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CAPÍTULOS DE GEOGRAFIA
AGRÁRIA DA PARAÍBA
2 Emília Moreira e Ivan Targino
EDITORA UNIVERSITÁRIA
diretor
JOSÉ DAVID CAMPOS FERNANDES
vice-diretor
JOSÉ LUIZ DA SILVA
divisão de produção
JOSÉ AUGUSTO DOS SANTOS FILHO
divisão de editoração
EDUARDO FÉLIX DO NASCIMENTO FILHO
secretário
MARINÉSIO CÂNDIDO DA SILVA
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 3
Emilia Moreira
Ivan Targino
CAPÍTULOS DE
GEOGRAFIA
AGRÁRIA DA
PARAÍBA
Editora Universitária
João Pessoa
1996
4 Emília Moreira e Ivan Targino
Direitos reservados à
UFPB/EDITORA UNIVERSITÁRIA
Caixa Postal 5081
Cidade Universitária
João Pessoa - Paraíba
CEP 58.059-900
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
A Genaro Ieno,
A Juliana e Judite,
A Zito e Neusa,
Yoyô e Santinha,
6 Emília Moreira e Ivan Targino
pela vida e
pelos exemplos de luta,
de generosidade
e de alegria.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 7
8 Emília Moreira e Ivan Targino
AGRADECIMENTOS
Sumário
1. Introdução
LISTA DE QUADROS
1. Informações gerais sobre as Usinas do Litoral paraibano com
destaque para a transferência de titularidade
2. Quantidade exportada (arroba) de açúcar e algodão pelo porto da
Paraíba (1835/1862)
3. Evolução da produção e da área colhida com cana-de-açúcar
4. Parque sucro-alcooleiro do Estado da Paraíba (situação em 1995)
5. Dívidas do setor sucro-alcooleiro
6. Efetivo de bovinos (1981/1993)
7. Efetivo de caprinos, ovinos, suínos e aves (1981/1993)
8. Evolução recente da produção das principais lavouras alimentares
(1981/1993)
9. Indicadores da Estrutura Fundiária da Paraíba (1970,1980,1985)
10. Evolução da Estrutura Fundiária do Estado da Paraíba
(1970/1980/1985)
11. Pessoal ocupado e valor da produção animal e vegetal, segundo
as classes de área (1980)
12. Potencial de recursos hídricos dos açudes públicos e particulares,
segundo as bacias hidrográficas do Estado da Paraíba (até 1986)
13. População paraibana (1774/1872)
14. População paraibana e brasileira (1872/1980)
15. Índice de fecundidade total segundo a situação domiciliar. Brasil,
Nordeste e Paraíba
16. Número médio de filhos por mulher de 15 anos e mais que
tiveram filhos, segundo a renda familiar da mulher, por situação
domiciliar
17. População residente total e rural ( 1950/1991)
18. Crescimento da população rural segundo as Mesorregiões
(1970/1980)
19. Crescimento da população rural, segundo as Microrregiões
(1970/1980)
20. Crescimento da população rural, segundo as Mesorregiões
(1980/1991)
21. Crescimento da população rural, segundo as Microrregiões
(1980/1991)
22. População residente e população migrante por procedência,
segundo o tamanho das cidades
23. Cidades que apresentaram as maiores taxas anuais de
crescimento da população na década de 80
24. Participação da PEA agrícola na PEA total (1950/1990)
25. PEA do setor primário por sexo, segundo a idade (1970/1980)
26. Evolução do emprego assalariado, segundo as Mesorregiões
(1970/1980)
27. Crescimento do emprego assalariado temporário, segundo as
Microrregiões (1970/1980)
28. Crescimento do emprego assalariado permanente, segundo as
Microrregiões (1970/1980)
29. Condição do Produtor por categoria e tamanho do
estabelecimento (1970/1980)
30. Evolução do emprego assalariado, segundo as Mesorregiões
(1980/1985)
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 13
Prefácio
É um grande prazer prefaciar este livro
de Emilia Moreira e Ivan Targino. Tomei
conhecimento do texto em 23 de abril de 1996
num seminário em João Pessoa, por ocasião da
passagem da Caravana da Cidadania. Percorríamos
a Zona da Mata dos Estados de Alagoas, Paraíba e
Pernambuco. Discutíamos a crise do que se
chamou “o setor arcaico” da economia paraibana,
as alternativas para a utilização mais racional das
áreas canavieiras e as soluções para o desemprego
crescente no Estado.
As Caravanas da Cidadania nasceram
de um desejo de Luís Inácio Lula da Silva de
conhecer o Brasil e discutir diretamente com o
povo as soluções para seus problemas. A idéia
fundamental era que alguém que se propunha a
governar um país tão grande e tão diferente em
cada um dos seus cantos, não poderia esperar
sentado que um grupo de pessoas iluminadas,
reunidas em São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília,
elaborasse a sua proposta de Governo. Era preciso
ouvir o povo esquecido pelas elites: os agricultores
com terra e os sem terra, os pequenos e médios
empresários, os estudantes e professores, os
religiosos, as donas de casa, enfim, todos aqueles
que se preocupavam com o destino do seu país e
que não tinham como expressar suas inquietações
e seus encaminhamentos.
16 Emília Moreira e Ivan Targino
1. Introdução
O espaço agrário paraibano desde o
início da colonização portuguesa tem-se
constituído em um espaço de exploração. As
articulações entre as variáveis econômicas,
sociais, políticas e culturais tecem um “ambiente
de vida” gravoso à sobrevivência da classe
trabalhadora. A sua estruturação e a sua
organização subordinadas inicialmente aos
interesses do capital mercantil metropolitano e
mais recentemente, aos ditames de valorização
do capital industrial e financeiro, não têm como
finalidade o atendimento das necessidades
básicas da maioria da população.
Ao se afirmar que o espaço agrário
tem sido historicamente, do ponto de vista do
trabalhador, um espaço de exploração, não se
nega que as condições de vida no campo não
tenham experimentado mutações. Com efeito, as
formas de exploração têm sofrido alterações ao
longo do tempo, à medida que o espaço agrário
evolui e se reestrutura. O escravo, o morador, o
bóia-fria, são expressões diversas dessa
exploração, correspondentes a diferentes
momentos do processo de acumulação do capital
na agricultura.
Ser livre é qualitativamente diferente
de ser escravo. Ser assalariado representa
mudança substancial em relação a ser morador
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24 Emília Moreira e Ivan Targino
de condição. Ao se exemplificar as
transformações ocorridas, não se deseja passar a
impressão de que haja uma melhoria linear nesse
processo evolutivo. Se, por um lado, a perda do
acesso à terra por parte do assalariado em
relação à sua antiga condição de morador é
sentida, por outro lado, o fim do controle sobre a
sua força-de-trabalho e a de seus familiares é
algo sublinhado em diferentes testemunhos de
agricultores.
Não se deve esquecer também, que
as formas concretas assumidas pela
passividade/luta dos trabalhadores, em diferentes
momentos da história, têm sido de fundamental
importância para o quadro em que se
circunscreve a vida do trabalhador e as formas de
ocupação e de organização do espaço.
Assume-se, portanto, que as
condições de vida dos trabalhadores rurais estão
vinculadas ao modo de estruturação e de
organização do espaço agrário. Daí a importância
de um estudo que procura desvendar a dinâmica
organizacional desse espaço, enquanto subsídio
para os movimentos que se integram na luta pela
melhoria da qualidade de vida da classe
trabalhadora.
Foi com base nesses pressupostos que
este trabalho foi concebido e desenvolvido. Nele,
dá-se ênfase, num primeiro momento, ao
processo inicial de formação do espaço agrário
paraibano e à evolução da sua organização até os
anos 60 do século atual. Constata-se aqui que a
“aparente” não organização desse espaço antes
da chegada do colonizador estava, na verdade,
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26 Emília Moreira e Ivan Targino
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30 Emília Moreira e Ivan Targino
2. PROCESSO DE FORMAÇÃO
E EVOLUÇÃO DA
ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO
AGRÁRIO
PARAIBANO
(da conquista do território
aos anos 60 do século XX)
“Organizados em uma
economia comunitária, os
índios cultivavam a
mandioca, o milho, o fumo e
o algodão e praticavam a
caça, a pesca e a coleta.
Para tanto, a terra era mais
que o celeiro natural, era a
própria razão de existência
da comunidade” (MOREIRA &
EGLER, 1985:16).
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“O engenho-banguê, o fogo
aceso,
O caldo no parol, as rodas lentas,
A cana abrindo o massapê do
brejo,
A cantiga de ferro da moenda.
A boca rubra da fornalha baixa,
A casa-de-purgar, o barro, as
tinas,
A escumadeira, o coco, o mel das
tachas,
O bueiro borrando o céu de tisna.
O pão na forma, o canto na
moagem,
A anti-usina, ainda em pé,
botando,
A aguardente, o álcool, o
vinagre.
O açúcar na mesa, antigos
móveis,
E o cheiro do melaço
embriagando
O tempo-avô com seus alvos
bigodes.
O mestre-de-açúcar e o banqueiro
ocupavam-se do cozinhamento do caldo da cana
e da fabricação do açúcar. O mestre purgador
administrava a casa de purgar, dirigia o processo
de purgamento (embranquecimento do açúcar) e
zelava pelo "mel de furo", utilizado como matéria-
prima para a fabricação da rapadura. O caixeiro
encaixava o açúcar e determinava o barreamento
dos cantos das caixas, a retirada do dízimo, a
porção dos lavradores, etc. 5
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/no cabo
Da enxada e da foice
A mulher de Pai João o
branco
A roubou para fazer
mucama
O sangue de Pai João
se sumiu no
sangue bom
Como um torrão de
açúcar
/bruto
Numa panela de leite.
Pai João foi cavalo pra
/os filhos de ioiô
montar.
Pai João sabia histórias
tão /bonitas que
Davam vontade de
chorar
"Essas modificações na
organização interna do
trabalho permitiram a
sobrevivência do sistema
açucareiro. Isto porque, no
caso dos lavradores, por
exemplo, o senhor de
Engenho, mantendo o controle
dos meios de produção (terras
e Engenhos), lhes transferia os
custos de produção da cana e
ainda apropriava-se de uma
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O barracão correspondia a um
"armazém pertencente ao
Engenho ou arrendado a
alguém de confiança do
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60 Emília Moreira e Ivan Targino
reposição da força-de-trabalho
dos canaviais e era parte de
uma economia que, apesar de
ser ‘a mais necessária para a
terra’ sempre foi considerada
secundária e mantida de forma
subordinada" (BASSANEZI,
1994:21).
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68 Emília Moreira e Ivan Targino
As mudanças tecnológicas
introduzidas tanto na atividade agrícola como na
industrial, culminando com o próprio advento do
Engenho a vapor, foram incapazes de evitar a
persistência da crise que assolou o sistema
açucareiro. Para garantir a sobrevivência do setor
face a esta nova crise, o poder público
estabeleceu, no último quartel do século XIX,
incentivos econômicos e financeiros para a sua
reorganização. Primeiramente, através da
garantia de juros, tentou estimular a canalização
de capitais para as unidades fabris que não
abrangiam a parte agrícola ou de produção de
cana (MELO, 1975).
O Engenho Central correspondia a
uma unidade produtora de açúcar cuja atividade
limitava-se ao setor fabril (setor de
transformação) não abrangendo, portanto, a
atividade de produção agrícola. Sua criação
fundamentou-se na idéia de que os problemas do
setor achavam-se concentrados na etapa de
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as fronteiras da grande
criação, a intensa demanda de
animais de trabalho, o
paulatino aumento do
consumo da carne e,
principalmente, o
aparecimento do couro vacum
já teriam impulsionado
definitivamente a expansão da
pecuária, sua separação da
agricultura, seu afastamento
cada vez maior de faixa
litorânea"(GUIMARÃES,
1968:67).17
possível e provocaram o
avanço; a primeira por motivos
óbvios: o valor considerável do
ouro e dos diamantes, em
pequenos volumes e peso,
anulam o problema do
transporte. A segunda, para
empregar a pitoresca fórmula
do mesmo autor que acabei de
citar acima (Roteiro do
Maranhão, p.107) ‘porque os
gados não necessitam de
quem os carregue, eles são os
que sentem nas longas
marchas todo o peso dos seus
corpos’..." (PRADO apud
GUIMARÃES, 1968:68).
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dedicar-se ao cultivo de
alimentos (milho, feijão, fava,
mandioca) em pequenas
propriedades: os sítios"
(MOREIRA, 1990:13).
A corrente de povoamento, no
entanto, ficou restrita, inicialmente, ao Agreste
Baixo, em particular seguindo o vale do Rio
Paraíba. A ocupação do Agreste Alto foi retardada
pela conjugação de fatores tais como: vegetação
de floresta, relevo elevado, presença de
indígenas e falta de disponibilidade de capital.
Mesmo assim, em virtude das condições edafo-
climáticas favoráveis, “tem-se notícia da
existência de engenhos no Brejo já na segunda
metade do século XVIII” (ALMEIDA, 1994:20).
Contribuiu também para a ocupação
do Agreste o surgimento de currais e de pontos
de pouso, para gado e vaqueiros oriundos da
região sertaneja quando dos longos percursos em
direção ao Litoral. Algumas cidades agrestinas daí
se originaram e tiveram sua dinâmica relacionada
às feiras de gado que ali se desenvolveram. O
núcleo de povoamento de Itabaiana no Agreste
Baixo e a cidade de Campina Grande são dois
bons exemplos desse processo.
A agricultura de subsistência
complementada pelo criatório (voltado para o
autoconsumo) foram o suporte do processo inicial
de organização do espaço agrário agrestino.
Mudanças significativas na sua
dinâmica agrária e urbana regional foram
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 109
2.4.1. O sisal
2.4.2.1. A cotonicultura e a
organização da produção
e do trabalho no Brejo
“incrementa-se o fluxo de
imigrantes, tanto dos sertões
como do Litoral, inclusive de
portugueses, reorganiza-se o
espaço agrário e estruturam-se
os primeiros núcleos com
características urbanas. Antes
de terminar a segunda década,
já se consolidavam no cenário
brejeiro as povoações de
Bananeiras, Pilões, Alagoa
Nova e Areia. Esta última
elevada à categoria de vila real
em 1818” (ALMEIDA, 1994:21-
22).
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118 Emília Moreira e Ivan Targino
25"Soca": pedaço da cana que fica no solo após o corte e que pode rebrotar
duas vezes ou mais, a depender de certas condições. A cana do primeiro ano
é chamada no Brejo de "planta" ou "primeira folha"; a do segundo e terceiro
cortes se nomeia "soca" ou "segunda folha" ou "terceira folha".
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120 Emília Moreira e Ivan Targino
b) o período de fabricação da
rapadura: este coincidia com a época seca na
região, fase de pouca atividade na agricultura de
subsistência. Entre ficar sem trabalhar e efetuar
uma atividade remunerada nos Engenhos, os
trabalhadores não tinham muita escolha;
c) a possibilidade de completar a
ração alimentar da família com a rapadura. Era
comum nos Engenhos que os trabalhadores se
alimentassem de rapadura e também recebessem
uma pequena quantidade para distribuir com os
familiares.
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124 Emília Moreira e Ivan Targino
vertiginosamente todas as
folhas. Caíam os frutos.
Ressequiam-se os ramos.
Parecia uma coisa tangida por
mãos diabólicas e invisíveis. Ia
de sítio em sítio, de gruta em
gruta; ora apontando aqui mais
fraca para surgir além, terrível,
impetuosa, avassaladora. (...)
Como se vê, a praga abrangia
quase toda zona cafeeira do
Estado. O seu avanço perigoso,
parecia levar uma finalidade
única: matar o último pé de
café, no último socavão de
gruta” (ALMEIDA & ALMEIDA,
1995:95-97).
posteriormente do Instituto do
Açúcar e do Álcool, visando
estabilizar o mercado pelo
tabelamento da cana, pela
limitação da produção e
estabilidade do preço do
açúcar, por sua vez, favoreceu
a expansão da produção da
cana das usinas em detrimento
do interesse dos fornecedores”
(TARGINO, 1978:83).
A resposta encontrada pelos senhores
de Engenho do Brejo para resistir à dominação da
Usina foi aderir ao cultivo do sisal o qual, como foi
visto, contava naquele momento com uma boa
recepção no mercado internacional. Assim, a
partir de 1940 até os fins dos anos 50 o sisal e a
cana partilharam o espaço agrícola do Brejo
originando, segundo Nilo Bernardes, "uma das
mais bizarras combinações agrícolas jamais vista
no Brasil" (BERNARDES, 1958:44). Foi porém o
sisal que teve maior importância para a economia
do Brejo nesse período.
Com o declínio da atividade sisaleira a
partir do final dos anos 50, a cana-de-açúcar
voltou a constituir-se no principal produto agrícola
regional. A partir de então o sistema açucareiro
do Brejo caracterizar-se-á pela dominação da
Usina.
Sem alternativa que permitisse sua
independência em relação à Usina, a grande
maioria dos senhores de Engenho colocaram em
segundo plano a produção da rapadura e
transformaram-se em meros fornecedores de
cana. No início dos anos 70, poucos eram os
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130 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO I
ESTADO DA PARAÍBA
INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE AS USINAS DO LITORAL PARAIBANO
COM DESTAQUE PARA A TRANSFERÊNCIA DE TITULARIDADE
NOME LOCALIZA- DATA DA FUNDADOR ADQUIRENTE DATA DA NOVO
ORIGINAL ÇÃO FUNDAÇÃ AQUISIÇÃ NOME
DA USINA O O
Cumbe Santa Rita 1910 Arquimedes Flávio Ribeiro 1922 Usina Santa Rita
C. de Oliveira Coutinho
Bonfim Sapé 1917 Gentil Lins Renato Ribeiro 1922 Usina Santa Helena
Coutinho na com sede em Sapé
condição de tutor
dos irmãos
São Cruz do José Galvão de Renato Ribeiro 1922 Usina Santa Helena
Gonçalo ou Espírito – Mello Coutinho na com sede em Sapé
N. Sra. do Santo condição de tutor
Patrocínio dos irmãos
Engenho Santa Rita 1888 Companhia de Herdeiros de João 1914 Usina São João
Central São Engenhos Úrsulo Ribeiro
João Centrais Coutinho
Pedrosa Santa Rita 1922 Manuel Flaviano Ribeiro 1925 Usina Santana
Sebastião Coutinho
de Araújo
Pedrosa
Espírito Cruz do Adalberto Ribeiro Renato Ribeiro 1922 Usina Santa Helena
Santo Espírito – Coutinho na com sede em Sapé
Santo condição
de tutor dos
irmãos
133
134 Emília Moreira e Ivan Targino
Fonte: SANTANA,1990.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 135
QUADRO II
135
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 137
BIBLIOGRAFIA
137
138 Emília Moreira e Ivan Targino
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TAKEYA, D.M. Um outro Nordeste: o algodão na economia do Rio Grandedo
Norte (1880-1915). BNB/ETENE, 1985.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 139
3. MODIFICAÇÕES RECENTES
NA ORGANIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO
AGROPECUÁRIA
139
140 Emília Moreira e Ivan Targino
se considera que as
explorações da cana e da
pecuária constituem as duas
novas formas concretas
assumidas pelo capital no
processo recente de sua
dominação sobre a agricultura
paraibana" (MOREIRA, 1988:
269).
aumento da capacidade
produtiva do segmento
industrial da agroindústria
sucro-alcooleira, cuja
realização da produção passou
a ser garantida pelo Programa,
estimulou o crescimento do
segmento agrícola. Estímulo
esse reforçado pelos recursos
destinados à fundação ou
reforma dos canaviais"
(TARGINO & MOREIRA, 1992:
549).
149
150 Emília Moreira e Ivan Targino
"a continuidade do
crescimento da produção
canavieira em 1985 e 1986,
pode ser atribuída aos efeitos
defasados dos investimentos
realizados pelos produtores
entre 1979/84, com os
recursos oriundos da nova
estrutura do sistema de
crédito" (LIMA, 1994:18/19).
151
152 Emília Moreira e Ivan Targino
"Embora o aumento da
mecanização tenha reduzido a
necessidade de mão-de-obra
em determinadas fases do
processo produtivo, ele não
afetou a demanda de mão-de-
obra no período de colheita. O
que vale dizer, que a expansão
da área cultivada implicou na
necessidade de um maior
número de trabalhadores,
sobretudo no período de corte"
(MOREIRA, 1988:290).
155
156 Emília Moreira e Ivan Targino
O movimento ascendente da
economia canavieira no Estado vem, a partir da
segunda metade dos anos 80, dando mostras de
arrefecimento. A área colhida de 178 mil hectares
em 1986 foi declinando sistematicamente até
atingir 92 mil hectares em 1993. A quantidade
produzida declinou de 10,7 milhões de toneladas
em 1986 para 7,9 milhões de toneladas em 1992
e, em virtude da seca, para 1,8 milhão em 1993
(v. quadro III). O rendimento médio por hectare
de 60,1 mil kg/ha em 1986, caiu para 51,9 mil
kg/ha em 1992 e alcançou 19,8 mil kg/ha em
1993. A área plantada também foi reduzida. Os
usineiros e fornecedores de cana voltaram a falar
em crise e a exigir providências do Estado para
"salvar o setor".
Faz-se necessário esclarecer que a
drástica redução na quantidade produzida, na
área colhida e na participação da cana na
composição do valor da produção dos principais
produtos agrícolas dos municípios canavieiros em
1993, apesar de ter repercutido fortemente na
economia canavieira, não pode ser atribuída
unicamente à crise do setor como alguns querem
fazer crer. Na verdade, esse comportamento
altamente negativo da produção foi comum a
todas as lavouras e deveu-se principalmente à
ausência de chuvas decorrente de uma das mais
rigorosas secas que afligiram o Nordeste neste
século. Tanto é verdade, que a safra de 94/95
163
164 Emília Moreira e Ivan Targino
42Cf. Jornal Correio da Paraíba. "Safra da cana cresce em 40%". João Pessoa,
20/04/1995.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 175
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178 Emília Moreira e Ivan Targino
44Idem.Ibid.
181
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187
188 Emília Moreira e Ivan Targino
45Esses dados são fornecidos pela FIBGE, através dos Censos Agropecuários
da Paraíba de 1970 e 1980. De acordo com as informações da Produção
Pecuária Municipal, também da FIBGE, que, como já foi mencionado, utiliza
metodologia diferente do Censo para a obtenção dos seus dados, o rebanho
bovino da Paraíba em 1980 seria ainda maior que o citado, de 1.317.783
cabeças. Cf. FIBGE. Produção Pecuária Municipal, 1980.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 189
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192 Emília Moreira e Ivan Targino
195
196 Emília Moreira e Ivan Targino
201
202 Emília Moreira e Ivan Targino
3.4.1.2. O tomate
3.4.1.3. A banana
203
204 Emília Moreira e Ivan Targino
3.5.1. O algodão
213
214 Emília Moreira e Ivan Targino
3.5.2. O sisal
217
218 Emília Moreira e Ivan Targino
3.5.4. O fumo
223
224 Emília Moreira e Ivan Targino
227
228 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO III
ESTADO DA PARAÍBA
EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO E DA ÁREA
COLHIDA
COM CANA-DE-AÇÚCAR
1981/1993
229
230 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO IV
ESTADO DA PARAÍBA
PARQUE SUCRO-ALCOOLEIRO
(Situação em 1985)
QUADRO V
DÍVIDAS DO SETOR SUCRO-ALCOOLEIRO
(Em Cr$ mil de 1991- posição segundo a variação da TR em setembro de
1991)
ESTAD BANCO DO IAA RECEITA PROCURADORIA TOTAL
O BRASIL FEDERAL DA FAZENDA
NACIONAL
AC 10.525.887 – – – 10.525.887
AL 61.985.946 44.483.831 8.523.248 2.983.072 118.076.097
BA 84.908 9.248 223.188 1.948.675 2.266.019
CE 3.672.392 628.002 2.489.473 594.117 7.383.984
DF 498.273 - - 498.273
ES 2.414.907 - - - 2.414.907
GO 25.592.396 7.247 932.385 695.663 27.227.691
MA 7.817.246 168 85.030 - 7.902.444
MT 31.807.082 521 - - 8.425.962
MS 8.425.689 273 - - 8.425.962
MG 52.740.205 25.268.108 15.702.411 - 93.710.724
PA 56.589.536 2.617 - - 56.592.153
PB 44.208.123 2.582.211 3.347.610 8.730.559 58.868.503
PR 18.119.176 6.555 10.307.035 5.659.819 34.092.585
PE 127.656.270 62.693.076 10.118.605 2.888.385 203.356.336
PI 699.854 - - - 699.854
RJ 38.754.270 88.509.127 14.919.303 2.378.525 144.561.225
RN 8.279.824 1.830.654 - 3.224.862 13.334.800
RS 2.253.756 13 103.170 51.821 2.408.760
SC – 9 - - 09
SP 142.626.040 27.643.111 2.053.200 2.425.791 174.748.142
SE 2.899.411 61.731 - 1.663.223 4.624.365
TOTAL 647.651.191 253.729.502 68.804.658 33.244.512 1.003.526.323
Fonte: Relatório parcial da Comissão Interministerial- Setembro, 1991 (Publicado pelo Jornal do Brasil em 15 de setembro de 1991).
231
232 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO VI
ESTADO DA PARAÍBA
EFETIVO DE BOVINOS
1981/1993
ANOS EFETIVO DE
BOVINOS
1981 1.295.745
1982 1.225.864
1983 1.055.894
1984 1.128.276
1985 1.240.627
1986 1.431.583
1987 1.397.079
1988 1.409.825
1989 1.456.629
1990 1.345.361
1991 1.315.144
1992 1.319.682
1993 858.853
Fonte: FIBGE. Produção Agrícola Municipal, 1981 a 1993
QUADRO VII
ESTADO DA PARAÍBA
EFETIVO DE CAPRINOS, OVINOS, SUÍNOS E
AVES
1981/1993
233
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 235
QUADRO VIII
ESTADO DA PARAÍBA
EVOLUÇÃO RECENTE DA PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS LAVOURAS
ALIMENTARES
1981/1993
PRODUTO
ANO FEIJÃO MILHO MANDIOCA
ÁREA(ha) QUANT.(t) ÁREA(ha) QUANT.(t) (ha) (t)
ÁREA QUANT.
1981 249.596 28.178 213.494 26.208 62.721 464.470
1982 207.779 27.843 209.506 26.065 60.492 498.426
1983 192.756 26.436 195.937 24.954 192.756 26.436
1984 307.244 133.619 299.025 199.185 51.148 468.015
1985 297.952 78.268 282.448 159.408 56.264 521.251
1986 333.572 107.030 311.990 181.977 56.642 521.555
1987 333.007 42.795 303.891 63.547 49.205 446.500
1988 328.709 109.926 315.474 171.384 44.242 410.610
1989 337.004 103.920 318.284 156.811 50.108 436.054
1990 206.606 47.894 192.556 46.312 46.002 386.340
1991 281.249 94.456 260.971 130.148 47.270 421.741
1992 306.373 69.232 271.075 91.597 50.709 448.494
1993 53.780 9.392 34.769 6.407 31.875 238.601
Fonte: FIBGE. Produção Agrícola Municipal, 1981 a 1993.
235
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 237
BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, M. C. de. A terra e o homem no Nordeste. São Paulo,
Brasiliense, 1974.
ALBUQUERQUE, Paulo H.N.M. de. “O futuro de Pernambuco”. In: Anais do I
Seminário sobre a sócio-economia de Pernambuco. Recife,
Governo do Estado, SPLAN/FIPE, setembro/1991
ALBUQUERQUE, Kléber C. C. de. Uma determinação da produtividade da
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Graduação do Departamento de Economia da UFPb, 1994.
BRITO, C. A. de. O processo de penetração do capital na cultura do
abacaxi nos municípios de Sapé e Mari. João Pessoa, Série textos
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CARVALHO & MADRUGA. “O processo de degradação da Mata Atlântica no
Litoral paraibano”. (mimeo)
EGLER, C. & TAVARES, Sérgio. Impactos sociais, econômicos e
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Monografia de Graduação em Economia, Depto. de Economia da UFPb,
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João Pessoa, Relatório de Pesquisa, 1988.
JORNAL O NORTE. João Pessoa, 08/01/1993.
JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO. São Paulo, 14/02/1993;
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JORNAL CORREIO DA PARAÍBA. João Pessoa, 15/12/1990.
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__________ As fontes de crescimento da agricultura paraibana. João
Pessoa, Trabalho de Iniciação Científica. Depto. de Economia da
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LIMA, Gláucia M. de. & MITSUNAGA, Teresa. Conseqüência do uso
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julho/1992.
MARTINE, George. Fases e faces do processo de modernização
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MITSUNAGA, T. A questão dos agrotóxicos e a percepção dos
trabalhadores. João Pessoa, Projeto de Pesquisa do Mestrado em
Ciências Sociais/UFPb, 1992.
237
238 Emília Moreira e Ivan Targino
4. ESTRUTURA FUNDIÁRIA
239
240 Emília Moreira e Ivan Targino
243
244 Emília Moreira e Ivan Targino
245
246 Emília Moreira e Ivan Targino
247
248 Emília Moreira e Ivan Targino
MOREIRA:1996).
É importante também destacar, ao se
estudar a estrutura fundiária de um Estado como
o da Paraíba, que o pr oblema não se resume
QUADRO IX
ESTADO DA PARAÍBA
INDICADORES DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA
1970, 1980, 1985
QUADRO X
ESTADO DA PARAÍBA
EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA FUNDIÁRIA
1970/1980/1985
255
256 Emília Moreira e Ivan Targino
da
TOTAL 169.66 100,0 4.582.8 100,0 167.48 100,0 4.906.45 100,00 203.264 100,00 4.871.41 100,00
7 0 32 0 5 0 8 3
Fonte: FIBGE. Censos Agropecuários da Paraíba, 1970, 1980 e 1985.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 257
QUADRO XI
ESTADO DA PARAÍBA
PESSOAL OCUPADO E VALOR DA PRODUÇÃO
ANIMAL E VEGETAL, SEGUNDO AS CLASSES
DE ÁREA
1980
VALOR DA VALOR DA
CLASSES PESSOAL PRODUÇÃ PRODUÇÃ
DE ÁREA OCUPADO O ANIMAL O
(ha) (CR$ VEGETAL
1.000) (CR$
1.000)
- 10 333.753 1.445.375 3.425.377
10 - 20 82.900 634.833 934.430
20 - 50 83.385 962.843 1.250.437
50- 100 47.093 663.417 899.198
100 - 1.000 83.548 1.806.825 3.585.934
1.000 - 17.719 586.843 1.598.760
10.000
10.000 e 112 6.049 1.934
mais
s/declaraçã 97 – –
o
TOTAL 648.607 6.109.285 11.696.92
3
Fonte: FIBGE. Censo Agropecuário da Paraíba, 1980.
257
258 Emília Moreira e Ivan Targino
BIBLIOGRAFIA
5. MODERNIZAÇÃO TÉCNICA
DA AGROPECUÁRIA
ESTADUAL
259
260 Emília Moreira e Ivan Targino
d) do crescimento do número de
arados mecânicos que, de 659 em 1970,
passaram para 2.275 em 1980, o que significou
um aumento absoluto da ordem de 1.616 arados
(equivalente a um crescimento relativo de
245,2%);
e) do declínio da área média utilizada
por arado mecânico, de 6.954,2 hectares em
1970 para 2.156,7 hectares em 1980;
f) da redução da média dos
estabelecimentos por arado mecânico utilizado,
que caiu de 257 para 73 no mesmo período.
g) do aumento da disponibilidade de
tratores em relação à força-de-trabalho que mais
do que triplicou: de 1,4 trator, passou para 4,8
trator por 1.000 pessoas ocupadas na agricultura
no período de 1970/1980. Este aumento foi
superior ao verificado em nível nacional. De
acordo com Kageyama e Silva, no Brasil, no
mesmo período, a disponibilidade de tratores por
pessoa ocupada não chegou a triplicar. Ela
passou de 9,4 para 25,1 trator por 1.000 pessoas
ocupadas (KAGEYAMA & SILVA, 1983: 544).
Além desses indicadores do
crescimento da mecanização referentes à década
de 70, observou-se ainda um importante aumento
do número de estabelecimentos que passaram a
utilizar adubos químicos. De 579 em 1970, eles
chegaram a atingir um número superior a 6.000
em 1980. Tem-se também um aumento bastante
significativo dos gastos dos estabelecimentos
com defensivos agrícolas (de Cr$ 1.777 milhões
263
264 Emília Moreira e Ivan Targino
oportunidade de explorar,
mediante a sua força de
trabalho e a da sua família, a
cultura da terra, cuja posse e
respectiva titulação lhe serão
asseguradas" (GOVERNO DO
ESTADO DA PARAÍBA, 1983:55).
277
278 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XII
ESTADO DA PARAÍBA - POTENCIAL DE RECURSOS HÍDRICOS DOS AÇUDES
PÚBLICOS E PARTICULARES, SEGUNDO AS BACIAS HIDROGRÁFICAS (até
1986)
BACIAS AÇUDES AÇUDES AÇUDES PARTICULARES TOTAIS
HIDROGRÁFICAS PÚB.FEDERAIS PÚB.ESTADUAIS
No Volume No Volume No Volume No Volume
(106 m3) (106 m3) (106 m3) (106 m3)
1. Bacia do Rio Piranhas 18 1.905,74 57 606,39 2.599 3.904,80 2.674 6.416,93
1.1. Sub-bacia do Rio do Peixe 5 395,42 7 7,30 384 629,76 396 1.032,48
1.2. Sub-bacia do Alto – – 5 24,58 96 219,47 101 244,05
Piranhas
1.3. Sub-bacia do Rio Piancó 6 1.393,78 21 411,04 675 2.253,71 702 4.058,53
1.4. Sub-bacia do Médio 3 69,27 10 64,51 900 427,49 913 561,27
Piranhas
1.5. Sub-bacia do Rio 2 19,52 3 62,09 242 116,39 247 198,00
Espinharas
1.6. Sub-bacia do Rio Seridó 2 27,75 11 36,87 302 257,98 315 322,60
2. Bacia do Rio Paraíba 18 661,03 30 188,82 342 528,35 390 1.378,20
2.1. Sub-bacia do Rio Taperoá 9 49,07 12 60,28 124 252,54 145 361,69
2.2. Sub-bacia do AltoParaíba 3 73,34 8 107,46 79 76,33 90 257,13
2.3. Sub-bacia do Médio 5 538,30 7 6,25 47 47,82 59 592,37
Paraíba
2.4. Sub-bacia do Baixo 1 0,32 3 14,83 92 151,86 96 167,01
Paraíba
3. Bacia do Jacu – – 3 15,28 22 17,26 25 32,54
4. Bacia do Curimataú 2 13,40 5 9,71 45 39,68 52 62,79
5. Bacia do Mamanguape 2 1,33 9 14,08 155 53,09 166 68,50
6. Bacias Litorâneas Menores 1 0,20 1 0,57 18 4,98 20 5,18
6.1. Bacia do Rio Camaratuba 1 0,20 – – 18 4,98 19 5,18
6.2. Bacia do Rio Jacuípe – – – – – – – –
6.3. Bacia do Rio Gramame – – – – – – – –
6.4. Bacia do Rio Pitanga – – 1 0,57 – – 1 –
6.5. Bacia do Rio Goiana – – – – – – – –
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 279
279
280 Emília Moreira e Ivan Targino
BIBLIOGRAFIA
6. A POPULAÇÃO RURAL
PARAIBANA: SUA
EVOLUÇÃO E
A DINÂMICA ATUAL
“É lá pra’quelas bandas,
que mora a fome,
encarnada no bucho grande
da minha prole doentia,
estampada nas vertigens da
subnutrição
e nos calcanhares rachados do
pisar descalço,
na terra abrasada pela seca”.
287
288 Emília Moreira e Ivan Targino
lavoura da Parahyba”
(PINTO,1977. v. II:229);
• em quinto lugar, nesse período, verifica-se o
incremento dos fluxos imigratórios externos
que se dirigiam principalmente para a região
do café.
Esse último fator ampliou o
denominador da fração ao passo que os demais
concorreram para reduzir o numerador,
resultando, obviamente, no declínio da
contribuição do Estado para a formação da
população brasileira.
b) período de aumento da
participação (1900-1940). Nessa fase, registra-
se uma ligeira retomada do crescimento da
participação da população paraibana no total da
população brasileira, ainda que sem atingir o
nível de 1872. Nesse período, são encontradas as
maiores taxas de crescimento da população
estadual durante os últimos cem anos (3,4% a.a.
entre 1900-1920 e 1,9% a.a. entre 1920-1940).
Como é pouco provável que tenha havido uma
mudança nos padrões de mortalidade e de
natalidade da Paraíba em relação ao Brasil
durante aqueles anos, só resta a hipótese de uma
forte redução da emigração estadual como
explicação para a elevação da taxa de
crescimento da população, uma vez que a
imigração foi insignificante. Alguns fatores
econômicos podem ter contribuído para aumentar
a “capacidade estadual de retenção” de
população como se verá a seguir:
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 289
289
290 Emília Moreira e Ivan Targino
6.2.1. Fecundidade
295
296 Emília Moreira e Ivan Targino
299
300 Emília Moreira e Ivan Targino
Os deslocamentos de trabalhadores
das regiões agrestina e sertaneja para a Zona da
Mata durante os períodos de colheita da cana-de-
açúcar não constituem um fato novo. Vários
estudos já ressaltaram a sua importância em
nível do Nordeste. Entre esses, pode-se lembrar
os de Manoel Correia de Andrade e os de Maria
Teresa Suarez.
Segundo a hipótese levantada por
Suarez, a origem desse movimento migratório
"remonta ao período de implantação das Usinas e
abolição do trabalho escravo" (SUAREZ,1977:93).
Esses fluxos eram formados por minifundistas e
trabalhadores sem terra (sitiantes ou rendeiros),
procedentes das regiões do Sertão e
principalmente do Agreste. Eles dirigiam-se à
Zona da Mata durante o período de estiagem e de
subocupação nas suas áreas de origem. De
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 305
QUADRO XIII
POPULAÇÃO PARAIBANA
1774/1872
ANOS LITORAL AGRESTE (1) SERTÃO TOTAL
1774* 16.929 6.155 7.221 30.305
1775* - - - 52.000
1782* 30.009 7.914 14.540 52.463
1808** - - - 95.182
1811* - - - 122.407
1812* - - - 95.162
1819** - - - 96.448
1823** - - - 122.407
315
316 Emília Moreira e Ivan Targino
1830** - - - 246.000
1840* - - - 227.870
1847* 35.868 92.356 23.228 151.452
1851* 42.526 111.777 54.649 208.952
1860*** - - - 212.000
1867** - - - 300.000
1872** - - - 376.226
Fontes: * PINTO.1977; ** MARCÍLIO. 1974; ***SEIXAS. 1985
QUADRO XIV
QUADRO XV
QUADRO XVI
317
318 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XVII
ESTADO DA PARAÍBA
POPULAÇÃO RESIDENTE TOTAL E RURAL
1950 - 1991
QUADRO XVIII
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL,
SEGUNDO AS MESORREGIÕES
1970/1980
TAXA GEOMÉTRICA
MESORREGIÃO DE CRESCIMENTO
ANUAL DA
POPULAÇÃO RURAL
(%)
1970/1980
MATA PARAIBANA -1,60
AGRESTE -0,68
BORBOREMA -0,03
SERTÃO PARAIBANO 0,15
PARAÍBA -0,44
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 319
319
320 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XIX
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL,
SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1970/1980
TAXA GEOMÉTRICA DE
MICRORREGIÃO CRESCIMENTO ANUAL DA
POPULAÇÃO RURAL (%)
1970/1980
João Pessoa -3,92
Litoral Norte -0,51
Litoral Sul -0,40
Sapé -1,93
Curimataú Oriental 0,14
Brejo Paraibano -1,68
Campina Grande -1,30
Curimataú Ocidental -0,17
Esperança -0,09
Guarabira -0,79
Itabaiana -0,33
Umbuzeiro 0,35
Cariri Oriental -0,36
Cariri Ocidental 0,01
Seridó Ocidental -0,39
Seridó Oriental 0,42
Cajazeiras 0,10
Catolé do Rocha 0,21
Itaporanga 0,05
Patos -0,20
Piancó -0,70
Sousa -0,02
Teixeira 1,27
Fonte. FIBGE. Censos Demográficos de 1970 e 1980.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 321
QUADRO XX
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL,
SEGUNDO AS MESORREGIÕES
1980/1991
TAXA GEOMÉTRICA
MESORREGIÃO DE CRESCIMENTO
ANUAL DA
POPULAÇÃO RURAL
(%)
1980/1991
MATA PARAIBANA -0,72
AGRESTE -1,05
BORBOREMA -1,78
SERTÃO PARAIBANO 1,51
PARAÍBA -1,26
Fonte: Censos Demográficos da Paraíba, 1980 e 1991
321
322 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXI
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO RURAL,
SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1980/1991
TAXA GEOM. DE
MICRORREGIÃO CRESCIMENTO ANUAL DA
POPULAÇÃO RURAL (%)
1980/1991
João Pessoa -0,44
Litoral Norte -0,87
Litoral Sul 0,52
Sapé -1,44
Curimataú Oriental -1,23
Brejo Paraibano -1,39
Campina Grande -0,25
Curimataú Ocidental -1,53
Esperança -0,36
Guarabira -1,93
Itabaiana -1,00
Umbuzeiro -0,31
Cariri Oriental -0,71
Cariri Ocidental -2,50
Seridó Ocidental -2,98
Seridó Oriental -1,10
Cajazeiras -1,23
Catolé do Rocha -2,00
Itaporanga -1,48
Patos -2,69
Piancó -1,71
Sousa -1,98
Teixeira -0,33
Fonte. FIBGE. Censos Demográficos da Paraíba, 1980 e 1991.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 323
323
324 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXII
ESTADO DA PARAÍBA
POPULAÇÃO RESIDENTE E POPULAÇÃO MIGRANTE POR PROCEDÊNCIA, SEGUNDO O
TAMANHO DAS CIDADES 1 1970/1980
CLASSES/ANO NÚMERO POPULAÇÃO TOTAL2 POPULAÇÃO MIGRANTE
1970 Total 3 Urbana Rural
menos de 1.000 33 13.727 2.207 1.004 1.203
1.000 — 2.000 40 41.588 6.024 2.847 2.146
2.000 — 3.000 23 35.552 5.803 2.942 2.857
3.000 — 5.000 31 84.692 15.626 7.753 7.852
5.000 — 10.000 23 103.107 22.607 10.703 11.861
10.000 — 20.000 11 121.107 29.896 17.848 11.938
20.000 — 60.000 7 191.026 54.222 40.740 13.458
60.000 e mais 2 376.123 125.847 100.263 25.406
Total 966.922 262.234 184.110 77.721
1980
menos de 1.000 33 20.675 4.820 1.822 2.998
1.000 — 2.000 40 60.600 13.771 4.880 8.891
2.000 — 3.000 23 54.850 13.125 4.952 8.173
3.000 — 5.000 31 125.502 29.780 12.269 17.511
5.000 — 10.000 23 149.261 43.938 17.964 25.974
10.000 — 20.000 11 153.786 50.153 26.431 23.722
20.000 — 60.000 7 289.065 118.968 66.377 52.591
60.000 e mais 2 548.684 240.911 147.569 93.342
Total 1.402.423 515.466 282.264 233.202
Fonte: FIBGE. Censos Demográficos da Paraíba, 1970 e 1980.
QUADRO XXIII
ESTADO DA PARAÍBA
CIDADES QUE APRESENTARAM AS MAIORES
TAXAS ANUAIS DE CRESCIMENTO DA
POPULAÇÃO NA DÉCADA DE 80
325
326 Emília Moreira e Ivan Targino
BIBLIOGRAFIA
327
328 Emília Moreira e Ivan Targino
7. EVOLUÇÃO RECENTE DO
EMPREGO RURAL E DAS
RELAÇÕES DE TRABALHO
NO CAMPO PARAIBANO
331
332 Emília Moreira e Ivan Targino
337
338 Emília Moreira e Ivan Targino
A diminuição da força-de-trabalho
familiar, bem como dos parceiros subordinados,
dos arrendatários, dos moradores e agregados e
dos pequenos proprietários observada na década
de setenta, exprime com muita clareza a retração
de formas e relações de trabalho que não se
ajustam às novas necessidades de acumulação
capitalista na agricultura.
“É o capital necessitando
libertar a terra enquanto meio
de produção, de formas de
organização que não se
coadunam com a sua expansão
na esfera produtiva e que só
são permitidas enquanto não
76Produtores Proprietários são os que detêm a propriedade jurídica das
terras do estabelecimento (inclusive por usufruto, enfiteuse, comodato,
herança, etc.). FIBGE. Censo Agropecuário - 1970/1980.
347
348 Emília Moreira e Ivan Targino
se constituem impedimento à
sua expansão” (CANTALICE, D.
1985:85)
Se do ponto de vista do capital esse
processo representa a “libertação da terra” e sua
metamorfose em capital, do ponto de vista do
trabalhador ele significa o “cativeiro da terra”,
isto é, a impossibilidade de acesso a ela a não ser
enquanto força-de-trabalho assalariada.
Quanto aos produtores parceiros 77,
embora observe-se um aumento significativo no
conjunto do Estado (18,0% no período), no plano
regional eles reduziram-se em oito das treze
regiões agrárias identificadas em 1970 por
Moreira (MOREIRA,1988). Vale a pena ressaltar
que essa redução se deu inclusive nas áreas onde
essa forma de trabalho teve maior peso em
setenta: no Agreste de Esperança e no Cariri (v.
mapa concernente in: MOREIRA,1996). O seu
crescimento foi maior na porção setentrional do
Agreste (com destaque para os municípios de
Barra de Santa Rosa, Cuité, Cacimba de Dentro e
Arara, no Curimataú) e no extremo oeste do
Estado (v. mapa concernente in: MOREIRA,1996).
Os posseiros78 constituem a categoria
dos produtores sem terra que mais se expandiu
no período em estudo (35,7%). Essa expansão
deu-se tanto em nível estadual como na escala
intrarregional (o seu número aumentou na
77Produtores Parceiros são aqueles que exploram terras de terceiros em
regime de parceria mediante contrato verbal ou escrito, que prevê o
pagamento obrigatório, de um percentual da produção obtida. FIBGE. Censo
Agropecuário - 1970/1980.
78Os posseiros ou ocupantes são produtores rurais que exploram terras
públicas, devolutas ou de terceiros (com ou sem o consentimento do
proprietário), nada pagando pelo uso da terra.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 349
“(...) as transformações
econômicas, sociais e
institucionais promovidas pela
expansão do capitalismo
redefinem concretamente
categorias sociais não
caracteristicamente
capitalistas. Isto é, embora
351
352 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXIV
ESTADO DA PARAÍBA
PARTICIPAÇÃO DA PEA AGRÍCOLA NA PEA
TOTAL
1950-1990
357
358 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXV
ESTADO DA PARAÍBA
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA DO SETOR PRIMÁRIO POR
SEXO,
SEGUNDO A IDADE
1970-1980-1989
1970 (1) 1980 (1) 1989 (2)
IDADE TOTAL HOMEM MULHER TOTAL HOMEM MULHER TOTAL HOMEM MULHER
10 — 14 44.024 40.943 3.081 48.166 42.305 5.861 64.120 51.736 12.384
15 — 19 68.429 63.360 5.069 70.635 63.273 7.362 69.432 53.072 16.360
20 — 24 54.706 50.980 3.726 42.430 38.697 3.733 48.643 33.167 15.476
25 — 29 40.205 37.563 2.642 34.701 32.021 2.680 42.895 28.300 14.595
30 — 34 36.371 33.878 2.493 34.069 30.578 3.491
35 — 39 30.769 28.352 2.417 31.719 27.626 4.093 79.599a. 54.392a. 25.207a.
40 — 44 33.029 30.328 2.701 31.976 27.723 4.253
45 — 49 30.229 27.756 2.473 24.617 20.905 3.712 62.356b 38.477 b. 23.879 b.
.
50 — 54 28.842 26.322 2.520 26.360 22.734 3.626
55 — 59 22.660 20.683 1.977 24.091 21.253 2.838 42.010c. 31.397c. 10.613c.
60 — 64 19.041 17.338 1.703 19.117 17.004 2.113
65 — 69 12.959 11.793 1.166 13.743 12.397 1.346
70 e 15.705 14.343 1.362 10.256 9.464 792 42.457d 34.938d. 7.519d.
mais .
Idade 968 864 104 729 680 49 – – –
Ignorada
Total 437.937 404.503 33.434 412.60 366.660 45.949 451.512 325.479 126.033
9
359
360 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXVI
ESTADO DA PARAÍBA
EVOLUÇÃO DO EMPREGO ASSALARIADO,
SEGUNDO AS MESORREGIÕES
1970 - 1980
MESORREGIÕES 1970 1980 1970/80
VARIAÇÃO(%)
MATA 16.900 22.893 35,5
AGRESTE 30.846 45.029 46,0
BORBOREMA 10.045 27.236 171,1
SERTÃO 16.042 71.426 345,2
PARAÍBA 73.833 166.584 125,6
Fonte: Censos Agropecuários da Paraíba, 1970, 1980.
QUADRO XXVII
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DO EMPREGO ASSALARIADO
TEMPORÁRIO, SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1970 - 1980
1970/1980
MICRORREGIÃO Variação(%)
João Pessoa 62,7
Litoral Norte 35,2
Litoral Sul 223,2
Sapé -17,8
Curimataú Oriental 145,5
Brejo Paraibano 24,9
Campina Grande -12,2
Curimataú Ocidental 75,9
Esperança -33,1
Guarabira 34,9
Itabaiana 112,1
Umbuzeiro 356,2
Cariri Oriental 795,1
Cariri Ocidental 217,8
Seridó Ocidental 291,8
Seridó Oriental 70,6
Cajazeiras 205,6
Catolé do Rocha 152,0
Itaporanga 132,8
Patos 376,7
Piancó 679,3
Sousa 370,5
Teixeira 541,4
Fonte: FIBGE. Censos Demográficos da Paraíba, 1970 e 1980.
361
362 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXVIII
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DO EMPREGO ASSALARIADO
PERMANENTE, SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1970 - 1980
1970/1980
MICRORREGIÃO Variação(%)
João Pessoa 47,8
Litoral Norte 52,2
Litoral Sul 258,3
Sapé 20,6
Curimataú Oriental 193,9
Brejo Paraibano 42,2
Campina Grande 69,9
Curimataú Ocidental 29,6
Esperança 71,7
Guarabira -1,7
Itabaiana 35,3
Umbuzeiro -20,2
Cariri Oriental 101,4
Cariri Ocidental 57,2
Seridó Ocidental 298,5
Seridó Oriental -27,1
Cajazeiras 205,6
Catolé do Rocha 152,0
Itaporanga 22,4
Patos 124,5
Piancó 163,6
Sousa 132,1
Teixeira -40,5
Fonte: FIBGE. Censos Demográficos da Paraíba, 1970 e 1980.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 363
QUADRO XXIX
ESTADO DA PARAÍBA
CONDIÇÃO DO PRODUTOR POR CATEGORIA E TAMANHO DO
ESTABELECIMENTO
1970 - 1980 - 1985.
TAMANHO DOS
ESTABELECIME PROPRIETÁRIOS ARRENDATÁRIOS PARCEIRO OCUPANTE
-NTOS POR
CLASSES
DE ÁREA 1970 1980 1985 1970 1980 1985 1970 1980 1985 1970 1980 1985
(ha)
menos de 10 61.801 56.581 71.445 30.348 23.127 23.940 4.674 5.393 13.468 19.019 26.880 39.199
10 — 20 17.062 16.573 16.913 1.875 1.495 801 421 658 977 1.607 1.745 1.638
20 —50 15.142 15.930 16.049 780 603 317 261 287 477 989 1.049 894
50 — 100 6.579 7.308 7.321 248 214 146 85 95 178 378 375 295
100 —200 3.754 4.234 4.336 164 106 60 36 61 95 211 176 136
200 — 500 2.626 2.829 2.924 81 85 60 47 30 50 107 108 83
500 — 1000 750 860 859 17 15 15 9 3 15 41 27 32
1000 e mais 500 534 521 6 9 6 3 5 3 21 – 11
Sem 18 - 11 2 - - - - - 5 15 2
declaração
Total 108.23 104.84 120.37 33.521 25.654 25.345 5.536 6.532 15.263 22.378 30.375 42.290
2 9 9
Fonte: Censos Agropecuários da Paraíba - 1970, 1980 e 1985.
363
364 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXX
ESTADO DA PARAÍBA
EVOLUÇÃO DO EMPREGO ASSALARIADO, SEGUNDO
AS MESORREGIÕES
1980 - 1985
MESORREGIÕES 1980 1985 1980/85
VARIAÇÃO(%)
Mata 22.893 29.371 28,3
Agreste 45.029 25.635 -43,1
Borborema 27.236 17.013 -37,5
Sertão 71.426 36.412 -49,0
PARAÍBA 166.584 108.431 -34,9
Fonte: Censos Agropecuários da Paraíba, 1980 e 1985
QUADRO XXXI
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DO EMPREGO ASSALARIADO
PERMANENTE, SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1980/85
1980/1985
MICRORREGIÃO Variação(%)
João Pessoa -22,2
Litoral Norte 54,9
Litoral Sul 65,8
Sapé 0,1
Curimataú Oriental -43,9
Brejo Paraibano -52,8
Campina Grande 1,7
Curimataú Ocidental -25,1
Esperança -3,9
Guarabira -21,7
Itabaiana -5,2
Umbuzeiro 38,5
Cariri Oriental 22,9
Cariri Ocidental -29,9
Seridó Ocidental -18,0
Seridó Oriental 27,3
Cajazeiras -44,8
Catolé do Rocha 12,2
Itaporanga -29,9
Patos -26,7
Piancó -19,2
Sousa -75,9
Teixeira -54,2
Fonte: Censos Agropecuários da Paraíba, 1980, 1985.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 365
QUADRO XXXII
ESTADO DA PARAÍBA
CRESCIMENTO DO EMPREGO ASSALARIADO
TEMPORÁRIO, SEGUNDO AS MICRORREGIÕES
1980/85
1980/1985
MICRORREGIÃO Variação(%)
João Pessoa 3,6
Litoral Norte 113,5
Litoral Sul -0,5
Sapé 19,5
Curimataú Oriental -56,9
Brejo Paraibano -39,3
Campina Grande -34,0
Curimataú Ocidental -47,9
Esperança -85,7
Guarabira -41,1
Itabaiana -60,2
Umbuzeiro -63,7
Cariri Oriental -57,1
Cariri Ocidental -21,1
Seridó Ocidental -80,7
Seridó Oriental -52,8
Cajazeiras -44,8
Catolé do Rocha 12,2
Itaporanga -35,3
Patos -53,0
Piancó -51,3
Sousa -63,9
Teixeira 11,6
Fonte: Censos Agropecuários da Paraíba, 1980, 1985.
365
366 Emília Moreira e Ivan Targino
BIBLIOGRAFIA
8. OS MOVIMENTOS SOCIAIS
NO
CAMPO E AS CONQUISTAS
DA
CLASSE TRABALHADORA *
A acentuação da proletarização
observada recentemente no campo decorre de
dois eixos do mesmo processo de subordinação
da agricultura ao capital: de um lado, as
mudanças técnicas na produção agrícola, com o
aproveitamento mais intensivo das terras para
aumentar a produtividade, têm provocado a
destruição da policultura alimentar produzida por
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 371
375
376 Emília Moreira e Ivan Targino
84Esse dia tinha sido escolhido por Margarida para realizar o lançamento da
campanha trabalhista no seu município.
379
380 Emília Moreira e Ivan Targino
88A CUT foi fundada na Paraíba em agosto de 1983. A atuação direta da CUT
no campo se fortalece após a criação do Departamento Estadual de
Trabalhadores Rurais em 1989.
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 385
387
388 Emília Moreira e Ivan Targino
Segundo Martins,
tranqüilidade” (CAMARGO,
1994:118).
À transferência de titularidade e ao
subseqüente parcelamento do imóvel segue-se,
via de regra, um processo de venda. Na maioria
dos casos, os trabalhadores não são notificados,
nem lhes é concedido o direito de preferência,
garantido pelo Estatuto da Terra. Esse
descumprimento da lei abre uma brecha para que
eles recorram à justiça, dando início à luta contra
a expulsão-expropriação.
• a resistência do plantio
A luta pela terra na Paraíba traz
embutida a luta contra a subordinação da terra à
monocultura e à pecuária. Ela representa, ainda,
a luta dos que têm fome de alimentos contra os
que têm fome de lucro. É neste sentido que se
coloca a resistência ao plantio de “culturas de
rico” e de “pasto”. Concretamente essa
Capiítulos de Geografia Agrária da Paraíba 397
8.2.2.1. A Igreja
405
406 Emília Moreira e Ivan Targino
411
412 Emília Moreira e Ivan Targino
413
414 Emília Moreira e Ivan Targino
415
416 Emília Moreira e Ivan Targino
“diminuiu a necessidade de
assalariamento entre os
assentados e foi possível, para a
maioria das famílias, adquirir
bens pessoais e de trabalho,
inclusive casa própria (...)
Segundo os entrevistados seu
rendimento econômico
aumentou após a conquista da
terra” (CAMARGO, 1994:256).
QUADRO XXXIII
ESTADO DA PARAÍBA
ACAMPAMENTOS DE TRABALHADORES
SEM TERRA
(MAIO/1996)
427
428 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXXIV
.ESTADO DA PARAÍBA
UNIDADES DE MEDIDA DE COMPRIMENTO, DE
ÁREA E DE PESO UTILIZADAS NO CORTE E
PLANTIO DA CANA
UNIDADES PARAÍBA
De Comprimento braça (2,2 metros)
De Área cubo (2,2 metros)
conta (12X13 braças, ou 755m2)
De Peso tonelada
carga (100 kg)
Fonte: LAT/UFPB. In: ADISSI & SPAGNUL. Convenções Coletivas:
quantificando o roubo dos patrões. Proposta. Ano IV, n°. 42. Rio de Janeiro.
Out. 1989.
QUADRO XXXV
ESTADO DA PARAÍBA
ÁREAS DESAPROPRIADAS ENTRE 1966 E 1990
LOCALIZAÇÃO/ No. DE NOME ÁREA (ha) No. DE
MUNICÍPIO ORDEM DO IMÓVEL FAMÍLIAS
Itabaiana 01 Fazenda Urna* 162,1214 26
23 Piacas 805,5093 88
TOTAL 41.515,3856 2.788
*Desapropriadas pelo Estado
a. Subjúdice até julho de 1996
Fonte: Incra/Pb, Fundap/Pb.
429
430 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXXVI
ESTADO DA PARAÍBA
ÁREAS ADQUIRIDAS ATRAVÉS DE COMPRA PARA
FINS DE REFORMA AGRÁRIA
431
432 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXXVII
ESTADO DA PARAÍBA
ÁREAS DESAPROPRIADAS ENTRE 1993 E 1996
Sapucaia(1995)
Campina Grande Fazenda Santa Cruz* ? ?
* Subjúdice
Fonte: Incra/Pb
433
434 Emília Moreira e Ivan Targino
QUADRO XXXVIII
ESTADO DA PARAÍBA
ÁREAS DE CONFLITO NÃO SOLUCIONADO
MAIO/1996
MUNICÍPIO No. DE IMÓVEL SITUAÇÃO
ORDEM ATUAl
Alagoinha 01 Fazenda Genipapo I sem denúncia
desde 1986
02 Fazenda Genipapo II sem denúncia
desde 1986
03 Fazenda Cumarú/Jacaré sem denúncia
desde 1986
435
436 Emília Moreira e Ivan Targino
aguardando
lançamento de
TDA para
ajuizamento da
desapropriação
43 Fazenda Ribeiro em vias de
solução; com
Dec., aguardando
lançamento de
TDA para
ajuizamento da
desapropriação
437
438 Emília Moreira e Ivan Targino
BIBLIOGRAFIA
439