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1 (2019)
EDITORIAL
ARTIGOS ORIGINAIS
REVISÕES
D´ORSI, Eleonora1
Envelhecimento saudável: o papel do ambiente construído na mobilidade ativa, saúde e qualidade de vida
D’ORSI, E.
e beleza da cidade (HOGAN et al., 2016; ZHAO; CHUNG, 2017), lugares que propiciem
interações sociais (LOO et al., 2017; PARK; LEE, 2017; SPINNEY; SCOTT; NEWBOLD,
2009) e presença de lugares para realizar atividade física (CLARKE; GALLAGHER, 2013;
LOO et al., 2017; SPINNEY; SCOTT; NEWBOLD, 2009) afetam positivamente a qualidade de
vida. Uma das principais razões pelas quais as cidades existem é precisamente para otimizar os
deslocamentos ativos. A tendência mundial é que as pessoas à medida que envelheçam possam
viver mais perto dos serviços e que a infraestrutura urbana facilite que as pessoas saiam de casa
a pé ou de bicicleta.
Idosos que vivem em ambientes mais seguros são mais propensos a sair para caminhar
e/ou pedalar, o que auxilia a manutenção da capacidade funcional, promove interações sociais e
melhora a qualidade de vida. Quando a infraestrutura urbana não atende às necessidades desta
população, ocorre uma diminuição nos deslocamentos e piora da capacidade física (RYDIN et
al., 2012).
A maioria dos estudos sobre o ambiente construído, mobilidade, saúde e qualidade de
vida estão sendo conduzidos em países de alta renda (OSWALD; KONOPIK, 2015; PARK;
LEE, 2017; SATARIANO et al., 2016; SPINNEY; SCOTT; NEWBOLD, 2009; TOMA;
HAMER; SHANKAR, 2015). Há falta de conhecimento sobre essas relações em países de
renda média e baixa que estão passando por um processo acelerado de envelhecimento, como
o Brasil. O conhecimento sobre o possível efeito do ambiente construído sobre a mobilidade
e a saúde pode reforçar a importância das políticas públicas para reduzir as desigualdades
em saúde nesses países. É necessário motivar gestores públicos e membros da sociedade
civil a desenvolverem e implementarem estratégias que tenham o contexto ambiental no
centro das discussões. Dessa maneira, será possível promover a melhoria das condições de
saúde da população urbana, especialmente da população idosa. O ambiente construído deve
proporcionar condições adequadas e seguras de mobilidade tais como calçadas planas, rampas
de acesso, ciclovias e segurança no trânsito. Os espaços urbanos devem ser acessíveis a todos,
oferecendo oportunidades equitativas e inclusivas aos seus usuários. As políticas públicas de
mobilidade urbana devem garantir que os idosos possam e queiram sair de casa de forma ativa
com segurança, independentemente de sua condição social.
REFERÊNCIAS
CLARKE, P. GALLAGHER, N. A. Optimizing Mobility in Later Life: The Role of the Urban
Built Environment for Older Adults Aging in Place. Journal of urban health: bulletin of the
New York Academy of Medicine, v. 90, n. 6, p. 997-1009, 2013.
HOGAN, M. J. et al. Happiness and Health across the Lifespan in Five Major Cities: The
ISSN: 2317-3467
Impact of Place and Government Performance. Social science & medicine, v. 162, p. 168–
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D’ORSI, E.
176. 2016.
MATHIS, A. L. et al. Neighborhood Influences and BMI in Urban Older Adults. Journal of
Applied Gerontology, v. 36, n. 6, p. 692-708, 2017.
PARK, S.; LEE, P. Age-Friendly Environments and Life Satisfaction among South Korean
Elders: Person-Environment Fit Perspective. Aging & mental health, v. 21, n. 7, p. 693-702,
2017.
Development of Walking Difficulties in Older People. Age and ageing, v. 41, n. 1, p. 118-21,
2012.
RYDIN, Y. et al. Shaping Cities for Health: Complexity and the Planning of Urban
Environments in the 21st Century. The Lancet, v. 379, n. 9831, p. 2079-2108, 2012.
SAWCHUK, C. N. et al. Barriers and Facilitators to Walking and Physical Activity among
American Indian Elders. Preventing chronic disease, v. 8, n. 3, p. A63, 2011.
TOMA, A.; MARK, H., SHANKAR, A. Associations between Neighborhood Perceptions and
Mental Well-Being among Older Adults. Health & place, v. 34, p. 46-53, 2015.
ISSN: 2317-3467
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WHO. Global Health and Aging. USA. 2011. Disponível em: <http://www.who.int/ageing/
publications/global_health.pdf.>
———. Global Strategy and Action Plan on Ageing and Health (2016 -2020). Who: 10. 2015.
http://who.int/ageing/GSAP-Summary-EN.pdf%0Ahttp://who.int/ageing/GSAP-Summary-
EN.pdf%0Ahttp://who.int/ageing/GSAP-Summary-EN.pdf?ua=1.
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O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
RESUMO ABSTRACT
A Educação Física, em uma perspectiva direcionada Physical Education in a larger concept of education
ao ensino escolarizado, deve procurar abordar os should seek to approach individuals in their complexity,
indivíduos em sua complexidade e não dedicar-se not to focus solely on the physical and motor development
apenas ao aspecto do desenvolvimento físico e motor aspect of the students. The great demand for content
dos alunos. A grande demanda de conteúdos que o that the teacher must address during the school year,
professor deve abordar durante o período letivo, aliada combined with the time constraints he often encounters,
as restrições de tempo que muitas vezes encontra, end up challenging him to elaborate different teaching
acabam desafiando-o para elaborar metodologias methodologies that escape the time and space available
de ensino diferenciadas e que fogem ao tempo e in school institutions. The technological advance and
espaço disponibilizado nas instituições escolares. O the emergence of Information and Communication
avanço tecnológico e o surgimento da Tecnologia Technology (ICT) are possible allies to fulfill the
da Informação e Comunicação (TIC) mostram-se teaching tasks. Therefore, the present study had the
possíveis aliados ao cumprimento das tarefas docentes. objective of reporting on the experience of a teaching
Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo methodology of Physical Education from the use of
apresentar o relato de experiência de uma metodologia ICT in an Elementary School located in an urban
de ensino de Educação Física a partir do uso da TIC em neighborhood of the municipality of Esteio / RS,
um estabelecimento de ensino fundamental localizado located in the metropolitan region of Porto Alegre, with
em um bairro urbano do município de Esteio/RS, a 9th grade class, composed of 24 students aged 13 to
localizado na região metropolitana de Porto Alegre, 16 years. As a result, it was observed that students were
com uma turma de 9º ano, composta por 24 alunos com effectively involved with the proposed activities, had an
idades entre 13 e 15 anos. Como resultado, observou- understanding that Physical Education is not only the
se que os alunos se envolveram efetivamente com as repetition of physical exercises, and the involvement
atividades propostas, tiveram uma compreensão de with important themes that cross contemporary society,
que a Educação Física não é apenas a repetição de juvenile drugs, pathologies related to sedentary and the
exercícios físicos e gestos motores e o envolvimento adoption of healthy habits.
com temas importantes que atravessam a sociedade
contemporânea como, por exemplo, a drogadição Keywords: Information and Communication
juvenil, as patologias relacionadas ao sedentarismo e a Technologies. Pedagogical practice. School Physical
adoção de hábitos saudáveis. Education.
1
Mestre em Ciências do Movimento Humano - PPGCMH/UFRGS. Professor de Educação Física na rede
municipal de Gravataí/RS. E-mail: patrick.edufis@hotmail.com.
2
Mestre em Ciências do Movimento Humano - PPGCMH/UFRGS. Professor de Educação Física na rede estadual
do Rio Grande do Sul. E-mail: profandrefurtado@gmail.com.
3
Mestra em Geografia - POSGEA/UFRGS. Professora de Geografia na rede estadual do Rio Grande do Sul.
E-mail: cristinmarin@gmail.com.
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
1 INTRODUÇÃO
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
espaço quando as discussões sobre quais saberes devem se fazer presentes no currículo escolar
e também sobre o papel do corpo humano na constituição dos sujeitos (NEIRA, 2018).
Este relato de experiência apresenta uma proposta de metodologia de ensino utilizando
as TIC como forma de contemplar as demandas exigidas no contexto escolar, no que se refere
as diretrizes curriculares estabelecidas nas instituições de ensino.
A Educação Física está historicamente ligada às práticas de exercícios físicos que bus-
cam aprimorar as aptidões motoras e as capacidades físicas (COLETIVO DE AUTORES,
1992). No entanto, entende-se que ela deve ser compreendida como um processo mais amplo
dentro de uma perspectiva da educacional (FALKENBACH, 2002). Também de maneira his-
tórica, compreende-se que a sociedade tem negado a pessoa como um todo, tendo a escola se
voltado às tarefas cognitivas através de uma metodologia rígida, que buscou transmitir o co-
nhecimento a um indivíduo privado de movimentos ou de sua expressão através das diferentes
linguagens (BRASIL, 2017).
Frente a isso, é possível pensar que a Educação Física tem encontrado dificuldades
em se legitimar nas instituições escolares. No entanto, vale destacar que, nas últimas décadas,
ocorreu um esforço em considerar a ampla e diversificada abordagem que pode ter, ao consi-
dera-la um dos componentes voltados aos processos da linguagem (BRASIL, 1997). Dentro
da perspectiva da área das linguagens, a Educação Física tem, entre seus objetivos, a função
de abordar e despertar no aluno conhecimentos, reflexões e análises que podem ser expressas,
experimentada, criadas e recriadas pelas práticas corporais.
Salienta-se também, que a partir de uma visão neoliberal, que vem consolidando-se
como o discurso hegemônico na educação, é possível pensar o corpo humano como uma ferra-
menta que deve apenas produzir trabalho e gerar renda (APPLE, 2003; GANDIN; HYPOLITO,
2003). Quando ocorre o início da trajetória da escolarização, há certo condicionamento para
priorizar as ciências que supostamente desenvolvem o intelecto, como sendo as únicas essen-
ciais para o desenvolvimento humano. Em contraponto a isto, a Educação Física vem, além de
ser a ciência que estuda o corpo humano e seus movimentos, contemplar o ser humano em sua
plenitude, não deixando de lado os sonhos e pensamentos de cada um, além da contribuição
social que cada indivíduo pode trazer (NEIRA, 2016).
À luz dos estudos de Figueiredo (2004a; 2004b; 2008), o ser humano carrega na sua
formação adulta marcas que foram constituídas através das suas vivências na fase da escolariza-
ção. Tais marcas podem vir a influenciar as escolhas destes estudantes na fase adulta. Portanto
torna-se de suma importância o docente entender quais ferramentas utilizar e a forma de abor-
dar o componente curricular, afim de auxiliar no desenvolvimento do seu educando.
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
Entende-se que a Educação Física pode tratar o indivíduo na sua plenitude, e não li-
mitar-se somente às performances que o corpo pode desempenhar. Todavia, não é necessário
excluir os jogos, esportes e movimentos das aulas de Educação Física, com isso o próprio nome
da profissão já não teria mais sentido, o importante é perceber que, através destas atividades,
podemos alcançar objetivos maiores, contemplando o ser humano em sua complexidade, como
o conhecimento do próprio corpo e sua utilização como forma de expressar-se (NEIRA, 2016).
Compreende-se que a Educação Física deve ter um caráter relacional com o educando,
trazendo atividades que são do interesse do aluno e que tenham por finalidade principal o seu
pleno desenvolvimento no âmbito físico, cognitivo, profissional, social e afetivo, tornando-o um
ser humano melhor. Deve, ainda, ser uma ferramenta de luta contra a discriminação e exclusão
social de qualquer tipo (SOLER, 2003), transformando e beneficiando, também, a sociedade.
A Educação Física pode também ir ao encontro da abordagem da saúde renovada
(DARIDO, 2003), buscando se inteirar sobre o que o discente já conhece e o estimulando - a
partir daí - à adoção de hábitos saudáveis não só dentro da instituição de ensino, mas por todo
o seu cotidiano e se estendendo ao longo de toda a sua vida. Uma vida fisicamente ativa pode
diminuir os níveis de ansiedade e evitar psicopatologias mais graves (ROSA, 1999), como a
depressão, por exemplo, principalmente em adolescentes, que estão atravessando uma fase de
difíceis decisões, com muitas responsabilidades e desafios pela frente.
Assim sendo, a Educação Física, mais do que legítima, tem se mostrado necessária,
ainda que não seja tratada com relevância por algumas esferas do sistema de ensino brasileiro,
que a trata com desprezo ou, no mínimo, percebe, equivocadamente, como um método de
melhora de aptidão física através de exercícios que exigem o esforço do corpo humano. A
Educação Física, num conceito maior de educação, aborda o corpo humano como um todo,
explorando todos seus limites e suas possibilidades. Com isto, sugere-se que não pode se ater
somente aos aspectos físicos, mas, também, cognitivos, afetivos e sociais, para que possa tornar
todo ser humano melhor com ele mesmo, contribuindo, assim, para uma sociedade melhor.
Na atualidade, os sistemas de ensino geralmente reduzem a Educação Física a curtos
espaços de tempo (cerca de duas horas-aula) tornando, assim, o trabalho docente no que tange
os princípios de cultura corporal do movimento quase que inexequíveis. Ao professor é delegada
a tarefa de abordar as especificidades dos esportes, jogos, ginásticas, lutas, danças provenientes
das diretrizes curriculares e dos planos de estudos das escolas em tempo e espaço que nem
sempre o favorecem (CONTRERAS, 2012; HARGREAVES, 2005; WITTIZORECKI, 2001).
Desta forma, é viável compreender o professor como um indivíduo desestimulado frente à
tarefa de cumprir todas as demandas escolares ou, por outro lado, desafiado a criar estratégias
para que o ensino se torne significante e motivador aos alunos.
O termo tecnologia pode ser utilizado para se referir ao conjunto de conhecimentos
empregados para a construção, planejamento e utilização mediante algum equipamento para
alguma atividade (KENSKI, 2012). Nesse conceito, a tecnologia pode ser utilizada para
inúmeras atividades humanas, inclusive atividades pedagógicas. Os constantes avanços
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
encontravam nas sextas-feiras eram substituídas por aquelas que obtiveram maior carga horária
no semestre seguinte. Com isso, as aulas de Educação Física para a turma em questão eram
limitadas a 55 minutos semanais durante o primeiro trimestre letivo.
Durante o primeiro trimestre, em contraponto à baixa carga horária disponibilizada para
a disciplina da Educação Física, foi proposto aos alunos uma forma de complementar a carga
horária destinada às aulas, abordando os conteúdos previstos no plano de estudos da disciplina.
Cabe salientar que o plano de estudos é refeito periodicamente pelos professores da escola
e aborda temáticas consideradas relevantes para a comunidade escolar, com a observância dos
aspectos e diretrizes legais. Para o primeiro trimestre do 9º ano em questão, estavam previstos
conteúdos que abordassem a saúde, o bem-estar e aspectos táticos dos principais esportes
coletivos.
Na impossibilidade de abordar todos os conteúdos previstos ao primeiro trimestre,
foi proposto aos alunos a execução de atividades através de um blog, uma página na internet
onde o professor é responsável por publicar temas e tarefas onde os alunos devem refletir e
dissertar sobre as questões propostas no espaço destinado aos comentários. Ressaltamos que
esta iniciativa se deu a partir de uma pesquisa informal prévia sobre qual atividade principal
que realizavam em casa, onde observou-se que os alunos ficavam 2 horas ou mais acessando
a internet por computador, celular e/ou tablet, e que todos tinham acesso à internet em suas
residências.
Após a percepção de que todos os alunos tinham acesso às ferramentas digitais, o blog
iniciou com uma saudação aos alunos e um breve tutorial de como eles deveriam proceder
para registrar suas respostas. Após esta primeira publicação, iniciou-se os temas e as tarefas
avaliativas. Ao todo, foram propostas sete tarefas, precedidas de um breve texto introdutório,
imagens e/ou vídeos relacionados com a temática. Os conteúdos abordados surgiram com base
nas previsões do plano de estudos e nos assuntos que os alunos comentavam entre uma aula e
outra.
A primeira tarefa trazia como texto introdutório o seguinte trecho:
Todos viram que o vocalista de uma banda famosa faleceu esta semana aos 42 anos
de idade. A polícia achou o apartamento dele todo revirado e quebrado. No meio da
bagunça, foram achadas latas de cerveja, energético e um pó branco que acredita-se
ser cocaína [...] (GONÇALVES, 2013, on-line)
O assunto em questão surgiu após diversos comentários dos alunos sobre um músico de
rock popular entre os adolescentes. A possibilidade do músico ter falecido pelo uso indevido de
drogas ilícitas fez suscitar o debate sobre drogadição na escola. Tendo em vista que a adolescência
é um período onde o indivíduo dificilmente aceita conselhos e acaba, por si só, se expondo aos
riscos de testar os próprios limites (MARQUES; CRUZ, 2007; WITTIZORECKI, 2001; ROSA,
1999). A atividade em questão visou proporcionar aos alunos a reflexão sobre os motivos pelos
quais alguém começa a utilizar as drogas ilícitas e quais podem ser as consequências deste uso.
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Deste modo, a atividade proposta foi de que os alunos pudessem entender o contexto no qual o
artista estava inserido e que, mesmo com fama e dinheiro, deixou-se levar pelo uso indevido de
drogas, resultando no suicídio.
O tema voltou a ser debatido em parte da aula subsequente, e que levou ao debate sobre
o que o corpo humano pode e o que não pode ingerir. Com isso, a próxima tarefa abordou os
aspectos referentes à alimentação saudável. Portanto segunda tarefa trouxe uma imagem da
pirâmide alimentar, e o seguinte excerto:
[...]. A pirâmide alimentar é um guia geral para que tu possas escolher uma alimentação
saudável. Quanto mais perto da base estiver o alimento, maior é a necessidade do
nosso organismo de ingeri-lo. [...] Por isso, a Universidade de Harvard, nos Estados
Unidos, após anos de estudo, descobriu que para mantermos os nossos corpos
saudáveis devemos ingerir os alimentos certos (que sejam ricos em nutrientes e não
tão calóricos) e também praticar diariamente exercícios físicos, aliando sempre à uma
boa hidratação, como podemos observar na figura acima. Alimentos como carnes
vermelhas, refrigerantes e pão branco devem ser evitados ao máximo, pois nos enchem
de calorias inúteis e não possuem tantas vitaminas (GONÇALVES, 2013, on-line).
A educação alimentar e a adoção de hábitos saudáveis são temas que perpassam todo o
currículo escolar e estão fundamentados nas diretrizes do Ministério da Educação e Ministério
da Saúde (CERVATO-MANCUSO et al., 2013). Ainda que os alimentos ofertados pela escola
sejam pautados pelos princípios nutricionais saudáveis, pouco é oportunizado aos alunos refletir
e saber identificar quais nutrientes ingerem no seu cotidiano. Foi instigado aos alunos através
de questões que buscassem informações sobre os nutrientes que compõem os alimentos que
eles ingerem diariamente, e como classificariam em uma escala de relevância apresentada pela
pirâmide alimentar.
Corroborando com a ideia de adoção de hábitos saudáveis, a terceira e a quarta tarefas
buscaram a reflexão, além da qualidade dos nutrientes ingeridos, a quantidade de calorias que
contém cada alimento e como se mantém um balanço energético:
A atividade da semana é sobre ingestão de calorias. Para quem não sabe, caloria (cal)
ou Quilocaloria (Kcal) é a unidade de medida de energia que um alimento fornece
ao nosso corpo. Estamos sempre gastando calorias (quando andamos, respiramos,
dormimos, etc.) e por isso devemos repô-las para garantir o bom funcionamento
do nosso organismo. A figura abaixo nos mostra alguns alimentos e sua respectiva
quantidade de calorias (GONÇALVES, 2013, on-line).
Manter o corpo em movimento, seja praticando algum esporte, algum exercício físico
ou atividades domésticas como lavar roupa, lavar louça, varrer a casa, entre outras,
é fundamental. Caso contrário, se vivermos no sedentarismo, ou seja, a falta, ausência
e/ou diminuição de atividades físicas ou esportivas, pode contribuir para uma série
de consequências negativas para a nossa saúde [...] (GONÇALVES, 2013, on-line).
Ainda que a saúde possa estar diretamente relacionada aos aspectos físicos do indivíduo,
ela corresponde aos aspectos cognitivos, emocionais e sociais, na adoção de atitudes que sejam
benéficas ao indivíduo (SOUZA et al., 2005). Embora a busca por uma qualidade de vida tenha
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
que se manter permanente no cotidiano de cada uma e cada um, a busca excessiva pela saúde,
impulsionados pelos ideais neoliberais que instigam os indivíduos ao consumismo desenfreado
às buscas de um padrão instituído pelas relações comerciais, não é raro encontrar casos onde
adolescentes desenvolvem patologias psicológicas na busca excessiva de um corpo mais bonito
(GONÇALVES et al., 2013).
Desta forma, a quinta tarefa tratou de orientar os estudantes quanto aos transtornos
alimentares que afetam os sujeitos, que, numa relação complexa, abdicam da saúde para ter
corpos mais belos:
Todos sabem que a vida dos adolescentes de hoje não é a mesma de antigamente.
Vivemos em um mundo tecnológico, sendo bombardeados por fontes de estresse por
todo lado como, por exemplo, televisão, rádio, mensagens, Facebook, páginas da
web, outdoors, jornais, camisetas de times, entre muitos outros.
Esta busca pelo padrão de beleza faz, muitas vezes, com que adolescentes desenvolvam
transtornos alimentares como a anorexia, a bulimia, a vigorexia e a ortorexia
(GONÇALVES, 2013, on-line).
Por fim, a sétima tarefa trazia como proposta uma avaliação das atividades geradas
pelo blog onde foi possível verificar como os alunos participaram das atividades, quais temas
consideraram mais relevantes e como relacionam as abordagens à Educação Física e ao seu
cotidiano. Respeitando os aspectos éticos, os nomes dos alunos foram preservados e substituídos
por letras. Os sujeitos participantes, portanto, serão apresentados sob as seguintes abreviaturas:
Sa, para o aluno A; Sb, para o aluno B, Sc para i aluno C, e assim sucessivamente. Também
foi recolhida a assinatura destes alunos e seus responsáveis no Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, autorizando reprodução dos dados colhidos quanto à utilização de escritas neste
relato. Ressaltamos que serão transcritos os trechos mais significantes e não repetitivos para
este relato.
A observação que mais aparece nos relatos diz respeito a quantidade de temas abordados.
Ainda que os temas tenham sido temporalmente pontuais, acreditamos que a relação entre os
temas - e dos temas com o cotidiano dos adolescentes - possam ter feito com que se lembrem
da maioria ou todos eles, como segue:
Sa: Durante esse tempo no blog nós executamos várias atividades sobre: saúde,
dependência química, entre outros assuntos.
Sb:[...] neste blog falamos de vários assuntos interessantes sobre, saúde, transtornos
alimentares, sedentarismo isso me ensinou muitas coisas
Sc: Nesse blog nós abordamos vários assuntos, como o cantor e o uso de drogas
no mundo dos artistas, falamos sobre alimentação e a pirâmide alimentar, sobre as
calorias, o sedentarismo, a vigorexia e a anorexia e por último também falamos dos
padrões de beleza.
O contato com os temas abordados fez com que os alunos pudessem refletir sobre temas
que comumente não são abordados no cotidiano escolar. O conhecimento, quando abordado
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
de maneira que possa ser transportado para o cotidiano, aquém do que é vivenciado no interior
da instituição escolar, possibilita a aprendizagem significativa (DARIDO, 2003). Os relatos a
seguir demonstram que alguns dos alunos desconheciam os temas abordados.
Sh: A iniciativa de ter um blog foi muito interessante, no blog aprendemos muitas
coisas.
Sk: [...] eu também aprendi muitas coisas no blog que eu não sabia.
Sm: Esses assuntos foram bons para nós tirarmos muitas dúvidas e conclusões.
Sb: Na educação física nós não praticamos só esportes mas também aprendemos a
conviver um aos outros, e também é bom ter hábitos saudáveis nas nossas vidas.
Sj: A Ed. Física não é só fazer alongamento, jogar futebol, handebol [...].
Sk: E ele nos mostrou que educação física é importante para o nosso dia a dia,
e que é possível fazer exercícios até mesmo com as tarefas domesticas. Eu acho
que nenhum assunto abordado foi desnecessário. Todos os assuntos foram muito
importantes.
Sl: A importância da educação física é que isso ajuda desde pequeno a reduzir o
índice de obesidade na infância
Sn: Esse blog é a prova de que Educação Física não é só correr e fazer exercícios,
mas também interatividade em conhecimentos gerais.
Por fim, destacamos que os alunos conseguiram compreender que a busca de uma vida
saudável deve ser praticada diariamente. O reconhecimento da Educação Física como um
componente capaz de orientar os indivíduos à busca da qualidade de vida e de atitudes voltadas
à saúde auxilia na compreensão de que esta área do conhecimento não deva ser estritamente
prática (DARIDO, 2003). Os estudantes compreenderam que, além dos momentos de prática
durante o período escolar, é imprescindível que sejam adotados hábitos que promovam a saúde,
como é possível observar nos relatos que seguem:
Sg: Esse blog falou e debateu vários assuntos sobre os cuidados que nós devemos
tomar com o nosso corpo, tais como o sedentarismo, as drogas e os outros assuntos
que foram passados no blog. O blog foi uma maneira de nos alertar as doenças e os
perigos que a no mundo a fora.
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O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
Sj: [...] eu gostei muito foi sobre o sedentarismo e uma boa observação de que não
importa se seja um exercício físico tradicional ou um exercício normal como lavar a
louça ou estender a roupa (ressaltando novamente que foi muito bom este assunto).
Sm: Um dos assuntos que mais gostei foi do sedentarismo, que fala muito sobre o
nosso dia-a-dia.
Ainda sobre a participação dos alunos no blog, constatou-se que todos os alunos
frequentes participaram efetivamente de quatro ou mais atividades. Os alunos infrequentes (que
não compareceram à aula alguma) e transferidos (egressos) não participaram das atividades. Isto
corrobora com a perspectiva de Cruz Junior e Silva (2010) sobre o conjunto de conhecimentos
sobre o corpo que a Educação Física pode fomentar não estar apenas relacionado aos momentos
em que os estudantes estão na escola, desenvolvendo alguma prática corporal. Neste tocante,
ainda conforme os autores, a Educação Física pode se apropriar dos movimentos tecnológicos,
que ampliam o acesso à informação e a comunicação aos diversos adolescentes das áreas
urbanizadas. Os alunos puderam acompanhar durante todo o trimestre a sua participação nas
atividades e foi disponibilizado, ao término do trimestre, a execução das tarefas que por motivo
ou outro, não realizaram no prazo pré-estabelecido.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar este relato, é viável salientar ser de extrema relevância, que o componente
curricular Educação Física disponha de tempos e espaços dignos dentro do contexto escolar
para que o docente consiga efetivar a sua prática pedagógica. Em alguns casos, é necessária a
reivindicação por parte de uma comunidade engajada ao pleno desenvolvimento do ser humano.
Considera-se, também, que existem situações que podem vir a contribuir para a
diminuição da carga horária destinada ao componente curricular e que fogem à descaracterização
da Educação Física, mas decorre da impossibilidade da escola em ofertar o mesmo período de
tempo a todas as turmas, incidindo na diminuição da carga horária de diversos componentes.
Caso este que deu origem a este relato. Conclui-se, portanto, que a Educação Física, em uma
abordagem que não se sustente apenas na prática exaustiva de exercícios físicos, pode utilizar-
se também das TIC como metodologia de ensino para que o aprendizado dos estudantes se torne
maior, ampliando os tempos e espaços para tal.
Assim sendo, o constante avanço da tecnologia e o crescimento do acesso a dispositivos
de informação e comunicação podem se tornar aliados do professor, quando este se significa
diante da quase inexequível tarefa de cumprir com todos os conteúdos programáticos previstos
pelos gestores educacionais.
Importante ressaltar que o presente relato buscou aproximar a Educação Física, uma área
historicamente classificada como componente que trata da prática corporal, aos conhecimentos
que transversalmente atravessam a sociedade contemporânea. Acreditamos que esta prática
pedagógica possa contribuir para a reflexão dos docentes e profissionais ligados a Educação
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Cruz Alta, RS
O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
Física escolar, engajados na contribuição que a Educação Física pode ter na construção de uma
sociedade mais livre e justa.
A partir destes pressupostos é o possível que o presente relato venha contribuir para que o
componente curricular da Educação Física continue a sua caminhada de legitimação diante dos
demais componentes curriculares e, consequentemente, pelos alunos seja reconhecido não só
como uma disciplina que trata os esportes, mas sendo aquela que o auxilia no desenvolvimento
do conhecimento sobre as demais abordagens que o componente pode apresentar e em conjunto
com as TIC auxiliar o aluno na construção de um saber mais amplo.
REFERÊNCIAS
CRUZ JUNIOR, G.; SILVA, E. M. A (ciber) cultura corporal no contexto da rede: uma leitura
sobre os jogos eletrônicos do século XXI. Revista Brasileira de Ciências do Esporte,
ISSN: 2317-3467
GONÇALVES, P. Blog da 82 – CMEB Santo Inácio. [Blog internet] 2013. Disponível em:
<http://turma82santoinacio.blogspot.com.br>. Acesso em: 16 fev. 2018.
________. O currículo cultural da Educação Física: por uma pedagogia das diferenças. In:
ISSN: 2317-3467
NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. (Org.). Educação Física cultural: por uma pedagogia da(s)
16
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 5-17, Abril/2019
Cruz Alta, RS
O uso das tecnologias da informação e comunicação nas aulas de educação física: um relato de experiência
OLIVEIRA, V. M. O que é Educação Física. 11. ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 1999.
17
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 5-17, Abril/2019
Cruz Alta, RS
OS PREDITORES MOTIVACIONAIS DA TEORIA DA
AUTODETERMINAÇÃO (TAD) PARA A ADESÃO E ADERÊNCIA À
PRÁTICA DE CROSSFIT: UM ESTUDO TRANSVERSAL
RESUMO ABSTRACT
O Crossfit é uma modalidade de treino de Crossfit is a strength training modality that
força que vem ganhando destaque no cenário has gained prominence in the national setting
nacional da Educação Física. O desempenho of Physical Education. Performance in
nos treinamentos depende da adesão e da training depends on adherence and adherence
aderência dos participantes, e podem ser of participants, and can be determined by
determinados por fatores motivacionais.
O presente estudo baseou-se na teoria da motivational factors. The present study was
autodeterminação (TAD) e teve como objetivo based on the theory of self-determination
verificar quais são os preditores motivacionais (TAD) and had as objective to verify which are
para a adesão e aderência de praticantes the motivational predictors for the adherence
da modalidade de Crossfit em Orleans/SC. and adherence of practitioners of the modality
Participaram da pesquisa 32 alunos de ambos of Crossfit in Municipality / State. Thirty-two
os sexos (feminino = 62,5% e masculino students of both sexes (female = 62.5% and
= 37,5%), de um box de Crossfit da cidade male = 37.5%) participated in the study, from
com tempo de prática variando entre um a a City Crossfit box with practice time ranging
seis meses ou mais. O instrumento de coleta from one to six months or more. The collection
foi o questionário BREQ -2. Os resultados
foram maiores para a Motivação intrínseca instrument was the BREQ-2 questionnaire. The
(feminino = 14,75; masculino = 14,92) seguido results were higher for Intrinsic Motivation
da Regulação identificada (feminino = 9,7; (female = 14.75, male = 14.92) followed by
masculino = 10,33) Como conclusão aponta- the Regulation identified (female = 9.7, male
se que, a maioria da amostra se encontra = 10.33). is self-determined in practicing the
autodeterminada em praticar a modalidade de modality of crossfit either in the adhesion or
crossfit seja na fase de adesão ou de aderência. adhesion phase.
Palavras-chave: Treinamento de Resistência. Keywords: Resistance Training. Motivation.
Motivação. Autodeterminação Self-determination.
1
Professora (Mestra) em Ciências da Linguagem - Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). E-mail:
costafrancine@hotmail.com.
2
Bacharel em Educação Física - Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). E-mail: rachelmachado01@
gmail.com.
18
BIOMOTRIZ, Cruz Alta, RS
Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
1 INTRODUÇÃO
O Crossfit é uma modalidade de treino de força que vem crescendo muito nos últimos
anos. Foi criado na década de 90 por Grag Glassman e de acordo Tibana et al. (2015) a prática
pode ser definida como uma modalidade baseada em movimentos funcionais, constantemente
variados e de alta intensidade, a qual otimiza o trabalho de resistência cardiovascular e
respiratória, resistência muscular, força, flexibilidade, potencia, velocidade, coordenação
agilidade, equilíbrio e precisão.
Segundo Rios (2018) o treino de Crossfit tem duração média de uma hora e segue uma
ordem que se inicia com um aquecimento seguido de um exercício para desenvolver força ou
melhorar a habilidade em algum movimento específico, para somente então começar a parte
relacionada ao condicionamento físico. Em conjunto, todos esses componentes fazem parte do
popular “WOD”, ou “Work of the day”, que é realizado sempre priorizando a execução em alta
intensidade. Os treinos podem ser realizados de duas maneiras: com um número de repetições
a ser realizado no menor tempo ou o máximo de repetições possível durante um tempo fixo.
A prática de Crossfit traz diversos benefícios, como melhora na composição corporal
(redução do percentual de gordura e aumento da massa magra) e no consumo máximo de
oxigênio (SMITH et al., 2013; AUNE; POWERS, 2016); melhora na motivação e autoestima
(SCHULTZ et al., 2016); melhora na aptidão física por completo, tanto na capacidade física
aeróbia quanto na anaeróbia (POSTON et al., 2016). Porém, apesar dos benefícios relacionados
a esta modalidade de treino, o estudo de Smith et al. (2013) aponta o desenvolvimento de lesões
nos praticantes.
O Crossfit possui grande destaque devido ao forte apelo mediático e por seu tipo de
treino, que possui caráter motivacional e desafiador. Além disso, sabe-se que os exercícios são
realizados em alta intensidade e tem como objetivo promover benefícios globais em um tempo
de prática menor quando comparado aos modelos tradicionais de treino. Assim, Heinrich et al.
(2014) cita que este é um fator muito importante para adesão e aderência nesse programa de
treinamento que reúne uma combinação variada de atividades aeróbias, ginástica e resistência
em exercícios multiarticulares.
O alcance dos resultados em qualquer treinamento físico depende de aderência, que
segundo Saba (2001) é a prática regular, sem interrupções, para além de seis meses, podendo
ser interrompida mesmo após esse intervalo de tempo. O autor sugere que, até seis meses o
indivíduo está em fase de adesão, e mais suscetível a desistência. Essa aderência depende de
fatores motivacionais e pode ser interrompida as qualquer momento, exigindo que o indivíduo
retome a prática regular novamente em seu cotidiano, passando novamente pela fase de adoção
em primeiro plano.
De acordo com Tamayo et al. (2001), para um individuo aderir (adesão) à atividade
física, precisa estar disposto a disponibilizar espaço na sua rotina para a modalidade em local
apropriado, e normalmente não considera as barreiras que surgem.
ISSN: 2317-3467
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BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 18-25, Abril/2019
Cruz Alta, RS
Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
Figura 1 - Continuum da Autodeterminação mostrando os tipos de motivações com seus tipos de regulação e os
processos reguladores correspondentes.
Silva e De Bom (2015) buscaram identificar os preditores da TAD para a adoção e ade-
rência à prática de musculação em um Município do Sul de Santa Catarina. Concluiu-se que a
Regulação Identificada é o preditor motivacional determinante nas fases de adoção e aderência
à prática de musculação, seguido do preditor de motivação intrínseca.
ISSN: 2317-3467
20
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 18-25, Abril/2019
Cruz Alta, RS
Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
De Bom (2013) buscou descrever quais são os preditores motivacionais positivos e ne-
gativos que influenciam a adesão a prática de exercícios físicos com base na TAD, chegando à
conclusão de que a motivação intrínseca e a regulação identificada são os preditores de maior
influência (positiva) para a adesão à prática de exercícios físicos seja a curto quanto a longo
prazo, em diferentes perfis populacionais tais como: mulheres, jovens, adultos, adolescentes e
idosos sedentários ou não.
Considerando a relevância do conhecimento da adesão e aderência de praticantes de
Crossfit, e a motivação para se manterem ativos, o presente estudo teve como objetivo verificar
quais são os preditores motivacionais da TAD para a adesão e aderência de praticantes da mo-
dalidade de Crossfit em um box no município de Orleans/SC.
2 MÉTODOS
21
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 18-25, Abril/2019
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Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 18-25, Abril/2019
Cruz Alta, RS
Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
Tabela 2 - Preditores motivacionais da TAD para a prática de Crossfit. Orleans/SC Brasil. 2018 (n=32).
23
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Os preditores motivacionais da teoria da autodeterminação (TAD) para a adesão e aderência à prática de crossfit:
um estudo transversal
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
Sobre este resultado, Moreno e Martinez (2006) afirmam que as intenções que se
desenvolvem de maneira intrínseca para se exercitar, como gostar ou sentir-se bem com a
atividade, tipicamente demonstram melhores níveis de aderência aos exercícios físicos do que
quando estes são realizados por motivos externos, como pressão, prêmios ou outros tipos de
vantagem.
Apesar dos resultados encontrados Biddle e Nigg (2000 apud MATIAS et al. 2014)
alertam que mesmo que a prática de exercícios seja motivada exclusivamente por motivos
intrínsecos é importante que o profissional de Educação Física planeje, convença e estruture
objetivos que impliquem aspectos internos relacionados ao prazer pois, a não preocupação
com essas questões está entre as razões pelas quais uma elevada proporção de indivíduos que
iniciam um programa estruturado de exercícios físicos os abandona em menos de seis meses.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DE BOM, F. C. | MACHADO, R.
para o exercício físico. Revista de Educação Física da UEM, Maringá, v. 25, n. 2, p. 211-
222, June 2014.
SABA, F. Aderência à prática do exercício físico em academias. São Paulo: Manole, 2001.
TIBANA, R. A.; ALMEIDA, L. A.; PRESTES, J. Crossfit risks or benefits? What do we know
so far. Revista Brasileira de Ciência Movimento, Porto Alegre, v. 23, p. 182-185, 2015.
25
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 18-25, Abril/2019
Cruz Alta, RS
ESTILO DE VIDA E QUALIDADE DO SONO DE ESCOLARES
RESUMO ABSTRACT
1
Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Criança e do Adolescente - Universidade Estadual do Ceará –
UECE. Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, Juazeiro do Norte, CE. E-mail: marcosantonio@leaosampaio.
edu.br.
2
Programa de Pós Graduação Latu-Sensu em Docência do Ensino Superior e Educação Física. Centro
Universitário Dr. Leão Sampaio, Juazeiro do Norte, CE. E-mail: gabriela.o.bezerra@gmail.com.
3
Licenciatura em Educação Física – Centro Universitário Dr. Leão Sampaio Centro Universitário Dr. Leão
Sampaio, Juazeiro do Norte, CE. E-mail: jefersonguib@hotmail.com.
4
Doutorado em Ciências da Saúde – Faculdade de Medicina do ABC Paulista. Centro Universitário Dr. Leão
Sampaio, Juazeiro do Norte, CE. E-mail: larabottcher@leaosampaio.edu.br.
26
BIOMOTRIZ, Cruz Alta, RS
Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
1 INTRODUÇÃO
2 MÉTODOS
Esta pesquisa se caracteriza como uma pesquisa de campo, descritiva com abordagem
quantitativa de corte transversal, na qual a amostra do tipo conveniência foi constituída por
176 escolares do sexo masculino e feminino, matriculados e assíduos em escolas públicas
regulares de ensino da rede estadual do Ceara, especificamente do município de Várzea Alegre.
Excluiu-se dessa pesquisa escolares que fazem o uso de medicamento Rivotril e Valerimed ou
outro medicamento para mesmo fim, que segundo a literatura alteram o padrão do sono. Para
selecionar os escolares foi utilizada a técnica de estratificação por turmas, de acordo com o
número de alunos e sexo, possibilitando chances iguais de participação.
Foram respeitando todos os critérios da resolução 466/12 a respeito da ética em trabalhos
de pesquisas com seres humanos, o presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética do
Centro Universitário Dr. Leão Sampaio, sob o parecer de número 2.747.041.
Para identificar as características gerais dos escolares coletados os dados antropométricos
de peso, altura e índice de massa corporal (IMC). O instrumento utilizado foi cálculo do
ISSN: 2317-3467
27
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 26-33, Abril/2019
Cruz Alta, RS
Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
índice de massa corporal (IMC = kg/m2), para isso foi utilizado balança digital eletrônica com
capacidade de até 150 kg, com precisão de 50 g, marca Sanny e a estatura foi medida com
auxílio de uma fita métrica inextensível de 1,5 m fixada perpendicularmente em uma parede
plana, após 1 m do chão, sem rodapé (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017).
Para obter os resultados sobre o estilo de vida dos escolares foi utilizado o Pentáculo
do Bem Estar desenvolvido por NAHAS (2000), que tem como intuito de verificar o estilo de
vida individual, que por sua vez tem características nutricionais, atividade física, controle de
estresse, comportamento preventivo e relacionamento social. O Pentáculo do bem estar é um
questionário objetivo de 15 perguntas, onde cada questionamento vai de uma escala de 0 (Zero)
Nunca, 1 (um) às vezes, 2 (dois) Quase sempre, 3 (três) Sempre, classificando o estilo de vida
do indivíduo como positivo, regular e negativo.
Para obtenção dos dados referentes à qualidade do sono, foi utilizado o mini questionário
do sono proposto por Zomer (1985), que tem como objetivo avaliar as características do
indivíduo durante a sua noite de sono com perguntas relacionadas a dificuldade para adormecer,
cansaço após uma noite de sono, dificuldades para adormecer novamente após acordar, se tem
sono agitado e se ronca. A seguinte classificação foi utilizada: escores de 10 a 24: Sono Bom;
25 a 27: Sono Alterado; 28 a 30: Sono Moderadamente Alterado e maior que 30: Sono Muito
Alterado.
As análises dos dados foram conduzidas através do software JASP na versão 0.9.0.1,
através de estatística descritiva e por distribuição de frequência, onde foi utilizado para análise
a Média (Tendência central), o desvio padrão (Dispersão). Para verificação da normalidade e
homogeneidade dos dados foi usado o teste de Shapiro-Wilk e o de Levene, respectivamente.
O Teste t para amostras independentes foi utilizado para comparar os componentes do
Estilo de Vida. O tamanho do efeito foi estimado a partir do teste D de Cohen. Valores <0.30
são considerados fracos, <0.30 a >0.80 são considerados moderado e >0.80 são considerados
fortes. (COHEN, 1977). Correlação de Pearson foi utilizada para avaliar correlações entre os
componentes do estilo de vida. Correlação de Spearman para identificar a correlações entre a
qualidade do sono e os componentes do estilo de vida. Adotou-se um nível de significância de
p < 0,05. Logo após foram confeccionados tabelas e gráficos para melhor compreensão dos
dados.
3 RESULTADO
28
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Cruz Alta, RS
Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
Descritiva Comparativa
Idade/
Homens Mulheres
Antropometria
Média DP Média DP T P
Idade 16,4 1,06 16,3 1,01 0,665 0,507
Estatura 1,89 0,10 1,60 0,07 5,270 0,000*
Peso 58,36 14,5 58,72 12,2 -0,112 0,911
IMC 20,75 3,58 21,66 3,96 -1,495 0,137
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
*p<0,001
Tabela 02 – Descrição e comparação dos componentes do estilo de vida em escolares de ambos os sexos.
Componente do Estilo D de
Descritiva Comparativa
de Vida Cohen
Homens Mulheres
Média DP Média DP T P
Estudos realizado por Voser (2017), corrobora com esses achados, já que relata que
homens são em sua maioria mais ativos fisicamente que mulheres. Fato é que o meio cientifico
ainda não conseguiu explicar com argumentos biológicos o porquê que indivíduos do sexo
masculino se destacam como mais ativos que os indivíduos do sexo feminino. Em tese, tal fato
se dá porque meninos desde de muito novos são estimulados a práticas esportivas, sejam esses
incentivos via seus pais, professores ou próprios amigos (GUEDES, 2001). Contudo surge a
necessidade de um olhar especial do profissional de Educação Física, o qual deve estimular o
público feminino à pratica de atividades físicas e esportivas diminuindo assim as probabilidades
ISSN: 2317-3467
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Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
60
50
40 37,2% 37,2%
30
%
20
12,2% 13,4%
10
0
Sono Bom Lev Alterado Mod Alterado Fort. Alterado
Estudo realizado por Silva et al. (2017), relatou que as mudanças dos elementos
ambientais, sociais e comportamentais apresentam ser fundamentais na mudança do padrão
do sono, tanto na qualidade como na quantidade, por estarem ligados aos fatores biológicos e
maturacional, mudanças de comportamentos e sociais, especialmente o aumento das obrigações
escolares.
A Tabela 03 relata a correlação entre os componentes do estilo de vida e a qualidade do
sono dos escolares, observou-se entre os componentes do estilo de vida uma correlação positiva,
moderada e significativa entre variável Estresse e Relacionamento Social (r=0,52), todas as
demais correlações se demostraram positivas, fracas e significativas. Não foi identificado
correlação entre a qualidade do sono e os componentes do estilo de vida.
ISSN: 2317-3467
30
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Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
Tabela 03 – Correlação entre fatores determinantes do estilo de vida de escolares e qualidade do sono em
escolares de ambos os sexos.
Correlação 1 2 3 4 5 6
1 Nutrição 1 - - - - -
2 Ativ. Física 0,001** 1 - - - -
3 Comp. Preventivo 0,001** 0,001** 1 - - -
4 Relac. Social 0,001** 0,001** 0,001** 1 - -
5 Estresse 0,001** 0,003* 0,001** 0,001** 1 -
6 Qualidade do sono 0,410ª 0,434ª 0,063ª 0,606ª 0,772ª 1
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
ª Spearman; *p<0,01; **p<0,001
4 CONCLUSÃO
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Cruz Alta, RS
Estilo de vida e qualidade do sono de escolares
REFERÊNCIAS
ALBERTO, Álvaro Adolfo Duarte; FIGUEIRA Junior, Aylton José. Prevalência de inatividade
física em adolescentes e sua associação com variáveis socioculturais. Pensar A Prática, [s.l.],
v. 19, n. 4, p. 800-813, 28 dez. 2016
DELLANI, Marcos Paulo et al. Estilo de vida e vida com qualidade: uma visão de
complementaridade. Revista de Educação do Ideal, Alto Uruguai, v. 9, n. 19, p. 1-13, 2014.
LIMA, Sabrina de Moura; KRUG, Marilia de Rosso. Estudo do perfil do estilo de vida de es-
tudantes do ensino fundamental. Revista Digital Educação Física e Desporto, Buenos Aires,
n. 225, p. 1-1, fev. 2017.
NAHAS, M.V. Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e sugestões para
um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006.
SILVA, Alison Oliveira da et al. Tempo de tela, percepção da qualidade de sono e episódios de
parassonia em adolescentes. Revista Brasileira Medicina do Esporte, São Paulo, v. 23, n. 5,
ISSN: 2317-3467
SILVA, Julyana Gall da; TEIXEIRA, Maria Luiza de Oliveira; FERREIRA, Márcia de
Assunção. Alimentação na adolescência e as relações com a saúde do adolescente. Texto
contexto - Enfermagem, Florianópolis, v. 23, n. 4, p. 1095-1103, dez. 2014.
ZOMER, J. et al. Mini-sleep questionnaire (MSQ) for screening large populations for
EDS complaints. Basileia, Switzerland: Krager, Ed. Sleep, p. 467- 470, 1985.
ISSN: 2317-3467
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BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 26-33, Abril/2019
Cruz Alta, RS
ANÁLISE DA COORDENAÇÃO MOTORA E EQUILÍBRIO DE
CRIANÇAS DO ENSINO INFANTIL DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE
TERESINA - PI
O objetivo do estudo foi analisar a coordenação motora The objective of the study was to analyze the motor
e o equilíbrio de crianças de uma escola municipal coordination and the balance of children of a Teresina-PI
de Teresina-PI. Dito isto, este estudo foi conduzido Municipal School. That said, this study was conducted
com a participação de 40 crianças com idades entre with the participation of 40 children between the ages
quatro e cinco anos, de ambos os sexos, que estudam of four and five, of both sexes, who study at a municipal
em uma escola municipal, localizada na zona sudeste school, located in the southeast of the city of Teresina
da cidade de Teresina - PI, que foram selecionadas - PI, which were randomly selected. The tests used to
de forma aleatória. Os testes utilizados para avaliar a assess motor coordination and balance were performed
coordenação motora e o equilíbrio foram realizados using the Rosa Neto Motor Development Scale (2002).
utilizando a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa For the statistical analysis, the chi-square test was
Neto (2002). Para a análise estatística utilizou-se o teste used with the significance level adopted of 5% and the
do qui-quadrado com o nível de significância adotado statistical program used was STATA 12.0. The results
foi de 5% e o programa estatístico utilizado foi o STATA showed that of the 40 students surveyed, only 10% of
12.0. Os resultados encontrados mostraram que, dos 40 the students were successful in the Equilibrium test.
alunos pesquisados apenas 10% dos alunos obtiveram Regarding motor coordination, of the 40 students who
sucesso no teste de Equilíbrio. Quanto à coordenação performed the test, the same percentage of error (90%)
motora, dos 40 alunos que realizaram o teste, observou- was observed as shown by the equilibrium result. When
se o mesmo percentual de erro (90%) mostrado pelo compared with sex, the female presented “error” in the
resultado do equilíbrio. Quando comparados com execution of both tests, showing a poor result when
relação ao sexo, o sexo feminino apresentou “erro” na compared to the male sex. Another observed fact is
execução de ambos os testes, mostrando um resultado that a minority of students do physical activity outside
ruim quando comparado com o sexo masculino. school (10%). Therefore, it was verified that the balance
Outro dado observado é que uma minoria de alunos profile and motor coordination of the students studied
faz atividade física fora da escola (10%). Portanto, was below average and the male subjects presented a
verificou-se que o perfil de equilíbrio e coordenação better level of coordination and balance than the female
motora dos alunos pesquisados se encontra abaixo da subjects.
média e os indivíduos do sexo masculino apresentam
melhor nível de coordenação e equilíbrio do que os Keywords: Motor Coordination. Physical Education.
indivíduos do sexo feminino. Balance
1
Graduada em Educaçãao Física pela Universidade Federal do Piauí - UFPI, Teresina, Piauí. E-mail: ayara.
menezes@hotmail.com.
2
Especialista em Atividade Física e Saúde. Professora de Educação Física da Universidade Federal do Piauí –
UFPI, Teresina, Piauí. E-mail: kakast01@hotmail.com.
3
Pós-Graduando em Fisiologia do Exercício – UFPI, Teresina, Piauí. Mestrando em Educação Física - UFMA.
Professor de Educação Física. E-mail: geovgss@gmail.com.
4
Doutora em Saúde Pública – FSP – USP. Professora Adjunta do curso de Educação Física na Universidade
Federal do Piauí, Teresina, Piauí. E-mail: marajordanamcosta@gmail.com.
34
BIOMOTRIZ, Cruz Alta, RS
Análise da coordenação motora e equilíbrio de crianças do ensino infantil de uma escola pública de Teresina - PI
1 INTRODUÇÃO
A Educação Física Escolar (EFE) não pode ser apresentada como uma disciplina que
escolhe qual a técnica que deve ser ensinada, necessita ter como tarefa ofertar uma base motora
adequada a partir do qual o aluno possa praticar de forma eficiente (LOPES et al., 2001). Ainda
nesse contexto, Ribeiro et al. (2012) ressaltam que a EFE é entendida como um conhecimento
da cultura corporal de movimento que busca com profundidade o ensinar, no qual não significa
apenas transferir ou repetir conhecimentos, mas possibilitar sua produção crítica, valorizando a
contextualização dos fatos e do resgate histórico.
A escola deve trabalhar o desenvolvimento motor da criança para que ela entenda o
seu corpo e então perceba o contexto onde vive. Experiências de movimento são fundamentais
para que a criança comece a perceber e aprimorar suas habilidades motoras (GALLAHUE;
OZMUN, 2003). Na infância, acontece um grande enriquecimento das habilidades motoras,
que proporciona à criança um amplo controle do seu corpo em diversas atividades (ROSA
NETO et al., 2010). E essa construção e aquisição de habilidades motoras estão associadas tanto
à percepção do corpo, espaço e tempo, como para as habilidades constituintes das habilidades
motoras para as atividades de formação escolar (TANI et al., 2013).
Dessa forma, por meio do movimento as crianças expressam o que sentem e ampliam
seu repertório de habilidades motoras básicas, sendo a partir desta fase que a Educação Física
deve possibilitar para a criança, por meio do trabalho com elementos motores, um aumento do
seu repertório motor (LOURENÇO, 2015). Por isso que, segundo Rosa Neto et al. (2010), o
corpo é a maior referência que a criança tem de si, sendo o movimento corporal, o responsável
pela criança descobrir sua personalidade e vivenciar várias experiências e atividades.
Dentre os elementos psicomotores que a Educação Física deve trabalhar no Ensino
Infantil, destaca-se o equilíbrio e a coordenação motora (ROSA NETO et al., 2010). O
equilíbrio é o movimento básico e é influenciado por estímulos visuais, somatossensoriais e
vestibulares (PICCOLO; SANTOS; KARLOH, 2018). Ele é uma das habilidades motoras em
desenvolvimento nessa fase e é definido como a manutenção de uma postura do corpo com um
mínimo de mudança (equilíbrio estático) ou a manutenção da postura durante a execução de
uma habilidade motora que tenda a desequilibrar a orientação do corpo (equilíbrio dinâmico)
(RIBEIRO et al., 2012).
Quanto à coordenação motora, Andrade (2011) a define como a
capacidade que o corpo tem de realizar movimentos articulados entre si, como por
exemplo, pular, andar e outros. Assim, observa-se que quase todos os movimentos voluntários
do corpo humano exigem coordenação motora.
Nesse contexto, observa-se como as aulas de Educação Física no Ensino Infantil são
importantes para a melhoria do desenvolvimento motor das crianças, sendo evidenciado pela
obtenção de um leque espectro de habilidades motoras, o que acarreta à criança um grande
domínio do seu corpo em várias posturas, movimentos, manipulações de objetos e estabilização
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Análise da coordenação motora e equilíbrio de crianças do ensino infantil de uma escola pública de Teresina - PI
(TEIXEIRA et al., 2010). Dessa forma, a aula de Educação Física é um instrumento de grande
reforço no processo de melhoria nos padrões de movimento (MEDEIROS et al., 2018).
Diante da importância do trabalho com as habilidades motoras no Ensino Infantil e a
preocupação com o nível de coordenação e equilíbrio das crianças nessa fase, o presente estudo
teve como objetivo analisar a coordenação motora e o equilíbrio de crianças de uma escola
municipal de Teresina-PI.
2 METODOLOGIA
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Classificação do equilíbrio n %
Acerto 4 10
Erro 36 90
Total 40 100
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Foi possível observar que dos 40 alunos pesquisados que realizaram os testes de
equilíbrio (equilíbrio com o tronco flexionado para os alunos com 4 anos e equilíbrio na ponta
dos pés para os de 5 anos), apenas 10% dos alunos obtiveram sucesso no teste.
Para Batista (2009), a coordenação motora e o equilíbrio devem ser desenvolvidos e
avaliados durante o período que compreende a infância, pois o desenvolvimento da aprendizagem
motora nas fases posteriores a esta vai necessitar das habilidades básicas aprendidas na
infância. Em estudo similar Lemos (2016) obteve resultados em que a coordenação e agilidade
das crianças melhoram com o aumento da idade cronológica e sobre o resultado de equilíbrio
postural, tiveram correlações significativas com os resultados dos testes motores, sendo elas, em
sua maioria, moderadas, fato que difere dos resultados obtidos nesse estudo, uma vez que aqui
foi possível identificar que os sucessos foram alcançados apenas pelos indivíduos pertencentes
a faixa etária de cinco anos.
Em contraposição ao nosso estudo, Bessa e Pereira (2012) ao avaliar um grupo de 240
crianças em duas escolas da rede pública com idade de quatro e cinco anos, obtiveram resultados
no qual o grupo de quatro anos, 49 crianças (81,7%) da escola conseguiram realizar o teste de
forma satisfatória, enquadrando-se em um nível considerado bom de equilíbrio.
Quanto à coordenação motora, dos 40 alunos que realizaram o teste, observou-se o
mesmo percentual de erro (90%) anteriormente mostrado pelo resultado do equilíbrio.
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Classificação da coordenação n %
Acerto 4 10
Erro 36 90
Total 40 100
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
O sexo feminino apresentou resultados ruins quando comparados com o sexo masculino.
Quando se mostra que o grupo do sexo masculino se encontra em melhor nível de equilíbrio
e coordenação, o estudo corrobora o de Bessa e Pereira (2012) que obtiveram resultados que
apresentaram que 83 alunos obtiveram sucesso na realização dos testes, sendo 46 (19,1%) do
sexo masculino e 37 (15,4%) do sexo feminino. Em uma pesquisa realizada por Alves et al.
(2013) observou-se que, o resultado dos valores feminino foi maior que do masculino e ao
compararmos os gêneros de cada faixa etária de oito e nove anos, foram observadas diferenças
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Tabela 4 – Associação entre prática de atividade física fora da escola e equilíbrio e coordenação.
Equilíbrio/coordenação
Faz atividade física fora Acerto Erro
p
da escola n % n % n %
Não 1 2,78 35 97,22 36 100
Sim 3 75 1 25 4 100 0,000*
Total 4 10 36 90 40 100
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
*
p<0.05
Foi possível observar que uma minoria de alunos faz atividade física fora da escola
(10%). Desta forma, supõe-se que tais resultados foram ruins porque a maioria das crianças
avaliadas não realiza atividades físicas fora da escola. De acordo com Leite et al. (2018), ao
realizar outras atividades fora do ambiente escolar, as crianças aumentam a capacidade de
controlar o equilíbrio do corpo, melhorando assim variáveis antropométricas, condicionamento
físico e assim aumentando a funcionalidade do corpo ao realizar as atividades da vida diária
das crianças.
Corroborando um estudo similar com crianças de Educação Infantil onde havia um grupo
da amostra que era praticante de atividade física e/ou lúdica fora da escola e outro grupo não
praticante, Sá et al. (2014) revelaram que, as crianças do grupo A, que exploravam um ambiente
além da sua casa e da escola, conseguiram ter melhor desempenho no equilíbrio e coordenação,
uma vez que o resultado obtido por estes escolares indica que os mesmos possuem uma boa
coordenação, diferente dos escolares do grupo B, que apresentam menor exploração de outros
ambientes e atividades físicas e/ou lúdicas direcionadas.
Santos, Neto e Pimentar (2014) puderam perceber em sua pesquisa realizada, onde
foram avaliadas 136 crianças de 8 a 9 anos, de ambos os sexos, de 40 escolas públicas, e
o achado foi que as atividades extraescolares são de suma importância para a coordenação
motora, desenvolvimento cognitivo, afetivo e social da criança. Portanto, a prática esportiva é
fundamental para a criança sendo saudável, e ainda incentivando o convívio social da criança,
sempre respeitando seus limites.
Desta forma, podemos observar como realizar atividades físicas também no ambiente
extraescolar é importante para que as habilidades motoras possam ser aprimoradas e elementos
da psicomotricidade como coordenação e equilíbrio, possam ser melhorados.
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4 CONCLUSÃO
Nesta pesquisa verificou-se que, o perfil de equilíbrio e coordenação motora dos alunos
pesquisados se encontram abaixo da média, pois em sua maioria os alunos não conseguiram
realizar os testes, ou seja, obtiveram fracassos.
Outro ponto observado com a realização deste trabalho foi que os indivíduos do sexo
masculino apresentam melhor nível de coordenação e equilíbrio quando comparados aos
indivíduos do sexo feminino. Outro ponto importante a ser observado foi o fato de que os
indivíduos que obtiveram sucesso possuíam histórico de pratica de atividade física fora do
ambiente escolar.
A realização de estudos sobre o desenvolvimento motor dos indivíduos da Educação
Infantil é de extrema importância, pois em grande parte das escolas esta etapa da Educação
Básica não possui o auxílio e orientação do profissional designado par trabalhar tal fator, para
tanto fica aqui a sugestão de novo estudos sobre este tema que apesar de ser muito estudado é
de suma importância.
REFERÊNCIAS
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Análise da coordenação motora e equilíbrio de crianças do ensino infantil de uma escola pública de Teresina - PI
RIBEIRO, A.S. et al. Teste de coordenação corporal para crianças (KTK): aplicações e
estudos normativos. Motricidade, v. 8, n. 3, p. 40-51, 2012.
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ÍNDICES DE OBESIDADE EM ESCOLARES COM SÍNDROME DE
DOWN DE UM MUNICÍPIO DO INTERIOR DO PARANÁ
RESUMO ABSTRACT
O objetivo desse estudo foi verificar os índices The objective of this study was to verify the
de obesidade em escolares com Síndrome de obesity indexes in students with Down Syndrome.
Down. Participaram da pesquisa 18 escolares de A total of 18 schoolchildren from a public special
uma instituição pública de Educação Especial de education institution in the city of the Paraná
um município do interior do estado do Paraná, state, Brazil, participated in the study, being 11
sendo 11 homens com idade entre 8 e 27 anos e men aged 8 to 27 years and 7 women aged 8 to
7 mulheres com idade entre 8 e 22 anos. Foram 22 years. Four tests were performed to verify
realizados quatro testes para verificar os índices the obesity indexes of these individuals: BMI,
de obesidade desses indivíduos: IMC, dobras skinfolds, circumference / waist-hip ratio (WHR)
cutâneas, circunferência/relação cintura-quadril and bioimpedance test. It was verified that the
(RCQ) e exame de bioimpedância. Verificou- BMI considered within the established standards
se que o IMC considerou dentro dos padrões for obesity 45,4% of the men and 57,1% of the
estabelecidos para obesidade 45,4% dos homens women. Regarding the measurement of skinfolds,
e 57,1% das mulheres. Em relação à medida the values indicated that 10% of men and 75%
de dobras cutâneas, os valores indicaram que of women are adequate with values of body fat.
10% dos homens e 75% das mulheres estavam According to cut-off points for WHR, 100% of
adequados com os valores de gordura corporal. men and 66.6% of women have adequate WHR.
Segundo os pontos de corte para RCQ, 100% The bioimpedance test was the one that had the
dos homens e 66,6% das mulheres apresentavam most variation in the classification in the %G,
RCQ adequada. O exame de bioimpedância foi indicating that 50% of the women and only 10% of
o que mais apresentou variação na classificação the men are within the adequate values. Although
no percentual de gordura, apontando 50% das individuals with Down Syndrome have a greater
mulheres e apenas 10% dos homens dentro dos predisposition to the percentage of body fat, due
valores adequados. Embora os indivíduos com to the higher incidence of metabolic alterations,
Síndrome de Down possuam maior predisposição the majority of study participants are within the
ao percentual de gordura corporal, em razão da indicated values. In this way, one must follow the
maior incidência de alterações metabólicas, a reference tables of each test, taking into account
maior parte dos participantes do estudo estava the gender and age group.
dentro dos valores indicados. Dessa forma, há que
se seguir as tabelas de referência de cada teste, Keywords: Intellectual deficiency. Obesity. Down
levando em consideração o sexo e a faixa etária. syndrome.
1
Programa de Pós-graduação Associado em Educação Física UEM/UEL, Londrina, Paraná, Brasil.
2
Departamento de bacharelado educação física da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, Paraná,
Brasil.
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1 INTRODUÇÃO
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Índices de obesidade em escolares com Síndrome de Down de um município do interior do Paraná
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.2 Amostra
2.3 Procedimentos
As coletas foram realizadas durante o horário de aula dos alunos, de modo que todos
os testes fossem realizados no mesmo dia com cada indivíduo. Cada aluno levou cerca de 20
minutos para que todas as medidas fossem tomadas. Foram realizados os seguintes métodos:
Índice de Massa Corporal (IMC), relação cintura-quadril, percentual de gordura pelo protocolo
de dobras cutâneas e o exame de bioimpedância. Posteriormente, essas medidas foram utilizadas
para verificação dos índices de obesidade, através do o IMC e os demais métodos utilizando o
percentual de gordura total.
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2.4 Instrumentos
2.4.1 Índice de Massa Corporal (IMC): utilizou-se o padrão adotado pela Organização Mundial
da Saúde (OMS) para calcular o grau de obesidade de um indivíduo. Para o cálculo do IMC
utilizou-se a equação: massa corporal pela estatura ao quadrado. Após o cálculo do índice, os
alunos foram classificados de acordo com as tabelas de referências da OMS (2010) para indicar
os graus de obesidade.
Sexo masculino
Idade Baixo peso Adequado Sobrepeso
10 Até 14,41 14,42 a 19,5 A partir de 19,6
11 Até 14,82 14,83 a 20,34 A partir de 20,35
12 Até 15,23 15,24 a 21,11 A partir 21,12
13 Até 15,72 15,73 a 21,92 A partir de 21,93
14 Até 16,17 16,18 a 22,76 A partir de 22,77
15 Até 16,58 16,59 a 23,62 A partir de 23,63
16 Até 17 17,01 a 24,44 A partir de 24,45
17 Até 17,3 17,31 a 25,27 A partir de 25,28
18 Até 17,53 17,54 a 25,94 A partir de 25,95
19 Até 17,79 17,8 a 26,35 A partir de 26,36
Sexo feminino
Idade Baixo peso Adequado Sobrepeso
10 Até 14,22 14,23 a 20,18 A partir de 20,19
11 Até 14,59 14,6 a 21,17 A partir de 21,18
12 Até 19,97 14,98 a 22,16 A partir 22,17
13 Até 15,35 15,36 a 23,07 A partir de 23,08
14 Até 15,66 15,67 a 23,87 A partir de 23,88
15 Até 16 16,01 a 24,28 A partir de 24,29
16 Até 16,36 16,37 a 24,73 A partir de 24,74
17 Até 16,58 16,59 a 25,22 A partir de 25,23
18 Até 16,7 16,71 a 25,55 A partir de 25,56
19 Até 16,86 16,87 a 25,84 A partir de 25,85
Sexo masculino e feminino (20 a 59 anos)
Baixo peso Peso adequado Sobrepeso Obesidade
< 18,5 ≥ 18,5 e < 25 ≥ 25 e < 30 ≥ 30
2.4.2 Percentil de gordura: após o cálculo do percentual de gordura, especifico para cada aluno,
foram adotadas as classificações do percentual de gordura ideal de acordo com sexo e idade
sugeridos na literatura (ACSM, 1986).
2.4.3 Medida de dobras cutâneas: O método das dobras cutâneas tem sido utilizado no estudo
da composição corporal, com objetivo de predizer a gordura corporal relativa (GCR) e a massa
gorda (MG), através de equações de regressão (BARILLO; BURGUER; MACHADO, 2005).
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Este método está baseado na relação entre gordura subcutânea, gordura interna e densidade
corporal (PETROSKI, 1999). Para a realização das medidas de dobras cutâneas foi necessário um
equipamento denominado compasso de dobras cutâneas ou adipômetro. Foi adotado o protocolo
de Guedes e Guedes (1995), para pessoas entre 18 e 27 anos, com três dobras (características
brasileiras), sendo para homens tríceps, supra Ilíaca e abdome e mulheres subescapular, supra
ilíaca e coxa. Para crianças e adolescentes de 07 a 17 anos utilizou-se o protocolo de Guedes
com duas dobras cutâneas: tríceps e subescapular.
2.4.6 Bioimpedância: é um exame que mede através de uma leve corrente elétrica que passa
pelo corpo, a quantidade de água, gordura e massa magra. Através dos pés e das mãos do
avaliado passa a corrente elétrica insensível à percepção, que nos forneceu informações sobre a
composição corporal do mesmo.
As tabelas de referência, utilizadas na classificação do percentil de gordura ideal nos
avaliados estão descritas abaixo:
Tabela 3 – Faixa de percentual de gordura ideal de acordo com sexo e idade (ACSM, 1986).
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação e análise dos resultados obtidos pela presente pesquisa foram descritas
separadamente, levando em consideração cada protocolo utilizado para a avaliação dos índices
de obesidade em escolares com SD.
A avaliação do IMC será apresentada de acordo com o sexo dos escolares, de acordo
com a Tabela 4, a seguir:
Sexo masculino
Indivíduo MC (kg) Estatura (cm) Idade (anos) IMC Classificação
1 28,9 138 8 15,18 Adequado
2 33,6 133 10 19,0 Adequado
3 89 143 12 43,5 Sobrepeso
4 56,3 151 15 24,7 Sobrepeso
5 70,8 166 15 25,7 Sobrepeso
6 42,1 149 17 19,0 Adequado
7 33,2 150 16 14,8 Baixo peso
8 64,1 149 18 28,9 Sobrepeso
9 64,3 145 19 30,6 Sobrepeso
10 55,9 160 27 21,8 Adequado
11 26,2 136 8 14,2 Adequado
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Sexo feminino
Indivíduo MC (kg) Estatura (cm) Idade (anos) IMC Classificação
12 33,9 120 9 23,5 Obesidade
13 23,8 111,5 8 19,1 Adequado
14 25,7 118 10 18,5 Adequado
15 29,8 125 11 19,1 Adequado
16 33,7 126 11 21,2 Adequado
17 62,8 133 21 35,5 Sobrepeso
18 67,1 131 22 39,1 Sobrepeso
Legenda: MC: massa corporal.
Diante essas informações, vemos que o IMC considerou dentro dos padrões estabelecidos
para obesidade 45,4% dos homens e 57,1% das mulheres. 9% dos homens estão com baixo peso
e 45,4% deles com sobrepeso. Já as mulheres, 9% com obesidade e 28,5% com sobrepeso.
Silva et al. (2009) verificou a prevalência de sobrepeso e obesidade, utilizando o IMC.
Na sua análise das variáveis por sexo não foram encontradas diferenças estatisticamente
significativas nas médias do IMC do grupo masculino quando comparado com o feminino.
Silva, Santos e Martins (2006) procurou caracterizar uma amostra de indivíduos da
população portuguesa com SD, quanto à composição corporal, segundo o sexo e a idade. Pelo
índice de massa corporal, a prevalência de excesso de peso e de obesidade foi de 68,5% nos
homens e de 82,3% nas mulheres e não foram encontradas diferenças significativas ao IMC
entre as diferentes faixas etárias e sexo. Como foi apresentado acima.
O IMC para efeitos de estudos epidemiológicos ainda subsiste como um bom indicador
da obesidade corporal (MENDONÇA; PEREIRA, 2008). No entanto, o IMC apresenta algumas
desvantagens, pois não distingui massa gorda de massa magra livre de gordura, sendo uma
medida pouco específica (SILVA et al., 2009).
Freire et al. (2014) a partir dos resultados encontrados em seu estudo, concluiu que
o IMC apresenta forte correlação com o percentual de gordura, demonstrando ser um bom
indicador de sobrepeso e obesidade para pessoas com SD.
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Tabela 5 – Índices de obesidade em SD através das dobras cutâneas. Guarapuava, 2018 (n=14).
Sexo masculino
Indivíduo Idade %G Classificação
4 15 26,71 Alta
6 17 29,45 Alta
7 16 15,10 Adequada
8 18 21,92 Ruim
13 8 4,01 Adequada
17 11 2,90 Adequada
19 10 1,70 Adequada
Legenda: %G (percentual de gordura).
Alguns escolares não participaram deste teste, por ficarem constrangidos com o
protocolo de medidas ou sentirem medo do instrumento (adipômetro) utilizado. Vale ressaltar
que o risco foi mínimo. Leva-se em consideração o pouco contato entre avaliado e avaliador, o
que potencializou o constrangimento dos avaliados. Uma maior interação entre os participantes
com o pesquisador para que houvesse mais confiança e segurança entre os mesmos possibilitaria
maior adesão dos alunos.
Os valores indicaram, para esse teste, que um homem (10%) e três mulheres (75%) estão
adequados com os valores de gordura corporal. Vemos variações na classificação dos homens:
dois (20%) deles estão com um alto percentual de gordura corporal, dois (20%) estão com esse
percentual “muito ruim”, um (10%), está classificado como “ruim”, um (10%) moderadamente
alto e três (30%) “excessivamente alto”. Uma (25%) das mulheres está com os valores de
gordura corporal excessivamente altos.
Freire et al. (2014) comparou os indicadores de crescimento e obesidade em função
do sexo, como também verificou a correlação das variáveis de dois indicadores de obesidade,
IMC e %G em crianças e adolescentes com SD. Em seu estudo, o sexo feminino atingiu valores
maiores de mediana quando comparado ao sexo masculino. Para tanto, os autores avaliaram
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Sexo masculino
1 58 66 0,88 Adequado
4 75 88 0,85 Adequado
6 64 77 0,83 Adequado
7 56 70 0,80 Adequado
9 84 98 0,86 Adequado
10 75 92 0,82 Adequado
Sexo feminino
13 57 69 0,83 Adequado
Seguindo os pontos de corte para RCQ, 100% dos homens e 66,6% das mulheres
apresentam RCQ adequada, 33,3% das mulheres apresentaram um risco aumentado. Levando
em consideração a falta de uma medida, pois a avaliada ficou constrangida no momento da
avaliação. Leva-se em consideração novamente as perdas cognitivas e as capacidades adaptativas
dos avaliados.
Silva et al. (2009) no índice RCQ, verificou que a média do grupo masculino foi superior
à média do grupo feminino de forma significativa, já em nosso estudo, todos os indivíduos do
sexo masculino estão dentro dos valores adequados. A utilização dessas medidas na estimação
da distribuição de gordura corpórea tem a vantagem da simplicidade de determinação e
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de basear-se em medidas de fácil obtenção. Por isso, a sua introdução entre os indicadores
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3.3 Bioimpedância
Sexo masculino
Água MCM Gordura
Indivíduo Idade IMC TMB Classificação
(%) (%) (%)
1 8 66,4 90,7 9,3 15,2 11,53 Baixa
homens (20%) estão com o percentual de gordura baixo; um (10%) está abaixo e um (10%)
51
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4 CONCLUSÃO
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Agradecimentos
REFERÊNCIAS
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diferentes tipos de compassos de dobras cutâneas. Revista Meta Science, São Paulo, v. 2, n.
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CHAVES, A. L.; CAMPOS C. K.; NAVAR, C. A.; Relação da Síndrome de Down com a
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11, p. 412-422, set./out. 2008.
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GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
GORGATTI M. G.; BÖHME, M. T. S. Atividade física e a lesão medular. In: Gorgatti MG,
Costa RF. Editores. Atividade física adaptada. Barueri, São Paulo: Manole; 2005.
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Índices de obesidade em escolares com Síndrome de Down de um município do interior do Paraná
Organização Mundial da Saúde - OMS. Como usar a CIF: um manual prático para o uso da
Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Versão preliminar
para discussão. Genebra: OMS, 2013.
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Índices de obesidade em escolares com Síndrome de Down de um município do interior do Paraná
World Health Organization (WHO). Obesity and Overweight; 2016. Dísponível em: <http://
www.thehealthwell.info/node/82914>. Acesso em: mar. 2019.
ISSN: 2317-3467
55
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AVALIAÇÃO DO PERFIL MOTOR EM ESCOLARES DA ZONA RURAL
DE TERESINA - PI
RESUMO ABSTRACT
O desenvolvimento motor é um processo de mudanças Motor development is a process of changes that evolve
que evolui amplamente ao longo do tempo de acordo over time according to human body functioning. The
com o funcionamento do indivíduo. Este estudo teve present study aimed to evaluate the motor profile
como objetivo avaliar o perfil motor de escolares of schoolchildren aged between 6 and 10 years from
com idades entre 6 e 10 anos de escolas públicas da public schools in the rural area of the city of Teresina,
zona rural da cidade de Teresina, Piauí. Trata-se de Piauí. It is a cross-sectional and descriptive study with
um estudo de caráter transversal, descritivo, com a quantitative approach. The sample is composed by 38
abordagem quantitativa, sendo a amostra composta por children selected in a non-probabilistic way. The Motor
38 crianças selecionadas de forma não probabilística, Development Scale (EDM) was used to evaluate the
por conveniência. Para a avaliação do perfil motor, foi motor profile, which approaches the following areas:
utilizada a Escala de Desenvolvimento Motor (EDM), fine motricity, global motricity, balance, body schema,
que avalia as áreas: motricidade fina, motricidade global, spatial organization and temporal organization. The
equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e data were analyzed with descriptive statistic, Student’s
organização temporal. Os dados foram analisados por t test for independent samples and the chi-square test.
meio de uma estatística descritiva, teste t de student The significance level adopted for all analyzes was
para amostras independentes e o teste do qui-quadrado. p <0.05 and the statistical program used was STATA
Para verificar a correlação entre Idade Cronológica e 12.0. The Pearson linear correlation was used to verify
Idade e Idade Motora Geral utilizou-se a correlação the relation beetween chronological and general motor
linear de Pearson. O nível de significância para todas age. The results showed the sample was considered
as análises foi de p<0,05 e utilizou-se o programa normal for chronological and motricity ages for both
estatístico STATA 12.0. Os resultados mostraram que genders. 94% of children were considered with normal
94,74% das crianças foram consideradas normais motor profile (7,89% ‘normal high’; 60,53% ‘normal
(7,89% normal alto; 60,53% normal médio; 26,32% medium’; 26,32% ‘normal low’). There was no
normal baixo). Não houve diferenças significativas nas statistical differences in general motor ages (p=0,46)
idades motoras gerais (p=0,46) e quocientes motores and general motor quotient (p=0,41) when comparing
gerais (p=0,41) quando comparados por sexo, estando sex, being classified within normality. However, there
classificados dentro da normalidade. Porém, houve was statistically meaningful difference beetween the
diferença estatisticamente significativa entre os grupos gender groups for balance (p=0,0204) showing a higher
na idade motora equilíbrio (p=0,0204) com valor value for girls. As conclusion, the general motor ages
superior apresentado pelas meninas. Pode-se concluir were evaluated as normal when compared with the
que as médias das idades motoras gerais dos escolares chronological ages.
estão de acordo com suas idades cronológicas.
Key words: Motor Development. Motor Profile. Shool
Palavras-chave: Desenvolvimento Motor. Perfil Children. Rural Area.
Motor. Escolares. Zona Rural.
1
Professora de Educação Física/UESPI. Especialista em Fisiologia do Exercício. E-mail: renatacosta1986@
hotmail.com.
2
Doutora em Saúde Pública – FSP – USP. Professora Adjunta do curso de Educação Física na Universidade
Federal do Piauí, Teresina, Piauí. E-mail: marajordanamcosta@gmail.com.
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SILVA, R. C. | COSTA, M. J. M.
1 INTRODUÇÃO
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dentro dos parâmetros de normalidade em 95% dos escolares. De acordo ainda com o estudo, a
avaliação motora deve ser rotina nas escolas, possibilitando um melhor diagnóstico da criança,
com um conhecimento mais aprofundado de suas possibilidades e limitações reais. A avaliação
do desenvolvimento motor nessa população pode contribuir no estabelecimento de programas
de atuação motora mais eficazes, tendo em vista que a intervenção pode evitar ou atenuar
incapacidade para desempenhar atividades esperadas para a faixa etária.
As oportunidades de brincar, do tempo disponível para o brincar, dos objetos e tipos
de brincadeiras e o espaço disponível para brincar e para a prática desportiva são fatores que
afetam o desenvolvimento motor, que se mostram diferentes em meios demográficos diferentes
(MARMELEIRA; ABREU, 2007). Segundo Nave (2010) e Marmeleira e Abreu (2007), no
meio rural o tempo e o espaço são fatores que levam a defesa deste meio demográfico como
o melhor para o desenvolvimento motor e, vários estudos apontam que as capacidades de
mobilidade, a exploração corporal, os arremessos e a coordenação em geral mostram resultados
melhores neste ambiente.
Tendo em conta o referido anteriormente, podemos dizer que crianças que vivem no
meio rural possuem vivências motoras que estimulam o desenvolvimento motor. A avaliação
do desenvolvimento motor de escolares no meio rural pode comprovar e contribuir no
estabelecimento de programas de atuação motora mais eficazes, tendo em vista que a intervenção
pode evitar ou atenuar incapacidade para desempenhar atividades esperadas para a faixa etária.
Considerando a avaliação motora essencial na contribuição e identificação do perfil motor de
crianças escolares, o objetivo deste estudo foi avaliar o perfil motor de escolares com idades
entre 6 e 10 anos de escola pública da zona rural da cidade de Teresina/PI (Brasil).
2 METODOLOGIA
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da criança (data de nascimento, sexo); dados dos pais ou responsáveis (profissão, escolaridade,
situação conjugal); frequência e metodologia das aulas de Educação Física; desenvolvimento
motor (habilidades motoras) e condições socioeconômicas (renda familiar, tipo de moradia).
Para avaliar o perfil motor das crianças foi utilizada a Escala de Desenvolvimento Motor-
EDM (ROSA NETO, 2015), que avalia as seguintes áreas do desenvolvimento: motricidade
fina (IM1), motricidade global (IM2), equilíbrio (IM3), esquema corporal (IM4), organização
espacial (IM5), organização temporal (IM6). Este instrumento determina a idade motora (obtida
através dos pontos alcançados nos testes) e o quociente motor (obtido pela divisão entre a idade
cronológica multiplicado por 100).
Com exceção dos testes de lateralidade, as outras baterias consistiam em 10 tarefas
motoras cada, distribuídas entre 6 e 10 anos, organizadas progressivamente em grau de
complexidade, sendo atribuído para cada tarefa. Em caso de êxito, um valor correspondente
a idade motora (IM), expressa em meses. Em cada bateria, o teste é interrompido quando a
criança não concluir a tarefa com êxito, conforme protocolo. Ao final da aplicação, dependendo
do desempenho individual em cada bateria, é atribuída à criança uma determinada IM, em
cada uma das áreas referidas anteriormente (IM1, IM2, IM3, IM4, IM5, IM6), sendo após,
calculada a idade motora geral (IMG) e o quociente motor geral (QMG) da criança. Esses
valores foram quantificados e categorizados, permitindo classificar as habilidades analisadas
em padrões: “muito superior” (130 ou mais), “superior” (120-129), “normal alto” (110-119),
“normal médio” (90-109), “normal baixo” (80-89), “inferior” (70-79) e “muito inferior” (69 ou
menos).
Os pais das crianças participantes assinaram um Termo de Consentimento e Livre
Esclarecimento e as crianças um Termo de Assentimento, sendo informados sobre os objetivos
do estudo, procedimentos aos quais foram submetidas e possíveis benefícios e riscos atrelados
à execução do estudo.
Para a análise descritiva dos dados, foram utilizados os cálculos de frequências, médias
e desvios padrão. Para verificar a correlação entre a variável Idade Cronológica e Idade e Idade
Motora Geral, utilizou-se a Correlação Linear de Pearson. Além disso, foi realizado teste do
qui-quadrado e o test t de Student. O nível de significância adotado para todas as análises foi de
5%. O programa estatístico utilizado foi o STATA 12.0.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade, com o número
do CAAE 80425617.7.0000.5602.
3 RESULTADOS
A amostra do presente estudo foi composta por um total de 38 crianças, com média de
idade de 8.38 anos (± 0,97). Do total de crianças, a maioria foi do sexo feminino (52,63%).
As crianças eram matriculadas no ensino fundamental menor (1o ao 3o ano) sendo a maioria
(55,26%) matriculada no 3o ano.
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Tabela 1 – Classificação do desenvolvimento motor geral dos escolares conforme a EDM, Teresina-PI, Brasil.
Tabela 2 – Análise descritiva da avaliação motora dos escolares por sexo, Teresina-PI, Brasil.
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Tabela 3 – Classificação do desenvolvimento motor geral dos 38 escolares conforme a EDM, Teresina/PI, Brasil.
Masculino Feminino
Escala Frequência Percentual Frequência Percentual
Muito Superior - - - -
Superior - - - -
Normal Alto 1 5,56 2 10
Normal Médio 11 61,11 12 60
Normal Baixo 4 22,22 6 30
Inferior 2 11,11 - -
Muito Inferior - - - -
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
A Figura 1 demonstra, como esperado, uma correlação forte (0,77) entre as variáveis de
idade cronológica e idade motora geral haja visto os resultados apresentados na Tabela 1 com
classificação normal para a grande maioria das crianças participantes deste estudo. Além disso,
não participaram deste estudo crianças com déficit de desenvolvimento motor.
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4 DISCUSSÃO
O presente estudo buscou avaliar o perfil motor de escolares com idades entre 6 e 10
anos de escolas públicas da zona rural e verificou-se que os alunos apresentaram um perfil de
desenvolvimento motor dentro da normalidade (94,74%), ou seja, compatíveis com a idade
cronológica (média de 100,61 meses) na qual se encontravam. Esses dados condizem com os
encontrados por Rosa Neto (2002), em um estudo realizado com 75 alunos de 1ª à 4ª Séries do
Ensino Fundamental. A média da Idade Motora Geral (IMG) neste estudo é de 95,44 meses,
quando comparando com o estudo citado, o presente trabalho apresentou valores semelhantes
aos valores encontrados que foram 95,03 meses.
Tais resultados corroboram ainda com resultados alcançados por De Souza et al. (2015)
que tiveram como objetivo traçar o perfil de desenvolvimento motor de alunos de oito anos das
escolas públicas estaduais, no qual 96% da amostra ficou dentro da normalidade. No entanto,
tais resultados diferem dos resultados alcançados por De Souza et al. (2015) no qual 4% da
amostra, apresentaram superioridade na classificação, não apresentando resultado inferior
como do presente estudo.
No estudo de Ferreira et al. (2015), de escolares com dificuldades de aprendizagem, no
qual foi utilizada a EDM para avaliar o desenvolvimento motor, foi verificado classificação
Inferior (11,5%), concordando com os dados do presente estudo, onde 5,26% da amostra foi
classificada como Inferior, apesar de ser um estudo feito com crianças típicas.
Haywood e Getchell (2010) apontam que a interação entre o indivíduo, o ambiente e
a tarefa atuam como aspectos influenciadores do processo de desenvolvimento motor e que
nessa perspectiva é coeso dizer que diversos são os fatores de risco que podem aumentar a
probabilidade de atrasos no desenvolvimento.
No presente estudo, as meninas apresentaram resultados superiores aos meninos em
relação ao desenvolvimento motor geral. De acordo Rodrigues e Gabbard (2007), em seu nível
de desenvolvimento, cada criança apresenta uma variação individual, que pode ocorrer devido
a um conjunto de fatores, vistos por meio do ambiente e das tarefas vivenciadas pelas crianças,
influenciando o desenvolvimento motor.
Em relação ao equilíbrio, quando comparado os grupos feminino e masculino,
observamos que as meninas apresentaram resultados superiores aos meninos, corroborando
com os estudos de Rosa Neto (2015) que avalia o desenvolvimento motor de escolares com
idades entre 6 a 10 anos no Ensino Fundamental. O achado vai de encontro ainda com os
estudos de Humphriss et al. (2011) em um estudo de corte com 5.402 crianças com idade entre
7 e 10 anos, o qual teve como objetivo descrever resultados de teste de equilíbrio para servir de
referência para análise clínica pediátrica. Nesse estudo foram identificados valores inferiores
para meninos em comparação aos de meninas para todos os testes de equilíbrio.
Nos estudos de Da Silveira et al. (2014), que avaliou o desempenho das habilidades
motoras de crianças com 9 e 10 anos de idade, as meninas apresentaram melhores resultados,
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apesar de não ser estatisticamente significativo, nas atividades de equilíbrio, que demandam
concentração. Olds, Papalia e Feldman (2010) afirmam que meninas têm mais domínio em
atividades que necessitam de movimentos precisos. No entanto, Mastroianni et al. (2006)
verificaram o contrário: as meninas apresentaram atraso motor maior que os meninos em
relação ao equilíbrio.
Observou-se também que a área de esquema corporal apresentou, ainda dentro de
uma normalidade, o menor resultado para ambos os sexos, apesar de não apresentar diferença
significativa, quando comparamos com as outras variáveis estudadas. De acordo com Rosa
Neto (2002), o instrumento de avaliação utilizado aceita um déficit de até 24 meses. Segundo
Assaiante et al. (2014), o esquema corporal está vinculado com a compreensão e execução de
uma ação, além de intenções sociais. Nas outras áreas específicas, motricidade fina e global,
organização espacial e temporal, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa
entre os sexos.
O presente estudo obteve forte correlação entre as variáveis idade cronológica e idade
motora geral. Da mesma forma, um estudo feito por Rosa Neto et al. (2010) demonstrou haver
alta correlação (0,800) entre idade cronológica e idade motora geral.
A grande maioria das crianças deste estudo está dentro da normalidade em seu
desenvolvimento motor. A forte influência dos estímulos existentes no meio rural onde a criança
está inserida, espaço suficiente e liberdade de movimento para atividades diversas como correr,
subir em árvores, brincar na grama e na areia, propicia um ambiente que ajuda suprir suas
necessidades de crescimento favorável ao desenvolvimento.
No entanto, em algumas variáveis deste estudo, foi encontrado baixo desenvolvimento
motor na classificação geral dos escolares. A baixa frequência de aulas de Educação Física
pode ser fator contribuinte, mas não o principal. Na zona rural, as aulas de Educação Física são
oferecidas somente uma vez na semana durante duas horas, sendo uma hora de aula orientada
pelo professor e uma hora as crianças ficam livres sem orientação. As aulas, em sua maioria,
não são lecionadas por professores formados em Educação Física e sim por estagiários ou
professores formados em outras áreas.
5 CONCLUSÃO
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ISSN: 2317-3467
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Cruz Alta, RS
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ISSN: 2317-3467
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Cruz Alta, RS
EFEITO DE UMA CURTA INTERVENÇÃO DE EXERCÍCIOS
AQUÁTICOS SOBRE OS SINTOMAS DE ANSIEDADE EM ADULTOS
DE MEIA IDADE
RESUMO ABSTRACT
1
Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro – UFTM, Uberaba, MG, Brasil.
E-mail: nunes_leonardo@yahoo.com.br.
66
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Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
NUNES, L. G.
1 INTRODUÇÃO
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Cruz Alta, RS
Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
NUNES, L. G.
2 MÉTODOS
Fonte: Do autor
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Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
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Fonte: Do autor.
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Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
NUNES, L. G.
3 RESULTADOS
PRÉ-AVALIAÇÃO PÓS-AVALIAÇÃO
Variáveis Mín. a Máx. Mín. a Máx.
IAB 4 a 53 pontos 0 a 11 pontos
IAB: Inventário de Ansiedade de Beck.
Tabela 3 - Valores descritivos e inferenciais dos voluntários participantes do programa de exercícios aquáticos.
PRÉ-AVALIAÇÃO PÓS-AVALIAÇÃO
Variáveis M±D 95% IC M±D 95% IC Δ%
Idade 58,8 ± 8,0 - - - -
Escolaridade 6,5 ± 2,7 - - - -
IAB 18,1 ± 15,2 7,6 – 28,3 4,1 ± 3,7* 1,2 – 6,7 77,3%
Legenda: M: Média; DP: Desvio padrão.
IC: Intervalo de Confiança.
Δ: Delta percentual.
*: p <0,04.
IAB: Inventário de Ansiedade de Beck.
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Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
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4 DISCUSSÃO
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Efeito de uma curta intervenção de exercícios aquáticos sobre os sintomas de ansiedade em adultos de meia idade
NUNES, L. G.
e o exercício físico, para que possamos consolidar nossos achados perante a literatura latino-
americana.
5 CONCLUSÃO
O presente estudo nos mostrou que o exercício aquático é uma ótima ferramenta não
farmacológica que contribui no eixo biopsicossocial do ser humano sobre os três pilares
da vida. O exercício físico deve ser aplicado à população nas três esferas de intervenção,
primária, secundária e terciária. A curta intervenção mostrou ser eficiente quanto aos benefícios
psicofisiológicos relatados pelos voluntários e comprovados pelo escore apresentado no
inventário de sintomas de ansiedade. Sugerimos a população, que de início a um programa
de exercícios físicos sistematizados contínuos para que outros benefícios psicofisiológicos e
sistêmicos sobre a saúde global possam ser obtidos.
REFERÊNCIAS
BORG, G. Psychophysical bases of perceived exertion. Medicine & Science in Sports &
Exercise, v. 14, n. 5, p. 377–381, maio. 1982.
NUNES, L. G.
FERREIRA, R. M. et al. The effect of resistance training on the anxiety symptoms and quality
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NEVILLE, C. et al. Exploring the effect of aquatic exercise on behaviour and psychological
well-being in people with moderate to severe dementia: a pilot study of the watermemories
swimming club. Australasian Journal on Ageing, v. 33, n. 2, p. 124–127, jun. 2014.
73
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 66-73, Abril/2019
Cruz Alta, RS
APTIDÃO FÍSICA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES
DE MINI-TÊNIS
RESUMO ABSTRACT
1
Doutorado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Metodista de Piracicaba, Piracicaba, São
Paulo, Brasil. Professora Titular da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, Paraná, Brasil.
E-mail: flavia.lima@uenp.edu.br.
2
Graduação em Educação Física - Licenciatura e Bacharelado, pela Universidade Estadual do Norte do Paraná.
Universidade Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, Paraná, Brasil. E-mail: mariuenpedf@gmail.com.
3
Graduação em Educação Física - Licenciatura, pela Universidade Estadual do Norte do Paraná. Universidade
Estadual do Norte do Paraná, Jacarezinho, Paraná, Brasil. E-mail: talles303@gmail.com.
74
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
1 INTRODUÇÃO
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
2 METODOLOGIA
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Cruz Alta, RS
Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
Livre Esclarecido para a autorização dos adolescentes na pesquisa. Todos os participantes foram
informados dos propósitos, riscos e benefícios do estudo, sendo respondidas todas as dúvidas
sobre o referido estudo. Também, foram informados que não haveria remuneração como
forma de ressarcimento ou pagamento por suas participações na pesquisa e que poderiam, sem
constrangimento, deixar de participar da pesquisa quando desejassem. Todos os dados coletados
durante a realização desse estudo foram utilizados apenas para fins de pesquisa e somente
os pesquisadores envolvidos nesse trabalho tiveram acesso às informações. Estas precauções
foram adotadas com o objetivo de preservar a privacidade e o bem-estar dos participantes.
O protocolo de testes utilizados foi o do PROESP-Br (GAYA et al., 2016). Para a
aplicação dos testes foi obedecida a seguinte sequência: Massa Corporal, utilizou-se uma
balança portátil com precisão de até 500 gramas, as crianças e adolescentes foram medidos
em trajes de Educação Física e descalços, em pé com os braços estendidos e juntos ao corpo;
Estatura, utilizou-se fita métrica de 1,50 metros de comprimento presa à parede a 1 metro do
solo, o avaliado posicionava-se ao lado da fita métrica, encostando a cabeça e os calcanhares
na parede; Envergadura, foi fixada uma trena métrica paralelamente ao solo a uma altura de
1,20 metros para os alunos menores e 1,50 m para os alunos maiores. O aluno se posicionou
em pé, de frente para a parede, com os braços elevados e cotovelos estendidos em 90 graus
em relação ao tronco, com as palmas das mãos voltadas para a parede, foi medida a distância
entre a extremidade do dedo médio esquerdo, até o direito; Teste de sentar-e-alcançar, foi
estendida uma fita métrica no solo e na marca de 38 cm desta fita colocou-se um pedaço de fita
adesiva de 30 cm em perpendicular, o adolescente foi avaliado descalço, com os calcanhares
na marca dos 38 cm, joelhos estendidos e as mãos sobrepostas, o aluno inclinou-se lentamente
e estendeu as mãos para frente o mais distante possível, até a distância ser anotada; Teste de
corrida/caminhada dos 6 minutos, utilizou-se trena métrica, cronômetro e ficha de registro, os
alunos correram o maior tempo possível, evitando piques de velocidade intercalados por longas
caminhadas; Teste de resistência abdominal, o avaliado se posicionou em decúbito dorsal com
os joelhos flexionados a 45 graus e com os braços cruzados sobre o tórax. Ao sinal a criança
iniciou os movimentos de flexão do tronco até tocar com os cotovelos nas coxas, retornando a
posição inicial, realizando o maior número de repetições completas em 1 minuto; Arremesso
da medicineball, o avaliado sentou-se no solo com os joelhos estendidos, as pernas unidas e
as costas completamente apoiadas à parede, segurando a medicineball junto ao peito com os
cotovelos flexionados lançou a bola à maior distância possível, mantendo as costas apoiadas
na parede; Salto horizontal, o avaliado posicionou-se atrás da linha de partida, com os pés
paralelos, ligeiramente afastados, joelhos semiflexionados, tronco ligeiramente projetado à
frente e ao sinal do avaliador saltou a maior distância possível aterrissando com os dois pés
juntos; Teste do quadrado, foi demarcado com cones um quadrado de quatro metros de lado ao
sinal do avaliador, o avaliado deslocou-se em velocidade máxima e tocou com uma das mãos
no cone situado em sua diagonal, na sequência, correu para tocar o cone à sua esquerda e depois
se desloca para tocar o cone em diagonal novamente, e para finalizar, correu em direção ao
último cone, que corresponde ao ponto de partida. O cronômetro foi acionado pelo avaliador
ISSN: 2317-3467
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Cruz Alta, RS
Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
no momento em que o avaliado tocou pela primeira vez com o pé o interior do quadrado e foi
travado ao tocar no último cone; Teste de corrida de 20 metros, uma pista de 20 metros foi
demarcada com três linhas paralelas no solo da seguinte forma: a primeira (linha de partida); a
segunda, distante 20m da primeira (linha de cronometragem) e a terceira linha, marcada a um
metro da segunda (linha de chegada). Ao sinal do avaliador, o avaliado deslocou-se, o mais
rápido possível, em direção à linha de chegada. O avaliador acionou o cronômetro no momento
em que o avaliado deu o primeiro passo pela primeira vez com um dos pés além da linha de
partida e o cronômetro foi travado quando o aluno cruzou a linha de cronometragem.
Os testes foram realizados na mesma hora do dia para evitar possíveis efeitos do ciclo
circadiano, ocorrendo das 9:00 as 10:00 horas nas turmas matutinas e das 14:00 as 15:00 nas
turmas vespertinas.
A avaliação da aptidão física para o desempenho esportivo é referenciada a normas
estatísticas (normas de referência), de acordo com as variáveis da aptidão física para a saúde,
o PROESP-BR (2016) estabelece como normas e critérios de avaliação, pontos de corte ou
valores críticos estratificados por idade e sexo. Valores abaixo dos pontos de corte é considerado
como ZONA DE RISCO À SAÚDE e valores acima, ZONA SAUDÁVEL (GAYA et al., 2016).
Utilizou-se na classificação do IMC dos adolescentes, o protocolo de Conde Monteiro
(2006) que estabelece pontos de corte de acordo com a idade em meses e sexo. Apresenta
valores críticos para classificação do baixo peso, excesso de peso e obesidade para a população
brasileira entre 2 a 19 anos.
Após a coleta os dados coletados foram tratados por meio do pacote computadorizado
Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 24.0. Para a análise das variáveis
numéricas recorreu-se aos procedimentos da estatística descritiva (frequência absoluta e
relativa), posteriormente, para identificação de eventuais diferenças, ao teste U de Mann-
Whitney (mediana), segundo resultados do teste de normalidade Kolmogorov-Smirnov. As
variáveis categóricas (proporção de frequência de acordo com os pontos de corte considerados)
foram analisadas mediante tabelas cruzadas, envolvendo testes de qui-quadrado (X2), para
identificação de diferenças estatísticas entre os grupos (comparações múltiplas ajustadas pelo
método Bonferroni. Os valores de p<0,05 foram considerados estatisticamente significativos
para todas as análises.
3 RESULTADOS
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
muscular localizada, aptidão cardiorrespiratória, FMI, FMS, agilidade e velocidade, bem como
a comparação desses indicadores em três momentos, encontra-se na Tabela 1.
Identifica-se diferenças significativas, entre os momentos, nos indicadores de idade
(p=0,005), estatura (p=0,003), envergadura (p=0,014), IMC (p=0,000), flexibilidade (p=0,000),
aptidão cardiorrespiratória (p=0,005), FMI (p=0,017), agilidade (p=0,002) e velocidade
(p=0,008).
79
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
Tabela 2 – Proporções (%) entre tempo de prática dos indicadores antropométricos e desempenho motor de
crianças e adolescentes praticantes de Tênis.
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
4 DISCUSSÃO
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Aptidão física em crianças e adolescentes praticantes de mini-tênis
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INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS DE ESCOLARES DE 6 A 14
ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE XANXERÊ - SC
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
3 RESULTADOS
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Indicadores antropométricos de escolares de 6 a 14 anos de idade de uma escola pública de Xanxerê - SC
Conforme apresentado no primeiro gráfico (Figura 1), observou-se que 64,7% dos
escolares possuem IMC normal, 20,7% com sobrepeso, 12,9% obesos e 1,7% com baixo peso.
O sexo masculino apresentou 34,1% classificados com IMC acima do normal (22%
sobrepeso e 12,1% obesidade) e no sexo feminino foram 33,2% acima do normal (19,5%
sobrepeso e 13,7% obesidade). Observou-se que apesar de o sexo masculino apresentar maior
prevalência de sobrepeso, o sexo feminino apresentou maior prevalência de obesidade.
Fonte: Os autores.
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Indicadores antropométricos de escolares de 6 a 14 anos de idade de uma escola pública de Xanxerê - SC
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
De acordo com a Tabela 2, houve correlação positiva forte entre o IMC e o PC (r= 0,876;
p<0,001). A RCE apresentou correlação positiva moderada com o IMC (r= 0,614; p<0,001) e
com o PC (r= 0,618; p<0,001).
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IMC PC RCE
RCE 0,614* 0,618* 1
PC 0,876* 1 -
IMC 1 - -
*p<0,001; IMC: índice de massa corporal; PC: perímetro da cintura; RCE: razão cintura estatura.
3 DISCUSSÃO
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Indicadores antropométricos de escolares de 6 a 14 anos de idade de uma escola pública de Xanxerê - SC
4 CONCLUSÃO
Os resultados encontrados neste estudo apontam que apesar de a maior parte da amostra
investigada apresentar níveis satisfatórios nos indicadores utilizados, a prevalência de excesso
de peso e obesidade abdominal é alta e, ao comprar as prevalências com estudos prévios
realizados com esta mesma população percebeu-se aumento da obesidade principalmente no
sexo feminino, gerando preocupações em maiores riscos de saúde relacionados a doenças e
distúrbios alimentares. Os indicadores antropométricos apresentaram correlação moderada e
forte, sendo a melhor correlação entre o PC e o IMC.
Sugere-se que em futuros estudos sejam investigados os fatores associados à obesidade
dos escolares a fim de identificar possíveis determinantes de risco e auxiliar no planejamento de
intervenções de prevenção e tratamento da obesidade.
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PERCEPÇÃO DE VIVER BEM MEDIANTE O NÍVEL DE ATIVIDADE
FÍSICA DE IDOSAS
RESUMO ABSTRACT
Contextualização: A percepção subjetiva de viver bem Background: The subjective perception of living well
é um indicativo de qualidade de vida (QV), que pode is an indication of quality of life (QoL), which can
ser influenciado pelo nível de atividade física (AF) das be influenced by the level of physical activity (PA)
pessoas. Objetivo: relacionar as categorias da percepção of the people. Objective: to relate the categories of
de viver bem com o nível de AF dos domínios da AF the perception of living well with the level of PA
(trabalho, atividades domésticas, transporte e lazer) in the domains of PA (work, domestic activities,
das idosas. Método: A amostra foi composta por 198 transportation and leisure) of the elderly. Methods: The
idosas, com 65 anos ou mais, participantes de Grupos sample was composed of 198 elderly women, aged 65
de Convivência em Florianópolis/SC. As idosas years and over, participants of the Cohabitation Groups
foram questionadas referente a identificação (sexo, in Florianópolis / SC. The elderly were questioned
idade, escolaridade e estado civil), sobre a opinião “o regarding identification (gender, age, schooling and
que é viver bem?” e os domínios da AF por meio do marital status), opinion about “what is to live well?”
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), And the domains of PA through the International
adaptado para idosos. Foi utilizada análise de conteúdo Questionnaire of Physical Activity (IPAQ), adapted for
categorial temática nas repostas da questão aberta e the elderly. Thematic categorical content analysis was
o teste do Qui-Quadrado para verificar associações used in the answers to the open question and the chi-
entre as categorias de viver bem e o nível de AF nos square test to verify associations between the categories
domínios da AF. O nível de significância foi de 5%. of living well and the level of PA in the domains of
Resultados: A amostra apresentou média de idade de PA. The level of significance was 5%. Results: The
73,6 ± 5,9 anos. Houve associação entre a categoria mean age of the sample was 73.6 ± 5.9 years. There
de viver bem “relações afetivas, sociais com a família” was an association between the category of living well
e o nível de AF dos domínios transporte (p=0,029) e “affective and social relationships with the family” and
lazer (p=0,045), e da categoria “lazer” com o domínio the level of PA of the transport (p = 0.029) and leisure
transporte (p=0,023). Conclusão: As idosas que (p = 0.045) domains, and the “leisure” category with
destacaram “as relações afetivas, sociais com a família” the transport domain = 0.023). Conclusion: The elderly
como aspectos relevantes para viverem bem eram mais women who emphasized “affective, social and family
ativas fisicamente no domínio da AF de lazer e no relationships” as relevant aspects to live well are more
transporte, e as que se referem ao “lazer”, eram mais physically active in the field of leisure and transport PA,
ativas no domínio transporte/deslocamento. and those that refer to “leisure” are more active in the
transport / displacement domain.
Palavras-chave: Idoso. Envelhecimento. Qualidade de
vida. Atividade física. Keywords: Aged. Aging. Quality of life. Physical
activity.
1
Professora Doutora em Ciências do Movimento Humano. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC.
2
Mestre em Ciências da Reabilitação. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC.
3
Profissional de Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC.
4
Profissional de Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC.
5
Mestre em Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC.
6
Mestre em Educação Física. Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC, Florianópolis/SC – Brasil.
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
1 INTRODUÇÃO
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
Deste modo, este estudo teve como objetivo relacionar as categorias da percepção de
viver bem com o nível de AF dos domínios da AF (trabalho, atividades domésticas, transporte
e lazer) de idosas.
2 MÉTODO
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
3 RESULTADOS
A população da pesquisa apresentou média de idade de 73,6 ± 5,9 anos. A fim de descrever
a população da pesquisa, evidenciou-se, na Tabela 1, que a maioria é “viúva” (60,6%); tem entre
um e três anos de escolaridade (69,7%); não trabalha (85,4%) e tem a renda familiar mensal
de um a dois salários mínimos mensais (42,9%). As idosas são, principalmente, pensionistas
(34,3%) e aposentadas (35,4%).
Tabela 1 - Frequência (f) e porcentagem (%) das características sociodemográficas da amostra. Florianópolis/SC,
Brasil, ano de coleta (n=xx).
Características Sociodemográficas f %
Estado Civil
Solteira 11 60,6
Casada 56 28,3
Divorciada/Separada 11 5,6
Viúva 120 5,6
Escolaridade
Sem instrução 30 15,2
1 a 3 anos 138 69,7
4 a 7 anos 14 7,1
> 8 anos 16 8,1
Trabalho
Sim 29 14,6
Não 169 85,4
Rendimento Mensal Familiar (salário mínimo)
1― 2 85 42,9
2― 3 41 20,7
3― 8 47 23,7
>8 25 12,6
Ocupação Atual
Sustentada pela Família 14 7,1
Aposentada 68 34,3
Pensionista 70 35,4
Pensionista e Aposentada 46 23,2
Total 198 100,0
A partir da análise de conteúdo da opinião das idosas sobre “o que é viver bem”, definiu-
se sete categorias (Ter saúde; Aspectos pessoais e espirituais; Comportamento social nas
relações sociais; Relações afetivas, sociais com a família; Condições de vida; Lazer; Aspecto
financeiro). Estas categorias foram associadas com os domínios da AF (Trabalho; Transporte;
Atividade doméstica e Lazer) e seu nível de AF (Pouco ativa; e Mais ativa).
Verifica-se, na Tabela 2, que houve associação entre a categoria de viver bem nas
ISSN: 2317-3467
lazer (p=0,045). Há uma tendência de 13,9% e de 40,5% das idosas que consideram viver bem
terem “Relações afetivas, sociais com a família” de serem ativas fisicamente no domínio AF
transporte e AF lazer, respectivamente. Para Rosa viver bem é: “ter saúde, paz na família, união
e bom casamento”.
Em relação a categoria “Lazer” houve associação com a domínio de AF transporte
(p=0,023) e verifica-se que há tendência de 27,3% das idosas ativas fisicamente no domínio AF
transporte de considerarem viver bem o “Lazer”, que significa para elas, passear, viajar, dançar
e caminhar (Tabela 2).
Tabela 2 - Frequência (f), porcentagem (%) e teste Qui-quadrado (X²) entre os domínios AF no Transporte e
Lazer (pouco ativa e mais ativa) e as categorias do viver bem das idosas. Florianópolis/SC, Brasil, ano de coleta
(n=xx).
4 DISCUSSÃO
Este estudo corrobora com resultados de outras pesquisas qualitativas sobre a percepção
de idosas acerca de QV, que, de modo geral, encontraram como resultado a valorização de
uma rede social sólida, com bons relacionamentos afetivos; de saúde física e mental; de boas
condições de vida, incluindo o aspecto financeiro e o lazer. (VECCHIA et al; 2005; FLECK;
CHACHAMOVICH; TRENTINI, 2006; BROWLING et al., 2003)
Ao avaliar a QV subjetiva em 365 idosos da cidade de Botucatu/SP, Vecchia, Ruiz e Bocchi
(2005) encontraram dez categorias bastante semelhantes às emergidas em nossa pesquisa. Ao
quadro de categorias encontrado, os autores analisaram a coincidência nas respostas dos idosos
quanto ao significado de QV, obtendo uma classificação da amostra em três grupos: o primeiro
mencionava situações referentes a relacionamentos interpessoais, equilíbrio emocional e boa
saúde, ou seja, é o idoso que prioriza a questão afetiva, familiar e de saúde; o segundo grupo
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
mencionava hábitos saudáveis, lazer e bens materiais, ou seja, é o idoso que enfatiza o prazer
e o conforto; e o terceiro grupo, a espiritualidade, trabalho, retidão e caridade, conhecimento
e ambientes favoráveis, ou seja, o idoso identifica QV como a prática de seu ideário de vida.
Aqui também se observa que as categorias de QV encontradas no nosso estudo têm resultados
semelhantes, embora obtidos em contextos diferentes, mesmo sem levar em consideração a
prática de AF.
Em contrapartida, estudos como de Gordia et al. (2007) e de Carvalho e Carvalho (2008),
que compararam a QV de mulheres idosas praticantes e não praticantes de exercícios físicos,
constataram que as idosas praticantes obtiveram melhores resultados em todos os domínios da
QV avaliados pelo WHOQOL-Abreviado, ou seja, houve unanimidade em todos os domínios
pesquisados.
Já Pascoal, Santos e Broek (2006) constataram forte influência do contexto sociocultural
dos idosos na representação da QV, embora a AF seja destacada unanimemente como algo que
lhes dá prazer e contribui para a satisfação de suas necessidades físicas, emocionais e sociais.
Ao relacionar a QV com os domínios de AF das idosas neste estudo, verificou-se
associação entre a categoria “Relações afetivas com a família” e o domínio de AF doméstica e,
a categoria “Lazer” com o domínio AF no transporte. Suplementarmente aos nossos resultados,
pesquisa (PUTS et al., 2007) com idosos de 67 a 90 anos de idade, alegam que ter boa saúde,
sentir-se bem, ser ativo, ter relações sociais, ajudar outras pessoas e morar em uma boa casa e
em uma boa vizinhança são os fatores relevantes para uma boa QV.
Ainda, segundo Mazo (2008) a prática de exercícios físicos no lazer é forte indicador
de incorporação de estilo de vida mais saudável. Os idosos praticam de forma prazerosa os
exercícios de recreação (jogos, danças, ginástica, esportes, gincanas, passeios, caminhadas, entre
outros) sem se comprometer com as regras, discriminação e performance, pois o importante é
realizar as necessidades físicas e sociais.
Contribuindo aos achados, Penna e Santo (2006) verificaram em sua pesquisa que os
idosos participantes de AF em grupo sentiam-se orgulhosos com os constantes elogios dos
familiares, porque se auto cuidavam, buscando um convívio social extrafamiliar. Essas práticas
têm tornado o idoso mais consciente das possiblidades e dos recursos para preservar e melhorar
sua vida, sua saúde e seu bem-estar, sendo testemunho de que é possível aumentar a QV na
velhice, usufruindo de um envelhecimento ativo e saudável (GÁSPARI; SCHWARTZ, 2005).
Por fim, destaca-se a relação entre saúde social, atividade física no transporte e bem-estar,
expressando que a família e amigos representa tanto um suporte social para os idosos quanto
um bem-estar dos mesmos, definindo envelhecimento saudável como elemento interligado nos
aspectos físicos, sociais e emocionais.
Esta pesquisa possui algumas limitações. Primeiro, como mencionado anteriormente,
aplicamos questionários para coleta de dados, assim um viés de seleção pode ter ocorrido já que
os participantes respondiam voluntariamente baseado em recordatórios, ou seja, não é possível
controlar totalmente as respostas imprecisas, superestimadas ou não. Por último, nossa pesquisa
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
avaliou somente mulheres idosas, assim esses resultados não podem ser generalizados para
todos idosos, além de um contexto longitudinal, já que a pesquisa é transversal.
5 CONCLUSÃO
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Percepção de viver bem mediante ao nível de atividade física de idosas
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PUTS M. T., SHEKARY N., WIDDERSHOVEN G., et al. What does quality of life mean
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arttext&pid=S1516-44462014000100013&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 mar. 2019.
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104
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EDUCAÇÃO FÍSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL:
UNIDADE DIDÁTICA EM PRÁTICA
BRIGO, Tchiago1
RESUMO ABSTRACT
O objetivo desse trabalho é compreender como The objective of this work was to understand how
o brincar na Educação Física Escolar contribui the toy in Physical Education for the development
para o desenvolvimento das aptidões humanas na of human skills in childhood, especially in
infância, especialmente na promoção da autonomia promoting the child’s learning through motor
da criança por meio do desenvolvimento motor. development. The act of playing is inherent to the
O ato de brincar é inerente ao ser humano em human being at any stage of life. However, it is
qualquer fase da vida. Entretanto, é na mais tenra at a younger age that play allows the exploration
idade que a brincadeira possibilita a exploração of oneself, others and the world around them with
de si, dos outros e do mundo a sua volta com greater impact on the teaching-learning network.
maior impacto na relação ensino-aprendizagem. The child interacts and learns by actions, through
A criança interage e aprende por ações, por meio the medium of his own experiences. This act is
de suas próprias vivências. Esse ato é intrínseco e intrinsic and occurs in any environment, but it is
acontece em qualquer ambiente, mas é na escola at school that the animation requires intentionality
que o brincar necessita ter intencionalidade for the educational process to be effective. It is
para o processo educacional ser efetivo. Dessa the physical, cognitive and social development of
forma, é essencial que o professor de Educação children from zero to five years of age, since it is
Física, especialmente na Educação Infantil, responsible for the development of cognitive and
compreenda o desenvolvimento físico, cognitivo social skills of the corporate children historically
e social das crianças de zero a cinco anos, pois constructed by the humanity. The research
é o profissional responsável por oportunizar is qualitative, descriptive, with steps of data
um leque de habilidades e competências nas collection and analysis. Case study, study of a
práticas corporais construídas historicamente didactic unit in Early Childhood Education of the
pela humanidade. A pesquisa se caracteriza como Preschool of the city network of Brusque-SC. You
qualitativa, estudo descritivo, com procedimentos can check the involvement and involvement of the
de coleta e análise de dados. Investigação de majority of the class’s students as well as increase
estudo de caso, relatando uma unidade didática the understanding of the involvement of the body
na Educação Infantil para turmas da pré-escola da in the different practices performed. To observe,
rede municipal de Brusque-SC. Pode-se verificar also, an active participation of the students in
a participação e envolvimento da maioria dos the promotional games - it is the autonomy of
alunos da turma, bem como, um aumento de the medium of development of experiences with
compreensão da corporeidade dos envolvidos ample repertoire.
nas diferentes práticas realizadas. Observou-se
ainda que a participação ativa dos discentes nas Keywords: Physical Education in the Preschool.
brincadeiras promoveu-lhes autonomia por meio Play. Autonomy. Motor development.
do desenvolvimento de vivências com amplo
repertório motor.
1
Professor de Educação Física da rede Municipal de Educação de Brusque, Santa Catariana. Possui graduação
em Educação Física - Licenciatura - pela UNIJUÍ - Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio
Grande do Sul (2015) e Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Física Escolar pela Faculdade São Luís de
Jaboticabal (2018).E-mail: tchiagobrigo@hotmail.com.
105
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
A Educação Infantil, conforme dispõe a LDB, Lei 9.394/96, artigo 29, “[...] é a primeira
etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de
zero a cinco anos de idade em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social,
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
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a criança desenvolver uma concepção de mundo, tempo e espaço adequado em sua faixa etária
se faz por meio da mobilização de pais, professores e funcionários.
Sendo assim, observamos que o conhecimento científico hoje disponível autoriza a
visão de que, desde o nascimento, a criança busca atribuir significado a sua experiência de
vida e, nesse processo, encaminha-se para conhecer o mundo material e social, ampliando
gradativamente o campo de sua curiosidade e inquietações. Ela é mediada pelas orientações,
materiais, espaços e tempos que organizam as situações de aprendizagem e pelas explicações e
significados a que ela tem acesso (NASCIMENTO, 2007).
A Educação Física, inserida nesse contexto, é compreendida como disciplina integrada
à proposta curricular da escola. Segundo Vago (1995), esse componente curricular coloca os
alunos diante do patrimônio construído pela humanidade, compreendida como cultura física
(BETTI, 1991), cultura de movimentos (BRACHT, 1968) ou cultura corporal (COLETIVO DE
AUTORES, 1992). Nesse sentido, é dever da disciplina garantir ao aluno o conhecimento das
práticas corporais de inúmeras manifestações desse patrimônio.
O professor de Educação Física deve educar por meio de jogos e brincadeiras,
organizando um ambiente de cuidados essenciais, como proteção, organização do tempo e da
rotina, além da sequência de tarefas das aulas.
Em síntese, contribuir para que a criança aproprie-se de saberes - habilidades e
competências - que desenvolvam suas aptidões humanas para melhor desfrutar de seu viver é
fundamental nessa etapa de ensino. “Aparelhar” o aluno com sabedoria adquirida de vivências
para desenvolver sua autonomia.
Percebe-se que as crianças, desde que nascem, movimentam-se, e à medida que vão
estabelecendo novas relações de interação com o mundo, aprendem a movimentar-se de formas
diferentes, como engatinhar, andar, correr, saltar. Esses movimentos constituem uma cultura
corporal manifestada na dança, no jogo, nas brincadeiras, nos esportes (RNCEI, 1998).
Segundo Souza (2005), os domínios do comportamento do ser humano podem ser
classificá-los em categorias, sendo: cognitivo, afetivo e motor. Nessa pesquisa, o tipo de
aprendizagem predominante é a motora. Entretanto, o autor cita que se compreende os domínios
como indissociáveis e irrestritos, sendo observados dois princípios fundamentais:
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3 METODOLOGIA
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
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A escola disponibilizou materiais para as aulas, como cordas, bolas, raquetes, fitas, etc.
Alguns destes adquiridos recentemente. Os locais onde ocorrem as aulas de Educação Física
foram em dois parques abertos, em um auditório com ampla área, na própria sala de aula das
turmas, além de um corredor disponível entre as salas de aula.
É necessário ressaltar a importância da rotina nessa fase da educação. Para melhor dispor
de organização espaço-temporal, foi construída uma rotina comum as turmas para facilitar
a execução das aulas. Entretanto, ela não se manteve rígida, sofrendo alterações constantes,
conforme múltiplos fatores se apresentavam em cada aula: recepção dos alunos na primeira aula
do dia, intempéries do clima, modificação do tempo estimado em cada objetivo estabelecido,
entre outros.
Foram elaboradas 3 tarefas em cada aula. O objetivo das tarefas eram internalizar um
comportamento motor e/ou capacitar o pensamento das crianças.
Sabe-se que cada professor é o senhor da sua atividade. Ele planeja, prepara e executa
com intencionalidade e objetivos suas aulas. Entretanto, mesmo preparado teoricamente,
deve adaptar-se a realidade a que se insere e estruturar sua aula conforme múltiplos fatores
emergentes, dos quais não haviam previsto.
Flexibilidade é definida pela capacidade de adaptabilidade frente a situações diferentes
ou a pessoas que pensam e agem diferente daquilo que esperaríamos que elas agissem. Portanto,
mesmo com as tarefas planejadas, por diversas oportunidades o planejado “escapou” entre as
mãos, sendo novas estruturas construídas para alcançar o objetivo central.
Desta forma, a Unidade Didática ficou assim construída:
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OBJETIVO: Exercitar e vivenciar as dimensões motora, cognitiva e social de sua corporeidade em situações
lúdicas em ambientes escolares diversificados para construção de autonomia por meio do domínio do
comportamento motor.
AULA TAREFAS/ATIVIDADES
- Interação com o grupo por meio de caminhada/corrida: individual, em dupla e em grande grupo.
- Segue o líder: imitar os movimentos de um colega que irá a frente da caminhada/corrida.
1
- Segue o líder: com modificações por meio de apitos, deverão prestar atenção ao comando do
professor: troca de direção/posição, modificação da velocidade de corrida, etc.
- Circuito: em duas filas, executar circuito segurando a bola, depois, passar para o colega que está
na fila, até o ultimo colega passar.
- Circuito: sentados em fila, passar a bola para o colega que está atrás, o último que estiver na fila
2
deverá levantar e sentar na frente, até que todos passem com a bola para frente.
- Caçador: quem tiver com a bola deverá “caçar” o colega, o primeiro que for acertado com a bola,
será o caçador na próxima rodada.
Sentidos humanos:
- Caminhada com guia ou circuito com corda, vendado.
3 - Encontrar um colega pela voz, vendado.
- Sem utilizar a fala, apenas por meio de mímicas: indicar o objeto a se apanhar e o local a depositar.
- Colocar o chapéu, sem utilizar os braços e as mãos.
- Jogo de roda: onde há apenas uma bola de plástico, cada aluno com uma garrafa cortada ao meio,
depositará a bola na garrafa do colega, não podendo deixar cair no chão, nem usar as duas mãos.
- Jogo de roda: cada aluno com uma garrafa cortada ao meio e uma bola de plástico, deverá realizar
4
movimentos livremente com o corpo e, principalmente, com as mãos, sem deixar a bola cair no chão.
- Brincadeira: jogar bola com a qual apanhou e de maneira harmônica com seus colegas. Caso deseje
a bola de outro colega, solicitar a troca com o mesmo, sem pegar quando não houver acordo.
- Circuito: o aluno deverá conduzir uma bola de basquete ate o cesto, passando pelos obstáculos sem
derrubá-los, no mais breve período de tempo. Caso derrube o obstáculo, deverá colocá-lo novamente
no lugar, antes de prosseguir.
5 - Faz de conta: com um lençol, todos devem segurá-lo, ao comando do professor, todos jogam o
lençol e ficam embaixo dele escondidos. No próximo comando, todos correm para o local mais
distante do lençol.
- Corrida do saco: devem entrar no saco e deslocar-se ate a área onde possam apanhar a bola.
- Circuito: realizar o circuito equilibrando uma bola na raquete, após terminar, passar para o colega
que estará na fila aguardando a sua vez.
- Jogo de roda: garrafa pega-pega: em uma roda girará uma garrafa, a ponta da garrafa será o pegador
6
e o lado oposto o fugitivo.
- Jogo de roda: montando o jogo: peças de xadrez devem montar o jogo, mas cada equipe deverá
buscar as peças espalhadas em diferentes locais. Devem apanhar uma a uma.
- Realizar circuito motor com ênfase no agachar /levantar/ pegar.
- Realizar disputa de cabo de guerra.
7
- Dança das cadeiras: enquanto tocar a música deve caminhar em volta do círculo de cadeiras.
Quando a música para deverá sentar, antes que não tenha mais lugar disponível.
Situações – problemas individual e em grupo:
- Passar pelo circuito pegar peças corretas, disponível em uma sacola, depositar no local adequado.
8
- Encontrar as letras do alfabeto de acordo com seu nome.
- Jogo da memória com letras.
Brincadeiras populares:
- Esconde-esconde
9
- Pega-pega
- Batata-quente
Brincadeiras populares modificadas:
- Esconde-esconde invertido: um se esconde e todos procuram
- Pega-pega invertido: um foge e todos pegam. Primeiro todos buscam individualmente, depois em
10
duplas, trios e grande grupo.
- Batata-quente com duas bolas no círculo: fazendo uma bola girar no sentido horário e outra no
sentido anti-horário.
Passa-bola: em uma única coluna, todos devem levantar os braços e fazer com que a bola passe ate
o ultimo colega. Variações: sentado e de pé.
11 Túnel: todos de pé, em fila, deverão passar por baixo das pernas dos colegas.
Ponte com as mãos: em dupla, levantar os braços e dar as mãos aos colegas que estão na frente, em
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BRIGO, T.
Espelho meu: em duplas, um na frente do outro, deverão imitar os gestos dos colegas.
Disputa de bola: em duplas, sentados, um de frente com o outro, deveram encostar as mãos nas
12 partes do corpo que o professor anunciar. Quando falar bola, deverá pega-la antes que seu colega o
faça.
Pega bola: dois alunos passam a bola, enquanto um terceiro aluno tenta interceptar a jogada.
Fonte: elaborada pelo autor.
4 DISCUSSÕES E RESULTADOS
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
por meio da possibilidade de expor suas idéias e colocá-las em prática, foi escolhidas tarefas que
se evidenciavam esses dois requisitos. Além disso, percebe-se que o docente apresentando-se
bem humorado e disposto na demonstração, explanação ou exemplificação da tarefa mantinha
a adesão e continuidade dos alunos durante maior tempo nas aulas.
O saber fazer, nesse sentido, inseriu os alunos em diferentes possibilidades corporais
construídas pelo homem. A cultura corporal de movimento disponibilizou um leque de
possibilidades de ações, onde as produções humanas das práticas corporais apareceram como
formas de aprendizagem.
O saber sobre possibilitou aos alunos conhecer partes do corpo, conhecer e identificar
os sentidos humanos e obter noções de cuidados antes, durante e após as práticas corporais
realizadas.
Sobre o saber ser, o discente teve convivências de como se comportar em jogos e
brincadeiras com seus colegas. Valores como respeito mútuo, respeito às regras, cooperação e
solidariedade, além de autoconfiança, coragem, autoimagem positiva foram temas abordados
constantemente.
Seguindo o que diz Freire (2013), ensinar não é transferir conhecimento, mas oportunizar
a cada indivíduo sua própria produção, sua própria construção. Nesse sentido, procurou-se
tornar as aulas de Educação Física terrenos férteis de ensino-aprendizagem. As crianças tiveram
oportunidade de permanecer continuamente em tarefas de adaptação ao meio e aos brinquedos,
bem como de interações sociais. Além disso, as aulas sendo pautadas em vivências lúdicas, com
trabalhos individuais e grupais, buscou-se ao máximo o protagonismo dos alunos nas tarefas.
Acredita-se que essa intencionalidade elevou o nível de autonomia dos alunos por meio do
domínio do comportamento motor.
A seguir, algumas imagens das aulas dessa Unidade Didática. Destaca-se nas fotos: a)
número da aula, bem como a tarefa realizada; b) o espaço utilizado; c) materiais utilizados; e, d)
tempo de espera para execução da tarefa (não exceder o “tempo do aluno”: o ânimo pela tarefa
não pode se torna angústia pela espera).
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa foi realizada com o escopo de compreender como o brincar na Educação
Física Escolar contribui para o desenvolvimento das aptidões humanas na infância, especialmente
na promoção da autonomia da criança por meio do desenvolvimento motor. Pretendeu-se,
dessa maneira, afirmar os potenciais pedagógicos da Educação Física no contexto escolar,
especificamente na Educação Infantil.
É notório que a sistematização e planejamento das aulas são os condutores de boas
práticas pedagógicas. Sem a preparação das aulas, o significado do brincar pode ficar limitado
e acabar prejudicando o processo ensino-aprendizagem.
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Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
REFERÊNCIAS
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Editora CDG, 2017.
CREPALDI, Roselene. Jogos, brinquedos e brincadeiras. Curitiba: IESD, Brasil S.A., 2010.
117
BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 105-118, Abril/2019
Cruz Alta, RS
Educação física na educação infantil: Unidade didática em prática
BRIGO, T.
uma reflexão introdutória. In: TRIVIÑOS, Augusto Nibaldo Silva; MOLINA NETO, Vicente;
GIL, Juana Maria Sancho [et al.] (Orgs.). A pesquisa qualitativa na Educação Física:
alternativas metodológicas. 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/Sulina, 2004.
SILVINO, Santin. Educação Física: uma abordagem filosófica da corporeidade. 2. ed. rev.
Ijuí: Editora UNIJUÍ, 2003.
ISSN: 2317-3467
118
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Cruz Alta, RS
AVALIAÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA DE ESCOLARES: UM
ESTUDO COMPARATIVO EM ESCOLAS DE TERESINA - PI
RESUMO ABSTRACT
1
Graduada em Licenciatura em Educação Física pela UFPI. E-mail: marianeoliveira595@gmail.com.
2
Doutora em Saúde Pública – FSP – USP. Professora Adjunta do curso de Educação Física na Universidade
Federal do Piauí, Teresina, Piauí. E-mail: marajordanamcosta@gmail.com.
119
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
1 INTRODUÇÃO
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
Diante disso, o presente estudo tem relevância por mostrar o nível de coordenação
motora dos alunos das Séries Iniciais do Ensino Fundamental (Menor) e assim contribuir
para que o professor possa planejar suas aulas diante os resultados encontrados. Avaliar os
escolares permite ao docente desenvolver objetivos educacionais e detectar aspectos motores
que necessitem de atenção. (ROSA NETO et al., 2010).
Assim, o presente estudo teve como objetivo geral comparar o nível da coordenação
motora de alunos do Ensino Fundamental menor em escolas públicas e privadas de Teresina-PI.
2 METODOLOGIA
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A pesquisa foi realizada com 41 indivíduos, sendo a maioria do sexo masculino (56,1%)
tendo média de idade de 9,41 anos (± 1,62). Além disso, a maioria (51,2%) dos alunos era da
escola pública. Quanto ao ano escolar, 43,9% encontram-se no quinto ano (Tabela 01).
Tabela 01 - Distribuição dos participantes da pesquisa quanto ao sexo, idade, tipo de escola e ano escolar de
Teresina-PI, 2018.
VARIÁVEIS n %
SEXO
Feminino 18 43,9
Masculino 23 56,1
ESCOLA
Privada 20 48,7
Pública 21 51,2
ANO
1º 2 4,8
2º 5 12,2
3º 2 4,8
4º 14 34,1
5º 18 43,9
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
Observou-se que a maioria era do sexo masculino e a média de idade foi de 9,4 anos.
Estudo realizado por Soares et al. (2014) em Timon-MA com 108 escolares, encontrou resultados
diferentes do nosso quanto à idade e o sexo, no qual os escolares tinham idades entre 10 a 12
anos e a maioria dos participantes era do sexo feminino (50,9%), com média de idade de 10
anos. Porém, com relação ao tipo de escola, os dados corroboram com os do presente estudo,
no qual 51,85% dos escolares avaliados são de escola pública.
Quanto à classificação geral da coordenação motora dos alunos de ambas as escolas,
observou-se que 90,24% dos escolares estão na categoria “normal”. Na Tabela 02, em relação à
média, desvio padrão, valor máximo e mínimo dos alunos pesquisados, o teste trave de equilíbrio
apontou maior média (97,24) sendo seguido de salto monopedal, salto lateral e transposição
lateral com médias de 89,94, 82,21 e 59,36 respectivamente.
CLASSIFICAÇÃO n %
Coordenação boa 2 4,88
Normal 37 90,24
Perturbação na coordenação 2 4,88
TOTAL 41 100
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
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BIOMOTRIZ, v. 13, n. 1, p. 119-127, Abril/2019
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
Resultados encontrados por Carminato (2010) diferem dos resultados desta pesquisa no
qual seu estudo mostrou que a maioria das crianças pesquisadas (42,5%) apresenta perturbação
na coordenação motora indicando baixo nível de desempenho motor.
Quando comparada a média da coordenação motora entre os tipos de escola, observou-se
que as médias do quociente motor geral da coordenação motora dos escolares, não apresentaram
diferenças estatisticamente significativas (p= 0,3) quando comparadas entre os tipos (pública e
privada) de escolas.
Resultados encontrados por Soares et al. (2014) divergiram aos resultados desta
pesquisa, já que no referido estudo, houveram diferenças estatisticamente significativas (p =
0,03) na qual, alunos da escola pública obtiveram melhores resultados no nível da coordenação
motora (76,79% dentro da normalidade) quando comparados aos alunos da escola privada, que
apenas 51,93%estavam dentro dos padrões normais.
Quando investigado sobre a prática de atividade física extra escolar, 70,73% dos alunos
não praticavam a mesma, enquanto 29,27% realizava. Dentre os que praticavam, 26,83%
praticam futebol e 2,44% realizam judô. Já na comparação da frequência semanal dos que
realizam, 18,46% fazem de uma a duas vezes na semana, 9,76% de 3 a 4 vezes por semana e
4,88% cinco vezes durante a semana. Em relação ao tempo de prática, 75,01% praticam de um
a 12 meses e 24,99% de 24 a 36 meses.
Quando comparado os quocientes da coordenação motora entre os que praticam e
que não praticam atividade extra escolar, não foram observadas diferenças estatisticamente
significativas entre as médias (p=0,7), ou seja, crianças que realizam atividade física fora da
escola não obtiveram diferença quanto ao nível de coordenação motora. Isso pode ser explicado
pelo curto tempo de prática de atividade física extraclasse.
Este resultado assemelha-se aos achados de Pelozin et al. (2009) realizado com 145
estudantes do Ensino Fundamental de duas escolas da rede estadual de ensino de Florianópolis-
SC e de Sá; Carvalho e Mazzitelli (2014) que avaliaram 90 escolares da rede pública de São
Caetano e São Paulo com idades de 8 a 12 anos. Nas duas pesquisas, as atividades físicas
realizadas fora da escola não influenciaram os resultados da coordenação motora dos alunos
avaliados.
Quando comparado o quociente motor geral da coordenação motora por sexo, foi
encontrada uma média do sexo masculino superior à do sexo feminino, sendo 103,69 e 95,11
respectivamente (p=0,00) (Figura 1).
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
Figura 01 - Comparação entre as médias do quociente motor geral, entre os sexos. Teresina, 2018.
Tabela 03 - Comparação das médias dos testes trave de equilíbrio (T1), salto monopedal (T2), salto lateral (T3) e
transposição lateral (T4) respectivamente entre os tipos de escolas pesquisadas. Teresina-PI, 2018.
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Avaliação da coordenação motora de escolares: um estudo comparativo em escolas de Teresina - PI
PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
Os resultados demonstraram que alunos da escola pública têm médias superiores quanto
ao Teste de equilíbrio na trave, nos demais testes ainda que as médias não sejam significativamente
superiores, as médias são mais elevadas na escola pública, com exceção do teste T3. Estes
dados são semelhantes aos do estudo de Soares et al. (2014) que objetivaram avaliar os níveis
de coordenação motora de escolares em referência a sexo, idade, estado nutricional e instituição
de ensino, no qual os estudantes da escola pública obtiveram os melhores resultados quanto
aos níveis de coordenação motora dentro da normalidade (76,79%), quando comparados aos
escolares da instituição particular (51,93%).
A Tabela 04 mostra a associação entre atividade física realizada fora da escola e o tipo de
escola dos alunos. Obtiveram diferenças estatisticamente significativas (p=0,00) entre praticar
ou não atividade física e o tipo de escola, no qual os alunos da escola pública apresentaram
maior percentual quanto a prática de atividade física.
Tabela 04 - Associação entre atividade física extra escolar e tipo de escola pesquisada. Teresina-PI, 2018.
n % n % n %
125
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PINTO, M. O. | COSTA, M. J. M.
4 CONCLUSÃO
Foi possível concluir que a maioria dos pesquisados é do sexo masculino e estudantes
da escola pública. Quanto ao nível da coordenação motora, a maioria estava dentro do padrão
da normalidade. Quando comparado o nível da coordenação motora entre as escolas (públicas
e privadas), os alunos das escolas públicas apresentaram melhores resultados.
Ao comparar o nível da coordenação entre os sexos, o sexo masculino obteve média
superior ao das meninas. Em relação à prática de atividade física fora da escola, grande parte dos
alunos não realizam atividades extra escolares e dentre os que praticam, a maioria é da escola
pública e pratica futebol. Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas em
relação à coordenação motora dos alunos que fazem ou não fazem práticas fora do ambiente
escolar.
Sugere-se que mais estudos sejam realizados em mais escolas objetivando avaliar a
coordenação motora dos seus alunos, assim como também estudos que analisem a influência de
atividades físicas fora da escola com o nível de coordenação motora dos alunos.
REFERÊNCIAS
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ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS-OPERATÓRIO DE
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS PEDIÁTRICAS
RESUMO ABSTRACT
1
Discentes do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu – UniAteneu, Fortaleza, Ceará, Brasil.
2
Docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Ateneu – UniAteneu, Fortaleza, Ceará, Brasil.
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1 INTRODUÇÃO
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2 MÉTODOS
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ou a atuação fisioterapêutica destas. Quanto a critério de exclusão: qualquer estudo que não se
voltasse metodologicamente para pediatria ou que apresentasse caráter epidemiológico.
O Fluxograma 1, detalha o processo metodológico de seleção para o presente estudo.
ISSN: 2317-3467
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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
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4 CONCLUSÃO
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