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XIII Encontro Nacional de Águas Urbanas

Outubro/2020 – Porto Alegre/RS

PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO DE TRINCHEIRA DE INFILTRAÇÃO PARA


MINIMIZAR DANOS CAUSADOS PELAS CHUVAS NA REGIÃO DA
PAMPULHA, EM CONTAGEM-MG

Júlia Cordeiro Vieira 1; Larissa Ribeiro de Faria 2; Mateus Rocha Merched 3 & Lineker Max
Goulart Coelho 4

RESUMO – A recorrência de inundações e alagamentos é um grave problema presente em grandes


centros urbanos, como a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A causa, entre outros
fatores, são o avanço da urbanização e impermeabilização do solo. A região da Pampulha é uma das
mais afetadas pelas chuvas em Belo Horizonte-MG. Como alternativa sustentável de solução,
destacam-se as técnicas compensatórias em drenagem urbana. No Brasil, as técnicas mais frequentes
têm sido os sistemas de infiltração ou armazenamento temporário das águas. Neste contexto, este
estudo propõe a implantação de uma trincheira de infiltração em um canteiro central localizado em
Contagem-MG. O objetivo é minimizar o escoamento de água superficial que chega a jusante no
Córrego Sarandi, um dos principais afluentes da Lagoa da Pampulha. Os resultados mostraram que a
técnica auxiliou na redução do pico de vazão em 58% e no atraso do pico em 71%. Deste modo, o
dispositivo se mostrou eficaz ao objetivo proposto. Este estudo apresenta, portanto, contribuição
prática, ao identificar solução para um problema real, e acadêmica, ao discutir os sistemas
sustentáveis de drenagem urbana e o contexto pelo qual se torna presente a problemática das chuvas
na RMBH, além de servir de base para estudos semelhantes.

ABSTRACT– The recurrence of floods is a serious problems in large urban centers, such as the
Metropolitan Region of Belo Horizonte (RMBH). The cause, among other factors, are the advance of
urbanization and impervious soils. The Pampulha region is one of the most affected areas by the rains
in Belo Horizonte-MG. As a sustainable alternative to solve this problem, urban stormwater runoff
management systems are highlighted. In Brazil, the most used techniques are based on infiltration or
temporary stormwater storage systems. In this context, this study proposes the implementation of a
stormwater infiltration trench in a central reservation located in Contagem-MG. The aim is to
minimize stormwater runoff that reaches downstream of Sarandi Stream, one of the main affluents of
Pampulha. As a result, the technique reduced the peak flow in 58% and the delay of the peak in 71%.
Thus, the device showed to be effective for the proposed objective. Therefore, this study presents
practical contribution, by identifying a solution to a real problem, also an academic contribution, by
discussing low impact development of urban drainage systems and the context which the problem of
floods in the RMBH becomes present. Besides this serves as a basis for similar studies..

Palavras-Chave – técnica compensatória; trincheira de infiltração; manejo de águas pluviais.

1) Estudante de Mestrado em Construção Sustentável, Engenheira de Produção Civil, Técnica em Edificações, juliacordeiroengcivil@gmail.com,
2) Estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, larissaribeiro1705@gmail.com,
3) Estudante de Engenharia Ambiental e Sanitária, Licenciado em Ciências Biológicas, Analista de Sistemas de Informações Geográficas,
mrmerched@yahoo.com.br,
4) PhD, Professor do Departamento de Engenharia Civil, lineker@cefetmg,
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFETMG), Departamento de Engenharia Civil, Av. Amazonas, nº 7675, Prédio 12, Nova
Gameleira, 30510000, Belo Horizonte - MG, Tel./Fax: (31) 33196810, e-mail: secretaria@civil.cefetmg.br

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1. INTRODUÇÃO
Segundo Mendonça e Costa (2003), o processo histórico de metropolização do município de
Belo Horizonte, localizado no estado de Minas Gerais, é marcado por uma intensa segregação
socioespacial, cujas principais mudanças ocorreram a partir da década de 70. Este processo,
caracterizado por um acentuado crescimento demográfico e pelo deslocamento da população das
áreas centrais para as periferias intramunicipais, resultou na estruturação da Região Metropolitana de
Belo Horizonte (RMBH) (Mendonça; Costa, 2003).
Com a proliferação do tecido urbano, surgem conjuntos residenciais e complexos industriais,
núcleos suburbanos e aglomerados (Lefebvre, 1999). Entretanto, surgem também alterações no meio
ambiente, como desmatamento de matas ciliares, poluição, impermeabilização de superfícies e
canalização de rios, gerando uma série de impactos aos recursos hídricos e tornando as áreas urbanas
mais propensas a inundações (Hall, 1984).
Belo Horizonte está inserida neste contexto, cujos avanços da ocupação e impermeabilização
do solo, aliados ao lançamento de efluentes não tratados e às canalizações e retificações de rios, têm
resultado na ocorrência de inundações, transbordamentos e alagamentos a cada estação chuvosa
(PBH, 2016b). Segundo dados do CBHRV (2015), as ocupações do solo pela área urbana nas
Unidades Territoriais Estratégicas (UTE) dos ribeirões Onça e Arrudas, nas quais os municípios de
Contagem e Belo Horizonte estão inseridos, correspondem a 86,6% e 75,7%, respectivamente.
Como alternativa sustentável para minimizar os efeitos da urbanização, destacam-se as técnicas
compensatórias de drenagem, desenvolvidas na década de 70, na América do Norte (Ottoni et al.,
2018). Segundo Baptista et al. (2011), as técnicas compensatórias são estratégias alternativas de
controle, capazes de propiciar o aumento das taxas de evapotranspiração, infiltração ou detenção de
água, promovendo a desaceleração do escoamento superficial a jusante e beneficiando a qualidade da
água escoada. Como são aplicadas preferencialmente em locais com disponibilidade de território ou
em áreas verdes, estas técnicas podem agregar ganhos urbanos, funcionais e paisagísticos, quando
integradas a locais públicos, como ruas, passeios e praças (Ottoni et al., 2018).
Desde então, várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas neste contexto. Em Nova York,
Zahmatkesh et al. (2015) verificaram que medidas, como a captação de água da chuva, o uso de
pavimento poroso e de células de bioretenção, seriam capazes de reduzir o escoamento de águas
pluviais de uma bacia hidrográfica em 28% e 14%, para períodos de retorno de 2 e 50 anos,
respectivamente, e de reduzir entre 8 e 13% as taxas de pico de fluxo. Na Malásia, Ahmed et al.
(2017) verificaram que a aplicação de trincheiras de infiltração em um sistema de captação poderia
reduzir o pico de fluxo na faixa de 20,95% e 17,5%. No Brasil, Gonçalves et al. (2018) verificaram

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que tanques de detenção, trincheiras de infiltração e jardins de chuva, aplicados em diferentes


combinações e cenários, poderiam reduzir o volume total de inundações entre 30% e 75%.
Conforme apontado por Lucas et al. (2015) e pela PBH (2016a), a Pampulha é uma das
regionais mais afetadas e vulneráveis pelas chuvas. Segundo a PBH (2016b), diversas ações e
políticas de saneamento têm sido tomadas para minimizar o efeito de inundações na região, gerando
resultados positivos a partir de 2006. Uma delas foi a participação da cidade no Projeto SWITCH
(Sustainable Water Management Improves Tomorrow’s Cities’ Health), entre 2006 e 2010, no qual
foram implantadas e monitoradas várias técnicas compensatórias de infiltração, detenção e captação
de águas pluviais (Butterworth et al., 2011). No entanto, o funcionamento do sistema de drenagem
ainda é insatisfatório e a região continua sofrendo com o problema, devido, entre outros fatores, à
dificuldade na sua gestão integrada, à existência de lançamentos clandestinos de esgotos e à
descontinuidade de obras de drenagem, principalmente por falta de recursos (PBH, 2016b).

2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é dimensionar uma trincheira de infiltração em Contagem-MG,
visando minimizar o efeito proveniente das chuvas na região da Pampulha.

3. MÉTODO
O método deste trabalho está dividido em três etapas principais:
1. Caracterização do estudo de caso;
2. Caracterização da técnica compensatória;
3. Dimensionamento do sistema.

3.1. Caracterização do estudo de caso


Um dos principais afluentes da Lagoa da Pampulha é o Córrego Sarandi, que nasce no
município de Contagem-MG e é um dos maiores na região, tanto em área de drenagem quanto em
poluição (SUDECAP, 1997). Segundo dados da PBH (2016b), o Córrego Sarandi é integrante da
UTE Ribeirão Onça e possui uma ocupação de 254,17 hectares, atingindo uma população de 22.899
habitantes. Além disso, possui um Índice de Drenagem Urbana (IDR) de apenas 47%, o que indica
insuficiência do seu sistema na capacidade de drenagem das águas pluviais (PBH, 2016b). Fato que
é corroborado pela insalubridade ambiental existente no local e pelos seus diversos pontos de
alagamentos e inundações.
Deste modo, o local escolhido para a aplicação da técnica compensatória proposta foi um
canteiro central, localizado na Avenida Águas Marinhas, no município de Contagem-MG. O motivo
da escolha se deve pela sua grande disponibilidade de área permeável e por estar localizado em uma
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via que intercepta com o Córrego Sarandi. Trata-se de uma área de servidão para passagem de linhas
de transmissão de energia elétrica, ocupada atualmente pela Companhia Energética de Minas Gerais
(CEMIG), conforme ilustra a Figura 1.

(a) (b)
Figura 1 – Canteiro central – (a,b) vista para jusante da Av. Águas Marinhas em Contagem/MG
Considerando a geometria e as características do canteiro central, este estudo vem propor a
implantação de uma trincheira de infiltração, visando ampliar a capacidade de infiltração no solo e
de armazenamento temporário de água pluviais da via. Por ser uma área de uso restrito, característico
de áreas de servidão, considerou-se o dispositivo adequado por ser uma técnica de fácil execução e
que agregaria ao canteiro uma nova funcionalidade. Além disso, a técnica admite que seu acabamento
superficial seja realizado com grama, permitindo assim a continuidade de passagem de pedestres no
local, sem que ocorram prejuízos paisagísticos ao canteiro.

3.2. Caracterização da técnica compensatória


Segundo Baptista et al. (2011), as trincheiras de infiltração são escavações retangulares pouco
profundas, preenchidas por material granular graúdo, como britas e seixos, que podem ser
implantadas sobre solos permeáveis em áreas verdes em geral, terrenos esportivos, estacionamentos
e ao longo de passeios ou vias. Seu fundo e laterais precisam ser revestidas por uma manta geotêxtil,
visando minimizar a passagem de sedimentos no interior da estrutura, e sua superfície pode ser
coberta por grade, pedras, areia e grama (USKH, 2008).
Estes dispositivos visam favorecer o armazenamento temporário e a infiltração de águas
pluviais, promovendo a redução do escoamento superficial nas vias, retardando os picos de vazão e
aliviando o corpo hídrico a jusante (Baptista et al., 2011). Além disso, o uso de trincheiras de
infiltração pode propiciar a mitigação de materiais suspensos e outros poluentes provenientes das
vias, como metais pesados (Silva et al., 2010). No entanto, a desvantagem destes dispositivos é que
necessitam de manutenção periódica para o controle da sua colmatação (SMDU, 2012).

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3.3. Dimensionamento do sistema


Primeiramente, realizou-se uma estimativa do comportamento hidrológico da bacia em caso de
chuva. Para isso, construiu-se o hietograma de projeto pelo método dos blocos alternados, descrito
pela SMDU (2012), e o hidrograma da bacia pelo método do hidrograma unitário, descrito por
Collischonn e Tassi (2008). Em seguida, estimou-se o hidrograma após a implantação da técnica
compensatória, por meio do método da curva envelope (DAEE/CETESB, 1980). Ao final, os
resultados foram comparados. Foram considerados passos de tempo de 2 em 2 minutos, um período
de retorno (T) de 10 anos, com uma duração de chuva (d) de 10 minutos.
As intensidades da chuva, para a determinação do hietograma, foram estimadas pela equação
IDF válida para a RMBH (Equação 1), fornecida por Pinheiro e Naghettini (1998).

𝐼 = 0,76542 𝑑 (−0,7059) 𝑝 (0,5360) μ 𝑇,𝑑 (1)

Onde: I = intensidade de precipitação [mm/h]; d = duração da precipitação [h]; p = precipitação


média anual no local [mm]; μ 𝑇,𝑑 = quantil adimensional regional de T e d.
Para determinação do hidrograma unitário, foram calculados o tempo e a vazão de pico, bem
como as vazões para cada passo de tempo (equações 2 a 5) (Collischonn; Tassi, 2008). Em seguida,
os resultados foram discretizados por meio do método da convolução, descrito por Collischonn e
Tassi (2008), fornecendo o hidrograma de projeto final.

𝑡𝑏
𝑇𝑝 = (2)
2,67
𝐴
𝑞𝑃 = 0,208 (3)
𝑇𝑝

𝑡
𝑞(𝑡) = 𝑞𝑃 (𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜) (4)
𝑇𝑝

(𝑞𝑝 𝑡)
𝑞(𝑡) = 1,6𝑞𝑃 − (𝑞𝑃 𝑡 ∗ (𝑎𝑝ó𝑠 𝑜 𝑝𝑖𝑐𝑜) (5)
(1,67 𝑇𝑝 )

Onde: 𝑇𝑝 = tempo de subida do hidrograma [h]; 𝑡𝑏 = tempo de base [h]; A = área da bacia [Km²];
𝑞𝑝 = vazão de pico por mm de chuva efetiva [m³/s.mm] e 𝑞(𝑡) = vazão por mm de chuva efetiva para

cada passo de tempo (t) [m³/s.mm].

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados obtidos para o comportamento hidrológico da bacia, em caso de chuva, antes e
depois da implantação da técnica compensatória, bem como do dimensionamento do sistema da
proposto, estão descritos a seguir.
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4.1. Comportamento hidrológico da bacia


A área do canteiro central foi calculada em 5.545,89m², com base na topografia do local, com
auxílio dos softwares Google Earth Pro e Autodesk AutoCAD 2018. Já a área de captação da bacia
foi estimada 31.215,77m², definida adicionando-se à área original uma projeção (offset) de 30 metros
ao seu redor, visando abranger a contribuição de escoamento proveniente das casas localizadas no
entorno do local de estudo. A Figura 2 ilustra a vista superior do canteiro e a da área de captação. O
hietograma da bacia está apresentado na Figura 3.

Córrego Sarandi

Área de contribuição
A = 31.215,77m²

Figura 2 – Canteiro central – Planta de localização

Figura 3 – Hietograma de projeto pelo método dos blocos alternados

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Após o cálculo do hidrograma unitário e a convolução de seus resultados, obteve-se hidrograma


de projeto da bacia original, representado na Figura 4. A partir disso, foi possível realizar o
dimensionamento do sistema da técnica compensatória proposto neste estudo.

Figura 4 – Hidrograma de projeto

4.2. Dimensionamento do sistema


Definiu-se como o formato da trincheira de infiltração uma vala retangular ao longo do
comprimento do canteiro (Figura 5), com 3,00m de comprimento e 1,25m de profundidade, visando
propiciar uma área maior de captação de água e minimizar o grau de dificuldade de sua construção.

Figura 5 – Trincheira de infiltração – Vista superior


A trincheira será preenchida por brita 3 e revestida no fundo e laterais por manta geotêxtil. A
sua superfície será coberta por grama. Além disso, ao longo de seu comprimento serão instalados
tubos extravasores de 150mm de diâmetro, espaçados entre si a cada 30 metros, visando amortecer o
escoamento da água e encaminha-la para a sarjeta, em caso de preenchimento completo (Figura 6).

Figura 6 – Trincheira de infiltração – Corte AA

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Após estabelecidos os parâmetros de projeto da trincheira, obteve-se a configuração do


hidrograma de projeto final (Figura 7), na qual as curvas azul e laranja representam o comportamento
da bacia antes e após a implantação da técnica compensatória.

Figura 7 – Hidrograma de projeto com e sem a técnica compensatória


Os resultados permitiram verificar que aplicação da técnica compensatória propiciou um
amortecimento de 58% no pico de vazão da bacia (de 1,137 m³/s para 0,482 m³/s), com um retardo
de 71% no tempo de pico (de 14 min para 24 min).
Analisando os volumes de entrada e saída na bacia ao longo do tempo, a altura molhada máxima
dentro do dispositivo foi de 0,37 metros. Deste modo, a profundidade dimensionada para a trincheira
(1,25m) é suficiente para comportar o escoamento de águas pluviais com folga. Além disso, os
resultados mostram que o projeto tem capacidade de ser ampliado para atender a mais ruas da região.

5. CONCLUSÕES
Este trabalho avaliou a eficácia de uma trincheira de infiltração teórica, a ser implantada em um
canteiro central em Contagem-MG, na redução do escoamento de águas pluviais que chegam à jusante
no Córrego Sarandi. Por meio da análise do comportamento hidrológico da bacia, comparou-se os
resultados das vazões de entrada e saída no dispositivo, por meio do método da curva do envelope.
Os resultados permitiram verificar que o dimensionamento da trincheira de infiltração propiciou
capacidade de atender ao objetivo deste trabalho, uma vez que auxiliou significativamente na redução
e no atraso do pico de vazão do hidrograma de chuva.
A implantação deste tipo de técnica possui grande potencial para reduzir o efeito das inundações
na Pampulha, uma vez que existem diversos canteiros centrais semelhantes a este na região, os quais
também são interceptados por vias com córregos canalizados.
A fim de complementar a pesquisa, sugere-se estudos futuros para avaliar o desempenho da
técnica ao longo do tempo, por meio de simulações, bem como o efeito de mudanças climáticas,
visando propiciar melhores resultados na mitigação de enchentes na região.

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