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CRIME E CASTIGO
Índice
Do autor__________________________________ 3
Resumo da obra ____________________________ 8
Parte I _______________________________ 9
Parte II_______________________________ 14
Parte III ______________________________ 18
Parte IV ______________________________ 22
Parte V_______________________________ 26
Parte VI ______________________________ 28
Personagens ________________________________ 34
Chaves de interpretação_______________________ 36
Do autor
DOSTOIÉVSKI: O bárbaro barbado
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mo ano, Dostoiévski foi enviado junto de seu irmão mais velho à Aca-
demia de Engenharia Militar de São Petersburgo. Antes entusiasmado
com a vida militar, Fiódor decepcionou-se com os castigos físicos im-
postos aos alunos e com os maus hábitos dos professores.
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gasse à Rússia a atmosfera revolucionária que agitava a Europa ociden-
tal. Dostoiévski e mais dezenas de militantes são presos e condenados à
morte por fuzilamento. No momento da execução, os condenados são
informados de que a pena foi comutada em trabalhos forçados.
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jogos de roleta, vício que o acompanharia pelo resto da vida. Notas de
inverno sobre impressões de verão (1863) e O Jogador (1867) trazem no
bojo experiências vividas pelo autor nesta primeira viagem. Em 1864,
funda a revista Epokha, nova parceria com Mikhail, que, por má admi-
nistração, fechou em menos de um ano. Neste mesmo ano, enquanto
redigia Cadernos do Subterrâneo, Maria Dmitrievna Isavea faleceu.
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discurso memorável durante a inauguração de um monumento em
homenagem a Aleksandr Púshkin, em Moscou, falando sobre a obra
do poeta e sobre o destino da Rússia entre as nações. No dia 6 de feve-
reiro de 1881, caiu de cama em razão de um enfisema pulmonar. Em 9
de fevereiro, faleceu. Sua procissão fúnebre foi seguida por uma grande
multidão, que lamentava a morte do bárbaro barbado que, ao lado de
Tolstói, já era considerado o maior escritor russo.
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Resumo
da obra
Parte I
I
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voltará em alguns dias com outro penhor e pergunta se Lisaveta cos-
tuma estar em casa naquele horário. Fora do prédio, Raskólnikov é
tomado por uma súbita sede de álcool, vai a uma taverna, senta-se em
um canto escuro, bebe cerveja e mais uma vez medita sobre a execução
do seu plano misterioso.
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III
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dante estiver fora de vista. Raskólnikov percebe estar caminhando em
direção à casa de Razumíkhin, seu melhor amigo da universidade, a
quem não encontra há quatro meses.
VI
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De volta ao presente, Raskólnikov dorme um sono profundo até a
noite seguinte. Ao acordar, arranja um falso penhor para entregar a
Aliona, além de conceber maneira de carregar um machado em seu
sobretudo. Às sete e meia, toca a campainha de Aliona.
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Parte II
I
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apartamento. Ao acordar, pergunta a Nastássia se isso de fato ocorreu
ou se não passou de um sonho. Nastássia afirma ter se tratado de um
sonho ruim.
III
IV
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V
VI
Tomado por uma súbita lucidez, Raskólnikov sai pela rua. Adentra um
café, onde conhece o inspetor de política Zamiótov. Raskólnikov puxa
conversa e passa a implicar com o inspetor, afirmando saber muito so-
bre assassinatos e crimes de maneira geral. Claramente perturbado, o
assassino quase confessa o crime e desperta suspeitas em Zamiótov. Por
fim, Raskólnikov disfarça, convencendo o inspetor de que é apenas
um sujeito um tanto excêntrico. Sai às pressas do café, e tromba com
Razumíkhin na escada. Este repreende o amigo por sair sozinho, mas
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o convida para a primeira festa em sua nova casa; Raskólnikov recusa.
Atravessando uma ponte, fica enjoado ao testemunhar uma tentativa
de suicídio. Vagando febrilmente, logo se vê em frente à casa de Aliona
Ivánovna. Vai até o apartamento, onde estão trabalhando dois operá-
rios. Pergunta-lhe, então, por que removeram o sangue do chão e das
paredes. Os pedreiros nada respondem, e o porteiro o expulsa. Na rua,
Raskólnikov vê uma multidão reunida.
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Parte III
I
II
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mostram ao rapaz uma carta em que Lújin lhes ordena não visitarem
Raskólnikov novamente. Além disso, Lújin também revela na carta
que Raskólnikov havia doado grande parte do dinheiro à família de
Marmeládov. Razumíkhin aconselha Pulkhéria a seguir os conselhos
da filha no que diz respeito à relação entre Lújin e Raskólnikov. Dúnia
acredita que os dois ainda podem se reconciliar. Os três entram no
quarto de Raskólnikov.
III
IV
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investigação do assassinato e parente de Razumíkhin. Este responde
positivamente. Os três saem do quarto. Enquanto Sônia caminha de
volta para casa, um homem chamado Svidrigáilov a segue. Ao final,
descobrimos que os dois são vizinhos de porta. Enquanto isso, Razu-
míkhin e Raskólnikov vão à casa de Petróvich. Raskólnikov faz piadas
sobre a atração do amigo por sua irmã, tentando parecer à vontade.
No íntimo, ele se pergunta se Petróvich sabia da sua visita à usurária
na véspera do crime.
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tir, Petróvich pergunta a Raskólnikov se ele havia visto algum pintor
trabalhando no prédio em sua última visita à casa de Aliona, dois dias
antes do crime. Raskólnikov percebe a armadilha, pois havia dois pin-
tores no dia do assassinato, não dois dias antes, e responde que não.
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Parte IV
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má-lo, mas, ao mesmo tempo, insinua saber da visita de Raskólnikov
ao prédio da usurária no dia seguinte ao crime. Os dois são interrom-
pidos por um “incidente singular”.
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Parte V
I
Lújin está em seu apartamento com Lebeziátnikov, jovem que é seu colega
de quarto. Ele percebe que seu noivado com Dúnia está definitivamente
rompido, e por culpa de Raskólnikov. Pensar em todo o dinheiro gasto para
a futura casa dos recém-casados faz Lújin tremer de ódio. Ele e Lebeziátnikov
foram convidados para o jantar que Katerina Ivánovna, moradora do mes-
mo prédio, está oferecendo em homenagem ao falecido Marmeládov. Lújin
convida Sônia para ir a seu quarto e lhe entrega uma nota de dez rublos.
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Parte VI
I
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que ainda não acredita na confissão de Nikolai, pois o pintor ignora
a maior parte dos detalhes do crime. Afirma, ainda, que não prendera
Raskólnikov apenas por falta de provas e que, aos olhos do juiz, seria
melhor que o suspeito confessasse logo ser o autor do crime. Antes de
Raskólnikov sair do ambiente, o investigador lhe pede que, caso esteja
planejando cometer suicídio, ao menos divulgue uma nota revelando
a localização dos objetos e do dinheiro roubado.
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IV
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nikov. Desce do veículo poucos metros adiante, porém, e sai à procura
de Dúnia, atraindo-a para seu quarto e falando-lhe do crime cometido
por seu irmão. Dúnia fica espantada e acaba desmaiando. Depois, pro-
põe-lhe casamento em troca de proteção a Raskólnikov. Dúnia tenta
fugir, mas a porta está trancada. Pega, então, uma arma, acusa-o de ter
envenenado a falecida esposa, e atira duas vezes, atingindo-o de ras-
pão. Svidrigáilov a abraça à força, mas desiste de estuprá-la ao perceber
que Dúnia jamais o amará.
VI
Svidrigáilov visita Sônia, oferece-lhe três mil rublos e diz que esse di-
nheiro deve ser utilizado para acompanhar Raskólnikov até a Sibéria.
Vai, então, à casa de sua noiva, informa à família dela que se ausentará
por um tempo e lhes entrega quinze mil rublos. Dirige-se a um hotel,
onde sonha com uma menina de cinco anos que choraminga de frio.
Ao mirar seu rosto, vê nele uma expressão sedutora. Ao acordar, sai
pelas ruas de Petersburgo carregando o revólver de Dúnia. Encontra
um soldado e lhe ordena dizer, caso alguém pergunte, que ele viajou
para a América. Atira, então, contra a própria cabeça.
VII
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e confessa a ela ter cogitado suicidar-se, mas que optou por confessar
o crime. Num momento de exaltação, Raskólnikov afirma que não
se entregaria caso tivesse lucrado com o assassinato. Ao contemplar a
expressão de sofrimento da irmã, percebe quanta dor causou à família.
VIII
EPÍLOGO
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gum tempo psicólogos explicaram que essa ignorância era sintoma de
uma insanidade temporária. A punição foi relativamente branda, pois
o criminoso confessou os assassinatos espontaneamente e, nos teste-
munhos, amigos e parente deram parecer positivo sobre sua conduta.
Razumíkhin relembrou atos de caridade do amigo nos tempos da fa-
culdade, e a dona do apartamento mencionou um ato de heroísmo de
Raskólnikov durante um incêndio.
Cinco meses após a confissão, ele foi condenado a oito anos de traba-
lhos forçados na Sibéria. Sônia foi consigo. Razumíkhin permaneceu
em Petersburgo, cuidando de Dúnia e de Pulkhéria, que estava à beira
da morte. Dali dois meses, Razumíkhin e Dúnia se casaram. Tentavam
esconder de Pulkhéria o destino do filho. Ela, porém, descobriu por si,
acabou delirando e enfim morreu.
Certo dia, senta-se ao lado de Sônia e os dois ficam de mãos dadas. Ge-
ralmente, ele sentia repulsa, mas desta vez encheu-se de amor, chegan-
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do a chorar e a abraçá-la. À noite, pensa em Sônia, enche-se de amor,
lê trechos de uma cópia do Evangelho que ela lhe dera e sente-se como
se ele e a mulher que ama fossem um só. O narrador encerra o roman-
ce afirmando que a renovação desse homem é matéria para outro livro.
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Personagens
RODION ROMÁNOVITCH RASKÓLNIKOV – Jovem de vinte e quatro
que teve que desistir dos estudos por falta de dinheiro. Nascido e cria-
do no interior, ele vive sozinho em São Petersburgo, onde é tido por
todos – não sem razão – como orgulhoso, taciturno e insensível. Por
seu orgulho, considera-se superior a todos e, por consequência, acima
das leis dos homens e da moral.
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RAZUMÍKHIN – Simpático, simples, gentil e querido por todos, Razu-
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Chaves de interpretação
O ALCOOLISMO
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O interesse pelo tema não era fruto do acaso ou da mera observação so-
cial. O próprio autor, embora não fosse propriamente alcoólatra, tinha
certa tendência ao problema, que se acentuava durante as viagens e joga-
tinas pela Europa. Seu pai, Mikhail, era um senhor beberrão e, segundo
dizem muitos biógrafos, agressivo com os filhos e empregados. Desde a
infância, portanto, o autor teve relação íntima com o problema russo.
O CRIME E O CASTIGO
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a punição que lhe é devida. Uns dizem que o romance foi motivado
pela convivência que o autor teve com seu pai, homem irascível que,
segundo alguns biógrafos, foi morto pelos servos que maltratara por
anos a fio. Outros afirmam que a experiência na prisão foi decisiva:
detido por envolvimento com grupos revolucionários, Dostoiévski foi
condenado à morte, mas teve a pena comutada em prisão. Meditar so-
bre a ação do czar, que lhe condenara à morte e depois lhe preservara a
vida, foi, decerto, uma experiência profundíssima sobre moralidade e
justiça. Além disso, o convívio com toda sorte de criminosos teria feito
o autor investigar a natureza da mente criminosa e meditar sobre qual
seria a maneira certa de aplicar-lhe a devida punição.
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NAPOLEÃO
Guerra e Paz, obra magna de Tolstói, retrata a sociedade russa desde a Guer-
ra da Terceira Coalizão até a Campanha da Rússia, chegando a ter Napo-
leão Bonaparte como personagem. Além dos clássicos citados, há milhares
de obras ficcionais do século XIX que contam, se não com Napoleão como
personagem, ao menos com sua trajetória militar como pano de fundo
para o enredo ou como matéria para conversações entre os personagens.
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quistado. Alargando ainda mais a extensão do seu império, o jovem mi-
litar anexou o Egito aos seus domínios. Embora tenha fracassado ao ten-
tar invadir o Reino Unido e a Rússia, o imperador dos franceses marcou
a história de todos os países europeus e, assim como César, tornou-se
imortal na história graças a suas façanhas militares e políticas.
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de Raskólnikov pelo Imperador não é, portanto, nada inverossímil, e
retrata fielmente o espírito daquela época.
UM ROMANCE POLIFÔNICO
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cias, jargões revolucionários, referências à cultura popular e menções a
determinados autores, conforme a classe social e o pensamento políti-
co e religioso de cada personagem.
Sônia, por sua vez, era simples e abnegada. Para ajudar a sustentar a
madrasta histérica e o pai alcoólatra, aceitou prostituir-se, ainda que
contra suas crenças religiosas. Mesmo vivendo as humilhações da pro-
fissão, mantinha-se pura e lutando por uma consciência reta, sem mal-
dizer o destino nem culpar os homens pelo seu infortúnio.