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ROTEIRO PARA CÁLCULO E DETERMINAÇÃO DA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE VEREADORES E

DEPUTADOS

O Sistema Eleitoral Brasileiro prevê o uso do "voto proporcional" para Vereadores e Deputados.

Este sistema desafia a capacidade mental do Eleitor. Por meio dele, todos os 1,5 milhão de eleitores que
votaram no Enéas Carneiro há algum tempo atrás, por exemplo, elegeram outros 5 deputados do mesmo
partido (ou coligação). Alguns com menos de 200 votos...

Esse é o resultado da aplicação do critério para o cálculo e determinação da eleição de Vereadores e


Deputados que esta explicação busca esclarecer aos eleitores e àqueles que almejem candidatarem-se
às próximas Eleições Municipais.

Em suma, o Eleitor pensa que está votando no candidato mas, na verdade, está votando no partido.
Mais : Na verdade ainda, nem no Partido, já que a Coligação participa como um Bloco.

Vota-se em Fulano de um determinado Partido, mas elege-se Sicrano, de outro partido.

Além da dificuldade de cálculo para se determinar quem foi eleito, o número elevado de candidatos é
superior à capacidade intelectual do eleitor em tentar entender os resultados, sem conhecer ao menos
esse critério.

Por exemplo:

Temos 27 partidos registrados existentes legalmente no País. Alguém sabe o nome ou a sigla de cada um
deles?

Além do número de partidos, só para se ter uma noção dos números básicos temos, no Brasil um total
348.047 candidatos a vereador, espalhados por 5563 municípios. Como a distribuição não é linear, os
municípios maiores tem maior número de candidatos. Exemplos do número de candidatos a Vereador :

Rio de Janeiro => 1.224 candidatos


São Paulo => 1.077 candidatos
Belo Horizonte => 1.030 candidatos

Neste Universo enorme de candidatos o Eleitor tem que escolher um. De que forma? Obviamente, além
de tentar conhecer seus candidatos, no fundo os eleitores precisam ter ao menos uma noção de como
esse processo se realiza, para entender, afinal, como os mesmos foram eleitos ou para perceber que,
mesmo bem votados, eles podem não lograr êxito, mesmo obtendo uma votação expressiva.

Seguem adiante um “passo a passo” de como funciona este cálculo e o conseqüente resultado de quem
será eleito:

1. CÁLCULO DO QUOCIENTE ELEITORAL

Primeiramente, precisamos conhecer como é calculado o QUOCIENTE ELEITORAL

Supondo que o número total de votos válidos (votos nominais + votos de legenda) numa eleição tenha
sido 30.000, por exemplo.

Se considerarmos qual é o número de vagas a serem preenchidas na Câmara Municipal do Município,


que no nosso exemplo seja de 10, o QE ( QUOCIENTE ELEITORAL ) será resultante da divisão dos
votos válidos, pelo número de vagas.

Isto é : QE = 30.000/10 = 3.000

Uma vez calculado o QE, passa-se à distribuição das vagas a serem preenchidas.

2. CRITÉRIO DE DISTRIBUIÇÃO DE VAGAS

Para podermos proceder aos cálculos que nos levarão a esse critério de distribuição de vagas,
precisaremos conhecer o QUOCIENTE PARTIDÁRIO (QP).

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ROTEIRO PARA CÁLCULO E DETERMINAÇÃO DA ELEIÇÃO MUNICIPAL DE VEREADORES E
DEPUTADOS ( continuação )

2.1 CÁLCULO DE VAGAS A SEREM PREENCHIDAS MEDIANTE O USO DO QP (QUOCIENTE


PARTIDÁRIO)

O QP é calculado mediante a consideração do NÚMERO DE VOTOS VÁLIDOS obtidos por um


determinado Partido, dividindo-o pelo QUOCIENTE ELEITORAL (QE).

Numa primeira fase, a distribuição das vagas é feita através então da consideração deste número.

Neste cálculo somente será considerado o Número Inteiro obtido desta divisão, desprezando-se os
decimais – algarismos à direita - após a vírgula.
A título de exemplo, se um cálculo resultar em 3,7, somente será considerado o 3.

Agora, vamos supor, seguindo o nosso exemplo, que dos Partidos que participaram das Eleições
Municipais, somente 3 partidos (PX, PY e PZ) que tenham alcançado o Quociente Eleitoral (QE), ou
seja, tiveram no mínimo 2.000 votos válidos, alcançando os seguintes resultados de votação:

PX => 10.200 votos


PY => 6.300 votos
PZ => 5.250 votos

Assim, o Número de Vagas será obtido, para cada Partido, dividindo-se o Número de Votos Válidos pelo
Quociente Eleitoral ( QE ).

Teremos, então, a seguinte distribuição de vagas:

PX => 10.200 / 3.000 = 3,4 => 3


PY => 6.300 / 3.000 = 2,1 => 2
PZ => 5.250 / 3.000 = 1,75 => 1

Assim, utilizando-se deste critério, nesta primeira fase, foram preenchidas 06 vagas foram distribuídas
através do QUOCIENTE PARTIDÁRIO (QP).

2.2. CÁLCULO PARA O PREENCHIMENTO DAS VAGAS REMANESCENTES

Seguindo o nosso exemplo, faltarão ainda pois 4 vagas a serem distribuídas.


Para esta distribuição, será utilizado o Sistema de Médias, que é obtido dividindo-se o Total de Votos
Válidos de cada partido pelo número de vagas já preenchidas mais 1.
O partido que obtiver a maior média ficará com a vaga.
O cálculo se repetirá para a distribuição de cada um dos lugares restantes.
Neste exemplo, são 4 vagas restantes, então teremos 4 rodadas de cálculo:

1ª RODADA:

PX => 10.200 / (3+1) =2.550


PY => 6.300 / (2+1) = 2.100
PZ => 5.250 / (1+1) = 2.625

Nesta rodada, a maior média ficou com o partido PZ. Desta forma ele ficará com a vaga, tendo agora 3
vagas ocupadas.

2ª RODADA:

PX => 10.200 / (3+1) = 2.550


PY => 6.300 / (2+1) = 2.100
PZ => 5.250 / (2+1) = 1.750

Nesta rodada, a maior média ficou com o partido PX. Desta forma ele ficará com a vaga, tendo agora 4
vagas ocupadas.

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DEPUTADOS ( final )

3ª RODADA:

PX => 10.200 / (4+1) = 2.040


PY => 6.300 / (2+1) = 2.100
PZ => 5.250 / (2+1) = 1.750
Nesta rodada, a maior média ficou com o partido PY desta forma ele ficará com a vaga, tendo agora 3
vagas ocupada.

4ª RODADA :

PX => 10.200 / (4+1) = 2.040


PY => 6.300 / (3+1) = 1.575
PZ => 5.250 / (2+1) = 1.750

Nesta rodada, a maior média ficou com o partido PX. Desta forma ele ficará com a vaga remanescente.

3. CÔMPUTO DO PREENCHIMENTO FINAL DAS VAGAS

Considerando-se assim o nosso exemplo, temos então a seguinte distribuição final:

PX => 5 vagas
PY => 3 vagas
PZ => 2 vagas

4. OBSERVAÇÕES FINAIS

1) O preenchimento das vagas com que cada partido ou coligação for contemplado obedecerá à ordem de
votação recebida por seus candidatos, isto é, as vagas serão preenchidas pela ordem decrescente de
votos obtidos por cada um deles;
.
2) Quando da existência de Coligação entre Partidos, o cômputo para distribuição das vagas, segundo o
critério mencionado no item 1 leva em consideração TODOS os votos obtidos pela Coligação e a
distribuição das vagas levará em conta todos os candidatos dos Partidos que formam a Coligação,
preenchendo-se pois as vagas pela ordem decrescente de cada um deles.

5. CONCLUSÃO

PARA O NOSSO POVO, FICA MUITO DIFÍCIL ENTENDER DE ELEIÇÕES E AINDA, MAIS DIFÍCIL,
COMPREENDER O RESULTADO...

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