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Biologia – 10º ano

- Diversidade na Biosfera
✿ Terra – É um sistema quase fechado – há troca de energia com o exterior e uma mínima troca de matéria.
✿ Biosfera – É o conjunto de todos os ecossistemas do nosso planeta.
✿ Biodiversidade – É o conjunto da variabilidade de organismos vivos.
✿ Átomos → Moléculas → Organelos → Célula → Tecidos → Órgãos → Sistema de Órgãos → Organismo
→ Espécie → População → Comunidade biótica/ Biocenose → Ecossistema → BIOSFERA

➩ Relações Bióticas - São relações estabelecidas entre os seres vivos, como as relações
alimentares/tróficas, que constitui uma cadeia alimentar (transferência de energia e matéria).

Produtor ⇨ Consumidor Primário ⇨ Consumidor Secundário ⇨ …


⇩ ⇩ ⇩
1º nível trófico 2º nível trófico 3º nível trófico

✿ Produtores – Realizam a fotossíntese ou a quimiossíntese – deste processo são fabricados compostos


orgânicos a partir de matéria mineral.
Exemplos: Reino Plantae, Reino Monera e Reino Protista ⇨ seres autotróficos.
✿ Consumidores – Alimentam-se de outros organismos para terem matéria orgânica pois são incapazes de
a produzir a partir de compostos inorgânicos.
Exemplos: Reino Animalia e Reino Protista ⇨ seres heterotróficos.
✿ Decompositores – Obtêm o seu alimento transformando em matéria inorgânica a matéria orgânica
contida nos restos mortais e em produtos de excreção.
Exemplos: Reino Fungi e Reino Monera ⇨ seres heterotróficos.

➩ Célula – É a unidade básica e estrutural dos seres vivos


✿ A Teoria Celular – A célula é considerada como:
➥ Unidade estrutural, pois todos os organismos são formados por células.
➥ Unidade funcional, pois realizam um conjunto de funções vitais, por exemplo, trocam matéria e
energia com o exterior através de transportes passivos e ativos.
➥ Unidade de reprodução, pois as células provêm de células pré-existentes.
➥ Unidade hereditária, pois é nela que se encontra toda a informação genética.

✿ Os aspetos comuns entre células:


➥ Membrana celular/membrana plasmática;
Joana Araújo
➥ Citoplasma/hialoplasma;
➥ Ribossomas;
➥ Material genético.

✿ As células procarióticas
➥ Célula simples;
➥ Não possuem núcleo individualizado e organizado, o seu
DNA encontra-se disperso no citoplasma – nucleoide;
➥ Ausência de organitos com membrana;
➥ A fotossíntese ocorre em cloroplastos e a respiração em
mitocôndrias.

✿ As células eucarióticas
➥ Célula complexa;
➥ Possuem núcleo individualizado, o DNA encontra-se localizado numa determinada zona da
célula;
➥ Elevado número de organelos membranares;
➥ E fotossíntese ocorre em cloroplastos e a respiração em mitocôndrias.

As células eucarióticas podem ser divididas em células animais e células vegetais.

As células são constituídas por compostos orgânicos formados essencialmente por carbono (C), hidrogénio
(H), oxigénio (O) e azoto (N). Elas também são constituídas por compostos inorgânicos, como a água e sais
minerais, e, compostos orgânicos como glícidos, lípidos, prótidos e ácidos nucleicos.

✿ Compostos Inorgânicos
➥ Água
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⛭ Características:
- Principal constituinte molecular dos seres vivos;
- Molécula polar com grande poder solvente;
- Atua como reagente químico em várias reações devido à sua capacidade de ionização.
⛭ Funções:
- Estrutural; - Remoção de resíduos (urina);
- Transporte de substâncias (plasma); - Regulação da temperatura corporal (suor).

➥ Sais Minerais
⛭ Características:
- Encontram-se na forma salina (carbonato de cálcio, etc.) e na forma iónica (𝐶𝐴2+ ,𝐶𝑙 − , 𝑀𝑔2+ ).
⛭ Funções:
- Estrutural (ossos);
- Reguladora (algumas enzimas).

✿ Compostos Orgânicos
➥ Prótidos
⛭ Características:
- Compostos Quaternários (C, H, O e N);
- Unidade estrutural: aminoácidos;
- Tipo de ligação: peptídica;
- Hierarquia estrutural: aminoácidos, peptídios (dipéptidos,…polipéptidos), proteínas.
⛭ Funções:
- Estrutural (membranas celulares); - Motora (músculos);
- Enzimática (enzimas); - Hormonal (insulina);
- Transporte (hemoglobina); - Imunológica (anticorpos).

➥ Glícidos
⛭ Características:
- Compostos Ternários (C, H e O);
- Unidade estrutural: monossacarídeos ou oses que podem ser classificados atendendo ao número de
carbonos da molécula em triose, pentose, hexose;
- Tipo de ligação: glicosídica;
- Hierarquia estrutural: monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos.
⛭ Funções:
- Estrutural (celulose, quitina);
- Energética (glicose).

➥ Lípidos

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⛭ Características:
- Compostos Ternários (C, H e O);
- Insolúvel em água;
- Tipo de ligação: éster;
- Solúveis em solventes orgânicos.
⛭ Funções:
- Estrutural (membrana celular); - Protetora (gordura subcutânea);
- Energética (produção de calor); - Hormonal (progesterona).

➥ Ácidos Nucleicos
⛭ Características:
- Unidade estrutural: nucleótido;
- Tipos de ácidos Nucleicos: DNA (Ácido Desoxirribonucleico) e RNA (Ácido Ribonucleico);
- RNA: estrutura simples; DNA: estrutura em dupla hélice.
- É constituído por um grupo fosfato, uma pentose e uma base azotada.
⛭ Funções:
- Armazenamento da informação genética;
- Transferência de informação.

✿ Reação de Condensação e Reação de Hidrólise


As biomoléculas (macromoléculas) são polímeros, isto é, são cadeias de monómeros, como os aminoácidos,
monossacarídeos, glicerol, ácidos gordos e nucleótidos. Quando dois monómeros se ligam - polimerização,
liberta-se uma molécula de água (reação de condensação ou de desidratação). Quando um polímero se
desdobra nos seus diversos monómeros – despolimerização, consome-se uma molécula de água por cada
ligação quebrada (reação de hidrólise).

▭ - monómero
➥ Reação de Condensação

HO-▭-▭-▭-H → HO-▭-▭-▭-▭-H + H-OH

➥ Reação de Hidrólise

HO-▭-▭-▭-H → HO-▭-▭-▭-H + H-▭-OH

- Obtenção de Matéria pelos seres heterotróficos


✿ Seres Heterotróficos - Usam compostos orgânicos do meio para obterem a energia e matéria-prima.

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✿ Digestão - Transforma polímeros em monómeros.
✿ A VIDA DAS CÉLULAS DEPENDE DO MOVIMENTO DE SUBSTÂNCIAS ATRAVÉS DA
MEMBRANA!
➩ A Membrana Plasmática
➥ Mantém a integridade da célula;
➥ Apresenta permeabelidade seletiva.

✿ Modelo do Mosaico Fluido


Há movimentos exemplares da mobilidade lateral das moléculas de fosfolípidos e das proteínas trocando na
mesma camada de posição umas com as outras, e, pontualmente, os movimentos de uma camada para a outra
– movimentos de flip-flop.

➩ Movimentos através das membranas celulares


➥ Com intervenção de proteínas - transporte mediado;
➥ Sem intervenção de proteínas – transporte não mediado.

✿ Difusão Simples – transporte não mediado


➥ Transporte de pequenas moléculas (𝑂2, 𝐶𝑂2 , glicose, ureia);
➥ A favor do gradiente de concentração – transporte passivo;
➥ A velocidade de movimentação do soluto é diretamente proporcional à diferença de concentração
entre dois meios.

✿ Osmose – transporte não mediado


➥ Transporte de água;
➥ Aquaporinas – rápidos movimentos de água através da membrana implicam a existência de poros
ou canais proteicos;
➥ As moléculas de água movem-se do meio hipotónico para o meio hipertónico.
➥ 1- quando o meio envolvente é hipertónico em relação ao meio intracelular, a água
movimenta-se para o exterior da célula, diminuindo o seu volume celular. A célula diz-se
plasmolisada.
➥ 2- quando o meio envolvente é hipotónico ao meio intracelular, a água entra pelas
células e estas ficam túrgidas. No caso das células animais, por ausência de parede celular, a
turgescência pode conduzir, em situação-limite, à rutura da membrana – lise celular.

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➥ 3- quando os meios possuem igual concentração – isotónica – estabelece-se uma situação de equilíbrio
em que o fluxo de água que entra nas células é igual ao fluxo de saída.

✿ Difusão Facilitada – transporte mediado


➥ É o transporte de moléculas pequenas com intervenção de proteínas específicas, com o nome
permeases;
➥ A favor do gradiente de concentração;
➥ Neste transporte, a velocidade com que a substância
atravessa a membrana aumenta, inicialmente, com o aumento da
concentração dessa substância, mas a partir de um determinado
momento verifica-se uma estabilização da velocidade até que fica
constante, correspondendo à velocidade máxima. Isto verifica-se
quando, num dado momento, todos os transportadores da membrana se encontram saturados (ocupados).

✿ Transporte ativo – transporte mediado


➥ Ocorre contra o gradiente de concentração – do meio hipotónico para o meio hipertónico – ou
seja, exige a utilização de energia;
➥ Tem a participação de proteínas transportadoras chamadas ATPases;
➥ Permite que as células mantenham constante a concentração de certas substâncias no citoplasma
apesar das suas concentrações serem superiores em relação ao meio extracelular e também permite eliminar
substâncias mesmo quando se encontram em concentração muito inferior à do meio extracelular;
➥ A bomba de sódio e potássio é um exemplo de transporte ativo.

✿ Endocitose e Exocitose
➥ Quando a quantidade de moléculas ou o seu tamanho impossibilita a sua passagem através da
membrana, as células possuem mecanismos que envolvem a formação de vesículas a partir da membrana
celular.
➥ Na endocitose:
- Transporte de material do meio externo para o meio interno;

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- Começa com a formação de uma invaginação da membrana plasmática, que, vai englobando o
material extracelular. Esta invaginação acaba por se destacar da membrana, formando uma vesícula
endocítica.
- Há duas modalidades de endocitose – a pinocitose e a fagocitose. A pinocitose consiste na
captação de pequenas gotas de fluido ou substâncias dissolvidas em pequenas vesículas endocíticas. A
fagocitose consiste na captação de partículas de maiores dimensões ou mesmo de células inteiras
(pseudópodes), com formação de vesículas endocíticas.

➥ Na exocitose:
- Transporte do meio interno para o meio externo;
- Liberta-se resíduos resultantes da digestão
intracelular/moléculas sintetizadas no seu interior;
- As vesículas exocíticas convergem para a
membrana, fundem-se com ela e libertam o seu conteúdo no
meio extracelular.

➩ Ingestão, digestão e absorção


➥ Ingestão –Entrada de alimentos para o organismo.
➥ Digestão – Processos de transformação de moléculas complexas em mais simples.
➥ Absorção – Passagem das moléculas simples resultantes da digestão para o meio interno.

✿ Digestão intracelular
➥ Verifica-se em seres heterotróficos unicelulares eucariontes, alguns seres heterotróficos
multicelulares e em certas células de seres multicelulares.
➥ No processo intervêm o retículo endoplasmáticos rugoso, o complexo de Golgi e os lisossomas.
➥ As proteínas enzimáticas sintetizadas nos ribossomas do retículo endoplasmático rugoso são
transportadas até ao complexo de Golgi ou são armazenadas em vesículas que se destacam do retículo e que
se fundem com o complexo de Golgi. No interior do complexo de Golgi, as proteínas sofrem maturação, o
que as torna funcionais, acabando por ser tranferidas
para vesículas designadas por lisossomas.
➥ A digestão intracelular ocorre no
interior de vacúolos digestivos, que resultam da fusão
dos lisossomas com vesículas endocíticas. Por ação
das enzimas digestivas, as moléculas complexas
existentes no interior dos vacúolos digestivos são
desdobradas em moléculas mais simples – digestão -
, que podem transpor a sua membrana para o
citoplasma – absorção. O resíduos resultantes da
digestão são eliminados para o meio extracelular por
exocitose.
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✿ Digestão extracelular
➥ Ocorre fora das células;
➥ Nalguns organismos, como os fungos, a digestão extracelular ocorre fora do
organismo. Neste caso, a digestão extracelular é extracorporal. A digestão ocorre em
filamentos – hifas – no interior dos substratos orgânicos, sobre os quais se desenvolvem.
Elas segregam enzimas, que são lançadas sobre o substrato, digerindo-o
➥ A maioria dos organismos heterotróficos ingerem os alimentos e digerem no interior do seu
organismo, em cavidade/órgãos especializados – digestão intracorporal. A existência de uma cavidade
digestiva permite a ingestão de uma maior quantidade de alimento de cada vez, logo, a obtenção de uma maior
quantidade de nutrientes.

⛭ Tubo digestivo incompleto


➥ A hidra e a planária possuem um tubo digestivo que apresenta uma única abertura, que estabelece
a comunicação entre o exterior e a cavidade digestiva, designada cavidade gastrovascular. Esta abertura é
designadas por boca, mas tem função de boca e ânus;
➥ A digestão inicia-se na cavidade gastrovascular – digestão extracelular – onde são lançadas
enzimas que atuam sobre os alimentos e os transformam em partículas mais simples. As partículas
parcialmente digeridas são depois fagocitadas por células que continuam a digestão dentro de vacúolos
digestivos – digestão intracelular. Coexistem digestão extracelular e digestão intracelular.

⛭ Tubo digestivo completo


➥ Há duas aberturas: boca e ânus.
➥ Um tubo digestivo completo constitui uma vantagem: permite a sequenciação e a simultaneidade
das fases digestivas, pois existe apenas uma direção de funcionamento (o animal pode estar a ingerir, digerir,
absorver e a eliminar ao mesmo tempo); a digestão pode ocorrer em mais do que um órgão (maior rapidez e
maior quantidade de nutrientes); a absorção é mais eficiente (há maior superfície).
➥ A minhoca:
- O alimento entra na boca, passa pela faringe, pelo esófago e deste para o papo, onde é
acumulado e humidificado. A seguir, passa para a moela, onde é triturado com a ajuda de grãos de areia. O
alimento fracionado por digestão mecânica vai para o intestino, onde sofre a ação de enzimas (digestão
química). A absorção intestinal é mais eficiente, pois possui uma prega intestinal (a tiflosole) que aumenta a
área de absorção.
➥ O Homem:
- Na boca, por ação dos dentes e da saliva, inicia-se a digestão mecânica e química. No estômago
e no intestino delgado são produzidas enzimas específicas, ocorrendo também aqui a digestão mecânica e
química. No intestino delgado são lançados ao mesmo tempo o suco pancreático e a bílis, provenientes,
respetivamente, do pâncreas e do fígado (glândulas anexas). Ainda no intestino delgado, depois da digestão,
inicia-se a absorção, facilitada pela existência de pregas – válvulas coniventes – revestidas por vilosidades
intestinais e estas por microvilosidades. Por difusão ou transporte ativo, os nutrientes atravessam as
membranas das células. Já o material não absorvido vai para o intestino grosso, onde ocorre a absorção de
água antes da sua eliminação pelo ânus.
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- Transmissão do impulso nervoso
➩ Neurónio:

✿ Dendrites - Recebem e conduzem as informações nervosas provenientes do ambiente ou de outras células


nervosas até ao corpo celular.
✿ Corpo celular - Constitui a porção mais volumosa do neurónio, albergando o núcleo e a maioria dos
componentes citoplasmáticos. Integra e trata as informações, emitindo mensagens.
✿ Axónio – Transmite as mensagens a outro neurónio ou a um órgão efetor (glândulas ou músculos). A sua
extremidade encontra-se ramificada. Nos vertebrados, alguns axónios estão envolvidos pela bainha de mielina,
que apresenta descontinuidades (nódulos de Ranvier).
✿ Bainha de mielina – A sua função é proteger o axónio. Esta permite a condução dos sinais nervosos
(impulsos elétricos) com velocidade e precisão. Corresponde ao enrolamento da célula de Schwann).
✿ Nódulo de Ranvier – Descontinuidades na bainha de mielina. Servem para que o impulso nervoso
transmitido tenha maior velocidade.
✿ Placa Motriz – Contêm recetores que permitem ao músculo responder ao mensageiro químico.

➩ Como é transmitida a informação ao longo dos neurónios?


A informação chega ao neurónio pelas dendrites e sai sempre pelo axónio (arborização terminal).

neurónio em repouso neurónio estimulado neurónio em repouso


membrana polarizada membrana despolarizada membrana polarizada
potencial de repouso: -70mV potencial de ação: +35mV potencial de repouso: -70mV
⇩ ⇩ ⇩

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➩ Impulso nervoso e a libertação de neurotransmissores
Quando o impulso nervoso atinge a extremidade do axónio pode deparar-se com outro neurónio ou com um
órgão efetor (músculo ou glândula). A sinapse é a zona de comunicação entre neurónios ou de um neurónio
com um órgão efetor.

➥ Na sinapse há um espaço extracelular – Fenda sináptica;


➥ Neurónio pré-sináptico – Neurónio que leva a informação para a sinapse;
➥ Neurónio pós-sináptico – Neurónio que recebe a informação nessa sinapse;
➥ A mensagem nervosa para ser passada, tem de ultrapassar a fenda sináptica, a mensagem elétrica
converte-se em mensagem química.

➥ Na extremidade do axónio pré-sináptico há vesículas sinápticas que armazenam substâncias


químicas por ele produzidas – neurotransmissores.
➥ Quando o potencial de ação atinge a sinapse, as vesículas deslocam-se para a membrana pré-
sináptica e fundem-se com ela, libertando os neurotransmissores, por exocitose. Os neurotransmissores
difundem-se através da fenda sináptica, sendo recebidos por recetores específicos localizados nas dendrites
do neurónio pós-sináptico. Os neurotransmissores alteram a permeabilidade da membrana do neurónio pós-
sináptico, desencadeando um potencial de ação e permitindo o prosseguimento da mensagem nervosa.
➥ A transmissão das mensagem nervosas é um processo eletroquímico.

- Obtenção de Matéria pelos seres autotróficos


✿ Autotrofia – Produzir matéria orgânica a partir de matéria inorgânica (recorrendo a uma fonte de energia
externa).
➥ Os seres autotróficos (seres fotoautotróficos ou seres autotróficos fotossintéticos) usam como
fonte energética a luz solar (energia luminosa) e realizam a fotossíntese.
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Exemplos: Algas, euglenas (protistas), plantas e cianobactérias.
➥ Os seres quimioautotróficos (seres quimiossintéticos) usam como fonte energética a energia
química proveniente da oxidação de composto inorgânicos e realizam a quimiossíntese.
Exemplos: Bactérias nitrificantes e bactérias sulfurosas e ferrosas.

➩ Fotossíntese: do Sol à glicose


➥ A energia luminosa é utilizada para produzir compostos orgânicos, a partir de 𝐶𝑂2 e 𝐻2 𝑂 obtidos
no meio. Liberta-se 𝑂2 e vapor de água.
➥ Equação química da fotossíntese: 𝟔𝑪𝑶𝟐 + 𝑯𝟐 𝑶 + Energia → 𝑪𝟔 𝑯𝟏𝟐 𝑶𝟔 + 𝟔𝑶𝟐

✿ Cloroplastos – Nas plantas, a fotossíntese ocorre num organito, o cloroplasto,


que apresenta duas membranas envolventes, a externa e a interna. No interior
possui um conjunto de unidades achatadas, chamadas tilacóides, que formam
estruturas empilhadas - granum. O conjunto de granum constitui o grana. Os
tilacóides estão mergulhados num fluido, o estroma.
- É na membrana dos tilacóides que se localizam os pigmentos fotossintéticos.
- As clorofilas (cor esverdeada) e os carotenoides (cor amarelo-laranja) são pigmentos presentes em seres
fotoautotróficos.
✿ Espetro de absorção e Espetro de ação da fotossíntese – A luz é constituída por ondas eletromagnéticas,
às quais se encontram associadas partículas – fotões. Do espetro eletromagnético da luz solar, os nosso
unicamente detetam uma pequena faixa designada por luz visível ou luz branca.
- Cada tipo de pigmentos fotossintéticos absorve
determinados comprimentos de onde da luz visível. As
clorofilas absorvem principalmente as radiações
correspondentes às faixas do azul-violeta e vermelho-
alaranjado, e os carotenoides absorvem apenas as radiações
correspondentes à faixa azul-violeta.
⸫ As taxas mais elevadas de fotossíntese ocorrem nas zonas
correspondentes às radiações azul-violeta e laranja-vermelho,
ou seja, são coincidentes com as zonas em que se verificam os valores mais elevados de absorção de radiações.

➩ Processos da fotossíntese
➥ Fase Fotoquímica – ocorre nos tilacóides; as reações são dependentes da luz.
➥ Fase Química – ocorre no estroma; as reações não são dependentes da luz.

✿ Fase Fotoquímica – A energia luminosa é convertida em energia química.

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➥ 1 – Oxidação dos pigmentos fotossintéticos
𝑁𝐴𝐷𝑃+ + 2𝐻 + + 2e → NADPH
2𝐻 + : protões da água 2e: eletrões dos pigmentos

➥ 2 – Fotólise da água
𝐻2 𝑂 → 2𝐻 + + 2e + ½ 𝑂2
2𝐻 + : vão para as moléculas 𝑁𝐴𝐷𝑃 + 2e: captados pelos pigmentos ½ 𝑂2 : vai para a atmosfera

➥ 3 – Fosforilação de ADP
ADP + Pi + Energia → ATP + 𝐻2 𝑂
ADP: Adenosina Difosfato ATP:Adenosina Trifosfato (contém energia química) 𝐻2 𝑂: por cada ligação perde-se uma molécula de água

Na fase fotoquímica ocorre o consumo de água, necessária para fornecer eletrões e protões, libertando-se
oxigénio como subproduto para a atmosfera. Ocorre a redução de moléculas 𝑁𝐴𝐷𝑃+ e a fosforilação de ADP,
formando ATP.

✿ Fase Química – As moléculas de 𝐶𝑂2 vão ser reduzidas e formam-se compostos orgânicos.

➥ 1 – Fixação do 𝐶𝑂2
O dióxido de carbono liga-se a uma molécula com 5 carbonos (ribulose difosfato).

O composto com 6C (instável) divide-se em 2 moléculas com 3 átomos de carbono.

➥ 2 – Síntese de compostos orgânicos


Moléculas com 3C sofrem redução
(assegurada pelos eletrões e protões transportados pelas NADPH).


Formam-se trioses (açúcares com 3C).
Algumas destas trioses sãoo usadas para a síntese de moléculas mais complexas (glicose;frutose;amido;sacarose).
Neste processo usa-se a energia do ATP.

➥ 3 – Regeneração das moléculas com 5 carbonos


Trioses são usadas para produzir moléculas aceitadores de Dióxido de Carbono.
(as moléculas com 5C).


Evidência a ciclicidade da fase química.
Ciclo de Calvin

Joana Araújo
➩ Quimiossíntese
➥ De acordo com o meio em que vivem, as bactérias podem ser, por exemplo, sulfurosas e utilizar
compostos de enxofre, como é o caso das existentes nas nascentes hidrotermais ou nitrificantes e utilizar
compostos de azoto, como é o caso da maioria das bactérias quimioautotróficas do solo.
➥ Há duas etapas – uma em que ocorre produção de ATP e formação de moléculas redutoras, e
outra que é idêntica à fase química da fotossíntese, em que um composto aceitador fixa o dióxido de carbono,
formando-se compostos orgânicos.
➥ A fonte de carbono, tal como na fotossíntese, é o dióxido de carbono, no entanto, a fonte de
eletrões não é a água mas sim outros compostos inorgânicos como, por exemplo, compostos de enxofre ou
com azoto.

- Distribuição de matéria nos seres vivos – Transporte nas plantas


✿ Plantas avasculares – Plantas simples que não apresentam sistemas de transporte. O movimento dos
solutos e água é feito por difusão e osmose.
✿ Plantas vasculares – Plantas mais evoluídas que apresentam sistemas de transporte. O movimento dos
solutos e água faz-se desde a raiz até aos órgãos fotossintéticos (folhas) através de vasos condutores.

➩ Tecidos de transporte
✿ Xilema (lenho) – Onde se movimenta a seiva bruta (água e sais minerais com um pH ligeiramente ácido)
da raiz para todas as partes aéreas da planta, é constituído por vasos xilémicos. As células que compõem os
vasos xilémicos, justapostas, sofrem uma morte programada, restando apenas as paredes celulares, o que
permite formar um tubo contínuo.
✿ Floema (líber/tecido nervoso) – Onde se movimenta a seiva elaborada (água e solutos orgânicos como
sacarose, aminoácidos e hormonas) em especial das folhas para outros órgãos da planta, é constituído por
tubos crivosos. As células dos tubos crivosos apresentam-se ligadas entre si, topo a topo, pela chamada placa
crivosa, que corresponde à parede transversal. As células de companhia também fazem parte dos seus
organelos, estando assim dependente das células de companhia, que lhes assistem funcionalmente.
✿ Translocação – Movimento das seivas no interior da planta através de tecidos condutores.

➩ Organização dos tecidos condutores


Os tecidos condutores são organizados em feixes. Os feixes condutores apresentam disposição diferente
consoante se localizam na raiz, nos caules ou nas folhas.
➥ Nas raízes, os feixes condutores são simples (só xilema ou floema) e alternos.
➥ Nos caules, os feixes condutores são duplos (xilema e floema) e colaterais (lado a lado). O xilema
orientado para o interior e o floema para o exterior.
➥ Nas folhas, os feixes condutores são igualmente duplos e colaterais. O xilema está orientado para
a página superior e o floema para a página interior.

Joana Araújo
➩ Absorção de água e sais minerais pela raiz
As plantas perdem, diariamente, uma grande quantidade de água por causa da transpiração. Estas precisam
de uma eficaz captação de água, o que é possível devido à presença de pelos radiculares, que aumentam a
superfície de contacto das células da raiz com o solo.
Por norma, as células epidérmicas possuem uma maior concentração de sais que o solo.
Os iões minerais mais concentrados na solução do solo, movimentam-se por difusão para o interior das
células da raiz. Alguns iões encontram-se em maior concentração nas células radiculares. Nestes casos, a
absorção faz-se contra o gradiente, logo por transporte ativo.
O aumento de concentração de sais minerais no interior das células radiculares, torna-as hipertónicas
relativamente ao solo.
A difusão e o transporte ativo continuam até ao xilema, originando um gradiente osmótico que provoca o
movimento de água do solo até ao xilema.

➩ Transporte no xilema
✿ Hipótese da Pressão Radicular
Elevada pressão osmótica das células da raiz.
⇩ (movimento dos iões)
Movimento da água do solo para as células até chegar ao xilema.

Acumulação de água nas células.

Pressão radicular que provoca a ascensão de seiva bruta nos vasos xilémicos.

✿ Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
Transpiração ⇨ Tensão (défice de água por causa da transpiração).

Sai água do xilema.

Coluna de água ⇨ Adesão (𝐻2 𝑂 liga-se às paredes). Coesão (𝐻2 𝑂 ligam-se umas às outras).

Défice de água na raiz ⇨ Entrada de água pela raiz

➩ Transporte no floema
✿ Hipótese do Fluxo de Massa
Fotossíntese ⇨ Glicose ⇨ Sacarose ⇨ Floema

Aumenta a pressão osmótica nas células dos tubos crivosos.

Entra água (xilema) nas células dos tubos crivosos.
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Mais turgescência nos tubos.

A seiva floémica vai para locais com menor pressão osmótica (ex.: fruta) ⇨ A sacarose entra nas frutas por transporte
ativo.

A água volta ao xilema.

- Distribuição de matéria nos seres vivos – Transporte nos animais


➥ Nos animais mais simples e aquáticos, não existe um verdadeiro sistema de transporte e as trocas
ocorrem diretamente entre as células e o meio externo. As pequenas distâncias que os nutrientes têm de
percorrer permitem a sua difusão simples, como na hidra e planária.
➥ A hidra: Têm somente duas camadas de células, possuindo no seu interior uma cavidade
gastrovascular que permite a todas as células contactarem com um meio fluido que lhes proporciona tudo o
que necessitam.
➥ A planária: Têm também uma cavidade gastrovascular muito ramificada, permitindo que todas
as células realizam trocas necessárias com o meio.

➩ Sistema circulatório
Um sistema circulatório permite a chegada rápida de substâncias às células e a remoção de produtos de
excreção. Este é constituído por um fluido circulante como o sangue, um orgão destinado a impulsionar o
fluido circulante como o coração e rede de tubos ou espaços por onde passa o fluido circulante como os vasos
sanguíneos.
✿ Sistema circulatório aberto
➥ Insetos, aracnídeos e moluscos.
➥ O fluido circulante abandona os vasos e preenche espaços, lacunas ou cavidades, banhando
diretamente as células.
➥ Não há distinção emtre o sangue e fluido intersticial, portanto o fluido circulante é designado
hemolinfa. O conjunto de lacunas ou cavidades é chamado hemocélio.
➥ O coração (de forma tubular e posição dorsal) recebe a
hemolinfa e, com uma contração, impulsiona-a através de várias artérias
para o hemocélio, bahando vários órgãos e procedendo às trocas
necessárias. Após a contração, o coração relaxa, gerando-se uma força de
sucção que, acompanhada pela abertura de válvulas laterais – os ostíolos -,
força a hemolinfa a entrar de novo no coração.
➥ Os insetos, apesar do sistema circulatório aberto, pouco
eficiente, atingem taxas metabólicas elevadas, pois o transporte de gasos é feito pelo próprio sistema
respiratório.
✿ Sistema circulatório fechado
➥ Anelídeos e vertebrados.
Joana Araújo
➥ O sangue só circula no interior de vasos sanguíneos, não se misturando com o líquido
interstecial.
➥ Minhoca: Há dois vasos principais: o vaso dorsal, de maiores dimensões e que conduz o sangue
em direção região anterior (onde estão 5/7 corações laterais/arcos aórticos; as suas contrações bombeiam o
sangue do vaso dorsal para o vaso central); e um ou dois vasos centrais (dispostos longitudinalmente)
responsáveis pela condução do sangue no sentido inverso, que estão ligados por vasos laterais que se
ramificam em vasos de menores dimensões formando redes que levam o sangue a todos os tecidos.

➩ Sistema circulatório nos vertebrados


➥ Sistema cardiovascular.
➥ O sangue sai do coração por vasos de grande calibre, as artérias, que se vão ramificando em
vasos menores, as arteríolas, que se dividem em vasos de pequeno diâmetro, os capilares, ao nível dos quais
ocorrem as trocas de materiais com o líquido interstecial dos diferentes tecidos. Os capilares voltam a reunir-
se em vasos de maior calibre, as vénulas, que, confluindo, originam vasos de grande diâmetro, as veias, que
garantem o retorno do sangue para o coração.
➥ Aurículas – são formadas por paredes musculares finas e recebem o sangue vindo das veias;
Ventrículos – são formados por paredes musculares espessas e bombeiam o sangue do coração para as artérias.

✿ Peixe: Circulação Simples


➥ O coração é constituído por uma aurícula e por um ventrículo. Por esta
razão, o sangue completa uma volta total ao corpo, passando uma única vez pelo
coração – circulação simples.
➥ O sangue é bombeado apenas uma vez no coração, pelo que a pressão
com que o sangue circula diminui quando passa pelos capilares branquiais. O sangue
chega às células a baixa pressão, por isso o acesso de oxigénio e de nutrientes a estas é
baixo. Esta deverá ser a razão pela qual os peixes são os vertebrados com taxas
metabólicas mais baixas.

✿ Anfíbios: Circulação Dupla e Incompleta


➥ O coração apresenta três cavidades: duas aurículas e um ventrículo.
➥ À aurícula direita chega sangue venoso, proveniente das várias células do
corpo. O sangue passa para o ventrículo que o impulsiona para as superfícies
respiratórias, onde é oxigenado. O sangue volta ao coração para adquirir mais pressão,
entrando na aurícula esquerda, que passa pelo ventrículo e é expulso em direção aos
restantes órgãos do animal – circulação dupla (circulação pulmonar e sistémica). A
existência de apenas um único ventrículo leva a uma mistura destes dois tipos de sangue
– circulação incompleta.
➥ Por haver mistura parcial dos sangues, a taxa metabólica destes animais é baixa, por isso não
conseguem manter a sua temperatura corporal – animais poiquilotérmicos.

Joana Araújo
✿ Répteis: Circulação Dupla e Incompleta
➥ A circulação é dupla e incompleta, com exceção do crocodilo que apresenta um coração com
quatro cavidades. O coração apresenta duas aurículas e um ventrículo, onde se pode observar um septo
incompleto.

✿ Mamíferos e Aves: Circulação Dupla e Completa


➥ O coração apresenta quatro cavidades – duas aurículas e dois ventrículos
(fazem a receção do sangue das duas circulações), assim não havendo mistura de sangues.
➥ Estes animais têm taxas metabólicas elevadas que permitem manter a
temperatura corporal constante – animais homeotérmicos/endotérmicos.

➥ sístole auricular – contração das aurículas.


➥ sístole ventricular – contração das ventrículos.
➥ diástole – relaxamento de todo o miocárdio.

➩ Fluidos circulantes
✿ Sangue: Constituído por mais de 50% de plasma e elementos figurados – eritrócitos, leucócitos e
plaquetas.
✿ Linfa: A nível dos capilares, a saída do plasma e leucócitos. Estes vão banhar as células, formando um
fluido – linfa intersticial – que garante as trocas de substâncias de uma maneira eficaz, sendo ainda mantida a
defesa do organismo com os leucócitos. Verifica-se em simultâneo a recolha de linfa para vasos condutores –
capilares linfáticos – que se juntam a outros de maior diâmetro, que lançam este fluido no sangue, ao nível da
veia cava superior. A linfa que circula nos vasos linfáticos, após o contacto com as células, é designada linfa
circulante.

- Transformação e utilização de energia pelos seres vivos


➥ São os compostos orgânicos (como a glicose) que constituem as moléculas a partir das quais esta
energia é mobilizada. Uma parte desta energia perde-se sob a forma de calor e outra parte é temporariamente
armazenada numa molécula designada ATP, e, posteriormente, utilizada pela célula nos diferentes tipos de
trabalho que realiza, como na síntese de moléculas.
Joana Araújo
➥ O conjunto das reações que ocorrem na célula é designado por metabolismo celular. As reações
em que se obtém a energia que está na base da síntese de ATP são as reações catabólicas, cujo conjunto se
designa por catabolismo, ao contrário das que implicam consumo de ATP, que se designam por reações
anabólicas, que no conjunto se designa por anabolismo.

➩ Reações de catabolismo
➥ Podem ocorrer com intervenção de oxigénio – aerobiose – ou na ausência de oxigénio –
anaerobiose.
➥ Síntese de ATP:
- sem 𝑂2 : fermentação; respiração anaeróbia.
- com 𝑂2: respiração aeróbia.

➩ Fermentação
➥ É um processo que ocorre no citoplasma e pode ser realizado por seres como bactérias e
leveduras, e, em determinadas circunstâncias, pelas nossas células musculares.
➥ Tem duas etapas: a glicólise e a redução do ácido pirúvico.
✿ Glicólise:
➥ Decomposição da glicose em ácido pirúvico – etapa universal
nos esforços das células para obter energia metabólica.
➥ A glicólise inicia-se com a ativação da molécula de glicose à
custa de duas moléculas de ATP. Durante esta fase, uma molécula de
glicose (6C) é desdobrada em duas moléculas de ácido pirúvico (3C). A
ocorrência de reações de oxidação-redução conduz à remoção de eletrões que vão reduzir moléculas 𝑁𝐴𝐷 + .
Nesta fase ocorre a síntese de quatro moléculas de ATP.

✿ Redução do ácido pirúvico:


➥ Da redução do ácido pirúvico feita pelas moléculas NADH produzidas na glicólise podem
originar-se diferentes produtos, assim existindo diferentes tipos de fermentação, das quais se destacam a
fermentação alcoólica e a fermentação láctica.

Joana Araújo
⛭ Fermentação alcoólica – Redução do ácido pirúvico
➥ Realizada por leveduras, origina álcool etílico e 𝐶𝑂2.
➥ O ácido prúvico experimente uma descarboxilação, libertando-se
𝐶𝑂2, originando aldeído acético, composto com 2C. O aldeído acético, por redução, origina etanol (2C).
⛭ Fermentação láctica – Redução do ácido pirúvico
➥ Realizada por bactérias, origina ácido láctico. As nossas células
musculares em condições de baixo teor de 𝑂2 no meio realizam fermentação
láctica.
➥ O ácido pirúvico sofre uma redução convertendo-se em ácido láctico, com 3C. Na redução
participam moléculas NADH formadas na glicólise, as quais adquirem a forma oxidada (𝑁𝐴𝐷 + ), para outras
reações de oxirredução.
➥ O rendimento energético é de 2ATP.

➩ Respiração aeróbia
➥ É realizada por seres aeróbios e ocorre quando há 𝑂2 no meio. Como nesta via a oxidação da
glicose é completa, obtém grande quantidade de energia.
➥ Tem quatro etapas: glicólise, formação de acetilcoenzima A (acetil-CoA), ciclo de Krebs e a
cadeia transportadora de eletrões (as três últimas ocorrem nas mitocôndrias).

✿ Glicólise:
➥ Etapa comum à fermentação. Produzem-se 2 moléculas de ácido pirúvico, 4 de ATP e 2 de
NADH.
✿ Formação de Acetilcoenzima A:
➥ As moléculas do ácido pirúvico entram na mitocôndria.
➥ Nesta etapa que ocorre na matriz mitocondrial, os ácidos
pirúvicos vão ser oxidados e descarboxilados. Formam-se 2 moléculas de Acetil-CoA, 2𝐶𝑂2 e 2NADH.
✿ Ciclo de Krebs ou Ciclo do Ácido Cítrico:
➥ Ocorre na matriz da mitocôndria. Como na etapa anterior são produzidas 2 moléculas de Acetil-
CoA, ocorrem 2 ciclos.
➥ Em cada ciclo de Krebs, o grupo Acetil (2C) da molécula de Acetil-CoA combina-se com o ácido
oxaloacético (4C), surgindo o ácido cítrico (6C), Da sucessão de oxidações e descarboxilações resulta a
completa oxidação do Acetil-CoA. Assim, nos dois ciclos de Krebs formam-se 2 moléculas de ATP, 4
moléculas de 𝐶𝑂2 e 8 moléculas de 𝑇𝐻2 (6NADH e 2𝐹𝐴𝐷𝐻2 ).
✿ Cadeia transportadora de eletrões:
➥ Ocorre nas critas mitocôndriais e caracteriza-se pelo facto de a produção de ATP estar associada
a reações de oxidação-redução. As moléculas de NADH e 𝐹𝐴𝐷𝐻2 vão ceder 2 eletrões a uma molécula
aceitadora de uma cadeia transportadora que apresenta um pontencial de redução mais elevado, ou seja, tem
maior afinidade para os eletrões. Estes serão cedidos por esta molécula a outra com ainda maior afinidade para
Joana Araújo
os eletrões, e, assim sucessivamente até ao aceitador final – o oxigénio – que é a molécula transportadora de
pontecial de redução mais elevado. Depois de se ligar a dois protões forma-se uma molécula de água. Durante
o transporte de eletrões ao longo desta cadeia de aceitadores liberta-se energia suficiente para produzir ATP
por fosforilação de ADP, produzem-se 32 moléculas de ATP.

➥ O rendimento energético é de 36ATP. 𝑂2 : inorgânico


Ácido pirúvico: orgânico

NADH/TH2 CO2 ATP


Glicólise 2 - 4(-2)
F. Acetil-CoA 2 2 -
Ciclo de Krebs 8 4 2
Cadeia Transportadora - - 32
Total 12 6 36

- As trocas gasosas dos seres vivos com o meio


➥ Seres unicelulares: difusão simples.
➥ Plantas superiores: estomas/difusão.
➥ Animais aquáticos simples: difusão direta.
➥ Animais mais complexos: superfícies respiratórias: difusão direta ou difusão indireta.

✿ Difusão Direta: As trocas gasosas podem estabelecer-se diretamente entre a superfície respiratória e as
células, sem intervenção de um fluido circulante, ocorrendo difusão direta.
Exemplos: Hidra, Planária e Insetos.
✿ Difusão Indireta: As trocas gasosas podem estabelecer-se indiretamente entre a superfície respiratória e
as células, com a intervenção de um fluido circulante, ocorrendo difusão indireta.
Exemplos: Minhoca e mamíferos.

➩ Características comuns das superfícies respiratórias


➥ Paredes de espessura muito fina;
➥ Sempre húmidas;
➥ Fortemente irrigadas por capilares sanguíneos;
➥ Grande superfície de contacto.

✿ Traqueia
➥ Ganhafotos e outros insetos – difusão direta;
➥ Hematose traqueal – o ar entra nas traqueias através de espiráculos (poros).

Joana Araújo
➥ São ramificados em traquíolas que se dispõem por todo o corpo do animal contactando
diretamente com as células e efetuando trocas gasosas;
➥ Nos insetos voadores existem sacos de ar que funcionam como reservas de ar e facilitam a
ventilação (a taxa metabólica durante o voo).
✿ Tegumento
➥ Minhoca e anfíbios;
➥ Em completação à hematose pulmonar, a superfície do corpo atua como superfície respiratória e
os gases difundem-se entre a superfície do corpo animal e o sangue – difusão indireta – hematose cutânea.
✿ Brânquias
➥ Maior parte dos animais aquáticos;
➥ 𝐻2 𝑂 é rico em 𝑂2 e pobre em 𝐶𝑂2 enquanto que o sangue
é rico em 𝐶𝑂2 e pobre em 𝑂2;
➥ O 𝑂2 passa do 𝐻2 𝑂 para o sangue porque passa do meio
mais concetrado para o menos concentrado;
➥ O mecanismo de contracorrente permite sempre a existência de um gradiente de concentração
(ao nível de 𝑂2 e de 𝐶𝑂2).
✿ Pulmões
➥ O ar entra pela cavidade nasal, passando pela faringe, laringe, traqueia e pelos brânquios e que
se ramificam em branquíolos cupas extremidades possuem sacos alveolares constituídos por inúmeros
alvéolos pulmonares.
➥ Nos alvéolos pulmonares a pressão parcial de 𝑂2 é maior do que no sangue que circula nos
capilares, e, por isso, o 𝑂2 difunde-se nos alvéolos para o sangue. Por outro lado, a pressão parcial de 𝐶𝑂2 é
menos nos alvéolos pulmonares do que no sangue e o 𝐶𝑂2 difunde-se do sangue para os alvéolos.
➥ Ao nível das células, a pressão parcial de 𝑂2 é menor do que no sangue que circula nos capilares
e o 𝑂2 difunde-se do sangue para o fluído intersticial e deste para as células. O 𝐶𝑂2 faz o percurso inverso –
difunde-se das células para o fluído intersticial e deste para o sangue que a pressão parcial de 𝐶𝑂2 nas células
é menor do que no sangue.

➩ Nas plantas:
Nos estomas:
Quando as células guarda perdem água ⇨ plasmolisadas ⇨ pressão de turgescência diminui ⇨ ostíolo fecha;
Quando a células guarda absorvem água ⇨ túrgidas ⇨ pressão de turgescência aumenta ⇨ ostíolo abre.
➥ Isto depende do movimento por transporte ativo de iões para o seu interior;
➥ A entrada de água por osmose é provocada pelo aumento de concentração de iões. As células
ficam túrgidas e o estoma abre;
➥ Quando os iões saem por difusão simples, o estoma fecha.

Joana Araújo
Biologia – 11º ano

- Crescimento e Renovação Celular


➩ Composição Química dos ácidos nucleicos – DNA e RNA
➥ São polímeros de nucleóticos. Cada nucleóticos é formado por uma
base azotada, uma pentose (glícido com 5C) e um grupo fosfato (ácido fosfórico).
➥ DNA: ➥ RNA:
- pentose: desoxirribose - pentose: ribose
- bases azotadas: - bases azotadas:
⇨ Adenina Bases púricas ⇨ Adenina Bases púricas
⇨ Guanina Anel duplo ⇨ Guanina Anel duplo

⇨ Citosina Bases pirimidinas ⇨ Citosina Bases pirimidinas


⇨ Timina Anel simples ⇨ Uracilo Anel simples

➥ Por reação de condensação/polimeração, os nucleótidos estabelecem ligações entre si, formando


cadeias polinucleotídicas.
➥ Numa das extremidades há um grupo fosfato chamado 5’ e na outra extremidade há um grupo
hidroxilo (OH) chamado 3’. Cada novo nucleótido liga-se pelo grupo fosfato ao carbono 3’ da pentose do útilo
nucleótido da cadeia.
➥ As cadeias desenvolvem-se no sentido 5’⇨3’.

➩ Estrutura do DNA
➥ A quantidade de adeninas é semelhante à de timina e a quantidade de guanina próxima à da
citosina. A quantidade de purinas é aproximadamente igual ao número de pirimidinas.
✿ Regra de Chargaff
A_T AG ⇨ purinas 𝐴+𝐺
=1
C_G CT ⇨ pirimidinas 𝐶+𝑇

➥ A molécula de DNA é uma molécula formada por duas cadeias polinucleotídas – são ligadas
entre si por pontes de hidrogénio.
➥ As cadeias do DNA desenvolvem-se em sentidos opostos, assim designadas antiparalelas.

➩ Universalidade e Variabilidade da molécula do DNA


➥ A estrutura do DNA mantém-se igual em todas as espécies, assim sendo universal no mundo
vivo – universalidade do DNA.
➥ Cada indivíduo é único, tem o seu próprio DNA – variabilidade do DNA.

Joana Araújo
➩ Genes e Genoma
➥ Genes – Segmentos de DNA que divergem uns dos outros no número e sequência de nucleótidos.
➥ Genoma – O património genético de um indivíduo/conjunto de todos os genes.

➩ Material genético de células procariontes e eucariontes


➥ Procariontes – O DNA encontra-se disperso no citoplasma, não possuindo outros constituintes
associados (nucleoide).
➥ Eucariontes – O DNA está ligado a proteínas – histonas – constituindo estruturas filamentosas,
os cromossomas, no núcleo das células;
- Nucleoplasma – conjunto de cromossomas;
- Invólucro nuclear – o núcleo comunica com o citoplasma através de poros nucleares. No
núcleo pode existir um ou mais estruturas que são constituídas por ácidos nucleicos e proteínas, chamadas
nucleólos.

➩ Replicação do DNA
➥ A complementaridade das bases permite a sua autoduplicação de forma semiconservativa: cada
uma das cadeias serve de molde para uma nova cadeia, portanto, cada uma das novas moléculas de DNA seria
formada por uma cadeia antiga e uma cadeia nova.
➥ A replicação começa pela ligação à molécula do DNA da
enzima DNA helicase - esta enzima provoca a rutura das
ligações de hidrogénio, separando as duas cadeias
antiparalelas. Enquanto as cadeias se separam, a DNA
polimerase vai ligando nucleótidos disponíveis no meio às
duas cadeias. Cada cadeia polinucleotídica da molécula antiga serve de molde à nova cadeia antiparalela que
se vai formando à passagem do complexo enzimático.

➩ Estrutura do RNA
➥ Constituido por apenas uma cadeia polinucleotídica simples.
➥ Estas moléculas são sintetizadas a partir do DNA.
➥ mRNA – RNA mensageiro;
➥ tRNA – RNA de transferência;
➥ rRNA – RNA ribossómico;
➥ O RNA é sintetizado no interior do núcleo, depois migra para o citoplasma onde desempanha a
sua função.

➩ Síntese Proteica
➥ As proteínas são responsáveis pelos caracteres dos organismos – fenótipo; genes ⇨ proteínas ⇨
características.
Joana Araújo
✿ Dogma Central da Biologia Molecular – Francis Crick
➥ A informação presente no DNA é transcrita para o RNA. O RNA é posteriormente traduzido para
formar proteínas. ⇨ Esta via é unidirecional, uma vez que as proteínas não podem codificar para RNA nem
para DNA.
➥ A síntese prteica é um fenómeno relativamente rápido e muito complexo que se inicia no núcleo e
finaliza no citoplasma. A passagem da linguagem nucletídica para a linguagem proteica envolve dois
processos: Transcrição: a informação contida em cada gene é copiada para uma molécula de mRNA;
Tradução: a informação contida no mRNA é traduzida para uma sequência de aminoácidos.
➥ DNA ⇨ mRNA ⇨ Proteínas
transcrição tradução

✿ Transcrição
➥ O processo inicia-se pela ligação do RNA polimerase à molécula de DNA. Esta enzima quebra as
pontes de hidrogénio que ligam as bases complementares, permitindo a abertura – região promotada – da dupla
hélice. De seguida, a RNA polimerase promove a formação de uma molécula de mRNA, que se faz através de
nucleótidos presentes no núcleo e na direção 5’⇨3’.
➥ A molécula de mRNA é complementar relativamente à cadeia de DNA que serve de molde.
➥ Na síntese de mRNA só uma das cadeias de DNA expostas serve de molde.
➥ A transcrição termina quando o RNA polimerase encontra uma região de finalização.
⛭ Após a transcrição:
➥ Eucarióticas: Está formado um RNA pré-mensageiro/RNA precursor. Para passar a mRNA
funcional/mRNA maduro, este tem de sofrer um processamento/maturação.

Exões: sequência de nucleóticos que codificam


informação.
Intrões: sequência de nucleóticos que não codificam
informação.

➥ Procariontes: Não ocorre processamento da molécula mRNA, uma vez que o DNA dos
procariontes não contém intrões.

✿ Tradução
➥ É nos ribossomas que se efetua a tradução da mensagem contida no mRNA. Os ribossomas são
organelos não membranares constituídos por RNA ribossómico – rRNA – e proteínas associadas. Para além
disso, são formados por duas subunidades: a subunidade maior e a subunidade menor.
➥ A molécula de tRNA funciona como tradutor da mensagem contida
no mRNA, convertendo codões em aminoácidos (código genético). Ele
seleciona e transfere os aminoácidos para os ribossomas.

Joana Araújo
⛭ Iniciação da tradução
➥ A subunidade menor do ribossoma liga-se à subunidade 5’ do mRNA, deslizando até encontrar o
codão de iniciação (AUG). O tRNA transporta o aminoácido metionina por complementaridade ao codão de
iniciação.
➥ A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma, ficando funcional.
⛭ Alongamento da tradução
➥ O anticodão de um novo tRNA liga-se ao segundo codão,
estabelecendo-se uma ligação peptídica entre o aminoácido recém-
chegado e a metionina.
➥ O tRNA, que tinha ligado inicialmente, desprende-se.
➥ O ribossomas avança três bases no sentido 5’⇨3’ e o
processo repete-se ao longo do mRNA.
⛭ Finalização da tradução
➥ Quando o ribossoma encontra o codão de finalização (UAA, UAG e UGA) termina a síntese. A
cadeia polipeptídica é libertada, assim como o último tRNA e o mRNA.
➥ As subunidades do ribossoma separam-se, podendo ser reciclado.

No final, as moléculas de mRNA são hidrolisadas, libertando os nucleótidos que serão usados na síntese de
novas moléculas de mRNA.
A formação de polirribossomas aumenta a taxa de síntese proteína – uma mesma molécula de mRNA pode
ser traduzida simultaneamente por vários ribossomas, produzindo no final muitas cópias da mesma proteína.
A síntese proteica exige consumo de energia – os polirribossomas representam uma economia de recursos e
energia para a célula, dado que uma mesma molécula de mRNA pode ser usada para formar um número
elevado de proteínas iguais. Apesar do mRNA ter um tempo de vida curto, a sua mensagem pode ser traduzida
várias vezes, sendo a sua atividade amplificada.

➩ Características do Código Genético


➥ Regra geral, o código genético é o mesmo para todos os seres vivos – é universal.
➥ É redundante – Vários codões podem codificar o mesmo aminoácido.
➥ Não é ambíguo - A cada codão corresponde um e só um aminoácido.
➥ O codão AUG tem dupla função – codificada o aminoácido metionina e é o codão de iniciação.
➥ Os tripletos UAA, UGA e UAG são codões de finalização – não codificam aminoácidos e quando
surgem, termina a síntese proteica.

➩ Alterações do Material Genético


➥ Mutações genéticas – o genoma de um indivíduo pode sofrer alterações. Estes indivíduos dizem-
se mutantes.

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➥ Estas alterações na sequência de nucleótidos de um gene resultam da substituição, do
desaparecimento ou da adição de um nucleótido.
⛭ Causas de mutações:
- Naturalmente, por exemplo na replicação semiconservativa do DNA.
- Exposição a agentes mutagénicos, por exemplo radiações ou substâncias químicas.
➥ Perpetuação de uma mutação – Quando a molécula de DNA, contendo uma mutação se replica,
origina-se uma molécula que é igual à original e outra molécula com uma nova combinação de bases.
➥ Mutações silenciosas – Mutações que não afetam as proteínas, pois, devido à redundância do
código genético, o codão mutado codifica o mesmo aminoácido.
Mas, as mutações podem conferir vantagem ao indivíduo, ajudando a sobreviver. As mutações introduzem
variabilidade na informação genética, permitindo a evolução dos organismos e uma grande diversidade de
formas de vida.

➩ Ciclo Celular
Nos seres unicelulares, cada divisão celular permite a sua reprodução, pois a partir de uma célula formam-se
duas ou mais células independentes. Já nos organismos multicelulares, a divisão celular permite o seu
crescimento e a regeneração de células e de tecidos.
A informação genética perpetua-se de geração em geração celular, pois há necessidade da replicação da
informação genética, permitindo que cada célula-filha seja geneticamente igual à célula-mãe.
➥ Organismos procariontes: Apresentam uma molécula de DNA que não está associada a proteínas
e encontra-se dispersa no hialoplasma.
✿ Estrutura dos cromossomas das células eucarióticas
➥ As moléculas de DNA estão associadas a proteínas que são as histonas. Estas conferem estabilidade
ao DNA e são responsáveis pelo processo de condensação.
➥ Os cromossomas podem-se apresentar ao longo da vida das células de forma
distendida – cromatina – ou forma condensada.
➥ Quando a célula se encontra em divisão, as moléculas de DNA sofrem em
processo de condensação, o que torna os cromossonas curtos e grossos – resulta da
associação entre as histonas e o DNA – a molécula de DNA enrola-se em torno de um
conjunto de histonas – nucleossomas.

➩ Fases do Ciclo Celular


➥ Tem duas etapas fundamentais: a interfase e a fase mitótica
(fase M)/divisão celular.
➥ Interfase: Período entre o final de uma divisão celular e o
início da divisão seguinte.
➥ Fase mitótica: Divisão da célula em duas células-filhas.

Joana Araújo
✿ Interfase
➥ É um período preparatório e indispensável para que a divisão celular ocorra. Esta incluí intensa
síntese de diversos constituintes, duplicação do material genético. Os cromossomas encontram-se distendidos.

⛭ Fase G1: Esta fase tem início com a formação da célula e termina quando o DNA começa
a replicar. Há intensidade na atividade de biossíntese, formação de organelos celulares e notário
crescimento celular. Os cromossomas só apresentam um cromatídio.
⛭ Fase S: Há a replicação semiconservativa das moléculas de DNA e associam-se a histonas.
Os cromossomas passam a ser constituídos por dois cromossomas iguais ligados pelo
centrómero. Nas células animais dá-se a duplicação dos centríolos, originando-se dois pares.
⛭ Fase G2: Há síntese de mais moléculas e formação de novos organelos
celulares, que serão usados na divisão celular.

✿ Fase Mitótica/Divisão Celular


➥ Constituída pela mitose e pela citocinese, onde ocorre a divisão nuclear e citoplasmática.
➥ Mitose: Consiste na divisão nuclear, constituída por quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e
telófase. Ocorre a condensação e separação equitativa do material genético por dois núcleos.

⛭ Prófase:
➥ Os filamentos de cromatina sofrem condensação, tornando-se mais pequenos e
grossos.
➥ Nas células animais, os dois pares de centríolos começam a afastar-se em sentidos
opostos e organizam o fuso acromático ou mitótico (filamentos proteicos). Nas células vegetais é o
citoesqueleto que organiza o fuso acromático (assim como o centríolo, o citoesqueleto é constituído por
microtúbulos proteicos).
➥ Na fase final, os centríolos atingem os polos, o invólucro nuclear desagraga-se e os nucléolos
desaparecem.
⛭ Metáfase:
➥ Os cromossomas atingem a sua máxima condensação.
➥ Os cromossomas, ligados ao fuso acromático pelo centrómero, dispõem-se no plano
equatorial da célula, formando a placa equatorial.
⛭ Anáfase:
➥ Ocorre a rutura do centrómero (centrómero entra em clivagem) separando-se os
cromatídios, que passam a constituir dois cromossomas geneticamente iguais.
➥ Ascensão Polar: Os microtúbulos ligados aos cromossomas encurtam e os
cromatídios-irmãos são arrastados para polos opostos.
➥ Na fase final, cada polo da célula possui um conjunto de cromossomas geneticamente iguais.

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⛭ Telófase:
➥ O invólucro nuclear organiza-se em volta dos cromossomas de cada polo e os
nucléolos reaparecem. O fuso acromático degenera e os cromossomas descondensam,
tornando-se longos, finos e invisíveis no microscópio ótico.
➥ A célula possui agora dois núcleos geneticamente iguais entre si, terminando a mitose.

✿ Citocinese
➥ É a divisão do citoplasma.
➥ Nas células animais: É marcado por uma constrição da membrana citoplasmática na zona equatorial
da célula. Este estrangulamento é causado pelo citoesqueleto que é um anel de filamentos proteicos.
➥ Nas células vegetais: Vesículas (compostas por celulose) do complexo de Golgi acumulam-se na
região equatorial para tornarem a placa celular. As membranas das vesículas originam as membranas
plasmáticas das células-filhas e o conteúdo (celulose), está na origem da parede celular.

➩ Estabilidade Genética
➥ Na fase S, dá-se a replicação semiconservativa do DNA.
➥ Na anáfase, cada um dos cromatídios-irmãos migra para os polos opostos da célula, ocorre a divisão
equitativa do material genético de cada um dos cromossomas.
➥ No fim da citocinese, as células-filhas são geneticamente idênticas entre si e idênticas à célula-mãe
– garante a estabilidade genética nas gerações.

➩ Regulação do Ciclo Celular


➥ Existem pontos de controlo no ciclo celular: G1, G2 e M.
✿ Ponto de controlo G1: A célula pode entrar em G0 ou então apoptose (morte celular programada) se o
DNA se apresentar danificado e não puder ser reparado.
✿ Ponto de controlo G2: O ciclo celular prossegue se o DNA se auto-replicou de forma apropriada. Se não,
ocorre apoptose celular.
✿ Ponto de controlo M: A mitose é interrompida se os cromossomas não se alinham de forma adequada ou
não se distribuem de forma equitativa.
➥ Apoptose: Alguns genes são ativados e sintetizam caspases. Estas enzimas digestivas digerem
componente do citoesqueleto, conduzindo à fragmentação da célula em pequenas vesículas, de forma
Joana Araújo
controlada. Estes fragmentos são eliminados por fagocitose – tenta-se evitar a proliferação de células
potencialmente cancerosas.
➥ G0: A inexistência de estímulos faz com que as células entrem em G0. As células podem ficar em
G0 por tempo variável, durante o qual não prosseguem o ciclo celular.

➩ Mecanismos de Regulação do Ciclo Celular Falham


➥ Os agentes mutagénicos podem alterar os genes supressores de tumores, pois pendem a capacidade
de realizar a regulação do ciclo celular e as células começam a dividir-se de forma descontrolada – os agentes
mutagénicos podem afetar genes que estimulam a divisão celular (proto-oncogenes), que passam a estimular
permanentemente a divisão celular; as células cancerosas dividem-se permanentemente – estas células não
possuem pontos de controlo, assim sendo elas imortais.
➥ Cancro = neoplasia maligna = tumor maligno ⇨ grandes aglomerados de células com deficiência.
➥ Metástases: células cancerosa podem invadir vasos sanguíneos ou linfáticos.

➩ Crescimento e Regeneração de Tecidos VS Diferenciação Celular


➥ Depois da fecundação, o zigoto começa o seu processo de divisão celular, crescimento e
diferenciação, que permite formar todos os tecidos e órgãos de um indivíduo.
➥ Regeneração de tecidos e de órgãos: As células necessitam sempre de ser substituídas – tem por
base a divisão celular.
➥ Diferenciação celular: Alterações a nível de função, composição e estrutura das células que as
torna morofologicamente diferentes e aptas ao desempenho de determinada função.
➥ Célula indiferenciada: Potencialidade para originar todo o tipo de células que constituem o
organismo.
Exemplos: Zigoto.
➥ Células totipotentes: Potencial de diferenciação ilimitado (capazes de originar qualquer tipo de
células).
Formação do blastocisto Exemplos: Zigoto e primeiras células que dele resultam.
➥ Células estaminais pluripotentes: Elevado potencial de diferenciação (só não são capazes de
produzir um zigoto).

➥ Células multipotentes: Pontecial de diferenciação restrito (células constituintes de tecidos


específicos).

A maioria dos tecidos de um organismo no estado adulto não é constituído exclusivamente por células
estaminais:
diferenciação
Célula estaminal diferenciação
estaminal Autorrenovação e divisão assimétrica

estaminal

Joana Araújo
➥ As células vegetais normalmente são totipotentes: Frederick obteu plantas completas a partir de
células diferenciadas da raíz, comprovaram que estas células podem perder a sua especialização,
transformando-se em células indiferenciadas – readquirir totipotência. A capacidade que algumas células
especializadas da raiz da cenoura revelaram para originarem uma planta completa comprova que estas células
contêm todo o genoma do organismo e que podem expressar os genes essenciais ao desenvolvimento
embrionário. Com esta experiência chegamos à clonagem – a nova planta era geneticamente igual à planta
que a originou – sendo denominada clone.
➥ Nos animais, as células de embriões precoces são totipotentes: Briggs transplantando núcleos de
células especializadas de um girino para óvulos cujo núcleo tinha sido destruído, obteram adulto férteis ou
girinos. Apesar de os núcleos dadores terem revelado totipotência, o fenómeno ocorreu com uma taxa de
sucesso muito baixa (2%).
➥ O grau de especialização tem influência na reversão da diferenciação, quanto mais diferenciada a
célula for, menor será a sua capacidade para originar um indivíduo adulto completo.
➥ As células-tronco embrionárias são agentes terapêuticos possivelmente eficazes – O problema da
rejeição de tecidos levou à clonagem terapêutica, na qual as tecnologias de transferência nuclear e implantação
de células estaminais estariam combinados. Se células-tronco forem obtidas a partir de um embrião produzido
por transferência nuclear utlizando núcleos do próprio paciente, as células seriam geneticamente iguais às
células deste paciente, pelo que não seriam rejeitadas.
➥ Durante a diferenciação celular os genes são expressos de forma diferente – as células mantêm
sempre o mesmo património genético. O mecanismo responsável pela diferenciação é a expressão diferenciada
dos genes, ou seja, envolve a expressão de determinados genes e a inativação de outros. Em cada célula,
aproximadamente 5% dos seus genes estão a ser transcritos, processados e traduzidos em sequência de
proteínas, estando outros inativos.
➥ A transcrição diferencial de genes é a marca principal da diferenciação celular.

- Reprodução
➩ Reprodução Assexuada
Formam-se novos indivíduos a partir de um só progenitor, sem ocorrer fusão de gâmetas – ausência de
fecundação. Os seres procariontes e a maioria dos seres unicelulares eucariontes podem reproduzir-se
assexuadamente. Também ocorre em alguns seres pluricelulares.

✿ Bipartição / Cissiparidade / Divisão simples / Divisão Binária: Uma célula divide-se em duas,
geneticamente iguais entre si e ao progenitor, ficando sempre do mesmo tamanho característico da espécie.
Exemplos: organismos unicelulares procariontes (bactérias); organismos unicelulares eucariontes
(amibas e paramécias.)
✿ Gemulação / Gemiparidade: O progenitor emite uma ou mais pequenas saliências (gemas/gomos),
originando novos organismos. A gema origina um descendente de menores dimensões, mantendo-se o
progenitor do mesmo tamanho que tem.
Exemplos: organismos unicelulares (leveduras); organismos pluricelulares (anémonas e hidras).

Joana Araújo
✿ Fragmentação: Obtêm-se vários indivíduos a partir da regeneração de fragmentos de um indivíduo
progenitor. Quando o progenitor se fragmenta, esse fragmento vai dar origem a um novo ser vivo.
Exemplos: algas, planárias, estrela-do-mar (seres pouco diferenciados).
✿ Partenogénese: Formação de novos indivíduos exclusivamente a partir do
desenvolvimento de óvulos não fecundados. É uma alternativa para alguns animais que
se reproduzem sexuadamente, quando não há machos, como o Dragão de Komodo.
Exemplos: plantas, peixes, afídeos, dáfnias, abelhas, anfíbios e répteis.
✿ Esporulação: Nos esporângios: estruturas especializadas na reprodução – formam-se por mitose, células
muito resistentes e leves, os esporos. Quando há amadurecimento e a rutura do esporângio, os esporos são
libertados e eles germinam apenas quando as condições forem favoráveis, originando novos indivíduos.
Exemplos: fungos (bolor); plantas.
✿ Multiplicação Vegetativa / Propagação Vegetativa: Ocorre devido à existência de tecidos
indiferenciados chamados meristemas, onde se formam células continuamente. Assim, podem-se formar
novas plantas a partir de várias partes da planta-mãe (folhas, caules aéreos ou subterrâneos).
Exemplos: plantas.
✿ Multiplicação Vegetativa Artificial: Introduzida pelo Homem.
➥ Estacaria: Introdução de caules e/ou ramos no solo (estacas), onde vão enraizar e originar uma
nova planta.
Exemplos: videira e roseira.
➥ Mergulhia: Selecionar um ramo da planta, retirar todas as folhas e encurvá-lo, de modo a enterrá-
lo no solo. Esse ramo vai criar raízes, assim podendo ser cortada a ligação com a planta progenitora, formando-
se um indivíduo autónomo.
➥ Enxertia: Juntar os ramos de duas plantas, descascados na zona de contacto. No local do enxerto
haverá cicatrização e integração do enxerto na planta recetora.

✿ Clonagem
Os descendentes da reprodução assexuada são todos os clones do progenitor, ou seja, a reprodução assexuada
é uma clonagem.
Micropropagação: clonagem de plantas em cultura in vitro. É usado em floricultura, fruticultura e
silvicultura.

✿ Vantagens e Desvantagens da Reprodução Assexuada

Vantagens Desvantagens
➥ Apenas um progenitor é necessário para originar ➥ A reduzida variabilidade genética pode tornar-se perigosa
descendentes, o que representa economia de energia. para a sobrevivência da espécie. O aparecimento de mudanças
➥ É rápida e produz um elevado número de descendentes, o ambientais desfavoráveis às variedade existentes pode levar ao
que permite uma rápida dispersão das populações. seu desaparecimento, ou mesmo, à extinção da espécie.

Joana Araújo
➩ Reprodução Sexuada
É o resultado de uma fecundação – dela resulta o zigoto, cujo núcleo possui o dobro dos cromossomas
existentes nos gâmetas.
Cromossomas homólogos: Par de quatro cromatídios que formam dois cromossomas, um de origem materna
e outro de origem paterna. Eles apresentam a mesma forma e tamanho e possuem genes que informam para
os mesmos caracteres.
Células diploides: Todas as células (incluindo o ovo), cujo núcleos possuem cromossomas homólogos (2n).
Células haploides: Os gâmetas possuem metade dos cromossomas das diploides, não apresentam
cromossomas homólogos (n).
A fecundação leva à duplicação cromossómica. A formação de gâmetas permite, em cada geração,
compensar a duplicação cromossómica ocorrida na fecundação, mantendo o cariótipo da espécie.

✿ Meiose
➥ A produção de gâmetas, um processo de divisão nuclear especial, durante o qual uma célula diploide
se divide em quatro células haploides.
➥ Divide-se em: interfase, divisão I e divisão II.

❥ Interfase
➥ Há a replicação da informação genética e síntese de biomoléculas. Na fase S,
ocorre a replicação, o que leva ao facto cromossoma ser constituído por dois
cromatídios no início da meiose.

❥ Divisão I / Divisão Reducional


➥ É constituída por: prófase I, metáfase I, anáfase I, telófase I e citocinese.
⛭ Prófase I: É a etapa mais longa da meiose, onde os cromossomas sofrem condensação
(tornam-se mais curtos, grossos e visíveis). O invólucro nuclear e o nucléolo desorganizam-se e
os centrossomas vão para os polos.
Os cromossomas homólogos emparelham-se, graças a um processo chamado sinapse. Estes
conjuntos são chamados de bivalentes.
Pontos de Quiasma: união entre dois cromatídios e dois cromossomas homólogos. Nos pontos de quiasma
ocorre troca de informação genética – crossing-over – rutura e troca de segmentos entre cromatídios de
cromossomas homólogos.

⛭ Metáfase I: Os cromossomas atingem o seu máximo de condensação.


Os bivalentes ligam-se a microtúbulos do fuso acromático através dos centrómeros e alinham-
se aleatoriamente na placa equatorial. São os pontos de quiasma que que se localizam no plano
equatorial do fuso acromático e não nos centrómeros.

Joana Araújo
⛭ Anáfase I: Há a rutura dos pontos de quiasma e os dois cromossomas homólogos de
cada bivalente separam-se aleatoriamente. Cada cromossoma, constituído por dois
cromatídios, migra para um dos polos da célula – Divisão Reducional.

⛭ Telófase I: Os cromossomas começam a descondensar (mais finos e longos). Cada


núcleo é haploide (n) – possui metade do número de cromossomas do núcleo diploide inicial
(2n).

❥ Divisão II / Divisão Equacional

➩ Mutações na meiose
Mutação génica: Alteração na sequência normal dos genes.
Mutação cromossómica: Alteração no número de cromossomas ou grandes números de genes. Divide-se em
mutações estruturais e mutações numéricas.
Mutação cromossómica estrutural: Há alteração no número ou no arranjo dos genes, mantendo-se o número
do cromossoma (pode ocorrer no crossing-over).
Mutação cromossómica numérica: Há alteração do número de cromossomas (pode ocorrer na Anáfase I ou
na Anáfase II).
As mutações são uma fonte de variabilidade genética (meiose e fecundação).

➩ Reprodução Sexuada nos Animais


Gónadas: testículos; ovários.
Se um animal possui os dois tipos de gónadas, chama-se animal hermafrodita. Se um animal só possui um
tipo de gónadas, chama-se animal unissexuado.

➩ Fecundação Externa e Interna


A fecundação externa efetua-se em meio líquido (ex.: seres aquáticos, rã).
A fecundação interna não depende da água pois ocorre na terra (ex.: mamíferos).

Joana Araújo
No caso dos hermafroditas: Quando não se conseguem auto-fecundar, acasalam com outros da sua espécie,
por fecundação cruzada – hermafroditismo insuficiente (assegura a variabilidade genética). Quando se
conseguem auto-fecundar – hermafroditismo suficiente.

➩ Reprodução Sexuada nas Plantas


Os órgãos reprodutores da flor: estame (órgão masculino), carpelo (órgão feminino).
Carpelo = estigma + estilete + ovário (gametângio feminino).
Estame = filete + antera (gametângio masculino).
Gineceu = conjunto de carpelos de uma flor.
Androceu = conjunto de estames de uma flor.
As flores podem ser hermafroditas ou unissexuadas.
A polinização das plantas pode ser direta, indireta e cruzada.
O fruto é constituído pela semente e pelo pericarpo. A semente é o embrião da flor e o pericarpo é as paredes
do ovário.

➩ Ciclos de Vida
✿ Ciclo de Vida Haplonte
➥ A meiose ocorre após a formação do ovo – meiose pós-zigótica.
➥ Na meiose são produzidas células haplontes que se dividem por
mitose para dar origem a um organismo adulto haplonte.
➥ Os gâmetas são produzidos por mitoses.
➥ Apenas o zigoto é diplonte.
➥ Maioria dos fungos e algumas algas.

Ex.: Espirogira: alga verde, filamentosa.


Ela pode-se reproduzir assexuadamente ou sexuadamente (depende das condições do meio). A reprodução assexuada é
por fragmentação – os filamentos celulares quebram, originando fragmentos que, por divisão celular sucessiva,
regeneram novos filamentos. Na reprodução sexuada é necessário que dois filamentos de espirogira se disponham lado
a lado, formando-se nas células desses filamentos, saliências que crescem e entram em contacto. Quando as saliências
se encontram, a parede e a membrana celular de ambas as células desintegram-se, formando um tubo de conjugação que
permite a comunicação entre cada duas células. – O material de uma das células constituí o gâmeta dador. Esse material
passa para dentro da célula recetora, onde se encontra o gâmeta recetor. Nesse momento há a fusão dos citoplasmas,
formando-se um zigoto diploide na célula recetora.
Quando o zigoto germina, ocorre uma meiose no zigoto, formando-se quatro núcleos haploides, dos quais três
degeneram, ficando a célula com um único núcleo haploide.

Joana Araújo
✿ Ciclo de Vida Haplodiplonte
➥ A meiose ocorre antes da formação dos esporos – meiose pré-
espórica.
➥ Há uma alternância de gerações, a geração gametófita e a geração
esporófita.
➥ A fase diploide e a fase haplonte são desenvolvidas.
➥ Plantas e algumas espécies de algas.

Ex.: Polipódio: feto (locais húmidos e escuros).


Esporófito: É a planta adulta, que é formada por raízes, um caule subterrâneo (rizoma) e folhas.
Pode-se reproduzir assexuadamente através da multiplicação vegetativa, através dos rizomas. Na reprodução sexuada é
necessário a formação de esporos, pois eles não produzem sementes. Na altura da reprodução, na página inferior das
folhas desenvolvem-se pequenos sacos amarelos. Os sacos são grupos de esporângios, os quais, quando jovens, contêm
células-mãe de esporo.
A meiose é pré espórica: As células-mãe dos esporos sofrem meiose e originam esporos haploides.
O esporo cai no solo e germina, dando origem ao protalo – é uma estrutura fotossintética de vida independente e é um
gametófito que possui anterídios (gametângio masculino) e arquegónios (gametângio feminino). Estes formam
anterozoides e uma oosfera, respetivamente.
A fecundação, que é dependente de água, origina um ovo/zigoto (2n), que, por mitoses, dá origem ao esporófito, que dá
origem à planta adulta (que se forma em cima do protalo).

✿ Ciclo de Vida Diplonte


➥ A meiose ocorre antes da formação dos gâmetas – meiose pré-
gamética.
➥ Os gâmetas são os únicos haplontes.
➥ O zigoto divide-se por mitose, assim dando origem a um
organismo adulto diplonte.
➥ Maioria dos animais.

Ex.: Mamíferos.
A meiose é pré-gamética: ocorre antes da formação dos gâmetas.
A fase diploide tem uma dominância quase total neste ciclo, assim os mamíferos são organismos diplontes.

- Evolução Biológica e Sistemática dos Seres Vivos


➩ Unicelularidade e Multicelularidade
Quando a temperatura diminui, originou-se um ambiente mais propício para que se pudessem criar moléculas
complexas, que eram resultado da interação entre moléculas orgânicas, originando sistemas organizados –
protobiontes (incapazes de se reproduzirem de forma regular). – O aumento gradual da complexidade dos
protobiontes terá levado ao aparecimento dos primeiros seres vivos.
Joana Araújo
Os primeiros vestígios de vida apareceram há 3500 M.a. – estromatólitos (as bactérias já eram complexas. A
vida na Terra teve origem há 3600 M.a. a 3900 M.a.

➩ Dos procariontes aos eucariontes


✿ Modelo Autogénico
➥ A complexidade da célula gerou-se da própria (auto) membrana da célula procariótica.
➥ Os seres procariontes ter-se-iam tornado progressivamente mais complexas, dando origem a
organismos eucariontes.
➥ Em organismos procariontes, a membrana celular, por invaginações, formou um conjunto de
sistemas endomembranares. Algumas dessas invaginações armazenavam o DNA, formando o núcleo e outras
membranas evoluíram no sentido de produzir organelos semelhantes ao retículo endoplasmático.
➥ Depois, alguns fragmentos de DNA poderiam ter abandonado o núcleo e alojar-se no interior de
estruturas membranares, originando, por evolução, organelos como as mitocôndrias e os cloroplastos.
➥ Pressupõe-se que o DNA da célula tem uma origem comum.
➥ Esta é uma hipótese pouco apoiada, pois o DNA dos cloroplastos e das mitocôndrias apresenta uma
maior semelhança com o dos procariontes do que com o material genético presente no núcleo.

✿ Modelo Endossimbiótico
➥ Células procarióticas primitivas teriam englobado outras células procarióticas de menores dimensões
(fagocitose).
➥ Endossimbiótico: Associação entre organismos diferentes, em que um deles vive no interior do outro;
Relação de simbiose: Relação benéfica para ambas as partes, de dependência mútua, tornando-se obrigatória.
➥ Admite que o invólucro nuclear e os sistemas endomembranares associados tenham resultado de
invaginações da membrana plasmática, as mitocôndrias e os cloroplastos seriam organismos autónomos.
➥ Células de maiores dimensões terão capturado células mais pequenas, como os ancestrais das
mitocôndrias e dos cloroplastos.
➥ Assim as células englobadas passaram a estabelecer relação de simbiose com a célula hospedeira,
sendo benéfica para ambas, tornando-se obrigatória e permanente. Então, apareceram as células eucarióticas.
➥ Mitocôndrias: Produzem energia utilizando O2 no processo de degradação de compostos orgânicos
(respiração aeróbia); Cloroplastos: Desenvolveram a capacidade de produzir compostos orgânicos
(fotossíntese).

➩ Origem da multicelularidade
O aumento da dimensão das células implicou um incremento significativo do volume relativamente à área
superficial (diminui a relação área).
A troca de substâncias tornou-se menos eficiente para as células com elevadas dimensões, pois todas as trocas
de substâncias necessárias ao metabolismo celular ocorrem ao nível da superfície celular.

Joana Araújo
Os organismos não podem aumentar indefinidamente o tamanho, pois acima de um tamanho crítico, as trocas
entre a célula e o meio não ocorrem com a celeridade necessária para a vida da célula – por isto, alguns
eucariontes unicelulares diminuíram o seu metabolismo.
Já outros eucariontes unicelulares constituíram agregados coloniais/colónias – seres da mesma espécie que
estabelecem ligações estruturais entre si. Posteriormente, evoluíram para organismos multicelulares.
Na sequência do processo de reprodução, algumas células geradas não se libertariam das células progenitoras
após a divisão. Esta terá sido o primeiro passo para o aparecimento de colónias e consequentemente para a
multicelularidade. Volvose é um género de alga que forma colónias com 500 a 50000 células unidas por
prolongamentos citoplasmáticos.

➩ Evolucionismo VS Fixismo
Teoria Fixista: Criacionismo – Diversidade do mundo vivo era explicada como o resultado de um ato de
criação divina. O fixismo defende que as espécies uma vez formadas são imutáveis e, como tal, não sofrem
alterações.
Ideias transformistas: As espécies alteram-se de forma lenta e gradual ao longo do tempo.
Evolucionismo: As espécies evoluem e dão origem a outras espécies.
Lineu: Pai da sistemática – ele era criacionista, mas os seus trabalhos contribuíram para ideias evolucionistas;
estudou a morfologia dos seres vivos, paleontologia e estratigrafia.
Cuvier propôs a Teoria Catastrofista: Umas sucessões de catástrofes ocorreram em determinados locais da
Terra, levando à extinção dos seres vivos existentes.
Lyell reafirmou a Teoria do Uniformitarismo (Hutton), defendendo que na Terra a maioria das alterações
geológicas ocorrem de forma lenta e gradual, sendo o presente a chave do passado.

✿ Lamarckismo – La Marck
➥ Tem dois princípios:
• 1º- A Lei do Uso e Desuso: O ambiente é responsável pela evolução. A necessidade de adaptação
leva ao uso e ao desuso de certos órgãos. O desenvolvimento de órgãos chama-se hipertrofia ≠
atrofia.
• 2º- Lei da Herança dos Caracteres Adquiridos: As características adquiridas são hereditárias, são
transmitidas de geração em geração.

✿ Darwinismo - Darwin
➥ Seleção Natural: A natureza faz uma seleção provocada pelos fatores ambientais, os indivíduos mais
aptos sobrevivem.
➥ Variabilidade Intraespecífica: Na mesma espécie há variações.
➥ Sobrevivência dos mais aptos.
➥ Reprodução Diferencial: Indivíduos com variações vivem mais tempo, e, ao reproduzirem-se,
transmitem as suas características às gerações.

Joana Araújo
➩ Os Argumentos a Favor do Evolucionismo
✿ Anatomia Comparada
Estruturas homólogas Estruturas análogas Estruturas Vestigiais
Funções diferentes Funções iguais Estruturas atrofiadas
Plano estrutural semelhante Anatomicamente diferentes Sem função
Origem embriótica idêntica Origem embriótica diferente Sem importância fisiológica num
(ancestral comum) (origem diferente) determinado grupo de seres vivos
Fenómenos divergentes Fenómenos convergentes

✿ Argumentos Paleontológicos
➥ Fósseis com formas intermédias/sintéticas: Possuem características que correspondem a dois grupos
diferentes de organismos (formas de transição), como, por exemplo o Archaeoptérix (aves e répteis).

✿ Argumentos Citológicos
➥ A Teoria Celular.

✿ Argumentos Bioquímicos – Neodarwinismo (ADN)


➥ Os organismos são constituídos pelas mesmas biomoléculas.
➥ Universalidade do código genético com a intervenção do DNA e do RNA.
➥ Hibridação do DNA: Quanto mais bases emparelhadas, maior é a proximidade filogenética.

✿ Neodarwinismo – Teoria Sintética da Evolução


➥ Populações: Unidades evolutivas.
➥ Variabilidade genética: mutações e recombinação genética.
➥ Seleção Natural: Sobrevivência dos mais aptos.
➥ Fundo genético: Genes de uma população. O fundo genético pode ser modificado por fatores
climáticos.
➥ Reprodução diferencial.
➥ Evolução é uma mudança no fundo genético das populações.

➩ Sistemática dos Seres Vivos – Sistemas de Classificação


Taxonomia: Classificação dos seres vivos e da nomenclatura.
Classificações Práticas: O Homem primitivo distinguia animais venenosos de animais não venenosos,
animais domésticos de animais selvagens, etc. Assim começaram as primeiras classificações dos seres vivos.
O Aristóteles desenvolveu um sistema de classificação mais objetivo e racional. O seu sistema e o de Lineu
baseiam-se nas características morfológicas e/ou fisiológicas dos seres vivos – Classificação Racional:
Caracteriza o período pré-lineano (inclui Lineu) das classificações e permitem a reunião de organismos pouco
relacionados entre si num mesmo grupo.
Joana Araújo
Classificação Racional Artificial: Animais que voam vs animais que não voam.
Classificação Racional Natural: Elaborados tendo em conta um elevado número de características.
Caracteriza o período pós-lineano e pré-darwiniano das classificações.
As classificações artificiais e naturais são ideias fixistas – Classificações horizontais (não consideram o fator
tempo).

Classificação Evolutiva/Filogenética: Têm laços de parentesco (apresentam-se por árvores de evolução


(árvores filogenéticas). Consideram o fator tempo – Classificação vertical -, ou seja, consideram que há
ancestrais comuns – espécies mais relacionadas filogeneticamente divergiram há menos tempo. Caracteriza o
período pós-darwiniano.

Práticas
Classificações Artificiais
Horizontais
Racionais Naturais
Filogenéticas Verticais

Lineu é considerado pai da taxonomia. As categorias, níveis taxonómicos ou taxa (singular - taxon)
encontram-se dispostas de forma hierárquica – Sistema Hierárquico de Classificação.
Categorias taxonómicas/taxa:
espécie ⇨ género ⇨ família ⇨ ordem ⇨ classe ⇨ filo (animais) / divisão (plantas) ⇨ reino

Cada taxon contém o que o precede e está contido no que o segue.


Da espécie ao reino, o número de indivíduos por taxon aumenta, aumentando a biodiversidade e diminuindo
as relações de parentesco.
Categorias intermédias: Junção dos prefixos sub e super às categorias já existentes.
Espécie: Partilham o mesmo fundo genético, podem originar descendência fértil; único taxon que existe
naturalmente; todos os outros taxa são artificiais.
Quanto mais taxa partilharem dois organismos, maior será o seu grau de parentesco.

✿ Nomenclatura - Regras
➥ Utiliza-se o latim.
➥ Nomenclatura poliminal: Antes de Lineu, o nome de uma espécie tinha várias palavras do latim.
➥ Nomenclatura binominal: Sistema da nomenclatura de Lineu; usa dois termos – o primeiro termo é
o nome do género e o segundo termo é restritivo/epíteto específico (sem maiúsculas) (deve-se sublinhar os
termos).
➥ O sufixo idae: animal; sufixo aceae: planta.

✿ Sistemática dos Seres Vivos – Os Reinos da Vida


➥ O Aristóteles dividiu os organismos em dois reinos: Animalia e Plantae.
Joana Araújo
➥ Ernst Haeckel propôs a existência do reino Protista.
➥ Herbert Copeland propôs a existência do reino Monera.

✿ Classificação de Whittaker
➥ Reinos: Plantae, Fungi, Animalia, Protista, Monera.
➥ Há 3 critérios:
➥ 1º- Organização Celular: Célula procariótica e célula eucariótica;
Unicelularidade e multicelularidade.
➥ 2º- Tipos de Nutrição: Autotrofismo e heterotrofismo.
➥ 3º- Interações nos ecossistemas: Produtores, macroconsumidores
e microconsumidores.

✿ Classificação de Whittaker Modificada


➥ Nem todos os fungos são seres pluricelulares: ex.: leveduras.
➥ Nem todos os protistas são seres unicelulares: ex.: algas pluricelulares.
➥ Reino Protista – Todas as algas.

✿ Sistema de Classificações Mais Recentes e 6 Reinos


➥ Carl Woese propôs a existência de 6 Reinos.
➥ Monera divide-se em: Archaebacteria e Eubacteria.
➥ Propôs três domínios/super reinos.
➥ Domínio Bacteria: Reino Eubacteria.
➥ Domínio Archaea: Reino Archaebacteria.
➥ Domínio Eukarya: Reino Protista; Fungi; Animalia; Plantae.

Atualmente, a mais aceite é a Classificação de Whittaker Modificada.

Joana Araújo
Geologia – 10º ano

- Terra e subsistemas em interação


➩ Definição e Classificação de Sistemas
A energia externa que mais influencia a Terra é a energia irradiada pelo Sol. Por sua vez, também possui
energia interna resultante da desintegração de elementos radioativos e do calor interno da sua própria
formação.
As inter-relações entre sistemas e o meio circulante permitem considerar três tipos de sistemas:
➥ Sistemas isolados: Não existem trocas de matéria nem de energia com o exterior.
➥ Sistemas fechados: Há troca de energia, mas não de matéria.
➥ Sistemas abertos: Há troca de energia e de matéria com o exterior.
A Terra considera-se um sistema fechado e composto (apesar de haver trocas de matéria com o Universo,
essas quantidades são desprezíveis).

➩ Subsistemas Terrestres
✿ Hidrosfera: Constituída pelos reservatórios de água: rios, lagos, calotes de gelo e águas subterrâneas. Os
oceanos absorvem maior parte da radiação solar e esta energia é distribuída por todo o planeta através das
correntes oceânicas. (oceanos: 97%; glaciares e calotes de gelo: 2%; subterrânea: 1%)
✿ Atmosfera: Formada pela camada gasosa que envolve os outros subsistemas. Composta por azoto,
oxigénio, árgon, dióxido de carbono e outros gases. É composta por quatro “áreas”: troposfera, estratosfera
(camada de ozono), mesosfera e termosfera.
✿ Geosfera: Representada pela parte sólida da Terra, sendo o subsistema de maiores dimensões. A zona
mais externa é a litosfera.
✿ Biosfera: Inclui o conjunto de seres vivos que povoam a Terra, interagem continuamente com os outros
subsistemas, influenciando-se mutuamente.

➩ Interações de subsistemas
Atmosfera – Biosfera: fotossíntese; respiração celular.
Atmosfera – Geosfera: erupções vulcânicas; desintegração dos elementos radioativos.
Atmosfera – Hidrosfera: ciclo da água.
Biosfera – Geosfera: formação do carvão mineral.
Biosfera – Hidrosfera: ação do Homem (emissão de poluentes para os rios).
Hidrosfera – Geosfera: ciclo da água (infiltração de água nos subsolos).

Joana Araújo
- A medida do tempo e a idade da Terra

Fósseis de idade: Viveram um curto período, mas grande distribuição geográfica.


Fósseis de fácies: Viveram um longo período, mas pequena distribuição geográfica.

✿ Princípio da Sobreposição dos Estratos: Cada estrato é mais velho do que aquele que o sobrepõe.
✿ Princípio da Identidade Paleontológica: Estratos que contenham o mesmo tipo de fóssil possuem uma
idade semelhante.
✿ Princípio da Interseção: Estruturas geológicas que intersetam outras são mais recentes.
✿ Princípio da Horizontalidade: A deposição dos sedimentos ocorre numa posição horizontal. Qualquer
fenómeno que altere a horizontalidade das camadas é posterior à sedimentação.

➩ Idade Relativa e Idade Radiométrica


✿ Datação Relativa: Processo de datação que permite avaliar a idade de umas formações geológicas em
relação às outras. Neste tipo de datação são importantes os fósseis de idade (ex.: amonites; trilobites) e o
princípio da sobreposição dos estratos.

✿ Datação Absoluta: Consiste na determinação da idade das formações geológicas. A técnica mais rigorosa
para determinar a idade absoluta das rochas é a datação radiométrica - desintegração regular de isótopos
radioativos (átomos instáveis – com número de protões diferente do número de neutrões). A desintegração
ocorre no sentido de obter átomos – filhos mais estáveis, verificando-se a libertação de radiações (energia),
sob forma de partículas nucleares. Já os átomos dos isótopos radioativos instáveis recebem o nome de
isótopos-pai.
Semivida: O tempo necessário para que se dê a desintegração de metade dos isótopos-pai.

75% isótopos-pai ➩ 25% isótopos-filho ➩ ½ semivida


50% isótopos-pai ➩ 50% isótopos-filho ➩ 1 semivida
25% isótopos-pai ➩ 75% isótopos-filho ➩ 2 semividas
12,5% isótopos-pai ➩ 87,5% isótopos-filho ➩ 3 semividas

➩ Memória dos Tempos Geológicos


A Terra tem aproximadamente 4600 milhões de anos.
O tempo geológico da Terra está dividido em Eras: Era Pré-Câmbrico, Era Paleozoica, Era Mesozoica e Era
Cenozoica. Estas Eras dividem-se em períodos.

➥ Pré-Câmbrico (4600 M.a. – 540 M.a.): Foi quando teve origem os fósseis mais antigos em rochas
sedimentares há 3500 M.a. (estromatólitos); todas as formas de vida eram anaeróbias (não necessitam de O2);

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as bactérias primitivas eram seres fotossintéticos; no final do Pré-Câmbrico existiu
organismos complexos; os mares foram povoados por animais de corpo mole.
Era Pré-Câmbrico Explosão de vida Era Paleozoica
➥ Era Paleozoica (540 M.a. – 245 M.a.): No Câmbrico houve rápido
desenvolvimento da diversidade da vida marinha, animais com conchas; no Silúrico
apareceram peixes e plantas a ocupar o continente; no Devónico apareceram os anfíbios;
no Carbónico apareceram répteis, fetos arbóreos e as coníferas; as trilobites apareceram
no Câmbrico e extinguiram-se no Pérmico; no Pérmico formou-se a Pangueia.7
Era Paleozoica Maior extinção em massa no planeta Era Mesozoica
➥ Era Mesozoica (245 M.a. – 65 M.a.): Considerada a Era dos répteis; os répteis,
incluindo os dinossauros, foram os animais vertebrados dominantes que ocupavam
todos os continentes; no Cretácio surgiram as plantas com flor; as amonites eram os
invertebrados mais abundantes; existiam pequenos mamíferos de hábitos noturnos; no
final do Triásico, a Pangeia começou a quebrar-se.
Era Mesozoica Extinção dos dinossauros e amonites Era Cenozoica
➥ Era Mesozoica (65 M.a. - hoje): A Era dos mamíferos e aves; desenvolvimento
da fauna e flora; surgiu o Homo sapiens.

- Terra, um planeta em mudança


➩ Os princípios básicos do raciocínio geológico
✿ Catastrofismo: As grandes alterações ocorridas à superfície da Terra foram provocadas por catástrofes.
Tais mudanças eram pontuais e sem ciclicidade. Cuvier, seu defensor, é considerado o pai da Paleontologia,
pois deve-se a ele as leis da anatomia comparada.
✿ Uniformitarismo: Hutton (pai da geologia) é seu defensor. Há dois princípios que explicam o Princípio
do Uniformitarismo:
➥ O Princípio do Atualismo/Princípio das Causas Atuais: Os fenómenos geológicos que alteraram a
Terra no passado são as mesmas que alteram no presente “O presente é a chave do passado.”.
➥ O Princípio do Gradualismo: Os processos geológicos são lentos e graduais.
✿ Neocatastrofismo: Esta teoria (séc. XX) reconhece o Uniformitarismo como guia principal que permite
entender os processos geológicos, mas não exclui que fenómenos ocasionais (ex.: comentas) tenham
contribuído para eventuais alterações localizadas na superfície da Terra.

➩ O mobilismo geológico
✿ Hipótese da Deriva Continental (Wegener): Afirma que os continentes atuais teraim estado unidos, há
cerca de 245M.a.: Pangeia (supercontinente) e Pantalassa (oceano). Este supercontinente ter-se-ia
fragmentado inicialmente em dois continentes: Laurásia (norte) e Gondwana (sul). Estes continentes que
resultam de fragmentações sucessivas, ter-se-iam movimentado à deriva, até ficarem na posição que
apresentam atualmente.
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Argumentos desta hipótese:
➥ Argumentos Morfológicos: Os continentes encaixam entre si como um puzzle sendo mais evidente
entre as costas Ocidental de África e Oriental da América do Sul.
➥ Argumentos Litológicos ou Geológicos: A correspondência entre montanhas na Argentina e África
do Sul evidência a união dos continentes há muitos anos atrás.

✿ Teoria da Expansão dos Fundos Oceânicos: Harry Hess propôs que, os fundos oceânicos estão a formar-
se (expandir-se) continuamente nos riftes e a ser destruídos ao nível das fossas oceânicas.

✿ Datação dos fundos oceânicos: As rochas que se situam em lados opostos do rifte, mas que se encontram
situadas à mesma distância deste, têm a mesma idade. O fundo oceânico é tanto mais novo quanto mais
próximo se encontra da dorsal.

✿ Teoria da Tectónica de Placas


A litosfera não é contínua, encontra-se dividida em 12
placas litosféricas, que se movem umas relativamente às
outras, deslizando lentamente sobre a astenosfera.
A litosfera é uma camada rígida que inclui a totalidade da
crosta e a parte mais superficial do manto.
A astenosfera fica por baixo da litosfera. O material encontra-se parcialmente fundido. Tem um
comportamento plástico; capaz de suportar a mobilidade da litosfera.
Crosta Continental: Mais espessa, menos densa, composta por rochas ácidas.
Crosta Oceânica: Pouco espessa, mais densa, composta por rochas básicas.
➥ Relacionar a tectónica de placas com campo magnético
O magma, ao chegar à superfície, arrefece e solidifica. Os cristais ferromagnéticos, como a magnetite, ao
atingirem a temperatura do ponto de Curie, magnetizam-se adquirindo uma polaridade idêntica à do campo
magnético terrestre nesse momento. Este processo repete-se continuamente de um e de outro lado do rifte.
Posteriormente, ao ocorrer uma inversão do campo magnético terrestre, a crosta oceânica gerada durante
esse período regista uma polaridade inversa da primeira.
Assim, vão-se formando bandas simétricas com a polaridade alternadamente normal e inversa.

➩ O movimento de placas tectónicas


✿ Limites Convergentes – Falhas inversas (compressivas)
Correspondem a zonas de fossas em que uma das placas mergulha sob a
outra – subducção – ocorrendo destruição da placa litosférica que mergulho.

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- Crosta Oceânica - Crosta Continental: A crosta oceânica mais densa mergulha sob a continental –
subdução. Ocorre fusão do material que podem solidificar em profundidade ou originir fenómenos vulcânicos
(arcos vulcânicos continentais).
- Crosta Oceânica - Crosta Oceânica: A placa que sofre subducção é a mais antiga, sendo mais densa. Pode-
se formar um magma que originará fenómenos vulcânicos (arcos vulcânicos insulares).
- Crosta Continental - Crosta Continental: Não há subducção. Do choque resulta o enrugamento dos
terrenos que estão entre placas.
✿ Limites Divergentes – Falhas normais (distensivas)
Correspondem a locais onde as placas se afastam, e a nova crosta é formada
por magma que ascende do manto através de vulcões submarinos. Origina a
expansão dos Oceanos.
✿ Limites Conservativos – Falhas transformantes (cisalhamento)
Situam-se em falhas onde as placas litosféricas deslizam lateralmente, uma em
relação à outra. Este movimento causa tremores de Terra violentos.

- Métodos para o estudo do interior da geosfera


Gradiente geobárico: Taxa de aumento da pressão com a profundidade.
Gradiente geotérmico: Taxa de aumento da temperatura com a profundidade, normalmente expresso em
ºC/Km.
Grau geotérmico: Número de metros necessários percorrer para a temperatura interna aumentar 1ºC (m/ºC).
Fluxo geotérmico: Transferência de calor do interior para o exterior.

➩ Métodos Diretos
Permitem estudar diretamente os materiais que se encontram no interior da Terra, como as rochas.
✿ Observação e estudo direto da superfície visível
➥ Esta permite o conhecimento das rochas e materiais que afloram.
✿ Exploração de jazidos minerais
➥ Ao explorar os recursos minerais em minas (como o carvão, cobre) e em pedreiras (calcários e
mármore) é facilitado o estudo de rochas em profundidade.
✿ Sondagens
➥ São perfurações verticais na litosfera que atingem vários milhares de metros de profundidade. Este
é o método direto que consegue extrair rochas de maiores profundidades.
✿ Vulcanismo
➥ O magma, na sua ascensão, arranca fragmentos das rochas encaixantes, por vezes arrancados a
grandes profundidades, que trazem informações sobre a constituição do manto – xenólitos ou encraves.
Proporciona dados sobre a temperatura no interior da Terra e sobre a sua composição química.

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➩ Métodos Indiretos
São os que formam mais dados para a compreensão da dinâmica da geosfera.
✿ Planetologia e Astrogeologia
➥ O estudo de asteroides e cometas contribui para conhecer o material a partir do qual a Terra se formou
e compreender melhor a evolução que sofreu. O estudo dos meteoritos tem permito relacionar a sua natureza
e a sua composição com as diferentes zonas que se admite constituírem o interior do globo terrestre: sideritos
– núcleo; siderólitos – manto; aerólitos – crusta.
✿ Sismologia
➥ A velocidade das ondas sísmicas, direção e até a sua existência sofrem mudanças ao passar por
materiais mais ou menos densos e mais ou menos rígidos, sólidos, líquidos e plásticos. A forma de propagação
das ondas sísmicas prova que o interior da Terra não é homogéneo.
✿ Geotermismo
➥ Refere-se ao calor contido no interior da Terra. Esta energia térmica ou calorífica tem origem no
calor que ficou retido no interior do globo na altura da sua formação e na desintegração de elementos
radioativos, como o urânio, o tório e o potássio. Verifica-se que a temperatura aumenta cerca de 30ºC por Km
de profundidade, mas, certas regiões, como as vulcânicas, o valor medido é superior. Admite-se que o
gradiente geotérmico diminui com a profundidade, ou seja, o aumento da temperatura faz-se de um modo mais
lento.
➥ Já o grau geotérmico aumenta com a profundidade.
➥ O fluxo térmico é contínuo, mas não uniforme.
➥ Se a temperatura aumenta mais do que a pressão, a rigidez diminui – os materiais tendem a fundir-
se e vice-versa.
✿ Gravimetria
➥ É a determinação da força da gravidade terrestre utilizando aparelhos próprios (gravímetro).
𝑚×𝑀
➥𝐹= 𝑅2

➥ A força gravítica aumenta com o aumento da massa e diminui com o aumento da distância ao centro
da Terra. Esta, mesmo corrigindo os efeitos latitude, altitude e presença de acidentes tropográficos, a força
gravítica continua a apresentar anomalias gravimétricas – variações locais ou regionais de força gravítica, em
relação ao valor médio da gravidade medida ao nível médio da água do mar.
➥ As anomalias gravimétricas devem-se à existência de rochas com maior ou menor densidade sob a
superfície. Existem anomalias negativas e positivas.
- O valor normal da força gravítica, ao nível das águas do mar, é 0 (zero).
- As anomalias gravimétricas negativas situam-se abaixo de zero. São devidas à presença no subsolo
de rochas com densidade inferior à das rochas encaixantes (d=m/V). é o caso dos domas salinos. Como estes
constituem armadilhas petrolíferas, estão muitas vezes associados a jazidos de petróleo.
- As anomalias gravimétricas positivas situam-se acima de zero. Devem-se à presença de rochas com
densidade superior às rochas encaixantes. É o caso das intrusões magmáticas e de minérios com interesse
económico, como os metais (jazidos minerais).

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➥ Nos continentes ocorrem anomalias gravimétricas negativas que se acentuam nas montanhas, pois
estes apresentam uma grande espessura e reduzida densidade. Nos fundos oceânicos, menos espessos e
formados por rochas mais densas, como o basalto, as anomalias registadas são positivas.
➥ A aplicação do método gravítico permitiu concluir que o interior da geosfera não é homogéneo e os
materiais variam quer lateralmente quer em profundidade. Permitiu ainda apoiar a hipótese de que a densidade
no interior da geosfera é variável.

✿ Geomagnetismo
➥ A Terra possui um campo magnético invisível que prossupõe a existência de corrente elétrica. Os
geológos acreditam que o núcleo externo deverá encontrar-se no estado líquido e que as elevadas temperaturas
criam correntes de convecção. Os movimentos de metais líquidos estarão na origem de correntes elétricas
responsáveis pelo campo magnético terrestre.
➥ Os minerais ferromagnesianos de certas rochas magmáticas (como a magnetite presente no basalto),
comportam-se como ímanes, pois magnetizam instantaneamente durante o arreferecimento do magma ficando
orientados de acordo com a polaridade do cmapo magnético terrestre vigente no momento em que se dá o
arrefecimento. Assim, certas rochas magmáticas registam a polaridade do campo magnético terrestre na altura
da sua formação. A polaridade remanescente (a que se encontra “gravada” nas rochas), idêntica à atual, é
designada polaridade normal, e a oposta é chamada polaridade inversa.
➥ Nos fundos oceânicos, verifica-se que a polaridade dos
minerais ricos em ferro do basalto alterna, em bandas simétricas, em
relação ao rifte – paleomagnetismo. As anomalias positivas
correspondem à polaridade do campo magnético normal (atual) e as
anomalias negativas à polaridade inversa.
➥ A existência de um campo magnético terrestre apoia o
modelo sobre a existência de um núcleo formado por ferro e níquel,
sendo o núcleo externo líquido.

- Vulcanologia
O vulcanismo pode ser eruptivo/primário (central e fissural) e pode ser residual/secundário.
➩ Vulcanismo Eruptivo/Primário
✿ Vulcanismo Central
➥ Os materiais ascendem até à superfície por uma conduta tubular – chaminé central.

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➥ Devido às elevadas temperaturas, o magma é menos denso que as rochas e sobe, acumulando-se em
espaços no interior da crusta – câmaras magmáticas, que são delimitadas pelas rochas encaixantes. Quando há
um aumento da pressão na câmara magmática, o magma é forçado a subir através das fendas das rochas para
câmaras mais superficiais e, posteriormente, destas até à superfiície através da chaminé. A acumulação de
materiais expelidos na supefície origina uma estrutura cónica – cone principal. A parte superior da chaminé
termina numa depressão afunilada – cratera – por onde os materiais são ejetados.
➥ A formação das caldeiras vulcânicas: Após fortes erupções pode ocorrer o esvaziamento da câmara
magmática, o que torna o aparelho vulcânico instável por falta de sustentabilidade. O peso e as fraturas
circulares existentes provoca o abatimento/subsidência da parte central do vulcão; forma-se uma grande
depressão circular. Assim se forma uma caldeira.
Por vezes, essas caldeiras enchem-se de água das chuvas ou do degelo, formando lagoas.
✿ Vulcanismo Fissural
➥ A lava é expulsa através de profundas e extensas fraturas.
➥ Estas erupções fissurais (estão associados a magmas basálticos) são mais extensas nas zonas de rifte,
originando novos fundos oceânicos.

✿ Materiais Expelidos Pelos Vulcões


➥ Os materiais sólidos: Piroclastos – têm origem em materiais de lava projetada ou em fragmentos
proveninetes da destruição parcial do aparelho vulcânico (piroclastos de queda e piroclastos de fluxo).
- Piroclastos de queda: fragmentos libertados numa erupção vulcânica que, devido ao seu peso, acabam por
cair.
• Cinzas (inferiores a 2mm);
• Lapilli / Bagacina (dos 2mm aos 64 mm);
• Bombas vulcânicas (redondas) e blocos vulcânicos (angulosass) (superiores a 64mm).

- Piroclastos de fluxo: movimentam-se ao longo das vertentes envolvidas em água ou em gases.


• Nuvens ardentes: Cinzas envolvidas em gases a elevadas temperaturas que se deslocam
rapidamente pelas encostas.
• Escoadas de lama ou ou lahars: Envolvidos em água que se deslocam pelas encostas.

➥ Os materiais gasosos: O que predomina é o vapor de água mas muitos outros são lançados na
atmosfera, tais como monóxido de carbono, CO2, H, óxidos de enxofre. Etc.
➥ Os materiais líquidos: Lava.

➩ Lava
Magma: Formado por uma mistura de silicatos fundidos por cristais em suspensão e por diversos gases.
Magma Desgaseificação
Lava
Viscosidade: Apresenta a resistência da substância a fluir – quanto mais viscoso, mais dificuldade em fluir.
Esta depende da composição e da temperatura.

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✿ Lava Básica/Basáltica
➥ Quantidade de sílica: ≥ 50%; ➥ Erupções calmas;
➥ Pouca quantidade de gases; ➥ Baixa viscosidade/fluida;
➥ Ponto de fusão: 1300ºC;
➥ Basaltos e Gabros.

✿ Lava Intermédia/Andesítica
➥ Quantidade de sílica: entre 50% a 70%; ➥ Viscosidade intermédia;
➥ Intermédia quantidade de gases;
➥ Ponto de fusão: 1000ºC;
➥ Andesitos e Dioritos.

✿ Lava Ácida/Riolítica
➥ Quantidade de sílica: ≥ 70%; ➥ Erupções violentas;
➥ Grande quantidade de gases; ➥ Elevada viscosidade/fluida;
➥ Ponto de fusão: 800ºC;
➥ Riólitos e Granitos.

➩ Escoadas da lava fluida (básica)


Lavas encordoadas ou pahoehoe: Superfície lisa ou semelhantes a cordas sobrepostas; lavas ultrabásicas,
muito fluidas.
Lavas escoriáceas ou aa: aspeto irregular, áspero e poroso que resulta da consolidação de lavas menos
fluidas.
Lavas em almofadas (pillow lavas) ou em rolo: Lavas fluidas que arrefecem dentro de água; arrefecem
rápido, formando-se nessas massas uma carapaça sólida que é quebrada em vagas sucessivas pela lava.

➩ Tipos de atividades vulcânicas


✿ Erupção Efusiva
➥ Associada a riftes e pontos quentes.
➥ A lava é fluida, a libertação de gases é fácil e a erupção é calma.
➥ Formam-se grandes escoadas que percorrem grandes distâncias (correntes de lava).
➥ Os cones vulcânicos são baixos e de vertenes suaves.

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✿ Erupção Explosiva
➥ Ocorrem violentas explosões, emitindo produtos sólidos e gases. As lavas são
muito viscosas, fluem com dificuldade e impedem a libertação de gases. Por vezes, a lava
solidifica dentro da própria chaminé formando agulhas vulcânicas.
➥ Durante este tipo de erupção, os fragmentos são projetados, solidificando os que
ainda estão pastosos, no trajeto pelo ar, sendo os piroclastos de queda. Há piroclastos que podem movimentar-
se ao longo das vertentes envolvidas em água e gases- piroclastos de fluxo. Ainda se destacam as nuvens
ardentes.

✿ Erupção Mista
➥ Estes vulcões alternam períodos efusivos e explosivos, períodos calmos com
formações de escoadas e períodos com explosões violentas com libertação de
piroclastos e gases.
➥ Lava viscosa/pouco fluida, intermédia, forma escoadas pouco extensas.
➥ Os cones são de média altura e alterna, chamadas de lava com camadas de piroclastos.

➩ Vulcanismo Secundário/Residual
✿ Fumarolas: Emissão de gases a elevadas temperaturas, pelas fissuras das rochas, situadas próximo de
vulcões ativos.
➥ Sulfataras: emissão de gases ricos em enxofre.
➥ Mofetas: Predomínio de CO2 e CO.
✿ Géiseres: Repuxos intermitentes de água a ferver sob pressão, que se observa em zonas vulcânicas.
✿ Nascentes Termais: Fonte de libertação de águas ricas em minerais. Pode ter origem no arrefecimento e
consequente condensação do vapor de água ou na infiltração e acumulação de água em rochas purosas em
elevadas temperaturas.

➩ Vulcões e Tectónica de Placas


✿ Vulcanismo Vale de Rifte
➥ Limites divergentes;
➥ Erupções mistas ou efusivas.
✿ Vulcanismo de Subducção
➥ Limites convergentes;
➥ Erupções mistas ou explosivas.
✿ Vulcanismo Intraplaca
➥ Pontos quentes (hot spot), erupções efusivas;
➥ Os fluxos de magma muito profundos (plumas térmicas) atingem a superfície terrestre;

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➥ O facto das placas se deslocarem sobre esse ponto origina, ao longo do tempo, vulcões que após a
sua extinção, ficam alinhados na direção do movimento das mesmas. O vulcão (ilha) mais antigo é o mais
afastado do ponto quente.

➩ Monitorização de um Vulcão
➥ Detetar fenómenos precursor (referir técnicas como o gravímetro e o sismógrafo).
➥ Prever que a erupção está eminente.
➥ A previsão leva à prevenção e assim evacuar a população, logo salva-se vidas.

➩ Vulcanismo – Fonte de Recursos


➥ Turismo; Atividade agrícola nos solos; energia geotérmica.

- Sismologia I
Sismos: São abalos bruscos da superfície terrestre provocados por uma libertação brusca de energia no seu
interior.
Artificiais – explosões artificiais.
Sismos
Naturais – vulcânicos; colapso; tectónico.
Sismos Vulcânicos: Movimentação do magma no seu percurso em direção à superfície ou explosão do
aparelho vulcânico.
Sismos de Colapso: Acontecimentos geológicos locais, como abatimento de grutas ou desprendimento de
terrenos.
Sismos Tectónicos: Resultam da rutura das rochas quando estas estão sob a ação de fortes tensões tectónicas
devido ao movimento das placas.

➩ Tensões Tectónicas
✿ Forças de Compressão – Compressivas

➥ Falhas inversas;
O teto fica em cima
➥ O teto sobe em relação ao muro.
do plano de falha.
✿ Forças de Distensão – Distensivas

➥ Falhas normais;
➥ O teto desce em relação ao muro.

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✿ Forças de Cisalhamento – Conservativas ou Transformante

➥ Falhas de desligamento ou falhas transformantes;


➥ Não se fala de teto nem de muro.

15Km/20Km – Deformações em regime frágil – sedimentar


plástico elástico

20Km/50Km – Deformações em regime frágil – metamórfica Quebra menos facilmente


50Km/∞Km – Deformações em regime dúctil - magmática

Em regime frágil, quando se ultrapassa a elasticidade, o material entra em rutura, havendo uma falha.
Em regime dúctil, as falhas podem ser: dobras, cisalhamento e estiramento.

➩ Teoria do Ressalto Elástico


As forças tectónicas criam estados de tensão que vão deformando lentamente as rochas, enquanto a sua
elasticidade o permitir.
À medida que as placas tectónicas se vão movimentando, a deformação acentua-se e decorre a acumulação
de colossais quantidades de energia, durante anos, séculos ou milénios.
Porém, as rochas atingem o seu limite de acumulação de energia, pelo que a sua resistência à tensão é
excedida.
Neste ponto limite, as rochas fraturam, ocorrendo um movimento relativo entre os dois blocos.
O deslocamento repentino dos dois blocos da falha origina a libertação de energia elástica e acumulada, em
parte sob a forma de calor e também sob a forma de ondas sísmicas, isto é, origina um sismo.

Sismo: Antecedido por abalos premonitórios e sucedido por réplicas.


Hipocentro/Foco sísmico: O local no interior da Terra onde o sismo tem a sua origem.
Epicentro: O plano à superfície da Terra, situado na vertical do hipocentro.
Profundidade focal: Distância entre o foco e o epicentro.
Ondas sísmicas: A energia libertada por um sismo propaga-se em todas as direções, sob a forma de ondas
elásticas.
Raio sísmico: Uma perpendicular à superfície da onda sísmica.
Tsunami/Raz de maré/Maremoto: Quando o epicentro de um sismo se localiza no oceano, pode originar
uma onda marinha gigante.

➩ Ondas Sísmicas
No interior da Terra, são transmitidas ondas internas (ondas P e ondas S), que quando atingem a superfície
geram ondas superficiais (ondas L e ondas R).
✿ Ondas internas
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⛭ Ondas P (primárias) ou longitudinais
➥ As mais rápidas, as primeiras a serem registadas pelos sismófragos (ondas primárias).
➥ As partículas constituintes do material rochoso vibram segundo a direção de propagação da onda –
ondas longitudinais.
➥ A sua passagem através dos materiais provoca alternadamente compressão e distensão – variação de
volume.
➥ As ondas P propagam-se em todos os meios. A sua velocidade diminui na passagem de meios sólidos
para meios líquidos, e destes para meios gasosos.
⛭ Ondas S (secundárias) ou transversais
➥ Têm velocidade inferior às ondas P, aparecem nos sismógrafos em segundo lugar (ondas secundárias).
➥ As partículas constituintes do material rochoso vibram perpendicularmente à direção da propagação
da onda – ondas transversais.
➥ Deformam os materiais à sua passagem, sem alteração do seu volume.
➥ Propagam-se apenas em meios sólidos.

As ondas P e S originadas no hipocentro, ondas profundas, quando atingem a superfície terrestre, interagem
com esta originando as ondas de superfície. Estas possuem velocidades inferiores às apresentadas pelas ondas
P e S.

⛭ Ondas L (love)
➥ As partículas constituintes do material rochoso vibram horizontalmente (paralelamente à superfície),
numa direção perpendicular à direção de propagação da onda.
➥ São ondas de grande amplitude – ondas longas – que lhes confere elevada capacidade destrutiva.
➥ Propagam-se em meios sólidos.
⛭ Ondas R (rayleigh)
➥ As partículas constituintes do material rochoso vibram perpendicularmente à direção de propagação
de onda, deslocando-se um movimento elípticos e no sentido contrário à propagação da onda.
➥ Propagam-se em meios sólidos e líquidos.

➩ Determinação do epicentro de um sismo


Os movimentos do solo provocados pelas ondas sísmicas podem ser registados pelos sismógrafos, e o registo
obtido chama-se sismograma.
1. As ondas sísmicas propagam-se concentricamente a partir do foco e atingem diferentes estações
sismográficas em diferentes momentos.
2. O gráfico do tempo/distância é chamado curva de distância- tempo. Pelo facto de as ondas P se
propagarem mais rapidamente que as ondas S, o intervalo entre as suas curvas aumenta com a distância.
3. Relacionando o intervalo observando com o espaçamento das curvas, um geólogo pode determinar a
distância epicentral.

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4. Traçar uma circunferência no local da estação considerada, com centro nesse ponto e raio igual à
distância epicentral reduzida à escalda da carta. O epicentro ficará situado algures nessa circunferência.
5. Proceder de modo idêntico para uma segunda e terceira estações sismográficas. O ponto que intersetam
é o epicentro.

➩ Intensidade sísmica e magnitude


✿ Escala de Mercalli
➥ Tem 12 graus de intensidade (de I a XII).
➥ É uma escala qualitativa: avalia a intensidade sísmica em função do grau de perceção das vibrações,
pela população que sentiu o sismo e do grau de destruição.
➥ É uma escala subjetiva e imprecisa.
➥ Isossistas: Linhas que unem pontos de igual intensidade sísmica. Como as regiões atravessadas pelas
ondas sísmicas apresentam diferentes litologias (materiais heterogéneos), que afetam a propagação das ondas,
o trçado das isossistas é irregular. Nos oceanos não é possível definir a intensidade, portanto não são traçadas
as isossistas ou estas são tracejadas.
✿ Escala de Richter
➥ O valor da magnitudade de um sismo representa a ordem de grandeza de energia libertada no foco
através da propagação de ondas elásticas.
➥ É uma escala aberta – não tem limite máximo.
➥ É uma escala objetiva.

Para um sismo há muitas intensidades mas só uma magnitude!

➩ Sismos e tectónicas de placas


Sismos intraplacas: Ocorrem no interior das placas tectónicas consideradas geologicamente estáveis.
Sismos interplacas: Ocorrem nas zonas de fronteira de placas, verificando-se uma maior ocorrência nas zonas
de colisão.
Zonas de maior sismicidade: Cintura mediterrânico-asiática; zonas de dorsais oceânicas; cintura
circumpacífica (anel de fogo do pacífico).
Portugal continental situa-se na Placa Euroasiática, limitada pela falha Açores-Gibraltar e, a oeste, pela
Dorsal Médio-Atlântica.

➩ Minimização dos Riscos Sísmicos


1. Identificação das zonas de risco.
2. Identificação de falhas ativas.
3. Elaboração de cartas de isossistas.
4. Construções de cartas de isossistas.
5. Planos de evacuação.
6. Simulações sísmicas.
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- Sismologia II
Graças às ondas P e S inferimos que o interior da Terra se encontra organizado em camadas com composições
e propriedades físicas diferentes.
Superfície de descontinuidade: superfície que separa dois meios com características diferentes, onde as ondas
podem ser refletidas ou/e refratadas.
- Geram-se dois raios: um raio refletido que se propaga no
meio 1 com a velocidade V1 e outro designado no meio 2
com velocidade V2.
Ao atingirem uma zona de descontinuidade, para
além da sua aceleração ou retardamente, sofrem
também fenómenos de refração ou reflexão.

➩ Descontinuidades
✿ Descontinuidade de Mohorovicic

⇨ ondas diretas P e S;
⇨ ondas P e S que sofrem refração.

As ondas P e S diretas chegaram primeiro que as refratadas à estação A.


Na estação B, as ondas diretas e refratadas foram detetadas aproximadamente ao mesmo tempo.
Na C, muito afastada, as ondas refratadas atingiram os sismófragos antes das ondas diretas.
➥ Mohorovicic propôs a existência de uma descontinuidade a separar um meio superficial, no qual as
ondas se deslocam com menor velocidade – a crosta –, de um meio mais profundo, onde a velocidade das
ondas é maior – o manto.
➥ A este limite que separa a crosta do manto dá-se o nome de Descontinuidade de Mohorovicic ou Moho.
➥ A descontinuidade de Moho situa-se a profundidades entre os 5 a 10 Km nos fundos oceânico e os 35
a 75 Km nos continentes.

✿ Zona de baixa velocidade


A velocidade das ondas sísmicas aumenta no limite que separa a crosta do manto.
No entanto, entre os 100Km e os 200Km de profundidade, ao nível, portanto, do manto superior, a velocidade
das ondas P e S diminui, indicando que o material rochoso se encontra num estado de menor rigidez.

Joana Araújo
Os cientistas consideram a zona de baixa velocidade a parte superior da
astenosfera.
O manto é usualmente dividido em duas subcamadas: o manto superior
(10 a 70Km – 650Km), que inclui a astenosfera (100-350Km), e o manto
inferior (650-2900Km).
Os estudos de sismologia, que permitiram definir uma zona de baixa
velocidade e estabelecer a existência da astenosfera, vieram, desta forma,
dar um importante contributo à teoria da tectónica de placas.

✿ Descontinuidade de Gutenberg
➥ Gutenberg observou que para cada sismo existe um sector da superfície terrestre onde não é possível
registar ondas P e S.
➥ A esta faixa da superfície terrestre, que se situa a uma distância angular do epicentro compreendida
entre a 103º (11500Km) e os 143º (15800Km), dá-se o nome de zona de sombra sísmica.
➥ Não se detetam ondas S em locais que se encontram a distâncias superiores a ângulos epicentrais de
103º. Ondas P fortemente desviadas emergem em locais cuja distância epicentral é superior a 143º.

➥ Gutenberg associou a zona de sombra à existência de um limite entre dois meios com composição e
propriedades físicas diferentes – Descontinuidade de Gutenberg.
➥ Esta superfície de descontinuidades situa-se a 2900Km de profundidade e estabelece a separação entre
o manto e o núcleo externo.
➥ O facto das ondas S não se propagarem a partir da descontinuidade Gutenberg, bem como o facto de,
a partir daí, as ondas P sofrerem alterações na sua direção e um decréscimo significativo da sua velocidade
média, leva a crer que esta descontinuidade marca a separação entre um ambiente sólido - manto – e um
ambiente líquido com uma rigidez nula correspondente ao núcleo externo.

✿ Descontinuidade de Lehmann
➥ Lehmann verificou que as ondas P sofriam refração e um aumento de velocidade a uma profundidade
de 5150Km.
➥ Tendo em conta que a velocidade das ondas P é maior em meios sólidos do que em meios líquidos, é
de supor a existência de um núcleo interno no estado sólido.
➥ À fronteira entre o núcleo externo líquido e o núcleo interno sólido dá-se o nome de descontinuidade
de Lehmann.

Joana Araújo
➩ Estrutura interna da geosfera
✿ Modelo segundo a composição química
➥ Crusta: Crusta continental e crusta oceânica.
➥ Manto: Manto superior e manto inferior.
➥Núcleo: Núcleo externo e núcleo interno.
✿ Modelo segundo a composição física
➥ Litosfera (crusta);
➥ Astenosfera (manto);
➥ Mesosfera (manto);
➥ Endosfera (manto).

Joana Araújo
Geologia – 11º ano

- Rochas Sedimentares
➩ Sedimentogénese
A sedimentogénese é formada pela meteorização, erosão, transporte e sedimentação.
✿ Meteorização Física
Provoca a desagregação da rocha em fragmentos mais pequenos; não ocorre transformações químicas que
alterem a composição da rocha.
⛭ Hidroclastia – Ação da água
➥ As alternâncias de períodos de seca com períodos de fortes humidades originam aumentos de volume
ou retrações nos materiais rochosos; a ação mecânica provocada pela chuva nas rochas; etc.
⛭ Crioclastia – Ação do gelo
➥ Quando a temperatura diminui, a água penetra nos interstícios e poros existentes nas rochas pode
congelar. Quando passa para o estado sólido, a água aumenta de volume e expande-se, provocando um
aumento de pressão; o aumento de pressão provoca o alargamento das fissuras já existentes ou a formação de
novas fissuras.
⛭ Termoclastia – Ação da temperatura
➥ Podem sofrer variações de volume – o aumento da temperatura provoca a dilatação das rochas, o seu
arrefecimento provoca a contração, a alternância destes dois fenómenos causa grande fracturação e
consequentemente desagregação de fragmentos.
⛭ Haloclastia – Crescimento de minerais
➥ Em certas zonas, a água existente nos poros das rochas pode conter sais minerais dissolvidos que
podem precipitar; quando ocorre precipitação, os minerais iniciam o seu crescimento, num espaço pequeno, e
exercem forças expansivas que contribuem para a desagregação das rochas.
⛭ Ação dos animais
➥ As raízes das plantas abrem fendas nos blocos; o balançar das árvores sobre as rochas vai provocando
um alargamento das fendas; animais que cavam tocas favorecem a desagregação; o peso e o pisoteio dos
animais sobre as rochas contribuem para a fragmentação.
⛭ Alívio da pressão
➥ As rochas quando são aliviadas do peso das rochas sobrejacentes, expandem, fraturam e formam
diáclases.

✿ Meteorização Química
Podem haver duas maneiras distintas:
➥ Os minerais são dissolvidos completamente e depois podem precipitar formando os mesmos minerais
(ex.: calcite e halite).

Joana Araújo
➥ Os minerais são alterados (ex.: feldspato e micas) e, posteriormente, formam novo minerais (ex.:
minerais de argila.
⛭ Dissolução
➥ Ocorre a reação dos minerais com a água ou com um ácido. A ligação entre os diferentes iões é
quebrada e os iões ficam dissolvidos numa solução.
Exemplos: Ao colocar halite em água, obtemos água salgada com iões de sódio e cloro dissolvido. NaCl + H2O →
Na +Cl-
+

⛭ Hidratação-Desidratação
➥ Envolve a combinação química de minerais com água (hidratação) ou a sua remoção de outros
(desidratação).
Exemplos: Hidratação de hematite para formar limonite: Fe2Q3 + 3H2O → 2Fe(OH)3.
Desidratação do gesso para formar anidrite: CaSO4, 2H2O → CaSO4 + 2H2O.
⛭ Hidrólise
➥ É a substituição dos catiões de estruturas de um mineral pelos iões de hidrogénio. Estes podem vir da
água ou de um ácido. Leva à formação de novos e diferentes minerais ou à completa desintegração do mineral
original.
Exemplos: Os minerais, como, por exemplo, a olivina e a piroxena, são totalmente desintegrados. Mg2SiO4 + 4H+
→ 2Mg2+ + H4SiO4; CaMgSi2O6 + 4H+ + 2H2O → Ca+ + Mg2+ + 2H4SiO4.
⛭ Oxidação-Redução
➥ A oxidação não ocorre sem redução e vice-versa. A oxidação é o processo pelo qual um átomo ou um
ião perde eletrões; na redução ocorre um ganho de eletrões.
Exemplos: A formação da ferrugem é o resultado da transformação do Fe2+ em Fe3+: 4FeO + O2 → 2Fe2O3.

✿ Erosão
Processo pelo qual os agentes erosivos arrancam e separam fragmentos da rocha-mãe.
⛭ Ação erosiva da água
➥ A água ao escorrer arrasta partículas, erodindo as rochas e o solo. Os ravinamentos formam-se quando
as águas percorrem terrenos inclinados, formando sulcos profundos.
➥ As chaminés-de-fada formam-se nos terrenos argilosos inclinados. Os sedimentos menos resistentes
são removidos e formam-se pináculos que no topo sustem rochas que resistiram à meteorização.
⛭ Ação erosiva do vento
➥ O vento transporta finas partículas de areia que atuam como lixas sobre as rochas, desgastando-as; os
blocos rochosos são sobretudo, desgastado na base, pois é junto ao solo que o vento transporta maior
quantidade de sedimentos, formando-se assim blocos pedunculados.

✿ Transporte
Durante o transporte, os detritos sólidos podem sofrer alterações, tais como: arredondamento (os sedimentos
vão perdendo as suas arestas e vértices); granotriagem (separação dos sedimentos de acordo com o tamanho,
a forma e a densidade).
Joana Araújo
⛭ Transporte pela gravidade: A força exercida pela aceleração da gravidade faz com que muitos materiais
se soltem e deslizem das zonas mais altas para as mais baixas.
⛭ Transporte pelo vento: O poder de transporte do vento depende da sua intensidade e do tamanho das
partículas a transportar.
⛭ Transporte pela água: Principal agente de transporte. Quando são transportados pela água ou materiais
vão em solução ou sob a forma de detritos ou clastos.

✿ Sedimentação/Deposição
Ocorre em locais onde a ação doa agentes erosivos e de transporte se anula ou é muito reduzida; pode ocorre
em ambientes terrestre, mas sobretudo em ambientes aquáticos. A deposição dos sedimentos ocorre,
normalmente, em camadas sobrepostas, horizontais e paralelas que se designam estratos/camadas.

➩ Diagénese
Fenómenos físicos e químicos que transformam os sedimentos móveis e incoerentes em rochas sedimentares
consolidadas. As etapas consistem na compactação e na cimentação.
✿ Compactação
Os sedimentos que deixaram de ser transportados vão-se depositando e formam novas
camadas (sedimentação). As camadas formando exercem pressão sobre as camadas
inferiores; devido à pressão exercida, a água contida nos sedimentos é expulsa, ocorrendo
desidratação; os sedimentos ficam cada vez mais juntos, o volume da rocha diminui e torna-
se mais compacta e densa.
✿ Cimentação
Os espaços vazios entre os sedimentos são preenchidos por materiais de neoformação,
resultantes da precipitação de substâncias dissolvidas na água; essas substâncias cristalizam,
constituindo um cimento que une os sedimentos e forma-se uma rocha consolidada.

➩ Tipos de Rochas Sedimentares


Há três grupos de rochas sedimentares: rochas sedimentares detríticas; rochas sedimentares quimiogénicas;
rochas sedimentares biogénicas.
✿ Rochas Sedimentares Detríticas
Formam-se a partir de detritos produzidos no decurso da alteração de rochas pré-existentes. Em consequência
do processo de diagénese, sedimentos detríticos, como argilas, areia e balastros consolidam, originando rochas
sedimentares detríticas consolidadas (coerentes).
detríticas consolidadas
rochas sedimentares

Argila Argilitos
sedimentos

Areia Arenito
Balastros Brecha/Conglomerado

✿ Rochas Sedimentares Quimiogénicas


Resultam da precipitação de substâncias que se encontram dissolvidas na água. Podem destacar-se duas
rochas muito frequentes na Natureza: o sal-gema e o calcário, gesso.
Joana Araújo
Sal-Gema: É formado por um único mineral chamado halite, constituído por cloreto de sódio. Forma-se por
evaporação de águas marinhas em lagunas ou lagoas, ocorrendo precipitação de cloreto de sódio. É branco ou
incolor. Quanto mais incolor, menos impurezas tem.
Calcário: É formada essencialmente por calcite, mineral constituído por carbonato de cálcio. Risca-se
facilmente e faz efervescência com ácidos (reações químicas em que se liberta O2). Predominam os tons claros.
CaCO3(s) + H2O (l) + CO2 (g) → Ca(HCO3)2 (aq)
Calcário quimiogénico: Não apresenta restos de seres vivos.
Gesso: É formado pela precipitação de sais de sulfato de cálcio (CaSO4)

✿ Rochas Sedimentares Biogénicas


Resultam de sedimentos biogénicos, ou seja, detritos orgânicos ou materiais resultantes de uma ação
bioquímica.
Calcário biogénico/conquífero: São formados por restos de seres vivos (conchas, carapaças, etc.).
Carvão: Turfa: É um carvão que se formou muito próximo da superfície.
Lenhite: Formou-se a maior profundidade que a turfa.
Hulha: Formou-se a maior profundidade que a lenhite.
Antracite: Formou-se a maior profundidade que a hulha.
Quando mais velho é o carvão, maior é a quantidade de carbono: quanto mais carbono, mais energética a
rocha é.
Petróleo: É um líquido espesso e negro que resulta de matéria orgânica se as
temperaturas atingirem 120ºC durante dezenas ou mesmo centenas de anos.
Rocha armazém: Rochas porosas e permeáveis (ex.: arenitos, conglomerados).
Rocha cobertura: Rochas impermeáveis (ex.: argilitos).

- Propriedades dos Minerais


Minerais: Estrutura cristalina. Mineraloides: Estrutura amorfa.

➩ Propriedades Físicas
⛭ Cor
➥ Minerais idiocromáticos: Apresentam uma cor constante.
➥ Minerais alocromáticos: Apresentam uma cor variável.
⛭ Risco ou Traço
➥ O traço é uma das propriedades mais eficaz na identificação de minerais, pois mesmo que a cor do
mineral varie, quando reduzido a pó (risco) é constante.

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⛭ Brilho ou Lustre
➥ Os minerais podem ter brilho metálico, brilho não metálico/vulgar.
⛭ Clivagem e Fratura
➥ Todas as ligações são igualmente fortes. Está relacionado com a estrutura cristalina do mineral.
⛭ Dureza
➥ É a resistência que o mineral oferece ao ser riscado por outro.
➥ Escala de Mohs:

➩ Propriedades Químicas
Exemplo: O teste do sabor salgado para identificar a halite, ou o teste da efervescência no calcário.

- Rochas Magmáticas
Magma: Mistura de rochas num estado de fusão com percentagem variável de gases.

➩ Fatores que afetam a fusão das rochas


Temperatura: Aumento da pressão (com a profundidade) – O aumento da temperatura de fusão, por exemplo,
uma rocha que fundiria a 1000ºC à superfície, nestas condições passa a fundir a 1300ºC. Só quando a
temperatura é extremamente alta é que ocorre a fusão do material sujeito a elevadas pressões.
Conteúdo em água: A presença de água nos materiais mantélicos provoca a diminuição considerável do seu
ponto de fusão. Em limites convergentes, a água que é conduzida juntamente com os sedimentos da placa
subductada, reduzindo a temperatura.

➩ Composição e classificação dos magmas


➥ Magma pobre em sílica (≤50%) – Basálticos
➥ Magma de composição intermédia (50%-70%) – Andesíticos
➥ Magma rico em sílica (>70%) – Riolíticos

Magma Basáltico Andesítico Riolítico


Quantidade de gases pequena bastantes grande
dissolvidos
Viscosidade baixa média elevada
Ponto de fusão alto - 1300ºC intermédio – 1000ºC baixo – 800ºC
Rochas resultantes Basalto Andesito Riólito
Gabro Diorito Granito
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Magma Basáltico: Resultante da fusão de uma rocha do manto (peridotito).
Magma Riolítico: Resultante da fusão de rochas da crusta continental.
Magma Andesítico: Resultante da fusão de sedimentos oceânicos e de uma mistura de rochas com origem
quer na crusta oceânica, quer na crusta continental.

➩ Diferenciação Magmática e Cristalização


A diferenciação magmática permite a formação de rochas de diferentes composições, a partir de um magma
inicial, e ocorre porque os minerais formam-se a diferentes temperaturas. Durante o arrefecimento do magma,
a temperatura de cristalização de diferentes minerais vai sendo atingida sucessivamente. Estes, ao
cristalizarem, retiram do magma os elementos químicos que os compõem. Deste modo, a composição do
magma vai variando enquanto arrefece.
Cristalização fracionada: Os minerais não cristalizam todos ao mesmo tempo. Primeiro, cristalizam os
minerais com um ponto de fusão mais elevado, seguido dos restantes, por ordem decrescente.

✿ Sequência de Bowen
Esta sequência é composta por duas séries de minerais: série descontínua e série
contínua.
Série descontínua/Série dos minerais ferromagnesianos: Os minerais presentes
possuem composição química e estrutura interna diferentes. Todos os minerais
possuem ferro e magnésio.
Série contínua/Série das plagióclases: Ocorrem variações químicas nos
minerais, mas a estrutura interna mantêm-se. São constituídos por sílica, alumínio
e percentagens variáveis de cálcio e sódio.

Nas temperaturas mais baixas, o magma residual formará feldspato potássico, moscovite e, finalmente,
quartzo, que cristaliza nos espaços existentes entre os cristais já formados.
Soluções/Fluidos hidrotermais: Magma residual constituído por água com voláteis e outras substâncias em
solução (ex.: sílica, feldspato).
Filões/Filonetes: As soluções preenchem fendas das rochas e os materiais remanescentes cristalizam.

Joana Araújo
Atualmente pensa-se que o processo de diferenciação é bem mais complexo do que anteriormente se pensava:
➥ Os magmas não arrefecem uniformemente na câmara magmática;
➥ Alguns magmas não se misturam (imiscíveis);
➥ Os magmas podem assimilar materiais das rochas encaixantes que modificam a sua composição.

➩ Os Minerais e a Matéria Cristalina


Mineral: Substância sólida, natural e inorgânico, de estrutura cristalina e com composição química fixa ou
variável.
A sua estrutura cristalina implica uma disposição ordenada e regular das partículas, segundo as três
dimensões do espaço, assim formando uma rede tridimensional.
Malha elementar/Motivo cristalino: Tem sempre forma poliédrica que difere da espécie mineral.
Clivagem: Tendência que um mineral apresenta para se dividir segundo direções preferenciais (dependem
das forças que ligam as partículas entre si).

Tipos de cristais:
➥ Cristal euédrico: O mineral é totalmente limitado por faces bem desenvolvidas.
➥ Cristal subédrico: O mineral apresenta algumas faces bem desenvolvidas.
➥ Cristal anédrico: O mineral não apresenta qualquer tipo de faces.

Isomorfismo: Estrutura química diferente e estrutura cristalina idêntica.


Exemplos: plagióclases e olivina.
Polimorfismo: Estrutura química igual e estrutura cristalina diferente.
Exemplos: grafite e diamante.

A formação de cristais é condicionada por: temperatura; tempo; agitação do meio; espaço disponível.

➩ Características das rochas magmáticas


✿ Cor
Minerais félsicos: São ricos em sílica e alumínio. Apresentam cor clara.
Exemplos: Quartzo, feldspato e moscovite.
Minerais máficos: São ricos em ferro e magnésio. Apresentam cor escura.
Exemplos: Olivina, piroxena, anfíbola e biotite.

É possível classificar as rochas quando à sua cor:


Rochas leucocratas: Rochas claras, ricas em minerais félsicos e pobres em minerais máficos; são rochas
ácidas.
Exemplos: Riólito e granito.

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Rochas mesocratas: Rochas de cor intermédia, nas quais os minerais félsicos e máficos ocorrem em
proporções idênticas.
Exemplos: Andesito e diorito.
Rochas melanocratas: Rochas escuras, ricas em minerais máficos e pobres em minerais félsicos; são rochas
básicas.
Exemplos: Basalto e gabro.

✿Textura
Textura fanerítica (granular): Os minerais distinguem-se uns dos outros; característica das rochas
plutónicas/intrusivas; consolidação do magma em profundidade, arrefecimento lento.
Textura afanítica (agranular): Os minerais são tão pequenos que não se distinguem uns dos outros;
característica das rochas vulcânicas/extrusivas; consolidação do magma à superfície, arrefecimento rápido.
Quando arrefecimento do magma ocorre de forma extremamente rápida, não se formam cristais
individualizados. Neste caso, o seu aspeto é semelhante ao vidro ou completamente amorfo. A este tipo de
textura dá-se o nome de textura vítrea/amorfa.

✿Composição Química e Mineralógica


Rochas ácidas: percentagem de sílica superior a 65%.
Rochas intermédias: percentagem de sílica entre 50%-65%.
Rochas básicas: percentagem de sílica inferior a 50%.

Minerais essenciais: Minerais que conferem carácter à rocha e determina a sua designação.
Exemplos: Quartzo, feldspato, moscovite, biotite, piroxena, anfíbola, olivina.
Minerais acessórios: Minerais que não afetam o aspeto fundamental da rocha, ocorrendo em diminutas
quantidades.
Exemplos: Magnetite, zircão, apatite, rútilo, turmalina.

- Rochas Metamórficas
➩ Metamorfismo
O metamorfismo é o conjunto de transformações mineralógicas, texturais e estruturais, que ocorrem no
estado sólido, em rochas sujeitas a estados de tensão e temperatura diferentes da sua génese.
➥ É um processo muito lento.
➥ Aparece, geralmente, associado a estado de deformação dúctil.
➥ Ocorre a profundidades entre os 10 e os 30/50 Km.

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➩ Fatores de Metamorfismo
✿Tensão/Pressão
Litostática: Resultante do peso da massa rochosa suprajacente; atua em todas as direções; faz
diminuir o volume da rocha durante a metamorfização aumentando a densidade dos minerais; dá
origem a rochas de textura não foliada.
Não Litostática: Resulta de forças tectónicas; produz uma orientação preferencial dos minerais; influencia a
textura das rochas metamórficas (alinham paralelamente os minerais que a constituem – textura foliada).

Temperatura: Os átomos e iões da rocha recristalizam, originando minerais mais estáveis para as nossas
condições.

➩ Minerais de Origem Metamórfica


Rochas sujeitas a metamorfismo → Os minerais constituintes tornam-se instáveis → Ocorre a recristalização
→ Novas associações de minerais estáveis.
Há minerais que são exclusivos das rochas metamórficas, pois formam-se em condições de pressão e
temperatura bem definidas.
Durante o metamorfismo há minerais que desaparecem, há minerais que recristalizam formando minerais de
neoformação e há ainda os que não modificam (ex.: quartzo e feldspato não se modificam, aparecendo em
qualquer tipo de rocha).
✿Minerais Índice
São minerais cuja a sua presença na rocha metamórfica permite
determinar as condições de pressão e temperatura em que esta
foi formada.
São minerais polimorfos: Composição química igual (Al2SiO5)
e estrutura cristalina diferente.
Andaluzite: Condições de pressão e temperatura baixas.
Distena: Condição de pressão muito elevada.
Silimanite: Condição de temperatura muito elevada.
✿Minerais e Grau de Metamorfismo

Grau de metamorfismo Minerais Índice


Baixo Clorite, moscovite e biotite
Intermédio Granada e estaurolite
Elevado Silimanite

Rochas de elevado grau de metamorfismo apresentam frequentemente cristais de elevadas dimensões já que
estes minerais, após se formarem, permanecem estáveis nessas condições.

Joana Araújo
➩ Rochas Metamórficas
✿Metamorfismo de Contacto
Condições de temperatura elevada.
Ocorre nas rochas adjacentes a uma intrusão/extrusão magmática (formando-se a auréola de metamorfismo)
– Tensão litostática.
Rochas características:
Corneana
Quartzito Rochas Não Foliadas
Mármore
✿Metamorfismo Regional
Condições de pressão elevada e temperatura intermédia.
Ocorre em limites de placas tectónicas e afeta grandes extensões – Tensão não-litostática.
Rochas características:
Filito
Ardósia
Rochas Foliadas
Micaxisto ou Xisto
Gnaisse

Clivagem ardosífera: Xistosidade: Bandado Gnáissico:


Xisto argiloso Xisto Gnaisse
Filito Micaxisto
Ardósia
Com o aumento do grau de metamorfismo, os minerais encontram-se mais compactos e a resistência de
foliação também é maior.

- Recursos Geológicos
São todos os bens de natureza geológica, provenientes da Terra, possíveis de serem utilizados pelo homem,
em seu benefício.
Recursos Geológicos Renováveis: Recursos que são gerados a uma velocidade igual ou superior àquela que
o Homem os gasta.
Recursos Geológicos Não Renováveis: Recursos que o Homem consoma a uma velocidade superior àquela
que a Terra é capaz de produzir.
Recursos Hidrogeológicos: água.
Recursos Geológicos Recursos Energéticos: petróleo; energia nuclear; furnas.
Recursos Minerais: pirite; ouro; mármore.

Recurso: Bem de natureza existente na crusta terrestre, potencialmente explorável.

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Reserva: Concentração de um recurso geológico; explorável do ponto de vista legal e económico/rentável:
de acordo com as condições tecnológicas ambientais e de mercado.

➩ Exploração Sustentada
É utilizar os recursos de forma regrada no presente, de modo a satisfazer também as necessidades das
gerações futuras.
Adota-se as seguintes medidas: utilização, numa escala cada vez maior, dos recursos renováveis; aumento
do tempo de duração dos recursos não renováveis, através do consumo, reciclagem e utilização de substitutos.

➩ Recursos Hidrogeológicos
✿Aquíferos

Zona da aeração: Zona mais superficial;


tem como limite superior a superfície do
terreno e como limite inferior o nível
hidrostático.
Nível Hidrostático: Profundidade o que se
encontra a zona saturada; é variável ao
longo do ano.
Zona de saturação: Zona que tem como
limite inferior, é, geralmente, uma rocha
impermeável; os poros das rochas
existentes nesta zona estão totalmente
preenchidos por água.
Aquífero livre: A camada mais superfície
é permeável. Apenas a camada da base é
impermeável; a água encontra-se à mesma pressão que a pressão atmosférica; a recarga realiza-se através das camadas
superfícies (através da infiltração).
Aquífero cativo/confinado: A formação geológica é limitada por duas camadas impermeáveis; a água encontra-se a
uma pressão superior à pressão atmosférica; como a camada superior é impermeável, a recarga é feita lateralmente.

A capacidade de um aquífero para armazenar água e a possinilidade da sua extração de forma eficaz
relacionam-se com características que as formações geológicas apresentam: porosidade e permeabilidade.
Porosidade:
➥ Rochas porosas – rochas sedimentares detríticas.
➥ Quanto mais compactada a rocha, menor a sua porosidade.
➥ Grãos apresentam uma granulometria muito semelhante – porosidade elevada.
➥ Areias e Argilas apresentam grande porosidade.
➥ Diáclases e fissuras contribuem para a porosidade das rochas.
➥ Meteorização promove a porosidade.
➥ Rochas metamórficas e magmáticas apresentam baixa porosidade.
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Permeabilidade:
➥ É a maior ou menor facilidade com que uma formação rochosa se deixa atravessar por um fluido
(água).
➥ Os poros de uma rocha grande e/ou fissuras serem abertas e contínuas → A circulação de água é mais
fácil → Permeabilidade elevada.
➥ Os de dimensões reduzidas e sem qualquer comunicação entre e/ou fissuras semifechadas →
Permeabilidade reduzida.
➥ Materiais geológicos com baixa porosidade tendem a ser pouco permeáveis.

Bons aquíferos → Alta porosidade e alta permeabilidade

✿Poluição das águas subterrâneas


Entrada de poluentes na água subterrânea por fontes à superfície podem ter origem agrícola, origem urbana
ou origem industrial.
A poluição pode ser física, química e bacteriológica.
A sobre-exploração de um aquífero (a recarga ocorre a uma velocidade inferior à taxa de consumo) pode
provocar a sua poluição. Retirar água em excesso de um aquífero pode originar alterações químicas ou
bacteriológicas nas águas, tornando-as impróprias para consumo.

➩ Recursos Energéticos
✿Recursos Energéticos Não Renováveis
Combustíveis fósseis: carvão, petróleo, gás natural.
Combustíveis nucleares: urânio, tório.
⛭ Combustíveis Fósseis
Os combustíveis fósseis dominam o consumo mundial de energia:
➥ Elevado rendimento energéticos;
➥ O petróleo gera combustíveis e muitos derivados;
➥ Fácies de transportar;
➥ Fontes bem conhecidas pelo humano.
As consequências:
Aumento do efeito de estufa → Aquecimento global
Gases de carbono
Emissão de gases poluentes Gás tóxico e venenoso
Gases de enxofre; Gases de azoto → Chuvas ácidas → Alteração dos ecossistemas

⛭ Combustíveis Nucleares
Fissão controlada em reatores nucleares (grande libertação de energia) → Central nuclear (vaporização
da água) → Vapor (produção de eletricidade).
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Aspetos negativos deste recurso:
➥ Produção, transporte e armazenamento de resíduos altamente perigosos e radioativos;
➥ Risco ambiental muito elevado (contaminação de organismos, solos, águas);
➥ Elevados custos de construção e manutenção de uma central nuclear.
Aspetos positivos deste recurso:
➥ Ausência de poluição atmosférica;
➥ Não emissão de gases com efeito de estufa;
➥ Forma de energia altamente rentável.
➥ Reservas relativamente abundantes de urânio.

✿Recursos Energéticos Renováveis


Tem origem no interior da Terra.
É suscetível de aproveitamento em zonas onde o gradiente geotérmico é elevado (ex.: zonas vulcânicas
ativas).
Tem de existir um fluido (geralmente a água) que transporte o calor para a superfície – gera-se uma corrente
contínua de calor.
Jazidos de baixa entalpia: Temperaturas entre 50ºC-150ºC; produção de energia elétrica em centrais
geotérmicas (ex.: Portugal Continental).
Jazidos de alta entalpia: Temperatura acima de 150ºC; produção de energia elétrica em centrais geotérmicas
(ex.: Açores).

Aspetos positivos:
➥ Reduzida emissão de gases com efeito de estufa;
➥ Risco ambiental reduzido;
➥ Alta rentabilidade em locais onde há alta entalpia.
Aspetos negativos:
➥ Reduzido número de locais com potencial geotérmico;
➥ Custos de instalação e segurança.

⛭ Energia Hidroelétrica
Aspetos positivos:
➥ Produção de energia elétrica de uma forma contínua e sustentada;
➥ Aproveitamento da água;
➥ A energia pode ser armazenada.
Aspetos negativos:
➥ Inundações de grande área;
Joana Araújo
➥ Alterações nos ecossistemas;
➥ Recuo da linha de costa.
⛭ Energia Eólica
Produção de eletricidade a partir da energia mecânica do vento;
Recorre-se a aerogeradores;
Aspetos positivos:
➥ Fáceis de montar;
➥ Pequena ocupação do solo;
➥ Só explorável nalguns locais.
⛭ Energia Solar
Aproveitamento da luz e do calor que o Sol transmite;
Recorre-se a vários sistemas: fotovoltaica, térmica.
⛭ Energia das Ondas
Aproveitamento da energia do mar, a partir de diversos movimentos;
Maior investimento na criação de unidades produtivas.
⛭ Energia da Biomassa
Aproveitamento da energia armazenada em plantas e resíduos orgânicos;
Há queimas dos materiais para produção de eletricidade;
Obtenção de óleos e álcoois de origem vegetal.

➩ Recursos Minerais
✿Recursos Metálicos
Ex.: Alumínio, cobre, ouro, pirite, …
Explorado em minas subterrâneas ou a céu aberto.
Jazido mineral: Local onde a concentração média de um elemento químico se encontra em concentração
muito superior ao clarke desse elemento.
Clarke: Concentração média de um elemento químico na crusta terrestre.
Ganga/Estéreis: Material sem interesse económico que acompanha o minério extraído dos jazidos.
Minérios: Material com interesse económico.
✿Recursos Não Metálicos
Ex.: Granito. Basalto, Xisto – Construção civil, etc…
✿Problemas Ambientais da Atividade Mineira
Escombreiras;
Desflorestação;
Remoção de camadas de solo;
Instabilidade dos solos;

Joana Araújo
Lixiviação: Deslocamento de metais pesados e elementos químicos tóxicos da superfície para camadas mais
profundas do solo;
Contaminações dos solos e das águas.

Joana Araújo

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