizado no Brasil.

Possui aplicações também no transporte marítimo e na geração de energia


elétrica através de geradores e termoelétricas. Pode-se observar a proporção da
utilização deste combustível comparativamente a outros: Fonte: MME (2010) há
quatro tipos de óleo diesel especificados pela ANP, sendo eles: Tipo A: utilizado em
motores de ciclo diesel. Está presente em todas as regiões do Brasil e possui um
teor de enxofre de, no máximo, 1%. 46 Tipo B: Conhecido como “metropolitano” por
estar disponível nas regiões metropolitanas de diversas capitais. Possui um teor de
enxofre de no máximo 0,5%. Tipo C: Possui no máximo 0,3% de enxofre e sua
temperatura necessária para destilação de 360°C contra 370°C dos demais tipos.
Está disponível apenas em algumas regiões metropolitanas do Brasil. Tipo D: Trata-
se do óleo diesel marítimo. Utilizado em embarcações marítimas, possui seu ponto
de fulgor em, no máximo, 60°C. (PINHEIRO, 2004). Por se tratar de um produto
derivado do petróleo, o diesel é uma fonte de energia poluente, tendo o enxofre
como o principal responsável, podendo formar SO2 e SO3, gerando danos ao meio
43

ambiente, à saúde humana e ao motor pela corrosão das partes metálicas


(CARVALHO, 2012).

2.7.1 VANTAGENS DO GERADOR A DIESEL:


 O uso do Diesel proporciona economia na reposição do combustível que
possui um custo menor que o da gasolina;

 O combustível utilizado proporciona ao equipamento maior durabilidade e


maior intervalo entre as manutenções;

 Podem ser utilizados para fornecer energia em locais em que não há rede
elétrica ou como um backup em caso de emergência;

 O diesel representa um combustível de fácil acesso e portabilidade;

 Menor inflamabilidade que as outras fontes supracitadas;

 Apresenta maior disponibilidade de técnicos de manutenção qualificados, por


ser o tipo de gerador mais utilizado no mercado;

 Apresenta maior opções de fornecedores de combustível;

 Apresenta maior disponibilidade de modelos de geradores e em várias


potências.

2.7.2 DESVANTAGENS DO GERADOR A DIESEL:


 O diesel tem níveis de emissões elevados;

 Para o cumprimento devido à legislação em vigor, torna-se necessário a


adição de um sistema de filtragem no gerador a diesel que pode encarecer o
custo final.

2.7.3 VANTAGENS DO GERADOR A GASOLINA


Os geradores a gasolina costumam ser equipamentos de menor
porte utilizados para a geração esporádica de energia em residências e pequenos
comércios.
44

 Proporciona menos barulho durante sua operação;

 Menor porte.

2.7.4 DESVANTAGENS:
 Recomendado o uso apenas para casos raros e de tempo não prolongado de
queda de energia;

 Gasolina é um combustível notoriamente mais caro.

2.7.5 VANTAGENS DO GERADOR A GÁS NATURAL:


Menos utilizados, os geradores a gás exigem uma rede de distribuição de gás
natural disponível onde forem instalados.

 O gás natural representa um combustível mais limpo e barato quando


comparado a outros combustíveis não renováveis (como o diesel e a
gasolina);

 Os níveis de emissão são inferiores ao diesel e a gasolina;

 Pode ser facilmente utilizado e adaptado para reaproveitamentos térmicos,


como a cogeração (vapor, água quente ou aquecimento de óleo).

2.7.6 DESVANTAGENS:
 Apesar das menores emissões, o odor do escape é extremamente
desagradável;

 Sua instalação exige um local com rede de distribuição de gás natural


disponível;

 Como o gás natural não pode ser armazenado junto ao gerador, desastres
naturais podem afetar os sistemas de fornecimento e, consequentemente,
disponibilidade da rede;

 O gás natural apresenta maior risco de incêndio quando comparado ao diesel;


45

 O motor e o sistema de controle do gerador a gás são mais exigentes,


tornando-os mais caros quando comparados aos geradores a diesel.

Figura 9 - Gerador a diesel com proteção

Fonte: Imagem retirada da internet (2021)


46

3 COMPENSAÇÃO DE ENERGIA GD
A geração distribuída é caracterizada pela instalação de geradores de
pequeno porte em comparação das usinas, normalmente a partir de fontes
renováveis ou mesmo utilizando combustíveis fosseis, localizados próximos aos
centros de consumos de energia elétrica.

De forma geral, a presença de pequenos geradores próximos às cargas pode


proporcionar diversos benefícios para o sistema elétrico, dentre os quais se
destacam a postergação de investimentos em expansão nos sistemas de
distribuição e transmissão; o baixo impacto ambiental; a melhoria do nível de tensão
da rede no período de carga pesada e a diversificação da matriz energética.

Desde 17 de abril de 2012, quando a ANEEL criou o Sistema de


Compensação de Energia Elétrica, o consumidor brasileiro pode gerar sua própria
energia elétrica a partir de fontes renováveis ou cogeração qualificada e inclusive
fornecer o excedente para a rede de distribuição de sua localidade.

3.1 HISTÓRICO DA REGULAMENTAÇÃO DA GERAÇÃO DISTRIBUÍDA


No exercício das suas competências legais, a Agência promoveu a Consulta
Pública nº 15/2010 (de 10/09 a 9/11/2010) e a Audiência Pública nº 42/2011 (de
11/08 a 14/10/2011), as quais foram instauradas com o objetivo de debater os
dispositivos legais que tratam da conexão de geração distribuída de pequeno porte
na rede de distribuição.

Como resultado desse processo de consulta e participação pública na


regulamentação do setor elétrico, a Resolução Normativa - REN nº 482, de
17/04/2012, estabeleceu as condições gerais para o acesso de micro e minigeração
distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, e criou o sistema de
compensação de energia elétrica correspondente.

O acompanhamento da implantação da REN nº 482/2012, realizado pela


ANEEL nos últimos anos, permitiu identificar diversos pontos da regulamentação
que necessitavam de aprimoramento.

Dessa forma, com o objetivo de reduzir os custos e o tempo para a conexão


da micro e minigeração, compatibilizar o Sistema de Compensação de Energia
47

Elétrica com as Condições Gerais de Fornecimento (Resolução Normativa nº


414/2010), aumentar o público alvo e melhorar as informações na fatura, a ANEEL
realizou a Audiência Pública nº 26/2015 (de 7/5/2015 a 22/6/2015) que culminou
com a publicação da Resolução Normativa - REN nº 687/2015, a qual revisou a REN
nº 482/2012 e a seção 3.7 do Módulo 3 dos Procedimentos de Distribuição de
Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST.

3.2 MICRO E MINIGERAÇÃO DISTRIBUÍDA


Conforme disposto nesses regulamentos, a micro e a minigeração distribuída
consistem na produção de energia elétrica a partir de pequenas centrais geradoras
que utilizam fontes renováveis de energia elétrica ou cogeração qualificada,
conectadas à rede de distribuição por meio de instalações de unidades
consumidoras.

Para efeitos de diferenciação, a microgeração distribuída refere-se a uma


central geradora de energia elétrica, com potência instalada menor ou igual a 75
quilowatts (kW), enquanto que a minigeração distribuída diz respeito às centrais
geradoras com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 megawatt
(MW), para a fonte hídrica, ou 5 MW para as demais fontes.

3.2.1 Procedimentos para viabilização de acesso


A seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST estabelece os procedimentos para
acesso de micro e minigeração distribuída ao sistema de distribuição, os quais serão
detalhados a seguir.

Para que a central geradora seja caracterizada como micro ou minigeração


distribuída, são obrigatórias as etapas de solicitação e de parecer de acesso. A
solicitação de acesso é o requerimento formulado pelo acessante (consumidor), e
que, uma vez entregue à acessada (distribuidora), implica a prioridade de
atendimento, de acordo com a ordem cronológica de protocolo.

A solicitação de acesso deve conter o Formulário de Solicitação de Acesso


para micro e minigeração distribuída, disponíveis nos Anexos II, III e IV da seção 3.7
48

do Módulo 3 do PRODIST, determinados em função da potência instalada da


geração.

O formulário específico para cada caso deve ser protocolado na distribuidora,


acompanhado dos documentos pertinentes, não cabendo à distribuidora solicitar
documentos adicionais àqueles indicados nos formulários padronizados.

Caso a documentação esteja incompleta, a distribuidora deve, imediatamente,


recusar o pedido de acesso e notificar o acessante sobre todas as informações
pendentes, devendo o acessante realizar uma nova solicitação de acesso após a
regularização das pendências identificadas.

Em resposta à solicitação de acesso, a distribuidora deverá emitir o parecer


de acesso, que é um documento formal obrigatório apresentado pela acessada, sem
ônus para o acessante, em que são informados as condições de acesso e os
requisitos técnicos que permitam a conexão das instalações do acessante com os
respectivos prazos.

No caso de ser necessária alguma obra para atendimento, o parecer de


acesso deve também apresentar o orçamento da obra, contendo a memória de
cálculo dos custos orçados, do encargo de responsabilidade da distribuidora e da
eventual participação financeira do consumidor.

O prazo máximo para elaboração do parecer é de 15 dias para microgeração


e de 30 dias para minigeração. Esses prazos são dobrados caso haja necessidade
de obras de melhorias ou reforços no sistema de distribuição acessado.

Conforme estabelecido na seção 3.7 do Módulo 3 do PRODIST, o


procedimento de acesso é simples e rápido, assim como os requisitos de proteção
necessários para garantir a segurança das pessoas e a qualidade da energia
injetada na rede.

Deve-se destacar que compete à distribuidora a responsabilidade pela coleta


das informações das unidades geradoras junto aos micros e minigeradores
distribuídos e envio dos dados à ANEEL para fins de Registro.

A Figura abaixo ilustra as etapas e prazos do procedimento de acesso que


devem ser seguidos pelo consumidor (destacados em azul) e pela distribuidora
(destacados em vermelho).
49

Figura 10 - Procedimentos e etapas de acesso

Fonte: ANEEL (2021)

3.2.2 Sistema de Medição


O sistema de medição deve atender às mesmas especificações exigidas para
unidades consumidoras conectadas no mesmo nível de tensão da microgeração ou
minigeração distribuída, acrescido da funcionalidade de medição bidirecional de
energia elétrica (medição de consumo e de geração).

A medição bidirecional pode ser realizada por meio de dois medidores


unidirecionais, um para aferir a energia elétrica ativa consumida e outro para a
energia elétrica ativa gerada, caso seja a alternativa de menor custo ou haja
solicitação do titular da unidade consumidora com microgeração ou minigeração
distribuída.

A distribuidora é responsável por adquirir e instalar o sistema de medição,


sem custos para o acessante no caso de microgeração distribuída, assim como pela
sua operação e manutenção, incluindo os custos de eventual substituição.

* Este prazo pode chegar a 60 dias para o caso de minigeração com necessidade de
obras na rede elétrica.
50

No caso de conexão de minigeração distribuída, o acessante é responsável


por ressarcir a distribuidora pelos custos de adequação do sistema de medição, nos
termos da regulamentação específica.

Para o caso de conexão de central geradora em unidade consumidora


existente, sem necessidade de aumento da potência disponibilizada, a distribuidora
não pode exigir a adequação do padrão de entrada da unidade consumidora em
função da substituição do sistema de medição existente, exceto se for constatado
descumprimento das normas e padrões técnicos vigentes à época da sua primeira
ligação, ou se houver inviabilidade técnica devidamente comprovada para instalação
do novo sistema de medição no padrão de entrada existente.

3.2.3 Contratação
É dispensável a assinatura dos contratos de uso e conexão na qualidade de
central geradora para os participantes do sistema de compensação de energia
elétrica, sendo suficiente a emissão, pela distribuidora, do Relacionamento
Operacional para a microgeração, ou a celebração do Acordo Operativo para
minigeração. O Acordo Operativo deverá ser assinado até a data de aprovação do
ponto de conexão, enquanto o Relacionamento Operacional deverá ser
encaminhado pela distribuidora ao acessante em anexo ao Parecer de Acesso.
Caso sejam necessárias melhorias ou reforços na rede para conexão da
microgeração ou minigeração distribuída, a execução da obra pela distribuidora deve
ser precedida da assinatura de contrato específico com o interessado, no qual
devem estar discriminados as etapas e o prazo de implementação das obras, as
condições de pagamento da eventual participação financeira do consumidor, além
de outras condições vinculadas ao atendimento.

3.2.4 Análise da relação custo/benefício


A iniciativa de instalação de micro ou minigeração distribuída é do
consumidor. A ANEEL não estabelece o custo dos geradores nem eventuais
condições de financiamento.

Dessa forma, compete ao consumidor realizar a análise da relação de


custo/benefício para instalação dos geradores. Há várias circunstâncias a serem
51

consideradas nessa projeção: tipo da fonte de energia (painéis solares, turbinas


eólicas, geradores a biomassa, etc.), tecnologia dos equipamentos de geração, porte
da unidade consumidora e da central geradora, localização (rural ou urbana), tarifa à
qual a unidade consumidora está submetida, condições de
pagamento/financiamento do projeto e existência de outras unidades consumidoras
que possam usufruir dos créditos do sistema de compensação de energia elétrica.
52

4 ENERGIA ELÉTRICA, CONSUMO, GERAÇÃO E FATURA COM IMPOSTOS

4.1 ENERGIA ELÉTRICA, CONSUMO E GERAÇÃO

 Compensação de Energia Elétrica: esse sistema permite que a energia


excedente gerada pela unidade consumidora com micro ou minigeração seja
injetada na rede da distribuidora, a qual funcionará como uma bateria,
armazenando esse excedente. Quando a energia injetada na rede for maior que
a consumida, o consumidor receberá um crédito em energia (kWh) a ser
utilizado para abater o consumo em outro posto tarifário (para consumidores
com tarifa horária) ou na fatura dos meses subsequentes. Os créditos de
energia gerados continuam válidos por 60 meses.

 Geração compartilhada: caracterizada pela reunião de consumidores, dentro da


mesma área de concessão ou permissão, por meio de consórcio ou
cooperativa, composta por pessoa física ou jurídica, que possua unidade
consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em local diferente
das unidades consumidoras nas quais a energia excedente será compensada;

 Autoconsumo remoto: caracterizado por unidades consumidoras de titularidade


de uma mesma Pessoa Jurídica, incluídas matriz e filial, ou Pessoa Física que
possua unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída em
local diferente das unidades consumidoras, dentro da mesma área de
concessão ou permissão, nas quais a energia excedente será compensada;

Importante ressaltar que, para unidades consumidoras conectadas em baixa


tensão (grupo B), ainda que a energia injetada na rede seja superior ao consumo,
será devido o pagamento referente ao custo de disponibilidade – valor em reais
equivalente a 30 kWh (monofásico), 50 kWh (bifásico) ou 100 kWh (trifásico). De
forma análoga, para os consumidores conectados em alta tensão (grupo A) será
devida apenas a parcela da fatura correspondente à demanda contratada.
53

Figura 11 - Sistema de Compensação de Energia Elétrica

Fonte: ANEEL (2021)

4.2 IMPOSTOS

A definição sobre a cobrança de impostos e tributos federais e estaduais foge


das competências da ANEEL, cabendo à Receita Federal do Brasil e às Secretarias
de Fazenda Estaduais tratar da questão.

a) ICMS

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços é um tributo Estadual


aplicável à energia elétrica - ICMS incidente sobre o fornecimento de energia elétrica
foi instituído, no âmbito do Estado de São Paulo, pela Lei Estadual nº 6.374, de
1/3/89. À Enel, na qualidade de contribuinte legal e substituto tributário do referido
imposto, dentro de sua área de concessão, cabe apenas a tarefa de recolher ao
erário Estadual as quantias cobradas nas Notas Fiscais/Conta de Energia Elétrica
dos consumidores.

O ICMS é um imposto calculado "por dentro", conforme prevê o artigo 33 do


Conv. ICM66/88:

O montante do imposto integra sua própria base de cálculo, constituindo o


destaque mera indicação para fins de controle. Tal dispositivo refletido na lei
estadual não é inovação, pois o próprio CTN - Código Tributário Nacional, na
54

redação dada pelo artigo 1º do Ato Complementar nº 27, de 08.12.66, já definia


dessa forma o cálculo do ICM, em seu artigo 53, parágrafo 4º.

Com respeito à micro e minigeração distribuída, é importante esclarecer que o


Conselho Nacional de Política Fazendária – CONFAZ aprovou o Convênio ICMS 6,
de 5 de abril de 2013, estabelecendo que o ICMS apurado teria como base de
cálculo toda energia que chega à unidade consumidora proveniente da distribuidora,
sem considerar qualquer compensação de energia produzida pelo microgerador.
Com isso, a alíquota aplicável do ICMS incidiria sobre toda a energia consumida no
mês.

Após interações da Agência com o Ministério da Fazenda, Ministério do


Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério de Minas e Energia e com o
Congresso Nacional, o Conselho Nacional de Política Fazendária - CONFAZ
publicou o Convênio ICMS 16, de 22/4/2015, que revogou o Convênio ICMS 6/2013
e autorizou as unidades federadas a conceder isenção nas operações internas
relativas à circulação de energia elétrica, sujeitas a faturamento sob o sistema de
compensação de energia. Dessa forma, nos Estados que aderiram ao Convênio
ICMS 16/2015, o ICMS incide somente sobre a diferença entre a energia consumida
e a energia injetada na rede no mês.

Para aqueles Estados que não aderiram ao novo Convênio, mantém-se a


regra anterior, na qual o ICMS é cobrado sobre todo o consumo, desconsiderando
assim a energia injetada na rede pela micro ou minigeração.

b) PIS/COFINS

PIS: Programa de Integração Social

COFINS: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

Tratam-se de tributos que são exigidos das pessoas jurídicas pelo Governo
Federal por meio de lei e destinam-se a assegurar recursos para o desenvolvimento
de atividades voltadas a seguridade social.

Por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL, tais


tributos estavam embutidos na tarifa de energia elétrica e tinham alíquotas fixas de
0,65% para o PIS e 3,00% para a COFINS que eram ajustadas quando dos
reajustes periódicos das tarifas.
55

Na vigência desse regime, denominado como “regime cumulativo”, tais


alíquotas eram aplicadas sobre o total da receita bruta auferida, entretanto, a partir
da edição das Leis nº 10.637/2002, 10.833/2003 e 10.865/2004, o PIS e a COFINS
tiveram suas alíquotas alteradas para 1,65% e 7,6%, respectivamente, passando a
ser apurados de forma “não cumulativa”, ou seja, as novas alíquotas passaram a
incidir sobre uma base de cálculo líquida que significa dizer: total da receita bruta
deduzidos os custos permitidos por lei.

As alterações introduzidas por essas novas legislações implicaram em retirar


da tarifa de energia elétrica o PIS e a COFINS, e ambos passaram a ser informados
de forma individualizada nas contas de energia elétrica – procedimento determinado
pela Nota Técnica nº 115/2005-SFF/SER/ANELL de 18/04/05, homologada pela
Resolução Homologatória nº 227 de 18/10/05 – "Tarifas de Fornecimento de Energia
Elétrica Aplicáveis a Consumidores Finais” e podem variar de um mês para o outro.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) promoveu mudanças na forma


de cobrança dos tributos federais PIS e Cofins, que foram retirados das tarifas de
energia e passaram a ser discriminados na fatura, da mesma forma como ocorre
com o ICMS. O cálculo destes tributos é feito "por dentro" ou seja, o PIS e Cofins
fazem parte de sua própria base de cálculo, incidindo sobre o valor pago. Deve ser
observado que o PIS/Cofins incide também sobre o valor do ICMS, não incidindo
sobre o Encargo de Capacidade Emergencial (ECE) e sobre a Contribuição de
Iluminação Pública (CIP). Além disso, uma vez que as apurações dos tributos
consideram os créditos previstos na legislação a serem tomados pela distribuidora,
os valores de PIS/Cofins cobrados mensalmente sofrerão pequenas.

Com respeito à micro e minigeração distribuída, o Programa de Integração


Social - PIS e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social –
COFINS, não existia até outubro de 2015 uma legislação ou orientação da Receita
Federal esclarecendo como deveria ser realizada a cobrança para os casos de micro
e minigeração distribuída.

No entanto, com a publicação da Lei nº 13.169/2015, de 6/10/2015, resultado


de várias gestões da ANEEL junto ao Ministério de Minas e Energia e ao Ministério
de Planejamento, Orçamento e Gestão, a incidência do PIS e COFINS passou a
acontecer apenas sobre a diferença positiva entre a energia consumida e a energia
56

injetada pela unidade consumidora com micro ou minigeração distribuída. Tendo em


vista que o PIS e a COFINS são tributos federais, a regra estabelecida pela lei vale
igualmente para todos os Estados do país.
57

5 GERAÇÃO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA


A conversão direta da energia solar em energia elétrica ocorre pelos efeitos
da radiação (calor e luz) sobre determinados materiais, particularmente os
semicondutores. Os fótons contidos na luz solar são convertidos em energia elétrica,
por meio de uso de células solares.

“A energia solar incidente sobre a terra a cada dia é equivalente a toda


energia consumida no mundo por 27 anos”

No sistema fotovoltaico, a transformação da radiação solar em eletricidade é


direta. Para tanto, é necessário adaptar um material semicondutor para que, na
medida em que é estimulado pela radiação, permita o fluxo eletrônico (partícula
positiva e negativa). As células fotovoltaicas têm, pelo menos, duas camadas de
semicondutores: uma positiva carregada e outra negativamente, formando uma
junção eletrônica.

Quando a luz do sol atinge o semicondutor na região dessa junção, o campo


elétrico existente permite o estabelecimento do fluxo eletrônico, antes bloqueado, e
dá início ao fluxo de energia na forma de corrente contínua. Quanto maior a
intensidade de luz, maior o fluxo de energia elétrica. Lopez, Ricardo Aldabó (2012)

A intensidade de radiação auferida depende da altura solar, que é


determinada pela localização do ponto medido em relação ao globo terrestre. Por
esse motivo, os valores de latitude e longitude de uma região são extremamente
importantes para a determinação da real exposição à radiação. Quanto mais
próximo dos polos, maior será a quantidade de massa de ar que as radiações
devem atravessar e, consequentemente, menor será o fluxo energético na região.
Editora SENAI (2016).

5.1 SAZONALIDADE DO SOL


A terra apresenta em torno do sol uma trajetória elíptica em que seu eixo
apresenta inclinação de 23,45° em relação ao plano normal da trajetória
desenvolvida pela terra. O efeito dessa inclinação, somado ao movimento de
translação origina nas estações do ano. Os efeitos causados pelas estações do ano
58

são conhecidos, principalmente, pela variação térmica, porém, é possível identificar


que em certas épocas do ano, em determinadas localidades do globo terrestre,
existem consideráveis variações na duração dos dias.

Devem-se considerar os seguintes ângulos para análise solarimétricas:

 Ângulo zenital: (θz): Formados pelo raio do sol e a vertical local (zênite)
 Altura ou elevação solar (ϒ): compreendido entre os raios do sol e a projeção
dos mesmo sobre o plano horizontal.
 Plano azimutal do sol (α): também chamado azimute solar, é o ângulo entre a
projeção dos raios solares no plano horizontal e a direção Norte-Sul, onde o
deslocamento angular é tomado a partir do norte geográfico.
 Ângulo azimutal da superfície (Ψs): entre a projeção reta normal a superfície no
plano horizontal e a direção Norte-Sul. Obedece às mesmas convenções do
azimute solar.
 Inclinação da superfície de captação (β): Ângulo entre o plano da superfície em
questão e o plano horizontal, que pode variar de 0° a 90°.
 Ângulo de incidência (θs): formado entre os raios de Sol e a reta normal a
superfície de captação

Para maximizar a captação durante as horas do dia, tomamos como base o


ângulo de azimute. Para isso, dirigimos a face coletora do modulo para o norte
geográfico da terra – este será o norte polar (bussola) – e efetuamos uma correção
de acordo com o local onde será realizada a instalação. Editora SENAI (2016).

5.2 CÉLULA FOTOVOLTAICA


As células solares têm como objetivo converter a energia presente nos fótons
da radiação da luz fornecida pelo Sol em energia elétrica nos seus terminais.

Seu princípio de funcionamento baseia-se na capacidade de transmitir


energia dos fótons da luz solar aos elétrons da camada de valência dos materiais
semicondutores que, ao receberem essa energia, conseguem romper as ligações
que os mantem ligados a um átomo. Assim, cada vez que esse efeito acontece, há
uma vacância (falta de elétron em uma ligação rompida), ou seja, um espaço que
59

antes era ocupado por um elétron se torna livre para que outro elétron ocupe seu
espaço.

Esse movimento de elétrons em conjunto com a vacância resulta em uma


circulação de corrente elétrica em um único sentido, que pode percorrer em um
circuito externo e liberar energia cedida pelos fótons, para que assim consiga no seu
retorno a fonte geradora criar pares de elétrons-vacância.

A célula fotovoltaica necessária para a criação da corrente elétrica é obtida


pela união de dois semicondutores de diferentes dopagens: um semicondutor do tipo
P (excesso de lacunas – falta de elétrons que denominamos de vacância) e outro do
tipo N (excesso de elétrons). Ao uni-los é criado a célula fotovoltaica. Senai (2016).

Vários materiais e tipos de estruturas são utilizados na produção de células


fotovoltaicas. Atualmente, silício é o mais empregado graças ao conhecimento
tecnológico desenvolvido sobre este material e a facilidade de estar disponível na
natureza. As formas de semicondutores de silício mais conhecidas são o silício
monocristalino, o amorfo e o policristalino. Lopez, Ricardo Aldabó (2012).

5.3 TIPOS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS


5.3.1 Silício cristalino (c-Si)
É a tecnologia mais empregada atualmente, com uma participação de 95% do
mercado de células fotoelétricas. Painéis solares feitos de células de silício cristalino
tem rendimento de 13 a 17%. Apesar de alguns parâmetros técnicos não serem
ideais para células fotovoltaicas, tem a vantagem de estarem amplamente
disponíveis. A tecnologia é bem conhecida, a mesma utilizada nas indústrias
eletrônicas. O rendimento obtido é superior a 20%.

O modulo monocristalino (também chamado cristal simples) usa células que


são cortadas de um pedaço de silício proveniente de um cristal uniforme e único.
Esses módulos estão entre os mais eficientes do mercado e também os de maior
custo, devido à pureza do silício requerida e ao processo de fabricação.

O modulo multicristalino (também chamado policristalino) usa células que são


cortadas de silício multifacetados. Elas são menos uniformes na aparência do que
60

as células monocristalinas, assemelhando-se a vidro estilhaçado. É o tipo mais


comum no mercado, apresentando menor custo do que silício monocristalino.

5.3.2 Silício amorfo (a-Si)


O silício amorfo é uma forma não cristalina do silício e foi o primeiro material
utilizado em células fotovoltaicas de película fina (exemplo de aplicação comercial:
calculadora eletrônica portátil). O material pode ser depositado em finas camadas
sobre uma variedade de superfícies, com custo inferior ao silício cristalino, embora
tenha menor eficiência na conversão de energia. Características:

 Eficiência de 5% a 8%;
 Requer uma quantidade menor de silício por Watt em relação às células
cristalinas;
 Permite processo de fabricação em larga escala;
 Pode ser depositado em qualquer substrato (por exemplo, as partes
integrantes do modulo: vidro para cobertura e metais para condução.

5.3.3 Película fina


Os módulos de película fina são construídos depositando camadas
extremamente finas de materiais fotossensíveis sobre suportes de baixo custo, como
vidro, aço inoxidável ou plástico. Desta forma, os custos de produção são reduzidos
em comparação com a tecnologia cristalina. As tecnologias de película fina do
mercado utilizam silício amorfo (Si-a), disseleneto de Cobre Índio (CIS, CIGS) e
telureto de cádmio (CdTe). A película fina multicristalina sobre cristal (CSG) é uma
tecnologia muito utilizada e a combinação de silício amorfo e microcristalino (Si-a/Si-
m) é outra abordagem com bons resultados.

5.3.4 CIS (CIGS)


Nome comercial para células de filme fino fabricadas com disseleneto de
Cobre Índio (Cu (In, Ga) Se2). Participação de 0,2% no mercado de células
fotoelétricas e rendimento de 13%. Atualmente sofre problemas com o
abastecimento de índio para produção, visto que 75% de todo o consumo do
61

material no mundo se dá na fabricação de monitores de tela plana, como LCDs e de


plasma.

5.3.5 Arsenieto de gálio (GaAs) – semicondutor III-V


Atualmente a tecnologia mais eficiente empregada em células solares, com
rendimento de 28%. Porém, seu custo de fabricação é extremamente alto, tornando-
se proibitiva para produção comercial, e usado apenas em painéis solares de
satélites artificiais.

Características da tecnologia:

 Estrutura cristalina similar à do silício;


 Boa performance quando operada com concentradores (altas temperaturas);
 Vantagens tecnológicas em aplicações espaciais;
 Eficiência das células superiores a 20%;
 Fabricação complexas;
 Altos custos.

5.3.6 Telureto de cádmio (CdTe)


Composto de semicondutor formado do cadmio e telúrio. Os painéis solares
de CdTe são fabricados em vidro. É o tipo mais comum no mercado e apresentam o
menor custo de fabricação. Os módulos CdTe não tem a mesma eficiência do silício
cristalino, mas trabalham melhor em alta temperatura. Com participação de 1,1% do
mercado de células fotoelétricas, é uma tecnologia que utiliza filmes finos de telureto
de cádmio. Apresenta pouco apelo comercial por causa da alta toxidade do cádmio.
Característica: eficiência de 6% a 9%.

5.3.7 Outros tipos de células fotovoltaicas


As células concentradoras enfocam a luz em uma pequena área através de
um concentrador óptico, utilizando lente de Fresnel com índice de concentração de
até 1000. Na pequena área de atuação é colocado material de composição de
62

semicondutores III-V, obtendo-se rendimento de 30% (até 40% em laboratórios). As


principais desvantagens do sistema de concentrador são: não pode utilizar a luz
difusa; a orientação em relação ao Sol deve ser muito precisa. Lopez, Ricardo
Albadó (2012).

5.4 INVERSOR FOTOVOLTAICO: O QUE É?


Os inversores têm a finalidade de transformar uma corrente contínua em
corrente alternada, mudando a sua forma de onda. São utilizados, por exemplo,
quando se quer alimentar uma carga CA através de uma fonte CC. Como módulos
fotovoltaicos geram tensão sob a forma de corrente contínua, para utilizar
equipamentos como TV’s, rádios, motores ou qualquer outro tipo de carga que opere
em corrente alternada, deve-se utilizar um conversor CC/CA. Em um SFCR o
inversor serve para adequar as características da energia gerada pelos módulos às
características da rede elétrica convencional.

Os inversores utilizados em SFCR têm como principais funções:

• Rastreamento do Ponto de Máximo de Potência (MPPT – Maximum Power Point


Tracking) – Através do controle da corrente e tensão, esse sistema é capaz de fazer
ajustes para manter os módulos FV operando perto do seu ponto de maior potência,
que varia de acordo com a radiação solar incidente.

• converter a corrente CC gerada pelo painel fotovoltaico em CA: Como a corrente


gerada através do efeito fotovoltaico apresenta-se na forma contínua, o inversor
deve criar uma forma de onda alternada. O nível de semelhança com a forma de
onda senoidal deve ser alto (pouca distorção).

• Desconexão e isolamento: O inversor deve desconectar o arranjo fotovoltaico da


rede caso os níveis de corrente, tensão e frequência não estejam dentro da faixa
aceitável dos padrões da rede elétrica ou também do lado CC. O inversor deve
ainda isolar o gerador FV da rede quando a mesma não estiver energizada, seja por
falhas ou operações de manutenção, evitando possíveis acidentes com operadores.

• Relatório de Status – Os inversores podem apresentar um painel de informação


(display) com parâmetros de entrada e armazenamento das informações em data-
logger ou envio para um computador (aplicação remota por link de dados ou
63

transmissão por satélite). Podem ser registrados, por exemplo, grandezas elétricas
como a tensão CC e CA, corrente CC e CA, potência CA, energia CA diária, energia
CA acumulada entregue à rede, frequência, e os parâmetros meteorológicos e
térmicos, como irradiância no plano dos geradores e a temperatura de operação dos
módulos.

5.4.1 On-grid
O sistema fotovoltaico on grid se conecta à rede de distribuição de energia
elétrica da região, esta deve autorizar a geração no imóvel e garantir que siga as
especificações necessárias para a segurança.

Neste modelo, a energia solar excedente é enviada para a rede de


distribuição que, em troca, oferece uma compensação de créditos de energia solar
na conta de luz.

Outro aspecto importante do sistema on grid é o anti-ilhamento, característica


que garante a segurança dos equipamentos e do sistema. Assim, caso haja uma
queda de tensão na rede elétrica, o inversor é automaticamente desligado. A função
também tem o objetivo de proteger qualquer pessoa que entre em contato com o
sistema. Em outras palavras, quando há falta de luz, a pessoa com sistema de
geração de energia solar também fica sem luz.

5.4.2 On-grid – micro inversor


O micro inversor solar é simplesmente um inversor solar on grid
miniaturizado, dimensionado para atender placas de energia solar individualmente
em vez de uma série de painéis solares.

Ou seja, enquanto o inversor solar é ligado a um conjunto de painéis solares,


o micro inversor se conecta diretamente a uma única placa de energia solar.

5.4.3 Off-grid
O sistema fotovoltaico off grid é bastante recomendado para regiões isoladas
e remotas que não possuem acesso à rede elétrica local. Isso porque a geração de
energia solar nesse caso conta com um equipamento extra: as baterias.
64

No lugar das distribuidoras, são elas responsáveis por armazenar a energia


gerada e garantir que haja funcionamento da eletricidade à noite, por exemplo. Além
das baterias, o modelo off grid também precisa do controlador de cargas.

5.4.4 Híbridos
Os sistemas fotovoltaicos híbridos, portanto, buscam a união da melhor parte
de cada um deles: a conexão com a rede de distribuição local e o armazenamento
próprio de energia. Assim, na situação da falta de luz, por exemplo, a pessoa
continuaria tendo luz em casa porque o sistema passaria a consumir a energia
armazenada na bateria.

5.5 ESTRUTURA DE FIXAÇÃO PARA MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

 Estrutura de fixação de painel solar para telhas de barro

Figura 12 - Fixação usando “Parafuso Prisioneiro” como interface entre o trilho e a cobertura

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)

Figura 13 - Fixação usando “gancho” como interface entre o trilho e a cobertura.


65

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)

É valido também destacar que no caso do telhado romano é necessário retirar


as telhas para fixar o suporte no caibro de madeira do telhado. No caso dos telhados
de fibrocimento e metálico o suporte é perfurado por cima da telha ou chapa
metálica.

Detalhes como estes são importantes na hora de se precificar o sistema, uma


vez que, por ter esse trabalho a mais, as instalações de sistemas fotovoltaicos em
telhados romanos costumam demorar mais, o que se traduz em um maior custo com
a mão de obra.

Figura 14 - Estrutura de fixação de painel solar fotovoltaico para coberturas com telha de
fibrocimento.

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)


66

Estrutura de fixação de painel solar fotovoltaico para coberturas metálicas

Supercola – Utilizada somente em telhas metálicas. Basicamente a interface


da estrutura de fixação é literalmente colada direto sobre as telhas. Atente que a
cola deve ser específica para este tipo de fixação, e a superfície deve estar
perfeitamente limpa. 

Figura 15 - Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos para telhas metálicas trapezoidais

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)

Figura 16 - Estrutura de fixação de painéis fotovoltaicos para telhas metálicas


67

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)

 Estruturas de fixação de painel solar para laje e concreto

Nas instalações em lajes de concreto e também no solo, são necessárias


estruturas um pouco diferentes, que irão fazer a inclinação necessária das placas.
Sobre a laje essas estruturas são geralmente ancoradas em lastros de concreto e
em usinas de solo em sapatas dimensionadas conforme as condições do terreno e
localização.

 Laje concreto
Figura 17 - Estrutura de fixação em laje de concreto

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)


68

 Estrutura em solo

Figura 18 - Estrutura de fixação em solo

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)

 Estrutura de Fixação SOLAR para CarPort


As estruturas de fixação dos módulos fotovoltaicos são compostas
basicamente por esses itens:

- Ganchos de fixação, Parafusos estruturais, autobrocantes


- Grampos intermediários e finais
– Perfis de alumínio

Figura 19 - Carport
69

Fonte: Empresa E-Sol de Uberlândia (2021)


70

6 HISTÓRICO DA ATUAÇÃO DA EMPRESA METALÚRGICA MUTINGA

6.1 QUEM É A METALÚRGICA MUTINGA:


A empresa METALÚRGICA MUTINGA foi fundada em 1965 no início de suas
operações começou na Av. Mutinga em São Paulo, por isso o nome Metalúrgica
Mutinga.

E desde então produz máquinas e equipamentos para a indústria têxtil, mais


especificamente para a confecção de edredons, colchas, tampos e faixas para
colchões, jaquetas, entre outras aplicações. Realiza também serviços de usinagem
em peças de aço, alumínio, entre outros materiais. Existem mais de 700 máquinas
produzidas e instaladas no Brasil e no exterior pela metalúrgica Mutinga.

Contando com uma área maior para o desenvolvimento e fabricação de novos


produtos, em 1998 mudou-se para Santana de Parnaíba na Grande São Paulo, que
possui um parque industrial amplo, no qual conta com um setor de usinagem com
equipamentos CNC e com profissionais altamente treinados para a produção de
máquinas, equipamentos, estampos, moldes plásticos e peças usinadas com
qualidade comprovada pelos seus clientes.

Em 1999 foi lançada a máquina multiagulhas CNC, com muito mais opções
de desenhos e maior produtividade e em 2007 foi lançada a máquina Looper CNC
com muito mais produtividade. Também foram feitos alguns projetos especiais de
máquinas para fazer molejos ensacados e máquinas para colocação de fita
decorativa e fitilho também.

6.2 SERVIÇOS

 Serviço de usinagem de peças


 Serviço de automação e montagem de painéis elétricos
 Serviço de assistência técnica em máquinas multiagulhas de ponto corrente e
ponto fixo
71

Figura 20 - Máquina de costura

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)

6.3 COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS: DADOS SOBRE O MOLEJO


FABRICADO NA METALÚRGICA MUTINGA

6.3.1 Dados do molejo de colchões de solteiro

Tabela 3 - Medidas de Molejo com Quadro de Borda

Fonte: Empresa metalúrgica Mutinga (2021)


72

Figura 21 - Representação do colchão de solteiro

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)

6.3.2 Dados do molejo de colchões de casal

Tabela 4 - Medidas de Molejos sem Quadro de Borda

Fonte: Empresa metalúrgica Mutinga (2021)


73

Figura 22 - Representação do colchão de casal

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)

6.4 FABRICAÇÃO PRÓPRIA

6.4.1 Máquina multiagulhas ponto fixo CNC


A máquina multiagulhas de ponto fixo, ela possui uma tela de simulação do
tipo de desenho com as posições das agulhas, sistema de criação de desenho na
própria máquina pelo operador, função de compensação de distorção do desenho
para ajustes, desenhos de 180 graus ou 360 graus, conforme modelo da máquina e
tem uma costura localizada.

Figura 23 - Máquina multiagulha ponto fixo CNC

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)


74

6.4.2 Máquina multiagulhas de ponto corrente (looper) com comando


computadorizado CNC
A máquina multiagulhas de ponto corrente possui uma tela de simulação do
tipo desenho com as posições das agulhas, sistema de criação de desenho na
própria máquina e uma função de compensação de distorção do desenho para
ajustes.

Figura 24 - Máquina multiagulha de ponto corrente (looper) CNC

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)

6.4.3 Máquina multiagulhas ponto fixo STANDARD


A máquina multiagulha ponto fixo possui duas barras de agulhas e grande
variedade de desenhos de catálogo e ela é montada com refilador de tecidos e calha
suporte do tecido a costurar.
75

Figura 25 - Máquina multiagulha ponto fixo STANDARD

Fonte: Empresa Metalúrgica Mutinga (2021)


76

7 ESTUDO DE CASO

7.1 ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA ILUMINAÇÃO


O estudo de iluminação tem como proposito estabelecer os valores de
iluminância mínima apropriada para as atividades visuais dentro da indústria a ser
realizado. Para determinar a iluminância mais apropriada é necessário avaliar alguns
fatores das tarefas visuais, onde o uso adequado da iluminância é determinado por 3
desses fatores como mostrado na tabela a seguir.

Tabela 5 - Fatores determinantes da iluminação adequada

Fonte: Mundo da Elétrica (2007)

De acordo com a norma NBR 5413, para indústrias metalúrgicas o nível de


iluminância exigida para trabalhos de usinagem grosseira e trabalhos de ajustador é
de mínima de 150, média de 200 e máxima de 300 lux. Para determinar qual a
iluminância escolhida é necessário avaliar as tarefas para estabelecer os seus pesos
e somar os três valores encontrados para indicar se a iluminação escolhida será a
mínima, media ou máxima, onde se o valor total for igual a -2 e -3 usar a iluminação
mínima, -1 até 1 usar a média e +2 e +3 usar a máxima.
77

Tabela 6 - Nível de iluminação


Pes Iluminância
Peso/ Peso/
o/ Iluminância Iluminância Iluminância aferida na
Atividade Velocidade refletância
Ida Min (Lux) Méd (Lux) Max (Lux) empresa
e precisão da tarefa
de (Lux)
Máquina
Molejo 0 0 0 150 200 300 103
Máquina de
colar molas 0 0 0 150 200 300 167
Máquina de
costura 0 1 0 150 200 300 140
Torno 0 0 0 150 200 300 190
Torno CNC 0 0 0 150 200 300 195
Furadeira
radial 0 0 0 150 200 300 370
Maquina Jato
de areia 0 -1 -1 150 200 300 170
Fresa 0 0 0 150 200 300 180
Frena CNC 0 0 0 150 200 300 105
Disco de lixa 0 0 0 150 200 300 70
Furadeira de
Bancada 0 0 0 150 200 300 220
Ambiente de
solda 0 0 -1 150 200 300 160
Manutenção 0 0 0 150 200 300 160
Fonte: autores (2021)

De acordo com a tabela abaixo para definir qual a iluminância média geral da
empresa, a mesma está definida como classe A e seu tipo de atividade como
requisitos visuais limitados, trabalho bruto de maquinaria.

Tabela 7 – Iluminação geral do ambiente

Fonte: NBR 5413 (2007)


78

Para o cálculo de iluminância total da empresa, não é contemplado a


iluminação natural provinda do Sol, somente a iluminação artificial, devido para
calcular a quantidade de lumens é utilizado a formula: Em = (ᶲT.Fu.Fm)/ S; ou ᶲT =
(Em.S)/(Fu.Fm), onde:

Em = Iluminância media

S = Área do ambiente

Fu = Fator de utilização

Fm = fator de manutenção

ᶲT = Fluxo luminoso total

Para realizar o cálculo de iluminação foi separado a área da empresa em três


partes distintas, a área da oficina a de colchoes e a área do deposito, onde será
utilizada as seguintes tabelas:

Tabela 8 - Fator de manutenção

Fonte: Ministério minas e energia, Eletrobrás e PROCEL (2007)

O período de limpeza da empresa é de 12 meses e seu ambiente é


considerado médio, então seu fator de manutenção é de 0,78.
79

Tabela 9 - Determinar fator de utilização

Fonte: PROCEL (2011)

O fator de utilização é a razão do fluxo útil que incide efetivamente sobre um


plano de trabalho e o fluxo total emitido. Este fator influencia na distribuição de luz e
no rendimento da luminária, pois depende do índice de reflexão do teto, paredes e
plano de trabalho ou piso e também do fator do local (K).

Para determinar o fator de utilização da luminária escolhida, admite-se para K


o valor mais próximo do calculado e avaliam-se as reflexões médias do teto, das
paredes e do plano de trabalho pelo seguinte critério de índices:

1 - Superfície escura - 10% de reflexão

3 - Superfície média - 30% de reflexão

5 - Superfície clara - 50% de reflexão

7 - Superfície branca - 70% de reflexão

Para calcular o fator do local será utilizado a seguinte formula:

K = (C.L)/(C+L).A

Onde:

K = fator do local;

C = comprimento do local;

L = Largura do local;

A = Altura da luminária ao plano de trabalho.


80

E também levar em consideração as reflexões do teto, parede e piso

Teto = cinza claro – 3

Parede = Cinza claro – 3

Piso = Cinza fosco – 1

Cada tipo de lâmpada fornece um valor de lumens e por meio do número de


lumens por lâmpada tem se o número de lâmpadas total dado por:

Nº de lâmpadas = ᶲT/ᶲL

Onde:

ᶲT = Fluxo total de lumens da área

ᶲL = Lumens da lâmpada

Determinar o fator do local da oficina

C = 66 m

L = 10,74 m

A=4m

K = 2,3

Determinar o fator do local do deposito

C = 35,4 m

L = 5,32 m

A=4m

K = 1,15

Determinar o fator do local dos colchões

C = 35,4 m

L = 15,96 m

A=4m
81

K = 2,75

Determinar o fluxo total da área da oficina

Em = 200 luxes

S = 708,84 M²

Fu = 0,5

Fm = 0,78

ᶲT = 363.507,69 luxes

Determinar o fluxo total da área do deposito

Em = 200 luxes

S = 188,33 M²

Fu = 0,4

Fm = 0,78

ᶲT = 120.723,08 luxes

Determinar o fluxo total da área dos colchões

Em = 200 luxes

S = 564,98 M²

Fu = 0,52

Fm = 0,78

ᶲt = 278.591,72 luxes

Número de lâmpadas da oficina

ᶲT = 363.507,69 luxes

ᶲL = 10000 luxes

Nº lâmpadas = 36 lâmpadas
82

Número de lâmpadas do deposito

ᶲT = 120.723,08 luxes

ᶲL = 10.000 luxes

Nº lâmpadas = 12 lâmpadas

Número de lâmpadas dos colchões

ᶲT = 278.591,72 luxes

ᶲL = 10000 luxes

Nº lâmpadas = 28 lâmpadas

Total de lâmpadas = 76

Tabela 10 - Levantamento de iluminação atual

Peso/
Peso/ Iluminânci Iluminância
Peso/ Velocidad Iluminância Iluminância
Atividade refletância a Méd aferida na
Idade ee Min (Lux) Max (Lux)
da tarefa (Lux) empresa (Lux)
precisão
Máquina
Molejo 0 0 0 150 200 300 103
Máquina de
colar molas 0 0 0 150 200 300 167
Máquina de
costura 0 1 0 150 200 300 140
Torno 0 0 0 150 200 300 190
Torno CNC 0 0 0 150 200 300 195
Furadeira
radial 0 0 0 150 200 300 370
Maquina
Jato de
areia 0 -1 -1 150 200 300 170
Fresa 0 0 0 150 200 300 180
Frena CNC 0 0 0 150 200 300 105
Disco de
lixa 0 0 0 150 200 300 70
Furadeira
de Bancada 0 0 0 150 200 300 220
Ambiente
de solda 0 0 -1 150 200 300 160
Manutençã
o 0 0 0 150 200 300 160
Fonte: autores (2021)
83

Tabela 11 - Levantamento de iluminação proposta

Iluminação Proposta
Tipo de Qtd Lumen Total P Total Valor
Local lâmpada Lamp. s lumens (W) (W) Valor unitário Total
LÂMPADA LED R$
Oficina TUBULAR T8 36 3800 136800 40 1440 R$ 259,90 9.356,40
Deposit LÂMPADA LED R$
o TUBULAR T8 12 3800 45600 40 480 R$ 259,90 3.118,80
Colchoe LÂMPADA LED R$
s TUBULAR T8 28 3800 106400 40 1120 R$ 259,90 7.277,20
R$
Tota 19.752,4
  Total 76 Total 288800 l 3040 Total 0
Fonte: autores (2021)

7.2 ESTUDO DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA PARA MOTORES ELÉTRICOS


O estudo de eficiência de motores elétricos tem como proposito avaliar o
quanto de energia elétrica é possível reduzir e se a substituição dos mesmos é
viável financeiramente e para a empresa. A tabela abaixo exibe informações a
respeito da comutação dos motores por um modelo mais econômico.

Tabela 12 – Análise financeira para troca de motores


Economia de
Potência Qtd. Horas Resultado economia Consumo Potencial de Valor do
Identificação do motor Linha do motorLinha
basedo motor proposto energia
cv motores operação/dia financeira / ano atual economia (%) investimento Payback
kWh/ano em anos
Maquina de cola 3 2 W22 2IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 112.63 2603.18 7.28 189.46 R$ 4,016.56 35.66
Torno CNC 6 1 W22 2IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 91.55 2567.4 6 154 R$ 3,509.76 38.34
Fresa CNC 3 1 W22 2IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 20.16 1240.77 2.73 33.91 R$ 2,008.28 99.61
Furadeira bancada 3 9 W22 1IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 323.30 5974.68 9.1 543.83 R$ 18,074.50 55.91
Furadeira radial 2 1 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 6.27 114.6 9.21 10.55 R$ 1,745.95 278.34
Freza zemz 2 1 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 4.92 112.32 7.36 8.27 R$ 1,745.95 355.17
Fresa lazer motor 1 4 1 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 9.16 216.52 7.12 15.41 R$ 2,489.42 271.8
Fresa lazer motor 2 1 1 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 2.68 58.72 7.67 4.51 R$ 1,244.53 427.46
Torno médio 7.5 1 W22 1IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 37.97 1514.42 4.22 63.87 R$ 3,714.70 97.83
Torno pequeno 3 1 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 7.04 162.7 7.28 11.84 R$ 2,008.28 285.28
Torno grande 2 2 W220.25
IR3 PremiumW22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 9.83 224.63 7.36 16.54 R$ 3,491.90 355.17
Fresa Ferramenteira FFVR 1.5 1 W221.5IR3 Premium
W22Trifásico
IR3 Premium Trifásico R$ 29.36 520.81 9.48 49.38 R$ 1,385.17 47.19
Fonte: WEG (2021).

Figura 26 - Resultado econômico da substituição de motores


84

Fonte: WEG (2021)

7.3 ANÁLISE DE FATURAS


O estudo da tarifa de energia tem como proposito estudar as modalidades
tarifarias convencional e branca, para identificar qual a mais vantajosa para a
empresa, atualmente a metalúrgica Mutinga utiliza a tarifa de energia convencional
como mostrada na figura abaixo.

Figura 27 - Tarifa convencional de energia

Fonte: Autores (2021)

A modalidade tarifaria convencional monômia é aplicado as unidades


consumidoras pertencentes ao grupo B e é cobrado o mesmo valor da energia
85

elétrica em todos os horários e dias da semana. Já a modalidade tarifaria branca


também é aplicado as unidades consumidora do grupo B, com exceção do subgrupo
B4 e para as subclasses de baixa renda do subgrupo B1, nos dias uteis o valor da
tarifa branca varia em três faixas de horário, sendo eles o horário de ponta que entra
em vigor a partir das 17:30 as 20:30, onde o valor cobrado nesse horário é superior
ao valor cobrado na tarifa convencional, o horário intermediário que funciona nos
horários das 16:30 as 17:30 e retorna 20:30 as 21:30, sempre uma hora antes e uma
hora depois do horário de ponta, o valor cobrado também é maior que a tarifa
convencional porem é menor que o horário de ponta, e o ultimo horário é o fora
ponta Período com menor demanda de energia, por isso o valor cobrado será abaixo
da tarifa convencional Clientes que concentram o uso de energia nessa faixa serão
beneficiados com a adesão a tarifa branca e sua faixa horaria é das 21:30 até 16:30
do dia seguinte.

Tabela 13 - Modalidade tarifaria convencional

Fonte: Enel (2021).

Tabela 14 - Modalidade tarifaria branca


86

Fonte: Enel (2021).

Como proposta para a substituição das tarifas analisamos dois cenários


diferentes, onde o primeiro cenário a empresa manteria o seu horário de
funcionamento das 7 da manhã até as 17:30 da tarde, onde ela estaria utilizando
nove horas e maia do horário de ponta da modalidade branca e uma hora do horário
intermediário aonde o valor cobrado pela energia utilizada corresponde a uma
economia equivalente a 8,15%, e no segundo cenário mudamos o horário de
funcionamento da empresa uma hora antes do seu início original, para assim
evitarmos o consumo no horário intermediário dando início do serviço da empresa as
6 da manhã e seu termino as 16:30 da tarde correspondendo a uma economia de
12,45%.

Para se fazer uma estimativa de quanto seria possível economizar com a


tarifa branca, utilizamos os valores de consumo obtidos por meio da fatura de
energia, multiplicamos pelo valor de reais por kW com impostos mais a bandeira
tarifaria que corresponde ao valor de R$ 0,995952 para estipular o quanto a
empresa gasta com energia elétrica e assim obter os valores de economia nos dois
possíveis cenários para a transição da nova fatura.
87

Tabela 15 - Comparação de valores das tarifas

Branca Branca
Consumo
Mês Convencional cenário 1 cenário 2
kWh
Valor Valor Valor
R$ R$
Janeiro 7040 R$ 7.011,50 6.390,60 6.138,62
R$ R$
Fevereiro 6600 R$ 6.573,28 5.991,19 5.754,95
R$ R$
Março 7080 R$ 7.051,34 6.426,91 6.173,49
R$ R$
Abril 6800 R$ 6.772,47 6.172,74 5.929,35
R$ R$
Maio 5840 R$ 5.816,36 5.301,30 5.092,26
R$ R$
Junho 6800 R$ 6.772,47 6.172,74 5.929,35
R$ R$
Julho 5200 R$ 5.178,95 4.720,33 4.534,21
R$ R$
Agosto 7800 R$ 7.768,42 7.080,50 6.801,31
R$ R$
Setembro 6400 R$ 6.374,09 5.809,64 5.580,56
R$ R$
Outubro 7880 R$ 7.848,10 7.153,12 6.871,07
R$ R$
Novembro 6920 R$ 6.891,98 6.281,67 6.033,98
R$ R$
Dezembro 7040 R$ 7.011,50 6.390,60 6.138,62
R$ R$
Total 81400 R$ 81.070,46 73.891,34 70.977,75
R$ R$
Economia - - 7.179,11 10.092,70
Fonte: autores (2021)

7.4 LEVANTAMENTO DE CARGAS


Foi realizado o levantamento dos principais equipamentos e suas respectivas
cargas com o objetivo de estimar o consumo energético da empresa Mutinga, onde
de acordo com a tabela mostrada abaixo, a soma das cargas é equivalente a um
consumo mensal de energia de 7303,2 kWh/mês e a média realizada pelo quadro de
distribuição geral de energia é equivalente a 7833,37 kWh/mês. Esses dois valores
estão de acordo com os gastos mensais registrados na fatura de energia que varia
de 5200 kWh/mês até 7880 kWh/mês.
88

Tabela 16 - Levantamento de cargas

Tempo
Consumo
Funcionament
Equipamento Especifico em
o Médio Mês -
kW/h por Mês
Horas

Coleiro 1 Standby 170,00 194,75


Máquina de cola 40,00 74,26
Coleiro 2 Standby 170,00 195,56
Compressor Atlas c. stand. 125,00 141,67
Compressor Atlas c. Func. 85,00 1244,33
Compressor Chicago Func. 210,00 3074,23
Iluminação setor de colchão 210,00 174,72
Torno CNC 40,00 193,63
Fresa CNC 40,00 91,61
Furadeira forçando 20,00 46,64
Iluminação do centro de usinagem -
210,00 213,36
Frente
Iluminação do centro de usinagem -
210,00 112,56
Fundo
Furadeira Radial 5,00 6,72
Fresa Zemz 5,00 6,22
Fresa Lazer Motor 1 5,00 15,18
Fresa Lazer Motor 2 5,00 4,07
Torno Médio 20,00 138,09
Torno Pequeno 5,00 9,33
Torno Grande 5,00 6,22
Fresa Ferramenteira FFVR 30,00 37,04
Rosqueadeira 5,00 3,98
Máquina de Molejo 60,00 1319,04
Quadro de distribuição geral 200,00 7833,37
Fonte: Autores (2021)

7.5 GERAÇÃO FOTOVOLTAICA


Este projeto diz respeito à construção de um sistema de produção de
eletricidade através da conversão fotovoltaica, com uma potência nominal igual a
65,6 kW e potência de pico igual a 65,6 kWp.

O sistema fotovoltaico é composto de n° 1 geradores fotovoltaicos compostos


de n° 160 módulos fotovoltaicos e n° 4 inversores.

A potência de pico é de 65,6 kWp para uma produção de 85.266,3 kWh por ano,
89

distribuídos em uma área de 321,6 m².


Modalidade de conexão à rede de alimentação Baixa Tensão em Trifásico com
tensão fornecimento 220 V.

Tabela 17 - Tabela de produção de energia

Total diário Total mensal


Mês
[kWh] [kWh]
Janeiro 270,991 8400,735
Fevereiro 285,508 7994,221
Março 245,641 7614,882
Abril 220,489 6614,665
Maio 180,809 5605,086
Junho 168,739 5062,184
Julho 173,5 5378,503
Agosto 223,606 6931,798
Setembro 222,885 6686,553
Outubro 249,271 7727,399
Novembro 268,494 8054,825
Dezembro 296,627 9195,43

Fonte: autores (2021)

Gráfico 4 - Produção de energia

Ano

9.000
8.000
7.000
Energia [kWh]

6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mes es

Energia produzida Auto co ns umo Retirada da rede Custo de disponibilidade

Fonte: autores (2021)


90

O sistema reduz a emissão de poluentes na atmosfera de acordo com seguinte


tabela abaixo (valores anuais):

Tabela 18 – Produção Termo Elétrica Equivalente

Produção Termo Elétrica Equivalente


Dióxido de enxofre (SO2): 13,31 kg
Óxidos de Nitrogênio (NOx): 16,76 kg
Poeiras: 0,59 kg
Dióxido de carbono (CO2): 9,91 t
Fonte: autores (2021)

Tabela 19 – Equivalente de energia geotérmica

Equivalente de energia geotérmica


Sulfeto de Hidrogênio (H2S) (fluido
0,00 kg
geotérmico):
Dióxido de carbono (CO2): 0,00 t
Tonelada equivalente de Petróleo (TEP): 21,32 TOE
Fonte: autores (2021)

Os módulos serão montados em suportes de aço galvanizado, com um


ângulo de 23°, terão todos a mesma exposição. Os sistemas de fixação da estrutura
deverão resistir a rajadas de vento, com velocidade de até 120 km / h.

O gerador é composto de 160 módulos fotovoltaicos de Silício monocristalino


com uma vida útil estimada de mais de 25 anos e degradação da produção devido
ao envelhecimento de 0,8 % ao ano.

Tabela 20 – Características do gerador fotovoltaico

CARACTERÍSTICAS DO GERADOR FOTOVOLTAICO

Número de módulos: 160


Número de inversores: 4
Potência nominal: 65,6 kW
Potência de pico: 65,6 kWp
Performance ratio: 82,3 %
Fonte: autores (2021)
91

Tabela 21 – Características técnicas dos módulos

CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS MÓDULOS


Fabricante: JINKO SOLAR
Modelo: Chettah PERC JKM410M-72H
Tecnologia de const.: Silício monocristalino
Características elétricas
Potência máxima: 410 W
Rendimento: 20,4 %
Tensão nominal: 42,3 V
Tensão em aberto: 50,4 V
Corrente nominal: 9,7 A
Corr. de curto-circuito: 10,6 A
Dimensões
Dimensões: 1002 mm x 2008 mm
Peso: 22,5 kg
Fonte: autores (2021)

Os valores de tensão variam conforme a temperatura de funcionamento


(mínima, máxima e de regime) e estão dentro dos valores aceitáveis de
funcionamento do inversor.

A linha elétrica proveniente dos módulos fotovoltaicos é posta a terra


mediante descarregadores de sobretensão com indicação ótica de fora de serviço.

Potência de pico do gerador:

P = P módulos * N° módulos = 410 W * 160 = 65,6 kWp


O cálculo da energia total produzida pelo sistema nas condições normais de
STC (radiação de 1000 W/m², temperatura de 25°C), é calculado como:

Tabela 22 – Exposições dos módulos fotovoltaicos


Radiação solar
Exposição N° módulos Energia [kWh]
[kWh/m²]

Oeste 80 1.578,86 51.786,57

Leste 80 1.578,86 51.786,57

Fonte: autores (2021)

E = En * (1-Perd) = 85266,3 kWh


92

Perd = Perda de potência obtida:

Tabela 23 – Perdas na geração

Perda por sombreamento totais: 0,0 %


Perda por aumento de temperatura: 5,9 %
Perdas por descasamento: 5,0 %
Perdas de corrente continua: 1,5 %
Outras perdas: 5,0 %
Perdas na conversão: 1,6 %
Perdas totais: 17,7 %
Fonte: autores (2021)

Tabela 24 - Perdas por sombreamento de obstáculos

Sem
Produção Perdas
Mês obstáculos
efetiva [kWh] [kWh]
[kWh]
Janeiro 8400,7 8400,7 0,0 %
Fevereiro 7994,2 7994,2 0,0 %
Março 7614,9 7614,9 0,0 %
Abril 6614,7 6614,7 0,0 %
Maio 5605,1 5605,1 0,0 %
Junho 5062,2 5062,2 0,0 %
Julho 5378,5 5378,5 0,0 %
Agosto 6931,8 6931,8 0,0 %
Setembro 6686,6 6686,6 0,0 %
Outubro 7727,4 7727,4 0,0 %
Novembro 8054,8 8054,8 0,0 %
Dezembro 9195,4 9195,4 0,0 %
Ano 85266,3 85266,3 0,0 %

Fonte: autores (2021)


93

Figura 28 - Layout do gerador

7 . 0 1
8 . 0 1 8
7
1 5 . 1 0
1 6 . 1 0
7 . 0 2 8 . 0 2
1 5 . 0 9
7 . 0 3 8 . 0 3 1 6 . 0 9
7 . 0 4 1 5 . 0 8
1 6 . 0 8
8 . 0 4
1 5 . 0 7
1 6 . 0 7
7 . 0 5 8 . 0 5
1 5 . 0 6
7 . 0 6 8 . 0 6 1 6 . 0 6

7 . 0 7 1 5 . 0 5
1 6 . 0 5
8 . 0 7
1 5 . 0 4
1 6 . 0 4
7 . 0 8 8 . 0 8
1 5 . 0 3
7 . 0 9 8 . 0 9 1 6 . 0 3

7 . 1 0 1 5 . 0 2 1 6 . 0 2
8 . 1 0
1 5
1 5 . 0
1 6
1 6 . 0 1

5 . 0 1 6 .
5 0 1
6
5 . 0 2
6 . 0 2 1 3 . 1 1
0 4 . 1 0

5 . 0 3 6 . 0 3 1 3 . 0 9 1 4 . 0 9

5 . 0 4 6 . 0 4 1 3 . 0 8
1 4 . 0 8
5 . 0 5
6 . 0 5 1 3 . 0 1
7 4 . 0 7

5 . 0 6 6 . 0 6 1 3 . 0 1
6 4 . 0 6
5 . 0 7 6 . 0 7 1 3 . 0 5
1 4 . 0 5
5 . 0 8
6 . 0 8 1 3 . 0 1
4 4 . 0 4

5 . 0 9 6 . 0 9 1 3 . 0 3 1 4 . 0 3

5 . 1 0 6 . 1 0 1 3 . 0 2
1 4 . 0 2

1 1
3 3 . 0
1 4
1 4 . 0 1

3 . 0 1 4 . 0 1 4
3
3 . 0 2 4 . 0 2 1 1 . 1 1
0 2 . 1 0

3 . 0 3 1 1 . 0 1
9 2 . 0 9
4 . 0 3
1 1 . 0 8
3 . 0 4 4 . 0 4 1 2 . 0 8

3 . 0 5 4 . 0 5 1 1 . 0 7 1 2 . 0 7
3 . 0 6 1 1 . 0 6 1 2 . 0 6
4 . 0 6
1 1 . 0 5
3 . 0 7 4 . 0 7 1 2 . 0 5

3 . 0 8 4 . 0 8 1 1 . 0 4
1 2 . 0 4

3 . 0 9 1 1 . 0 3
1 2 . 0 3
4 . 0 9
1 1 . 0 2
3 . 1 0 4 . 1 0 1 2 . 0 2
1 1
1 1 . 0
1 2
1 1 2 . 0 1

1 . 0 1
2 .
1 0 1 2

1 . 0 2 2 . 0 2 9 . 1 0 1 0 . 1 0
1 . 0 3 2 . 0 3 9 . 0 9 1 0 . 0 9

1 . 0 4 9 . 0 8
2 . 0 4 1 0 . 0 8
1 . 0 5 2 . 0 5 9 . 0 7 1 0 . 0 7

1 . 0 6 2 . 0 6 9 . 0 6 1 0 . 0 6

1 . 0 7 9 . 0 5
2 . 0 7 1 0 . 0 5
1 . 0 8 2 . 0 8 9 . 0 4 1 0 . 0 4

1 . 0 9 2 . 0 9 9 . 0 3 1 0 . 0 3
1 . 1 0 9 . 0 2
2 . 1 0 1 0 . 0 2
9
9 . 0
1 0
1 1 0 . 0 1

Q . 1 Q . 2 Q . 3 Q. 4

I . 1 I . 2 I . 3 I . 4 Q . M .

G . 1 G . 2 G . 3 G. 4

P . 1 P . 2 P . 3 P . 4

Fonte: autores (2021)

Figura 29 - Diagrama elétrico


Enel SP
Baixa Tensão - 220V ( Trifásico)

Dispositivo da rede pública

Wh

DR

DG

Q1

U suários F1
DP S
Q2
2 50 A

V>
V< Disp o si ti v o
PI d e i n te rfa ce
f>
f<
D DI
25 0 A

EPR E PR EP R E PR

Q3 Q6 Q9 Q 12
35 A 35 A 35 A 35 A

EPR E PR EP R E PR

Gera d o r

T1 T2 T3 T4
P HB P HB P HB P HB
P HB 20 K -DT (6 0 Hz) P HB2 0 K-DT (6 0 Hz) P HB 20 K -DT (6 0 Hz) P HB2 0 K-DT (6 0 Hz)
2 0k W 20k W 2 0k W 20k W

P VC P VC P VC PVC P VC P VC PVC PVC

P VC P VC P VC PVC P VC P VC PVC PVC

Q4 Q5 Q7 Q8 Q10 Q11 Q13 Q14


32 A 32 A 32 A 32 A 32 A 32 A 32 A 32 A

F2 F5 F8 F11 F14 F17 F20 F23


DP S DP S DP S DP S DP S DP S DP S DP S

F3..F4 F6..F7 F9..F10 F12..F13 F15..F16 F18..F19 F21..F22 F24..F25


16 A 16 A 16 A 16 A 16 A 16 A 16 A 16 A

E PR EPR EPR EP R E PR E PR EP R EP R

G1..G 2 G 3..G 4 G5..G6 G7..G8 G9..G10 G11..G 12 G13..G14 G15..G16


JINK O S OL A R JINKO S OL AR JINKO S OL AR JINK O S OL AR
JK M4 1 0 M-7 2 H JKM4 1 0 M-7 2 H JKM4 1 0 M-7 2 H JKM4 1 0 M-7 2 H

2 x 1 0 Mó d u lo s (4 1 0 W ) 2 x 1 0 Mó d u l o s (4 1 0 W) 2 x 1 0 Mó d u l o s (4 1 0 W ) 2 x 10 Mó d u l o s (4 1 0 W ) 2 x 1 0 Mó d u lo s (4 1 0 W ) 2 x 1 0 Mó d u l o s (4 10 W ) 2 x 1 0 Mó d u l o s (4 1 0 W ) 2 x 10 Mó d u l o s (4 1 0 W )

DG : Dispositivo G eral Diagra ma unifila r do sist ema


DD I : Dispositivo de I nterface E m pre sa

Modos de operação
Té cni co re sp o n sá v e l
Modo 1 - Dispositivo geral e de interface fechado. H enrique G omes Nascimento
As cargas do sistema são alimentados a partir da rede ou do gerador fotovoltaico Co m i te n te
Modo 2 - O dispositivo geral fechado e dispositivo de interface aberto.
As cargas do sistema são alimentado apenas pela rede ( evento anormal sobre o gerador ou da ausência de produção)
Modo 3 - Dispositivo geral e de interface aberto. P o tên ci a n o m i na l Da ta
As cargas do sistema não são alimentados ( falta de energia na rede) 65,6 kW 18/ 11/ 2021

Fonte: autores (2021)

A simulação do desempenho econômico do sistema no período de cálculo é


94

feita considerando os seguintes parâmetros:

Tabela 25 - Taxas sobre o sistema

Degradação anual do sistema devido ao envelhecimento: 0,8 %


Taxa de inflação anual: 5%
Taxa de reajuste da tarifa: 5%
Taxa de juros ativo: 0%
Taxa de juros passivo: -

Fonte: autores (2021)

Tabela 26 - Retorno sobre o investimento feito pelo sistema fotovoltaico

Consumo simultâneo de energia produzida: 36.767,9 kWh


Data fim análise: 04/11/2046
Economia de consumo: R$ 1.696.125,49
Economia para a compensação: R$ 1.842.985,30
Juros ativo: R$ 0,00
Custos anuais a deduzir: R$ 34.286,91
Total: R$ 3.504.823,88
Capital investido: R$ 257.331,09
Fluxo de caixa acumulado: R$ 3.247.492,79
Custos extraordinários R$ 0,00
Período de amortização (anos): 4
Montante após anos 26: R$ 3.504.823,88
Taxa composta de retorno: 10,566 %
Taxa de desconto: 2%
VPL: R$ 2.323.828,12
TIR: 29,47 %

Fonte: autores (2021)


95

Gráfico 5 - Fluxo de caixa acumulado

Fluxo de caixa acumulado

3.000.000

2.500.000

2.000.000
Valor [R$]

1.500.000

1.000.000

500.000

2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041 2043 2045
Anos

Fonte: autores (2021)

Gráfico 6 - VPL

VPL

2.200.000
2.000.000
1.800.000
1.600.000
1.400.000
Valor [R$]

1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
-200.000
2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041 2043 2045
Anos

Fonte: autores (2021)


96

Gráfico 7 - Montante de economia

Montante (economia)
3.500.000

3.000.000

2.500.000
Valor [R$]

2.000.000

1.500.000

1.000.000

500.000

0
2021 2023 2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041 2043 2045
Anos

Fonte: autores (2021)

Para instalar o sistema de geração de energia solar fotovoltaico é necessário


que a empresa melhore o quadro de principal de energia, as figuras abaixo
exemplificam como devem ser o padrão de entrada de energia para a instalação do
sistema fotovoltaico.

Figura 30 - Quadro de entrada de energia

Fonte: imagens da internet (2021)


97

Figura 31 - Quadro geral de energia

Fonte: Imagens da internet (2021)


98

8 RESULTADOS

De acordo com a análise dos dados adquiridos obtivemos os seguintes


resultados para os seguintes casos que foram estudados, para a substituição da
fatura convencional pela branca, onde não é necessário investimento financeiro
obtivemos no primeiro caso uma economia anual de R$ 7.179,11 e no segundo uma
economia de R$ 10.092,70 sendo o segundo cenário financeiramente mais
vantajoso e com o valor dessa economia poderá ser utilizado pela empresa para
cobrir outros investimentos.
Para a parte de iluminação ser mais eficiente será necessário a substituição
das lâmpadas fluorescentes por LED devido a sua eficiência de lumens por watt
ser maior, então como proposta sugerimos a substituição das mesma pelo refletor
led de 100W devido a empresa já possuir alguns deles, assim sendo de 76 refletores
no total, que geraria um investimento estimado de R$ 19.752,40 para se adequar a
norma da NBR 5413, com essas mudanças na parte da iluminação para atender a
norma o consumo de energia será maior, porém o principal objetivo dela é visar
melhorar o conforto no ambiente de serviço também diminuindo os risco de acidente
no trabalho.
Para implantar um sistema de compensação e geração de energia solar
fotovoltaica é necessário um investimento de R$ 257.331,09 que com a redução na
conta de luz o mesmo se auto pagará em um período de quatro anos e após isso
estimasse uma economia anual de R$ 34.286,91 valor esse que poderá ser usado
para futuros investimentos de maquinários mais modernos e eficientes ou mão de
obra.
99

9 CONCLUSÃO

O desenvolvimento desse trabalho possibilitou o grupo analisar o consumo


de uma indústria metalúrgica e como substituir a tarifa de energia para uma que
melhor se adeque ao perfil de consumo da empresa e poder reduzir seu valor
cobrado, além de avaliar quais seus pontos disponíveis para melhorar sua eficiência
energética.
Foi possível observar por meio do dimensionamento fotovoltaico o quanto é
benéfico obter sua própria compensação de energia e que mesmo os gastos para
implementar sendo altos o valor investido é retornado em poucos anos e após isso a
poupança obtida poderá ser convertida em investimentos futuros.
Apesar das medidas propostas ainda não terem sido implementada na
pratica, com os valores obtidos pela pesquisa consideramos que os resultados
adquiridos foram satisfatórios.
100

REFERÊNCIAS

PEREIRA, José Claudio. Motores e geradores: Pricípios de funcionamento,


instalação, operação e manutenção de grupos diesel geradores. Disponível em:
file:///E:/Piuc%20-%20Ter4M%20-%20Industria/Eficiencia%20Energetica/diesel1.pdf.
Acesso em: 04 de nov. de 2021 às 11:18

PEREIRA, José Claudio. Motores e geradores: Princípios de funcionamento,


instalação, operação e manutenção de grupos diesel geradores. Disponível em:
file:///E:/Piuc%20-%20Ter4M%20-%20Industria/Eficiencia%20Energetica/diesel2.pdf
Acesso em: 04 de nov. de 2021 às 10:20

FILHO, Francisco M. G.; GARBELINI, Luigi M.; IZYCKI, Luis Guilherme. Estudo de
caso para implantação de grupo moto-gerador na Universidade Tecnológica Federal
do Paraná. Disponível em: file:///E:/Piuc%20-%20Ter4M%20-%20Industria/Eficiencia
%20Energetica/Monografia.pdf. Acesso em: 24 de jul. de 2021 às 16:45

SANTOS, Afonso Henriques Moreira. et al. Eficiência energética: Teoria e prática.


Portal da indústria, 2007. Disponível em:
https://static.portaldaindustria.com.br/media/uploads/arquivos/Eficiencia_energetica_
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https://www.weg.net/institutional/BR/pt/solutions/energy-efficiency/efficiency-index;.
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LOPEZ, Ricardo Aldabó. Energia solar para produção de eletricidade. 1. Ed. São
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