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AGRADECIMENTOS

Quero agradecer a todos os que me acompanharam ao longo deste percurso, e que


de alguma forma me ajudaram neste trabalho, em particular:
Ao Professor Pedro Lynce de Faria, pela disponibilidade, sabedoria e amizade que
sempre demonstrou;
Ao Sr. Vicente Borba Monteiro pela disponibilidade e transparência com que nos
forneceu os dados das parcelas acompanhadas;
Ao Eng. Pedro Serrasqueiro e a todos os técnicos da Associação de Regantes de
Vila Franca de Xira que nos abriram as portas para tudo o que dizia respeito à rega;
A Deus, à Sara e aos grandes amigos que foram muito importantes neste meu
percurso de estudo;
Aos meus Pais por manterem a fé em mim e pela certeza de que iria ser capaz
de completar esta jornada.

A todos vós, o meu muito obrigado. Este trabalho não existiria sem vocês.

I
RESUMO

A presente dissertação visa a análise das tecnologias utilizadas, na Lezíria de Vila


Franca de Xira, na cultura do milho com o intuito de reduzir as despesas efectivas face à
eliminação dos apoios à cultura a partir de 2013 e analisar se os factores de produção foram
utilizados de uma forma eficiente.
De acordo com o nosso estudo analisámos a opção pela cultura do milho, assim como
as diversas operações culturais utilizadas na mesma, designadamente a preparação do
terreno e sementeira, a fertilização, a protecção cultural e a condução da rega.
Antecedendo às conclusões, foi realizado um estudo económico procurando comparar,
se é que é possível comparar, duas tecnologias: sementeira directa e sementeira
convencional.
Com esta análise concluímos que a Lezíria de Vila Franca tem condições ecológicas
para proporcionar elevadas produções para a cultura do milho. Na utilização dos factores de
produção apenas a rega foi eficientemente conduzida pela Associação de Regantes de Vila
Franca de Xira e tanto na fertilização como no controlo de infestantes houve excessos na
utilização dos respectivos fertilizantes e produtos fitofármacos.

Palavras – chave: Milho; Sementeira Directa; Sementeira Convencional; Rendibilidade.

II
ABSTRACT

The present dissertation focus all the used technologies and their efficiency at corn
crop in the Lezíria of Vila Franca de Xira, targeting costs reduction due to the extinction of
EU economical support from 2013 to this crop.Focusing all stages during production process;
soil preparation; fertilization and sowing, crop protection and irrigation.
Prior conclusions, an economical study was developed in order to compare both
technologies: direct sow and conventional sow.
This study allow us to conclude that the Leziria of Vila Franca de Xira has all the
ecological needs to offer height corn crop productions. Concerning the production process
coordinated by the “Vila Franca de Xira, Irrigation Association”, only irrigation achieves
efficiency, both fertilization and weed control had excessive application of fertilizers and
phytopharmaceuticals.

Key Words: Corn; Direct Sow; Conventional Sow; Profitability.

III
EXTENDED ABSTRACT

The present dissertation focus all the used technologies and their efficiency at corn
crop in the Lezíria of Vila Franca de Xira, targeting costs reduction due to the extinction of
corn crop economical support from 2013 and evaluate efficiency of the used techniques to
this crop.
Our analysis was based on corn crop at the Lezíria of Vila Franca de Xira, during
Spring/Summer 2007 season due to the economical relevance that the Leziria has on the
national G.D.P. (Gross Domestic Product), the favorable natural environment to this crop,
and all the sustainability doubts that will be faced when economical support end´s.
Focusing our work in the evaluation of crop´s done in two different plots in a way to
justify scientifically both technician and farmers.
Apart of the good ecological conditions for corn crop, the soil preparation the sowing,
fertilization, weed control and the most important the irrigation done in association with “Vila
Franca de Xira, Irrigation Association”
Apart from the economical reasons for using direct sow, technically both direct and
conventional are possible in this area and productivity is not affected.
Concerning fertilizations any soils analysis was done. Applicated dosis from macronutrients
and micronutrients were done according to what is being used in past years for Leziria
farmer´s, we note that an excessive levels of zinc and azote and a lack of magnesium, this
allow us to conclude the inefficiency from the farmer due to the excessive level of nutrients.
We believe that both systems had costs. In direct sowing question was if it was need to
use so many phytopharmaceuticals to combat the weeds, and in the conventional system of
mobilization believe that there was an excess of mobilization, particularly in passages with
crates.
In conducting the irrigation portion of the direct sowing showed better results with
respect to this transaction. We used 503 mm of water throughout the irrigation season, and
lost only 24.5 mm, yielding an efficiency of irrigation of 95.1% while the share of conventional
seed were used 590 mm of water, with a loss of 77.7 mm which corresponds to an efficiency
of 86.7%. In both cases the crops were always comfortable in water, one of the driving
concerns of irrigation.
It can be concluded that, regarding irrigation, the model presented to the farmers is a
tool to support management of irrigation leads to greater efficiency in use of water.
The new method of treatment by helicopter has great interest especially in direct
seeding system in that it can make the application of glyphosate, when you cannot enter the
soil with tractor, increasing the time available for sowing. For both systems have advantages
in case of emergency, when a problem occurs with the pivot and must be dealt quickly.

IV
Finally, the economic study leads us to say that direct seeding has the slight
advantage, although not observed the conditions allow us to do this with accuracy; it took
more repetitions, because there was excessive use of inputs. In this case, the increased cost
of herbicide was lower than the cost to call traditional.

V
ÍNDICE

Agradecimentos………………………………………………………………………………………..I
Resumo………………………………………………………………………………………………...II
Abstract…..…………………………………………………………………………………………....III
Resumo alargado…………………………………………………………………………………….IV
Índice…………………………………………………………………………………………………..VI
Lista de quadros…………………………………………………………………………………….VIII
Lista de figuras……….……………………………………………………………………………...IX

1. Introdução......................................................................................................................... 1
2. Revisão Bibliográfica ........................................................................................................ 2
2.1. A cultura do milho ........................................................................................................... 2
2.1.1. Morfologia..................................................................................................... 2
2.1.2. Fisiologia ...................................................................................................... 3
2.1.3. Exigências da cultura.................................................................................... 4
2.2. Interesse e importância económica ................................................................................ 8
2.2.1. A produção de milho em Portugal ................................................................. 8
2.2.2. A produção de milho no Mundo ...................................................................10
2.3. Efeito de algumas características do solo sobre a produção das culturas .....................11
3. Avaliação da cultura do milho em duas parcelas da Lezíria de Vila Franca de Xira .........15
3.1. Localização das parcelas acompanhadas .....................................................................15
3.2. Caracterização da Lezíria de Vila Franca de Xira ..........................................................15
3.2.1. Localização geográfica e área agrícola........................................................15
3.2.2. Evolução das culturas e áreas regadas .......................................................16
3.2.3. Descrição do tipo de solos, suas características e limitações ......................18
3.2.4. Caracterização climática ..............................................................................20
3.2.4.1 Localização da estação meteorológica ...................................................20
3.2.4.2 Características gerais da estação ...........................................................20
3.2.4.3 Análise da temperatura ...........................................................................21
3.2.4.4 Análise da precipitação ...........................................................................23
3.2.4.5 Distribuição da precipitação pelas Estações do ano ...............................24
3.2.4.6 Geada .....................................................................................................25
3.2.4.7 Discusão .................................................................................................26
3.2.4.8 Conclusão e Crítica.................................................................................26
3.3. Caracterização pedologica ............................................................................................26
3.4. Condições ambientais durante o crescimento da cultura ...............................................27
3.4.1. Condições climáticas ...................................................................................27
3.5. Técnicas culturais ..........................................................................................................29
3.5.1. Preparação do terreno e sementeira ...........................................................30
3.5.1.1 Mobilização tradicional .............................................................................31

VI
3.5.2. Fertilização ..................................................................................................32
3.5.3. Combate das infestantes .............................................................................33
3.5.4. A rega ..........................................................................................................34
3.5.4.1 Balanço hídrico do solo ...........................................................................34
3.5.4.2 Evapotranspiração ..................................................................................37
3.5.4.3 Curva dos coeficientes culturais ..............................................................40
3.5.4.4 Condução da rega nas parcelas acompanhadas ....................................41
3.5.4.5 Avaliação da rega com o modelo ISAREG ..............................................48
3.6. Análise económica ........................................................................................................60
4. Discussão e Conclusões..................................................................................................62
5. Referências Bibliográficas ...............................................................................................65

VII
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Fases do grão de milho………………………………………………………………..3


Quadro 2 – Duração das fases do ciclo do milho…………………………………………………4
Quadro 3 – Quadro de temperaturas (ºC) para o milho………………………………………….5
Quadro 4 - Recomendação de fertilização para a cultura do milho grão. ….……………….…6
Quadro 5 - Recomendação de fertilização para a cultura do milho grão…...……………….…6
Quadro 6 - Os nutrientes de maior relevância para o milho, a sua importância no
desenvolvimento da planta e os sintomas de deficiência…………………….….…..7
Quadro 7 - Valores da superfície (ha) e da produção (t) dos cereais de maior importância
agrícola em Portugal no ano 2006……………………………….................................8
Quadro 8 - Evolução das culturas e áreas regadas (ha) entre 1991 e 2002………..…….….16
Quadro 9 - Temperaturas Mínima, Média e Máxima…………………………………..…….….20
Quadro 10 - Diagrama de integrais térmicos……………………………………………...….….22
Quadro 11 - Distribuição da geada pelos meses do ano (número médio de dias)……..……24
Quadro 12 - Resultados das análises de solos…………………………………………….…….25
Quadro 13 - Diferentes sequências culturais realizadas na cultura do milho na Herdade
Figueirinha…………………………………………………………………………..……26
Quadro 14 - Herbicidas e insecticidas no controlo de infestantes e insectos e respectivas
quantidades nos dois grupos de sistemas de produção…………………………….27
Quadro 15 - Fertilização efectuada na parcela de mobilização tradicional………………......31
Quadro 16 - Fertilização efectuada na parcela de sementeira directa…………………..……32
Quadro 17 - Coeficientes culturais, altura máxima, profundidade radicular máxima (Zr) e
fracção de esgotamento da água do solo em conforto hídrico (p) para os
cereais…………………………………………………………………..………..……...39
Quadro 18 - Especificações técnicas do DIVINER 2000…………………………...……….….42
Quadro 19. Resultados da avaliação da rega do milho na parcela PIVOT 1 (Sementeira
Directa)………………….……………………………………………………………..…58
Quadro 20– Quebra de produção estimada na cultura do milho na parcela PIVOT 1
(Sementeira Directa)…………………………………………………………………....59
Quadro 21 – Resultados da avaliação da rega do milho na parcela PIVOT 2 (Sementeira
Convencional)…………………………………………………………………………....60
Quadro 22 – Quebra de produção estimada na cultura do milho na parcela PIVOT 2
(Sementeira Convencional)…………………………………………………………….60

VIII
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estados Fenológicos do milho………………………………………..………………....4


Figura 2 - Distribuição por zonas geográficas da produção de milho no ano 2006. Gráfico
obtido a partir do quadro no Anexo 2………………………………..……..………………8
Figura 3 - Evolução da superfície de milho desde 1997 até 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo 2…………………………………………………………………...………9
Figura 4 - Distribuição por zonas geográficas da superfície de milho no ano 2006. Gráfico
obtido a partir do quadro no Anexo 2………………………………………………………9
Figura 5 - Evolução da superfície de milho desde 1997 até 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo 2…………………………………………………………………...……..10
Figura 6 - Figura adaptada de Google Earth, onde se encontra a Lezíria Grande de Vila
Franca de Xira e em evidencia as duas parcelas e o monte a que pertencem……...14
Figura 7 - Aproveitamento Hidroagrícola da Lezíria de Vila Franca de Xira………………….15
Figura 8 - Ocupação cultural em 2002……..……………………………………………………..16
Figura 9 - Evolução das principais culturas e áreas regadas (ha) entre 1991 e 2002…….…16
Figura 10 - Temperaturas Mínima, Média e Máxima dos 30 anos………..…………………...21
Figura 11 - Temperaturas Mínima, Média e Máxima dos 30 anos e do ano do ensaio
(2007).…….………………………………………………………………………….…..…..21
Figura 12 - Integrais térmicos………………………………………………………………………22
Figura 13 - Evolução da Precipitação Média Total dos 30 anos………..………………….…..23
Figura 14 - Evolução da Precipitação Média Total dos 30 anos e do ano do ensaio durante
os meses da cultura no solo……………………………………………………….………23
Figura 15 - Distribuição da Precipitação ao longo das Estações do Ano………..……………24
Figura 16 - Distribuição do nº de dias com geada ao longo do ano……………………..…….24
Figura 17 - Imagem da vala que separa os diferentes tipos de sementeira..…………..…….27
Figura 18 - Parcela da sementeira directa..………………………………………………..…….28
Figura 19 - Parcela do sistema convencional………..…………………………………...……...28
Figura 20 - Temperaturas registadas de Abril a Outubro de 2007 na Lezíria de Vila Franca
de Xira………………………………………………………………………………………..30
Figura 21 - Precipitação registada de Abril a Outubro de 2007 na Lezíria de Vila Franca de
Xira……………………………………………………………………………………..…….31
Figura 22 - Esquema dos termos do balanço hídrico na zona de enraizamento…..…..…….33
Figura 23 - Delimitação das zonas de rendimento óptimo e de carência hídrica…….………34
Figura 24 - Curva dos coeficientes culturais e definição dos períodos vegetativos
correspondentes…………………………………………………………………………….39
Figura 25 - Reservatório solo..…………………………………………..………………………...41

IX
Figura 26 - Sonda capacitiva “DIVINER 2000”, Unidade central e sonda portátil……..…....41
Figura 27 - Esquema de três sensores instalados a intervalos de 10 cm……………….…...42
Figura 28 - Corte na zona de um tubo de acesso………………………………………..….….43
Figura 29 - Broca mecânica usada para fazer os furos…………………………………..…….44
Figura 30 - papa para preencher o furo…………………………….……………………….……44
Figura 31 - Imagem do tubo incorporado no solo pronto para se tirar os teores de
humidade…………………………………………………………………………..……...…44
Figura 32 - Esquema genérico do programa ISAREG…..…………………………...…………45
Figura 33 - Menu inicial do modelo ISAREG….…………………………………………..……..46
Figura 34 - Menu do ISAREG relativo à escolha do esquema de rega………..……….…….46
Figura 35 - Ficheiro da parcela do milho com sementeira directa…….………………..……..47
Figura 36 - Ficheiro da parcela do milho com sementeira convencional……………..………47
Figura 37 - Output do ficheiro com dados culturais que foram utilizadas nas duas parcelas
em estudo……………………………………………………………………………………48
Figura 38 - Output do ficheiro do solo onde é instalada a cultura de milho para grão………49
Figura 39 - Ficheiro das características da evapotranspiração…….………………………….49
Figura 40 - Dados diários da evapotranspiração que foram utilizados pelo modelo…….….50
Figura 41 - Ficheiro do esquema de rega relativo à parcela 1 (Sementeira Directa)….……51
Figura 42 - Ficheiro do esquema de rega relativo à parcela 3 (Sementeira Convencional)..52
Figura 43 - Actualização do ficheiro da ascensão capilar……..……………………………….52
Figura 44 – Apresentação dos resultados da Associação para o PIVOT1 (Sementeira
Directa)………………………………………………………………………………………56
Figura 45 – Apresentação dos resultados da Associação para o PIVOT3 (Sementeira
Convencional)………………………………………………………………………………57
Figura 46 – Representação gráfica da evolução do teor de humidade do solo, ao longo do
desenvolvimento do milho na parcela designada por PIVOT 1 (Sementeira
Directa)........................................................................................................................59
Figura 47 – Representação gráfica da evolução do teor de humidade do solo, ao longo do
desenvolvimento do milho na parcela designada por PIVOT 3 (Sementeira
Convencional)………………………………………………………………………………60

X
1. INTRODUÇÃO

Para a elaboração desta tese, optámos por analisar a cultura do milho na Lezíria de
Vila Franca de Xira, na campanha de Primavera/Verão de 2007, face à importância
económica que representa para o P.I.B. (Produto Interno Bruto), à sua representatividade na
Lezíria, à boa adaptação às condições ecológicas traduzidas por elevada produtividade
quando regada e às duvidas que se levantam quanto à sua sustentabilidade quando
terminarem os apoios financeiros à cultura.
O trabalho consiste em descrever e avaliar as operações culturais realizadas em duas
parcelas e numa tentativa de justificar cientificamente as opções do agricultor ou dos
técnicos.
Para além de certificar as boas condições ecológicas prevalecentes para a produção
de milho, debruçar-nos-emos sobre a preparação do terreno e sementeira, a fertilização, o
combate às infestantes e a condução da rega, esta ultima operação mais desenvolvida uma
vez que o trabalho foi realizado em colaboração com a Associação de Regantes de Vila
Franca de Xira.

1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. A cultura do milho


O milho é um cereal pertencente à divisão das Fanerogâmicas, subdivisão das
Angiospérmicas, classe das Monocotiledóneas, ordem das Gramínideas, família das
Gramíneas, tribo Maydeae, género Zea L. e espécie Zea Mays L., sendo uma gramínea
monóica.
Embora existam muitas subespécies, as de maior valor comercial são:
• Zea mays tunicata Larr. – milho vestido
• Zea mays indentate Sturt. – milho dentado
• Zea mays indurate Sturt. – milho duro ou liso
• Zea mays everta Sturt. – milho para pipocas
• Zea mays amilacea Sturt – milho mole
• Zea mays saccharata Korn. – milho doce

O centro de origem do milho mais provável é o México Meridional situado na América


Central.
Foi introduzido na Europa pelos descobridores da América, e rapidamente se espalhou
pela Península Ibérica e resto da Europa. Pode ser utilizado para pasta de papel (em seco),
para forragem, ainda que o principal fim seja a produção de grão, já que é uma boa fonte de
hidratos de carbono. É um cereal com uma possibilidade de altos rendimentos, atingindo-se
actualmente, entre nós, valores de produção na ordem de 14 a 17 toneladas de grão seco
por hectare.

2.1.1. Morfologia
O milho possui um sistema radicular fasciculado, de grande crescimento, potente e
com raízes adventícias que lhe conferem resistência à acama. O caule é um colmo
meduloso, erecto, que termina numa panícula onde se formam os gâmetas masculinos, com
número de nós e altura variável com a variedade, técnica cultural e fertilidade do solo. As
folhas são compridas, largas, paralelinérvias, de disposição alterna, lanceoladas, alternas,
sem lígula, de bainha longa, bordos ásperos, glabras ou pubescentes, com nervuras
rectilíneas-paralelas e uma nervura funda ao meio na página superior.
A influrescência feminina (espiga ou maçaroca) desenvolve-se nas axilas das folhas,
envolvida por brácteas solidárias ao pedúnculo e com um eixo carnudo (carolo). A flor fértil
madura é constituída por ovário, saco embrionário, duas glumelas e um estilete com pêlos
estigmáticos que funciona como estigma. As flores masculinas estão agrupadas em espigas
que formam a panícula ou bandeira, no ápice do colmo, com duas espiguetas, cada uma

2
com uma flor estéril e outra fértil. O fruto do milho é uma cariopse indeiscente,
monospérmico, apocárpico, com semente ligada ao pericarpo e agrupado em
infrutescências.

2.1.2. Fisiologia
2.1.2.1 Período Vegetativo
Inicia pela germinação, que exige uma temperatura mínima do ar de 10 º C e dura
entre 6 e 10 dias, conforme a temperatura e estado hídrico do solo. Quando as plântulas
atingem o estado de 3 a 4 folhas, o seu crescimento parece parar, o que permite a formação
das raízes.
Entre as 4 a 6 folhas começam a diferenciar-se os órgãos florais e o meristema apical
está à superfície do solo. A instalação “acaba” quando a planta atinge o estado das 6 a 8
folhas, sendo fundamental não haver falta de água. Temperaturas inferiores a 10 ºC, que
corresponde ao zero vegetativo, e a ausência de sol prolongam a fase vegetativa.

2.1.2.2 Período Reprodutivo (50 a 60 dias após a germinação)


Das 6 a 8 folhas até à floração, o ápice desenvolve a panícula masculina, seguindo-se
os gomos axilares, sob os quais aparecem as flores femininas e as sedas. Se a água faltar
nesta fase o número de flores femininas será reduzido e consequentemente o número de
grãos.
Da floração masculina à fecundação dá-se a emissão do pólen que cai sobre as sedas
e germina. O pólen está disponível no campo durante 15 dias e a fecundação é feita 48 a 72
horas depois da polinização. A fecundação é quase sempre cruzada, já que há um
desfasamento entre a maturação das flores masculinas e das femininas de cerca de 3 dias.
Após a polinização, a espiga desenvolve-se atingindo a sua dimensão máxima.

2.1.2.3 Período de maturação


Durante as três primeiras semanas desta fase dá-se o desenvolvimento rápido dos
esboços das espigas e jovens grãos. Nas seguintes 4 a 5 semanas verifica-se a formação
de 85% da m.s. nos grãos. O tempo desde a saída das sedas até à maturação dura entre 50
a 70 dias, variando conforme as condições climatéricas. O grão aumenta o seu teor de água
e reservas, passando depois por três fases (quadro 1):

Quadro 1 – Fases do grão de milho (Fonte: Soltner, 1983).

Estado leitoso 80% de água e 20% de m.s.


Estado pastoso 50% de água e 50% de m.s.
Estado riscado Não contem mais de 35 a 38% de água

3
Um défice em água pode abrandar a migração das reservas para os grãos.
Não se verifica coincidência entre a maturação fisiológica (cerca de 35% de
humidade), conseguida preferencialmente antes das primeiras geadas de Outono, e a
maturação técnica na altura da colheita – 25 a 30% de humidade.
No quadro 2 apresenta-se sumariamente a duração das fases do ciclo do milho e na
figura 1 temos a escala de classificação dos estados fenológicos desta cultura utilizados ao
longo do trabalho.

Quadro 2 – Duração das fases do ciclo do milho (in ANPROMIS, 2000).

Sementeira – emergência 8 a 12 dias


Emergência – 8 a 10 folhas 30 a 40 dias
8 a 10 folhas – floração 20 a 30 dias
Floração - maturação 50 a 60 dias
Total 108 a 142 dias

Figura 1 – Estados Fenológicos do milho. Adaptado de Hanway (1963) e FAO (1979).

2.1.3. Exigências da cultura


2.1.3.1 Factores edafo-clímáticas
O milho é uma planta subtropical, de climas quentes e húmidos, sendo a temperatura,
a água (humidade) e geada os factores determinantes da produção da cultura. Devido à sua
heterozigocidade e com o desenvolvimento de variedades com ciclos muito diferentes,

4
possui uma grande capacidade de adaptação ao meio, sendo cultivado desde as regiões
quentes e temperadas até as zonas húmidas subtropicais.
A temperatura é um dos factores principais para o seu desenvolvimento e
crescimento (quadro 3).
Temperaturas muito elevadas (35 a 38 ºC) na altura da floração prejudicam a
fecundação. As zonas tradicionais desta cultura apresentam-se com dois tipos de clima
definidos e diferentes:
• Estação quente sem estação seca definida.
• Estação quente com estação seca nítida – o que requer o uso de irrigação; usual no
nosso país.

Quadro 3 – Quadro de temperaturas (ºC) para o milho (in APROMIS, 2000).

Mínima para germinação 10º


Óptima para germinação 16 a 18º
Mínima para o crescimento 10º
Óptima para o crescimento 24 a 29º
Floração Maior que 18º
Maturação Maior que 13º
∑ (t – t0) 1500 a 2500

O milho tem uma grande necessidade em água, sendo também sensível ao


encharcamento. As maiores necessidades (45% do total) vão desde a fase de milho
joelheiro (8 a 10 folhas) até à floração feminina decrescendo até à fase de grão pastoso.
Geralmente, as necessidades totais de água vão desde os 500mm até 800mm.
Um factor importante é a ocorrência de geadas, uma vez que o milho é muito sensível
às geadas. Portanto a emergência deve-se dar após a última geada e a colheita realizada
antes das primeiras geadas, que na Lezíria ocorre em Novembro.

2.1.3.2 Necessidades em nutrientes


Os nutrientes têm uma extraordinária importância no acréscimo de rendimento da
cultura do milho. No entanto, apesar de serem considerados um dos principais factores de
produção, a sua acção só se torna verdadeiramente notável quando conjuga com outros
factores não menos importantes. O rendimento potencial da cultivar semeada, o combate às
doenças, às pragas e às infestantes, o ambiente climático, a adopção das mais
convenientes práticas culturais, incluindo a rega e a drenagem, são outros tantos factores
que contribuem para o êxito da cultura.

5
Para além das necessidades em azoto, fósforo e potássio em grandes quantidades
são necessários outros elementos em menores quantidades, como são o caso do magnésio,
do enxofre, do zinco e do boro.
A quantidade de azoto a aplicar na cultura do milho, tal como acontece com os outros
nutrientes, depende basicamente de três parâmetros: a exigência da cultura, a
disponibilidade do solo e a taxa (fracção do elemento aplicado que é absorvido). As
exigências do milho, tanto em azoto como nos outros dois macronutrientes principais
dependem, naturalmente, da produção esperada e estão tabeladas (Anónimo, 2000. Manual
de Fertilização das Culturas. Ed. INIA-LQRS). As quantidades dos macronutrientes
principais absorvidos serão apresentados no quadro 4. Será conveniente referir as classes
de fertilidade actualmente em uso no Laboratório Químico Agrícola Rebelo da Silva, local
onde são efectuadas as análises do Manual de Fertilização da Culturas, que são: 1) muito
baixa - indica que a quantidade de nutriente disponível no solo é muito reduzida e que há
grandes probabilidades de resposta das culturas à aplicação do nutriente; 2) baixa - a
quantidade do nutriente disponível no solo é reduzida, havendo fortes probabilidades de
resposta à aplicação do nutriente; 3) média - a quantidade de nutriente existente no solo é
satisfatória, mas, com a sua aplicação, ainda são de prever, na maioria dos casos,
aumentos de produção; 4) alta - as disponibilidades do nutriente no solo são elevadas,
podendo, em alguns casos e anos muito favoráveis, haver resposta à aplicação do nutriente;
5) muito alta - as disponibilidades do nutriente no solo são muito elevadas, suficientes para
atingir boas produções, não havendo resposta, a não ser em anos excepcionalmente
favoráveis, à sua aplicação.
Resumidamente, no que se refere à quantidade da adubação azotada, na falta de
dados mais concretos podemos admitir que, atendendo aos ganhos e perdas naturais, a
quantidade deste nutriente a aplicar será semelhante às remoções operadas pela cultura.

Quadro 4 - Recomendação de fertilização para a cultura do milho grão. Fonte: Manual de fertilização das
culturas.

Azoto (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O) recomendadas (Kg/ha)


Produção Fósforo - níveis no solo Potássio - níveis no solo
N
esperada
(b) 1 2 3 4 5 6(c) 1 2 3 4 5 6
(Kg/ha)
8 000 170 120 100 80 60 40 30 120 100 85 70 60 (d)
10 000 220 140 120 100 80 60 40 150 125 110 90 70 (d)
12 000 260 160 140 120 100 80 60 180 150 130 110 80 (d)
14 000 300 180 160 140 120 100 80 210 175 150 130 100 (d)
16 000 340 200 180 160 140 120 100 240 200 170 150 120 (d)

6
Quadro 5 - Recomendação de fertilização para a cultura do milho grão. Fonte: Manual de fertilização das
culturas.

Quantidades de magnésio (Mg), zinco (Zn) e boro (b) recomendadas (kg/ha)


Classe de fertilidade*
Nutriente
Muito Baixa Baixa Média Alta
Mg (e) 40 – 60 30 _ 40 20 - 30 20
Zn 4–8 2_5 1–3 0–1
B 1 - 1,5 1,0 0,5 – 1,0 -
* A ajustar com o valor de pH.
(b) Aplicar metade a um terço de azoto em fundo, até 50 a 70 Kg/ha no máximo, e o restante em uma ou
duas coberturas, devendo a primeira ter lugar com o milho joelheiro e a segunda um pouco antes da
floração (embandeiramento).
(c) Em especial nos solos de textura ligeira ou com pH ≥ 7,0.
(d) Em solos derivados de areias e/ou arenitos, aplicar as doses do nível 5.
(e) No caso de produções superiores a 8 000 Kg/ha, aplicar mais 25 % das quantidades indicadas.

Quadro 6 – Os nutrientes de maior relevância para o milho, a sua importância no desenvolvimento da planta e
os sintomas de deficiência. Adaptado de bastos 1987.
Nutriente Função Sintomas de défice
Diminuição de vigor;
Síntese de aminoácidos;
Azoto (N) espigas pequenas; clorose
crescimento e desenvolvimento.
das espigas.
Transferência e utilização de
Fósforo (P2O5) Maçarocas irregulares.
energia.
Raízes fracas; acama;
amarelecimento das
Potássio (K2O) Resistência a doenças e à acama.
plantas; seca das bordas
da espiga.
Perda da cor verde;
Componente da molécula da
Magnésio (MgO) esbranquiçamento da base
clorofila.
das folhas;.
Espaçamento entre as
Boro (B) Organização celular. raízes; Anteras e espigas
pouco desenvolvidas.
Entre-nós curtos; folhas
Zinco (Zn) Ligado à síntese proteica. esbranquiçadas; não forma
espigas; raiz superficial.
Cores entre o verde claro e
Crescimento e desenvolvimento
Enxofre (S) o amarelo e maturação
geral.
retardada.

Resumindo, a fertilização correcta será certamente determinante das produções.


Resultará, apenas, quando for convenientemente articulada com todos os outros factores,
quer sejam genéticos (uso de cultivares mais produtivas e/ou melhor adaptadas ao
condicionalismo agro climático do local) e ambientais (conveniente preparação do solo, uso
correcto da água, controlo de infestantes e de eventuais pragas e doenças, etc). (IRRI,
1987; Santos, 2002).

7
2.1.3.3 Combate de infestantes
O milho é uma planta muito sensível às infestantes. As mais comuns no nosso país, e
em particular na lezíria, são: Catassol – Chenopodium ssp.; Grama – Cynodon dactylon;
Junça – Cyperus spp. ; Figueira-do-inferno – Datura stramonium; Milhã-digitada – Digitaria
sanguinallis; Saramago – Raphanus raphanistrum.
Os herbicidas mais usados são:
• Clorotriazinas: sinazina e atrazina;
• Fitohormonas: MCPA e 2,4-D;
• Triacinas;
• Linurão e Paraquat;
• EPTC.

2.2. Interesse e importância económica


2.2.1. A produção de milho em Portugal
O milho é uma cultura com grande tradição em Portugal, e como é possível constatar no
quadro 7, sendo a primeira cultura cerealífera em termos de produção e a segunda em
termos de área

Quadro 7 - Valores da superfície (ha) e da produção (t) dos cereais de maior importância agrícola em Portugal
no ano 2006. (Fonte: INE)

. SUPERFÍCIE PRODUÇÃO
ha t
TRIGO 104 684 249 610
MILHO 102 746 534 700
CENTEIO 23 476 23 802
TRITICALE 19 228 40 236
ARROZ 25 392 148 673
AVEIA 53 674 87 108
CEVADA 44 154 105 547

Produção de Milho em Portugal 2006

0,3%
Norte
0,6% 0,0%
Centro
21,1%
33,7% Lisboa

33,3% Alentejo
11,0%
Algarve
R. A. Açores
R. A. Madeira

Figura 2 – Distribuição por zonas geográficas da produção de milho no ano 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo 2. (Fonte INE)

8
Através da figura 2 observa-se que a maior produção de milho ocorre no Alentejo, e
logo seguida a região Centro, enquanto a região Norte ainda produz cerca de 21% da
produção nacional. Mas nas regiões autónomas a sua produção é quase inexistente
produzindo-se este ano 1 791 toneladas na Região Autónoma dos Açores que em termos
percentuais não tem significância pois representa 0,3% e não se produz na Região
Autónoma da Madeira.
Também a superfície portuguesa dedicada à cultura do milho sofreu um decréscimo
notável nos últimos anos (de 1998 até 2006) de cerca de 44 % (figura 3).
É curioso de notar que apesar das maiores produções provirem do Alentejo, o Norte e
o Centro do país têm maior área dedicada a esta cultura, como é possível notar através da
figura 4.

Figura 3 – Evolução da superfície de milho desde 1997 até 2006. Gráfico obtido a partir do quadro no Anexo 2.
Fonte INE.

9
Superfície de Milho em Portugal 2006

1% Norte

0% 0% Centro

20% 37% Lisboa


6%
Alentejo
36%
Algarve

R. A. Açores

R. A. Madeira

Figura 4 – Distribuição por zonas geográficas da superfície de milho no ano 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo 2. Fonte INE

2.2.2. A produção de milho no Mundo


Apesar de ser a cultura com maior produção, esta tem vindo a diminuir ao longo dos
anos (figura 5), com uma redução de cerca de 38% entre 1997 e 2006. Caso a subida do
petróleo se venha a verificar é possível prever um aumento de produção desta cultura
devido à produção de biocombustiveis que permitirão valorizar o milho com preços mais
elevados do que aqueles praticados para alimentação animal ou humana. Alias, já se notou
um aumento de produção de 2005 para 2006, em cerca de 5%.

Figura 5 – Evolução da produção de milho desde 1997 até 2006. Gráfico obtido a partir do quadro no Anexo
2. (Fonte INE).

10
2.3. Efeito de algumas características do solo sobre a produção das
culturas
Os parâmetros que interferem na capacidade produtiva dos solos são, entre os físicos,
a textura, a estrutura, a matéria orgânica, a espessura do solo e os relacionados com o
movimento e a retenção da água no solo. Abaixo descreve-se, sumariamente, a importância
de cada um deles.
Textura
É uma propriedade intrínseca do solo que traduz a proporção relativa entre os diversos
lotes de partículas da fracção mineral, com dimensões compreendidas entre certos limites.
A fracção granulométrica mais fina formada pelos minerais de argila tem um papel de
relevo no comportamento do solo uma vez que constitui a sua fracção activa. O seu teor
assim como a natureza dos minerais de argila (em particular aqueles de natureza
expansível) determinam a forma como certas propriedades se manifestam no solo, tais
como a capacidade de armazenamento de água, o arejamento necessário para o
metabolismo das raízes, a absorção de água pelas raízes, a estabilidade dos agregados, a
capacidade de troca catiónica e a coesão.
O conhecimento da produção de elementos grosseiros no solo é também importante
na medida em que estes influenciam o comportamento físico do solo e a alimentação hídrica
e mineral das plantas.
Estrutura
Morfologicamente, a estrutura do solo pode definir-se como o tamanho, forma e
arranjo das partículas do solo e respectivos vazios.
Um solo bem estruturado resulta da presença de agregados que permaneçam
estáveis quando molhados e que contenham porosidade suficiente para permitir o
arejamento, a infiltração, a drenagem e retenção da água no solo e um bom
desenvolvimento do sistema radicular.
Na formação da estrutura interactuam dois processos opostos: o de ligação e o de
separação das partículas individuais ou agregados mais pequenos.
O processo de separação pode ter várias causas entre as quais salientamos a
alternância dos processos de humedecimento e secagem dos agregados, a acção floculante
de certos catiões como o Ca2+ e o AL3+ e a actividade biológica do solo.
Como materiais cimentares citam-se os minerais de argila, os óxidos e hidróxidos de
ferro de alumínio e os compostos húmicos.
A fraca estabilidade dos agregados pode conduzir a situações graves particularmente
quando os solos são irrigados. Ao caírem as gotas de água vão animadas de energia
cinética e o seu impacto no solo é destrutivo provocando o fraccionamento dos agregados

11
em agregados mais pequenos e/ou partículas individuais (Lal, 1993; FAO, 1995; Hudson,
1995). Assim, poderão surgir problemas de compactação e de formação de crosta
superficial. Este problema é agravado se o terreno for inclinado uma vez que a água da rega
se perde por escoamentos superficiais rápidos removendo selectivamente certo material do
solo como seja a argila e outros colóides do solo responsáveis pela infiltração da água e o
seu armazenamento, deixando ficar para trás o material do solo inerte (El-Swaify, 1993;Lal,
1993; Pimentel, 1993; FAO, 1995; Hudson, 1995). Este arrastamento de sedimentos
também tem como consequência uma diminuição da espessura do solo que seria
potencialmente explorada pelas raízes em busca de água e nutrientes. Por outro lado,
podem ocorrer situações de encharcamento e de asfixia radicular.
Existem várias práticas culturais utilizadas pelo agricultor que visam atenuar este
problema. Destaca-se a sementeira directa que foi prática adoptada na parcela de nome
Pivot 1 da Herdade Figueirinha. A finalidade desta sementeira é melhorar a estrutura do solo
devido a uma melhor infiltração da água no solo o que evita os escoamentos superficiais.
Matéria orgânica
A matéria orgânica encontra-se no solo na forma livre (como resíduos vegetais e
animais) ou então em combinação íntima com os minerais de argila. A sua importância
resulta dos efeitos que exerce sobre a estrutura do solo, actividade biológica (como fonte de
carbono para os seres heterotróficos) e da cedência de nutrientes ao solo.
De facto, a forma e estabilidade dos agregados, para além da textura, também está
muito relacionada com o teor do solo em matéria orgânica. O declínio do teor em matéria
orgânica é acompanhada por uma diminuição da estabilidade dos agregados, de uma forma
directa e indirecta (Tisdall & Oades, 1982) Segundo Lucas e tal., (1977) uma redução da
percentagem de matéria orgânica de 3,8% para 1,8 % conduziu a um abaixamento da
produção de grão de milho da ordem dos 25%.
Espessura do solo
Em termos de produção não interessa só as características dos horizontes superficiais
normalmente atingidos pelas técnicas culturais mas também os níveis inferiores do perfil
pedológico. Quando as características internas do perfil são favoráveis ao desenvolvimento
radicular esperam-se maiores produções nos solos mais profundos pelo facto de haver um
aumento das reservas hídricas e minerais potencialmente disponíveis para as raízes.
Em relação à reacção do solo, a acção nefasta da acidez do solo no desenvolvimento
das plantas poder-se-à dever à absorção excessiva de certos micronutrientes (alumínio e
manganês) pelas raízes e à carência de cálcio e magnésio (Santos, 1983). Também nos
solos de reacção alcalina (pH> 8.5), muitas das plantas não se desenvolvem uma vez que
podem ocorrer situações de carência de todos os nutrientes assim como a existência de
condições físicas desfavoráveis, caso dos solos halomórficos mais concretamente em
12
relação à estrutura, como consequências negativas no arejamento, infiltração,
permeabilidade e penetração das raízes (Santos, 1983).
Água no solo: movimento, retenção e absorção
A água é o cerne de toda a produção vegetal. Esta importância advém das seguintes
razões (Brady, 1990):
- primeiro, porque é necessária em grande quantidade para satisfazer as necessidades
hídricas ao longo da estação de crescimento uma vez que as plantas estão constantemente
a perder água por evaporação directa das folhas;
- segundo, porque é o solvente através do qual os nutrientes se movem do solo para as
raízes e ao longo da planta;
- terceiro, porque o seu teor no solo controla dois outros factores importantes ao
crescimento das plantas que são o arejamento e a temperatura do solo;
- por último, e não menos importante, porque determina em maior ou menor extensão, o
processo erosivo do solo.
Tanto o movimento como o armazenamento da água da rega ao longo do perfil é
determinada pela sua infiltração à superfície do solo. Quando um solo inicialmente seco é
regado verifica-se um período inicial de infiltração relativamente rápida que corresponde ao
movimento da água gravitacional através da macroporosidade, fendas e canais biológicos. A
drenagem é também muito importante em condições de regadio uma vez que facilita a
circulação da água no solo permitindo que não ocorram situações de encharcamento e
salinização próxima da superfície do solo.
A conductividade hidráulica de um solo reflecte a maior ou menor facilidade com que
os poros permitem a passagem de água. Em condições de solo saturado, não deformável,
toma um valor constante estando apenas dependente do tamanho e distribuição dos poros
(Rending & Taylor, 1989; Miyazaki, 1993). Então, a textura e a estrutura são das
propriedades do solo mais directamente relacionadas com a condutividade hidráulica. Os
solos de textura mais grosseira têm normalmente conductividades hidráulicas saturadas
mais elevadas que os solos de textura mais fina.
A água disponível para as plantas no solo corresponde à diferença entre os teores de
água correspondentes à capacidade de campo e ao ponto de emurchecimento permanente,
estando o volume total de água disponível dependente da espessura efectiva do solo
(Tardieu, 1989).
Entre regas ocorre um período de secagem através da evaporação directa da
superfície do solo e/ou transpiração das plantas. Se não houver reposição de água no solo
as plantas atingirão um estado irreversível de emurchecimento que corresponde ao teor
mínimo de água utilizável pelas plantas. Ao teor de água no solo correspondente a este

13
estado designa-se por ponto de emurchecimento permanente. Este está relacionado com o
teor em água a 15 bares ou pF 4.2.
A disponibilidade em água também aumenta com o teor em matéria orgânica devido
ao efeito benéfico que exerce sobre a estrutura do solo e consequentemente sobre a
porosidade.
No presente trabalho avaliou-se a quantidade de água disponível para as plantas ao
longo da campanha e em diferentes tipos de sementeira.

14
3. AVALIAÇÃO DA CULTURA DO MILHO EM DUAS PARCELAS DA LEZÍRIA DE VILA
FRANCA DE XIRA

3.1. Localização das parcelas acompanhadas


As parcelas que descrevemos na campanha 2007, em condições de campo,
localizam-se na Lezíria Norte e pertencem à Herdade Figueirinha apresentando as
coordenadas geográficas 39º 00` de latitude norte e 8º 55` de longitude oeste, com altitude
de 2 metros.
Estas duas parcelas designam-se por Pivot 1 e Pivot 3, onde Pivot 1 corresponde à
parcela onde foi realizada a sementeira directa e Pivot 3 corresponde ao sistema tradicional.

Figura 6 – Figura adaptada de Google Earth, onde se encontra a Lezíria Grande de Vila Franca de Xira e em
evidencia as duas parcelas e o monte a que pertencem.

3.2. Caracterização da Lezíria de Vila Franca de Xira


3.2.1. Localização geográfica e área agrícola
A Lezíria Grande de Vila Franca de Xira é uma faixa de terreno com uma forma
alongada, situada a 25 Km a Norte de Lisboa. Está limitada pelos rios Tejo e Sorraia, que a
contornam sensivelmente a Oeste e a Este, nos concelhos de Vila Franca de Xira e
Azambuja, distrito de Lisboa.

15
A área agrícola total estende-se por 13 420 hectares. Esta área encontra-se dividida
aproximadamente a meio, pelo troço da Estrada Nacional nº 10, que liga Vila Franca de Xira
ao Porto Alto. Desta divisão resultam a Lezíria Norte com cerca de 6 620 ha e a Lezíria Sul
com cerca de 6 800 ha. A água para a rega deriva dos rios Tejo e Sorraia.

Figura 7 - Aproveitamento Hidroagrícola da Lezíria de Vila Franca de Xira. Fonte: www.dgadr.pt

3.2.2. Evolução das culturas e áreas regadas


Tem sido verificado uma alteração dos hábitos culturais na Lezíria de Vila Franca de
Xira. As preferências culturais por parte dos agricultores devem-se principalmente à
melhoria da qualidade da água e à quantidade disponível devido à abertura de valas de
drenagem.
Em termos históricos, sabe-se que no ano de 1983 o total de área regada na Lezíria
foi de 2 300 hectares, sendo 1 510 hectares na Lezíria Norte e 790 hectares na Lezíria Sul.
As culturas mais representativas, neste ano, foram o melão (1 512 ha) e o tomate (595 ha).
Em 1999 a área regada foi de 6 081 hectares, que aumentaram para 6 490 hectares em
2001.
As culturas mais representativas na Lezíria Grande de Vila Franca de Xira, como se
pode observar no quadro 8, foram entre o período de 1991 e 2002, o milho, o arroz, o
tomate e a beterraba. Estes são os dados mais recentes publicados sobre este tema e a
fonte foi a Direcção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR).

16
Quadro 8 – Evolução das culturas e áreas regadas (ha) entre 1991 e 2002.

1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Arroz 137 50 0 316 380 723 1120 1140 1106 1124 1128 1194
Milho 1102 418 272 709 1564 2429 2780 3239 2442 2333 3250 2543
Tomate 463 387 228 461 447 434 664 667 770 952 958 1131
Melão – Melancia 697 554 615 489 395 372 371 376 364 312 299 243
Girassol 1278 2002 2639 3495 1321 1402 214 646 168 365 217 25
Beterraba (Prim. - Verão) 5 0 0 0 0 0 120 316 1096 942 233 705
Beterraba (Outono - Inverno) 0 0 0 0 0 0 166 0 8 165 253 363
Outras 20 174 112 142 130 164 157 182 135 133 152 91
Total Regadio 3702 3585 3866 5612 4237 5524 5592 6566 6089 6326 6490 6295

Ocupação Cultural em 2002


Arroz

Milho
0%
11% 6% 2% Tomate
4% 19% Melão - Melancia
18% 40% Girassol

Beterraba (Prim. -
Verão)
Beterraba (Outon. -
Inverno)
Outras

Figura 8 – Ocupação cultural em 2002.

Evolução das principais culturas e áreas regadas (ha)


entre 1991 e 2002
Arroz
3500

3000 Milho
Áreas regadas (ha)

2500
Tomate
2000
Melão - Melancia
1500
1000 Beterraba (Prim. -
Verão)
500
Beterraba (Outon. -
0 Inverno)
Outras
1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

Anos

Figura 9 – Evolução das principais culturas e áreas regadas (ha) entre 1991 e 2002.

A cultura do milho, como se pode observar com estes dados, é a preferência maioritária
dos agricultores da Lezíria e foi um dos critérios para a escolha desta cultura.

17
3.2.3. Descrição do tipo de solos, suas características e limitações
Os solos da Lezíria, de natureza aluvionar, consistem em depósitos de origem fluvial
(20%) a Norte e marinha na parte central e Sul (80%). Os solos argilosos de origem
marinha, que são os mais abundantes, são bastante homogéneos e com textura fina a muito
fina, apresentando salinidade e alcalinidade média a elevada, que se vai acentuando à
medida que se caminha para Sul.
Os solos fluviais são de modo geral mais ligeiros e quase não apresentam problemas
de sais, em especial na zona Norte.
Alguns autores dividem os solos da Lezíria em três grupos, de acordo com as
formações aluvionares existentes, como por exemplo Constantino (1997). A descrição de
solos que segue é baseada nesse trabalho, Carta de Solos da Lezíria Grande, Estudo
Detalhado.
Formações aluvionares:
As formações aluvionares que constituem a Lezíria, podem dividir-se em três grupos,
de acordo com a origem, natureza, idade e condições de deposição dos materiais que a
constituem:
a) Formação basal (T) de materiais predominantemente de origem marinha,
constituindo o substrato da Lezíria e aflorando em extensão limitada nas partes
E/NE e W/NW, sobretudo nas áreas depressionárias entre canais naturais (rios,
esteiros, etc). Esta formação é constituída fundamentalmente por materiais finos
como o limo e argila em proporção aproximadamente igual, em geral sem carbonato
de cálcio, mas frequentemente com níveis de acumulações calcárias, sob a forma
de nódulos e/ou concreções;

b) Formação de materiais de origem marinha, de deposição relativamente


recente (C), recobrindo a formação basal a partir da extremidade a juzante e ao
longo dos principais esteiros, vias de penetração das águas da preia-mar. Trata-se
de materiais depositados sob a influência de águas relativamente salgadas, finos,
com proporção de argila e limo aproximadamente igual e com carbonato de cálcio
em proporção variável.

c) Formação de materiais de origem continental (F) depositados sob a influência


de águas doces ou pouco salgadas recobrindo a formação basal a partir da
extremidade de montante (N/NE) e ao longo do rio Tejo, de antigos leitos ou braços
(Tejinho, Ruivo, Caneja, Arriaga) e do rio Sorraia. A granulometria dos materiais dos
sedimentos F é muito variada. São materiais com teor de areia mais elevado que os
das outras formações e, por vezes, predominantemente grosseiros.

18
Apresenta-se de seguida a distribuição dos solos da Lezíria com as características
apontadas:
• Granulometria:
Argilo-Limosos: 10 929 ha (78%)
Franco Argilo Limosos, Franco Limosos e Francos: 2 532 ha (20%)
Arenosos, Arenoso-Franco, Franco-Arenoso: 288 ha (2%)

• Salinidade:
Solos extremamente salinos (Ece > 16 mmhos.cm-1): 1 790 ha (13,5 %)
Solos altamente salinos (Ece 8 – 16 mmhos.cm-1): 3 664 ha (28%)
Solos moderadamente salinos (Ece 4 – 8 mmhos.cm-1): 4 295 ha (33%)
Solos ligeiramente salinos (Ece 2 – 4 mmhos.cm-1): 1 178 ha (9%)
Solos não salinos (Ece < 2 mmhos.cm-1): 2 189 ha (16,5%)

• Alcalinidade:
Solos de alcalinidade alta (ESP > 15%): 5 343 ha (41%, solos de origem marinha sem
calcário)
Solos de alcalinidade média (ESP 7 - 15%): 5 542 ha (42%)
Solos de alcalinidade baixa (ESP > 7%): 2 281 ha (17%, solos de origem fluvial)

• Condições de drenagem:
Solos cuja drenagem interna é suficiente: 892 ha (7%)
Solos cuja drenagem interna é insuficiente: 12 274 ha (93%)

• Permeabilidade:
Solos com permeabilidade baixa (0,1 – 0,5 m/dia): 9 763 ha (75%)
Solos com permeabilidade moderada e rápida (0,5 m/dia): 3 353 ha (25%)

• Topografia:
Solos com cota superior a 1 m acima do nível médio do mar: 11 712 ha (89%)
Solos com cota inferior a 1 m acima do nível médio do mar: 1 454 ha (11%)

As principais limitações para o uso agrícola das terras estão relacionadas com as
seguintes características:

19
• Textura fina de diferentes camadas do perfil, com consequências na
operabilidade, qualidade da cama para a semente, compactação, formação
de crosta, infiltração e arejamento;
• Salinidade e alcalinidade do solo, influenciando a produção das culturas, a
estrutura do solo, formação de crosta, qualidade da cama para a semente e
favorece o risco de salinização com a rega:
• Más condições de drenagem como consequência da baixa permeabilidade
do solo e da toalha freática se encontrar alta no inverno, com reflexos mais
uma vez na produção, arejamento, operabilidade, compactação e risco de
salinização com a rega;
• Cota topográfica baixa e microrelevo irregular favorecendo o risco de
alagamento e influenciando as condições de drenagem interna e externa;

3.2.4. Caracterização climática


O clima influencia quer directa quer indirectamente as mais variadas práticas
agrícolas, sendo um dos factores senão mesmo o factor que mais condiciona a actividade
agrícola. Portanto, vamos fazer a caracterização climática da região de Vila Franca de Xira,
na qual se inserem as parcelas acompanhadas.
A recolha de dados é uma parte importante do método científico. Assim, neste trabalho
procura-se proceder à obtenção de dados de forma criteriosa para a determinação de um
resultado final que seja o mais correcto possível. Este objectivo traduz-se nos critérios de
escolha da estação meteorológica.

3.2.4.1 Localização da estação meteorológica


Para a escolha da estação meteorológica, tivemos como critério procurar a estação
que fosse mais representativa do clima que existe na região da Lezíria de Vila Franca de
Xira, e de acordo com esse objectivo a estação que escolhemos foi a de Fonte Boa,
baseando-se esta escolha nos seguintes parâmetros:
• Distância ao local, sendo a estação de Fonte Boa a mais completa em termos de
medições que se situa mais próxima da Lezíria de Vila Franca de Xira;
• Latitude, visto que a estação se situa a uma latitude aproximada à da exploração
(latitude: 39° 00' N)

3.2.4.2 Características gerais da estação


Latitude: 39°12’ N
Longitude: 08° 44’ W
Altitude (m): 10

20
Data de entrada em funcionamento: 1959 - 1988
Altura do anemómetro (m): 2

3.2.4.3 Análise da temperatura


A temperatura é um dos factores climáticos mais importantes, sendo o primeiro que se
utiliza para descrever o clima de um local ou região. Todos os processos biológicos e todas
as actividades humanas são condicionadas decisivamente pela temperatura do ar, cujos
valores extremos limitam a possibilidade da vida animal e vegetal. É especialmente
importante para a agricultura devido à influência que exerce sobre praticamente todos os
processos responsáveis pelo crescimento vegetal, nomeadamente a fotossíntese, a
respiração, a transpiração, a absorção de água, os nutrientes, a permeabilidade celular, a
actividade enzimática, entre outros processos bioquímicos ocorrentes não só na planta
como também no solo.
As alterações de temperatura modificam a disponibilidade de nutrientes no solo quer de
forma directa (velocidade das reacções de disponibilização dos nutrientes sob formas
absorvíveis) quer indirecta (acção de microrganismos).
A temperatura varia de forma sazonal ao longo do dia e ao longo do ano, definindo-se
amplitudes de variação diurna e anual de temperatura.
Temperaturas Mínimas, Médias e Máximas
Analisando o quadro 9, observamos que a temperatura média anual é de 16,2 ºC e os
meses de Julho e de Agosto são os mais quentes, tendo respectivamente 22,4 ºC e 22,8ºC
de temperatura média. Os meses mais frios são Dezembro, Janeiro e Fevereiro com,
respectivamente, 10,7 ºC, 10,2 ºC e 11,1 ºC. O valor médio anual da temperatura máxima é
de 21,6 ºC, registando-se os valores máximos em Julho com 29,1 ºC e em Agosto com 29,9
ºC. Os valores mínimos verificam-se em Dezembro e em Janeiro, com 6,6 ºC e 6,0 ºC
respectivamente. A temperatura mínima média anual é de 10,8 ºC, atingindo um valor
mínimo em Janeiro (6,0 ºC) e, em Julho e Agosto, um máximo (15,8 ºC).

Quadro 9 – Temperaturas Mínima, Média e Máxima do estudo de 30 anos (1958 até 1988).

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temp. Máxima (ºC) 14,5 15,4 17,6 19,8 22,4 26,4 29,1 29,9 28,4 23,4 17,9 14,8 21,6
Temp. Média (ºC) 10,2 11,1 12,7 14,6 16,9 20,2 22,4 22,8 21,8 17,9 13,5 10,7 16,2
Temp. Mínima (ºC) 6,0 6,8 7,8 9,4 11,3 14,0 15,8 15,8 15,1 12,5 9,0 6,6 10,8

Os máximos das três variáveis são em Agosto e os mínimos em Janeiro. As


temperaturas aumentam a partir de Janeiro até Agosto e decrescem até ao fim do ano,
notando-se que a subida até Agosto é mais gradual do que a descida até Janeiro.

21
Figura 10 - Temperaturas Mínima, Média e Máxima dos 30 anos (de 1958 até 1988).

Como se pode observar na figura 11, as temperaturas do tempo de permanência da


cultura no solo não são muito diferentes das que analisámos neste estudo de 30 anos.

Figura 11 - Temperaturas Mínima, Média e Máxima dos 30 anos (1958-1988) e do ano do ensaio (2007).

Matriz e Diagrama de Integrais Térmicos de Outubro a Setembro

Esta matriz é importante para conhecer o número de graus.dia acumulados ao longo


de um qualquer período para uma dada cultura. Pela análise do quadro 10 podemos retirar o
seguinte exemplo: para o milho, o zero vegetativo é igual a 10°C segundo (in APROMIS,
2000), sendo este valor usado no cálculo do integral térmico. Neste diagrama podem-se
observar acumulações de graus.dia para diferentes tempos de permanência no solo. Como
a sementeira foi em Abril, com um somatório de graus.dia superior ao zero vegetativo (10
ºC) de 138 ºC, e no mês da colheita em Setembro observa-se um somatório de ºC de 1793.
Como vimos anteriormente o somatório de graus.dia para o ciclo do milho está
compreendido entre 1500 a 2500.

22
Quadro 10 – Diagrama de integrais térmicos.

Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Out 246 350 372 379 411 495 633 846 1151 1537 1935 2288
Nov 104 126 133 164 249 387 600 905 1291 1689 2042
Dez 22 29 61 145 283 496 801 1187 1585 1938
Jan 7 39 123 261 474 779 1165 1563 1916
Fev 32 116 254 467 772 1158 1556 1909
Mar 84 222 435 741 1126 1524 1877
Abr 138 351 656 1042 1440 1793
Mai 213 518 904 1302 1655
Jun 305 691 1089 1442
Jul 386 784 1137
Ago 398 751
Set 353

Através da figura 12 podemos perceber que há uma elevada acumulação de


graus.dia a partir de Maio e assim podemos prever um elevado crescimento da
cultura nesta altura.

2500

2000

1500
ºC Dia

1000

500

Out Nov Dez Jan Fev Mar

Abr Mai Jun Jul Ago Set

Figura 12 – Integrais térmicos

3.2.4.4 Análise da precipitação


Pela observação da figura 13, podemos concluir que os meses de maior precipitação
são Novembro, Dezembro, Janeiro e Fevereiro, atingindo em Fevereiro os valores de
precipitação mais elevados (101,7 mm). Nos meses que correspondem à estação quente
verificamos que há muito pouca precipitação, sendo os mínimos registados para os meses
de Julho e Agosto e havendo ainda nos meses de Junho e Setembro alguma precipitação.

23
Figura 13 – Evolução da Precipitação Média Total dos 30 anos.

Para verificar se o ano da campanha acompanhada foi um ano típico fomos comparar
com os dados da permanência da cultura no solo e como se pode observar na figura 14 o
ano foi muito idêntico em quase todo o ciclo da cultura excepto em Outubro, o que é uma
vantagem neste mês não ter chovido para as operações de colheita.

Figura 14 – Evolução da Precipitação Média Total dos 30 anos e do ano do ensaio durante os meses
da cultura no solo.

3.2.4.5 Distribuição da precipitação pelas Estações do ano


Observando a figura da precipitação pelas estações do ano, verifica-se que em média,
38% da precipitação ocorre no Inverno e 6% no Verão. Na Primavera a precipitação
representa 19% do total anual e no Outono as quantidades de precipitação andam pelos
37%.

24
Outono Inverno
37% 38%

Verão
6% Primavera
19%

Figura 15 – Distribuição da Precipitação ao longo das Estações do Ano.

3.2.4.6 Geada
A formação de gelo é uma consequência natural das temperaturas negativas, não
querendo dizer que tenha logo efeitos prejudiciais para as plantas. As verdadeiras causas
dos prejuízos sofridos pelas plantas são as temperaturas excessivamente baixas.
Mas o milho, em particular, é uma cultura muito sensível a geadas e portanto tem
muito interesse verificar, através da média destes 30 anos, quando é que não ocorre geadas
para se estabelecer uma data possível para a sementeira desta cultura no Ribatejo.
Verifica-se que o período de geadas ocorre nos meses de Janeiro, Fevereiro, Março,
Novembro e Dezembro, atingindo o máximo de dias de geada no mês de Janeiro com cerca
de 3 dias com geada (ver quadro 11 e figura 16).

Quadro 11 – Distribuição da geada pelos meses do ano (número médio de dias).


Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Nº de dias
2,3 1,0 0,2 0 0 0 0 0 0 0 0,2 1,7
com Geada

2,5
Nº. de dias com geada

2,0

1,5

1,0

0,5

0,0
ro

o
o
iro

ço

ro
o

to
ro

ril

ro
nh

lh

br
ai

ub
b

b
ei

b
ar
re

em
Ju

go
A

em
em
Ju
n

ut
ve
Ja

ov
O

ez
et
Fe

Meses

Figura 16 – Distribuição do nº de dias com geada ao longo do ano.

25
3.2.4.7 Discusão
Sendo a cultura do milho uma planta subtropical, de clima quente e húmido, exige
calor para o crescimento e para a fecundação, verifica-se que o clima é o ideal visto que a
partir de Março a temperatura média estar acima do zero vegetativo, permitindo a actividade
metabólica da planta. Esta exige também para a fase de maturação, temperatura suficiente,
características estas que se verificam na Lezíria e para as parcelas acompanhadas verifica-
se que não houve geadas no período de permanência da cultura no solo.
Neste ano que descrevemos as parcelas verifica-se que é um ano típico pois
apresenta dados climáticos muito idênticos aos da média dos 30 anos.

3.2.4.8 Conclusão e Crítica


Em relação à temperatura verifica-se que esta permite um bom desenvolvimento da
cultura e o somatório de graus.dia necessários para esta correspondem a um intervalo de
1500 a 2500 e, em média, temos no período de Abril a Setembro 1973 ºC. Em relação à
precipitação não temos as condições ideais mas na Lezíria podemos garantir, através da
rega, que a cultura permaneça em conforto hídrico durante todo o ciclo vegetativo. As
geadas são o outro factor a ter em consideração e não se verifica no período de
permanência da cultura no solo, ou seja, de Abril a Outubro.
Podemos concluir que as condições climáticas na Lezíria de Vila Franca de Xira são
favoráveis para a cultura do milho.

3.3. Caracterização pedologica


Depois da permanência da cultura no solo foi realizada a caracterização química do
solo para verificar as diferenças químicas destes, através de colheitas de amostras a cerca
de 25 cm de profundidade em vários locais de cada Pivot.
Apresenta-se em seguida os resultados das análises das amostras de solo colhidas:

Quadro 12 – Resultados das análises de solos.

Relatório das amostras de solo


Amostras Pivot 1 Pivot 3
Parâmetros Resultados Interpretação Resultados Interpretação
Fósforo (P2O5) ppm >200 Muito Alto >200 Muito Alto
Potássio (K2O) ppm >200 Muito Alto >200 Muito Alto
Magnésio (Mg) ppm >125 Muito Alto >125 Muito Alto

Matéria Orgânica % 2,85 Médio/Alto 2,81 Médio

Textura M Média F Fina


pH (H2O) 7,6 Pouco alcalino 8,2 Pouco alcalino

Azoto total % 0,161 Médio/Alto 0,146 Médio/Alto

2.54* 47,7 47,7


% de humidade a pF*
4.20* 17,7 17,7

26
Usamos estes dados para a construção do ficheiro solo no modelo de simulação
(ISAREG). Vamos considerar que os solos possuem uma capacidade utilizável de 300
mm/m.
A capacidade utilizável de um solo (U) obtém-se (Costa, 1952) subtraindo ao volume
de água armazenada pelo solo, quando o seu teor de humidade está à capacidade de
campo (CC), o volume armazenado ao coeficiente de emurchecimento permanente (CE).
U = (CC – CE) * 10
Então, no nosso caso temos:
U = (47,7 – 17,7) * 10= 300 mm/m

3.4. Condições ambientais durante o crescimento da cultura


3.4.1. Condições climáticas
As condições climáticas, para o desenvolvimento da cultura de milho na Lezíria de Vila
Franca de Xira, foram analisadas durante a permanência da cultura no solo para verificar se
houve algum factor limitante no que diz respeito à temperatura, precipitação e geadas uma
vez que são estes que podem interferir no seu desenvolvimento.
Os dados meteorológicos para esta campanha de Primavera/Verão foram fornecidos
pelo Instituto de Meteorologia sendo recolhidos da estação meteorológica da Fonte Boa
porque era a mais próxima que nos poderia fornecer todos os parâmetros necessários. Pela
observação das Figura 20 e 21, podemos observar as temperaturas mínimas, médias e
máximas e a precipitação durante os meses de permanência da cultura no solo e que mais
influenciaram a cultura no seu ciclo – de Abril a Outubro.

Figura 20 – Temperaturas registadas de Abril a Outubro de 2007 na Lezíria de Vila Franca de Xira.

Como se vê na figura 20 a temperatura em Abril, época de germinação, foi superior a


10º C que é a temperatura mínima para a germinação da cultura e tivemos temperaturas
máximas de cerca de 20ºC que é ligeiramente superior ao óptimo para a germinação que

27
corresponde a temperaturas entre 16 a 18ºC. Nesta fase de germinação a cultura não teve
problemas de temperaturas.
Durante a época de crescimento a temperatura óptima varia entre 24 e 29 ºC,
correspondendo exactamente às temperaturas máximas registadas entre Maio e Junho e as
temperaturas mínimas de cerca de 12 a 15ºC o que não limita o crescimento, sendo a
temperatura mínima para o crescimento de 10ºC. Na floração, Julho/Agosto, a temperatura
mínima foi pouco superior a 15ºC o que é ligeiramente inferior ao ideal que é superior a 18
ºC e as máximas de cerca de 30ºC. Como também se verificou no capítulo dedicado à
cultura de milho, a temperatura ideal de maturação é superior a 13 ºC, o que acontece entre
Setembro e Outubro (altura da colheita).

Figura 21 – Precipitação registada de Abril a Outubro de 2007 na Lezíria de Vila Franca de Xira.

Através da análise da figura 21 verifica-se uma precipitação considerável no mês de


Abril, 56 mm, o que permitiu uma rápida germinação devido à humidade e com as
temperaturas elevadas a cultura teve as condições óptimas de germinação. Em Outubro o
facto de não se observar uma elevada precipitação facilitou a colheita. A precipitação total
de Abril a Outubro não garantiu o conforto hídrico da cultura, pois as necessidades estão
compreendidas entre 500 e 800 mm e nestes meses tivemos uma precipitação de 176,6
mm, o que é muito inferior às necessidades da cultura mas com a rega de um modo
eficiente ultrapassa-se esta limitação.
Não foram registadas geadas durante esta campanha, como é normal na Lezíria.
Em resumo, estiveram reunidas as condições climatéricas para uma boa campanha de
milho, apesar de ter havido alguns períodos em que as temperaturas mínimas não
corresponderam às óptimas paras as fases da cultura correspondentes, mas estiveram
muito próximas e em nenhuma fase do ciclo foram um factor limitante. Em relação à
precipitação as nossas condições não satisfazem as necessidades da cultura porque
tivemos uma precipitação total desde Abril até Outubro de 176,6 mm e as necessidades
totais de água vão desde os 500 a 800 mm.

28
3.5. Técnicas culturais
Nos últimos anos tem-se verificado uma evolução nas tecnologias utilizadas na cultura
do milho no que se refere aos sistemas de produção.
Quando analisamos as vantagens em produzir milho de regadio por sementeira directa
é porque estamos a pensar que as desvantagens apresentadas pelo sistema tradicional,
que consiste em lavar, gradar e destorroar a terra antes de proceder à sementeira utilizando
para o efeito um semeador monogrão normal, são maiores. Estas vantagens estão
relacionadas com a redução de custos de produção, aumento do número de dias
disponíveis para realizar a sementeira, o solo está mais protegido da chuva diminuindo as
perdas de solo por erosão hídrica e porque os restolhos quando abundantes aumentam o
tempo de entrada de água (infiltração) à superfície do solo.
As amostras de solo efectuaram-se depois da colheita, no dia 26 de Novembro, e já
era visível a diferença nas duas parcelas, uma vez que no solo de sementeira directa
verifica-se maior crescimento vegetal e não se verifica encharcamento, pois neste solo há
maior infiltração da água, como podemos observar nas fotografias seguintes.

Figura 17 – Imagem da vala que separa os diferentes tipos de sementeira.

Figura 18 – Parcela da sementeira directa. Figura 19 – Parcela do sistema convencional.

29
A aplicação do sistema de sementeira directa tem 3 objectivos principais:
• Conservação do solo;
• Redução dos custos de produção;
• Aumento da sustentabilidade ambiental.

Em relação à conservação do solo, as vantagens da sementeira directa são:


• Aumento do teor de matéria orgânica no solo;
• Aumento da fertilidade;
• Diminuição da compactação do solo;
• Redução da erosão física e biológica devido a uma melhor infiltração da água da
chuva, porque a água aproveita os canais das raízes mortas da cultura anterior ou
das infestantes para se infiltrar no solo, e ao não encontrar calo de lavoura consegue
chegar a maiores profundidades, humedecendo o solo de forma uniforme, isto evita o
encharcamento em anos húmidos e facilita a entrada da máquina de adubação na
parcela, ou a realização de outras operações e também a menor erosão deve-se ao
facto de o solo estar protegido das gotas de chuva por resíduos da cultura anterior e
dos restos das infestantes já controladas;
• Redução da temperatura do solo e aumento da microfauna, que faz com que haja
um aumento do potencial produtivo do solo.

A redução dos custos de produção deve-se a vários factores, tais como:


• Redução na potência dos tractores;
• Redução do parque de alfaias;
• Redução da mão-de-obra;

3.5.1. Preparação do terreno e sementeira


Os dois sistemas de produção de milho grão, distinguem-se principalmente nas
sequências culturais realizadas ao nível das operações de mobilização do solo antes da
sementeira e na monda química.
O agricultor que acompanhamos, Sr. Vicente Borba Monteiro, optou por estas duas
técnicas de mobilização para diminuir custos, tempos de máquinas e queria tentar uma nova
técnica que lhe parecia lógica
No quadro seguinte apresentam-se as sequências culturais dos dois sistemas.

30
Quadro 13 – Diferentes sequências culturais realizadas na cultura do milho na Herdade Figueirinha.

Tradicional Sementeira Directa

Gradagens (2) Monda Química

Chisel Destroçamento de Resíduos

Gradagem
Adubação de Fundo Adubação de Fundo
Gradagem
Fresa
Sementeira e Fertilização Sementeira e Adubação

3.5.1.1. Mobilização tradicional


Tradicionalmente a preparação do solo iniciou-se com duas gradagens para corte do
restolho e do solo, ao qual se seguiria uma passagem com o chisel para se conseguir uma
melhor infiltração da água. Depois duas gradagens e entre estas a adubação de fundo com
um distribuidor centrifugo. A fresa antes da sementeira tem a finalidade de melhorar a cama
para a semente pois há um maior contacto entre solo-semente. Este sistema de mobilização
tem a vantagem de se conseguir controlar melhor as infestantes na fase inicial da cultura, o
que faz com que não haja competição entre a cultura e infestantes para nutrientes, luz e
água.
O milho foi semeado a 9 de Abril com uma densidade de 85 000 plantas por hectare e
a colheita 167 dias depois.
Neste sistema de mobilização houve uma adubação de fundo com 120 Kg por hectare
do adubo ternário 6:20:30 e 150 Kg de starter com uma composição (18:46:0) onde este
adubo tem também 8% de enxofre e 1,5% de zinco. As restantes fertilizações foram
realizadas na rega durante o ciclo vegetativo tendo em conta a exigência da cultura.

3.5.1.2. Sementeira directa


No sistema de sementeira directa começou-se por combater as infestantes através da
monda química com glifosato no dia 15 de Março para evitar competição entre a cultura e
infestantes, com as vantagens referidas anteriormente. De seguida, passou-se com um
destroçador no dia 30 de Março para incorporar o retolho do milho anterior no solo e facilitar
a sementeira.
A sementeira e a adubação foram no dia 17 de Abril com uma densidade de 85 000
plantas por hectare e a adubação foi 120 Kg por hectare do adubo ternário 6:20:30 e 170 Kg
de starter com uma composição (18:46:0) onde este adubo tem também 8% de enxofre e
1,5% de zinco. As restantes fertilizações foram realizadas na rega durante o ciclo vegetativo
tendo em conta a exigência da cultura.

31
A adubação foi realizada segundo a experiência do agricultor e de técnicos da zona e
por observação durante o ciclo cultural.
A colheita do milho foi efectuada a 8 de Outubro, 175 dias após a sementeira.

3.5.1.3. Novas tecnologias para a agricultura


Como este trabalho teve como objectivo acompanhar e caracterizar novas tecnologias
na agricultura, achamos importante descrever um novo serviço de tratamentos, por via
aérea, que segundo um ano de experiência tem grandes vantagens e procura por parte dos
agricultores da Lezíria.
No sistema de sementeira directa onde a conservação do solo faz parte dos principais
objectivos é importante para os agricultores estarem a par de novos métodos de trabalho. A
Helibravo serviços agrícolas é uma empresa que começou as suas funções na agricultura
na campanha primavera/verão de 2008 e oferece aos agricultores boas soluções
principalmente nas mondas químicas através de helicópteros.
As vantagens deste serviço em relação ao tractor são:
• Não tem contacto com o solo
• Mais rápido
• Evita compactação do solo
• Maior eficiência de aplicação (GPS)
• Efeito das hélices sobre a planta (aumenta
a área foliar atingida nas culturas).
No sistema de sementeira directa pode-se optar
por este serviço na monda com glifosato que nas parcelas acompanhadas foi feito com
tractor e pulverizador. O custo por hectare são 20 € o que significa apenas uma diferença de
5 € em relação ao tractor.
Este serviço tem também vantagens no milho quando este já está numa fase mais
avançada do seu ciclo e ocorre problemas nos pivot`s. Se houver urgência em fazer
tratamentos que por via normal eram feitos através dos pivot`s, este meio é uma óptima
alternativa. Outra vantagens deste novo meio de tratamento é quando apenas se precisa de
tratar uma parte do pivot, ou seja, com este meio podemos apenas tratar uma parte que
apenas necessite, tal como acontece em agricultura de precisão.

3.5.2. Fertilização
Como podemos observar nos anexos 5 e 6 a fertilização utilizada foi a seguinte:

32
Mobilização Tradicional:

Quadro 15 – Fertilização efectuada na parcela de mobilização tradicional.


Fertilização Kg/ha
N 415,17
P 93
K 72
S 12
Zn 6,98
Mg 4,64

Sementeira Directa:

Quadro 16 – Fertilização efectuada na parcela de sementeira directa.


Fertilização Kg/ha
N 390,23
P 102,2
K 72
S 13,6
Zn 6,7
Mg 5,28

No capítulo 2.1.3.2 vimos que as necessidades em nutrientes da cultura para 14 000


Kg/ha de grão são as seguintes:
N ------------------- 300 Kg/ha
P2O5 --------------- 100 Kg/ha
K2O ---------------- 100 Kg/ha
Mg ----------------- 20 Kg/ha
Zn -------------------1 Kg/ha
Com a observação das necessidades da cultura e da adubação efectuada verifica-se
um excesso de azoto nas duas tecnologias de produção utilizadas, uma quantidade
aproximada às necessidades da cultura em fósforo e pouco potássio. Em relação aos
micronutrientes houve um excesso em zinco e carência em magnésio.
Conclui-se que em ambas as parcelas houve uma pequena carência em potássio e
magnésio. O macronutriente potássio não é a principal preocupação deste agricultor e de
uma forma geral dos agricultores da Lezíria porque estes solos são ricos em potássio.

3.5.3. Combate das infestantes


Para o controlo de infestantes, na cultura de milho grão cultivado em sistema intensivo
de monocultura, os agricultores da Lezíria de Vila Franca de Xira em geral recorrem a
elevadas quantidades de factores de produção, nomeadamente herbicidas.
Os herbicidas e insecticidas utilizados e as respectivas doses para os dois grupos de
sistemas de produção, encontram-se indicados no quadro 14.

33
Quadro 14 – Herbicidas e insecticidas no controlo de infestantes e insectos e respectivas quantidades nos dois
grupos de sistemas de produção.
Sist. com mobilização Sist. com
tradicional sementeira directa
Substâncias activas
Produto comercial
(s.a.) Quantidade aplicada Quantidade aplicada
(L / ha) ou (Kg / ha) (L / ha) ou (Kg / ha)
Montana Glifosato 5,5 L
Controler T Alacloro e terbutilazina 6,6 L 7L
Primextra gold TZ S-metacloro e terbutilazina 5L
Foramsulfurão e
Option 2,5 L 2,25 L
isoxadiefene-etilo
Karate Lambda-cialotrina 1L
Herbofital MCPA 2L
Limacide Metaldeído 10 Kg
Banvel Dicamba 0,6 L
Callisto Mesotriona 0,75 L

3.5.4. A rega
Para verificar se a utilização da água da rega foi feita de uma forma eficiente fomos
utilizar modelos de simulação da rega, pois foi assim que a condução da rega foi efectuada
nestas parcelas.
Para se conhecer a evolução das necessidades em água, dotação útil de rega,
número de regas e intervalo entre regas ao longo do ciclo cultural das plantas realiza-se o
chamado Balanço Hídrico.

3.5.4.1 Balanço hídrico do solo


O conhecimento do balanço hídrico do solo na zona explorada pelas raízes é
fundamental para uma boa gestão da água em regadio. O problema que frequentemente se
coloca, na perspectiva do agricultor, é saber quando regar e qual o volume de água a aplicar
em cada rega de modo a garantir que a cultura se encontre permanentemente em conforto
hídrico sem que isso signifique um consumo desnecessário de água (e muitas vezes energia
para bombagem).
O balanço hídrico do solo consiste em contabilizar todas as entradas e saídas de água
no reservatório solo.
Considerando uma camada de solo com profundidade Z onde se encontra a zona de
enraizamento (figura 22), durante um período de duração ∆t, a equação do balanço hídrico é
dada por
∆S = P + I + U – R – D – ETc ± Ess
onde:
∆S – variação do armazenamento de água no solo,

34
P + I – precipitação e rega respectivamente,
U – ascensão capilar,
R – escoamento superficial,
D – percolação profunda,
ETc – evapotranspiração cultural (evaporação do solo + transpiração do coberto
vegetal),
Ess – escoamento sub-superficial

Figura 22 – Esquema dos termos do balanço hídrico na zona de enraizamento (fonte: Fernando, 1998).

Analisando cada componente da equação do balanço hídrico e fazendo algumas


considerações, torna-se possível chegar a uma forma simplificada daquela equação. Assim,
tendo em conta que a condução da rega é feita de uma forma judiciosa e que as parcelas a
beneficiar são adequadas ao regadio, os termos D (percolação profunda), R (escoamento
superficial) e Ess (escoamento sub-superficial) podem ser desprezados.
Pode-se então simplificar a equação do balanço hídrico para a seguinte forma:

∆S = P + I + U – ETc

Como a precipitação e a altura de água aplicada na rega são variáveis fáceis de medir,
para conhecer a variação do armazenamento de água no solo ao longo da campanha de
rega terá apenas que se contabilizar a contribuição da toalha freática (entrada) e a
evapotranspiração cultural (saída). É neste princípio que se baseiam os modelos de
simulação da rega.
A entrada de água no solo é determinada pelo somatório da precipitação, dotação
rega e ascensão capilar. A quantidade de água fornecida à cultura através da precipitação é
um dado fornecido pela estação meteorológica que se situa na Associação de Regantes de
Vila Franca de Xira, sensivelmente no centro da Lezíria. Enquanto que a quantidade de

35
água que entra no reservatório solo através da rega, neste caso em estudo é através das
rampas pivotantes, Pivot 1 e Pivot 3, e é obtida através de contadores volumétricos que se
encontram nestas rampas pivotantes.
A saída de água é calculada pela evapotranspiração (evaporação da água no solo e a
transpiração das plantas).
Durante a realização do balanço hídrico do solo são consideradas três zonas distintas,
na variação do teor de humidade do solo (figura 23), são elas:

Figura 23 – Delimitação das zonas de rendimento óptimo e de carência hídrica.

i) Zona de percolação, em que o teor de humidade do solo está acima da capacidade de


campo (CC) e portanto, toda a água acima deste parâmetro é perdida por percolação.
ii) Zona de rendimento óptimo, corresponde à reserva de água facilmente utilizável (RFU)
pelas plantas, sendo esta expressa pela seguinte expressão:

RFU = RU x P
onde:
RU – reserva utilizável de água (mm) existente no solo, definida por:
RU = U x Zrad
-1
U – capacidade utilizável (mm m )
Zrad – profundidade radicular (m)
P – parâmetro de gestão da rega (representa a percentagem da RU a partir da qual uma
certa cultura terá quebra na sua produção)

Nesta situação, a ETc iguala a ETm não se esperando por isso, quebra no rendimento
da cultura, e a ascensão capilar é considerada desprezável, porque não se estabelece o
gradiente necessário ao movimento capilar.
iii) Zona de carência hídrica, em que os teores de humidade do solo se encontram abaixo
da RFU, mais precisamente da linha de rendimento óptimo (LRO = RU – RFU). A água do

36
solo é assim, dificilmente utilizável pelas plantas, com o consequente prejuízo na produção.
No limite extremo, o teor de humidade do solo poderá baixar até ao coeficiente de
emurchecimento permanente.
A estimativa da quebra de produção é directamente determinada segundo o modelo
de Stewart, generalizado pela equação:
Qy = ky [1- (ETc/ETm)] *100

Qy – quebra de produção (%)


Ky – coeficiente de sensibilidade hídrica
ETc – evapotranspiração cultural (mm d-1)
ETm – evapotranspiração máxima (mm d-1)

Nesta situação de stress hídrico, a ETc é inferior à ETm, variando linearmente com o teor de
água no solo (R), e é dada pela equação:
ETc = ETm * R
RFU

3.5.4.2 Evapotranspiração
Pelo que foi dito anteriormente, facilmente se percebe o interesse que tem o estudo da
evapotranspiração cultural. O seu conhecimento é um valioso contributo para estimar as
necessidades hídricas das culturas com aplicações óbvias no domínio da gestão da água
em agricultura.
Para o cálculo da evapotranspiração, que corresponde às necessidades hídricas da
cultura (ETc) vamos usar o método de Penman-Monteith (FAO) onde se distingue:
evapotranspiração de referência (ET0) – taxa de evapotranspiração de uma superfície de
referência, cultivada sem qualquer restrição hídrica.
Actualmente, e de acordo com a FAO, a metodologia que melhor estima a
evapotranspiração da cultura de referência (ET0) baseia-se no método Penman-Monteith.
Esta metodologia traduz a interacção entre a vegetação e a atmosfera ao nível da
transferência hídrica, conjugando processos aerodinâmicos e de conservação de energia.
Baseia-se no método de Penman-Monteith, que traduz a evaporação a partir de uma
superfície livre de água, ou de um coberto rasteiro, sem restrições hídricas. Inclui um
parâmetro de resistência de superfície – resistência estomática – que torna o modelo válido
para qualquer tipo de coberto, em qualquer estado hídrico.
Assim sendo, a estimativa da ET0 baseada na metodologia de Penman-Monteith,
assume a relva como cultura de referência. Nestas condições, a ET0 representa a taxa de
evapotranspiração de uma cultura de referência hipotética, para a qual se assume uma

37
altura do coberto de 0.12 m, uma resistência de superfície constante de 70 s/m e um albedo
de 0,23, muito semelhante à evapotranspiração de uma extensa superfície de relva verde
com altura uniforme, crescendo activamente, cobrindo totalmente o solo e bem abastecida
em água.
ii. evapotranspiração cultural em condições óptimas (ETc) – é a
evapotranspiração de uma cultura em óptimas condições fitossanitárias, bem fertilizada,
desenvolvendo-se em grandes áreas, sem restrições hídricas e atingindo a produção óptima
sob determinadas condições climáticas (Allen et al., 1998).
A evapotranspiração cultural em condições óptimas pode ser calculada a partir de
dados climáticos e por integração directa da resistência do copado e de factores de
resistência do ar na aproximação de Penman-Monteith.
A determinação da evapotranspiração de uma cultura de referência (ETc) é feita
através da multiplicação da evapotranspiração de referência (ET0) através da equação de
Penman-Monteith, a partir de dados climáticos da Lezíria de Vila Franca de Xira, sendo
depois multiplicada por um coeficiente cultural (Kc) que é um valor tabelado, que existe para
todas as culturas e é definido para diferentes fases do ciclo cultural: inicial, intermédia e
final.
ETc = ET0 * Kc
Sendo:
ETc – evapotranspiração cultural [mm dia-1],
ET0 – evapotranspiração de referência [mm dia-1],
Kc – coeficiente cultural [adimensional].

Os coeficientes culturais representam a integração dos efeitos das características que


distinguem a evapotranspiração da cultura da de referência. Essas características são:
- a altura da cultura que afecta a rugosidade e resistência aerodinâmica;
- a resistência da superfície relativa ao par cultura - solo, que é afectada pela área
foliar (número de estomas), pela fracção de cobertura do solo pela vegetação, pela idade e
condição das folhas e pelo teor de humidade à superfície do solo;
- o albedo da superfície cultura – solo, que é influenciado pela fracção de cobertura do
solo pela vegetação e pelo teor de humidade à superfície do solo.
Na aproximação dos coeficientes culturais para o cálculo da ETc pode-se então
identificar dois grupos de factores:
- os que caracterizam o poder evaporativo da atmosfera que são quantificados pela
ET0,
- e os que caracterizam a cultura, que são quantificados pelos Kc.

38
Cálculo da ET0
De acordo com a Allen et al., (1998), o método aconselhado, e o que vamos utilizar para o
cálculo da ET0, é o método da FAO Penman-Monteith que se baseia na utilização da
equação de Penman-Monteith,

Onde
ET0 – evapotranspiração de referência [mm dia-1],
Rn – radiação líquida à superfície da cultura [MJ m-2 dia -1],
G – densidade do fluxo de calor do solo [MJ m-2 dia -1],
T – temperatura média do ar a 2m de altura [ºC],
U2 – velocidade do vento a 2m de altura [m s-1],
ed – tensão de vapor de saturação [KPa],
ea – tensão de vapor real [KPa],
ea – ed – défice de saturação [KPa],
∆ – declive da curva de pressão de vapor [KPa ºC-1],
γ – constante psicrométrica [KPa ºC-1],
O cálculo da ET0 encontra-se muito facilitado com o recurso a programas de
computador. Exemplos disso são os programas CROPWAT e EVAPOT, este último
desenvolvido no Departamento de Engenharia Rural do Instituto Superior de Agronomia por
Teixeira (1986), sendo a versão mais recente deste programa a de 1996. O programa
oferece três possibilidades de cálculo da ET0, sendo uma delas o método da FAO Penman-
Monteith.
Os dados meteorológicos necessários para a aplicação da equação de Penman-
Monteith são a temperatura a velocidade do vento, a humidade relativa, a radiação e a
insolação. O passo de tempo para o cálculo da ET0 pode ser diário, decendial ou mensal.
Para assegurar a representatividade dos dados, as medições devem ser feitas a 2m de
altura (ou convertidas para essa altura) sobre uma superfície extensa de relva verde,
cobrindo completamente o solo e em condições hídricas óptimas. Informações relativas ao
local das medições têm de ser especificadas: altitude em relação ao nível médio da água do
mar (m) e latitude (graus norte ou sul) são necessários para ajustar alguns parâmetros
meteorológicos para os valores médios locais da pressão atmosférica. Para a latitude,
valores positivos referem-se ao hemisfério norte e valores negativos ao hemisfério sul (Allen
e tal., 1998).

39
Neste trabalho, calculamos a ET0 diária através dos dados diários da temperatura
máxima e mínima, precipitação total, velocidade média do vento, humidade relativa máxima
e mínima e a insolação que foram fornecidos pelo Instituto de Meteorologia e referem-se à
estação meteorológica da Fonte Boa, como se podem observar no anexo 11.

3.5.4.3 Curva dos coeficientes culturais


A curva dos coeficientes culturais caracteriza tipicamente o desenvolvimento de uma
cultura anual, desde a sementeira ou plantação até à colheita, sendo que as mudanças na
forma da curva acompanham o desenvolvimento e a senescência da cultura, como se pode
observar na figura 24.
Como mostra a figura 24, a curva dos coeficientes culturais é constituída usando os
três passos seguintes:
a) Dividir o ciclo vegetativo em quatro períodos de acordo com a fenologia e o
desenvolvimento da cultura: (1) Período inicial, (2) Período de crescimento rápido, (3)
Período intermédio, (4) Período final.
b) Identificar os três valores de Kc que correspondem a Kc ini, Kc mid e Kc end:

Figura 24 – Curva dos coeficientes culturais e definição dos períodos vegetativos correspondentes (adaptado de
Allen et al., 1998).

Os valores de Kc ini , Kc mid e Kc end para várias culturas são apresentados no quadro 17.
Estes valores correspondem a uma frequência de rega (ou de precipitação) padrão, típica de
rega por superfície e por aspersão, mantendo as culturas em conforto hídrico, assumindo-se
serem praticadas as técnicas culturais adequadas para atingir a produção máxima, isto é,
utilizando técnicas de gestão do solo, densidades de sementeira, controlo de infestantes,
pragas e doenças e fertilização apropriadas.
Os coeficientes culturais (Kc) da tabela apresentada em baixo são para climas semi-
húmidos, isto é, com uma humidade relativa aproximadamente de 45%, com velocidade do
vento moderada (cerca de 2 m s-1).

40
Quadro 17 – Coeficientes culturais, altura máxima, profundidade radicular máxima (Zr) e fracção de
esgotamento da água do solo em conforto hídrico (p) para os cereais. Fonte: Allen e tal., 1998; Pereira e Allen,
1999).
Profundidade
Altura maxima
Cultura Kc ini Kc mid Kc end radicular Fracção p
das plantas (m)
máxima Zr(m)

Cereais 0.3 1.15 0.4 1.5


Cevada 1.15 0.25 1.0 1.0-1.5 0.55
Aveia 1.15 0.25 1.0 1.0-1.5 0.55
Trigo 1.15 0.25-0.40 1.0 1.0-1.5 0.55
Trigo de
Inverno 0.4-0.7 1.15 0.25-0.40 1.0 1.0-1.8 0.55
1
Milho grão 1.20 0.6-0.35 2.2 1.0-1.7 0.55
2
Milho doce 1.15 1.05 1.5 0.8-1.2 0.50
Milho painço 1.00 1.30 1.5 1.0-2.0 0.55
Sorgo (grão) 1.0-1.1 0.55 1.2 1.0-2.0 0.55
Sorgo doce 1.20 1.05 2.0-4.0 1.0-2.0 0.50
Arroz 1.05 1.20 0.90-0.60 1.0 0.5-1.0 0.20
1
O primeiro valor de Kc end refere-se à colheita quando o grão tem alto teor de humidade enquanto o segundo
corresponde à colheita quando já ocorreu a secagem completa do grão (cerca de 18% de humidade).
2
Este Kc end refere-se à colheita em fresco, para consumo humano. Os Kc end serão os mesmos para o milho grão
e o milho doce se este maturar e secar no terreno.

3.5.4.4 Condução da rega nas parcelas acompanhadas


A condução da rega nas parcelas acompanhadas é feita através de aconselhamentos
da Associação de Regantes da Lezíria de Vila Franca de Xira com base no teor de
humidade do solo.
A Associação tem o objectivo de conduzir a rega em tempo real porque tem
informações relativas às características hidrológicas do solo e ao estado fenológico das
culturas o que permite assim verificar a água armazenada na zona radicular todas as
semanas. Portanto, este modelo determina o momento exacto de aplicação do volume de
água estritamente necessário ao pleno desenvolvimento das plantas.
Os avisos/relatórios de rega aos agricultores regantes, que é o que acontece aos
associados nesta instituição, constituem uma estratégia para conseguir a prática das
referidas metodologias sustentáveis que deverão ser utilizadas para o desenvolvimento de
uma agricultura de regadio sustentada e competitiva. O sistema de avisos/relatórios procura
não só aumentar a eficiência do uso da água, como também decidir com maior exactidão
possível a oportunidade de rega. Será então possível, com a sua implementação:
 Realizar a prática da rega de forma racional tendo em atenção critérios técnicos
especializados (programação de regas);

41
 Sensibilizar e melhorar o nível formativo dos regantes relativamente às questões
relacionadas com a prática da gestão da água de rega.
O acompanhar devidamente a evolução do teor de humidade do solo é muito
importante para se definir a melhor estratégia para a condução das regas. Para se conseguir
este acompanhamento do teor de humidade do solo é necessário a monitorização da
evolução do teor de água no solo, o qual deve ser mantido entre o teor de humidade à
capacidade de campo e um teor de humidade acima do coeficiente de emurchecimento. A
estratégia de rega na Associação consiste em manter o teor de humidade do solo sempre
perto da capacidade de campo. Capacidade de campo, Өcc, é a humidade do solo à qual a
água gravitacional (ou facilmente drenável) drenou do solo. Enquanto que coeficiente de
emurchecimento, Өce, é a humidade do solo à qual a maior parte das plantas apresentam
sintomas de emurchecimento, não conseguindo recuperar.

Figura 25 – Reservatório solo.

A monitorização e medição do teor de humidade disponível no solo ajuda a evitar:


• Perdas de água e de energia;
• Problemas ambientais resultantes de lixíviação, arrastamento de nutrientes e
pesticidas para os lençóis freáticos;
• Perdas económicas, devido a regas excessivas ou deficitárias.

Daí a necessidade do desenvolvimento de métodos capazes de estimar o volume de


água no solo disponível para as culturas, bem como o desenvolvimento de tecnologias que
permitam a sua determinação em cada momento.
A metodologia usada na Associação de Regantes de Vila Franca de Xira para este
efeito é feita através de sondas capacitivas mais especificamente o “DIVINER 2000”
desenvolvido na Austrália pela empresa Sentek Pty Ltd.

42
Figura 26 – Sonda capacitiva “DIVINER 2000”, Unidade central e sonda portátil
(adaptado de http://www.sentek.com)

Quadro 18 – Especificações técnicas do DIVINER 2000.


Comprimento da Sonda 60`` ou 84``
(1,53 m ou 2,13 m)
Profundidade de Medição 40`` ou 63``
(1,0 m ou 1,6 )
Display Unidade Porta RS232
Armazenamento Caixa de cor branca
Material em Polistireno resistente a impactos
Tamanho – 190x38x45 mm
Peso – 750 g
Fonte de Energia Bateria 13,8vdc 800mA
Temperatura de utilização 0ºC a 72ºC
Comprimento do tubo de acesso 59`` ou 79``
(1,5 m ou 2,0 m)
Precisão das leituras Até 1% do volume de água do solo
Tipo de sensor Capacitivo
Nº. de locais a monitorizar 99
Intervalo de medição Solo seco a saturado

A sonda “DIVINER 2000” é um sistema portátil de medição do teor de humidade do


solo, composto por uma sonda suportada por uma haste metálica, uma unidade central de
aquisição, recolha e tratamento da informação.
O sensor usa a capacitância eléctrica para medir a humidade do solo. É criado um
campo eléctrico de alta frequência em redor de cada sensor, partindo do tubo de acesso e
penetrando pelo solo. A frequência medida é uma função da quantidade de água existente
no solo. A sonda portátil usada faz medições de 10 em 10 cm no plano horizontal do perfil
do solo, fornecendo informação de gestão extremamente precisa. Este equipamento,
permite medir o teor de humidade do solo com bastante rigor, exigindo-se no entanto um
trabalho prévio de calibração. O DIVINER 2000 consiste numa unidade portátil de recolha de
dados, ligada por um cabo a uma vara com uma sonda graduada, dispondo de um sensor
incorporado, como se pode observar na figura 27.

43
Figura 27 – Esquema de três sensores instalados a intervalos de 10 cm.

São instalados tubos de acesso em PVC no qual é introduzida a sonda, permitindo


determinar com muita facilidade o teor de humidade do solo a varias profundidades, sem ser
necessário recolher amostras de terra. Estas medições são semanais e há um registo
organizado (informaticamente) das dotações de rega aplicadas através de contadores
volumétricos instalados nas rampas pivotantes.
Para a instalação dos tubos de acesso em PVC no solo, há que ter em atenção a
alguns aspectos importantes uma vez que têm influência nos dados obtidos com a sonda.
Tem que haver um bom contacto entre o solo e o tubo para garantir que as medições sejam
correctas. Na figura 28 apresenta-se a forma como deve estar um tubo instalado no solo.

Figura 28 – Corte na zona de um tubo de acesso.

Existem dois métodos de instalação de tubos:


• Método de instalação normal;
• Método de instalação com papa;
O primeiro método, ou seja, o método de instalação normal, é o método recomendado
para a maioria dos solos. Neste método o furo de acesso ao tubo é aberto com uma sonda
tipo trado, que é introduzida no interior do tubo de acesso, e vai abrindo o mesmo um pouco
abaixo do tubo.

44
Neste caso, o tubo de acesso é aberto no fundo e está provido de um anel corante,
possuindo a sonda um diâmetro um pouco inferior ao do tubo. Este método previne, por um
lado, a formação de bolsas de ar ao longo do tubo e, por outro, minimiza a perturbação do
solo. É o método de instalação mais fiável e origina melhores resultados, desde que se
esteja na presença de um solo homogéneo e pouco pedregoso.
O segundo método, ou seja, o método de instalação com papa, é o método usado pela
Associação de Regantes de Vila Franca de Xira para fazer a gestão da rega. Este método
pode ser utilizado em qualquer tipo de solos.
Neste método, o furo é feito com um trado manual ou mecânico, um pouco mais largo
que o tubo. Depois de aberto o furo, e antes de instalar o tubo, é feita uma papa a partir do
próprio solo retirado do furo ao qual se junta argila especialmente recomendada pelo
fornecedor, a qual depois é lançada para dentro do furo. A seguir instala-se o tubo tentando-
se que o espaço entre este e as paredes do furo fiquem completamente preenchidas pela
papa como se pode observar nas seguintes figuras.

Figura 29 - Broca mecânica usada para fazer os furos. Figura 30 - papa para preencher o furo.

Figura 31 – Imagem do tubo incorporado no solo pronto para se tirar os teores de humidade.

45
A colocação dos tubos, como se pode observar na figura 31, foi efectuada de modo a
minimizar perturbações no perfil do solo e representar as condições a que as plantas estão
sujeitas. Por isso foram colocados nas linhas da cultura e junto a plantas com bom
desenvolvimento vegetativo.
Com a introdução semanal da informação do teor de humidade do solo no modelo, vai
sendo actualizado o valor correspondente à reserva de água do solo. Através de uma
análise gráfica, e depois de definidos os limites máximo e mínimo da reserva de água do
solo, consegue-se definir se as regas aplicadas estão ou não a ser adequadas à estratégia
de rega previamente definida, que nalguns casos consiste em assegurar o pleno conforto
hídrico da cultura e, noutros casos, consiste em criar condições de stress hídrico moderado
em determinadas fases do ciclo vegetativo.
Depois de analisada a informação recolhida e gerada pelo modelo é elaborado um
relatório com indicações específicas para cada parcela, no qual se indica a dotação de rega
aplicada durante os últimos 7 dias, o estado actual da reserva de água (com relação ao
máximo e mínimo recomendado) e o conselho relativo as dotações de rega a aplicar durante
os próximos 7 dias. Os conselhos de rega semanais fornecidos aos agricultores são
condicionados pelas informações relativas as previsões meteorológicas para esses
próximos dias.

3.5.4.4.1. Resultados da condução da Rega


De acordo com as observações semanais das barras, que nos indicam o teor de
humidade do solo, é que se procede ao aconselhamento para a próxima semana. A
estratégica usada na Associação é tentar que as barras permaneçam durante toda a
campanha perto da curva da capacidade de campo, mas pretende-se que não as
ultrapassem.
No anexo 10 está apresentado o último relatório semanal das duas parcelas
acompanhadas.
Sementeira directa:
Na parcela da sementeira directa a água armazenada na zona radicular situou-se
sempre acima do limite de rendimento óptimo, que está representado na figura 44 pela linha
a tracejado e se designa por limite mínimo recomendado, e é a condição necessária para
garantir o conforto hídrico da cultura.

46
Local nº 65
300

250

200

150

100

50

05-Jun

19-Jun

00-Jan

00-Jan

00-Jan
02-Jul

16-Jul

30-Jul
08-May

22-May

03-Sep

17-Sep
13-Aug
24-Apr

Figura 44 – Apresentação dos resultados da Associação para a sementeira directa.

No período correspondente ao final do mês de Abril até ao início de Julho, observou-


se um progressivo aumento do teor de água armazenada na zona radicular. Esta condução
da rega deve-se ao facto de haver um aumento progressivo da profundidade das raízes e
das necessidades da cultura. Este período corresponde à fase de crescimento rápido do
ciclo vegetativo.
No final de Setembro foram dadas indicações ao agricultor para não regar, de modo a
que os teores de humidade na zona radicular não se situassem tão próximos da capacidade
de campo. Isto devido ao facto de a partir do dia 12 de Setembro começarem as primeiras
precipitações e o objectivo nesta fase era secar a planta e o grão para se proceder à
colheita.
Durante o período de rega, verificou-se alguns excessos do teor de humidade do solo,
uma vez que as barras ultrapassaram a curva da capacidade de campo o que permite
concluir que houve alguns excessos de água.
A condução de rega nesta parcela, em relação ao uso da água foi conduzida de uma
forma muito eficiente no que diz respeito a manter a cultura em conforto hídrico, apenas se
pode apontar um ponto negativo nesta rega que é o facto de o teor de água no solo estar
acima da capacidade de campo em alguns momentos do ciclo, o que representa algum
desperdício de água e portanto em termos de rendibilidade a condução da rega não foi a
mais eficaz.
Sementeira tradicional:
Na parcela de sementeira tradicional temos dois tubos instalados no solo, portanto temos
duas medições semanais. Isto faz-se, para ter um valor mais preciso do teor de humidade
pois representa uma maior área da parcela e, assim também se pode verificar a
homogeneidade da dotação da rampa pivotante

47
Local nº 63
300

250

200

150

100
mediçõ es

50 máximo reco mendável


mínimo reco mendável
0

05-Jun

19-Jun

00-Jan

00-Jan

00-Jan
02-Jul

16-Jul

30-Jul
08-May

22-May

10-Sep

24-Sep
13-Aug

27-Aug
24-Apr

Local nº 64

300
280
260
240
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
02-Jul

16-Jul

30-Jul
05-Jun

19-Jun

00-Jan

00-Jan

00-Jan
08-May

22-May

10-Sep

24-Sep
13-Aug

27-Aug
24-Apr

Figura 45 – Apresentação dos resultados da Associação para a Sementeira tradicional.

Os resultados desta parcela, foram muito idênticos aos da sementeira directa. O teor
de humidade na zona radicular esteve sempre acima do limite de rendimento óptimo, que
esta representado na figura 45 pela linha a tracejado e se designa por limite mínimo
recomendado, e é a condição necessária para garantir o conforto hídrico da cultura. Houve,
em certas alturas do ciclo, um teor de humidade do solo acima da capacidade de campo.
Mas em termos de condução da rega, os resultados são excelentes no que diz respeito ao
pleno conforto hídrico durante todo o período que a cultura permaneceu no solo.

3.5.4.5 Avaliação da rega com o modelo ISAREG


Para avaliar o sistema de rega utilizado nas parcelas com diferentes mobilizações do
solo utilizamos um programa (ISAREG) da disciplina Técnicas de Regadio.
O modelo ISAREG (Teixeira, 1994) baseia-se no balanço hídrico do solo efectuado
segundo a metodologia apresentada por Doorenbos e Pruitt (1977) e Allen et al., (2000).
Este modelo efectua o balanço hídrico do solo de uma certa parcela de terreno, associada a
uma cultura. O programa calcula os limites da zona de rendimento óptimo (linha
correspondente à CC e ao LRO - limite de rendimento óptimo), determinando a evolução

48
diária do teor de água no solo, mediante a introdução de dados meteorológicos e das
dotações de rega aplicadas. Assim se pode verificar se a cultura se encontrou sempre em
condições de conforto hídrico.
Os dados de base estão organizados em ficheiros meteorológicos, com os valores da
precipitação efectiva e da evapotranspiração de referência e em ficheiros agronómicos,
como se pode observar no esquema genérico apresentado na figura 32. Nestes ficheiros
agronómicos incluem-se os dados culturais e dos solos.

Figura 32 – Esquema genérico do programa ISAREG.

O programa ISAREG desenvolve-se mediante a apresentação de uma sequência de


escolhas que vão definindo as várias opções a tomar pelo utilizador. O menu inicial, A)
refere-se às grandes operações a desenvolver no programa, que são:

Figura 33 – Menu inicial do modelo ISAREG.

A simulação de rega (opção 3) só é executada depois de preenchidos os ficheiros de


dados (opção 1).

49
Os dados meteorológicos e dos solos foram obtidos através do Instituto de
Meteorologia e através de uma análise de solos, respectivamente.
Este programa permite responder a um vasto leque de aplicações, tais como:
i) Programar a rega, calculando o dia e o volume de cada rega (calendário de rega), a
quebra de produção, se eventualmente a cultura esteve em stress hídrico, e o caudal fictício
contínuo;
ii) Determinar as necessidades globais da rega;
iii) Avaliar um determinado calendário de rega e
iv) Definir os parâmetros de projecto, isto é, o calculo das necessidades de rega anuais e
o caudal de ponta, mediante a construção de séries estatísticas daqueles parâmetros.
O programa permite simular seis esquemas de rega distintos (figura 34), entendendo-
se por esquema de rega o conjunto de informações referentes ao objectivo da rega, à sua
oportunidade de aplicação e ao volume de água fornecido.

Figura 34 – Menu do ISAREG relativo à escolha do esquema de rega.

Vamos utilizar este modelo para avaliar a gestão da rega que é feita na Associação de
Regantes de Vila Franca de Xira que usa como principal instrumento de informação o
armazenamento de água no solo através da sonda capacitiva “DIVINER 2000”, portanto
vamos utilizar o programa ISAREG para avaliar um determinado calendário de rega.
Para a execução do modelo ISAREG, como já foi referido anteriormente, é preciso
construir uma série de ficheiros de dado: agronómicos (solo e cultura), climáticos, referentes
à rega e à ascensão capilar, que em conjunto definem uma parcela de terreno.
O modelo cria um ficheiro com extensão .ENS, que caracteriza a parcela sujeita à
condução da rega, pois é este ficheiro que reúne a informação necessária para chamar
todos os outros utilizados numa parcela de terreno sob controlo.

50
IDENTIFICAÇÃO DA PARCELA

Parcela de sementeira directa com a cultura do milho


(Pivot1)

FICHEIROS A UTILIZAR:
Cultura -------> milho_grão
Solo ----------> Figueirinha
Meteorológico -> et0_vfx
Posto Pluv.----> pré_vfx
Regas ---------> rega_Pivot1
Ascensão capilar -> N

Confirma o código da parcela ? [S/N] ===> S

Figura 35 – Ficheiro da parcela do milho com sementeira directa.

IDENTIFICAÇÃO DA PARCELA

Parcela de sementeira convencional com a cultura do milho


(Pivot3)

FICHEIROS A UTILIZAR:
Cultura -------> milho_grão
Solo ----------> Figueirinha
Meteorológico -> et0_vfx
Posto Pluv.----> pré_vfx
Regas ---------> rega_Pivot3
Ascensão capilar -> N

Confirma o código da parcela ? [S/N] ===> S

Figura 36 – Ficheiro da parcela do milho com sementeira convencional.

Os ficheiros culturais são definidos pela extenção .CUL, e reúnem dados referentes:
• às datas das fases fenológicas das culturas;
• à profundidade radicular, em cada fase;
• ao parâmetro de gestão da rega em cada fase;
• coeficiente de sensibilidade hídrica médio, para todo o ciclo vegetativo;
• valores do coeficiente cultural ao longo do ciclo de desenvolvimento da cultura.

As datas das fases fenológicas foram à priori delineadas, segundo a sua duração
teórica.
Na figura 37 apresentam-se os dados do ficheiros cultural do milho utilizado nas
parcelas acompanhadas, tal como o modelo ISAREG o dispõe no écran.

51
VALORES ARMAZENADOS PARA A CULTURA DE CODIGO:
milho_grao

A --> Fase Inicial (Sementeira)


B --> Início da Fase de Crescimento Vegetativo
C --> Início da Fase Intermédia I - floração
D --> Início da Fase Intermédia II - formação do fruto
E --> Início da Fase Final - maturação
F --> Colheita (ou final da rega)
----------------------------------------------------------------------------
FASES: A B C D E F
----------------------------------------------------------------------------
Início das fases do ciclo veget. 16/4 31/5 1/7 3/8 5/9 20/ 9
Fracção facilm/ utilizvel, p (%) 70.0 60.0 45.0 45.0 70.0 80.0
Profundidade das raízes (m) 0.1 0.5 1.0 1.0 1.0 1.0
Coeficiente de sensibilidade hídrica = 1.20

Coeficientes culturais:
Na fase de estabelecimento (16/ 4 a 31/ 5) -------------> 0.32
Na fase de desenvolvimento vegetativo (31/ 5 a 1/ 7) -------------> 0.32 a 1.10
Na fase intermédia ( 1/ 7 a 5/ 9) --------------> 1.10
Na fase final da cultura ( 5/ 9 a 20/ 9) ========> 1.10 a 0.60

Clik <SIM> se os valores estão correctos <NÃO> para alterar

Figura 37 – Output do ficheiro com dados culturais que foram utilizadas nas duas parcelas em estudo.

Os ficheiros pedológicos, com extensão .SOL, caracterizam os perfis de solo nos quais
assentam as culturas controladas. São os seguintes os parâmetros que têm em conta:
• número de camadas de solo diferenciadas;
• profundidade de cada camada;
• capacidade utilizável (mm m-1) de cada camada de solo. Em alternativa há a opção
de indicar o teor de humidade do solo à capacidade de campo e ao coeficiente de
emurchecimento permanente, expressos em % do volume ou em % em peso, sendo neste
último caso necessário indicar a densidade aparente.
Na figura 38 reproduz-se o ficheiro solo criado, de acordo com as análises de terra,
referidas no capítulo 3.1. As duas parcelas apresentam o mesmo tipo de solo quanto à
capacidade utilizável e portanto utilizou-se apenas um ficheiro do solo. Utilizamos para este
caso, e de acordo com os resultados das amostras de solo, o teor de humidade do solo à
capacidade de campo e ao coeficiente de emurchecimento expressos em % do volume.
VALORES ARMAZENADOS PARA O SOLO DE CODIGO
Figueirinha
--------------------------------------------------------------------------------
Profundidade Profundidade Capacidade
inicial (m) final (m) utilizável(mm/m)
--------------------------------------------------------------------------------
1ª camada 0.00 1.10 300.00

Clik <SIM> se os valores estão correctos <NÃO> para alterar


Figura 38 – Output do ficheiro do solo onde é instalada a cultura de milho para grão.

52
Note-se que a profundidade do solo não é constantemente 1,10 m. Mas utilizou-se
este valor porque de acordo com varias experiências realizadas na Associação de Regantes
a profundidade das raízes não vai para além de 1,10 m de profundidade.
Nos ficheiros meteorológicos armazenam-se os dados referentes à evapotranspiração
de referência (ET0) e à precipitação.
Para este trabalho, fomos calcular a evapotranspiração de referência através do
método Penman-Monteith (FAO), como foi referido anteriormente e se pode ver no anexo
11.
Nas figuras 39 e 40 observa-se a construção do ficheiro da evaptranspiração de
referência. Na primeira figura temos as características do ficheiro da evapotranspiração e na
segunda os valores diários que obtivemos do cálculo pelo método de Penman-Monteih.
CARACTERISTICAS DO FICHEIRO DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO DE CODIGO "et0_vfx ":

- passo de tempo ==> dia

- período anual ==> Abril a Outubro

- primeiro ano ==> 2007

- último ano ==> 2007

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Figura 39 – Ficheiro das características da evapotranspiração.

53
VALORES DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO (mm/dia)

ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT

2007
dia 1 2.23 2.09 6.82 5.43 6.70 6.40 1.44
dia 2 2.25 3.28 5.96 4.74 8.00 6.20 1.60
dia 3 3.21 2.75 6.99 6.61 7.12 5.55 2.13
dia 4 1.97 4.81 7.28 8.43 4.42 7.69 1.73
dia 5 2.97 5.69 6.50 7.49 4.87 5.39 2.08
dia 6 3.08 4.69 4.84 6.18 6.16 4.80 2.57
dia 7 1.95 5.69 4.83 6.26 7.00 3.98 3.41
dia 8 2.98 6.42 4.99 6.76 7.31 2.96 3.98
dia 9 3.12 4.45 3.82 7.60 6.23 3.46 4.18
dia 10 2.24 4.11 3.63 7.11 4.25 4.86 3.77
dia 11 3.77 3.89 3.74 7.18 4.78 3.47 3.49
dia 12 3.85 4.04 2.99 6.14 4.70 3.26 3.80
dia 13 3.61 4.48 2.53 6.04 4.69 3.55 3.34
dia 14 3.36 5.39 3.49 3.41 3.18 3.61 2.19
dia 15 4.00 5.74 1.55 2.86 5.51 3.46 2.69
dia 16 4.03 18.62 3.27 5.49 6.09 3.97 3.08
dia 17 4.20 7.07 4.16 5.76 6.06 3.67 2.97
dia 18 3.74 4.36 3.15 5.13 5.91 3.47 3.23
dia 19 3.29 2.58 4.26 4.87 6.73 4.07 3.38
dia 20 4.09 3.35 4.38 5.20 6.34 3.09 3.07
dia 21 4.55 2.06 5.41 4.89 6.83 4.24 2.58
dia 22 4.12 3.44 6.03 4.75 6.77 4.04 1.42
dia 23 3.76 3.62 4.34 4.97 7.10 4.65 1.36
dia 24 4.47 2.20 4.85 5.86 4.87 4.53 2.21
dia 25 4.35 3.22 5.74 5.84 4.81 4.58 2.09
dia 26 4.30 2.39 5.98 7.57 5.35 4.48 2.72
dia 27 3.99 4.46 5.78 7.91 3.56 4.09 2.64
dia 28 3.88 4.30 5.87 8.24 3.66 2.18 2.69
dia 29 3.40 3.96 4.94 8.86 5.28 1.49 2.77
dia 30 2.16 3.53 4.35 5.68 6.99 2.12 2.68
dia 31 -77 4.79 -77 4.80 7.27 -77 0.00

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Figura 40 – Dados diários da evapotranspiração que foram utilizados pelo modelo.

No ficheiro das regas vamos escolher a opção que nos permite avaliar a gestão da
rega da Associação de Regantes de Vila Franca de Xira efectuada nas duas parcelas da
herdade da Figueirinha, onde a diferença relevante das duas parcelas é o tipo de
sementeira.
A avaliação de um certo programa de regas, associado a um conjunto solo/cultura, é
realizado pelo esquema de rega da Opção 3. Neste, introduz-se a condição inicial do teor
em água no solo (na zona radicular e camadas superficiais), bem como o calendário das
regas efectuadas e respectivas dotações.
O programa calcula os limites da zona de rendimento óptimo (linha correspondente à
CC e ao LRO - limite de rendimento óptimo), determinando a evolução diária do teor de
água no solo, mediante a introdução de dados meteorológicos e das dotações de rega já
aplicadas. Sempre que o estado hídrico do solo se encontra abaixo do LRO significa que a
gestão da rega não foi realizada com a máxima eficiência porque as plantas têm dificuldade
em absorver água, isto é, a planta está em stress hídrico, ou quando o estado hídrico do

54
solo se encontra acima da CC significa que as plantas estão a sofrer por asfixia. Portanto,
com esta opção podemos avaliar a rega realizada nestas duas parcelas.
Este tipo de ficheiros que correspondem ao esquema de rega utilizado, são
conhecidos pela extensão .ESQ, e contém os dados das condições iniciais, da eficiência de
rega e das datas e dotações de rega efectuadas.
As condições iniciais do teor de humidade do solo são definidas, percentualmente, em
função da reserva utilizável (RU) na zona radicular (ou na profundidade de sementeira) e na
zona subjacente a esta, no início da época de rega. O conhecimento correcto destes valores
é muito importante para que a simulação de ajuste à realidade. Neste sentido aquando da
instalação da cultura ou início do período de rega (conforme a condição de inicio do
programa) é necessário proceder à avaliação experimental do teor de humidade naquelas
camadas de solo. Quando não se dispõe desta análise deve-se começar o balanço hídrico
do solo imediatamente a seguir à primeira rega, considerando que o solo se encontra à
capacidade de campo na zona radicular. No caso da condução da rega na Associação de
Regantes de Vila Franca de Xira as condições iniciais do teor em água no solo são
atribuídas com muito rigor devido ao uso da sonda “DIVINER 2000”.
Nas figuras 41 e 42 mostram-se os dados introduzidos nos ficheiros das regas
relativos às parcelas a controlar, tal como apresentadas no modelo ISAREG. O esquema de
rega escolhido foi aquele onde se introduz no modelo o dia em que se realiza a rega. Este
esquema tem particular interesse para os nossos objectivos, pois assim conseguimos
avaliar a gestão da rega efectuada pela Associação de Regantes através da sonda
“DIVINER 2000”. Assim, com o conhecimento das datas e das dotações realizadas em cada
parcela podemos avaliar em termos de produção e de eficiência de rega a gestão efectuada.
FIXAÇÃO DO DIA EM QUE SE REALIZA A REGA (Esq. Tipo 3)

% da RU preenchida na zona inicial ------------------> 100.0


% da RU nas restantes camadas de solo ---------------> 70.0
1ª rega ---> dia 19/ 4 -------> 7.0 mm
2ª rega ---> dia 25/ 4 -------> 12.0 mm
3ª rega ---> dia 1/ 5 --------> 3.0 mm
4ª rega ---> dia 7/ 5 --------> 15.0 mm
5ª rega ---> dia 14/ 5 -------> 15.0 mm
6ª rega ---> dia 22/ 5 -------> 5.0 mm
7ª rega ---> dia 29/ 5 -------> 29.0 mm
8ª rega ---> dia 5/ 6 --------> 29.0 mm
9ª rega ---> dia 12/ 6 -------> 13.0 mm
10ª rega --> dia 19/ 6 -------> 14.0 mm
11ª rega --> dia 25/ 6 -------> 28.0 mm
12ª rega --> dia 2/ 7 --------> 41.0 mm
13ª rega --> dia 9/ 7 --------> 45.0 mm
14ª rega --> dia 16/ 7 -------> 33.0 mm
15ª rega --> dia 23/ 7 -------> 50.0 mm
16ª rega --> dia 30/ 7 -------> 46.0 mm
17ª rega --> dia 6/ 8 --------> 45.0 mm
18ª rega --> dia 13/ 8 -------> 38.0 mm
19ª rega --> dia 20/ 8 -------> 21.0 mm
20ª rega --> dia 3/ 9 --------> 14.0 mm
Clik <SIM> se os valores estão correctos <NÃO> para alterar

Figura 41 – Ficheiro do esquema de rega relativo à parcela 1 (Sementeira Directa).

55
FIXAÇÃO DO DIA EM QUE SE REALIZA A REGA (Esq. Tipo 3)

% da RU preenchida na zona inicial ------------------> 100.0


% da RU nas restantes camadas de solo ---------------> 70.0

1ª rega --> dia 1/ 5 ----------> 19.0 mm


2ª rega --> dia 7/ 5 ----------> 23.0 mm
3ª rega --> dia 14/ 5 ---------> 2.0 mm
4ª rega --> dia 29/ 5 ---------> 3.0 mm
5ª rega --> dia 5/ 6 ----------> 5.0 mm
6ª rega --> dia 12/ 6 ---------> 2.0 mm
7ª rega --> dia 19/ 6 ---------> 2.0 mm
8ª rega --> dia 25/ 6 ---------> 40.0 mm
9ª rega --> dia 2/ 7 ----------> 48.0 mm
10ª rega --> dia 9/ 7 ---------> 60.0 mm
11ª rega --> dia 16/ 7 --------> 60.0 mm
12ª rega --> dia 23/ 7 --------> 61.0 mm
13ª rega --> dia 30/ 7 --------> 65.0 mm
14ª rega --> dia 6/ 8 ---------> 65.0 mm
15ª rega --> dia 13/ 8 --------> 60.0 mm
16ª rega --> dia 20/ 8 --------> 23.0 mm
17ª rega --> dia 3/ 9 ---------> 36.0 mm
18ª rega --> dia 10/ 9 --------> 16.0 mm

Clik <SIM> se os valores estão correctos <NÃO> para alterar

Figura 42 – Ficheiro do esquema de rega relativo à parcela 3 (Sementeira Convencional).

Os ficheiros da ascensão capilar, definidos pela extensão .ASC, referem-se à


contribuição da toalha freática para o teor de água no solo, expressa pelo potencial de
ascensão capilar (Gasc).
Durante a condução da rega feita pela Associação de Regantes de Vila Franca de
Xira, nunca foi considerada a ascensão capilar. Embora possa existir toalha freática, nas
parcelas a controlar, não se encontra suficiente próxima da superfície do solo, para se ter
em conta a sua contribuição no balanço hídrico. No entanto, é sempre necessário construir
este ficheiro, dando-se apenas a indicação que não existe ascensão capilar, como se
mostra na figura 43.

ASCENSÃO CAPILAR

Nesta parcela não está a considerar a ascensão capilar.

Quer alterar esta posição ? [S/N] ==========> N

Figura 43 – Actualização do ficheiro da ascensão capilar.

56
3.5.4.5.1. Avaliação da condução da rega com o modelo
ISAREG
Sementeira directa:
Apresenta-se de seguida os resultados da avaliação dos calendários de rega na
cultura do milho desenvolvido na parcela “Pivot 1”.
Regas Data Volume Excesso Reserva Oportunidade de rega
(mm) (mm) (mm) Etc/Etm (%) % da RU
1ª 19-Abr 7 0,0 36,8 1,0 96,8
2ª 25-Abr 12 0,0 45,6 1,0 84,5
3ª 01-Mai 3 0,0 61,8 1,0 88,2
4ª 07-Mai 15 0,0 77,9 1,0 90,6
5ª 14-Mai 15 0,0 90,5 1,0 86,5
6ª 22-Mai 5 0,0 113,3 1,0 89,9
7ª 29-Mai 29 0,0 134,0 1,0 92,6
8ª 05-Jun 29 4,2 157,6 1,0 90,5
9ª 12-Jun 13 0,0 191,2 1,0 91,9
10ª 19-Jun 14 13,5 241,4 1,0 99,8
11ª 25-Jun 28 4,8 247,7 1,0 91,4
12ª 02-Jul 41 2,1 261,1 1,0 87
13ª 09-Jul 45 0,0 248,9 1,0 83
14ª 16-Jul 33 0,0 250,5 1,0 83,5
15ª 23-Jul 50 0,0 245,2 1,0 81,7
16ª 30-Jul 46 0,0 241,0 1,0 80,3
17ª 06-Ago 45 0,0 241,3 1,0 80,4
18ª 13-Ago 38 0,0 241,8 1,0 80,6
19º 20-Ago 21 0,0 240,8 1,0 80,3
20ª 03-Set 14 0,0 174,6 1,0 58,2
Quadro 19 – Resultados da avaliação da rega do milho na parcela PIVOT 1 (Sementeira Directa).

EVAPOTRANSPIRAÇÃO ACUMULADA DURANTE O PERIODO DE REGA:


Evapotranspiração máxima (Etm) 646,4 mm
Evapotranspiração cultural (Etc) 646,4 mm
RELAÇÃO ENTRE AS EVAPOTRANSPIRAÇÕES CULTURAL E MÁXIMA
Etc/Etm 1,00
QUEBRA DE PRODUÇÃO DEVIDA AO ESQUEMA DE REGA
ESCOLHIDA
Ky x (1-Etc/Etm) 0,0%
Quadro 20– Quebra de produção estimada na cultura do milho na parcela PIVOT 1 (Sementeira Directa).

57
Figura 46 – Representação gráfica da evolução do teor de humidade do solo, ao longo do desenvolvimento do
milho na parcela designada por PIVOT 1 (Sementeira Directa).

Nesta parcela, sabe-se então, que o volume de água fornecido no período de rega foi
de 503 mm, o volume perdido por excesso de água na rega foi de 24,5 mm, obtendo-se uma
eficiência de rega de 95,1%.
Relativamente às quebras de produção avaliadas pelo modelo ISAREG, referente a
esta parcela, verificamos que não houve. O que significa que a cultura permaneceu durante
toda a campanha em conforto hídrico.
Um último aspecto digno de realce é o facto de o teor de humidade do solo estar
sempre perto da capacidade de campo, que é uma das estratégias de rega utilizadas na
Associação de Regantes.
Sementeira convencional:
O único ficheiro criado que difere da parcela anterior é o referente à rega. Pois tivemos
número de regas e dotações diferentes.
Apresenta-se no quadro seguinte os resultados da parcela de sementeira
convencional.

58
Opotunidade de
Regas Data Volume Excesso Reserva rega
Etc/Etm
(mm) (mm) (mm) (%) % da RU
1ª 01-Mai 19 0,0 52,3 1,0 74,8
2ª 07-Mai 23 0,0 77,8 1,0 90,4
3ª 14-Mai 2 0,0 90,8 1,0 86,8
4ª 29-Mai 3 0,0 118,0 1,0 81,5
5ª 05-Jun 5 0,0 131,3 1,0 75,4
6ª 12-Jun 2 0,0 148,1 1,0 71,2
7ª 19-Jun 2 0,0 207,5 1,0 85,8
8ª 25-Jun 40 0,0 210,6 1,0 77,7
9ª 02-Jul 48 0,0 235,9 1,0 78,6
10ª 09-Jul 60 0,0 232,8 1,0 77,6
11ª 16-Jul 60 9,4 249,4 1,0 83,1
12ª 23-Jul 61 22,7 261,7 1,0 87,2
13ª 30-Jul 65 10,8 245,8 1,0 81,9
14ª 06-Ago 65 19,3 254,3 1,0 84,8
15ª 13-Ago 60 15,5 255,5 1,0 85,2
16ª 20-Ago 23 0,0 261,0 1,0 87,0
17ª 03-Set 36 0,0 196,7 1,0 65,6
18ª 10-Set 16 0,0 196,7 1,0 65,6
Quadro 21 – Resultados da avaliação da rega do milho na parcela PIVOT 2 (Sementeira Convencional).

EVAPOTRANSPIRAÇÃO ACUMULADA DURANTE O PERIODO DE REGA:


Evapotranspiração máxima (Etm) 646,4 mm
Evapotranspiração cultural (Etc) 646,4 mm
RELAÇÃO ENTRE AS EVAPOTRANSPIRAÇÕES CULTURAL E MÁXIMA
Etc/Etm 1,00
QUEBRA DE PRODUÇÃO DEVIDA AO ESQUEMA DE REGA ESCOLHIDA
Ky x (1-Etc/Etm) 0,0%
Quadro 22 – Quebra de produção estimada na cultura do milho na parcela PIVOT 2 (Sementeira Convencional).

Figura 47 – Representação gráfica da evolução do teor de humidade do solo, ao longo do desenvolvimento do


milho na parcela designada por PIVOT 3 (Sementeira Convencional).

59
Nesta parcela, sabe-se então, que o volume de água fornecido no período de rega foi
de 590 mm, o volume perdido por excesso foi de água na rega foi de 77,7 mm, portanto a
eficiência de rega foi de 86,7%.
Tal como na parcela anterior, a condução da rega foi feita de um modo muito eficiente
no que diz respeito à produtividade e por isso não houve quebras na produção. A parcela
esteve sempre bem abastecida em água, não sofrendo “stress hídrico”.
Relativamente ao uso de água, detecta-se um valor elevado do teor de água no solo, o
que também se observa nos resultados do gráfico da Associação, o que significa que houve
um desperdício de água de 77,7 mm.

3.6. Análise económica


O resultado da actividade agrícola é geralmente avaliado em termos financeiros. A
rendibilidade das empresas agrícolas, ou o lucro que proporcionam ao agricultor, é função
do nível de produção, do preço do produto agrícola, dos pagamentos por área ou
quantidade produzida, e dos custos. Estes últimos são directamente influenciados pelas
variáveis de gestão, como sejam as escolhas dos factores de produção e a decisão das
quantidades de fertilizantes e pesticidas a utilizar, e a opção das diferentes práticas
culturais.
Foram feitas contas de cultura distintas para as duas parcelas em estudo.
Para a elaboração das contas de cultura, utilizaram-se valores utilizados pelo
agricultor, pois tivemos acesso aos valores pagos pelos factores de produção e usamos
valores médios dos custos de mecanização por empresas de prestações de serviços na
região de Vila Franca de Xira.
As contas de cultura (Anexos 5 e 6) encontram-se divididas pelos factores de
produção e custos de mecanização. Nos factores de produção pertencem as sementes, os
fertilizantes e os tratamentos fitossanitários usados. Nos custos de mecanização estão as
despesas de preparação do solo, adubação de fundo, sementeira, colheita e secagem.
Cada uma destas fases está dividida em operações com uma determinada data de
ocorrência.
O custo do transporte do grão é dado pela empresa de prestação de serviços que faz
o transporte para a fábrica e o valor é 5€ por tonelada.
O custo da rega é a soma de uma taxa fixa pela associação de regantes, que é 40 €
por hectare, e a electricidade que se considerou um valor médio de 0,03€/m3 e considerando
5 030 m3 dá-nos 150,9€, o que dá um total de 190,9 € no sistema de sementeira directa. No
sistema tradicional o custo de rega foi de 217 € porque é a taxa fixa de 40 € mais 5 900 m3
de água que custa 177 €.

60
A secagem é um valor tabelado pela fabrica, Searalto, em que a passagem de 22% de
humidade para 14,5% custa 11,57 € por tonelada.
O proprietário da terra recebe dois subsídios na parcela de sistema tradicional e três
na parcela de sementeira directa.
Pela observação dos anexos 5 e 6 concluímos que a cultura do milho tem maiores
custos no sistema de mobilização tradicional (1864,33 €) em relação aos custos do sistema
de sementeira directa (1657,03 €), mas os lucros são muito próximos porque com o sistema
de mobilização tradicional consegue-se melhores produções.
O lucro no sistema de mobilização tradicional foi de 1763,46 € por hectare e no
sistema de sementeira directa foi de 1793,64 € por hectare.
Do ponto de vista económico, as vantagens da sementeira directa fazem-se sentir
sobretudo ao nível da redução dos custos da preparação do solo uma vez que há um menor
número de passagens sobre o terreno, menor consumo de gasóleo e menos tempo de
preparação da terra e deu-nos uma redução de 259, 30 € por hectare.

61
4. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES
A realização deste trabalho permitiu, para além da aplicação de conhecimentos
adquiridos ao longo do Curso de Mestrado em Engenharia Agronómica, ter um contacto
directo com práticas usadas na Lezíria de Vila Franca de Xira com diferentes tecnologias.
Em relação à opção cultural constatou-se que a Lezíria de Vila Franca de Xira tem
condições climáticas adequadas para proporcionar elevadas produtividades, pois as
temperaturas verificadas tanto em 2007 como ao longo de trinta anos satisfazem as
exigências da cultura ao longo do ciclo cultural.
No que se refere à preparação e tipo de sementeira apesar das razões evocadas para
o recurso à sementeira directa seja apenas de carácter económico, o agricultor para a
execução deste sistema de produção deveria fazer uma análise sob o ponto de vista técnico
para responder concretamente aos seguintes problemas, antes de concretizar uma decisão
técnica:
• Caracterização física do solo, mais concretamente para verificar se há
compactação;
• Teor em matéria orgânica;
• Possibilidade de erodibilidade;
• Possibilidade de recorrer a um semeador com capacidade para a sementeira
directa;
• Existência de herbicidas que combatem eficazmente as infestantes;
Face às caracterizações efectuadas, somos da opinião que sob o ponto de vista
técnico os dois sistemas de produção são possíveis e não afectam a produtividade final. Os
solos não apresentam compactação e as infestantes são possíveis de controlar, apesar de
serem de ano para ano mais difíceis de combater devido às resistências que vão adquirindo
sobre os produtos químicos. Portanto, chegamos à conclusão que as características físicas
do solo permitem que tal opção possa ter êxito.
Consideramos que, nos dois sistemas de mobilização houve gastos excessivos. Na
sementeira directa questionamo-nos se é preciso o uso de tantos produtos fitofármacos para
combater as infestantes e no sistema de mobilização convencional consideramos que houve
um excesso de mobilização, nomeadamente nas passagens com grades.
Ao observar o desenvolvimento dos dois tipos de mobilização, verificou-se que na
parcela de mobilização tradicional a emergência das plantas foi mais rápida e homogénea,
enquanto na sementeira directa houve maior dificuldade de emergência devido à palha da
campanha anterior deixada na parcela e também devido às dificuldades no combate às
infestantes o que constitui uma barreira para a passagem de luz e à própria emergência. O
controlo das infestantes, na sementeira directa, exige do agricultor um maior

62
acompanhamento na fase inicial da cultura e uma atenção especial de ano para ano, pois as
infestantes vão ganhando resistências aos herbicidas ao longo do tempo.
Para a fertilização não foram efectuadas análises de solos. As doses aplicadas, tanto
dos macronutrientes principais como dos micronutrientes necessários à cultura, foram de
acordo com o que é normalmente utilizado pelos agricultores da Lezíria, verificando-se um
excesso de azoto e zinco e carência em magnésio. Neste factor de produção o agricultor
não foi eficiente porque houve um excesso de nutrientes, principalmente de azoto. Como
pudemos verificar as necessidades de azoto, para uma produção esperada de catorze
toneladas, são de 300 Kg por hectare e foram aplicados nas duas parcelas cerca de 400 Kg.
Considerando que há uma disponibilidade de azoto a partir da matéria orgânica, que neste
caso o teor de matéria orgânica é de 2,81%, que multiplicando pela área (ha), pela
espessura do solo (30 cm), pela taxa de mineralização da matéria orgânica (2%), pelo teor
de azoto na m. O. (5%) e pelos meses de permanência da cultura no solo ainda vai haver
uma disponibilidade de cerca de 70 Kg de azoto. Portanto, podemos concluir que era
necessário aplicar 230 unidades de azoto e foram aplicadas 400 unidades, o que se verifica
um excesso de 170 unidades.
Na condução da rega a parcela de sementeira directa apresentou melhores resultados
no que diz respeito a esta operação. Foram utilizados 503 mm de água em toda a
campanha de rega, sendo apenas desperdiçados 24,5 mm, obtendo-se uma eficiência de
rega de 95,1%, enquanto na parcela de sementeira convencional foram utilizados 590 mm
de água, com uma perda de 77,7 mm a que corresponde uma eficiência de 86,7%. Em
ambos os casos as culturas tiveram sempre em conforto hídrico, uma das preocupações da
condução da rega.
Se juntarmos a precipitação de 176,6 mm caídos durante o ciclo cultural, a parcela de
sementeira directa tem um total de água aplicada de 679,6 mm e na parcela de sementeira
tradicional é de 766,6 mm, valores que estão no intervalo das necessidades apontadas para
estas produções nestas condições climáticas.
Pode-se concluir que, no que diz respeito à rega, o modelo apresentado aos
agricultores da Lezíria é uma ferramenta de apoio à gestão da rega que conduz a uma maior
eficácia na utilização de água.
Para finalizar, o novo método de tratamentos aéreos através de helicóptero tem
grande interesse principalmente no sistema de sementeira directa na medida em que se
pode fazer a aplicação de glifosato, quando não for possível entrar no solo com tractor,
aumentado o tempo disponível para a sementeira. Para os dois sistemas tem vantagens em
caso de urgência, isto é, quando ocorre algum problema com o pivot e seja preciso tratar
rapidamente.

63
Finalmente o estudo económico leva-nos a afirmar que a sementeira directa tem a
ligeira vantagem, ainda que as condições observadas não nos permitam fazer esta
afirmação com rigor, pois era necessário mais repetições e porque houve usos excessivos
dos factores de produção. No caso, o aumento do custo com herbicida foi inferior ao custo
com mobilização tradicional.

64
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MundiPrensa. Madrid.

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científico usando o Word. Edições sílabo. Lisboa.

66
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a produção competitiva de milho grão em rega por sulcos: primeira abordagem.
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Agronomia, Universidade técnica de Lisboa.

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correctivos. Publicações Europa-América. Mem Martins.

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practice. In: Pereira et al (eds.), Sustainability of Irrigated Agricultur. Kluwer Academic
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Sites consultados
1) http://www.dgadr.pt
2) http://www.idrha.min-agricultura.pt/a_hidroagricolas/exploracao/ahleziria.htm
3) http://www.idrha.min-agricultura.pt/cartografia/notaexplisolo.htm
4) http://www.ine.pt
5) http://www.sentek.com.au/home/default.asp
6) http://www.sentek.com.au/products/divines.asp

67
Anexos
ANEXO 1

Dados climáticos

ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT Média


Temp. Mínima no ano 2007 8,9 11,4 13,5 15,6 15,6 15,6 12,3 13,3
Temp. média no ano 2007 15,0 17,4 19,9 22,8 23,0 23,1 18,8 20,0
Temp. Máxima no ano 2007 21,0 23,5 26,3 30,0 30,4 30,7 25,3 26,7
Temp. Mínima no periodo de 30 anos 9,4 11,3 14 15,8 15,8 15,1 12,5 13,4
Temp. média no periodo de 30 anos 14,6 16,9 20,2 22,4 22,8 21,8 17,9 19,5
Temp. Máxima no periodo de 30 anos 19,8 22,4 26,4 29,1 29,9 28,4 23,4 25,6
Quadro 1 – Temperaturas máximas, médias e mínimas de um período de 30 anos e do ano em estudo.

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Precipitacao média
97,9 96,4 68,0 60,0 48,3 22,4 3,3 5,2 34,4 72,5 100,5 91,1
dos 30 anos
Quadro 2 – Precipitação média de 30 anos.

ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT


Precipitação Total (mm) 56,0 35,0 46,0 2,4 5,3 28,0 3,9
Quadro 3 – Precipitação total dos meses de acompanhamento das parcelas.

68
ANEXO 2

Dados do Milho em Portugal

SUPERFÍCIE PRODUÇÃO
ha t
PORTUGAL 102746 534700

CONTINENTE 102104 532909


NORTE 38441 112556
CENTRO 36631 178114
LISBOA 5904 58588
ALENTEJO 20545 180399
ALGARVE 583 3252
R. A. AÇORES 642 1791
R.A.MADEIRA 0 0
Quadro 4 - Distribuição por zonas geográficas da produção de milho no ano 2006. Fonte INE.

Anos 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Toneladas 863410 980922 933800 875347 906644 796601 798021 789409 510359 534700
Quadro 5 – Evolução da produção de milho desde 1997 até 2006. Fonte INE.

Superfície Anos 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
de Milho Área (ha) 174101 182654 163497 153005 155133 140308 141609 137487 110192 102746
Quadro 6 – Distribuição por zonas geográficas da superfície de milho no ano 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo ?. Fonte INE

Norte 21,1%
Centro 33,3%
Lisboa 11,0%
Alentejo 33,7%
Algarve 0,6%
R. A. Açores 0,33%
R. A. Madeira 0%
Quadro 7 – Produção por zonas geográficas da superfície de milho no ano 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo ?. Fonte INE

Norte 37,4%
Centro 35,7%
Lisboa 5,7%
Alentejo 20,0%
Algarve 0,6%
R. A. Açores 0,6%
R. A. Madeira 0%
Quadro 8 – Distribuição por zonas geográficas da superfície de milho no ano 2006. Gráfico obtido a partir do
quadro no Anexo ?. Fonte INE

69
ANEXO 3

Relatório de análise de terra da Pivot 1 (sementeira directa)

70
ANEXO 4

Relatório de análise de terra da pivot 3 (sistema tradicional)

71
ANEXO 5

Conta de Cultura do sistema de sementeira directa


Total do Ensaio Por Hectare
Data de
Descrição Unid Quant. Unid Custo
realização Total (€) Quant. (ha)
(21 ha) (€/ha)

Custo
Factores de Produção
Sementes
2 465 000 85 000
NK MITIC 17-Abr n.º sem. 4.676,70 € n.º sem. 222,70 €
Fertelizantes
06:20:30 17-Abr Kg 3 480 1.562,40 € Kg 120 74,40 €
Starter (18:46:0) 17-Abr Kg 3570 2.206,26 € Kg 170 105,06 €
Sulf. K 1260 1.111,32 € Kg 60 52,92 €
32 N L 10500 5.408,50 € L 500,00 186,50 €
30 N+ Mg L 4200 1.968,12 € L 200,00 69,40 €
30 N + Zn L 3300 1.546,38 € L 157,14 54,53 €

Tratamentos Fitossanitários
Montana (Glifosato) 15-Mar L 115,5 545,74 € L 5,5 25,99 €
Controler T 18-Abr L 147 1.018,71 € L 7 48,51 €
herbofital 20-Abr L 42 291,06 € L 2 13,86 €
Limacide 24-Abr Kg 210 819,00 € Kg 10 39,00 €
Banvel 11-Mai L 12,6 619,04 € L 0,6 29,48 €
Option 11-Mai L 47,25 1.020,03 € L 2,25 48,57 €
44,87
Callisto 28-Mai L 15,75 942,17 € L 0,75 €
23.735,42 € 1.015,78 €

Custo de Mecanização
Monda com Glifosato 15-Mar ha 315,00 € ha 15,00 €
Destroçamento de Residuos 30-Mar ha 630,00 € ha 30,00 €
Sementeira Directa e
80,00 €
Adubação 17-Abr ha 1.680,00 € ha
Ceifa e Debulha ha 2.100,00 € ha 100,00 €
Transporte de Grão Ton 1.428,00 € Ton 13,6 68,00 €
Custo de Rega Pivot ha 4.008,90 € ha 190,90 €
Custo de Secagem Kg 3.304,39 € Kg 13,6 157,35 €
13.466,29 € 641,25 €

Total dos Custos 37.201,72 € 1.657,03 €

Proveitos
Vendas
Vendas do Milho Ton 285,6 62.832,00 € Ton 13,6 2.992,00 €
Subsidios
Produção Integrada ha 3.332,07 € ha 158,67 €
Sementeira Directa ha 2.478,00 € ha 118,00 €
Redução da Lixiviação ha 3.822,00 € ha 182,00 €
Total dos Proveitos 72.464,07 € 3.450,67 €

72
Apuramento dos Resultados

Resultados antes de Subsídios 25.630,28 € 1.335,97 €


Resultados depois de Subsídios 35.262,35 € 1.793,64 €

Fertilização Unid./ha
N 390,23
P 102,2
K 72
S 13,6
Zn 6,7
Mg 5,28

73
ANEXO 6

Conta de Cultura do sistema de mobilização tradicional


Total do Ensaio Por Hectare
Data de
Descrição Unid Quant. Unid Quant. Custo
realização Total (€)
(29 ha) (ha) (€/ha)

Custo
Factores de Produção
Sementes
2 465 000 85 000
NK MITIC 09-Abr n.º sem. 6.458,30 € n.º sem. 222,70 €
Fertelizantes
06:20:30 06-Abr Kg 3 480 2.157,60 € Kg 120 74,40 €
Starter (18:46:0) 09-Abr Kg 4350 2.688,30 € Kg 150 92,70 €
Sulf. K 09-Abr Kg 1740 1.534,68 € Kg 60 52,92 €
32 N L 16500 6.154,50 € L 568,97 212,22 €
30 N+ Mg(2%) L 5100 2.389,86 € L 175,86 61,02 €
30 N + Zn(2%) L 5200 2.436,72 € L 179,31 62,22 €

Tratamentos Fitossanitários
Controler T 10-Abr L 191,4 1.326,40 € L 6,6 45,74 €
Primextar gold TZ 24-Abr L 145 1.634,01 € L 5 56,35 €
Option 14-Mai L 72,5 1.565,13 € L 2,5 53,97 €
Karate 19-Mai L 29 856,66 € L 1 29,54 €
29.202,16 € 963,78 €

Custo de Mecanização
Gradagem 02-Abr ha 870 € ha 30 €
Gradagem 02-Abr ha 870 € ha 30 €
Chisel 03-Abr ha 870 € ha 30 €
Gradagem 03-Abr ha 870 € ha 30 €
Adubação de Fundo 04-Abr ha 870 € ha 30 €
Gradagem 04-Abr ha 870 € ha 30 €
Fresa 05-Abr ha 1.740 € ha 60 €
Sementeira e Fertilização 09-Abr ha 2.320 € ha 80 €
Monda Quimica 19-Mai ha 435 € ha 15 €
Ceifa e Debulha ha 2.900 € ha 100 €
Transporte de Grão Kg 2.175 € Kg 75
Custo de Rega Pivot ha 6.293 € ha 217 €
Custo de Secagem Ton 5.032,95 € Ton 15 173,55 €
26.115,95 € 900,55 €

Total dos Custos 55.318,11 € 1.864,33 €

Proveitos
Vendas
Vendas do Milho Ton 435 95.700,00 € Ton 15 3.300,00 €
Subsidios
Produção Integrada ha 4.227,91 € ha 145,79 €
Redução da Lixiviação ha 5.278,00 € ha 182,00 €
Total dos Proveitos 105.205,91 € 3.627,79 €

74
Apuramento dos Resultados
Resultados antes de Subsídios 40.381,89 € 1.435,67 €
Resultados depois de Subsídios 49.887,80 € 1.763,46 €

Fertilização Unid./ha
N 415,17
P 93
K 72
S 12
Zn 6,98
Mg 4,64

75
ANEXO 7

Factores de produção e quantidades utilizadas no sistema de


sementeira directa
Quant. Preço
Data Produto Função Subs. Activa Quant. Preço/unid
(ha) total (ha)
Glifosato,
15- Montana -
herbicida linurão e 5,5 l/ha 5,50 4,725 € 25,99 €
Mar SAPEC
terbutilazina
17- 131€
NK MITIC Sementes 1785000 85000,00 222,70 €
Abr (50000sem)
17-
18:46:00 adubo 3570 170,00 0,618 € 105,06 €
Abr
17-
06:20:30 adubo 2520 120,00 0,620 € 74,40 €
Abr
17-
Sulf. K adubo 1260 60,00 0,882 € 52,92 €
Abr
18- alacloro e
Controler herbicida 147 7,00 6,930 € 48,51 €
Abr terbutilazina
ácido
20-
herbofital herbicida ariloxialcanói 42 2,00 6,930 € 13,86 €
Abr
co
24- insecticida
limacide Metaldeído 210 10,00 3,900 € 39,00 €
Abr - lesmas
dimetilamóni
11-Mai banvel herbicida 12,6 0,60 49,130 € 29,48 €
o
foramsulfurã
oe
11-Mai option herbicida 47,25 2,25 21,588 € 48,57 €
isoxadifene-
etilo
28-Mai Callisto herbicida mesotriona 15,75 0,75 59,820 € 44,87 €
32 N adubo 10500 500,00 0,373 € 186,50 €
30 N + Mg adubo 4200 200,00 0,347 € 69,40 €
30 N + Zn adubo 3299,94 157,14 0,347 € 54,53 €
1.015,78 €

76
ANEXO 8

Factores de produção e quantidades utilizadas no sistema de


mobilização convencional

Preço
Data Produto Função Subs. Activa Quant. Quant. (ha) Preço/unid
total (ha)
06-Abr 06:20:30 adubo 3480 120,00 0,620 € 74,40 €
131€
09-Abr NK MITIC Sementes 2465000 85000,00 222,70 €
(50000sem)
09-Abr Sulf. K adubo 1740 60,00 0,88 € 52,92 €
09-Abr 18:46:00 adubo 4350 150,00 0,62 € 92,70 €
alacloro e
10-Abr Controler herbicida 191,4 6,60 6,93 € 45,74 €
terbutilazina
S-metacloro
primextar
24-Abr herbicida e 145 5 11,27 € 56,345
gold tz
terbutilazina
foramsulfurão
e
14-Mai option herbicida 72,5 2,5 21,59 € 53,97
isoxadifene-
etilo
Lambda-
19-Mai Karate Insecticida 29 1 29,54 € 29,54
cialotrina
32 N adubo 16500,13 568,97 0,373 € 212,23 €
30 N + Mg adubo 5099,94 175,86 0,347 € 61,02 €
30 N + Zn adubo 5199,99 179,31 0,347 € 62,22 €
963,78 €

77
ANEXO 9

Sequência de operações e custos de mecanização nos dois tipos


de mobilização

Sementeira Directa Mobilização Tradicional


Custo
Operação Custo (€/ha) Operação
(€/ha)
Monda quimica 15,00 € Gradagem 30
Destroçar 30,00 € Gradagem 30
Sementeira e Adubação 80,00 € Chisel 30
Ceifa e debulha 100,00 € Gradagem 30
Transporte do grão 68,00 € Adubação de fundo 30
Custo de rega 190,90 € Gradagem 30
Custo de secagem 157,35 € Fresa 60
Sementeira e Adubação 80
Monda quimica 15
Ceifa e debulha 100
Transporte do grão 75
Custo de rega 217
Custo de secagem 173,55
Total 641,25 € Total 900,55

78
ANEXO 10

Último relatório da Associação de Regantes de Vila Franca de Xira


para uma das parcelas acompanhadas
Serviço de Assistência à Gestão da Rega
– campanha 2007 -

Relatório nº 23 (24/09/2007)
Agricultor:
FAX:

Precipitação últimos 7 dias 20 mm

Previsão próximos 7 dias


temperaturas máximas entre os 24 e os 30º C
2.1.3.4
última rega últimos 7 sugestão de rega próximos
Parcela actualização dias (mm) observações 7 dias

24 de
Pivot 1 - - -
Setembro

Para uma colheita dentro de 2 a 3 semanas, é


recomendável suspender definitivamente a rega
24 de Suspender definitivamente a
Pivot 3 0 com objectivo de esgotar toda a reserva de água
Setembro rega
existente no solo
Teor de humidade do grão: 32.2%

Pivot 1 (sementeira directa)

Local nº 65
300

250

200

150

100

50

0
02-J ul

16-J ul

30-J ul
05-J un

19-J un

00-J an

00-J an

00-J an
08-M ay

22-M ay

03-Sep

17-Sep
13-Aug
24-Apr

79
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
0
50
100
150
200
250
300

24-Apr 24-Apr

08-May 08-May

22-May 22-May

05-Jun 05-Jun

19-Jun 19-Jun

02-Jul 02-Jul

16-Jul 16-Jul
Local nº 64
Local nº 63

30-Jul 30-Jul

13-Aug 13-Aug

27-Aug 27-Aug

10-Sep 10-Sep
Pivot 3 (sementeira convencional

24-Sep 24-Sep
mediçõ es

00-Jan 00-Jan

00-Jan 00-Jan
mínimo reco mendável
máximo reco mendável

00-Jan 00-Jan

80
ANEXO 11
Cálculo da Evapotranspiração - Método de Penman-Monteith Usado no programa
Isareg

Altura do Anemómetro (m) 2


Latitude (ºN) 39,12
Altitude (m) 10

ANO MÊS DIA TMAX TMIN HRMED HRMIN HRMAX VMED PREC INS TMED U2
(ºC) (ºC) (%) (%) (%) (m/s) (mm) (h) (ºC) (m/s)
2007 4 1 15 6,2 74 54 94 1,4 1 4,5 10,6 1,4
2007 4 2 19 0,6 92 84 100 0,7 10 8 9,8 0,7
2007 4 3 18,5 2,3 85 73 97 0,6 5 7,5 10,4 0,6
2007 4 4 20 6,2 74 55 93 2,9 0 8,8 13,1 2,9
2007 4 5 16 6 89 78 100 1,7 0 4,7 11 1,7
2007 4 6 18 7,8 78 58 98 1,4 0 11 12,9 1,4
2007 4 7 20 6,6 90 80 100 1 0 12 13,3 1,0
2007 4 8 15 5,8 89 78 100 0,5 14 4,2 10,4 0,5
2007 4 9 17,5 8,7 84 73 95 1 0 12 13,1 1,0
2007 4 10 18,5 9,7 79 64 94 0,6 3 11 14,1 0,6
2007 4 11 18 11,2 79 64 94 1 13 3,8 14,6 1,0
2007 4 12 19,5 10,5 68 44 92 1,9 0 12 15 1,9
2007 4 13 17,8 10,8 60 30 90 1,8 0 12 14,3 1,8
2007 4 14 17 10,6 55 24 86 1,2 0 11 13,8 1,2
2007 4 15 27 8 67 43 91 1,2 0 6,3 17,5 1,2
2007 4 16 28,5 10,7 79 65 93 1,4 0 11 19,6 1,4
2007 4 17 29,5 11,5 92 84 100 2,1 0 12 20,5 2,1
2007 4 18 23 12 70 44 96 1,2 0 12 17,5 1,2
2007 4 19 23 11,8 66 40 92 1 5 9,8 17,4 1,0
2007 4 20 19 11,4 70 51 89 0,9 3 8,7 15,2 0,9
2007 4 21 26 11,6 77 66 88 1,8 0 12 18,8 1,8
2007 4 22 27 13 73 55 91 1,4 0 13 20 1,4
2007 4 23 29 11,4 72 56 88 0,9 0 10 20,2 0,9
2007 4 24 27,6 8,4 75 59 91 0,7 2 9,2 18 0,7
2007 4 25 20,5 9,5 71 42 100 3,6 0 12 15 3,6
2007 4 26 21 8,6 71 45 97 3,2 0 12 14,8 3,2
2007 4 27 22 6,6 67 42 92 1,9 0 12 14,3 1,9
2007 4 28 20 8,2 69 47 91 1,6 0 12 14,1 1,6
2007 4 29 20,5 11,7 67 46 88 1,6 0 10 16,1 1,6
2007 4 30 17 9,8 77 58 96 2,7 0 9,3 13,4 2,7
2007 5 1 16,4 8,3 90 80 100 3,2 3 4,5 12,4 3,2
2007 5 2 17,4 11 94 88 100 2,6 14 4,7 14,2 2,6
2007 5 3 20,3 10 88 76 100 2,7 3 10 15,2 2,7
2007 5 4 20,2 11,7 86 75 97 3,2 0 5,3 16 3,2
2007 5 5 25 11,4 75 53 97 3,3 0 12 18,2 3,3
2007 5 6 26,3 10,6 57 23 91 2,3 0 13 18,5 2,3
2007 5 7 25,7 12,1 81 63 99 3,1 0 13 18,9 3,1
2007 5 8 32,2 11,4 67 34 100 1,6 0 13 21,8 1,6
2007 5 9 32 13,6 65 30 100 2,4 0 13 22,8 2,4

81
2007 5 10 25,1 9,8 83 66 100 2,4 0 12 17,5 2,4
2007 5 11 23,9 11,3 78 56 100 1,9 0 9,9 17,6 1,9
2007 5 12 23,6 11,2 82 64 100 3,1 0 8,9 17,4 3,1
2007 5 13 21,3 11,4 75 54 96 3,3 0 8,7 16,4 3,3
2007 5 14 21,3 9,4 73 47 99 3,1 0 12 15,4 3,1
2007 5 15 24,5 9,9 66 38 94 3,1 0 13 17,2 3,1
2007 5 16 30,2 10,6 72 46 98 2,6 0 13 20,4 2,6
2007 5 17 33,2 14,4 58 20 96 2,8 0 3,7 23,8 2,8
2007 5 18 34,1 15,3 68 39 97 3,1 0 13 24,7 3,1
2007 5 19 23 14,1 87 74 100 4,1 0 13 18,6 4,1
2007 5 20 18,3 12,9 89 78 100 3,4 3 4,4 15,6 3,4
2007 5 21 18,4 10,9 79 60 98 3,5 0 6,9 14,7 3,5
2007 5 22 18,7 10,9 91 82 100 1,5 4 1,6 14,8 1,5
2007 5 23 24,3 10,3 85 70 100 2 0 7,3 17,3 2,0
2007 5 24 23,5 13,4 83 67 99 2,9 0 7,1 18,5 2,9
2007 5 25 19,1 11,1 94 88 100 2,4 4 2,8 15,1 2,4
2007 5 26 22,4 10,4 89 78 100 2,3 3 7,7 16,4 2,3
2007 5 27 19,6 11,1 90 80 100 2,7 0 3,1 15,4 2,7
2007 5 28 20,9 10 75 50 100 3 1 12 15,5 3,0
2007 5 29 24,6 9,8 82 65 99 2,5 0 11 17,2 2,5
2007 5 30 22,9 11,6 82 64 100 2,7 0 9,3 17,3 2,7
2007 5 31 21,1 12,2 81 62 100 2,5 0 7 16,7 2,5
2007 6 1 25,9 11,3 77 54 100 2,4 0 11 18,6 2,4
2007 6 2 32,7 12,4 61 25 97 2,4 0 13 22,6 2,4
2007 6 3 28,3 13,5 71 49 93 3,3 0 13 20,9 3,3
2007 6 4 33,5 13,3 64 28 100 2,4 0 13 23,4 2,4
2007 6 5 33,7 14,2 66 33 99 2,9 0 13 24 2,9
2007 6 6 30,1 13,1 70 40 100 3,1 0 13 21,6 3,1
2007 6 7 29,5 11,5 79 58 100 2 0 9,7 20,5 2,0
2007 6 8 27,1 15,7 74 53 95 1,9 0 10 21,4 1,9
2007 6 9 25,4 13,4 74 48 100 3,4 0 9,3 19,4 3,4
2007 6 10 23,8 14,2 82 64 100 4,5 0 6,1 19 4,5
2007 6 11 25,8 13,3 80 60 100 1,7 0 5,5 19,6 1,7
2007 6 12 26 13,4 85 70 100 2 0 6,9 19,7 2,0
2007 6 13 23 11,6 86 72 100 4,3 0 3 17,3 4,3
2007 6 14 23,4 15,7 90 80 100 4,4 5 2,3 19,6 4,4
2007 6 15 24,4 14 83 66 100 1,6 3 5,7 19,2 1,6
2007 6 16 20,9 15,5 99 98 100 4,6 6 0,8 18,2 4,6
2007 6 17 23 15,6 90 80 100 4,4 25 7,4 19,3 4,4
2007 6 18 25,1 14,6 83 66 100 3,7 1 8,4 19,9 3,7
2007 6 19 23 14,2 87 74 100 3,1 4 4,8 18,6 3,1
2007 6 20 23,1 11,9 79 58 100 2,2 2 9,9 17,5 2,2
2007 6 21 23,4 11,4 78 56 100 2,5 0 10 17,4 2,5
2007 6 22 25,3 12 74 50 98 3,3 0 14 18,7 3,3
2007 6 23 29,2 13,6 72 50 94 3,2 0 14 21,4 3,2
2007 6 24 24,4 14,5 82 65 99 2,9 0 9,6 19,5 2,9
2007 6 25 24,5 14,7 76 52 100 3,1 0 11 19,6 3,1
2007 6 26 25,6 13,7 71 50 92 3,9 0 14 19,7 3,9
2007 6 27 28 13,2 71 47 95 3,2 0 14 20,6 3,2
2007 6 28 25,9 13,2 70 45 95 3,2 0 14 19,6 3,2

82
2007 6 29 28,2 12,9 72 49 95 3 0 14 20,6 3,0
2007 6 30 25,4 14,6 82 65 99 3,1 0 13 20 3,1
2007 7 1 25,6 16,2 80 60 100 2,4 0 8,7 20,9 2,4
2007 7 2 26,8 15,4 76 52 100 2,7 0 13 21,1 2,7
2007 7 3 25,9 16,1 87 76 98 3 0 13 21 3,0
2007 7 4 28,5 17,9 67 34 100 3,8 0 13 23,2 3,8
2007 7 5 35,1 15,4 55 17 93 3,2 0 13 25,3 3,2
2007 7 6 34,8 16,1 69 42 96 3,5 0 13 25,5 3,5
2007 7 7 30,1 16,6 77 57 97 4,1 0 13 23,4 4,1
2007 7 8 29,2 15,8 74 50 98 4 0 13 22,5 4,0
2007 7 9 27,8 14,6 63 43 83 4,6 0 13 21,2 4,6
2007 7 10 32,7 15,3 61 33 89 3,7 0 13 24 3,7
2007 7 11 33,6 14,5 66 36 96 2,8 0 13 24,1 2,8
2007 7 12 34,2 15,9 70 42 98 3,3 0 13 25,1 3,3
2007 7 13 30,2 15,4 76 52 100 3,3 0 13 22,8 3,3
2007 7 14 32,4 14,2 77 54 100 2,4 0 13 23,3 2,4
2007 7 15 24,9 16,9 89 78 100 2,6 0 5,9 20,9 2,6
2007 7 16 24,7 16,4 89 78 100 2,1 1 3,3 20,6 2,1
2007 7 17 27,2 13,8 75 50 100 3 0,2 13 20,5 3,0
2007 7 18 26,3 14,4 71 47 95 3,7 0 13 20,4 3,7
2007 7 19 24,5 14,1 73 47 99 3,4 0 12 19,3 3,4
2007 7 20 24,2 14 67,5 47 88 2,5 0 11 19,1 2,5
2007 7 21 24,2 14 64,2 45 83,4 2,8 0 12 19,1 2,8
2007 7 22 24 13 71,5 48 95 2,3 0 12 18,5 2,3
2007 7 23 27,5 15,1 75 52 98 2,4 1,2 9,7 21,3 2,4
2007 7 24 26,5 12,9 74,8 51,6 98 2,9 0 11 19,7 2,9
2007 7 25 29,7 14,9 74 50 98 3,2 0 13 22,3 3,2
2007 7 26 30 15,9 76 55 97 3,3 0 13 23 3,3
2007 7 27 32,9 15,3 62 25 99 3,5 0 13 24,1 3,5
2007 7 28 39,4 16,8 63 29 97 2,6 0 13 28,1 2,6
2007 7 29 42,3 18,9 56 18 94 2,1 0 13 30,6 2,1
2007 7 30 42,6 19,5 46 1 91 2,2 0 13 31,1 2,2
2007 7 31 30,9 17 80 60 100 3 0 12 24 3,0
2007 8 1 29,3 16,1 78 56 100 2,1 0 9,6 22,7 2,1
2007 8 2 33,1 16,7 69 39 99 3,1 0 13 24,9 3,1
2007 8 3 39,9 17 54 11 97 2,2 0 13 28,5 2,2
2007 8 4 38,1 18,1 57 21 93 2 0 12 28,1 2,0
2007 8 5 27 18,5 82 64 100 3 0 8,3 22,8 3,0
2007 8 6 26 16,3 77 57 97 4,5 0 9,9 21,2 4,5
2007 8 7 29,4 14,6 65 46 84 3,6 0 13 22 3,6
2007 8 8 34,9 14,3 59 26 92 2,5 0 13 24,6 2,5
2007 8 9 36,1 15 54 17 91 2,3 0 13 25,6 2,3
2007 8 10 33,1 14,7 72 44 100 2,8 0 12 23,9 2,8
2007 8 11 26,7 14,9 81 62 100 2,5 0 8,9 20,8 2,5
2007 8 12 26,2 15,4 78 60 96 3,5 0 12 20,8 3,5
2007 8 13 26 15,1 78 60 96 3,4 0 12 20,6 3,4
2007 8 14 28,6 13,4 83 66 100 2,5 0 12 21 2,5
2007 8 15 25,9 16,5 90 80 100 2,6 0 6,5 21,2 2,6
2007 8 16 26,4 14,8 71 48 94 4,3 3 13 20,6 4,3
2007 8 17 30,9 13,8 66 37 95 3 0 12 22,4 3,0

83
2007 8 18 29,1 14,5 70 42 98 4,3 0 12 21,8 4,3
2007 8 19 28 13,8 68,3 38,6 98 4 0 12 20,9 4,0
2007 8 20 30,3 14,3 62 33 91 4,2 0 12 22,3 4,2
2007 8 21 28,3 15,1 64 34 94 4,3 0 12 21,7 4,3
2007 8 22 30,8 12,5 53 16 90 3 0 12 21,7 3,0
2007 8 23 32,6 16,8 49 19 79 2,7 0 12 24,7 2,7
2007 8 24 34,2 18,2 46 20 72 2,7 0 12 26,2 2,7
2007 8 25 26 16,7 70 40 100 2,3 2 11 21,4 2,3
2007 8 26 32,5 14,8 74 48 100 1,7 0,3 11 23,7 1,7
2007 8 27 33,9 15,4 71 45 97 1,8 0 12 24,7 1,8
2007 8 28 27,1 15,4 86 72 100 2,1 0 7,7 21,3 2,1
2007 8 29 27,5 16,8 83 66 100 2,2 0 7,9 22,2 2,2
2007 8 30 31,6 15,7 71 42 100 2,4 0 11 23,7 2,4
2007 8 31 33,5 17,5 41 8 74 2,6 0 12 25,5 2,6
2007 9 1 35,2 19,6 41 19 63 2,8 0 12 27,4 2,8
2007 9 2 34,5 16,8 55 30 80 2,5 0 11 25,7 2,5
2007 9 3 34,6 16,4 68 40 96 3,1 0 11 25,5 3,1
2007 9 4 34,7 16,4 67 36 98 2,1 0 11 25,6 2,1
2007 9 5 37,7 18,5 47 8 86 2,9 0 11 28,1 2,9
2007 9 6 35,9 16,8 68 45 91 1,9 0 11 26,4 1,9
2007 9 7 33 17,8 74 52 96 1,9 0 11 25,4 1,9
2007 9 8 28,7 16,3 82 64 100 2,4 0 9,2 22,5 2,4
2007 9 9 27 16,9 84 68 100 2,1 0 4,9 22 2,1
2007 9 10 30,7 15,6 82 64 100 2 0 6,4 23,2 2,0
2007 9 11 32,6 16,4 70 46 94 2,4 0 9,6 24,5 2,4
2007 9 12 29,3 18,1 84 68 100 2 0,7 7,4 23,7 2,0
2007 9 13 30 18 87 74 100 2 3 7 24 2,0
2007 9 14 31 18 87 76 98 1,9 1,9 8,7 24,5 1,9
2007 9 15 33 14,7 81 62 100 1,6 0,5 7 23,9 1,6
2007 9 16 31 15 80 60 100 1,6 0,1 6,9 23 1,6
2007 9 17 30 16 70 51 89 1,6 0 9,6 23 1,6
2007 9 18 30 15 72 54 90 1,6 0 8 22,5 1,6
2007 9 19 30,3 15,3 75 51 99 1,7 0,1 6,4 22,8 1,7
2007 9 20 31,2 13,6 74 48 100 1,6 0,1 11 22,4 1,6
2007 9 21 32,3 15,7 82 66 98 2 0 4,8 24 2,0
2007 9 22 27,5 14,6 75 55 95 3,2 0,6 11 21,1 3,2
2007 9 23 31,2 12,9 76 52 100 2 0 10 22,1 2,0
2007 9 24 29,7 13,5 71 45 97 3 0 11 21,6 3,0
2007 9 25 26,9 13,7 68 44 92 3,4 0 11 20,3 3,4
2007 9 26 29,2 11,6 64 31 97 2,5 0 9,7 20,4 2,5
2007 9 27 29,1 11,5 59 33 85 2,2 0 11 20,3 2,2
2007 9 28 28,4 11,9 63 33 93 1,9 0 11 20,2 1,9
2007 9 29 22,9 13,5 87 74 100 4,1 0 2,5 18,2 4,1
2007 9 30 22,4 17,6 95 90 100 4,6 21 2,7 20 4,6
2007 10 1 24,6 16,2 87 74 100 3,5 0,4 2,1 20,4 3,5
2007 10 2 21,7 15 95 90 100 1,2 0 1,3 18,4 1,2
2007 10 3 22,6 12,5 93 86 100 1,3 1 2,9 17,6 1,3
2007 10 4 24,6 15,2 89 78 100 1,4 2 6,4 19,9 1,4
2007 10 5 24 12,4 92 84 100 0,9 0 3,5 18,2 0,9

84
2007 10 6 25,6 11,6 86 72 100 1 0 5,8 18,6 1,0
2007 10 7 28,4 14,1 80 61 99 1,4 0 6,9 21,3 1,4
2007 10 8 27 13,9 77 54 100 2,6 0 10 20,5 2,6
2007 10 9 28,3 12,7 66 32 100 2,3 0 10 20,5 2,3
2007 10 10 29,7 15,5 55 38 72 2,3 0 10 22,6 2,3
2007 10 11 25,4 14 58 33 83 2,2 0 10 19,7 2,2
2007 10 12 26,3 11,9 60 40 80 2 0 10 19,1 2,0
2007 10 13 26,9 13,2 59 37 81 2,4 0 10 20,1 2,4
2007 10 14 26,4 14,2 64 50 78 2,3 0 9,1 20,3 2,3
2007 10 15 26,9 13,4 75 52 98 1,1 0 4,8 20,2 1,1
2007 10 16 27,1 12 76 52 100 1,3 0 9,9 19,6 1,3
2007 10 17 28 12 72 46 98 1,8 0 10 20 1,8
2007 10 18 28,3 12,1 75 50 100 1,8 0 9,6 20,2 1,8
2007 10 19 27,5 14,7 63 43 83 1,9 0 10 21,1 1,9
2007 10 20 28,5 12,1 61 35 87 1,8 0 10 20,3 1,8
2007 10 21 27,2 9,9 68 37 99 1,7 0 10 18,6 1,7
2007 10 22 25,5 8,5 76 52 100 1,7 0 9,7 17 1,7
2007 10 23 22,9 7,7 91 82 100 1,4 0 3,8 15,3 1,4
2007 10 24 21,5 13,4 87 74 100 1,3 0,5 3,2 17,5 1,3
2007 10 25 23,5 10,1 78 56 100 1,7 0 8,6 16,8 1,7
2007 10 26 22,3 8,4 76 52 100 1,4 0 9 15,4 1,4
2007 10 27 22 10,8 57 44 70 2,1 0 9,6 16,4 2,1
2007 10 28 23,5 11 62 46 78 2 0 9,2 17,3 2,0
2007 10 29 23,3 13,1 74 56 92 3,4 0 7,6 18,2 3,4
2007 10 30 23,8 10,4 66 36 96 2,1 0 9,2 17,1 2,1
2007 10 31 21,4 9,3 54 31 77 1,9 0 9,1 15,4 1,9

Componente Aerodinâmica

0 0
Patm γ e (TMAX) e (TMIN) ea ed ea-ed ∆
(Pa)
101,2 0,067 1,7 0,9 1,3 0,906 0,421 0,085
101,2 0,067 2,2 0,6 1,4 1,242 0,176 0,081
101,2 0,067 2,1 0,7 1,4 1,127 0,298 0,084
101,2 0,067 2,3 0,9 1,6 1,084 0,559 0,099
101,2 0,067 1,8 0,9 1,4 1,177 0,200 0,087
101,2 0,067 2,1 1,1 1,6 1,117 0,444 0,097
101,2 0,067 2,3 1,0 1,7 1,423 0,234 0,100
101,2 0,067 1,7 0,9 1,3 1,127 0,188 0,084
101,2 0,067 2,0 1,1 1,6 1,265 0,298 0,099
101,2 0,067 2,1 1,2 1,7 1,248 0,420 0,104
101,2 0,067 2,1 1,3 1,7 1,286 0,412 0,107
101,2 0,067 2,3 1,3 1,8 1,083 0,686 0,110
101,2 0,067 2,0 1,3 1,7 0,889 0,778 0,106
101,2 0,067 1,9 1,3 1,6 0,782 0,826 0,103
101,2 0,067 3,6 1,1 2,3 1,255 1,065 0,126
101,2 0,067 3,9 1,3 2,6 1,864 0,726 0,142
101,2 0,067 4,1 1,4 2,7 2,411 0,330 0,149
101,2 0,067 2,8 1,4 2,1 1,292 0,815 0,126

85
101,2 0,067 2,8 1,4 2,1 1,199 0,898 0,126
101,2 0,067 2,2 1,3 1,8 1,161 0,613 0,111
101,2 0,067 3,4 1,4 2,4 1,711 0,654 0,136
101,2 0,067 3,6 1,5 2,5 1,662 0,870 0,145
101,2 0,067 4,0 1,3 2,7 1,715 0,962 0,146
101,2 0,067 3,7 1,1 2,4 1,591 0,807 0,130
101,2 0,067 2,4 1,2 1,8 1,101 0,700 0,110
101,2 0,067 2,5 1,1 1,8 1,102 0,701 0,109
101,2 0,067 2,6 1,0 1,8 1,004 0,806 0,106
101,2 0,067 2,3 1,1 1,7 1,045 0,669 0,104
101,2 0,067 2,4 1,4 1,9 1,160 0,734 0,117
101,2 0,067 1,9 1,2 1,6 1,144 0,431 0,100
101,2 0,067 1,9 1,1 1,5 1,294 0,187 0,094
101,2 0,067 2,0 1,3 1,7 1,531 0,119 0,105
101,2 0,067 2,4 1,2 1,8 1,520 0,286 0,111
101,2 0,067 2,4 1,4 1,9 1,555 0,317 0,116
101,2 0,067 3,2 1,3 2,3 1,494 0,765 0,131
101,2 0,067 3,4 1,3 2,4 0,975 1,375 0,133
101,2 0,067 3,3 1,4 2,4 1,740 0,618 0,136
101,2 0,067 4,8 1,3 3,1 1,492 1,587 0,159
101,2 0,067 4,8 1,6 3,2 1,492 1,665 0,168
101,2 0,067 3,2 1,2 2,2 1,658 0,542 0,126
101,2 0,067 3,0 1,3 2,2 1,501 0,653 0,127
101,2 0,067 2,9 1,3 2,1 1,598 0,525 0,126
101,2 0,067 2,5 1,3 1,9 1,331 0,610 0,118
101,2 0,067 2,5 1,2 1,9 1,180 0,677 0,112
101,2 0,067 3,1 1,2 2,1 1,158 0,990 0,124
101,2 0,067 4,3 1,3 2,8 1,614 1,172 0,148
101,2 0,067 5,1 1,6 3,4 1,297 2,068 0,177
101,2 0,067 5,4 1,7 3,5 1,887 1,658 0,186
101,2 0,067 2,8 1,6 2,2 1,845 0,365 0,134
101,2 0,067 2,1 1,5 1,8 1,565 0,231 0,114
101,2 0,067 2,1 1,3 1,7 1,274 0,436 0,108
101,2 0,067 2,2 1,3 1,7 1,537 0,194 0,109
101,2 0,067 3,0 1,3 2,1 1,690 0,456 0,125
101,2 0,067 2,9 1,5 2,2 1,732 0,486 0,133
101,2 0,067 2,2 1,3 1,8 1,634 0,133 0,110
101,2 0,067 2,7 1,3 2,0 1,688 0,298 0,119
101,2 0,067 2,3 1,3 1,8 1,574 0,228 0,112
101,2 0,067 2,5 1,2 1,9 1,232 0,618 0,113
101,2 0,067 3,1 1,2 2,2 1,606 0,548 0,124
101,2 0,067 2,8 1,4 2,1 1,577 0,503 0,125
101,2 0,067 2,5 1,4 2,0 1,487 0,476 0,120
101,2 0,067 3,3 1,3 2,3 1,572 0,769 0,134
101,2 0,067 4,9 1,4 3,2 1,317 1,877 0,166
101,2 0,067 3,8 1,5 2,7 1,662 1,035 0,152
101,2 0,067 5,2 1,5 3,4 1,488 1,863 0,174
101,2 0,067 5,2 1,6 3,4 1,665 1,761 0,179
101,2 0,067 4,3 1,5 2,9 1,608 1,281 0,158
101,2 0,067 4,1 1,4 2,7 1,875 0,866 0,149

86
101,2 0,067 3,6 1,8 2,7 1,798 0,888 0,156
101,2 0,067 3,2 1,5 2,4 1,548 0,844 0,140
101,2 0,067 2,9 1,6 2,3 1,754 0,531 0,137
101,2 0,067 3,3 1,5 2,4 1,761 0,665 0,141
101,2 0,067 3,4 1,5 2,5 1,946 0,504 0,142
101,2 0,067 2,8 1,4 2,1 1,695 0,393 0,125
101,2 0,067 2,9 1,8 2,3 2,044 0,288 0,141
101,2 0,067 3,1 1,6 2,3 1,808 0,520 0,139
101,2 0,067 2,5 1,8 2,1 2,092 0,025 0,131
101,2 0,067 2,8 1,8 2,3 2,011 0,281 0,139
101,2 0,067 3,2 1,7 2,4 1,883 0,542 0,144
101,2 0,067 2,8 1,6 2,2 1,850 0,365 0,134
101,2 0,067 2,8 1,4 2,1 1,517 0,594 0,126
101,2 0,067 2,9 1,3 2,1 1,480 0,633 0,126
101,2 0,067 3,2 1,4 2,3 1,494 0,821 0,135
101,2 0,067 4,1 1,6 2,8 1,746 1,060 0,156
101,2 0,067 3,1 1,7 2,4 1,811 0,543 0,141
101,2 0,067 3,1 1,7 2,4 1,636 0,738 0,142
101,2 0,067 3,3 1,6 2,4 1,542 0,884 0,142
101,2 0,067 3,8 1,5 2,6 1,610 1,040 0,150
101,2 0,067 3,3 1,5 2,4 1,473 0,957 0,141
101,2 0,067 3,8 1,5 2,7 1,644 1,013 0,149
101,2 0,067 3,2 1,7 2,5 1,878 0,576 0,145
101,2 0,067 3,3 1,8 2,6 1,906 0,657 0,152
101,2 0,067 3,5 1,8 2,6 1,792 0,846 0,154
101,2 0,067 3,3 1,8 2,6 2,167 0,419 0,153
101,2 0,067 3,9 2,1 3,0 1,688 1,285 0,172
101,2 0,067 5,7 1,8 3,7 1,295 2,408 0,191
101,2 0,067 5,6 1,8 3,7 2,047 1,650 0,193
101,2 0,067 4,3 1,9 3,1 2,133 0,946 0,173
101,2 0,067 4,1 1,8 2,9 1,893 1,031 0,166
101,2 0,067 3,7 1,7 2,7 1,493 1,206 0,154
101,2 0,067 4,9 1,7 3,3 1,590 1,753 0,179
101,2 0,067 5,2 1,7 3,4 1,729 1,698 0,180
101,2 0,067 5,4 1,8 3,6 2,015 1,578 0,189
101,2 0,067 4,3 1,8 3,0 1,991 1,030 0,168
101,2 0,067 4,9 1,6 3,2 2,124 1,119 0,173
101,2 0,067 3,1 1,9 2,5 2,192 0,346 0,152
101,2 0,067 3,1 1,9 2,5 2,147 0,342 0,149
101,2 0,067 3,6 1,6 2,6 1,691 0,902 0,149
101,2 0,067 3,4 1,6 2,5 1,584 0,948 0,148
101,2 0,067 3,1 1,6 2,3 1,519 0,823 0,139
101,2 0,067 3,0 1,6 2,3 1,414 0,896 0,138
101,2 0,067 3,0 1,6 2,3 1,338 0,954 0,138
101,2 0,067 3,0 1,5 2,2 1,428 0,814 0,133
101,2 0,067 3,7 1,7 2,7 1,796 0,899 0,155
101,2 0,067 3,5 1,5 2,5 1,623 0,853 0,142
101,2 0,067 4,2 1,7 2,9 1,874 1,060 0,164
101,2 0,067 4,2 1,8 3,0 2,044 0,982 0,170
101,2 0,067 5,0 1,7 3,4 1,486 1,885 0,180

87
101,2 0,067 7,1 1,9 4,5 1,964 2,565 0,221
101,2 0,067 8,3 2,2 5,3 1,777 3,482 0,251
101,2 0,067 8,5 2,3 5,4 1,074 4,292 0,256
101,2 0,067 4,5 1,9 3,2 2,310 0,894 0,179
101,2 0,067 4,1 1,8 3,0 2,057 0,897 0,167
101,2 0,067 5,1 1,9 3,5 1,928 1,553 0,188
101,2 0,067 7,3 1,9 4,6 1,344 3,295 0,225
101,2 0,067 6,7 2,1 4,4 1,666 2,705 0,221
101,2 0,067 3,6 2,1 2,8 2,207 0,642 0,168
101,2 0,067 3,4 1,9 2,6 1,858 0,751 0,154
101,2 0,067 4,1 1,7 2,9 1,641 1,240 0,161
101,2 0,067 5,6 1,6 3,6 1,477 2,135 0,185
101,2 0,067 6,0 1,7 3,8 1,284 2,557 0,194
101,2 0,067 5,1 1,7 3,4 1,950 1,417 0,178
101,2 0,067 3,5 1,7 2,6 1,934 0,666 0,151
101,2 0,067 3,4 1,8 2,6 1,861 0,716 0,151
101,2 0,067 3,4 1,7 2,5 1,833 0,707 0,149
101,2 0,067 3,9 1,5 2,7 2,061 0,666 0,153
101,2 0,067 3,3 1,9 2,6 2,276 0,334 0,154
101,2 0,067 3,4 1,7 2,6 1,618 0,946 0,150
101,2 0,067 4,5 1,6 3,0 1,576 1,447 0,164
101,2 0,067 4,0 1,7 2,8 1,656 1,185 0,159
101,2 0,067 3,8 1,6 2,7 1,503 1,177 0,152
101,2 0,067 4,3 1,6 3,0 1,454 1,520 0,164
101,2 0,067 3,8 1,7 2,8 1,461 1,321 0,159
101,2 0,067 4,4 1,4 2,9 1,008 1,939 0,158
101,2 0,067 4,9 1,9 3,4 1,223 2,194 0,186
101,2 0,067 5,4 2,1 3,7 1,291 2,445 0,201
101,2 0,067 3,4 1,9 2,6 1,623 1,009 0,156
101,2 0,067 4,9 1,7 3,3 2,016 1,272 0,176
101,2 0,067 5,3 1,8 3,5 2,039 1,481 0,185
101,2 0,067 3,6 1,8 2,7 2,167 0,502 0,155
101,2 0,067 3,7 1,9 2,8 2,169 0,624 0,162
101,2 0,067 4,6 1,8 3,2 1,869 1,348 0,176
101,2 0,067 5,2 2,0 3,6 0,947 2,640 0,194
101,2 0,067 5,7 2,3 4,0 1,259 2,725 0,214
101,2 0,067 5,5 1,9 3,7 1,586 2,106 0,195
101,2 0,067 5,5 1,9 3,7 1,996 1,688 0,194
101,2 0,067 5,5 1,9 3,7 1,910 1,789 0,194
101,2 0,067 6,5 2,1 4,3 1,177 3,148 0,221
101,2 0,067 5,9 1,9 3,9 2,201 1,711 0,202
101,2 0,067 5,0 2,0 3,5 2,287 1,248 0,193
101,2 0,067 3,9 1,9 2,9 2,187 0,709 0,166
101,2 0,067 3,6 1,9 2,7 2,176 0,571 0,161
101,2 0,067 4,4 1,8 3,1 2,300 0,795 0,171
101,2 0,067 4,9 1,9 3,4 2,009 1,384 0,184
101,2 0,067 4,1 2,1 3,1 2,425 0,652 0,176
101,2 0,067 4,2 2,1 3,2 2,603 0,552 0,179
101,2 0,067 4,5 2,1 3,3 2,719 0,560 0,184
101,2 0,067 5,0 1,7 3,4 2,396 0,956 0,178

88
101,2 0,067 4,5 1,7 3,1 2,201 0,899 0,170
101,2 0,067 4,2 1,8 3,0 1,892 1,140 0,170
101,2 0,067 4,2 1,7 3,0 1,914 1,062 0,166
101,2 0,067 4,3 1,7 3,0 1,962 1,067 0,168
101,2 0,067 4,5 1,6 3,1 1,870 1,182 0,165
101,2 0,067 4,8 1,8 3,3 2,471 0,840 0,179
101,2 0,067 3,7 1,7 2,7 1,800 0,868 0,153
101,2 0,067 4,5 1,5 3,0 1,926 1,091 0,162
101,2 0,067 4,2 1,5 2,9 1,689 1,171 0,158
101,2 0,067 3,5 1,6 2,6 1,501 1,056 0,147
101,2 0,067 4,1 1,4 2,7 1,291 1,419 0,148
101,2 0,067 4,0 1,4 2,7 1,242 1,452 0,147
101,2 0,067 3,9 1,4 2,6 1,287 1,345 0,146
101,2 0,067 2,8 1,5 2,2 1,808 0,363 0,131
101,2 0,067 2,7 2,0 2,4 2,226 0,135 0,145
101,2 0,067 3,1 1,8 2,5 2,066 0,402 0,148
101,2 0,067 2,6 1,7 2,2 2,022 0,130 0,132
101,2 0,067 2,7 1,4 2,1 1,905 0,192 0,127
101,2 0,067 3,1 1,7 2,4 2,071 0,340 0,144
101,2 0,067 3,0 1,4 2,2 1,974 0,239 0,131
101,2 0,067 3,3 1,4 2,3 1,865 0,460 0,134
101,2 0,067 3,9 1,6 2,7 1,977 0,763 0,155
101,2 0,067 3,6 1,6 2,6 1,757 0,820 0,148
101,2 0,067 3,8 1,5 2,7 1,350 1,308 0,149
101,2 0,067 4,2 1,8 3,0 1,427 1,540 0,166
101,2 0,067 3,2 1,6 2,4 1,199 1,223 0,142
101,2 0,067 3,4 1,4 2,4 1,242 1,166 0,138
101,2 0,067 3,5 1,5 2,5 1,271 1,261 0,145
101,2 0,067 3,4 1,6 2,5 1,493 1,039 0,147
101,2 0,067 3,5 1,5 2,5 1,675 0,866 0,146
101,2 0,067 3,6 1,4 2,5 1,634 0,861 0,141
101,2 0,067 3,8 1,4 2,6 1,557 1,035 0,145
101,2 0,067 3,8 1,4 2,6 1,668 0,962 0,146
101,2 0,067 3,7 1,7 2,7 1,484 1,189 0,154
101,2 0,067 3,9 1,4 2,7 1,296 1,357 0,147
101,2 0,067 3,6 1,2 2,4 1,272 1,143 0,134
101,2 0,067 3,3 1,1 2,2 1,404 0,783 0,123
101,2 0,067 2,8 1,1 1,9 1,671 0,251 0,112
101,2 0,067 2,6 1,5 2,1 1,718 0,333 0,126
101,2 0,067 2,9 1,2 2,1 1,429 0,637 0,121
101,2 0,067 2,7 1,1 1,9 1,252 0,646 0,112
101,2 0,067 2,6 1,3 2,0 1,035 0,935 0,119
101,2 0,067 2,9 1,3 2,1 1,178 0,926 0,125
101,2 0,067 2,9 1,5 2,2 1,495 0,690 0,131
101,2 0,067 2,9 1,3 2,1 1,136 0,969 0,124
101,2 0,067 2,5 1,2 1,9 0,846 1,014 0,112

89
Componente de Radiação

Dia Juliano Latitude (φ) Declive


Dist. terra X Ângulo Nº. Horas
(J) solar (δ)
(rad) ao sol (dr) horário (ws) de sol (N)
91 0,683 0,071 1,0002 0,997 1,629 12,4
92 0,683 0,078 0,9996 0,996 1,635 12,5
93 0,683 0,085 0,9990 0,995 1,640 12,5
94 0,683 0,092 0,9985 0,994 1,646 12,6
95 0,683 0,099 0,9979 0,994 1,652 12,6
96 0,683 0,106 0,9973 0,993 1,657 12,7
97 0,683 0,112 0,9968 0,992 1,663 12,7
98 0,683 0,119 0,9962 0,991 1,668 12,7
99 0,683 0,126 0,9957 0,989 1,674 12,8
100 0,683 0,133 0,9951 0,988 1,679 12,8
101 0,683 0,139 0,9945 0,987 1,685 12,9
102 0,683 0,146 0,9940 0,986 1,690 12,9
103 0,683 0,152 0,9934 0,984 1,696 13,0
104 0,683 0,159 0,9929 0,983 1,701 13,0
105 0,683 0,165 0,9923 0,982 1,707 13,0
106 0,683 0,172 0,9918 0,980 1,712 13,1
107 0,683 0,178 0,9912 0,979 1,718 13,1
108 0,683 0,184 0,9907 0,977 1,723 13,2
109 0,683 0,191 0,9901 0,975 1,728 13,2
110 0,683 0,197 0,9896 0,974 1,734 13,2
111 0,683 0,203 0,9890 0,972 1,739 13,3
112 0,683 0,209 0,9885 0,970 1,744 13,3
113 0,683 0,215 0,9880 0,968 1,749 13,4
114 0,683 0,221 0,9875 0,967 1,755 13,4
115 0,683 0,227 0,9869 0,965 1,760 13,4
116 0,683 0,233 0,9864 0,963 1,765 13,5
117 0,683 0,238 0,9859 0,961 1,770 13,5
118 0,683 0,244 0,9854 0,959 1,775 13,6
119 0,683 0,250 0,9849 0,957 1,780 13,6
120 0,683 0,255 0,9844 0,955 1,785 13,6
121 0,683 0,261 0,9839 0,953 1,790 13,7
122 0,683 0,266 0,9834 0,951 1,794 13,7
123 0,683 0,271 0,9829 0,949 1,799 13,7
124 0,683 0,277 0,9824 0,947 1,804 13,8
125 0,683 0,282 0,9819 0,945 1,808 13,8
126 0,683 0,287 0,9815 0,942 1,813 13,9
127 0,683 0,292 0,9810 0,940 1,818 13,9
128 0,683 0,297 0,9805 0,938 1,822 13,9
129 0,683 0,301 0,9801 0,936 1,826 14,0
130 0,683 0,306 0,9796 0,934 1,831 14,0
131 0,683 0,311 0,9792 0,932 1,835 14,0
132 0,683 0,315 0,9788 0,930 1,839 14,1
133 0,683 0,320 0,9783 0,927 1,843 14,1
134 0,683 0,324 0,9779 0,925 1,848 14,1
135 0,683 0,328 0,9775 0,923 1,852 14,1

90
136 0,683 0,332 0,9771 0,921 1,855 14,2
137 0,683 0,337 0,9767 0,919 1,859 14,2
138 0,683 0,340 0,9763 0,917 1,863 14,2
139 0,683 0,344 0,9759 0,915 1,867 14,3
140 0,683 0,348 0,9755 0,913 1,870 14,3
141 0,683 0,352 0,9751 0,911 1,874 14,3
142 0,683 0,355 0,9747 0,909 1,877 14,3
143 0,683 0,359 0,9744 0,907 1,881 14,4
144 0,683 0,362 0,9740 0,905 1,884 14,4
145 0,683 0,365 0,9737 0,903 1,887 14,4
146 0,683 0,368 0,9733 0,901 1,890 14,4
147 0,683 0,371 0,9730 0,900 1,893 14,5
148 0,683 0,374 0,9727 0,898 1,896 14,5
149 0,683 0,377 0,9724 0,896 1,899 14,5
150 0,683 0,380 0,9721 0,895 1,901 14,5
151 0,683 0,382 0,9718 0,893 1,904 14,5
152 0,683 0,385 0,9715 0,892 1,906 14,6
153 0,683 0,387 0,9712 0,890 1,909 14,6
154 0,683 0,389 0,9709 0,889 1,911 14,6
155 0,683 0,391 0,9707 0,887 1,913 14,6
156 0,683 0,393 0,9704 0,886 1,915 14,6
157 0,683 0,395 0,9702 0,885 1,917 14,6
158 0,683 0,397 0,9699 0,884 1,919 14,7
159 0,683 0,399 0,9697 0,883 1,920 14,7
160 0,683 0,400 0,9695 0,882 1,922 14,7
161 0,683 0,402 0,9693 0,881 1,923 14,7
162 0,683 0,403 0,9691 0,880 1,925 14,7
163 0,683 0,404 0,9689 0,879 1,926 14,7
164 0,683 0,405 0,9687 0,878 1,927 14,7
165 0,683 0,406 0,9685 0,878 1,928 14,7
166 0,683 0,407 0,9683 0,877 1,929 14,7
167 0,683 0,407 0,9682 0,877 1,929 14,7
168 0,683 0,408 0,9680 0,876 1,930 14,7
169 0,683 0,408 0,9679 0,876 1,930 14,7
170 0,683 0,409 0,9678 0,876 1,931 14,7
171 0,683 0,409 0,9677 0,876 1,931 14,8
172 0,683 0,409 0,9676 0,876 1,931 14,8
173 0,683 0,409 0,9675 0,876 1,931 14,8
174 0,683 0,409 0,9674 0,876 1,931 14,8
175 0,683 0,409 0,9673 0,876 1,931 14,7
176 0,683 0,408 0,9672 0,876 1,930 14,7
177 0,683 0,408 0,9672 0,877 1,930 14,7
178 0,683 0,407 0,9671 0,877 1,929 14,7
179 0,683 0,406 0,9671 0,878 1,928 14,7
180 0,683 0,405 0,9670 0,878 1,927 14,7
181 0,683 0,404 0,9670 0,879 1,926 14,7
182 0,683 0,403 0,9670 0,880 1,925 14,7
183 0,683 0,402 0,9670 0,881 1,924 14,7
184 0,683 0,401 0,9670 0,881 1,922 14,7
185 0,683 0,399 0,9670 0,882 1,921 14,7

91
186 0,683 0,397 0,9671 0,883 1,919 14,7
187 0,683 0,396 0,9671 0,885 1,917 14,6
188 0,683 0,394 0,9671 0,886 1,916 14,6
189 0,683 0,392 0,9672 0,887 1,914 14,6
190 0,683 0,390 0,9673 0,888 1,912 14,6
191 0,683 0,388 0,9673 0,890 1,909 14,6
192 0,683 0,385 0,9674 0,891 1,907 14,6
193 0,683 0,383 0,9675 0,893 1,905 14,5
194 0,683 0,380 0,9676 0,894 1,902 14,5
195 0,683 0,378 0,9677 0,896 1,899 14,5
196 0,683 0,375 0,9679 0,898 1,897 14,5
197 0,683 0,372 0,9680 0,899 1,894 14,5
198 0,683 0,369 0,9681 0,901 1,891 14,4
199 0,683 0,366 0,9683 0,903 1,888 14,4
200 0,683 0,363 0,9685 0,905 1,885 14,4
201 0,683 0,360 0,9686 0,907 1,882 14,4
202 0,683 0,356 0,9688 0,908 1,878 14,3
203 0,683 0,353 0,9690 0,910 1,875 14,3
204 0,683 0,349 0,9692 0,912 1,871 14,3
205 0,683 0,345 0,9694 0,914 1,868 14,3
206 0,683 0,342 0,9696 0,916 1,864 14,2
207 0,683 0,338 0,9699 0,918 1,860 14,2
208 0,683 0,334 0,9701 0,921 1,857 14,2
209 0,683 0,330 0,9703 0,923 1,853 14,2
210 0,683 0,325 0,9706 0,925 1,849 14,1
211 0,683 0,321 0,9708 0,927 1,845 14,1
212 0,683 0,317 0,9711 0,929 1,840 14,1
213 0,683 0,312 0,9714 0,931 1,836 14,0
214 0,683 0,307 0,9717 0,933 1,832 14,0
215 0,683 0,303 0,9720 0,935 1,828 14,0
216 0,683 0,298 0,9723 0,938 1,823 13,9
217 0,683 0,293 0,9726 0,940 1,819 13,9
218 0,683 0,288 0,9729 0,942 1,814 13,9
219 0,683 0,283 0,9732 0,944 1,810 13,8
220 0,683 0,278 0,9736 0,946 1,805 13,8
221 0,683 0,273 0,9739 0,948 1,800 13,8
222 0,683 0,268 0,9743 0,950 1,796 13,7
223 0,683 0,262 0,9746 0,952 1,791 13,7
224 0,683 0,257 0,9750 0,954 1,786 13,6
225 0,683 0,251 0,9754 0,956 1,781 13,6
226 0,683 0,246 0,9758 0,958 1,776 13,6
227 0,683 0,240 0,9761 0,960 1,771 13,5
228 0,683 0,234 0,9765 0,962 1,766 13,5
229 0,683 0,228 0,9769 0,964 1,761 13,5
230 0,683 0,223 0,9774 0,966 1,756 13,4
231 0,683 0,217 0,9778 0,968 1,751 13,4
232 0,683 0,211 0,9782 0,970 1,746 13,3
233 0,683 0,205 0,9786 0,972 1,740 13,3
234 0,683 0,199 0,9791 0,973 1,735 13,3
235 0,683 0,192 0,9795 0,975 1,730 13,2

92
236 0,683 0,186 0,9799 0,977 1,725 13,2
237 0,683 0,180 0,9804 0,978 1,719 13,1
238 0,683 0,173 0,9809 0,980 1,714 13,1
239 0,683 0,167 0,9813 0,981 1,708 13,1
240 0,683 0,161 0,9818 0,983 1,703 13,0
241 0,683 0,154 0,9823 0,984 1,697 13,0
242 0,683 0,148 0,9828 0,985 1,692 12,9
243 0,683 0,141 0,9832 0,987 1,686 12,9
244 0,683 0,134 0,9837 0,988 1,681 12,8
245 0,683 0,128 0,9842 0,989 1,675 12,8
246 0,683 0,121 0,9847 0,990 1,670 12,8
247 0,683 0,114 0,9852 0,991 1,664 12,7
248 0,683 0,108 0,9857 0,992 1,659 12,7
249 0,683 0,101 0,9863 0,993 1,653 12,6
250 0,683 0,094 0,9868 0,994 1,647 12,6
251 0,683 0,087 0,9873 0,995 1,642 12,5
252 0,683 0,080 0,9878 0,996 1,636 12,5
253 0,683 0,073 0,9884 0,996 1,630 12,5
254 0,683 0,066 0,9889 0,997 1,625 12,4
255 0,683 0,059 0,9894 0,998 1,619 12,4
256 0,683 0,052 0,9900 0,998 1,613 12,3
257 0,683 0,045 0,9905 0,999 1,608 12,3
258 0,683 0,038 0,9910 0,999 1,602 12,2
259 0,683 0,031 0,9916 0,999 1,596 12,2
260 0,683 0,024 0,9921 1,000 1,591 12,2
261 0,683 0,017 0,9927 1,000 1,585 12,1
262 0,683 0,010 0,9933 1,000 1,579 12,1
263 0,683 0,003 0,9938 1,000 1,573 12,0
264 0,683 -0,004 0,9944 1,000 1,568 12,0
265 0,683 -0,011 0,9949 1,000 1,562 11,9
266 0,683 -0,018 0,9955 1,000 1,556 11,9
267 0,683 -0,025 0,9960 1,000 1,551 11,8
268 0,683 -0,032 0,9966 0,999 1,545 11,8
269 0,683 -0,039 0,9972 0,999 1,539 11,8
270 0,683 -0,046 0,9977 0,999 1,533 11,7
271 0,683 -0,053 0,9983 0,998 1,528 11,7
272 0,683 -0,060 0,9989 0,998 1,522 11,6
273 0,683 -0,067 0,9994 0,997 1,516 11,6
274 0,683 -0,074 1,0000 0,996 1,511 11,5
275 0,683 -0,081 1,0006 0,996 1,505 11,5
276 0,683 -0,088 1,0011 0,995 1,499 11,5
277 0,683 -0,094 1,0017 0,994 1,494 11,4
278 0,683 -0,101 1,0023 0,993 1,488 11,4
279 0,683 -0,108 1,0028 0,992 1,483 11,3
280 0,683 -0,115 1,0034 0,991 1,477 11,3
281 0,683 -0,121 1,0040 0,990 1,471 11,2
282 0,683 -0,128 1,0045 0,989 1,466 11,2
283 0,683 -0,135 1,0051 0,988 1,460 11,2
284 0,683 -0,141 1,0057 0,987 1,455 11,1
285 0,683 -0,148 1,0062 0,985 1,449 11,1

93
286 0,683 -0,155 1,0068 0,984 1,444 11,0
287 0,683 -0,161 1,0073 0,983 1,438 11,0
288 0,683 -0,168 1,0079 0,981 1,433 10,9
289 0,683 -0,174 1,0084 0,980 1,427 10,9
290 0,683 -0,180 1,0090 0,978 1,422 10,9
291 0,683 -0,187 1,0095 0,976 1,417 10,8
292 0,683 -0,193 1,0101 0,975 1,411 10,8
293 0,683 -0,199 1,0106 0,973 1,406 10,7
294 0,683 -0,205 1,0111 0,971 1,401 10,7
295 0,683 -0,211 1,0117 0,970 1,396 10,7
296 0,683 -0,217 1,0122 0,968 1,390 10,6
297 0,683 -0,223 1,0127 0,966 1,385 10,6
298 0,683 -0,229 1,0133 0,964 1,380 10,5
299 0,683 -0,235 1,0138 0,962 1,375 10,5
300 0,683 -0,240 1,0143 0,960 1,370 10,5
301 0,683 -0,246 1,0148 0,958 1,365 10,4
302 0,683 -0,252 1,0153 0,956 1,360 10,4
303 0,683 -0,257 1,0158 0,954 1,355 10,4
304 0,683 -0,263 1,0163 0,952 1,350 10,3

Componente de radiação (continuação)

Ra Fluxo de Rs0 1 2 3 Rnl= 1*2*3 Rn


calor do solo Rs
-2 -1
(MJm dia ) (G)
31,806 13,70 23,856 31,74 0,207 0,425 2,79 7,76
32,040 -0,112 18,27 24,031 31,54 0,184 0,677 3,93 10,15
32,272 0,084 17,73 24,205 31,76 0,191 0,639 3,88 9,77
32,502 0,378 19,50 24,378 32,94 0,194 0,730 4,67 10,34
32,731 -0,294 14,28 24,549 31,94 0,188 0,435 2,61 8,38
32,957 0,266 22,17 24,719 32,80 0,192 0,861 5,42 11,65
33,182 0,056 24,36 24,888 33,03 0,173 0,971 5,55 13,21
33,404 -0,406 13,86 25,055 31,66 0,191 0,397 2,40 8,27
33,625 0,378 23,79 25,220 32,88 0,183 0,923 5,54 12,78
33,843 0,14 23,23 25,384 33,34 0,184 0,886 5,42 12,47
34,059 0,07 13,54 25,546 33,55 0,181 0,366 2,22 8,20
34,273 0,056 23,96 25,706 33,76 0,194 0,908 5,96 12,49
34,484 -0,098 23,93 25,864 33,41 0,208 0,899 6,25 12,18
34,693 -0,07 23,75 26,021 33,18 0,216 0,882 6,33 11,96
34,899 0,518 17,16 26,176 35,12 0,183 0,535 3,44 9,77
35,103 0,294 23,13 26,329 36,12 0,149 0,836 4,50 13,32
35,305 0,126 25,37 26,480 36,57 0,123 0,944 4,23 15,31
35,504 -0,42 25,46 26,629 34,97 0,181 0,941 5,95 13,66
35,700 -0,014 22,17 26,776 34,93 0,187 0,768 5,01 12,07
35,894 -0,308 20,76 26,922 33,84 0,189 0,691 4,42 11,56
36,084 0,504 24,78 27,065 35,66 0,157 0,886 4,95 14,12
36,273 0,168 26,22 27,206 36,24 0,159 0,951 5,50 14,69
36,458 0,028 22,89 27,345 36,41 0,157 0,780 4,45 13,18
36,641 -0,308 21,73 27,482 35,37 0,163 0,718 4,15 12,59

94
36,820 -0,42 25,23 27,617 33,78 0,193 0,883 5,76 13,66
36,997 -0,028 25,30 27,749 33,71 0,193 0,881 5,73 13,75
37,171 -0,07 26,20 27,880 33,53 0,200 0,919 6,15 14,02
37,342 -0,028 26,27 28,008 33,38 0,197 0,916 6,02 14,21
37,510 0,28 23,59 28,134 34,28 0,189 0,782 5,07 13,09
37,675 -0,378 22,27 28,258 33,00 0,190 0,714 4,48 12,66
37,837 -0,147 15,69 28,380 32,53 0,181 0,396 2,33 9,75
37,996 0,259 16,01 28,499 33,36 0,167 0,409 2,27 10,06
38,152 0,133 23,83 28,616 33,85 0,167 0,774 4,39 13,96
38,305 0,112 16,94 28,731 34,20 0,165 0,446 2,52 10,52
38,455 0,315 26,59 28,843 35,35 0,169 0,895 5,34 15,14
38,602 0,035 27,35 28,953 35,51 0,202 0,925 6,63 14,43
38,745 0,063 27,54 29,061 35,69 0,155 0,930 5,15 16,06
38,886 0,406 27,60 29,166 37,29 0,169 0,928 5,84 15,41
39,023 0,14 27,65 29,269 37,73 0,169 0,926 5,90 15,39
39,157 -0,749 26,31 29,370 35,02 0,160 0,859 4,81 15,45
39,288 0,021 23,69 29,468 35,04 0,169 0,736 4,34 13,90
39,416 -0,028 22,34 29,564 34,94 0,163 0,670 3,82 13,38
39,541 -0,147 22,10 29,657 34,41 0,178 0,656 4,03 12,99
39,662 -0,14 26,07 29,748 33,96 0,188 0,833 5,32 14,76
39,780 0,259 28,08 29,837 34,88 0,189 0,921 6,08 15,54
39,895 0,448 27,99 29,923 36,55 0,162 0,913 5,41 16,14
40,007 0,476 15,21 30,007 38,25 0,181 0,334 2,31 9,40
40,115 0,126 28,35 30,088 38,72 0,148 0,922 5,27 16,56
40,220 -0,861 28,39 30,167 35,45 0,150 0,920 4,89 16,97
40,322 -0,413 16,29 30,243 34,01 0,165 0,377 2,11 10,43
40,421 -0,133 19,85 30,317 33,58 0,182 0,534 3,26 12,02
40,516 0,021 12,39 30,389 33,65 0,166 0,200 1,12 8,42
40,609 0,35 20,47 30,458 34,92 0,158 0,557 3,07 12,69
40,697 0,161 20,21 30,525 35,42 0,156 0,544 3,00 12,56
40,783 -0,469 14,16 30,589 33,80 0,161 0,275 1,50 9,41
40,866 0,182 21,11 30,651 34,46 0,158 0,580 3,16 13,10
40,945 -0,147 14,62 30,710 33,92 0,164 0,293 1,63 9,63
41,021 0,014 27,25 30,767 33,99 0,185 0,846 5,31 15,68
41,093 0,245 26,28 30,821 34,89 0,163 0,801 4,54 15,69
41,162 0,007 23,47 30,873 34,86 0,164 0,676 3,87 14,20
41,228 -0,084 20,23 30,923 34,54 0,169 0,533 3,12 12,46
41,291 0,273 26,48 30,970 35,56 0,164 0,804 4,70 15,69
41,351 0,553 28,49 31,015 37,65 0,179 0,890 6,01 15,93
41,407 -0,231 28,51 31,057 36,70 0,159 0,889 5,20 16,75
41,460 0,35 29,37 31,097 38,08 0,169 0,925 5,96 16,66
41,510 0,077 29,39 31,134 38,35 0,159 0,924 5,65 16,98
41,556 -0,329 28,98 31,169 37,09 0,162 0,905 5,45 16,86
41,599 -0,154 24,16 31,201 36,57 0,148 0,696 3,77 14,83
41,639 0,126 24,60 31,231 36,89 0,152 0,713 4,01 14,94
41,676 -0,28 23,62 31,259 35,91 0,166 0,670 3,99 14,20
41,709 -0,056 19,09 31,284 35,68 0,155 0,474 2,61 12,08
41,739 0,077 18,24 31,306 35,99 0,154 0,437 2,42 11,62
41,766 0,021 20,24 31,326 36,07 0,145 0,522 2,72 12,86
41,790 -0,336 14,71 31,344 34,88 0,158 0,283 1,56 9,76

95
41,810 0,315 13,72 31,359 35,93 0,140 0,241 1,21 9,35
41,827 -0,049 18,55 31,372 35,79 0,152 0,448 2,43 11,85
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41,859 0,077 22,39 31,396 36,11 0,148 0,613 3,27 13,97
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41,862 -0,014 24,94 31,398 34,94 0,170 0,722 4,28 14,92
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96
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97
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25,660 0,329 13,61 19,246 36,12 0,139 0,605 3,03 7,45
25,414 -0,238 10,27 19,062 35,32 0,143 0,377 1,91 6,00
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24,680 -0,112 17,15 18,511 36,44 0,154 0,901 5,07 8,14
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22,302 0,028 15,47 16,728 36,38 0,159 0,898 5,20 6,71
22,073 0,126 15,75 16,555 36,76 0,169 0,935 5,82 6,31
21,845 -0,112 15,63 16,385 36,43 0,181 0,938 6,17 5,86
21,619 -0,245 15,51 16,215 35,59 0,182 0,941 6,10 5,84
21,395 -0,217 15,08 16,047 34,84 0,174 0,919 5,57 6,04
21,174 -0,238 9,08 15,881 33,99 0,159 0,422 2,28 4,71
20,954 0,301 8,41 15,716 34,91 0,156 0,372 2,03 4,44
20,737 -0,091 13,64 15,553 34,67 0,173 0,834 4,99 5,51
20,522 -0,203 13,92 15,392 33,99 0,183 0,871 5,43 5,29
20,309 0,147 14,39 15,233 34,45 0,198 0,925 6,30 4,78
20,099 0,119 13,89 15,075 34,87 0,188 0,894 5,86 4,83
19,892 0,133 12,25 14,920 35,30 0,169 0,758 4,52 4,91
19,687 -0,154 13,67 14,766 34,82 0,191 0,900 5,97 4,55
19,485 -0,245 13,47 14,615 33,96 0,211 0,894 6,41 3,96

98
Evapotranspiração

Denominador Comp. Comp. ET0= Rad + Aero. ET0= Rad + Aero.


Radiação Aerodinâmica
(mm/dia) (mm/mês)
0,18 1,462 0,682 2,144
0,16 2,067 0,160 2,227
0,17 2,014 0,232 2,246
0,23 1,726 1,480 3,205
0,19 1,596 0,375 1,971
0,20 2,299 0,670 2,969
0,19 2,817 0,261 3,078
0,16 1,829 0,123 1,952
0,19 2,641 0,335 2,976
0,19 2,831 0,287 3,118
0,20 1,803 0,439 2,242
0,22 2,525 1,242 3,768
0,21 2,469 1,380 3,850
0,20 2,552 1,061 3,613
0,22 2,156 1,206 3,362
0,24 3,123 0,874 3,997
0,26 3,488 0,542 4,030
0,22 3,280 0,923 4,203
0,22 2,868 0,869 3,737
0,20 2,703 0,583 3,286
0,24 3,087 1,001 4,087
0,24 3,514 1,032 4,546
0,23 3,352 0,764 4,116
0,21 3,205 0,552 3,756
0,26 2,431 2,042 4,473
0,25 2,450 1,895 4,345
0,22 2,805 1,493 4,298
0,21 2,910 1,084 3,994
0,22 2,766 1,115 3,881
0,23 2,326 1,074 3,400 102,870
0,23 1,622 0,540 2,162
0,23 1,810 0,282 2,093
0,24 2,606 0,677 3,282
0,26 1,919 0,829 2,748
0,27 2,895 1,916 4,812
0,25 3,089 2,599 5,688
0,27 3,240 1,448 4,688
0,26 3,706 1,982 5,688
0,29 3,604 2,818 6,422
0,25 3,354 1,093 4,447
0,24 3,024 1,088 4,112
0,26 2,604 1,286 3,890
0,26 2,430 1,613 4,042

99
0,25 2,720 1,763 4,483
0,26 2,951 2,442 5,392
0,27 3,447 2,290 5,738
0,31 2,092 3,830 5,922
0,32 3,844 3,228 7,072
0,29 3,300 1,055 4,355
0,26 1,942 0,639 2,580
0,26 2,093 1,262 3,354
0,21 1,769 0,292 2,061
0,24 2,641 0,800 3,441
0,27 2,524 1,098 3,622
0,23 1,912 0,288 2,200
0,24 2,622 0,601 3,223
0,24 1,853 0,537 2,389
0,25 2,895 1,567 4,462
0,25 3,147 1,149 4,296
0,25 2,843 1,117 3,961
0,25 2,516 1,015 3,531 126,155
0,26 3,291 1,495 4,786
0,29 3,612 3,204 6,816
0,29 3,570 2,389 5,960
0,30 3,904 3,089 6,993
0,31 3,945 3,336 7,281
0,30 3,737 2,758 6,495
0,26 3,474 1,366 4,840
0,27 3,534 1,301 4,835
0,29 2,901 2,084 4,985
0,31 2,209 1,612 3,821
0,25 2,689 0,945 3,634
0,26 2,919 0,817 3,737
0,29 1,771 1,215 2,986
0,31 1,685 0,848 2,533
0,24 2,774 0,711 3,485
0,30 1,471 0,078 1,549
0,31 2,441 0,834 3,275
0,30 2,753 1,403 4,156
0,27 2,289 0,864 3,153
0,24 3,148 1,117 4,265
0,25 3,059 1,321 4,380
0,28 3,380 2,028 5,408
0,30 3,676 2,354 6,030
0,27 3,153 1,190 4,343
0,28 3,155 1,693 4,848
0,30 3,347 2,389 5,737
0,29 3,609 2,367 5,976
0,28 3,530 2,251 5,780
0,29 3,671 2,199 5,870
0,28 3,633 1,305 4,938 142,896

100
0,27 3,162 1,185 4,347
0,28 3,766 1,664 5,430
0,29 3,840 0,898 4,738
0,33 3,545 3,062 6,608
0,33 3,714 4,719 8,433
0,34 4,050 3,442 7,491
0,33 3,809 2,373 6,182
0,32 3,654 2,608 6,262
0,33 3,266 3,495 6,760
0,33 3,600 3,996 7,596
0,31 3,989 3,119 7,107
0,33 3,988 3,189 7,176
0,31 3,905 2,239 6,144
0,29 4,173 1,862 6,035
0,28 2,743 0,666 3,409
0,26 2,295 0,561 2,856
0,28 3,526 1,962 5,488
0,30 3,342 2,419 5,761
0,28 3,094 2,039 5,133
0,26 3,102 1,772 4,873
0,27 3,143 2,057 5,199
0,25 3,358 1,535 4,893
0,28 3,152 1,600 4,752
0,28 3,116 1,854 4,970
0,30 3,576 2,287 5,863
0,31 3,713 2,124 5,838
0,33 3,466 4,109 7,575
0,35 4,050 3,856 7,906
0,37 4,253 3,985 8,237
0,37 3,826 5,029 8,855
0,31 3,943 1,739 5,682 187,602
0,28 3,434 1,365 4,799
0,33 3,695 3,003 6,699
0,34 3,748 4,249 7,997
0,33 3,862 3,256 7,118
0,30 3,118 1,299 4,417
0,32 2,725 2,146 4,870
0,31 3,211 2,949 6,160
0,31 3,491 3,512 7,004
0,31 3,513 3,799 7,312
0,31 3,619 2,615 6,234
0,28 3,001 1,245 4,246
0,30 3,052 1,730 4,782
0,29 3,015 1,686 4,700
0,28 3,457 1,237 4,694
0,28 2,546 0,636 3,182
0,32 2,847 2,662 5,509
0,30 3,128 2,967 6,095

101
0,33 2,842 3,221 6,063
0,31 2,785 3,121 5,906
0,33 2,726 4,003 6,729
0,32 2,742 3,601 6,343
0,29 2,760 4,065 6,826
0,31 2,947 3,828 6,775
0,33 3,050 4,052 7,102
0,28 3,136 1,733 4,869
0,28 3,243 1,566 4,809
0,29 3,500 1,847 5,347
0,27 2,760 0,804 3,563
0,28 2,657 1,007 3,664
0,30 3,064 2,217 5,281
0,32 2,645 4,348 6,993 176,087
0,34 2,805 4,462 7,267
0,32 3,062 3,341 6,404
0,33 3,005 3,199 6,204
0,31 3,084 2,463 5,547
0,35 2,516 5,176 7,692
0,31 3,290 2,102 5,392
0,30 3,215 1,587 4,802
0,29 2,769 1,212 3,981
0,28 2,073 0,891 2,965
0,28 2,313 1,144 3,457
0,31 2,645 2,210 4,856
0,29 2,553 0,921 3,473
0,29 2,490 0,770 3,260
0,29 2,813 0,735 3,548
0,28 2,498 1,108 3,607
0,27 2,384 1,075 3,459
0,27 2,610 1,363 3,973
0,27 2,377 1,292 3,670
0,27 2,119 1,354 3,473
0,27 2,629 1,444 4,073
0,29 1,919 1,173 3,092
0,29 2,294 1,948 4,242
0,27 2,413 1,631 4,044
0,29 2,193 2,459 4,651
0,29 1,996 2,537 4,532
0,27 1,887 2,689 4,576
0,26 1,989 2,492 4,481
0,26 2,034 2,058 4,092
0,29 1,118 1,060 2,177
0,32 1,080 0,406 1,486 128,476
0,30 1,133 0,984 2,117
0,23 1,297 0,143 1,440
0,22 1,372 0,233 1,605
0,24 1,720 0,405 2,125

102
0,22 1,523 0,204 1,727
0,22 1,655 0,426 2,081
0,25 1,706 0,865 2,571
0,28 1,814 1,600 3,415
0,27 1,666 2,312 3,978
0,29 1,650 2,535 4,185
0,26 1,626 2,141 3,768
0,25 1,562 1,928 3,490
0,27 1,459 2,340 3,799
0,27 1,496 1,848 3,344
0,24 1,369 0,826 2,195
0,24 1,718 0,973 2,690
0,25 1,561 1,521 3,082
0,25 1,565 1,404 2,969
0,26 1,465 1,760 3,225
0,26 1,403 1,974 3,377
0,24 1,384 1,682 3,066
0,23 1,369 1,215 2,584
0,21 1,069 0,351 1,419
0,22 0,954 0,406 1,359
0,23 1,220 0,995 2,214
0,21 1,188 0,900 2,087
0,23 0,960 1,755 2,715
0,24 1,008 1,628 2,636
0,28 0,926 1,766 2,692
0,24 0,992 1,779 2,771
0,22 0,862 1,818 2,679 83,407
TOTAL 947,492 947,492

103

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