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EAD

1. OBJETIVOS
-
finição e a função dos sistemas operacionais em um siste-
ma de computação moderno.
Conhecer a evolução dos sistemas operacionais e sua es-
trutura básica.
Avaliar as características dos sistemas operacionais e as
principais diferenças entre as versões apresentadas.

2. CONTEÚDOS
Introdução e definição de sistemas operacionais.
Histórico e evolução dos sistemas operacionais.
Estruturas básicas de sistemas computacionais e de siste-
mas operacionais.
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3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
apresenta essencial importância
para a área de Computação, pois possibilita a compreen-
são de todo o funcionamento, especialmente em termos
de gerenciamento de e , de um com-
putador. Ela o ajudará a compreender muitos aspectos da
Computação que lhe serão úteis em outras subáreas, tais
como a Programação e a Arquitetura de Computadores.
Especialmente por esses motivos, o estudo deste material
deve ser feito com atenção, e não como uma leitura rápi-
da, pois os fundamentos apresentados serão úteis para o
seu aprendizado.
Por esta ser a primeira unidade, apresentaremos duas re-
ferências bibliográficas principais que foram usadas como
fontes de consulta e embasamento teórico para a produção
deste conteúdo; portanto, a consulta a elas ou, pelo me-
nos, a uma delas é fundamental. Não acredite que, neste
material, esgotaremos os assuntos apresentados em cada
unidade, pois não temos por objetivo reproduzir os livros
que são considerados clássicos e que foram consagrados
na área de Sistemas Operacionais. Por isso, este material foi
construído com o objetivo de oferecer-lhe o direcionamen-
to para os estudos e apresentar-lhe a base teórica necessá-
ria para sua formação em , mas você
terá grandes ganhos consultando as bibliografias originais e
aprofundando seus conhecimentos. Os livros aos quais nos
referimos são os seguintes:
DEITEL, H. M.; DEITEL, P. J.; CHOFFNES, D. R.

Esta unidade introduzirá os conceitos fundamentais so-


bre sistemas operacionais, bem como apresentará uma
abordagem, sob a perspectiva da evolução histórica,
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desses sistemas, que se deu com maior ênfase na se-

bibliografias, você encontre uma divisão das gerações


dos computadores diferente, em relação ao período em
anos, da que é apresentada neste material. Isso se deve

Você observará, ao estudar esta unidade, que os sis-


temas operacionais não foram concebidos da maneira
como os conhecemos hoje. Eles foram adaptados com

tecnologias computacionais.
Ao consultar a internet, você poderá encontrar informa-
ções sobre a história de cada sistema operacional, fatos
sobre a criação do sistema e seus criadores, bem como
informações sobre a utilização e as características e,
em alguns casos, sobre a saída do sistema do mercado,

Seja curioso(a) sobre esses aspectos e consulte outras


fontes de informação para ter detalhes dos assuntos
atuais que envolvem os sistemas operacionais.
Antes de iniciarmos os estudos desta unidade, apresen-

-
gital. Também apresentaremos outros personagens im-
portantes na história e evolução da computação: John

Charles Babbage (1791-1871)


Charles Babbage nasceu em 26 de dezembro de

proporcionou-lhe uma vida abastada desde o início.

descontente com o ensino em Cambridge, estudando


por conta própria as obras de Newton, Leibniz e Euler.
Em 1812, encorajado pelos amigos, montou a "Socie-
dade Analítica", formada por estudantes de Cambridge.
Seus primeiros trabalhos foram a história do cálculo e
uma tradução inglesa de Lacroix. Aos 24 anos, em 1816,
foi eleito membro da Royal Society de Londres. Passou
a escrever diversos artigos a respeito de diferentes tópi-
cos da Matemática, nenhum, porém, particularmente importante.
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Apesar de ter se tornado um membro, assim descreveu o Conselho da Socieda-


de Real: "Um monte de homens que se elegeram uns aos outros, jantam juntos
à custa da Sociedade para se louvarem uns aos outros regados a vinho e para
depois entregarem medalhas uns aos outros".
Em 1819, formulou um plano para a construção de tabelas de logaritmos a par-
tir de cálculos efetuados por uma máquina. Começou a construir uma pequena
"Máquina de Diferenças", terminando seu projeto em 1822. Anunciou sua inven-
ção ao mesmo tempo em que proclamou a necessidade de construir uma má-
quina maior. Em 1823, foi condecorado pela Sociedade Astronômica por sua
pequena máquina. Começou, então, a buscar recursos para a construção da

da construção de sua máquina, que, inclusive, apresentava, teoricamente, um


mecanismo de impressão automático.
O orçamento inicial "estourou", e a construção mostrou-se mais lenta que o es-
perado. Em 1827, várias tragédias se abateram sobre Babbage. Morreram seu

necessário suspender o projeto por alguns anos. De 1834 a 1842, a construção


foi retomada com grandes gastos do governo e, também, de sua fortuna pessoal.
Até que, como os resultados não se mostravam satisfatórios, o governo suspen-
deu a ajuda, e o projeto novamente estancou.
Durante a construção da Máquina de Diferenças, Babbage vislumbrou a ideia de

tenha passado dos desenhos e planos, contemplava, em essência, os funda-


mentos dos modernos computadores.
Babbage faleceu em Londres em 18 de outubro de 1871 e, embora seus planos
de Máquina Analítica nunca tenham saído do papel durante sua vida, tornaram-
-se clara indicação, mais tarde, que, com o desenvolvimento dos recursos tec-
nológicos, suas ideias (com vários aperfeiçoamentos, evidentemente) seriam
postas em prática e transformariam o mundo no século 20 (imagem disponível
em: <http://history-computer.com/People/BabbageBio.html>. Acesso em: 02 jul.
2010. Texto adaptado do site disponível em: <http://history-computer.com/Peo-
ple/BabbageBio.html>. Acesso em: 02 jul. 2010).

John Adam Presper Eckert Jr. (1919-1995)


Engenheiro e inventor pioneiro da computação, nascido
na Philadelphia, construiu o UNIVAC I, uma versão
aperfeiçoada e mais comercial (1951). Graduado
na University of Pennsylvania (1941), defendeu seu
mestrado (1943) em engenharia eletrônica. Trabalhou
com John W. Mauchly e foi engenheiro-chefe no
desenvolvimento do primeiro computador digital
eletrônico, o ENIAC, na Moore School da University of
Pennsylvania. O ENIAC (1942-1946) pesava várias
toneladas, tinha 18.000 válvulas eletrônicas e resistores,
bem como custou 500.000 dólares. Esse princípio da
computação eletrônica foi feito com 500.000 conexões
soldadas à mão, que eram usadas para perfurar dados
em cartões de armazenamento. Isso era bastante primitivo se comparado
ao impressionante microcomputador que temos atualmente. O motivador da
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construção desse computador foi o exército americano, que precisava fazer algo
que aumentasse a demanda de cálculos. O computador era capaz de fazer 5.000
operações por segundo e ocupava uma área de 1.000 pés quadrados. Com
John Mauchly, fundou (1947) a Eckert-Mauchly Computer Corp. para construir
máquinas baseadas em suas experiências com o ENIAC e o EDVAC, o Electronic
Discrete Variable Automatic Computer, e tornou-se seu vice-presidente. A única
máquina que a companhia construiu foi o BINAC. Antes de completar o UNIVAC,
Remington Rand Division da Sperry Rand Corporation (1955-1962) e continuou
no mesmo cargo quando a empresa se tornou UNIVAC e, mais tarde, UNISYS.
Acumulou mais de 85 patentes sobre vários inventos eletrônicos. Recebeu seu
título de doutor honorário da University of Pennsylvania (1964) e morreu em Bryn
Mawr, Pennsylvania, USA (imagem disponível em: <http://www.oss.cayey.upr.
07 jul. 2010. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.dec.ufcg.edu.br/
cesso em: 07 jul. 2010).

John William Mauchly (1907-1980)


John William Mauchly (30 ago. 1907 – 8 jan. 1980) era um
físico americano que, com J. Presper Eckert, criou o ENIAC,
o primeiro computador digital, tal como o EDVAC, BINAC e
UNIVAC I, o primeiro computador comercial dos EUA.
Juntos, criaram a primeira empresa de comercialização
de computadores, a Eckert-Mauchly Computer
Corporation (EMCC), e foram pioneiros da concepção
do computador, incluindo programas armazenados e
linguagem de programação. Apresentou o primeiro curso
de computação (as Moore School Lectures
no crescimento do desenvolvimento dos computadores

disponível em: <http://www.energyquest.ca.gov/scientists/images/mauchly.jpg>.


Acesso em: 07 jul. 2010. Texto adaptado do site disponível em: <http://www.
ticinfo.esmga126.tripod.com/id2.html>. Acesso em: 07 jul. 2010).

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nesta primeira unidade, você aprenderá sobre a funcionalidade
básica de um computador e acompanhará um breve histórico dos mar-
cos mais importantes de sua evolução e, consequentemente, do sur-
gimento e da evolução dos sistemas operacionais. Conhecerá, ainda,
a importância e as funcionalidades gerais de um sistema operacional.
Para que um computador moderno tenha bom desempe-
nho, é necessário que ele possua um sistema operacional, ou seja,
um tipo básico de que age como supervisor para todos
os aplicativos.
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Os podem ser divididos, basicamente, em dois tipos:


programas do sistema, que manipulam as operações do computador,
tais como compilares, interpretadores de comandos e interfaces gráficas
– GUI ( ): família Windows, MacOS, entre outros –
e programas aplicativos, usados pelo usuário para realizar algum cálculo,

O programa do sistema mais importante é o sistema opera-


cional, que controla todos os recursos do computador e gerencia a

Por questões de praticidade e, também, por ser usual na

5. CONCEITO DE SISTEMAS OPERACIONAIS


Segu -
racional é um software que habilita as aplicações a interagir com o
hardware de um computador".
-
nal moderno pode ser constituído de vários processadores, me-
mória principal, relógios, terminais, discos, redes de comunicação,
dispositivos de entrada e saída, entre outros componentes. Ainda
segundo o mesmo autor, é pelo fato de os sistemas computacio-
, o sistema
operacional, que gerencia todos esses componentes e fornece aos
programas do usuário uma interface com o mais simples.
Dessa forma, o sistema operacional tem a tarefa de gerenciar
todos esses componentes e, consequentemente, poupar o progra-
mador da
Imagine uma operação "simples" de gravação de arquivo

Imaginou? É simples, não é? Usando alguma interface gráfica,


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apenas "arrastar-soltar", e o arquivo já seria copiado para a uni-

operações envolvidas nessa gravação de arquivo. Todas elas são


realizadas pelo sistema operacional; graças a ele, temos a falsa
sensação da simplicidade ao acessarmos a unidade de armazena-

Se não existisse o sistema operacional, cada programador teria de


inventar a maneira de um programa apresentar os textos ou gráfi-
cos na tela, enviar dados para a impressora, ler e gravar arquivos
em discos e executar algumas funções que conciliam, de forma
eficiente e segura, o hardware e o software.

6. SISTEMA OPERACIONAL COMO UMA MÁQUINA


VIRTUAL E COMO UM GERENTE DE RECURSOS
Podemos analisar o sistema operacional sob dois aspectos:
como uma máquina virtual ou como um gerente de recursos. Ele
é visto como uma máquina abstrata, ou máquina virtual, por es-
conder os detalhes de implementação e facilitar as rotinas que são

anteriormente sobre a gravação de arquivo em unidade de disco

No segundo aspecto, quando o sistema operacional é visto


como um gerente de recursos, é preciso analisá-lo sob o ponto
de vista do gerenciamento dos recursos de um computador, tais
como: o processador, a memória, os discos, o monitor, o teclado,
a impressora, as interfaces, a câmera de vídeo, entre outros recur-
sos que estejam conectados a ele. Nesse caso, o S.O. atua como

-
42

citações pelo uso do processador ou da memória, de acordo com

oportunidade de estudar como essa decisão é tomada.


A seguir, vamos apresentar o modo como o sistema opera-
cional pode ser representado.

Máquina de níveis
O sistema computacional pode ser visto por uma divisão em
níveis, e cada nível representa uma camada com funcionalidades
específicas. Essa divisão é conhecida como máquina de níveis. A
divisão de funcionalidades em camadas favorece a implementação
de sistemas operacionais e possibilita ao programador de aplica-
ções trabalhar com abstrações de alto nível sem se preocupar com
os detalhes durante a implementação.

preocupar com o processo de gravação diretamente no , teria


de conhecer todo o funcionamento de leitura/gravação especificamente
no disco utilizado, além dos demais processos envolvidos. Isso seria
difícil, visto que o programador deveria conhecer todo o funcionamento
de cada componente de .
Ao criar programas com a utilização de arquivos, também

-
ne a quantidade de ações que o usuário poderia requerer e que o
programador deveria implementar.
O sistema operacional facilita o desenvolvimento de aplica-
. Isso é possível
sobre a camada
de , que gerencia todas as partes do sistema. O usuário,
então, é presenteado com uma interface que é mais fácil de enten-
der e de programar. Essa interface é chamada de máquina virtual
ou de máquina multiníveis por alguns autores.
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A maioria dos computadores modernos possui uma estru-

pode conter mais ou menos níveis, de acordo com a necessidade;


cada nível, por sua vez, possui funcionalidades específicas, varian-

Aplicativos

Utilitários

Sistema Operacional

Linguagem de Máquina

Microprogramação Hardware

Dispositivos Físicos

Fonte
.

Confira, a seguir, a definição de cada nível.


Dispositivos físicos: refere-se ao equipamento, como,

tubo de raios catódicos.


Microprogramação: é a camada superior aos dispositivos
físicos e é, basicamente, constituída por capazes

para adicionar e subtrair, respectivamente.


Linguagem de máquina: é constituída por instruções
que movem os dados pela máquina, efetuando opera-
ções lógicas e aritméticas.
Sistema operacional: possui duas funções principais: es-
, oferecendo ao pro-
gramador uma interface mais fácil de trabalhar, e geren-
ciar os recursos compartilhados de forma sincronizada.
Utilitários: representa os programas independentes da
aplicação, dos quais alguns são fornecidos pelo fabrican-
-
ladores.
44

Aplicativos: representa a camada de programas escritos


pelos usuários.
O sistema operacional está presente em telefones móveis,
máquinas de lavar e outros eletrodomésticos, automóveis, eleva-
dores, computadores pessoais, e dispositivos de tec-

funcionamento dos serviços oferecidos pelo equipamento. Assim


como a tecnologia de teve uma evolução com relação

maior capacidade de processamento e armazenamento, os sis-


temas operacionais, que são , evoluíram para oferecer,
adequadamente, acesso a esses serviços. Aliás, o tópico seguinte
apresenta justamente isso, a evolução dos sistemas operacionais.

7. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DOS COMPUTADORES


Você já leu ou, pelo menos, ouviu falar que os primeiros
computadores eram imensos, ocupavam salas enormes, eram mo-
vidos por uma infinidade de válvulas e tinham um funcionamento
duvidoso. Agora, você acompanhará um pouquinho da evolução
desses "monstros" até os computadores "inteligentes" e, algumas

era conhecido como Máquina Analítica, possuía o conceito de


CPU ( , em português, Unidade Central de
Processamento), memória, UC (Unidade de Controle) e dispositivos
de entrada/saída, além de um que possibilitava seu uso.
45

Houve vários avanços tecnológicos e inventos importantes

poderá acompanhar a seguir.

1ª geração (1940-1955)
A primeira geração de computadores foi marcada pelo
invento das válvulas. Computadores eletromecânicos, como
calculadoras, que ocupavam salas imensas, eram formados por
milhares dessas válvulas. O desenvolvimento de tais máquinas foi
desencadeado pela Segunda Guerra Mundial, com a finalidade de
acelerar os procedimentos manuais realizados para fins militares.

feito por meio de reserva de tempo, na qual cada usuário fazia sua
programação diretamente nos painéis das máquinas, por meio de
e fio, ou utilizando chaves mecânicas para marcar bits com
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tais computadores.

eletrônico capaz de implementar o conceito de programa


armazenado. Esse computador chamava ENIAC (Electronic
Numerical Integrator Computer) e realizava programação por meio
de fios e pinos (como painel telefônico). Os autores do invento são

ENIAC.
47

de transistores e memória magnética, que aumentavam a veloci-


dade e a confiabilidade no processamento, com maior capacidade
de armazenamento, porém, o primeiro computador transistorado

nome deve-se ao fato de que os programas eram perfurados (co-


dificados) nos cartões.

2ª geração (1955-1965)
A segunda geração foi marcada por três avanços igualmente
importantes para a Computação, a saber:
utilização em massa de transistores;
sistemas com processamento em ;
surgimento de linguagens de programação de alto nível

O processamento em (lote) era constituído de três fases:


Programas já gravados em cartões perfurados eram sub-
metidos a uma leitora. Após a leitura, eles eram salvos em
uma fita magnética de entrada utilizando um computador

A fita de entrada era colocada no computador de gran-


-
mento de cada programa e, ao final, gravava o resultado
em uma segunda fita (de saída).
A segunda fita (de saída) era colocada em um computa-
-
teúdo.
48

Fonte
.

Os transistores possibilitaram a comercialização de


computadores de grande porte ( ), e o processamento
em foi um grande avanço na época, pois viabilizava a
utilização do processador e diminuía o tempo de espera entre a

3ª geração (1965-1980)
A terceira geração de computadores foi marcada pelo surgimen-
to de circuitos integrados e do sistema operacional OS/360, bem como
pela utilização de técnicas como a multiprogramação e o time sharing.

programas "ao mesmo tempo" por meio da divisão da memória em


diversas partes; em cada uma delas, há um processo alocado. Além
disso, há o gerenciamento, pelo sistema operacional, de todos os
recursos do sistema, tais como CPU, memória e sistemas de arqui-
vos, que são disputados pelos vários programas ou processos. Para
você compreender melhor, é importante mencionar que, para cada
um processo que o re-

definição mais abrangente, e você entenderá melhor como é reali-


zado o gerenciamento dos processos em um computador.
A ideia era manter na memória, simultaneamente, uma
quantidade de processos
do processador, diminuindo a ociosidade. Dessa forma, quando o
49

-
da/saída, o processador poderia alocar o espaço de memória para
outro programa, ou seja, o processador não precisaria ficar ocioso,
aguardando o término da operação.
A técnica de , ou tempo compartilhado, consiste
em dividir o tempo de utilização do processador entre todos os pro-
gramas, ou seja, a cada intervalo de tempo, um programa diferente
ocupa o processador. O intervalo de tempo que cabe ao programa
para ocupar o processador é conhecido como time slice, ou fatia de
tempo
preciso que ele ocupe o processador naquele momento. Assim, ao
falamos de tempo compartilhado, podemos pensar no processador
como um componente que, a cada intervalo de tempo, é ocupado
por um processo diferente, compartilhando, portanto, seu uso.
O sistema operacional OS/360 suportava a utilização das técnicas
de multiprogramação e tempo compartilhado, porém, o processo de
desenvolvimento e depuração das aplicações ainda era muito lento.

4ª geração (1980-1990)
Os avanços tecnológicos até então culminaram em uma
quarta geração, marcada pelo surgimento dos PCs (Personal
, em português, computadores pessoais), que utilizavam
a tecnologia de circuitos integrados de larga escala (LSI –
), que permitia com milhares de transistores
encapsulados em um centímetro quadrado de silício. Alguns

Outro marco importante da quarta geração de computadores


foi o surgimento de sistemas operacionais mais modernos. Alguns
(
) para MS-DOS (Microsoft-DOS) baseado em comando;

e os sistemas da Macintosh baseados em janelas (GUI –


, em português, Interface Gráfica de Usuário).
50

5ª geração (1990-dias atuais)


Atualmente, estamos na quinta geração de computadores,
caracterizada, inicialmente, pela computação distribuída, na qual

-
cutam em sistemas multiprocessados, ou seja, em vários processa-
dores que podem estar espalhados pela rede.
Um sistema operacional distribuído é um sistema operacio-
-
tadas por um conjunto de máquinas independentes. No multipro-
cessamento distribuído, suas funções podem ser divididas entre
vários processadores por meio de redes locais e redes distribuídas.
Essa distribuição só é possível em razão da redução dos custos de

realizada de forma distribuída. Acompanhe o raciocínio a seguir.

internet ouvindo uma música ao vivo pela estação virtual de rádio


e que o som esteja saindo no sistema de áudio do computador ao
lado, já que seu computador não possui um. Observe: a música
está sendo "carregada" do servidor (estação virtual de rádio) para
seu computador, que possui uma aplicação de áudio (como, por

e, para isso, utiliza o sistema de som compartilhado na rede, que


está em uma terceira máquina. Isso é possível?
Isso é perfeitamente possível nos sistemas computacionais

de controlar todos os recursos necessários para permitir maior fa-

Outros avanços que destacam essa quinta geração são:


desenvolvimento e utilização do protocolo TCP/IP (Transfer Control
, em português, Protocolo de Controle de
Transferência/Protocolo de internet); surgimento do padrão Ethernet
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popularização do modelo cliente/servidor; e internet. Nos dias


atuais, discute-se o conceito de computação presente em todos os
lugares, chamado de Computação Ubíqua, que foi impulsionado pela
disseminação e maior abrangência das tecnologias de comunicação
sem fio, pela evolução da tecnologia de sensores e da microeletrônica,
pela miniaturização de dispositivos móveis e pelo surgimento de
arquiteturas de

seu automóvel ou até mesmo em seu forno micro-ondas, fazendo


parte das atividades diárias de forma natural para o usuário.
Antes de iniciarmos os estudos sobre sistemas operacionais
em suas dimensões tecnológica e prática, há alguns conceitos bá-
sicos importantes que você precisa conhecer, os quais serão apre-
sentados no tópico seguinte.

8. CONCEITOS BÁSICOS DE SISTEMAS OPERACIONAIS


Agora, você conhecerá alguns conceitos básicos que serão

Monotarefa
-
co programa (job) de cada vez, e os outros programas deveriam
-
racionais são chamados de monotarefa, pois permitem que todos
os recursos do sistema fiquem dedicados a uma única tarefa.

Multitarefa
Um sistema operacional pode ser chamado de multitarefa
-
do os recursos do computador (CPU, memória e periféricos) entre
os programas de forma ordenada e protegida.
52

Um sistema multitarefa pode ser classificado como monou-


suário ou multiusuário, dependendo do número de usuários que
podem interagir com ele a cada vez. Os sistemas multitarefa que
possuem um único terminal de entrada conectado recebem o
nome de monousuário, e aqueles que têm mais de um terminal
de entrada conectado são chamados de multiusuário.
Um sistema operacional multitarefa pode ser cooperativo
ou preemptivo. É cooperativo quando não há interrupções do
sistema, ou seja, um processo com posse da CPU libera-a volun-
tariamente; é preemptivo quando uma interrupção gerada pelo
sistema o interrompe para outro processo ocupar a CPU.

Processos
-
-
CPU
a música. Cada programa terá, pelo menos, um processo que o repre-
sente como entidade ativa durante a competição de recursos do siste-
CPU.
Dessa forma, o tocador de áudio terá, pelo menos, um proces-
so, que é a entidade ativa que compete pelos recursos do computa-
dor, assim como todos os outros processos em um sistema compe-
tem por recursos entre si. Somente quando o tocador de áudio tiver
com domínio do processador é que poderá tocar a música.

CPU "simultaneamente". Cada processo pode assumir, basicamente,


três estados: Execução, que utiliza a CPU; Bloqueado, que espera al-
Pronto, que
ocupará a CPU, a qual, no momento, está ocupada por outro processo.

Multiprocessamento
Os sistemas com múltiplos processadores caracterizam-
-se por possuírem dois ou mais processadores, compartilhando a
53

mesma memória e dispositivos de entrada e saída. Os múltiplos


processadores possibilitam aumentar a capacidade computacional
do sistema com menor custo, além de permitirem a reconfigura-
ção e o balanceamento do sistema.

Interpretador de comandos (shell)


O é a interface de interação entre o usuário e o sistema
-
mas e envia comandos interpretados para o sistema operacional.

Chamadas de sistema (system calls)


As chamadas de sistema, ou , consistem na inter-
face entre os programas aplicativos e o sistema operacional. Elas
gerenciados pelo
S.O., tais como processos e arquivos.
No geral, ao fazer uma chamada de sistema ( ), um
programa emite uma instrução especial, interrompendo o proces-
sador, transferindo, assim, o controle para um código que possui
maior privilégio. Nesse momento, o programa que emitiu a cha-
mada de sistema é interrompido, e a informação necessária para

-
ção completa da chamada, o programa que fez a chamada retorna

As são muito usadas durante o desenvolvimento


read(); lê um arquivo ou dis-
positivo, e write(); escreve em um arquivo ou dispositivo.

Características dos sistemas operacionais


-
mas operacionais utilizados, as quais contribuíram para a sua evo-
lução histórica.
54

Tabela 1 Características dos sistemas operacionais.


SISTEMA OPERACIONAL CARACTERÍSTICAS

(Disk
) bit.

Sistema operacional para computadores Macintosh (Apple®).


Multitarefa e multiusuário.
Mac OS
Controla recursos da rede.
Interface gráfica.

®
.
bit.
Multitarefa.
Controla recursos da rede.
Interface gráfica orientada a objetos.

Sistemas operacionais da Microsoft® .


bit.
Multiprogramação.
Próprio para servidores.

Data Center Server.

Microsoft®.

interface gráfica.

O Windows ME traz poucas vantagens e é considerado


uma versão ruim e defeituosa.
bit.
Microsoft®.
bit bit.
Multiprogramação.
Windows XP Suporte a rede.
( ) Destinados a usuários domésticos. A versão Professional
Edition foi destinada para profissionais avançados e
empresas.
Versões: Professional, Home, TabletPC, Embedded e Starter
Edition.
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SISTEMA OPERACIONAL CARACTERÍSTICAS


Microsoft®.
bit bit.
Multiprogramação.
Suporte a rede e servidor.
Versões: Standard Edition, Enterprise Edition, Data Center
Edition e Web Edition.
Microsoft®.
Pastas virtuais.
Windows Vista Comandos de voz.
bit bit.
Suporte a rede e a servidor.

S.O. da Microsoft® para sistemas embarcados ( ),


Windows CE tais como: rádios automotivos, celulares, PDAs, robôs,
TVs e outros computadores de mão com rede sem fio.

de código aberto ( ).
Multiusuário e multitarefa.
Suporte a rede e servidor de alta performance.
UNIX
interfaces gráficas (X-win, Motif).

de código aberto ( ).
Seu núcleo (kernel
(padrão POSIX – )

Portanto, é considerado como tal.


Algumas distribuições: Caldera, Conectiva, Debian, Fedora,

Classificação de um sistema operacional


Os sistemas operacionais podem ser classificados em:
Sistemas proprietários: não oferecem acesso ao código-

Sistemas gratuitos: não têm custos para serem utili-


zados, mas você não pode ter acesso ao código-fonte.
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Sistemas de código aberto (open source): são sistemas

Sistemas livres: são comercializados como e

Imagine um sistema operacional em um carro que identifi-


ca, com a ajuda de sensores, a presença de pessoas estranhas em
seu interior ou então que a fechadura foi violada e as digitais não
conferem com as do dono. O sistema pode efetuar a ação de en-
viar mensagens ou de realizar ligações para a seguradora, para o
dono do veículo e para a polícia antes mesmo de o ladrão conse-
guir tomar posse do carro. Provavelmente, isso funciona melhor
que aquele alarme que, muitas vezes, dispara só por esquecermos
o vidro traseiro aberto meio centímetro.
-
po que imaginamos, talvez com algumas características diferentes,
é claro, mas muito mais evoluídos que os sistemas atuais.
Que tal um sistema operacional totalmente gratuito, indepen-
dentemente de , com código livre e que nunca trava? Ideo-
logia? As comunidades de desenvolvimento de livres na
internet prometem um sistema operacional com tais características.

9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Sugerimos que você procure responder, discutir e comentar as
questões a seguir que tratam da temática desenvolvida nesta unidade.
A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para
você testar o seu desempenho. Se você encontrar dificuldades em
responder a essas questões, procure revisar os conteúdos estuda-
dos para sanar as suas dúvidas. Este é o momento ideal para que
você faça uma revisão desta unidade. Lembre-se de que, na Edu-
cação a Distância, a construção do conhecimento ocorre de forma
cooperativa e colaborativa; compartilhe, portanto, as suas desco-
bertas com os seus colegas.
57

Confira, a seguir, as questões propostas para verificar o seu


desempenho no estudo desta unidade:
Assinale a alternativa correta:
a) Os primeiros sistemas operacionais eram multitarefa.
b) Um sistema multitarefa é sempre multiusuário.
c)
d) Todas as anteriores são verdadeiras.
e) Nenhuma é verdadeira.
Assinale a alternativa correta com relação ao sistema operacional multitarefa:
a) Foi o primeiro sistema operacional.
b) -
sos do computador entre os programas de forma ordenada e protegida.
c) Também é conhecido como monousuário, ou seja, possui apenas um
usuário interagindo com ele de cada vez.
d) Todas as anteriores são verdadeiras.
e) Nenhuma é verdadeira.
Assinale a alternativa que não apresenta uma das classificações de um sis-
tema operacional:
a) Sistemas proprietários.
b) Sistemas gratuitos.
c) Sistemas livres.
d) Sistemas de código aberto.
e) Sistemas híbridos.
Dos sistemas operacionais relacionados a seguir, qual deles seria mais indi-
cado para rodar em um celular do tipo :
a) Windows CE.
b)
c)
d)
e) Nenhuma das opções é adequada.

Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
c.
b.
e.
a.
58

10. CONSIDERAÇÕES
Os conhecimentos apresentados nesta unidade demonstram
a evolução dos computadores e dos sistemas operacionais.
Você pode visualizar, a seguir, uma macrodivisão:
Era do mainframe (até 1970): traz a ideia de um único re-
curso computacional compartilhado por muitas pessoas.
Era do computador pessoal (a partir de 1980): é caracte-
rizada pela relação de um computador para cada pessoa.
Era da Computação Ubíqua (a partir da década de 1990):
caracterizada pela disponibilidade de vários recursos
computacionais para uma única pessoa em um ambiente
devido a uma proliferação de dispositivos, que variam em
tamanho e formato, unida aos avanços da computação
distribuída e da computação móvel.

11.
Figura 2 – Máquina Analítica de Babbage: disponível em: <http://files.historiacomputa-

Figura 3 – Computadores baseados em válvulas

Figura 4 – ENIAC: disponível em: <http://www.computerhistory.org/timeline/ima-

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


DEITEL, H. M.; DEITEL, P. J.; CHOFFNES, D. R.

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