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-
,-
I
.- FILOSOFIA
\eUA~
1. O sentido da te:rmftica e a situação problemática em geral:
Neste curso de Filosofia do Direito não seguiremos o percurso tradicional (perspectiva
histórica da Filosofia do Direito) mas antes adoptaremos uma .perspectiva
problemát~a que se desenvolve em tomo de dois problemas relacionados, que, pese
embora idênticos, não o são. A questão nuclear é:
. ....::....,...;:.\,
.•.•.
\ ,'.1.
Diz o Dr. Castanheira Neves, que o Direito hoje revela-se-nos fortemente problemático,
tomando-se um problema radical. É que não suscita já só a interrogação pela
determinação e a fundamentação do seu ser Direito, i.é., tanto a interrogação
ontológica, como a interrogação pelo seu fundamento normativo.
A problematicidade actual do Direito' vai ao ponto de atingir inc/usivamente a sua
fiC-> subsistência, ao pôr em causa não só o seu verdadeiro sentido, mas a possibilidade
mesma do seu sentido. "
.>3~
'\N' Deste modo, a Filosofia do Dto é hoje totalme~blemáÜcJ
- ;;!
\ - ;-1.\' @Problemática quanto ao que é interrogado (o direito);
'\~ Hoje não temos apenas um problema no sentido do dto (faz sentido existir o dto?),
\ temos um problema de saber "o que é na verdade o direito" na civilização Europeia
<J Ocidental? Qual ao autonomia do Dto? '
?J~ O Séc. XIX (época moderna) trouxe como consequência um modelo de compreensão do
, .~ dto que o identifica, exclusivamente, com a lei - prescrição normativa.
~? ~ Positivistas: não há dto sem lei, não há dto fora da lei, o dto é exclusivamente a lei.
O problema nuclear do Curso de Filosofia é a autono~iadõCfto êjá não ;;eu sentido. C f- lCV\\~.v\1
.
t'iV\<t' \. n~ce.ssáno defende: os valore~ do dir~ito, o poder jurisdicional. Os ~uí~es não são.
0iY ':(\..),\0 ~~ec~!,c~_~".
p~~.-slm~~. ~",S$l~z~~a .~~_e, ?~f~gg~~rL;º-~,;,y_~lo~es=do dlf~l.!,.q,o ~o~er
')'o jurisdicionàl, os valores e exigencias axiológicas pnncipais do dto. Para ISSO, o direito
~'tS tem de S~! entengj.dQ.,cQ~.2~~J)1Q.Yfl.IJk~~.RQJ,í.tica, ~~V,gWjJl];~~l~\h~etc.;Te~
ser a~~"S: não estar ao serviço dess<l:s.9~5!.~. ' _ <.. .
(i)
.- .-
~ ~ Deverá ter-se em conta os valores dLHomernlPesso,"a~ressges de,n::!~~re~apo@ca
'i
ou económica. O juiz tem de ser~al e resolver oSIitígios em nome do povo,
CÕrÍStituindo a sua decisão no si êí11li'midiêo e nj~Lsy2tl.~omo seja, a lei, 'ã
~?gI!1~a, p~ll,lc!Eig§112rwllJi'i,Qs,etc. -
""'"'Ã1é'ideveser entendida em sentido jurídico e não extra-jurídico.
Para nós, civilização de direito, o direito é produto cultural que coloca no seu centro
corno 'projecto nuclear a ideia de HomernlPessoa.' ' , . ' ,
j~;~~~~.I·~
:t--~ Actualmente,
~~~ -:"'"". ~" recusa-se aquele entendimento do Dto. A..,..~.~~---
lei....,.,~~=
e....••...
~
feita...•..
para valer no futuro e \:
~......,.",..."..~~~'""'~~~
~v~:\(~~;~t~!.;},~.~;~~~.s.:.~~~~Oe~~!!!!~d~
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d~~t~~~!!!9
A~p proDl~.lTIaqU~J1aoo eLatom9u-~ \ 0--~'0,
o~.') ~~
>-- \\ I DefendemôSã aüfônomÍa do Di:,porque o Direito, a sua tarefa, é diferente das (O\J\.. 'JW
, ,~-o~cX out~as Ordens q~e regulam o Home~. Refiro-me à pa~ilha ~o. mundo!. H~ um só mun~o \S-:.Zc.?
~,,--e,~lwJ e nos somos muitos. Os recursos sao escassos e se nao eXls!~_..2~P.1.!.~lQ.Jili.ysa~~~a ()l.
'- ,}oU d§'pº,s~Q~§,.9Q.WjJl'\I1t~,S.-
y\, i/
A';;rt;;;~mia do Direito é,
ao invés, a que lhe resulta (ou deve resultar) da "sua
especificidade intencional nos fundamentos, teleológica (fins) nos critérios, material
determinação nos conteúdos", a permitir afirmar "a sua auto-subsistência de
sentido" (eN)
O actual problema do Dto já não é ap~nas o do seu sentido, mas o da sua própria
~..&s,isMn~a, pois ~,S~ se apresenta hoje problemático, é saber o Dto constitui ;u se
n!o urna Ordem autónoma ~elativamente às demais Ordens gue regulam a nossa acção
social.
Hoje, quando falamos da autonomia do Dto e a consideramos problemática, referimo-
nos a urna autonomia que resulta das especificidades (qualidade e características), dos )
fundamentos. dos critérios, dos conteúdos axiológicos, da tarefa que ao Dto e só ao Dto .-l&>~7-f0q
cumpre realizar: a resolução, através de um terceiro imparcial, dos problemas ou-'" '~ .....
~~
controvérsias, que a partilha do mundo suscita. &\ôv
2. A actual crise do sentido e da autonoinia do Direito - o "negativismo instalado":
A actualidade caracteriza-se pela ideia de pluralidade, que ao incidir no universo
jurídico, dificulta a sua pretensão de autonomia.
Que pluralidade?
®
J\J(r C C~\ c&;.l( U .. C:
V,-C
,
"-J\.~ c
~ ~
'- C>'-~;.....0--
C'.lJ.....-\..
r~ç:c oJL" U "
'r
G) Pluralidade das várias ~~distintas entre ~i, acerca do Direit~a \. __
originar uma diver~ência de opiniõS~ .•Discurso contraditório em que uns colocam o \ \o ~~
~sento tónico iia."is,s.gEE~~la,~ r~~ outros n~j~Sl~ -~ l
Na época moderna havia apenas uma cO!ll..Qfeensãodo dto. Hoje isso já não acontece. \J ~
@lPluralidadedas d.iferen.tes·~sob.re o D.to,. adoptadas pelas distintas (V~ Q 0 f
classes interpretativas Q~~s, a1~os, jud~ ••• ~~ - há uma pluralidade de "\.\.J-"C} .
compreensões do Dto); Estas posições contraditórias, afectam a autonomia do direito. b.2 i1 \e
Exp: diferentes opiniões si a taxa de justiça (os juízes defendem-na por causa do abuso r DV' y'Vt r .
na propositura das acções) ou a intervenção do advogado (que dependerá da parte que
ele defende), etc ...
~. Pluralidade das. múltiplas forças e discursos exteriores ao Dto, que
evidenciam a insuficiência dos materiais estritamente jurídicos para a realização da
tarefa do Dto e defendem a instrumentalização/funcionalização a
deste teleologiastfins)
~ nllP 1]: -
e s o. heteronoIIlªs~..
' --=~,,=~~">"~,~
••,~=" ". . .
\.H3is, óE~iiiü~!!t~'T1![lsIjSCL.S5?};}~mI?.QLfu;7 (f: da época moderna = positivismo) a
'C'orrente de pensamento dominante é o funcionalismo. O Dto é um meio ou instrumento
que está funcionalizado para certos fins que não jurídico;---------=-
·····.,·,~'·'í5fuiâll.ªfcTê@~~g~~~,2,uSif~l1í~~~~~~~s, principalmente pó~
11de S~.!:mbro".a evidenciar que _~J2.E.~b!ema da. auton9mia do Dísejl8- él;..nosquadros
cIãt;lvilização Europeia Ocidental ul2lJ2.~,?!?~ep~~uclear,. j~!lle~~o não ..acontece ~.
noutras civilizações que entendem o Direito como contlnum prático com hCHitrâs
dimensões dá praxr;;ocial. I
Exp.: a Civilização Islâmica colide com a nossa. O direito não é autónomo em relação à
religião, o direito é de base confeccional, só se aplica "à quem profere o Isi"amismã.
Trata-se de choques civilizacionais.
I
Época Moderna - Normativismo
Época Contemporânea - Funcionalismo
PRÉ-MODERNO => MODERNO => CONTEMPORÂNEO
~.Funcionalismo: o dto é um mero instrumento ao serviço de critérios não jurídicos e)' '. e foCO,
, [1'0 juiz passa de 3° imparcial a "Eng.?" da sociedade. O juiz passa a decidir não , \... .,
e 'f" através de critérios de justiça mas antes de critérios políticos, económicos, sociais. PC\!,- \{'Mf-~
~~"
Esta separação analítica (em analise) justifica-se uma vez que a validade do Dto não
pod~ pensar-se como uma validade em abstracto e sim como uma. valJdade e~ ~
l
realização, ~'2c&t~-L &0 .G:::lC'V"~~V'.0~,'· cl.,:;::;' -. p e\?~,[cUv\
~~~c9.-\:D
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\.M.o~,.L,'-~~\(~)
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(CG\~)
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5. O esquema metodlco de reflexao - a dlalectIca (logIca) entre a .e2e a CrItica:
Çn~çde uma ~erta compreensão e inteligibilidade do direito, ue ~- f2rjou ao longo
do séc. XIX=Ç~ll(lci....mQ aJ, constituindo-se com' base
.ttdt~_; .-
U • pensànient;~odemS= ••••
no'
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iluminista ~. que se converteu num (verdadeiro) " paradigm a" 1 mas que se tomou
·lii!uh·cíelltê=p~!.~_.ãs~[@illar
.as e2S;B~pcias..~~áS.}~!~r:.~Õe,~_p!,átis~~
e riormativas.~~a",
época actuaJairig~ aopi~~i!o e entrou. asshri. emCris,e .... (da compreensão normativista
do<&ó:<.<Dtõ)':;J-.:- .•..;:~~~~-~~ ..~-J_.-...,,~~'~~~· - ~~~~
O que exige:
(A) Crítica - ou seja, uma reflexão crítica que permita pensar fundantemenf! alg9Ae
n.0Y2cSt,
assim superar a Crise ..." ~ ..~..... ,. . ._. ".,~-<-"
Uma critica que ~~~ert~~o "~~ ~~.?~~~~::!~_E~~?~>E~~sa.~~~' ao as~umir o problema
como um problema que deIXOUoe estar bem-posto e por ISSOnecessita de ser reposto
válida e fundantemente.
E que "é igualmente dúvida", mas distinta da dúvida que alimenta o cepticismo e o
dogmatismo, pois sendo uma dúvida de "intenção fundamentante", uma "dúvida
metódica", combate o cepticismo (dúvida) próprio da crise e transcende o dogmatismo.
A VALIDADE
Problema da validade do Dto
.....
oc~?a) A condiçã filosófico-cultur . o pensamento moderno - iluminista e a passagem
\:oé!l-&v'-> da transcendência => à iman ncia.
~0-~}\?
{\ Um~ das mais ~eterminantes cond~~ões a filos?fica - cultural: referenc!as c~turais que
v surgiram no seco XIX e que permitiam sustentar esta nova compreensao do D1õT:fãõ
$' ?J'-..J
J-~'" ,ri? ente~diinento do período pré:moderno,que abr.ange a a~tiguidade clássicae o pefío~o
)(f!:f~ medIeval, onde a compreensão que o Homem tinha de SI mesmo era uma compreensao
/ dentro dos parâmetros de uma ordem que lhe era pré-dada, natural. Não era constituída
pelo Homem, era universal e astórica).
a. 1) factor antropológico: (compreensão que o H. tem de si próprio).
•
O Homem do Séc. aXIX converteu-se de um ser de transc"~Rg~ncia a um .§}~.ç"",-.,dg_
y~~~~ .•.. 7""e'--"~~~~1'f!"~O:: .. ~'ao;:I'~"''\W~~'"'' ,:,.,~~~~~.- ~~
lIl!,aJ!e_nc'~!?
cr1ããõi e fiídó, fifiílár de uma vontade lIvre e total sem ~~c::.epçoesou
!~. ... ._ . ~_._=_-,~....
~.~_=,~~.'""'"'
•.•_"''''~ ..c'-~
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'~ Por contraposição, durante a época moderna assiste-se a uma progressiva recusa desta
ordem natural e correlativamente aum~mento axiológlC:õ-- material êiô'r>tõjque
conduzirá à sua formalização.
O grande arco pré-moderno é caracterizado por um contexto prático comunitariamente
indisponível, porque o homem não o constrói, é-lhe dado.
É esta ordem que permitia falm--se de um Direito Natural e da referência a uma validade
material universal (insustentável nos dias de hoje).
O homem prê-moderno era o homo institucionalis (# Homem aeconomicus) (vivia em
comunidade indisponível. Ele n.!9 constr~í~_o,~ val~!~~!!~~~ pois estava
integrado numa comunidade que lhe era prévia e que dava sentido à sua prática social.
Nesta altura os valores eram o "bem" e o "mal" em ordem a uma "vida justa" (ideias
que transcendem o individual).
Transcendentalismo: a Ordem é-nos dada, prévia ...
O Homem pré-moderno entendia as suas necessidades como sendo partilhadas por todos
e não só por si (n!.o _havia individualismo). Eram necessidades comuns a todos os
Homen~ue
~~ ..•
advinham do seu entendimento, do próprio Homem.
-~
c>
Na época moderna:
-.
\
O homem assume-se como o ho urõésvinculado e volve-se num ser de imanência.
Este homem desvmculado, entenae-se como: - --~ =--
O homem dos interesses (que permanece até à época contemporânea), sobretudo
ec~ Esta emancipação dos' interesses económicos prov,?cou o aparecimento da
forma económico-social do capitalismo. (((TV») <, VrC ._ -
Com este individualista homo aeE!!.11Ql!1icuf'{# Homem institu2fàJÚtlis) os referentes da
vida prática deixam de ser "obem" e "o mal" com vista auma vida justa, para passarem
a ser "o meu" e "o teu" com vista a uma vida boa. Atente-se à escassez dos recursos,
contra as necessidades que são cada vez mais. É um Homem mais egoísta.
O homem da vontade, uma vontade que nasce no próprio homem e se entende como
uma liberdade se'!l re~tI::içQ.eL(aocontrário do que sucedia antes, em que a liberdade
do homem resultava da sua inserção na comunidade pré-dada e era exercida no
horizonte das possibilidades que essa comunidade reconhecia ao homem),
O Homem da razão = uma razão construída antropologicamente, uma razão auto-
sufictente que Descartes teorizava (uma razão autista).
O homem moderno, vive com os outros, num cenário construído por todos e nas
relações comunitárias, entra então o Contrato Social e ficciona tal como acontece num
contrato de compra e venda em que um dos sujeitos precisa de vender e o outro de
comprar, pois também no grande contrato social, os sujeitos precisam de o fazer, só que'
esse grande contrato social, é onde os sujeitos se entendem cada um como
absolutamente livres e iguais, pelo que, quando o homem se une, continua a obedecer
somente a SI própno, riao ãíspõe da sua liberdade originária. Esta sociedade é criada
com o objectlvo cre"preservar a igualdade e a liberdade. Assim, este homem transfere
parcelas da sua liberdade para os outros ou para o Estado. Para ter protecção do Estado,
tem de abdicar dessas parcelas de liberdade, tendo de existir esta figura do Estado, de
forma a o homem não se destruir.
A razão da época moderna, é antropologicamente construída e a sua fonte é o Homem.
O pré-moderno compreendia tudo por uma ordem natural, que ele não construiu, era
dada pela natureza e a transcendência, enquanto que o homem moderno rompe com esta
compreensão e passa adizer que o homem moderno é o criador de tudo o que o rodeia.
Este novo Homem, entende-se de forma diferente e a partir desse momento, também vai
entender as suas relações com o outro de forma diferente. Na - época moderna, o
homem imputa as coisas-à razão, é um .homem deilnanência. Passa a ser um homem
desvinculado, pois já não sé encontra vinculado à ordem transcendente que tudo
determina. Este homem, que rompe com a transcendência, vai afirmar-se pela' la vez
como um homem de interesses, sobretudo económico?Assim, leva a compreender-se o
®
.~, problema com lógica própria. Este homem, é também o homem de vontade, agora
entendida como liberdade que o homem exerce sem restrições. Como a ordem que
existe é ele que a constrói, exerce-a sem restrições de forma radical. Esta situação leva
assim ao individualismo liberal. É alguém que compréende a sua liberdade corno a ... do~
outro como radical, reconhecendo a do oútro. O problema é como se harmoniza as
vontades quando confrontadas Com a outra. '
Hoje aceita-se o EU pessoal e,EU radical.
O homem moderno não entendia nestes termos, o que leva a repercussões várias nos
mais diversos domínios, como por exemplo, o tipo de Estado. O Estado ~il..de
providência, escolhe realizar e prosseguir prQgr-ªmq.~.~_ª~~;jro jnjervélJL~11}_.~.ªº~_fi.4ªºãQ,=
Na época moderna ~ra de liberdade formal, 'apenas se lhe pedia que enquadrasse a ,
convivência comunitária, mas sem intervir. No Estado providência o Estado é que deve
colmatar as lacunas quando elas existam (caso da famílias pobres). O homem modemo
além de ser o homem de interesses e de liberdade radical, também é o homem. da razão.
A razão pré-moderna era sustentada em princípios, em pilares que nasciam na ordem
natural; era assim, razão pré-dada. Agora é a razão fundamentada no homem, ou seja,
antropologicamente cónstruída,' era..,uma razão auto-subsistente. O homem da época
moderna, ao colocar em 10 lugar a razão, a questão da inteligência emocional, não era
sequer considerado, dado vir do período onde tudo o transcendia- -
Este homem, por um lado liberta-se da transcendência (desvinculado ),fica onerado por
uma séria' de questões que antes eram explic~CGs.Exemplo: como se construiu a
sociedade? Como vai explicar a constituição da sociedade? Vai fazê-lo, através do
contrato social.
O homem moderno ,responsabiliza-se por todos os seus actos e passa a entender a sua
relação com a religião de forma diversa, daí a secularização.
O homem moderno não compreende no estado a justificar normas religiosas, daí a
laicização, entre direito estadual e canónico, como seja a diferença entre casamento e
matrimónio em termos jurídicos. -
/ O homem não se toma sujeito seI? religião, a posição é que se altera. Resumindo, o
homem pré-moderno, é' homem de transcendência astórica, diversamente, o homem
moderno é homem de imanência.
A época moderna, faz a ruptura com todos os domínios do saber, devido ao homem
moderno se entender de maneira radicalmente distinta do homem pr~-moderno.-O
direito é um produto cultural do homem de determinada sociedade, com determinadas
característi cas.
O projecto ocidental de considerar o homem como pessoa,. é considerá-lo numa
condição que ultrapassa a condição antropológica - biológica; outra coisa, é considerar o
homem como sujeito ético, titular de uma dignidade que mesmo em condições
extremas, não pode ser colocada em causa; trata-se do homem/pessoa, como sujeito
ético. Este homem, muda radicalmente em relação à sua condição antropológica -
biológica. ..=' .
~_<} ~íodo pré-moderno, e.xistia 2 tipos de. direito: o direito~~!; e o P9~i!!~O.O
~J advinha da 2:atur~a das coisas' e <\.i~.~.w.YJ)'~
era ~ue' ühomem çonstruía
ajra~-El-a-sua-vBHtad~ . .. "'""""""~~
__ ~
-Neste confronto, direito natural/direito positivo, ~dr;;ito natJJI.3.Leta...O is imQortanid,
submetendo-se o positivo ao direito natural. Era 'o usnaturalismo.'
O homein moderno é que passa a constituir a sua ordem, através da sua razão, era uma
espécie de racionalismo. .
Este homem, corta com o transcendente e diz que só existe aquilo que quer
compreender. Para o homem moderno, o essencial era a razão. .
Esta razão era apenas sustentada no homem, ou seja, antropologicamente construída. O
homem pré-modemo, assentava na razão que lhe era dada e já construída.
O homem do Séc. XIX (moderno), 'era também o homem de uma vontade que ele
entendia como liberdade sem restrições e a partir daqui, essa liberdade é entendida
como sem qualquer limite, era pois, uma autonomia radical.
®
Mas. um homem assim. quer viver em sociedade?
O problema da convivência comunitária, também tem resposta. O homem moderno vai
procurar um modelo teórico que lhe pennit~ve~ sociedade, em que a liberdade
seja ponto de partida e de chegada (Rosseau - Contrato social).
Rosseau explica o problema da sociedade: uma Sociedade em vise em 10 lugar a
liberdade radical. Até parece um paradoxo. .
A sociedade era uma forma de associação, que defenda e proteja as pessoas e os bens de
, ,
Na época moderna, a autonomia do Dto era garantida a partir do momento em que ele se
alheava das outras realidades sociais.
No período Moderno:
- Há uma cisão (intencional) entre o Direito Natural e o Direito Positivo;
- O Jusnaturalismo clássico (pré-modefiiõfsiisféiitava a eXIstência do direito natural e
do direito positivo. Compreendendo estes 2 direitos numa relação hierárquica' e
integrada, segundo a qual o direito natural era o direito absoluto e à direito positivo
encontraria o seu fundamento constitutivo no direito natural.
- O Jusracionalismo Moderno ao pretender fundar a nonnatividade jurídica numa
(sua) especifica racionalidade, afirmando-se como "uma razão vazada em leis';, rompeu
a unidade integrante em que, segundo o justanuràlismo clássico (pré-moderno ),0 direito
natural e o direito positivo participavam dualizando-os.
Em Conclusão:
A razão moderna como uma razão auto-fundamentante e imanente vai sustentar a
existência (dualizada!) de dois direitos:
a) O Direito que a razão conhece - Direito Racional Natural
b) O Direito que-a vontade cria - Direito Positivo
E as exigências que este (positivo) coloca aquele (natural) deixam de ser materiais para _
passarem a ser fonnàis.
Para haver dto" hasta estarmos perante uma nonnaescrita, com uma estrutura lógico -
formal geral. Não há dto fora da lei. . .
@
o sistema moderno-iluminista trouxe como consequência decisiva que o último
horizonte prático passasse a: ser o político, um politico que rompe' e. se autonomiza _da
metafísica ..·No plano especifico jurídico, o resultado foi a imputação do direito
exclusivamente à legitimação política, a implicar qu~ a sua normatividade deixasse
também de se aferir por uma validade material (por uma exigência de fundamentoao
nível do conteúdo intencional) 'e passasse a bastar-se com uma validade formal que viria
a identificar-se com a le~fo.rma legal) - CN .
Só se encontra direito na lei, assim, para os positivistas não havia lei~ injustas.
l.Jinããas crític:as que levou a crise da compreensão moderno -l1uminista dó Dto? foi
relativa às exigências sociais onde ocorreu a substituição de .um pensamento fonn~l
(normativismó legalista) por um pensamento finalista (funcional).
O direito nat.umLera constituído por princípios"que;am dados ao homem, mas não era
por si criâdo. O direito positivo (real) criado pela vontade do homem, tillha de estar de
acordo com o direito naturã[::=- ~- - .
Nõperíõâo pré-moderno o problema da validade do ,Dto também se colocava. O Dto
positivo, o real, seria válido se estivesse em conformidade com o Dto natural que é um
dto ideal, comporto por um conjunto de normas e princípios não construídos .pelo _.
Homem mas dados ao.Home~
Daqm nasce a dicotomia to natural vs Dto raci~::!lJ Nasce o jusnaturalismo (o Dto
tem que estar conforme a lei natural).
No período moderno, o direito é construido através da razão do homem. Tem de se
converter em direito racional, pois para o homem moderno, só existe ..aquilo que
consegue compreender através da razão, caso contrário, não aceita.
Assim, passa-se do Justanuralismo para o Jusracionalismo. _
O h~mem moderno valoriza pois o di~eitopositivo,_porque ~_~lepT.óprioq!:le.-2sri~
O direito serávãhdo, se éstiver em conformidade com os princípios normativos.
- '---~, •.~'----~ =""" •••.."..,..,~'!Io~'!i>.l'~.;.;:="':'O'C='~--=.
Hoje, o dto não nasce apenas do poder político - jurisdicional. Não há dto fora da lei e
não há "não dto" dentro da lei. Na época moderna, toda a lei, desde que obedecesse a .
determinadas características formais, era valida e produzia dto. Não havia leis injustas.
~eríodo Pré-Moderno: desde a civilização wega ~o_~ec. XVIII; '. ,- .'
Epoca-Moderna: todo o seco XIX; '-fCJ::.~e., ,~C . )(...Ull' .~5.\ t)
A secularização como "o reconhecimento da autonomia especifica do mundo (do
"século") e do homem nele em termos de aquilo que ~ homem é e.faz neste mundo ser
imediatamente imputável à sua liberdade e compreendido como sua responsabilidade.
Homem da imanência e já não~ da transcendência ...
\ )
~
r
Ora, ao suprimir todo e qualquer diálogo com a transcendência, o pensamento moderno
- iluminista permitiu que o referente último passasse a ser o político, com a sua
institucionalização no Estado!
Assistimos na época moderna, ao direito entendido como o Estado (estatização); o
direito sendo a lei, esta é produzida pelo poder legislativo, ou seja, o Estado ou poder
político.
Na actualidade, o direito não nasce somente do poder politico estadual.
Na época moderna, o direito era identificado somente com a lei. Toda a lei, desde que
obedecesse à característica de natureza formal e não axiológica, toda essa lei era válida
e produzia direito. No normativismo, admitia-se leis injustas.
Na actualidade, as leis têm de ter conteúdo que não viole os princípios.
a. 3) factor cultural:
O racionalismo moderno - iluminista que, conjugado com o empirismo, resultaria na
ciência que haveria de ser a bàse de todo o intelectualismo (cientista) do Séx. XIX.
A_razão moderm! é uma razão corno sistema: tendo como resultado o jusnaturalismo
moderno - iluminista ou jusracionalismo. ~
Jusracionalismo: é uma -rázão VEada em leis, uma "razão autista" que com a sua
pretensão de fundar o jurídico numa sua autónoma racionalidade, rompeu com a
ur:~a~e. ÍI).tegrante entr~ •.direi!Q...!latu.!.ªL~i.r~itci_J2º~ltivo, pàra Pãssar e eÍiféi1de;e;t~
(positivo) como um direito real e aquele (natural) como um direito ideal.
Assim, o direito natural só seria direito se (também) se convertesse num direito real, isto
é, num direito positivo (num direito posto e imposto na lei)!
a. 4) factor histórico:
Este racionalismo moderno também implicava que o real histórico fosse racional, e este
historicismo contribuiria para que o prático culminasse no político.
~
-o Contrato Social com um (novo) sentido individualista que (permitia) afirmar a
substituição da Comunidade (pré-moderna) pela Sociedade: uma sociedade que
resultasse da liberdade e fosse por ela legitimada.
- O individualismo contratualista como (foi uma) expressão do modo como o homem
moderno entendia a sua prática.
c) A Condição Jurídica
Com a criação do Estado Demo Liberal, Constitucional e representativo - O direito só
podia se o Direito do Estado, isto é, o Direito passa a ser de directa e exclusiva criação
política do Estado (estado seco XIX).
Este direito era um Direito-Lei e estas leis eram as leis moderno-iluministas:
"Postulava-se um legalismo que· deveria ser o. correlativo jurídico do Estado
Contratualista: se este havia de pensar-se e construir-se como a expressão de um
contrato entre homens livres ~ iguªis~q.u.e~ntcjonl!lmente se associam para garantirem
eiii·-éollJun.iõ'"asrespectivas liberdade e a autónoma realiiação de si próprios e do -seus .
interesses, a sua primeiriJ.m:~fª hayia~d..e_~s,et~ç~,r1ªJP~lJ.1..eo
a de pre~çn~y~r,1egras que
(io--/ fossem a constitiilõ'"("ó estatuto) dessas liberdades e interesses".·-~ ---
(contratualismo Moderno) .
Como as regras são estabelecidas individualmente, não se pode apelar ao comunitário..
Uma nova concepção de lei expressão de um poder legislativo que só se constitui na
sua juridicidade quando o seu texto assimila a estrutura racional de uma norma.
Uma racionalidade que resulta:
a. Da articulação hipotético - condicional: "Se ... então" (previsão/estatuição)
b. Da universalidade racional das suas formulações: generalidade, abstracção e
formalidade em sentido estrito.
As leis moderno - iluministas como normas gerais e abstractas, prévia e
objectivamente determinadas, que apenas se propunham definir as condições gerais de
licitude e oferecer a estrutura de garantia da acção autónoma por que se exercesse a
liberdade (formalidade). (definição de formalidade)
Estas leis:
a) Quanto à legitimidade - deviam ser exclusivamente produzidas pelo poder
legislativo = Assembleia Legislativa (Parlamento) do Estado organizado
segundo o Principio da Separação dos Poderes, por ser nela que se exprima a
volonté generale ( a voz da maioria)
@
Esta volonté generale como uma racionalização da vontade de todos, uma
construção racional que se distinguia das' vontades empíricas -e reais
representadas pela von:lonté particuliére e d; volonté de tous - Rousseau.
De modo a por cobro à situação de abuso de poder, para Montesquieu, o tal só seria
possível com o poder absoluto a ser fiscalizado pelos outros poderes:
- Poder absoluto / executivo (Rei)
- Poder legislativo (povo, aristocracia => promove-se a igualdade =>
Assembleia Representativa)
- Poder jurisdicional: podia ser exercido por qualquer sujeito das várias classes.
O intuito de Montesquieu ao formular o princípio da separação de poderes, era colocar
esses três poderes a nível de igualdade. No entanto, com o avançar do tempo, aceita-se
as jdeologias Democrática e Liberal, estas ideologias levam à supremacia do poder
legislativo sobre os outros poderes (executivo e jusrisdicional).
Em resposta, diz Rousseau, que os homens, que são iguais e livres, vão unir-se num
---
grande contrato~
social e construir uma nova forma
---------- .
esta sociedade tem de se exprimir através de a~s jurídicos.
de associação, unia sociedade. Mas
-
A questão é: se todos os homens' são iguais e livres, esses actos jurídicos que são
legislativos, como serão criados? Terão de ser por todos'! Mas como é que vamos
conseguir o acordo de todos para a criação dos actos jurídicos? Vamos auscultar a
vontade de cada um? A vóntade da maioria? Não, não e não.
.Parte então de uma construção racional ao que' chamamos 'a voz da maioria das pessoas
que inte~ram a socieOacre.-Avo~tade~1 está representada no poder }egislativo, dado
ser exerCIdo pelo povo e pelos ar.Istocrata~_,J
O poder legislativo é manifestação d~-Y9Z__ çi'Lmaioria, ~ por isso é o ..E.0dE.~1P~
importante no equilíbri.2:. Assim, emerge este poder legislativo, ficando os dois a ele
subordinadoS. O poder jurisdicional tinha de aplicar a letra da lei de forma lógico -
.--
dde utrva. - '
As leis moderno - iluministas (o dto) só podia então surgir do poder legislativo, sendo o
~~tõ]g1!~IJiJ.ei~ ~--~- ,----------,~-_.~.~,",-' --.----,--.~-,
'"Hoje~-no"pê;íódõ--contemporâneo, o tal não se verifica uma vez que não é apenas a
Assembleia Legislativa que produz leis, mas também o Governo e a Administração
(actos administrativos). -
O julgador era apenas a boca que pronunciava as palavras da lei e nunca poderia decidir
de forma diferente. '
Conclusão:
O dto moderno do Estado Demo - Liberal é um dto que se identifica exclusivamente
coma lei, com as características da "norma escrita", dotada de estrutura lógica-racional
(previsão/estatuição), geral, abstracta - universal quanto aos casos, formal -
universal quanto aos sujeitos;
O Homem entendia-se como um, ser radicalmente livre e não aceitava que o dto
prescrevesse valores pelos quais se devesse orientar. As regras do dto eram livres de um
conteúdo axiológico.:
Apenas pretendia assegurar a harmonização das liberdades individuais, e não dizer ao
Homem como agir.
b) Quanto ao modo de prescrição- sendo "actos de todo o povo sobre todo o
povo" (Rousseau), tão gerais como a volonté generale de que resultavam, então,
as características da lei moderno - iluminista são:
» Normas gerais: para que as exigências de igualdade se cumprissem quanto a todos
os sujeitos;-
» Normas abstractas: para que referindo o seu objecto intencional ao comum
parificador, assegurassem a igualdade de tratamento dos casos;
» Normas ~para que garantissem a certeza e a segurança jurídicas
» Normas formais: para que se limitassem a enquadrar a acção, sem lhe impor
previamente qualquer conteúdo, isto é, para não imporem à liberdade individual um
~
qualquer sentido que impedisse cada um da livre realização dos seus interesses.
(noção de formalidade).
A formalidade como característica fundamental do direito moderno, traduzia-se no \
seguinte: o direito na relação com os sujeitos ordenava as várIas autonomias individuai~, 1,
pudessem limitar a sua liberdade. Assim, o direito prescrevia regras livres de qualquer '\
conteúdo axiológico material. O direito tinha como função fazer com que as várias
autonomias individuais se coordenassem umas às outras, mas nunca dizer como
homem devia desempenhar a sua autonomia individual, pois não considerava a Boa-fé. .
O)
A Boa-fé, antecipa a cada um, um determinado conteúdo, como seja, o caso de
celebração de contratos como seja os deveres laterais de conduta.
ORA,
Estas leis, se, relativamente à forma e ao tipo de racionalidade eram muito mais
exigentes, quanto ao conteúdo eram caracterizadas por um esvaziamento axiológico -
material: "a politização do direito através da sua estatização normativo - legalista foi a
primeira expressão do esvaziamento axiológico - material do direito a favor de uma sua
perspectiva tão só formal" - O moderno direito formal" de que fala Max Weber".
t4? d.€O:f;~
1 - A actual positivação do direito que se politizou no legalismo estadual moderno.
~-sna-furm-~o.ntiligêneia-Eeventmrl) decisól"lll
O Direito que na época moderna se politizou adquire no nosso tempo outra
característica: a da positivação. Positivação não se confunde com positividade, pois:
a) Positividade: categoria da existência do direito, é uma .outra palavra para vigência
(o verdadeiro modo de existência do direito); Caracterizou a época moderna. O
direito tem de ser vigente
b) Positivação: conceito segundo o qual o direito só se constitui normat~menty
através de uma dêêísãõ Imposltnra; O direito encontra o seu modo de constituição e
fundamento nomiãtiv5 num;decisão. Esta decisão pode não ser jurídica.
O dto nos nossos dias é entendido como um-~eio fünclonalizãdO aõ~erviço de fins e
interesses que não são necessariamente jurídicos. O que preparou esta ideia foi a
Positivação.
A positivação corresponde a um abandono da compreensão do Dto típico da época
moderna para uma compLe.e.nsãodo dto como lei .
.A positivação do direito dos nossos dias traduz uma característica segundo a qual o
Direito encontra o seu modo de constituição e o seu fundamento normativo numa
decisão. A positivação do direito implica um decisionismo. Decisionismo tão só
formal, porque o direito é-o não em função de um sentido intencional e de um
fundamento constitutivamente material, mas tão só em função de uma forma (de um
modo) constituinte!
Positivação é fenómeno ue vai conduzir a que o direito passe a identificar-se com a
mera eCIsao. sto conduz à contingência declsona, cõn ingência, porque contrariamentê
ào que aconteceu na época moderna em que o direito era a lei, agora o direito passa a
identificar-se com uma decisão, decisão essa que passa a encerrar um conteúdo que
pooesêr junrnco Ou extra-JurídICO.
@
~
'.
~ ~ ~
(!9
Verifica-se uma Politico - socialização do Direito (ou neomaterialização politico
social do Direito), como consequência da subordinação do Direito aos objectivos do
Estado Providência.
Nos s dias, o direito assume como uma das suas características fundamentais a da
positivação, o.s., para se constItuir como direito, a iuridicidade tem de resultar de urilã
(?c.isão~a positivação implica pois, uni dedsionismo . Ao encontrar na decisão o seú
modo de constituição e- o seu fun amento normativo e mercê da formal contingência
que subjaz à decisão, o direito passou a poder instrumeÍltalizar-se ou ·fuQ.c.i.Q.nillizar-se a
certas teologias que: lhe são heterónomas, ou seja, a decisão que constitui o fundament;
constituente do direito, pode assumir um sentido intencional e um conteúdo material
construí do por referência a interesses ou intenções extra-juridicos ou transjuridicos.
É por esta razão que se pode afirmar que a positivação do direito que ocorre já nos
nossos dias, vai permitir uma substituição das exigências que são próprias da
formalização, por aquelas que se encontram associadas chamada neomaterializaçãó
á
Quem determina o que é ilícito ou não, é quem tem poder para tal, provenha ele de onde
provenha, assiste-se assim a um vazio axiológico. O Direito consagrado nas leis, só é
válido se estiver em consonância com os valores e 12rincip.ill.s..n.onnati..\Los.
A lei deve ser
afastada no processo de formação sob o ponto de vista formal e assim, vincula-se desde
que aprovada pelos órgãos com poder para o fazer. Esta formalidade, vai entrar em crise
com o Estado Providência, no entanto, o direito cootmua a ser produzido pet<2..]gªºQ.,_.
~---........ ~~ ----~--- •..•_-_. " .._-.---~-~---_. ~--- •.•••=,-,-.:....--""
@
Na -ª!,!sência da justiça (do que é justo) surge a licitude (o que é licito) como o
constituens do Direito: "se ninguém pode detenmnar o que é justo, terá alguém de fixar
o que deve ser de direito (então) quem pode impor o direito prova já por isso que é .
competente para o prescrever": -
Período época moderna: racionalidade formal, o dto era a lei, a validade da lei não se
colocava (desde que fosse produzida pelo poder politico do estado, era valida), para os
positivistas não há leis injustas, não há dto fora da lei, não há "não dto" dentro da lei,
não há leis inválidas e muito menos injustas.
Nesta época o Dto = Lei -> enunciado, escrito, geral abstracto, permanente, segurança,
certeza jurídica, igualdade, liberdade, por referência a uma sociedade demoliberal
(protege as pessoas e os seus bens, mas as pessoas ao unirem-se umas às outras
continuam livres - (estado).
Estado liberal -> correcção das assimetrias (diferenças) e desigualdades sociais.
Hoje, as leis, para serem validas, têm que estar de acordo com os princípios normativos.
::-
Z
p 2.1.3 - A condição sociológica
A decisão constituinte do Direito como uma decisão fundada socialmente, pois as
sOcfed;des contemporâneasalém de plurais são ·-cõ-íiiplexãs·--e:-'e~ta---C·omplexidade
resulta da sua cada vez maior diferenciação real e imprime-lhes um dinamismo de
contínua mutação, o que conduz a que neste tipo de sociedades o Direito já não pode
fundar-se numa invariância axiológico - normativa nem determinar-se por uma
permanente teleologia material.
"o mundo da nossa existência actual excluiria em geral o apelo a fundamentos
axiológicos, pois viveríamos hoje uma sociedade fragmentária que se vê submetida
irreversivelmente à racionalidade funcional (em último termo à' racionalidade
@
!-._~
--
I
~
económica), dada a definitiva quebra de uma ordem pressuposta (período pré-moderno)
perante a complexidade e a contingência do nosso mundo humano-social."
O Direito passa a ser entendido como um sistema funcionalmente instituído, Sistema
que actua através de um processo de s~ectiy.Ldecisio. Enquanto selectiva, a decisão
escolheria certas possibilidades sociais para as prescrever como estabilizados padrões de
acção. Decisão que seria a todo o tempo alterável e corresponderia, assim às exigências
de adaptação e às modificações sociais. -J-------\
Segundo Luhmann devemos associar dois conceitos na positivação:1 a É!!..EicJJJ?ili..qp!!e (o
dto é constituído por decisões) e a Alterabilidade.
A positivação que o direito sofre'-nos--nossüs-- dias, é um fenómeno que convoca
necessariamente d~tegorias de inteligibilidade:
- a ~~cidibilidade::o direito passa-asereXcíusiva~ente constituído por ou através de
~ --'-' ---_._._- - ----_. __ ,-------'------ ...-.-._._~.~
.... - ..
de~~~ ~-- - - -'-
·:ã'\alte!~idad~jporque em consonância com o carácter dinâmico plural e complexo
das Sociedades contemporâneas, a decisão que é o modo constituinte do direito é
alterável a todo o tempo.
Associado vertente de possibilidade da decisão ser a qualquer altura alterada por uma
á
lei, desde que essa lei seja exigida pela sociedade, para adaptação, o que desencadeia
uma instabilidade.---- .-- - .-- '--. ....- - .
Muito Importante: Daqui resulta como consequência fundamental o carácter
~.~jQ::~-~.....
contiug~l1.te _._
....
_.__
.. de...ser.._alterado
(susceptível .._ ,_
.. a qualquer
.._......._.._.-0_--- ._que
momento, .. não.. é~ .Rerman~;rte)dõ·~
__.'~~'_ ..._.. _
®-
o tipo de Homem é agora Homo S~lis (muito diferente do Homem Moderno),
sujeito de necessidades que (ffffg'êà Sociedade esperando qUe ela as satisfaça. A
feliclclaâe passa a medir-se pelo nível de fruição económica -..,
A Sociedade que na época moderna é um
artefacto construí do 12elo Homem
desvinculado, agora é um sujeito macroscópico, palco dOshomens titulares _.de
~teresses e necessidade.s:....-- . ~:. .- ... , - . '
!~-soCieâãdecõm~-;~ todo, que no plano macroscópico, é entendida também como
':';.R~ sujeito de necessidades que terão de ser híerarquizadas. .
(b};Com uma consequência essencial: com a hipertrofia do Roma Socialis, o sujeito de
interesses e com a transposição desta imagem para a própria sociedade (também vista
como um sujeito de necessidades): 'Todos os problemas humanos passam a ser
problema~. so~
6Estad; passa a assumir-se como o Welfare State (Estado do bem estar social).
E que assumiu tipos prescritivos diferentes do tipo da lei - norma, dotada de uma
estrutura lógico-racional e condicional. I
~.~' ').9,
As leis medida ou provÚlencla;
~s re!~~~~A----- 7
,
- _o~ ..~ .._
~_._--_._ ,---_.-
®
.. -"-"-'-'-'-~
b) A Condição social
A hipertrofia do Homo Socialis (sujeito de interesses e necessidades) e a transposição
dessa imagem para a Sociedade:
- Todos os problemas humanos passam a ser problemas sociais, ou seja, problemas
quea SocieOade deve assumir e resol~r. Assim,
- O DrreHoCõõ:~~rte-se "na suma das regras politico-socialmente prescritas para a
resolução dos problemas sociais. A finalidade do Direito passa a ser a da social
s~~o~~~ç§:º~_d_~_ou~Qessidªdes~ e ~~q~ue~o1!~g~~!~~~ de P~!!.:Ji!!,e!!~_.~~~lãl I ~.'
Engineering (Pond - FunclOnafzsmo Tecnologlco~SoclQl;?: € u...AA'à ~ V'1é(tt;:""Ev-,.--,:a-
elo "\~"~
-,"' ~tv-"Tlil
.- 000~'~Mto ~~~~~~€a- ..
c) A condição cultural (politização do direito)
O~taQo como uma "grande empresa", dotado de uma racionalidade tecnológica
(segundo os esquemas meio-fim e função-efeitos), instrumental, finalística e
económico-estratégica (a optimização dos resultados perã selecção dos meios mais
eficientes na perspectiva dos objectivos programados).
O mundo humano como o "mundo da sociedade tecnológica".
O Direito como: (fins)
a) instrumento de teleologias (fins) que lhe são heterónimas;
b) submetido a um exclusivo finalismo de oportunidade politico - social;
c) e orientado por unia índole tão só programático - regulamentar;
A partir deste momento a..,Jiut9-IlH.mÍa <;!QJ!to_~mjLçmris~-º porque este começa a ser
visto cõrilõ umjnstrüiiiênt<i7~':'-'::::::::---- .:;2fr:o---::::::o~-_.~.~'--.~~-----~.'
__oç..~ ~, ..~-_-_u-=---~_.-- ;..;.r-~ '-- .i?;---#.!:!.'i--.
Se a lei agora é um_12rograma de fins (natureza política e social), então ela é produzida
mas aêPo'íS"tein<fp;s=blema (entrave) da execução no terreno, e para o conseguir tem
que recorrer a técnicos/peritos para assessorarem o legislador de modo a que ele
produza uma lei que depois na sua execução seja um sucesso.
Para a produção de uma serie de leis, é cada vez mais recorrente que na base das leis se
encontrem estudos (economia, estatísticas, etc).
,~
(I (~)
<:>
---
/.~::'-:::":'~_:':""::::::':~ ..
....,.
II - RacionalidadiNormatiJd (orientação directa e já não proscrição, sendo a proscrição
o Estado, limita\i~'eaãeIimitar as esferas de autonomia não intervinha nos fins)
- Prescrição:
.--0 direito participa numa regulação directa, orientada para a execução dos
.~ programas de fins ( =f. proscrição, própria do estado Demo - Liberal);
/- Direito como instrumento dos interesses e expectativas sociais, sendo estas
expectativas contingentes e orientadas por critérios trans ou extra-juridicos:
Conse'Luências:
(~)Direito como pura contingência, porque ao serviço de fins e interesses que
'; não são jurídicos e que sendo políticos ou sociais se caracterizam nas
'" sociedades complexas e plurais contemporâneas, pela nota da alterabilidade;
jt~ Direito colocado ao serviço de teleologias que lhe são heterónomas (risco da
,1..:::::,/ perda de autonomia); =>I~NALIS~Q.JU~~P.L<?.~ J
Trata-se de uma perspectiva complexa acerca da compreensão do direito e qominéLQ
centro do pensamento jurídico contemporâneo, como denominador comum há diferentes
-currente~ntofuncionalismo jurídico, encontrã='se a compreensão do direito como meio
ou instrumento ao serviço, isto é, funcionalizado de interesses e fins que 'são
transjuridicos ou extra - jurídicos.
/:-:~~:::::::-'.,~ ..
lII Racionalidad~ Sistém1ca !J
Orientada para 'a"'esc-olI1adefins mediante uma racionalização dos me~os:
~'tscoIlia de racionalização --)-que devem ser informadas; assim:
. quando se constrói um novo diploma legislativo, mobilizam-se técnicos
e peritõs, para"Ol5ferestuaos sobre os custos"1vsrbenefícios que essa lei
produzirá'
Na base da produção legislativa encontram-se as ciências sociais, como a sociologia,
psicologia, economia, etc - permitindo escolher os fins, tendo em conta os recursos a
mobilizar, os custos sociais e os efeitos. .
-----~J
A la experiência dacrise Moderno-Iluminista é.a\ ~eo-materiªliz~ªot ou seja a
politico-socíalização .do direito. Esta instrumentalização I2olitico-soc@ do direito,
. s\lrge por'subordlIiãÇãõ - do direitO'"a um novo ~odelo de Estado, o Estado'sociarou ,
pfovidênda, Welfare-Statc. Não l1{qualquei'
pontode comúnicação'ellte-o">~ê1o;;"'-"_'
fioerar"e' o providência. Assim, o direito moderno nada têil1aver- êOIl1"ü direito do.
,Bstado pro'vidência. . '-'- .. '. .' -,.---'-::'-~--~, '-~ - , .' ..... ~
A 2a experiência da crise do paradigma moderno-iluminísta que representa
provavelmente o último estádio de evolução do sentido do direito é '0 que
chamamos pós-instrumentalização, ou seja, a chamada processualização do direito.
/---- .
(/. Contexto que prepara a r experiência:
~'" 1 - A Social - Sistémica Formalização e Processualização do Direito (ou a Pós-
~ Instrumental e Pós- Regulativa função do Direito)
~!}lJ1...Q.vo
(e último?) e~~d~~ de e"oluçã9_do (sentido) ~~!;:,eit9 ~arac;teriza~_9]?o!,:__
a) Uma sua compreensão "pós-instrumental" (a seguir à instrumentalização);
b) Uma quebra da sua capacidade regulativa do direito, mercê da complexidade das
sociedades contemporâneas. ~ <=
1 c1O
C6\1) ~~\~~',
. As condições determinantes '\ c..2.\)0, c.D v\. G\ ~
A condição política - crise do Estado Providência como resuÍtadó)1e ,guatro factores:
a) No plano' económico-financeiro, a impossibilidade (crescente )drmobilizar os
meios financeiros necessários à subvençã~tõdos'os'''objectivos que O ESÚlclõ':'
~~JP
,f'I.,.C·
Providêriciase propôs e propõe. - ,-----
~. (J A crise económica resulta exactamente disto, não há recursos para a satisfação dos
objectivos do Estado Providência~'" ,"-,'- .~,.. ~~---,--.- - ,-------'-,
~
®
~b ~
~~o
T I r:==-~. . I - a dmini
~ .ano'~Ituclona
.").
mIlllstratIv0l.a fi ' . . (
me, icacia, a cnse ~esmo.
?) d_~ m~~uma
' .
!mrocratlca cnaâa por este Estadol-- devido a' sua "elefantíase orgamzatona e
regulamentar" --
A-"maquiiiãburocrática é gigantesca, a burocratização tomou ainda mais complicado,
afastando o centro de decisão do sujeito. A máquina é uma espécie de elefante que veios
dificultar,)_
c) Noeglano ;~gico a fãTência ide~ HOI}l.e contemporâneo é o Homo-
socialis, que se afirma como sujs;ito titular de um mult'iplicidade de interess . Estes
interesses referem-se a apetêncÍas sllhie.clixªs. Não são va ores, pois estes são projectos
individuais. Assim, os interesses "'são contrários aos valores. Acresce ainda qu~ os
'ilireress=e~exigem satisfação e a satisfação passa pela mobilízação de recu~sos e eles são
~'= d~í_""pensarmos na sociedade em. co~itQ: ~ valores-são. projectos
comunitários, que fazem os sujeitos comungar desse projecto. ..•
Nos interesses, essencialmente há obstáculõs; nos valores vê-se no outro um
companheiro que é comum, enquanto que nos i~teresses separam-se. O mais importante
é a crise de valores, pois é a base do todo' o resto. Os valores pressupõem a entrega a um
projecto que é de todos. O Homo-Socialis dirige a satisfação dos seus interesses à
sociedade, mas não quer ser onerado nos sacrifícios que a sociedade lhe' pede. Surge
assim um nOVO~(Lde individualismo. Individualismo próprio da ép~ acnÚit_.que-e
~~meIh~l!te €~4E este o grande motor da crise imema do Estado-ProvidêncÍã;õ-"
homem quer 5ehesSeS e não quer sacrifícios. ~
:o Estaao Providência estava associado a uma mundividência que sustentava o modelo
de um Estado prestador (O Welfare State)
00je, porém assiste-se a um reverso da situação pois, o cidadão que é beneficiário das
~(restãçQ~§jr.º~~t,ado" .:PLº-vid_~_n~úÇéTãri1~.rr:. onera ao com encargos, sacrífícl~~~·~~·
- O Homo Socialis que o Estado Providência criou é um" sujdto radicalmente
individualist~que quer a satisfação das suas necessidades, mas rejeita os encargos
- Há assim a explosão ae um novo individualismo de interesses de índole prãgmática,
pois cada um só se preocURa~ a satisfação das suas .p...!:2.Nia&.Jl~C:e§sidaçle,s_ =
indivfõiiãlisiiio'Já não ideológico, mas "rasteiramente egolsta e pragmÍfico;' -
- Este individualismo aparece as~ociado a Grupos, construídos fi imagem do sujeito de
interesses, dotados de objectivos vários e contraditórios e incapazes de entender que o
responsabilizante bem comum, quer o mais neutro interesse comum:
À semelhança do Homem, a sociedade "torna-se opaca" ao valor da igualdade e à
intenção da social justiça distributiva que sustentaram a criação do Estado
Providência
d) No plano humano e cultural a sociedade converte-se em sistema no qual os
indivíduos são chamados a desempenhar papéis funcionais, dissolvendo-se as
autonomias individuais.
@
3 - A Tese de Francois Ewalde: a defesa de uma "Sociedade de S~g!lJ:Q§", pois
vivendo-se em risco permanente, os (eventuais Y danos deveriam ser assumidos pela"_
máquina social. Acha que tem de existir alguém a quem responsabilizar. Quem será essa. '
~fã'ãae?""'E~teii.de que não devemos exigir do Estado, acha que devemos exigir da
sociedade como sujeIto macroscóplc~ --~--' ----'--~~
- -,.>- ••.••.•• "...,.=-.,.._.--"'--'-'---~"'-' . --
l O regresso à lei·c~~~ programa condicional. Defende assim, que o direito se c--;-;;~e "a --:
\\ retirar
. d a rea lid
1 a d e SOCIa
. 1 \" - - ..-.-- ... 0 ••• ---,-.-- ••• '- -- - --...
i
•
\ ~ ••••• ~_ •. __ ~ ·r ._,, ,J ~. •
\J
E isto porque sempre que um sistema pretenda regular exteriormente um outro a força
da autonomia deste, faria fracassar tal tentativa, ao converter os factores que lhe fosse
impostos do/e pelo exterior em elementos compatíveis com a sua autónoma autopoiésis
e auto-organização!
É o que sucede com a economia, a política, a ciência e também com o direito, que assim
"perde" a sua pretensão (assumida desde a Modernidade) de regulador último da praxis
social.
PROPOSTA DE TEUBNER:
Trata-se de um diagnóstico futuro, com quebra de capacidade regulatória do direito.
Partindo desta visão das sociedades actuais, defende um outro estádiode evolução do
direito, a implicar uma sua compreensão pós-instrumental, nos seguintes termos:
~~~~?~ol~ia e aut<?R8~,QO~s~sistellla~,~~~ais, bem c?mo a sua artic~laçã~
estrutural nao forem lS.~RS~clª§,",~deparar-nos-emos com um TrIlema
Regulatório.'~"~· ='"" • dO --,........ -- --
I' A:
- Incongruência entre o Direito e a Sociedade
- Subrelegalização da Sociedade, e
- Sobressocialização do Direito
SÓ se evitariam através de um DIREITO REFLEXIVO, O.S.,Saída do Trilema.
@)
o Direito como um gigantesco processo (conjunto de regras procedimentais), garante de
que nenhum dos diferentes sistemas sociais imponha a sua lógica sobre os demais.
É a LEI como programa relacional (já não condiciônal, nem de fins). .
direito já
,·_·.P--<'.·,." .••••_,...",.
refeiidó a nao'~ãpârêce'
_ , . =d~,::o,F-~;;_.-'''~'~.J.:.~ ..,..'"''"''''
um .~"'!'\~<';"".f,'"..... ~.~.>-~••...•••••
~~.,..•..
~~ •..
lU - A PERSPECTIVA MICROSCÓPICA
A crise da paradigma moderno - iluminist(!.,col.oca em célusa a identificação do Direito,L
e
Lei. exige uma recuperação da: distinção. Ius/LeX, e (cotisequentêmente) da autonomia .
áiTalógica - normativa do direito. Opera-se a três níveis.
Recuperação do sentido do Direito para além ~, muitas vezes, contra essa legalidade.
Tal implica.a adopção, de uma (outra) perspectiva: ' ,
A perspectiva microscópica (perspectiva do Homem - Pessoa), na qual o. Direito "é ,
assumido por, e está directamente ao serviço de uma prática pessoalmente.titulada e_
historicamente concreta,". Significa isto. que o direito assume um projecto humano e
a.9uilo que verdadeiramente o preacupa é a intersubjectividade .c~P!!!litátiL
juri~L~~!!l~nt~.J~tey'ante.L ou seja, é toda a-prática SõCíal que se apresenta como
pessoalmente titulada. _..
O homem deixa de ter uma condição tão. só biológica, antropológica, para passar a uma
condição ética. O dto aparece associado a uma tarefa concreta de resolução de
c'ontro-véi=Si~ídicas. ' '
A perspectiva que tem como ponto de partida a controvérsia jurídica, pais "(essa)
prática (é) dinamizada pelas controvérsias também prático - concretas".
®
o ponto de partida não é a relação jurídica, mas sim a controvérsia, pois no dia a dia
praticamos Imensas relações jurídicas e nem o percebemos, enquanto a controvérsia,
SIm.
Nesta perspectiva o importante é já não o Direito como tss. seja ~omo norma, seja
como imperativo, seja como regra, mas "(O Direito) como ius que intenciona a sua
realização histórico - concreta mediante o [uízo prático sobre a inter-acção
pessoalmente titulada e comunitariamente responsável »» O Direito como 'Jurisdição.
Esta (outra) perspectiva estabelece uma relação dialéctica com a perspectiva
macroscópica, pois mesmo que se conclua que o Dto é uma tarefa de resolução de
controvérsias, é-o num certo contexto político-estadual, num certo contexto de
legalidade. -
Existe relação entre a perspectiva macroscópica e Microscópica, porque o direito como
resolução de concretas controvérsias jurídicas, realiza-se no contexto politico-estadual.
A controvérsia e a sua resolução, pressupõe a convocação da lei e esta manifesta-se no
poder político. Nunca de pode reduzir uma perspectiva a uma só, são pólos da mesma
dialéctica.
cabem à lei;=
- 'rrmit~;-Objectivos: O sistema não é fechado, nem completo, nem perfeito. É um
sistema aberto que pode acontecer quando a intersubjectividade comunitária não
encontre uma lei capaz de assimilar determinado problema (lacunas para os positivistas
que eles negavam).
- Limites Temporais: Não eram considerados pelos positivistas. A lei para eles~
existência atemporal, o decurso do tem o não produzia efeitos sobre as leis. Na
actuah~ a kUem um ciclo de vida e 61êrmlll]" f.9mâ~ga_Çj.2J~9;;-
õSj)õSitivistas não havia leis revogadas. Quanto às leis obsoletas ou caducas, estas
continuavam no ordenamento jurídico ~ eram utilizadas pelos positivistas.
- Limites Intencionais - Estão sempre presentes: Quando o juiz convoca uma lei para
resolver um concreto problema jurídico, nem sempre o caso se .apresenta com os
requisitos que em termos abstractos o legislador consagrou, No entanto, a norma é
aquela, mas não significa que se realize se~ qualquer esforço do juiz. O juiz tem de
converter a normatividade indeterminada da lei na normatividade do caso concreto.
Poucas são as situações que não exigem o esforço ao juiz de converter a normatividade
indeterminada na normatividade determinada que o caso concreto exige.
- Limites de validade - Desconhecidos pelos positivistas. A realidade dos positivistas é
muito diferente dos princípios normativos. Os princípios normativos era como rácio,
não distinguiam princípios de leis. Assim, uma realidade são as leis e outra são os
princípios. Além disso, as leis devem estar de acordo com os princípios normativos.
Em conclusão:
Rejeita-se a realização do Direito (apenas) através da aplicação da lei mediante o
silogismo subsuntivo E a índole tão só cogiíitiva e lógico-dedutlva clô pensamento
juf1Ciico
Com efeito no silogismo subsuntivo, a premissa maior é a norma dotada de auto-
subsistência racional. .. Isto é: Parte-se da norma para o caso.
MAS como (a) encontramos? (não podemos para esta lógica da descoberta convocar o
caso concreto na sua especificidade ... )
E como é que em abstracto se pode encontrar um único sentido para a norma?
NÃO é possível resolver a controvérsia jurídica a partir da mera lógica formal, própria
do silogismo subsuntivo.
Os juízes NÃO (podem) decidir assim. As decisões não podem ser construídas com
base neste esquema de desimplicação lógico-dedutiva POIS esta decisão que parte da
norma para o caso, não atendendo ás especificidades deste, não pode beneficiar de uma
presunção de justeza.
Porém, uma vez encontrada a decisão, o juiz poderá submetê1...~._J1Hm ,C.OIDJ:QlQ_'ill.
j~stificar .sue .~sta se integra no programa 'condicional di! norma. __
Poder-se-á utllIzar o silogismo subsuntÍvo (da lei para o caso) aposterioristicamente
para controlar a decisão na perspectiva da norma/programa condicional.
®
Estes movimentos metodológicos que criticam e recusam o "Método jurídico",
põem:
a ue o direito seja também intenção material;
_ Que o pensamento jurídico tenha uma índole prático-normativa e normativo-
~
, teleologicamente constitutiva;
QQu~_~~~~ntift.!lue S2,.maJs:i.;
~ue a lei v.ão. o.fere.ç.a....s.ó...por
si todos os critérios exigidos pela prático-c(:mc!~ta
realização do dIreito _
.-----
Esta.s propostas metodoló icas colocam o a ento na realidade social. Viragem do_
forIIl.alismo - róprio do "Método Jurídico" para o finalismo (próprios destas
a ernatlvas propostas metodológicas, com destaque para a Jurisprudencia dos interesses
e a Jurisprudência da vai oração )
®
teria o valor de pré-juizos exempla, que outros juízes poderão convocar no futuro.
Assim, temos de compreender fenómenos jurídicos a uma nova luz:
Havendo lacunas, temos de convocar ajurisprudênciajudicial- 10%3 CC.
Assim, nem só a lei produz direito, há muito mais direito para além da lei.
Tês níveis:
10 - O Fenómeno jurídico (dos inegáveis) limites jurídico normativos da Lei, a
evidenciarem' cjue "se tivermos presentes todos estes limites normativos das normas
legais e se reconheCermos que nesses limites vai implicada uma intenção de direito que
as transcende, também compreenderemos que só pela superação constitutiva desses
limites, na concreta realização jurídica, a legislação e as suas normas concorrem
afinal para a constituição do direito enquanto tal (...) igualmente se concluirá que é
último termo pela assimilação positiva que as normas legais admitam da
intencionalidade normativa referida sobretudo pelos limites intencionais e (os) de
validade que elas próprias adquirem verdadeiramente juridicidade" => É o Direito
rfara além da L . - o lus a superar ale,,!
\ ieis são critérios prmcIpios são fundamentos Nenhuma lei pod.e ser contrária aos
fundamentos (aos pnncip os '._O ~a das Fontes do I?to no _período moderno
d
praticamente não existia: DtQ era só ªlei.
Actualmente consideramos que há muito mais Dto para além da lei, e então, o problema
das Fontes do Dto tem de ser revisto.
Agora não se 'aceita que o .direito se reduza à lei~porque há muito mais direito para. além
yrg9r~
ela lei. Assim, há que responder à questão: g,~al é o direito gu.e nu.m..serto Qer.io.d~
históricp? Assim perguntado, conseguimos atingir certos modos de constituição do
direito que não tinha relevância noutras épocas históricas. Mas a partir do momento que
dirigimos esta questão às partes, conseguimos realçar para além do direito estadual,
também o direito jurisprudencial. Este é produzido pelos juízes e ainda por aqueles que
não decidem, que é o direito criado pela dogmática.
@
2° - A reconsideração do problema das Fontes do Direito e a revisão também da
sua solução concreta:
Ao considerar o problema das Fontes do Direito, o que se trata agora é de saber "qual o _
direito vigente num certo momento histórico" -> questão fundamental - .
Ora, num Sistema jurídico como o nosso, - ao mudar-se a perspectiva quanto ao
problema das F~ntes de
Direito, passou a reconhecer-se o inquestionável contributo do
Direito Jurisprudencial (O -ºire~to dos Juíze~, pois se a legislação tem uma
prerrogativa constitucional na criação do Direito, não tem todavia o monopólio dessa
criação E com uma nota a considerar ao nível do Principio da Separação dos Poderes,
pOIS:
» Por um lado, assiste-se a uma ampliação e reforço do poder jurisdicional, a assumir-se
como-.-oÜmefectivo e mõísiJêiisáveI poder criador CIõ1Jireito"; '. ._v
» Por outro lado, há que reconhecer na jurisdição "a instância em que o Direito deverá
ser assumido na sua verdadeira autonomia contra~""'"'"_~,.,..,,,-=-.~~~...-..=
._ • .> __ •••• -._ •. ~......-
todos os pOQeres_soci~iSê@ticôS'~
•••...• - •••• __ .....
~~"'""'"
~_~""-_".~ __ ·-":"z:r>.·,tu~
Como a lei é politicamente comprometida, tem de haver um outro poder para proteger
os valores jurídicos e esse poder, é o juriSd,i9Ql;gl. Agora já não pensamos de acordo
com o Estado Demo - Liberal, mas antes" que:'entre o poder legislativo e jurisdicional,
passa a "exIstir um contrapoder; ao jurisdicional dos juízes, passam. a ter o poder de
fiscalizar a conformidade da lei:
Em 10 lugar os princípios normativos e a constitucionalidade.
Exp.: Lei aprovada pela A.R. que restringe o direito de propriedade; esta lei viola os
direitos reais, não está contra a constituição, mas a desconformidade com os princípios
do CC, que conduz a um problema de invalidade da lei. Assim, o princípio da
separação de poderes, hoje, está compreendido na preparação do caminho de que se
quisermos ver a perspectiva do direito no homem/pessoa, só o direito como jurisdição
de tarefa de resolução de concretas controvérsias, é o direito que coloca no centro o
homem/pessoa. Por isso mesmo, não esperamos do legislador o que esperamos do juiz.
Enquanto que o juiz é imparcial, o legislador poderá não ser assim.
Importante:
Que relação existe entre oS.Jlrincípios normatiyos e os"direitos fundamentais?
Que relação entre os princípios normativos e a Constituição?
Os direitos fundamentais são originários do Estado Demo-liberal.
®
=
A pessoa resulta destes dois pólos
--------------~ /~~~--~------~
O"lo~encontram-se no Pólo do om~u eo teresse no pólo dd
Se os interesses nos afastam, os valores aproximam-nos. integração não ill1pricã'perda
total de autonomia, não é radical. No pólo do Commune, é uma liberdade responsável e
convivente, não é ilimitada.
SEGUNDO TEMA:
I - AS COORDENADAS DE UMA REFLEXÃO SOBRE O PROBLEMA
UNIVERSAL DO DIREITO OU AS CONDIÇÕES DE EMERGÊNCIA DO
DIREITO COMO DIREITO (saber o que é o direito é a questão prévia)
O problema universal do direito, é o do saber "por-quê", isto é, porque existe o direito
enquanto princípio constitutivo da nossa acção"SõcIttl? -dO *-
comunidade para além de ter uma autonomia que preza, também tem responsabilidade.
Esta responsabilidade é ilimitada? A maior e a mais extraordinária manifestação da
forma como o direito olha para nós como pessoa, é que todos somos responsáveis, mas
essa responsabilidade não é ilimitada. Essa responsabilidade deve existir, e ser conhecida
previamente. O direito tem de nos tratar como pessoas para nos exigir o cumprimento
de obrigações e reconhecer direitos.
#.{rticular.' " A
~ Problema tão mais radi~al quanto "O direito é uma resposta tão só possível .f.!.ara
um problema necessário" (trata-se da partilha do mundo, convivência com os outros)
(3\)
c)JAssim, o Direito não o é (necessariamente) porque o homem existe (considera-se
\te há várias alternativas ao direito).
l1d)\E pensável a não _existência do Direito, daí as (várias) alternativas ao Direito.
~ alternativas ao Direito neste contexto actual de crise do paradigma moderno-
iluminista (crise e superação, mas não necessariamente de substituição!) e da redução
(tendencial) do Direito a um mero regulador da acção social afirmam-se de modo
crescente e crescentemente "apetecível" ...
ORA,
À ordem de validade do Direito pode ~ontrapor-se:/
A ordem de.necessidade de Poder;
A ordem de possibilidade da Ciência;
A ordem de finalidade da Política;
(E) a ordem dada pela Ética, por uma nova ética, que ambiciona a uma (certa)
universalidade, sendo que, o Direito só surgirá (como direito) enquanto tal, se se
verificarem certas condições E essas condições não são de verificação necessária!
(podem verificar-se ou não)
11 - Direito ou Direitos?
1- O problema do "por-quê" do Direito encontra uma prévia objecção, no seguinte:
O Direito deve entender-se numa perspectiva a-histórica (jusnaturalismo) ou
histórica (historicismo)?
Devemos falar de um só Direito a-histórico, universal e imutável ou podemos falar de
vários direitos históricos, com compreensões diferentes consoante o período' histórico'
em questão?
É que o Direito é uma certa institucionalização da vida em comum, que não corresponde
necessariamente a uma institucionalização autónoma-o ~
~
UT~..!9 podemos f~do Direito,_ ao pens~~~~o=~~_D.~reito R2.lP!P<:).k.no Direito
Medieval ou no Direito Moderno; ~ - -.
~as ~mb~~~~~ar no n._ireit~(como "mero regulador da vida em comum"),
quando fãIãmos do direito de uma gangue, de uma favela ou da máfia ... Pois onde há
s~ (VIda em comum) ~semõre llireito!= =-
1.1- A perspectiva a=1frrróríca (jüsnaturalismo)
\ (há um só direito para todos .?S t~mpos, E.~r':.~s o~~~
"O jusnats;;drsmo não punha autenticamente o problema ãovireito - pressupunha já
o Direito como que numa necessidade ontológico-antropológico evidente"
1.2 - A perspectiva histórica (historicismo)
~ios dtos para cada. época, para cada Homem) )
O direito como uma função histórica e culturalmente condiciõnãáa "mas não será licito
concluir, como conclui o historicismo, que tudo no Direito e tudo o que tenha a ver com
o Direito se pluralize historicamente neste sentido, há apenas direitos ".
Extremo do jusnaturalismo, cada tempo tem o seu direito.
1.3 - A perspectiva da historicidade =-ià ~d?mtada
O problema do "por-quê" do Direito é universãt, emtrorããs suas soluções possam ser
historicamente diversas!
Temos aqui as 2 perspectivas, seja qual for a época histórica, necessitamos de
questionar o porquê da existência do direito, mas temos de respeitar a existência numa
época e noutra época de outro.
®
2 - Como perspectiva adoptada, criticamos que a perspectiva a-histórica, que nos é dada
pelo jusnaturalismo, quer a perspectiva histórica comprometida com o historicismo e,
adoptamos uma perspectiva de historicidade, em que consideramos que se o problema
dà JThfti'tha âb munão ê'P'semp?e"';;;sáiTo, a resposta que' 9 Direito dá para esse
problema, é tão só uma resposta possível; significa isto que, a existência do homem não
implica necessariamente a existência_?o.Direl!2:-Pois se a exisiêiicia do homem, coloca-
semprê""õ- problema da regulamentação da sua vida em comum, o modo dessa
regulamentação, pode ser dado pela ordem própria do direito ou, pelas' outras ordens
~e se perfilam como alternativas' ao Direito, %._____ ~ '
ft2) ~entro ~;sa dialé~a".entr~ o.proble~a necessárid\ (partilha_d~ ~u~do), ~~:posta
posslv~l (~ que e~ ....da peI?~ d~v~rao compreende~-seilScflfe~e~tes condlÇ~e~ de
emergenc\a-dtr;rhreltõ', POiS se a condição mundanal-social e a condição antropológica-
existencial, são 2 condições que sempre se verificam, já a condição ética pode ou não
verificar-se e só a condição ética permitirá que possamos autonomizar a resposta que o
direito dá ao problema da partilha do mundo, relativamente às outras respostas que são
dadas pelas alternativas ao Direito.
»» Este dualismo:
a) Resposta (tão só) possível
b) Problema (sempre) necessário
É essencial e deve estar sempre presente, pois:
- Se existem condições de emergência do Direito que permitem identificar o problema
necessário (pois coloca-se sempre seja qual for o nosso horizonte cultural. É um
problema que se coloca no nosso plano natural- a partilha do mundo):
- Condição mundanal (ou mundanal-social)
- Condição anropológica-existencial
- Existe uma outra que permitirá convocar a Resposta possível, pois a resposta do
Direito é só possível (não necessária) e SÓ se entende face à condição ética, porque SÓ
assim se autonomiza relativamente a outras respostas também possíveis (as alternativas
ao Direito).
~ Mundo entendido como "o 'meio em que decorre a existência humana, nos seus
~ _"",,_~,-"""--""""'---".""''''''''"''''''-- n._ .".- _~ _~~ _ ." __ - . _e ~
@)
c) Os Homens habitam e comungam/partilham o mesmo Mundo com e através (pela
medição) dos outros Homens (podem funcionar como meio ou como obstáculo) como
meios ou como obstáculos; ,
d) Daí a existência humana no mesmo Mundo seja uma existência de inter-
subjectividade; , ,
e) E inter-subjectividade que refere a reciprocidade entre o EU e p OUTRO, bem
.como a correlatívidade integrante e unitária. '
Inter-subjectividade que implica reciprocidade, correlatividade e exigibilidade: .
"Só posso usufruir a habitação do Mundo pondo exigências (pretensões de acção e de
omissão) aos outros (oo.) e os outros pondo-me igualmente exigências a mim, É essa
verdadeiramente a perspectiva da justiça"
ORA,
"Se dissermos que esta inter-subjectividade exprime exactamente a condição social (os
homens são nela socii do mesmo mundo humano), poderemos concluir que a condição
mundanal culmina (oo.) sempre na condição social: o homem existe coexistindo"
Em conclusão:
N esta condição e assim entendida, temos a condição básica do Direito. A
coexistência humana é a condição "ontológica" do Direito. Ao contrário da Moral
que se exprime como "mandamento", o Direito terá de se manifestar numa
"bilateralidade atributiva".
3 - A Condição Antropológica-Existencial
a) O Homem habita o Mundo numa condição social, mas habita-o como homem;
b) A compreensão do que seja o Homem convoca dois conceitos:
- A inespecialização; e
- A abertura ao mundo própria do Homem
Como ser de constituição inacabada o Homem necessita de uma "segunda natureza"
que é a Cultura, em geral, e o Direito em particular.
Nós (o Homem) está em contínua formação, em contínua busca de algo, algo esse que
se encontra no mundo. A satisfação de interesses e necessidade, vai-se buscar ao mundo
que nos rodeia. Todos nós somos meios ou obstáculos, para alcançar essas necessidades.
c) A Condição Existencial do Homem volve-se na sua Condição Axiológico-
Normativa, pois:
» O Homem é um ser finito (mortal) e relativo que se abre/que aspira à
infinitude e ao absoluto;
» E a plenitude de Ser, que deste modo o Homem ambiciona, designa-se por
Valor. Valor que significa Dever-Ser. Valor e Dever - Ser que estão
intrinsecamente ligados ao Ser.
» Os valores são os sentidos fundamentantes com que o Homem compreende e
assume os projectos da sua realização
d) O Homem e a comunidade
O Homem não existe só
O Homem existe coexistindo
®
.'
""-t:!i!=~~~lu~~
"O Direito não é uma qualquer institucionalização, mas uma institucionalização de
uma certa índole, a exigir por essa sua índole específica uma outra condição".
"condição de possibilidade do Direito e de o podermos pensar com o sentido de
Direito"
®
------------------------------------~~~-----------------------------------
<,
i
c.:..:,ediência,
mas só n.as rel..ações entre iguais. A igualdade implica a liberdade.
-~-_
2~ Correlativo ao Principio da Igualdade das Pessoas = Existe o Principio
esponsabilidaue
•........ ~~ .. - da