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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA URBANA

Aluna: Isabela Veiga de Souza


Professora: Aline de Araújo Nunes
Data: 01/06/2022

ATIVIDADE PROCESSUAL 5 – CANAIS

Etapa 1: Diagnóstico da situação atual

Verificar as condições hidráulicas de funcionamento do canal atual em condições de cheia


de projeto para T = 50 anos, definindo a eventual ocorrência de transbordamento ou a
borda livre de operação.

Considerando os seguintes dados:

Trecho: 900 m
Largura área marginal: 100m
Tipo de seção: Retangular 8x3
Vazão: 90m³/s e 160 m³/s
TR: 50 anos
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Solo: Aluvionais - Tipo D
Coeficiente de Manning: Concreto – 0,015
Largura: 8 metros

Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Vazão (m³/s) 160
Coeficiente de Manning 0,015
Declividade (m/m) 0,002
Largura (m) 8

Resultados
Área molhada (m²) 33,35
Coeficiente de Manning 0,015
Declividade (m/m) 0,002
Largura superficial (m) 8
Número de Froude 0,75
Profundidade do fluxo (m) 4,168704
Vazão (m³/s) 160
Velocidade (m/s) 4,798

Deste modo, o valor retornado para a profundidade de fluxo é de ≅ 4,17 𝑚, sendo superior
a 3m. Confirmando então o transbordamento em condições de cheias para o período de
retorno de 50 anos.

Dessa forma, calcula-se a altura da lâmina d’água, utilizando os seguintes dados:

Profundidade: 3m
Tipo de seção: Retangular 8x3
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Coeficiente de Manning: Concreto – 0,015
Largura: 8 metros

Primeiramente será calculado a vazão de transbordamento.

Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Profundidade (m) 3
Coeficiente de Manning 0,015
Declividade (m/m) 0,002
Largura (m) 8

Resultados
Área molhada (m²) 24
Coeficiente de Manning 0,015
Declividade (m/m) 0,002
Largura superficial (m) 8
Número de Froude 0,787
Profundidade do fluxo (m) 3
Vazão (m³/s) 102,4921
Velocidade (m/s) 4,2710

Com o retorno de vazão igual a 102,4921 𝑚3 /𝑠 temos que:

𝑄𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 160 − 102,5 = 57,5 𝑚3 /𝑠


Com o a vazão de transbordamento, podemos encontrar o valor da altura da lâmina.
Sendo os dados:
Vazão: 57,5 m³/s
Tipo de seção: Trapezoidal
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Coeficiente de Manning: 0,060
Largura Inferior: 88 metros
Inclinação Lateral: 3 h/v

Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Vazão (m³/s) 57,50
Coeficiente de Manning 0,06
Declividade (m/m) 0,002
Largura inferior (m) 88
Inclinação lateral (h/v) 3

Resultados
Área molhada (m²) 83,42
Coeficiente de Manning 0,06
Declividade (m/m) 0,002
Inclinação lateral (h/v) 3,00
Largura superior (m) 93,52
Largura do fundo (m) 88,00
Número de Froude 0,233
Profundidade do fluxo (m) 0,92
Vazão (m³/s) 57,5
Velocidade (m/s) 0,689

Desse modo a altura da lâmina d’água é de 0,92 𝑚 e a altura superior de 93,5 𝑚 e a


velocidade de 0,689 𝑚/𝑠, sendo um valor suportado por manilhas de concreto.

Etapa 2: Estudo da nova situação – canal principal

Definir o material de revestimento e as dimensões do novo canal principal (seção


trapezoidal), em condições de cheia bianual, prevendo-se uma borda livre de operação e
verificando as condições hidráulicas de funcionamento do canal, notadamente quanto ao
regime de escoamento.

Para esse estudo utilizou-se o gabião do tipo Colchão Reno e gabiões caixas consolidados
até a superfície com mastique de betume hidráulico envolvendo as pedras superficiais. O
colchão Reno é uma estrutura metálica, em forma de paralelepípedo, de grande área e
pequena espessura. É formado por dois elementos separados, a base e a tampa, ambos
produzidos com malha hexagonal de dupla torção.

Figura 1: Esquema de Colchão Reno. Fonte: Manual Técnico - ABMS.

Vídeo demonstrando canalização trapezoidal com Colchões de Reno no Córrego Bom


Sucesso em Belo Horizonte: https://www.youtube.com/watch?v=fCnHDOaAsCk. Obra
realizada pela SUDECAP a qual buscava preservar o leito natural do córrego e minimizar os
impactos das chuvas na área.

Tipo de seção: Trapezoidal


Vazão: 90 m³/s
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Coeficiente de Manning: Colchão Reno -0,020
Largura Inferior: 8 metros
Inclinação Lateral: 1 h/v

Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Vazão (m³/s) 90
Coeficiente de Manning 0,020
Declividade (m/m) 0,002
Largura inferior (m) 8
Inclinação lateral (h/v) 1

Resultados
Área molhada (m²) 27,341
Coeficiente de Manning 0,02
Declividade (m/m) 0,002
Inclinação lateral (h/v) 1
Largura superior (m) 13,167
Largura do fundo (m) 8
Número de Froude 0,729
Profundidade do fluxo (m) 2,583362
Vazão (m³/s) 90
Velocidade (m/s) 3,292

Alterou-se para o canal o material, utilizando o gabião do tipo colchão de Reno com largura
de 8 m e profundidade de 3m, a declividade de 2% e a inclinação de 3 m.
Desta maneira a profundidade para condições de cheia bianual a profundidade do fluxo é
de ≅ 2,58 𝑚. Tem-se então ≅ 0,43 𝑚 de borda livre. Com largura superior de ≅ 13 𝑚 e
velocidade de 3,29 𝑚3 /𝑠. A fronde de 0,729 indicando escoamento subcrítico. A velocidade
limite para o colchão de Reno é proporcional a sua espessura e dimensões das pedras de
enchimento conforme figura 2 abaixo:

Figura 2: Velocidade crítica e limite para colchões de reno e gabiões caixa. Manual Técnico - ABMS

Deste modo, adotando uma espessura de 23 cm e pedras com dimensões aproximadas de


de 70 a 150 mm e 0,110 de diâmetro temos uma velocidade limite de 4,9 m³/s. Portanto, a
velocidade de 3,29m³/s é admissível.

Etapa 3: Verificação da nova situação para cheia cinquentenária

Verificar as condições de funcionamento do conjunto do sistema (canal principal + áreas


laterais) para conduzir a vazão correspondente a T= 50 anos.

Tipo de seção: Trapezoidal


Profundidade: 3 m
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Coeficiente de Manning: Colchão Reno - 0,020
Largura Inferior: 8 metros
Inclinação Lateral: 1 h/v
Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Profundidade (m) 3
Coeficiente de Manning 0,020
Declividade (m/m) 0,002
Largura inferior (m) 8
Inclinação lateral (h/v) 1

Resultados
Área molhada (m²) 33
Coeficiente de Manning 0,02
Declividade (m/m) 0,002
Inclinação lateral (h/v) 1
Largura superior (m) 14
Largura do fundo (m) 8
Número de Froude 0,739
Profundidade do fluxo (m) 3
Vazão (m³/s) 117,2044
Velocidade (m/s) 3,552

Obtém-se então que a vazão suportada do canal principal é de 117,20 𝑚3 /𝑠 e a vazão para
o tempo de retorno de 50 anos é de 160 𝑚3 /𝑠, portanto, ocorrendo transbordamento.

𝑄𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑏𝑜𝑟𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 = 160 − 117,20 = 42,8 𝑚3 /𝑠

Figura 3: Coeficiente de Manning para canais com gramas. Fonte: Guia FHWA-TS-84-204.

Com o a vazão de transbordamento, e considerando que o crescimento da grama da área


de transbordamento é de duas vezes a altura da vegetação, sendo este valor de coeficiente
Manning de 0,010 podemos encontrar o valor da altura da lâmina. Sendo os dados:
Vazão: 42,8 m³/s
Tipo de seção: Trapezoidal
Declividade: 0,2% (0,002 m/m)
Coeficiente de Manning: 0,010
Largura Inferior: 88 metros
Inclinação Lateral: 3 h/v

Sendo assim, inserindo no software SisCCOH, temos:

SisCCoH - Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos


Seções Regulares

Dados de Entrada
Vazão (m³/s) 42,8
Coeficiente de Manning 0,010
Declividade (m/m) 0,002
Largura inferior (m) 88
Inclinação lateral (h/v) 3

Resultados
Área molhada (m²) 23,421
Coeficiente de Manning 0,01
Declividade (m/m) 0,002
Inclinação lateral (h/v) 3
Largura superior (m) 89,583
Largura do fundo (m) 88
Número de Froude 1,141
Profundidade do fluxo (m) 0,2637802
Vazão (m³/s) 42,8
Velocidade (m/s) 1,827

Na situação estudada para o tempo de retorno de 50 anos a altura da lâmina d’água na área
é de aproximadamente 0,26 𝑚.

Portanto manteve-se o canal com 8 metros, mas alterando com gabião de colchão de Reno
de seção trapezoidal e revestindo a área de transbordo, também com seção trapezoidal
revestida com grama.
Recomenda-se a implementação de um parque linear para aproveitamento da área na
maioria dos anos. Os parques lineares são obras que buscam trazer a conservação e
preservação do meio ambiente por meio da implementação de áreas verdes em ambientes
urbanos, fazendo corredores ecológicos ao redor dos canais.

Os parques induzem a mobilidade urbana sustentável e também, promovem a


sociabilização. Os ambientes criados por esses parques facilitam a locomoção a pé e para
ciclistas, além de promover passeios em família ou confraternizações entre amigos em meio
a natureza.

Tendo-se consciência da possibilidade de extravasamento da água do córrego, ou seja,


alagamento da área marginal em épocas de cheia. Portanto além das gramas pode-se inserir
espécies de vegetação nativa as quais auxiliarão no processo de infiltração de água no solo,
e terão um impacto significativo na qualidade de vida dos moradores melhorando a
qualidade do ar, microclima e sendo um local de lazer meio a natureza.

Referências bibliográficas:

Manual Técnico – Revestimento de canais e cursos de água. Associação Brasileira de


Mecânica dos Solos (ABMS) . MACCAFERRI do Brasil, 2017. Acesse em:
https://marcosporto.eng.br/wp-content/uploads/2018/02/TM-_-BR-_-Manual-de-
Canais-_-PT-_-Feb21.pdf. Acessado em Jun. 2022.

Profa. Aline de Araújo Nunes. Notas de Aula, 21.2. URB 115 – Drenagem Urbana.
Departamento de Engenharia Urbana (DEURB). Jun. 2022.

BAPTISTA, Márcio et al. SisCCoH: Sistema para Cálculos de Componentes Hidráulicos.


1.1. 1.1. ed. Belo Horizonte, 2019. Disponível em:
https://www.pimentadeavila.com.br/sisccoh/. Acesso em: Jun. 2022.

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