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Jovens

A RAZÃO DA NOSSA ESPERANÇA

ANTIGO TESTAMENTO
SUMÁRIO

Orientações pedagógicas ......................................................................................................................4

Lição 1: Adão e Eva: uma herança indesejada - Gênesis 3.1-10 ..............................................6


Lição 2: Jacó e Esaú: um relacionamento difícil - Gênesis 32.22 – 33.11 .......................... 12
Lição 3: Miriã: Profetisa e Adoradora - Êxodo 15.20-21 ............................................................18
Lição 4: Débora e Baraque: juntos pelo Reino - Juízes 4 .........................................................24
Lição 5: Sansão e Dalila: entre forças e fraquezas - Juízes 16............................................... 30
Lição 6: Eli: pai e sacerdote - 1Samuel 3 ..........................................................................................36
Lição 7: Davi: enfrentando gigantes - 1Samuel 17.12-50 ..........................................................42
Lição 8: Davi: O rico, o viajante e a cordeirinha - 2Samuel 11 .............................................. 48
Lição 9: Rispa: um coração que arde pela justiça - 2Samuel 3.7-8; 21.1-14 .................... 54
Lição 10: Hulda: a profetisa - 2Reis 22.11-20 .................................................................................60
Lição 11: Jabez: o mais ilustre de seus irmãos - 1Crônicas 4.9-11........................................ 66
Lição 12: Esdras: um chamado à obediência - Esdras 7.1-28 .................................................72
Lição 13: Isaías: Encontro e Vocação - Isaías 6.1-9 ......................................................................78
Lição 14: Jeremias: angústia e esperança - Jeremias 20.7-18 ............................................... 84
Lição 15: Jonas: amor sem fronteiras - Jonas 4.1-10 ..................................................................90
Lição 16: Miqueias: o profeta da justiça - Miqueias 6.1-8 ...................................................... 96
Lição 17: Habacuque: “Ainda que...” - Habacuque 3.17-19 .................................................. 102
Lição 18: Oséias: retorno à plenitude da vida - Oséias 4.1-3................................................ 108
Lição 19: Moisés e as águas amargas - Êxodo 15. 22-27 .......................................................... 114
Lição 20: Plástico: solução ou problema? - Gênesis 1. 26-31; 3. 17-18 ............................. 120
Lição 21: Quaresma: Tempo de preparo para a Vida - Números 14.26-35 ....................126
Lição 22: A entrada de Jesus em Jerusalém - Mateus 21.1-11 ..............................................132
Lição 23: Páscoa: Fonte Inesgotável de Fé - Êxodo 12.1-20 ...................................................138

EXPEDIENTE
Cruz de Malta Os textos bíblicos utilizados nos estudos foram extraídos
Revista para Escola Dominical – Jovens da Bíblia Sagrada, traduzida em Português, por João
Professor(a) Ferreira de Almeida, Edição Revista e Atualizada no Brasil.
Secretaria Executiva Editorial Projeto Gráfico e Editoração
Joana D’Arc Meireles NLopez Comunicação
Colégio Episcopal
Hideide Brito Torres – bispa assessora Angular Editora
Departamento Editorial - Associação
Departamento Nacional de Escola Dominical da Igreja Metodista
Andreia Fernandes Oliveira Av. Piassanguaba, 3031 – Planalto Paulista
04060-004 – São Paulo
Equipe de Redação Tel. (11) 2813-8643 / (11) 2813-8600
Andreia Fernandes Oliveira escoladominical@metodista.org.br
Felipe Bagli Siqueira www.angulareditora.com.br
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Colaboração
Edson Cortasio Sardinha É proibida a reprodução total de textos, fotos e ilustrações,
Hideide Brito Torres
Ivan Carlos Costa Martins por qualquer meio, sem prévia autorização do editor da
José Ronaldo Campos Moura revista. Quando reproduzidas parcialmente, devem
Leidyleni Nolasco R. Bagli constar a edição, com ano e a página da publicação.
Lincoln de Araújo Santos Todos os direitos nacionais e internacionais
Lucas Andrade Ribeiro reservados à Angular Editora.
Marcos Antonio Julião 2019.1
Mauren Julião
Sergio de Oliveira Campos

Revisão
Mauren Julião
Palavra da Redação
Querido(a) professor(a)

A caminhada cristã é cheia de desafios e obstáculos. Constantemente


nos deparamos com situações que podem nos sufocar e, assim, parar nossos
passos. Por isso, precisamos sempre de uma experiência de renovação, a fim
de recobrar nosso fôlego e retomar nossa caminhada, sem nunca desistir.
Deus coloca sempre em nossa vida pessoas que nos inspiram, transfor-
mam e abençoam na trajetória cristã. Muitas delas são professoras e pro-
fessores de Escola Dominical. Seguramente você tem se esforçado para ser
uma inspiração na vida de seus alunos e alunas. Por isso, louvamos a Deus
por sua vida, desejando que o Pai do céu lhe entregue toda sabedoria neces-
sária para mais uma jornada de ensino e aprendizagens.
O tema desta revista é “Inspirações para a vida”, e a intenção é oferecer
um fôlego de vida através das histórias de superação narradas nas páginas
do Antigo Testamento, pela vida de homens e mulheres com seus dramas,
dificuldades, limitações, mas que tornaram-se uma inspiração a partir da
experiência com a graça de Deus por meio da fé.
Além disso, outros dois blocos especiais fazem parte desta revista: o pri-
meiro, com lições acerca da relação entre nossa fé e os desafios ecológicos;
o segundo, com lições sobre o período da Páscoa, considerando sua impor-
tância como fundamento para nossa fé.
Aproveite bem este material, leia com antecedência toda a revista, orga-
nize seu calendário de aulas, lembrando das datas comemorativas do ciclo
pascoal e das lições correspondentes a este tema, que devem ser estudadas
alguns domingos antes desse período. Estude com atenção cada lição e de-
dique-se ao entendimento dos textos bíblicos, sempre na dependência do
sopro do Espírito Santo – fôlego vivificante e inspirador para a vida.
Nosso desejo e oração é que, através do estudo da Palavra de Deus, por
meio das lições apresentadas, você e sua turma recebam inspirações para a
vida, enfrentando os obstáculos e superando limitações.

Bom trabalho!

Equipe de redação
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Esta revista é uma ferramenta para sua prática de ensino e visa o cresci-
mento e formação cristã dos discípulos e discípulas de Jesus que participam
da Escola Dominical, pelo conhecimento e reflexão com base na Palavra. Você
é um importante instrumento de Deus para levar o conteúdo aqui apresentado
para os alunos e alunas, ajudando-os e estimulando-os a aproveitar também o
melhor deste material. Sendo assim, seu preparo e capacitação contínua vão
ajudar muito na efetividade de seu trabalho.
Esta revista é preparada para classes de jovens e tem a seguinte configuração:

Aluno(a) Professor(a)
Texto bíblico: Texto base da lição. Texto do(a) aluno(a) –
Conforme as seções da revista
Introdução: Breve apresentação do assunto do(a) aluno(a).
da lição, sempre na página inicial, junto com o
título e texto bíblico. Objetivos: Apresenta de
forma sucinta os objetivos do
Seções: As diferentes seções dentro do tema estudo da lição.
trazem um embasamento bíblico e teológico e
reflexões e aplicações para a vida da juventude Para início de conversa: Traz
cristã, diante dos desafios da igreja e da socieda- considerações iniciais sobre
de. o assunto tratado, geralmente
propondo uma dinâmica para
Conclusão: É o fechamento da lição, espaço que a apresentação do conteúdo
pontua os principais assuntos tratados, reforça para a classe.
os objetivos da lição e enfatiza que com a graça
de Deus é possível aplicar o estudo à nossa vida. Por dentro do assunto:
Traz um aprofundamento
Bate-papo: Questões para fixação do conteúdo do assunto, para ampliar o
e discussão em classe, que podem levar a uma conteúdo do(a) professor(a),
ação transformadora diante do conteúdo estu- com conteúdos e explicações
dado. complementares da lição do
aluno(a), geralmente relacio-
Leitura da semana: São textos recomendados nadas com a parte bíblica e
para leitura após o estudo da lição, que reforçam teológica.
seu entendimento e inspiram na direção do
assunto estudado. Incentive a classe a aproveitar Por fim: Uma sugestão de
essas leituras. encerramento da aula.

A concepção teológica das revistas produzidas pelo Departamento Nacional


de Escola Dominical da Igreja Metodista baseia-se em Lucas 24. 13-34, texto
clássico para ilustrar a pedagogia de Jesus, cujas principais características são:
a pergunta; a escuta; o diálogo, o confronto pessoal e o desafio para o ser-
viço. É a partir de tais características que o material é organizado. Cada edição
tem um tema geral que dialoga com todas as faixas etárias. O currículo é temá-
tico e contempla as diretrizes e ênfases doutrinárias e missionárias da Igreja.

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Observações e dicas:
• O bom êxito das aulas depende da eficácia da atuação da professora e do
professor;
• É importante respeitar o conteúdo, apesar de adaptações necessárias;
• É preciso atentar aos desdobramentos vindos do interesse da classe, adap-
tando, resumindo ou ampliando o conteúdo das lições de acordo com o inte-
resse e nível da classe. O uso da Bíblia é indispensável;
• No planejamento do semestre, a partir da leitura panorâmica da revista,
leve em conta o calendário da igreja e o calendário cristão, aplicando as lições
de datas comemorativas com antecedência, para que atinjam o objetivo de
uma melhor preparação para as celebrações por parte de cada aluno e aluna
e da comunidade.
• Ao estudar as lições, procure tirar suas dúvidas com dicionários e diferen-
tes versões da Bíblia. Você pode também conversar com o ministério pastoral
ou alguém da equipe pedagógica. Não tenha receio de buscar ajuda e não deixe
o estudo para a última hora. O ideal é começar o preparo no início da semana.
• Leia com atenção os conteúdos propostos na seção específica para você e
dentro do possível consulte as fontes bibliográficas indicadas, que podem en-
riquecer sua compreensão e facilitar a exposição do conteúdo do(a) aluno(a).
• Cuidado com as fontes a serem pesquisadas na internet. Precisamos de
sabedoria para não nos deixar levar por heresias e distorções do conhecimento
bíblico. Há muita coisa boa na internet, mas não só isso. Caso tenha dúvidas,
busque orientação com outras pessoas. Nós, equipe de redação, também esta-
mos à sua disposição.
• Aproveite os recursos humanos da sua igreja (inclusive equipe pastoral)
ou mesmo da comunidade, convidando pessoas que possam contribuir com a
exposição das lições de acordo com o tema, e proponha parcerias com outras
classes. Essas experiências, além de enriquecer e dinamizar a aula, promovem
comunhão;
• Cuide do ambiente de sua sala de aula, deixe-a mais aconchegante. Você
pode envolver o grupo nesse projeto; se houver possibilidade, vá construindo
um ambiente que lembre a classe os conteúdos estudados através de cartazes
e banners.
• Procure um modo de ensinar que facilite o envolvimento do grupo no pro-
cesso de aprendizagem. A Bíblia é estudada para iluminar a vida, utilize-se de
exemplos práticos, comuns para a turma e, ao final do estudo, proponha desa-
fios de transformação da vida cristã; sempre que possível use dinâmicas que
facilitem a participação de todas as pessoas; discussões em grupos menores
são uma boa tática para que as pessoas mais tímidas participem.
• Lembre-se: Um conteúdo nunca está desligado da pessoa que o comunica.
A bondade e o amor que transparecem nas palavras, precisam fazer parte do
conteúdo total do(a) professor(a), pois só assim será possível estabelecer um
relacionamento com alunos e alunas que facilite a aprendizagem.
• Ore sempre por seus alunos e alunas e incentive-os a ler e reler as lições,
e em especial os textos bíblicos da semana (que são para leitura na semana se-
guinte à da aula, para reforçar a aprendizagem).

“Todos os vossos atos sejam feitos com amor” (1Coríntios 16.14)

InspirAções para a vida 5


Lição 01

Adão e Eva: uma herança indesejada


Texto Bíblico: Gênesis 3.1-10

“É assim que Deus disse: Não comereis


de toda árvore do jardim?” v.3b

V
ocê já reparou que temos uma tendência de fazer o errado, de op-
tar pelo caminho que nos afasta de Deus? Que nem sempre con-
seguimos ser obedientes à Palavra de Deus e optamos justamente
pelo contrário? Que, às vezes, obedecer a nós mesmos é a melhor opção?
Então, já parou para pensar nisto tudo? A verdade é que, de fato, existe
algo errado em nós e, por isso, precisamos conversar a respeito desta si-
tuação. A narrativa sobre Adão e Eva nos ajuda neste desafio.

6 Cruz de Malta
Adão e Eva mos a capacidade de compreender a
O relato de Adão e Eva (Gênesis 2-3), vida e caminhar sozinhos, ou seja, ser
muito mais do que uma narrativa autossuficientes. De fato, uma gran-
cosmológica, é teológica. Ou seja, de ilusão, pois a consequência disso
ela não tem como intenção prin- foi realmente uma morte. O ser hu-
cipal discutir a respeito da criação mano experimentou uma ruptura
do Universo, de dar respostas para com Deus, com seu próximo, consigo
nossas inquietações científicas so- mesmo e com toda criação. Assim,
bre a criação do cosmo, mas tem a em Gênesis 3 temos o projeto huma-
encantadora intenção de nos es- no desarmonizado.
clarecer acerca de nossa condição
humana, sobre nossa natureza pen- A Herança de Adão e Eva
dente para o mal. Vamos perceber que a narrativa de
Gênesis 2-3 é uma narrativa única. Adão e Eva, além de ser uma história
Na verdade, representa dois projetos de origem, é uma história de consta-
em paralelo. Em Gênesis 2, temos tação, ou seja, nos revela muito mais
um projeto divino harmonizado. do que o nosso passado, revela tam-
Deus cria o ser humano e o coloca no bém o nosso presente. A situação
jardim para o cultivar e guardar e lhe narrada sobre Adão e Eva é verifica-
dá uma ordem. Existe harmonia em da em toda a história do povo de Deus
tudo – homem e mulher, ser huma- ao longo da Bíblia Sagrada. Adão e
no e natureza, ser humano e Deus. Eva deixam uma indesejada heran-
Porém, em Gênesis 3.1, surge uma ça: a tendência de ignorar a Palavra e
personagem muito interessante, a os planos de Deus. Podemos consta-
serpente – símbolo da sedução/ten- tar isso em alguns exemplos.
tação. Ela faz uma provocação: “Foi Primeiro,a experiência de Abraão.
isto mesmo que Deus disse: ‘Não O patriarca recebe uma promessa de
coma de nenhum fruto das árvores Deus para ser pai de uma multidão.
do jardim?’”. Esta pergunta coloca à Mas sua história demonstra que a
prova a convicção de que a palavra e convicção desta promessa esteve os-
o projeto de Deus eram verdadeiros. cilante por várias vezes. Abraão teve
O chamado “pecado original”, mui- dificuldades de lidar com alguns
to mais do que desobedecer uma obstáculos, como a fome (abando-
ordem, representou um grito de “li- nou a terra indicada por Deus), a in-
berdade”. Adão e Eva não resistiram segurança (mentiu para se proteger
à tentadora proposta da serpente de de Abimeleque) e o tempo (teve um
“ser como Deus”, conhecedores do filho com a escrava Agar).
bem e do mal. Eles se iludiram com a Segundo, o exemplo do povo no
falsa possibilidade de ter em si mes- deserto. Deus ouviu o clamor do

InspirAções para a vida 7


povo hebreu e enviou Moisés para li- mos também o ser humano que po-
bertá-lo da escravidão no Egito. Com demos e devemos ser. Jesus, assim
grande manifestação de poder, foi li- como nós, sofreu a tentação, mas
berto das mãos do faraó e atravessou venceu e abriu para nós um caminho
a pés enxutos o Mar Vermelho. No de esperança (Hebreus 4.14-16).
caminho, Deus enviava diariamente O caminho de Jesus é de total
o maná do céu, além de providenciar submissão à vontade de Deus. Ao
água da rocha e codornizes. Apesar acompanhar esse caminho apren-
de toda essa graça, constantemente demos diversas lições para nossa
o povo duvidava da Lei e da Promessa própria jornada. A caminhada de
do Senhor, e decidia fazer o próprio Jesus é bem-sucedida por conta de
itinerário. Por isso, peregrinaram sua intensidade na oração, no jejum,
por 40 anos no deserto. no conhecimento da Palavra e na de-
E, por fim, o exemplo do povo de pendência do Espírito. Em Mateus
Deus quando instalado na terra de 4.1-11, por exemplo, Jesus é tentado
Canaã. Após quarenta anos de mila- pelo Diabo, mas, diferente de Adão,
gres conquistaram a terra prometi- Ele confia na Palavra e, por isso, ven-
da, também de forma sobrenatural. ce e se mantém firme. Vale ressaltar
Porém, a indesejada herança de Adão que Jesus estava em um tempo de
e Eva continuava a perseguir o povo preparo para seu ministério, em ora-
de Deus, pois o que lemos mostra ção e jejum durante 40 dias.
um povo que, de tempos em tempos, Outro exemplo importante nos é
se esquecia dos mandamentos do dado principalmente pelas narrati-
Senhor e buscava fazer o próprio ca- vas do Evangelho de Lucas. Temos o
minho. Por causa disto, Deus sempre testemunho de que Jesus tinha uma
levantava profetas e profetisas para vida de oração. Diversas vezes nos é
lembrar ao povo da sua Palavra e dos relatado que Jesus interrompia suas
seus caminhos. atividades para a prática da oração,
pois sua principal preocupação era
Jesus, o segundo Adão fazer a vontade do Pai. Um episó-
Apesar de recebermos essa heran- dio que demonstra isso é a sua ora-
ça de Adão e Eva temos esperança, ção no Monte das Oliveiras (Lucas
encontrada na vida e ministério de 22.39-46).
Jesus, que além de ser a plena reve- Jesus faz exatamente o oposto de
lação de Deus ao ser humano é, tam- Adão, pois busca incessantemente
bém, a revelação do ser humano ao alinhar-se aos propósitos do Reino
próprio ser humano. Isto quer dizer e da vontade de Deus. Por isso Ele
que Jesus é o ser humano ideal. Ao é chamado de segundo (ou último)
olhar para Ele vemos Deus, mas ve- Adão (1Coríntios 15.47).

8 Cruz de Malta
Conclusão BATE-PAPO
Como Adão e Eva, muitas vezes opta- O que fazer para frear um desejo por
mos pela “independência”, desvalo- algo errado? Qual a principal dife-
rizando os propósitos de Deus para rença entre Jesus e Adão?
nós e ficamos suscetíveis ao erro, às
propostas que nos afastam de Deus. Leia durante a semana
Através da obra da Cruz e do teste- Domingo: Gênesis 3.1-7
munho de sua vida, Jesus nos abre Segunda-feira: Gênesis 2.4-25
o caminho para superarmos essa Terça-feira: Gênesis 3.1-24
tendência. Além disto, Ele nos en- Quarta-feira: Mateus 4.1-11
sina como caminhar e nos fornece Quinta-feira: Lucas 22.39-46
todo o subsídio para a nossa jornada, Sexta-feira: 1Coríntios 15.1-34
uma jornada de submissão à von- Sábado: 1Coríntios 15.35-58
tade de Deus. Jesus veio ao mundo
para nos reconciliar com o projeto
Bibliografia
de Deus para toda a humanidade,
Revista Cruz de Malta 2014.2: Identidade e
uma harmonia com o Criador. Por
Comunhão para a Missão. Publicada pelo
isso Ele é descrito como “Palavra
Departamento Nacional de Escola Dominical
que se fez carne e que habitou entre
da Igreja Metodista.
nós” (João 1.14). A Palavra, um dia
Revista Flâmula Juvenil 2015.1: Ligad@s
rejeitada, veio ao nosso encontro e
em Deus. Publicada pelo Departamento
nos convida a uma vida abundante.
Nacional de Escola Dominical da Igreja
Encontramos, assim, nas palavras
Metodista.
do apóstolo Paulo uma síntese des-
SCHERER, Cristina. Gênesis 3.1-13 – Prédica.
sa esperança: “Porque, assim como,
Disponível em: http://www.luteranos.com.
em Adão, todos morrem, assim
br/textos/genesis-3-1-13. Acesso em outubro
também todos serão vivificados em
Cristo” (1Coríntios 15.22). de 2018.

ANOTE

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CONTEÚDO PARA
PROFESSORES(AS)
Objetivo: Destacar Adão e Eva como um símbolo (arquétipo) para a con-
dição humana, entendendo o texto em sua construção teológica, frisando
assim, a tendência da humanidade para o pecado.

Para início de conversa


Antes de dar início ao tema desta lição, leia a Palavra da Redação da revis-
ta do(a) aluno(a) com a classe e convide a turma a folhear o material; em
seguida dialogue sobre os personagens e temas que serão tratados nessa
edição. Para introduzir a aula lance a seguinte pergunta: Por que motivo te-
mos uma tendência tão forte para o mal? Por que é tão difícil obedecer aos
preceitos de Deus? Você tem a impressão que desviar da vontade de Deus
sempre parece a solução mais fácil? Dê alguns momentos para reflexão e
abra para comentários, seguindo com a aula.

Por dentro do assunto


Para além do interesse de explicar a origem da humanidade a narrativa de
Gênesis 1-3 trata de uma discussão teológica. Mais especificamente, o foco
do texto não está relacionado ao como, isto é, em como Deus criou todas as
coisas e como o ser humano caiu no pecado. A preocupação principal é dis-
cutir acerca de quem fez todas as coisas e o porquê, nós, enquanto criaturas
de Deus, criadas à imagem e semelhança daquele que é divino, temos a ten-
dência tão forte de viver longe dos projetos dele. O contexto de escrita des-
ses textos retrata a dificuldade existente nesse período, como a idolatria e o
paganismo. O povo de Deus, já no exílio, estava perdido em meio a culturas
e religiões diferentes e, por isso, não conseguia mais separar os componen-
tes de sua religião com os das demais. Devido a isso, os referidos capítulos
foram escritos, para relembrar o povo de que os inúmeros deuses daquela
terra estranha, identificados através dos astros e da natureza, não significa-
vam nada, visto que não eram deuses, pois havia um só Deus, que por sua vez
criara todas as coisas, inclusive as que esses povos adoravam.
Quando focamos estritamente em Gênesis 2, vemos, portanto, o projeto
de Deus para humanidade, no qual existia completa harmonia entre tudo o
que Deus criara. No entanto, Gênesis 3 revela a outra face dessa realidade.
No meio da história surge a serpente, símbolo da sedução, que provoca Eva
com um questionamento que a leva então à falsa ideia de que estava pre-
sa no projeto de Deus, e de que o conhecimento do bem e do mal a levaria
à independência e plena felicidade. A grande proposta implícita no ques-

10 Cruz de Malta
tionamento da serpente era a incitação à autonomia. Portanto, “ser como
Deus” seria para Adão e Eva um passo para a “liberdade”, deixando de ser-
vir a Deus para servir a si mesmos. Esse é o primeiro engano que seduz a
humanidade, a ideia de que uma vida sem Deus seria melhor do que uma
vida com Ele. Em Gênesis 3 nos deparamos com o projeto de Deus para o
ser humano desarticulado de sua ideia original e perfeita. O ser humano se
vende à escravidão do pecado por decidir viver uma vida sem depender de
Deus. A partir disso, temos exemplos bíblicos muito expressivos que refor-
çam a constatação dessa herança adâmica, conforme citado na revista do(a)
aluno(a).
Em contraponto a Adão, no entanto, existe Jesus, e a perspectiva de mu-
dança desse legado de fracasso. O apóstolo Paulo trabalha Jesus como o se-
gundo Adão, isto é, como aquele que veio para nos proporcionar mais do que
um modelo de vida, mas também nos dá poder espiritual para ser conforme
Ele foi. Jesus, mesmo tentado pelo diabo (Mateus 4. 1-11) prevaleceu, através
de uma vida de jejum, oração e submissão à vontade de Deus. É importan-
te lembrar que Jesus era totalmente humano e foi tentado nos principais
pontos de fraqueza: a manutenção da sobrevivência e a sede por poder. Nos
relatos de todo o evangelho Jesus passa por situações tentadoras, incluindo
a de abandonar o projeto da cruz (6.22-23) e isso até o último suspiro (27.42).
A todo momento somos incitados e incitadas a abandonar o projeto de
Deus para nós e temos a tendência em fazê-lo. Sempre que escolhemos
emprego, casamento e até mesmo ministério fora da perspectiva do Reino
estamos cedendo ao grito de autonomia da nossa alma. O legado de Jesus,
no entanto, aponta que a diligência e a submissão resultam em uma vida
conforme a vontade de Deus e isso na verdade é benefício para nós, visto
que o projeto de Deus é que tenhamos paz e realização (cf Jeremias 29.11;
Romanos 12.2; 1Coríntios 2.9, entre outros). Jesus mesmo sendo o próprio
Deus, enquanto ser humano foi totalmente dependente do Pai sendo, assim,
completamente oposto a Adão.
A vitória da Cruz nos devolveu a oportunidade de seguir a vontade de
Deus, já que Jesus conquistou todos os subsídios para que isso fosse possível.
O “pecado original”, como comumente é dito, não diz respeito a uma deso-
bediência apenas, mas sim ao anseio do ser humano em viver sua vida em
si mesmo.

Por fim
Destaque as diferenças entre Jesus e Adão propostas por Paulo. Frise a su-
premacia do legado de Jesus a todos e todas nós. Motive sua classe, sub-
linhando a importância da vida devocional e da leitura da Palavra, para o
genuíno entendimento da vitória da Cruz. Finalize a aula com uma oração
de louvor e gratidão a Deus por tudo o que Ele fez para nos resgatar para
uma nova vida.

InspirAções para a vida 11


Lição 2

Jacó e Esaú:
um relacionamento difícil
Texto Bíblico: Gênesis 32. 22 - 33. 11

“Perguntou-lhe, pois: Como te chamas?


Ele respondeu: Jacó”. 32.27

S
eres humanos são seres sociais, relacionam-se o tempo todo.
Precisamos das pessoas ao nosso redor para viver. É bem verdade que
viver em comunidade não é fácil e traz inúmeros desafios. Agora, ima-
gine um relacionamento difícil entre irmãos! Essa é a história que vamos
conhecer nesta lição: Esaú e Jacó, irmãos que precisavam aprender a se re-
lacionar de forma saudável. Suas lutas, erros e acertos têm preciosas lições
para nós ainda hoje.

12 Cruz de Malta
O Conflito entre os Irmãos des, Deus agiu na vida desta família,
(Gênesis 27) levando os irmãos ao amadureci-
Primeiramente, precisamos enten- mento e reconciliação.
der como começou essa história. O conflito entre irmãos e irmãs
Esaú e Jacó eram irmãos gêmeos, surge ainda hoje quando não sabe-
filhos de Isaque e Rebeca. Já no nas- mos lidar com as diferenças de for-
cimento, cada um deles mostra um ma positiva, construtiva e saudável
perfil bem definido, uma personali- ou não respeitamos o lugar e a posi-
dade bem própria, o que diferenciava ção de cada pessoa, abrindo espaço
muito um do outro (Gênesis 25.21-26). para inveja e ciúmes. Precisamos
Esaú nasceu primeiro, tinha o corpo aprender, a partir da história de Jacó
coberto de pelos e seu nome retrata e Esaú, que o respeito entre irmãos
isso, embora relacione-se também e irmãs pode evitar inúmeros con-
com ação, talvez por causa do seu es- flitos, assim como a falta de respeito
tilo de vida mais voltado à caça. Jacó tende a causar grandes confusões.
nasceu segurando o calcanhar do ir- Outra questão importante é que
mão, e daí a origem de seu nome que a raiva de Esaú obrigou Jacó a fugir.
pode ser interpretado também como Conflitos, quando não trabalhados de
enganador. Vivia em tendas e por isso maneira adequada, tendem a causar
provavelmente estava sempre mais rupturas nos relacionamentos. E isso
próximo de sua mãe. não só fica entre as pessoas envolvi-
Suas personalidades divergentes das diretamente na briga, mas afeta
levaram a conflitos. Esaú, sempre toda a família ou comunidade. A mãe,
pensando no aqui e agora; Jacó, sem- Rebeca, nunca mais reencontrou o
pre querendo levar vantagem. O ápi- filho Jacó por conta desse conflito. O
ce do conflito acontece quando Jacó pecado não superado afeta a família
“rouba” a bênção de Esaú. A reação e a comunidade de fé como um todo.
do irmão mais velho foi tão intensa
que Jacó se vê obrigado a fugir da ira A necessidade de encontro
de seu irmão, que planejava matá-lo. com Deus (Gênesis 32.22-32)
Uma das características mais in- Depois de passar um tempo com a
teressantes da Bíblia é que ela não família de seu tio Labão, Jacó enten-
esconde os defeitos e dificuldades do de que é tempo de voltar para sua pa-
ser humano. Deus nos usa apesar de rentela, conforme uma palavra que
nós. Ao conhecermos a história des- recebera do Senhor (Gênesis 31.3).
ses irmãos e enxergarmos a ação de Assim, para voltar para casa, preci-
Deus em suas vidas nosso coração se saria se reconciliar com seu irmão.
enche de esperança. Apesar dos con- Jacó temia o reencontro com Esaú,
flitos e fraquezas nas personalida- mas recorreu a Deus em oração, cla-

InspirAções para a vida 13


mando por proteção, e teve com o para aplacar qualquer sentimento de
Senhor um encontro transformador. vingança por parte de seu irmão.
Apenas na medida em que nos re- “...aplacarei (Gn 32. 20 - kipper)
lacionamos de forma saudável com significa literalmente “cobrir”, mas
Deus é que podemos nos relacionar veio a significar a tristeza do ofer-
de forma saudável com o próximo, e tante por ter cometido uma ação
vice-versa. Nesse caso, antes de en- errada e seu desejo de pedir perdão,
contrar-se com seu irmão, Jacó pre- para que uma relação correta e apro-
cisava ter sua vida transformada, seu veitável fosse estabelecida. Esta é a
“nome” (identidade) alterado. Na primeira ocasião em que a palavra é
Bíblia a mudança de nome significa usada na Bíblia com este significado.
mudança de caráter. Jacó, que signi- Quando esta mensagem simbólica
fica “suplantador”, passa a se cha- era transmitida ao indivíduo contra
mar Israel, indicando uma mudança quem se havia pecado, esperava-se
de vida a partir de uma “luta” com que a raiva mudasse em misericór-
Deus. Jacó havia sido desleal com seu dia, com a resposta de franqueza e
irmão e sabia disso, e Deus também sinceridade que tornaria a reconci-
sabia. Apenas quando foi transfor- liação uma realidade” (HARPER).
mado por Deus, ele se tornou apto Ele teve a iniciativa do encontro e
para encontrar-se com seu irmão. fez tudo o que entendia ser melhor
Se desejamos relacionamentos para que tudo corresse bem. No en-
saudáveis, a dimensão espiritual, isto tanto, Deus fez o que Jacó nunca po-
é, nosso relacionamento com Deus, deria fazer: mudar o coração de Esaú.
precisa ter um lugar especial. À me- A raiva que havia no coração do irmão
dida que Deus vai transformando mais velho foi dissipada naqueles 20
nosso caráter, estamos mais aptos anos, mas não graças à ação humana
e aptas a conviver com as pessoas. ou ao tempo, nem mesmo pelos pre-
Deus trabalhou na vida de Jacó, mas sentes; foi a ação divina que mudou
com Esaú não foi diferente. o coração de Esaú. Deus foi o próprio
artífice da reconciliação entre os ir-
O Milagre da Reconciliação mãos. E não faltou emoção nesse en-
(Gênesis 33.1-11) contro. Esaú não apenas abraça a Jacó,
Após 20 anos, o temido encontro en- mas se entrega a um abraço apertado,
tre Jacó e Esaú finalmente acontece. guardado por 20 anos e certamente
Jacó estava com tanto medo que en- regado por muitas lágrimas.
viou diversos presentes para seu ir- Deus é um Deus de reconciliação,
mão, além de prostrar-se em sinal de e em Cristo, reconciliou consigo o
submissão sete vezes até encontrá-lo. mundo e nos deu o ministério da re-
Jacó prostrou-se e enviou presentes conciliação (2Coríntios 5.18-20). A re-

14 Cruz de Malta
conciliação é um lindo milagre que BATE-PAPO
apenas Jesus pode operar. Neste trecho Como conviver de forma saudável
bíblico temos uma lição preciosa na com as diferenças? Qual a impor-
atitude de Jacó em enfrentar seus me- tância do perdão para nossas vidas,
dos e reconciliar-se com seu irmão. tanto em nossa relação com Deus,
Com isto, perceberemos que o quanto em relação ao próximo?
perdão não é completo até que as
pessoas envolvidas façam todo o pos- Leia durante a semana
sível para se reconciliar e para viver Domingo: Gênesis 32.22-33.11
de forma diferente a partir da recon-
Segunda-feira: Gênesis 25.19-34
ciliação. Quando recebemos o perdão
Terça-feira: Gênesis 27.1-17
de Deus, nossos erros do passado são
Quarta-feira: Gênesis 27.18-29
apagados. No entanto, em relação às
Quinta-feira: Gênesis 28.1-9
pessoas, é necessária uma postura
Sexta-feira: 2Coríntios 5.18-20
parecida com a de Jacó: fazer o possí-
Sábado: Mateus 6.14-15
vel para tentar reparar o mal, desde a
iniciativa do encontro, passando pela
busca mais intensa de Deus.
Bibliografia
BÍBLIA DE ESTUDO ALMEIDA. Barueri/SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
Conclusão BÍBLIA DE ESTUDO: APLICAÇÃO PESSOAL. São
Falar de relacionamentos à luz da Paulo: CPAD, 2009. 2012
CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento pasto-
Bíblia nos enche de esperança,pois ve- ral: modelo centrado em libertação e crescimen-
mos que homens e mulheres de Deus to. Tradução de Walter O. Schlupp, Luis Marcos
nas Escrituras estão longe de serem Sander. 6. ed. São Leopoldo: EST/Sinodal, 2016.
COMENTÁRIO BÍBLICO NVI: Antigo e Novo
heróis e heroínas (pessoas perfeitas).
Testamentos. Edição de F. F Bruce; Tradução de
Não encontraremos Super-Homens e Valdemar Kroker. 2. ed. São Paulo: Vida Nova,
Mulheres Maravilha na Bíblia. Muito 2012.
pelo contrário, a história de Jacó e HARPER, A. F. Estudo Bíblico sobre Gênesis 32.
Biblioteca Bíblica. Disponível em https://bibliote-
Esaú não é a única história de rela-
cabiblica.blogspot.com/2015/11/genesis-32-estu-
cionamentos conturbados descritos do-biblico.html. Acesso em 19/12/2018.
na Palavra. Esta história nos lembra LIZORKIN-EYZENBERG, Eli. O que Israel signi-
que o Senhor pode e deseja nos usar, fica em hebraico. Disponível em https://blog.
israelbiblicalstudies.com/pt-br/jewish-stu-
apesar de nós mesmos, de nossos er-
dies/o-que-israel-significa-em-hebraico-uma-
ros e limitações. Relacionamentos -interpretacao-do-dr-eli/ . Acesso em 11/12/2018.
quebrados podem ser restaurados STRONG, J., & Sociedade Bíblica do Brasil. 2002;
através do perdão e é o próprio Deus 2005. Léxico Hebraico, Aramaico e Grego de
Strong. Sociedade Bíblica do Brasil.
que trabalha para reconciliar as pes- STORNIOLO, Ivo; BALANCIN, Euclides Martins.
soas umas com as outras (Provérbios Como ler o livro do Genesis: origem da vida e
16.7) e todos os seres humanos com da história. Coleção Como ler a Bíblia. São Paulo:
Ele mesmo (2Coríntios 5.18-20). Paulinas, 1991.

InspirAções para a vida 15


CONTEÚDO PARA
PROFESSORES(AS)
Objetivos: Analisar a questão dos relacionamentos interpessoais a partir do
conflito Esaú e Jacó. Destacar a necessidade do perdão e da reconciliação para
o desenvolvimento e manutenção de relacionamentos saudáveis.

Para Início de Conversa


Reúna a turma em grupos e peça para que criem um acróstico com a palavra
PERDÃO. Um acróstico é uma forma de poesia em que se usa cada letra da pa-
lavra para formar outra palavra ou frase na vertical que dialogue com a palavra
principal. Ex.:

Palavra pequena que faz grande diferença,


Em dias sombrios de erros humanos.
Rasgos no coração, ele pode restaurar.
Dias e anos de distância tendem a encurtar.
Anseio divino para todo o povo,
Obra da Graça para começar de novo. (Andreia Fernandes)

A partir da apresentação das poesias, abra espaço para quem quiser parti-
lhar alguma lembrança suscitada (gerada) pelo exercício. Conduza esse tempo
com muita prudência e passe à lição.

Por Dentro do Assunto


Para entendermos melhor o conflito entre Jacó e Esaú por conta da bênção
roubada, é preciso entender o mundo da época. A palavra falada tinha valida-
de e continuidade que não são comuns no nosso mundo ocidental atual; nem
bênçãos nem maldições podiam ser anuladas ou revogadas. Isaque reconhe-
ceu esse fato (v. 33), embora isso fosse contrário à sua inclinação do momento.
Embora o primogênito tivesse direito de primogenitura, ele não a recebia
de fato até que a bênção fosse pronunciada. Até esta ocasião o pai poderia tirá-
-la do filho mais velho e dá-la ao filho que mais merecia. Mas após o pronuncia-
mento da bênção da primogenitura esta não poderia mais ser retirada. Por isso
os pais costumavam esperar até a velhice para pronunciar a bênção. Antes de
morrer, portanto, o pai realizava uma cerimônia na qual oficialmente abençoa-
va o primogênito, passando para este a sua herança de direito.
Embora Jacó já tivesse recebido a primogenitura de seu irmão anos antes,
ele ainda necessitava da bênção de seu pai para validá-la. Vale destacar ainda
que Esaú estava no seu direito de vender sua primogenitura, mas vendê-lo por
tão pouco demonstrou, no mínimo, desprezo.
Ao perceber a deslealdade de seu irmão, Esaú ficou tão furioso que não con-
seguiu enxergar seu próprio erro de desistir da primogenitura. Esaú sentiu rai-

16 Cruz de Malta
va de seu irmão Jacó. A raiva é um sentimento com o qual precisamos aprender
a lidar. Não é errado sentir raiva, esta é uma reação humana mas precisamos
lidar com ela na direção de uma solução para os conflitos que giram em torno
desse sentimento.
A luta com Deus certamente é o momento mais importante da vida de Jacó.
Deus conferiu a muitas pessoas na Bíblia novos nomes (Abraão, Sara, Pedro)
como símbolo da mudança efetuada por Ele em suas vidas. Nesse ponto pode-
mos notar como o caráter de Jacó se modificou e isso se deu a partir desse con-
fronto. Tanto que seu nome muda a partir daí e faz referência a esse episódio.
“A palavra YiSRaEL é relacionada com o verbo leSRot, que no hebraico bíblico
significa lutar,aspirar,exercer influência (...) Este evento da história mundial foi
tão significante, que a nação descendente de Abraão, Isaque e Jacó foi nomea-
da depois deste encontro particular. Esses descendentes ficariam conhecidos
para sempre como o Povo de Israel, o Povo que luta com Deus” (LIZORKIN-
EYZENBERG, 2013). A chave para relacionamentos saudáveis é que eles sejam
abertos, confiantes, cheios de alegria e espírito amoroso. A restauração dos
relacionamentos quebrados só acontece à medida em que nos conectamos
com Deus. As pessoas precisam de valores e sentidos sadios para serem sadias.
Deus estava transformando valores e sentidos em Jacó, assim como precisa fa-
zer com cada um(a) de nós.
O tema principal do relato (Gênesis 32; 33) é a reconciliação entre Jacó e
Esaú. É importante observar que, apesar dos seus temores, foi Jacó quem to-
mou a iniciativa de se aproximar de Esaú (32.3). Ele chegou ao ponto de tomar
precauções naturais, caso Esaú quisesse se vingar; essas precauções incluíram
uma oração sincera, lembrando a Deus as promessas dele (cf. Gênesis 28.13).
Jacó, então, preparou um belo presente para apaziguar o irmão ofendido. A
questão do presente para nós hoje pode soar de uma maneira bem diferente,
pois vivemos em outro contexto cultural. Não havia intenção de suborno, era
uma prática da época. Hoje o presente que melhor expressa o desejo de fazer
as pazes é o nosso coração sincero, humilde e dependente de Deus para nos
aproximar e recomeçar.
É um alívio ver a mudança no coração de Esaú quando os dois irmãos se en-
contram. A amargura pelas perdas do direito e bênção de primogenitura parece
ter desaparecido, e Esaú está satisfeito como o que tem. A vida pode ter momen-
tos nos quais nos sentimos enganados ou enganadas, mas o ressentimento pode
dar lugar ao perdão em nosso coração e com isso encontramos paz.

Por Fim
Faça um resumo dos pontos que foram abordados na lição e reafirme a ne-
cessidade de relacionamentos saudáveis entre as pessoas, e como o perdão
pode restaurar relacionamentos há muito rompidos. Enfatize que, embora
a reconciliação seja um passo difícil, ela é necessária para relacionamen-
tos saudáveis. É bom lembrar que nossas personalidades são formadas,
deformadas e transformadas nos relacionamentos. Tanto a cura quanto o
crescimento dependem da sua qualidade e de como reagimos diante das
situações de conflito.

InspirAções para a vida 17


Lição 3

Miriã: Profetisa e Adoradora


Texto Bíblico: Êxodo 15.20-21

“Cantai ao Senhor, porque gloriosamente triunfou e


precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro”. v.21b

M
iriã foi uma das mulheres usadas por Deus em momentos de ex-
tremo perigo para o povo de Israel. Desde a opressão de Faraó na
infância de Moisés, até a libertação do povo, Miriã aparece como
um instrumento do Senhor para a preservação da vida, libertação e ado-
ração. Mas ela também cometeu erros que trouxeram desestabilidade na
unidade do povo e resultados negativos sobre sua vida. Contudo, a graça de
Deus a restaurou e a fez corrigir seu caminho. Aprendemos com Miriã que
mesmo tendo realizado grande coisas com Deus e para Deus, sempre neces-
sitamos da sua graça. Somos eternamente dependentes da graça do Senhor.

18 Cruz de Malta
Ousadia na preservação da que o individualismo penetre em
vida (Êxodo 2.1-8) nossa comunidade de fé e muito me-
Miriã é irmã de Moisés e Arão, filha nos em nossa família. O problema
de Anrão e Joquebede (Números de Moisés tornou-se o problema de
26.59; 1Crônicas 6.3). Era da linha- Miriã. Aprendemos também a ser
gem sacerdotal, profetisa e tornou- instrumento de Deus em sua obra li-
-se também líder do povo de Israel. bertadora. Decisões acertadas, como
Em Miqueias 6.4 ela é chamada de da filha de Faraó, podem vir por sim-
guia do povo enviada por Deus no ples sugestões nossas, quando ousa-
mesmo nível de Moisés e Arão. Em damente falamos sob a direção do
Êxodo 15.20 é chamada de profetisa. Espírito Santo de Deus.
Diante do massacre de meninos
no Egito, Miriã auxilia sua mãe em Ousadia e Alegria na
uma estratégia para salvar a vida de Adoração (Êxodo 15.20,21)
Moisés: colocar a criança em um Após o cântico de Moisés (Êxodo 15.1-
cesto, depositar no rio Nilo e confiar 19), Miriã louva a Deus com danças
na providência de Deus. Miriã acom- e com cânticos. É mencionada pela
panha o caminho do cesto sobre as primeira vez pelo seu nome quando,
águas a fim de “observar o que lhe tocando seu tamborim e dançan-
haveria de suceder” (v.4). A graça de do, liderou as mulheres de Israel no
Deus fez a filha de Faraó ter compai- louvor ao Senhor depois da travessia
xão pela criança (vv. 5-6) e Miriã, que do Mar Vermelho (v.20). O povo he-
estava de prontidão, a ousadamente breu permaneceu no Egito por 430
propor: “Queres que eu vá chamar anos (Êxodo 12.40), desde a entrada
uma das hebreias para que sirva de da família de Jacó até a saída do cati-
ama e te crie a criança”? (v.7). Pela in- veiro. Depois de 10 pragas para con-
tervenção de Deus através da instru- frontar a insistência de Faraó, Deus
mentalidade de Miriã, a própria mãe finalmente liberta o povo, leva-o até
de Moisés foi contratada pela prin- o Mar Vermelho e destrói o exército
cesa do Egito para ser a amamenta- egípcio nas águas.
dora e criar o menino(vv.7-8). É neste contexto de libertação
Aqui, aprendemos com Miriã que Miriã lidera um movimento de
a confiar nos cuidados de Deus e danças, litanias e adoração. “Cantai
perseverar. Assim como ela acom- ao SENHOR, porque gloriosamente
panhou seu irmão, devemos acom- triunfou e precipitou no mar o cavalo
panhar as pessoas que Deus coloca e o seu cavaleiro”, parece ser o refrão
em nossa vida. A intervenção de Deus do cântico de Moisés (Êxodo 15.1-
poderá vir por nossa disponibilidade 19). O Cântico de Miriã pontua que:
e ousadia. Nunca devemos permitir Deus é merecedor da nossa gratidão

InspirAções para a vida 19


e louvor (v. 21.a); é Ele quem dá a vi- ção de profetas, com Moisés Ele fa-
tória (v.21b); é importante recordar e lava diretamente (“boca a boca”) e
recontar os feitos de Deus (v.21.c). não por figuras (v.8).
O cântico de vitória não finaliza Ao que parece, o castigo do
essa etapa na vida do povo de Israel; Senhor sobre a arrogância dos ir-
ainda é preciso caminhar rumo à mãos em relação a Moisés recaiu
promessa, porém o cântico celebra sobre Miriã. Ela ficou leprosa por
a renovação da fé, na certeza de que sete dias (cf. Números 12.10-15 –
Deus permanece junto ao seu povo. Veja também Deuteronômio 24.9).
É a ousadia na adoração que celebra Contudo, não foi deixada para trás.
os feitos de Deus, confirma a pro- O povo só pôde continuar a cami-
messa e fortalece para a caminhada nhada depois da restauração de
no deserto. Miriã. Isso demonstra sua impor-
tância para a comunidade de Israel.
Ousadia sem a direção de Miriã foi mais uma vez ousada,
Deus (Números 12.1-16). mas não agiu segundo a direção de
Como nós, Miriã também teve seu Deus. Contudo, por intercessão de
momento de agir fora da direção de Arão e de Moisés, recebeu o perdão
Deus. Juntamente com Arão, ques- do Senhor e foi curada depois de
tionou Moisés por seu comporta- sete dias.
mento quando ele decidiu casar-se Aprendemos com isso que nos-
com uma mulher cuxita (Cuxe é um sas vitórias e ações do passado não
termo hebraico da palavra Etiópia). garantem imunidade diante de fu-
Parece que esta relação de Moisés turos tropeços. Apesar de todos os
com a cuxita diminuiu, de certa for- momentos bons e santos diante de
ma, o respeito que eles tinham pelo Deus e no serviço ao próximo, po-
irmão. Isto favoreceu as críticas em deremos “derrapar nossos pés” e
outras áreas. entristecer o Senhor. Por isso, pre-
Os dois enfatizaram que o cisamos vigiar nossos passos e con-
Senhor falava por meio deles e des- fiar no perdão do Senhor.
tacaram seu dom profético. Parece A Bíblia não nos dá muitas infor-
que houve inveja por parte deles mações acerca de Miriã após esses
devido à posição privilegiada de eventos. Conforme registrado em
Moisés. O Senhor, contudo, deixa Números 20.1, Miriã morreu em
bem claro que, embora ela e Arão Cades, no deserto de Zim, e ali foi
ouvissem a voz de Deus na condi- sepultada.

20 Cruz de Malta
Conclusão BATE-PAPO
Miriã foi uma mulher usada por Deus Como podemos ser profetas e pro-
desde sua infância. Teve ousadia para fetisas do Senhor hoje? Que lições
acompanhar seu irmão, mesmo que aprendemos com as etapas da vida
isso significasse risco de morte. Teve de Miriã para a caminhada cristã?
ousadia para sugerir a filha de Faraó
uma mãe hebreia para cuidar de seu Leia durante a semana
irmão. Teve também a intrepidez Domingo: Êxodo 15.20-21
de liderar as mulheres de Israel em Segunda-feira: Êxodo 2.1-8
adoração ao Senhor pela libertação
Terça-feira: Êxodo 15.1-19
da escravidão do Egito. Contudo, por
Quarta-feira: Números 12.1-16
um descuido, deixou que a inveja en-
Quinta-feira: Efésios 6.11-15
trasse em seu coração levantando-se
Sexta-feira: Salmo 90
contra a liderança de Moisés, e res-
Sábado: Salmo 50
pondeu por isso. Que sejamos ousa-
dos e ousadas na luta pela libertação
plena, que mostremos intrepidez na
Bibliografia
BACHMANN, Mercedes L. García. Miriam, a
adoração e na celebração da liberta-
ção, e que sejamos vigilantes contra profetisa. Revista L’osservatore Romano. In:

toda cilada do diabo. “Revesti-vos de http://www.osservatoreromano.va/pt/news/

toda a armadura de Deus, para que miriam-profetisa. Acesso em 19/09/2018.

possais estar firmes contra as astutas HOFF. Paul. O Pentateuco. Miami: Ed. Vida,

ciladas do diabo” (Efésios 6.11). 1988.

ANOTE

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InspirAções para a vida 21


CONTEÚDO PARA
PROFESSORES(AS)
Objetivo: Apresentar a vida de Miriã,sua vocação e ministério,acertos e erros,
e a importância de sua vida no meio do povo de Israel, fazendo menção da ale-
gria da celebração como resultado da libertação concedida por Deus.

Para início de conversa:


Escreva num quadro ou cartaz a palavra ousadia, e inicie a aula perguntando
à classe o que essa palavra significa. Busque o que essa palavra significa no di-
cionário. Separe também duas colunas abaixo da palavra, e peça exemplos po-
sitivos e negativos de ousadia na história pessoal, da Igreja ou da Bíblia. A partir
daí, apresente Miriã, uma mulher ousada que nem sempre usou esse atributo
de forma positiva, mas encontrou sempre a misericórdia e o perdão de Deus,
tornando-se um ícone da história de libertação do seu povo.

Por dentro do assunto:


O texto abaixo é um resumo do excelente trabalho da teóloga, Mercedes L.
García Bachmann. “Miriam, a profetisa”, publicado na revista L’osservatore
Romano. Suas considerações enriquecem nosso conhecimento e reflexão a
respeito de Miriã.
“Miriã é mencionada em seis textos, cinco dos quais fazem parte do
Pentateuco. Mas na maioria dos casos a sua figura é associada à salvação de
Moisés quando era criança (Êxodo 2). É uma das poucas mulheres do Pentateuco
mencionada em outros trechos da Bíblia.
Miriã é mencionada em duas genealogias, uma em Números 26.59. Aqui são
mencionadas também a mãe e a avó de Miriã, um dado extraordinário que é
atribuível à figura extraordinária da própria Miriã. De ambos os lados (como os
seus irmãos) Miriã é levita (estirpe sacerdotal) autêntica.
Nota-se que Miriã fora educada,assim como seus irmãos,para trazer para vida
os aspectos de sua fé. Êxodo 15. 20-21 é um dos textos mais fecundos. Trata-se de
um cântico de louvor a Deus depois que Israel atravessou o mar; é o primeiro
cântico em liberdade. Para além do costume,de entoar cânticos,Miriã,inspirada
pelo espírito, usa seus dons e talentos para servir e guiar seu povo em adoração.
Os versos 1-19 são geralmente atribuídos a Moisés, e o refrão (vv. 20-21) à
Miriã. Este é o primeiro texto que menciona «Miriã, a profetisa, irmã de Arão».
Nesta passagem Miriã está fazendo teologia. Está interpretando a situação
presente — que todo o povo pode atravessar o mar sem morrer afogado e sem o
exército egípcio no seu encalço — à luz da palavra divina; foi o Senhor que o fez,
nenhum outro.
Outro texto fundamental é Números 12, onde ocorre o conflito entre Arão,
Miriã e Moisés. Um sinal da importância de Miriã na comunidade é a própria
existência desta história na qual, por um lado, Miriã é posta «fora» do acampa-

22 Cruz de Malta
mento, mas por outro não pode ser eliminada porque goza de apoio popular, a
ponto de que o seu povo não retoma o caminho enquanto ela não volta a inse-
rir-se no grupo.
Em Deuteronômio 24.8-9 ela é vista também de modo negativo,onde o status
quo religioso levítico é corroborado pelo exemplo negativo de Miriã: ‘... Lembra-
te do que o SENHOR, teu Deus, fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito’.
Contudo, é preciso observar que o texto só faz alusão ‘àquilo que o Senhor, teu
Deus,fez a Miriã’,sem mencionar a lepra (além disso,em Números 12 não se fala
de desobediência ao Senhor, mas de contestação contra Moisés).
Não obstante, Números 20.1 só dedica poucas palavras à Miriã, contudo é
surpreendente, porque não temos notícia da morte de quase nenhuma outra
mulher bíblica. Observe-se que, diversamente dos seus irmãos, nunca se afirma
que Miriã morreu por castigo divino.
O único texto na literatura profética que a menciona, fortalece o seu papel
de guia. Miqueias 6.1-8 é um típico exemplo de processo ou acusação contra
Israel, por ter sido infiel ao seu Deus. Nesta repreensão o Senhor diz: ‘Pois te
fiz sair da terra do Egito e da casa da servidão te remi; e enviei adiante de ti
Moisés, Arão e Miriã’.
A ação de mandar à frente significa indicar guias e profetas para o povo. Este
é a missão que Miqueias 6.1-8 observa na pessoa de Miriã ao lado de Arão e
Moisés.
O breve texto de Miqueias mostra, por um lado, as três figuras ligadas ao
êxodo e ao deserto. Por outro, mostra Moisés e Arão como servos e Miriã como
serva de Deus, precisamente como profetas. Em terceiro lugar, mostra que para
o Deus de Miqueias, Moisés, Arão e Miriã estão no mesmo nível, sem diferença
alguma, exceto a ordem em que são mencionados.
É preciso observar a ausência de referências familiares no texto. O autor não
diz que Miriã era a irmã deles, mas que a única coisa que une as três figuras é a
vocação profética.
Não podemos diminuir a figura de Miriã na tradição judaica. Ela foi profetisa,
guia, adoradora e mulher. Um instrumento usado por Deus assim como Arão e
Moisés”.
Olhar para Miriã como alguém tão importante diante de Deus no projeto de
salvação do seu povo ajuda a admirá-la sem,contudo,fazer vistas grossas para as
limitações humanas que ela,seus irmãos e tantas outras mulheres e homens da
Bíblia apresentam. Nos ajuda a olhar para a nossa humanidade entendendo que
Deus usa as pessoas, levando em conta suas qualidades e não omitindo os seus
defeitos, mas querendo transformá-los para sua honra e glória.

Por fim:
Peça para que a classe apresente mulheres que, na comunidade da fé, foram
ou são exemplos, guias, profetisas e adoradoras assim como Miriã. Certamente
será possível perceber que muitas “Miriãs” continuam atuando e transforman-
do o cotidiano para a glória de Deus. Se for possível, prepare cartões de homena-
gem para entregar para essas pessoas em nome da classe. Você pode designar
alunos e alunas especificamente para essa tarefa.

InspirAções para a vida 23


Lição 4

Débora e Baraque: juntos pelo Reino


Texto bíblico: Juízes 4

“...Se fores comigo; irei; porém se não fores, não irei”. v.8

P
ercebemos na leitura do Antigo Testamento que toda vez que o povo
de Deus se afasta de seus caminhos há consequências, mas quando há
arrependimento e busca, Deus levanta pessoas para dar livramento,
retomar seus propósitos e glorificar seu próprio nome. No caso de Débora e
Baraque, aprendemos que, independentemente de quem seja o instrumen-
to, a glória deve ser dada somente a Deus, por isso, não podemos ter medo
de pedir ajuda ou deixar que outras pessoas se destaquem. Quando nos uni-
mos, a vitória se torna mais significativa e Deus é exaltado.

24 Cruz de Malta

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