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Amores da

Vila do Caju

Jorge Valpaços
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Amores da Vila do Caju

Jorge Valpaços
2022
Créditos
Autoria: Jorge Valpaços e você
Ilustração: Lucas Marques @lucmarqx
Revisão: Jefferson Neves e Prissilla Souza
Perca-se
Rente ao mar. Marés embalam o bailar de folhas, cadentes tal qual estrelas que abrigam desejos.

Suco de caju-candura em copo de barro. Frescor. Cheiro de fim de tarde. A chuva vem. Chovamos, pois.

O olhar convida. A sentir. A cintura.

Um toque se faz sorriso. Brinca. Arde. Estica o presente até estilingar a castanha torrada para o futuro tira-gosto.
Deixa gosto. Deixa.

Assim tá bom. Deixa estar.

1
Jogar é jogar com
Jogar com a preguiça é macio.
Jogar com o acaso é arrepio.
Jogar com a ternura é carinho.
Jogar com o improviso é sonho.
Jogar com a delicadeza é acalanto.
Jogar com o amor é jogar(se).

Morda um naco de tempo. Jogue um cadinho. Mastigue o jogo sem afobação. Sinta o sumo escorrendo pela garganta.
Delicie-se a cada desvio.

Jogar este jogo, desimportante, é sobre isso. E também sobre nós, em jogo.

2
Sob a Fortuna
Se estiver noutro tom, não é hora.
Volte quando as palavras atrás causarem o desejo de seguir adiante.

Não se apresse. Não se force.


Há de ser consensual, prazeroso.
Não deixe de se avaliar, sempre.

A Vila do Caju te espera.


Na próxima página.

3
Eu e você através deste jogo
Valpaços é como me chamam e olho o mundo pela janela de um apartamento nos fundos da periferia da zona norte do Rio
de Janeiro. Sou uma pessoa cheia de dúvidas e problemas. Uso óculos. Perco coisas e também me perco facilmente. Tenho
cabelos longos, alguns brancos. Gosto da cor vermelha e da cor de minha pele, de música de ouvir e tocar, de café
quente, de farofa e de abraços demorados. Leciono história na rede estadual, sou escritor e criador de jogos. Escrevo este
texto, nosso encontro, com 36 anos.

E você?

Amores da Vila do Caju é um jogo sobre histórias de relações amorosas numa cidadezinha beijada pelo mar.
Esta experiência é jogada ao sabor da Fortuna, uma proposta de deriva narrativa recriada a cada partilha.
Mexa, crie, recombine este jogo, contanto que o que faça sem agredir ninguém, inclusive a si.

4
Dezesseis por nove, lápis, papel e cultura

Para uma melhor experiência, faça a leitura em seu dispositivo na horizontal (formato paisagem), reserve um bloco ou outra
forma para fazer anotações e tenha em mãos um meio para sortear 1 entre 6 possibilidades, como dados comuns, cartões
numerados ou sorteadores digitais.

Daí é só seguir a Fortuna para (se) jogar enquanto lê e se expressa. Sem pressa. Cada fase é só um cadim da história.
Os amores no jeitim são assim mesmo, sem sobressaltos ou sacrifícios. Jogar é consequência, mas também é fagulha e
caminho. É um amor no jeitim que preenche e guia esta cultura de palavras semeadas em partilha.

5
Materiais
As histórias são tecidas pelas bordadeiras, esculpidas nas carrancas ribeirinhas, destiladas nas aguardentes das biroscas,
moldadas nas cumbucas de argila, sustentadas pelas colunas de ferro dos puxadinhos, verdadeiras como o toque na pele de
quem pisa no chão batido da vila.

6
Argila. Tecido. Madeira. Água. Carne. Ferro.

O que você mais deseja tocar, e que não se encontra acima, acolhe os números 6, 5 e 4.

O material listado, aquele que mais se aproxima de seu eu neste instante, acolhe os números 3 e 2.

O último toque que rasgou seu corpo ou sua alma, representado por algo na lista acima, acolhe o número 1.

Anote os 3 materiais que você sorteou ou escolheu junto aos seus números. Eles serão usados na próxima história.

7
Temperos

A canela seduz. A dobra da noite é destino de dúvidas e desejos. Há quem busque pimenta. Até mesmo limão e sal. Mas
nada impede que as melhores lembranças da temporada sejam temperadas com azeite, ou até mesmo mel.

8
Mel. Sal. Canela. Pimenta. Limão. Azeite.

Dentre os temperos da lista, o mais saboroso que provou recentemente acolhe os números 6, 5 e 4.

O que tempera seu corpo e alma, e que não está na lista, acolhe os números 3 e 2.

O tempero que você menos deseja, integrante da lista acima, acolhe o número 1.

Anote os 3 temperos que você sorteou ou escolheu junto aos seus números. Eles serão usados na próxima história.

9
Brisas

O vento gera arrepios, balança o tronco, traz sorrisos faceiros, transpira calores, chora saudades e transborda desejos.

10
Suave. Úmida. Fresca. Forte. Lenta. Cálida.

Dentre as brisas acima, a que te atravessou acolhe os números 6, 5 e 4.

A brisa que você deseja que atravesse quem você ama, dentre as acima, acolhe os números 3 e 2.

A brisa que você precisa agora, e que não está na lista, acolhe o número 1.

Anote as 3 brisas que você sorteou ou escolheu junto aos seus números. Eles serão usados na próxima história.

11
Temporada
A temporada do amor escorre pela coqueteleira e é servida como batida de coração de fibra de caju. E você e eu vamos
(nos) jogar (n)estas histórias.

Cada história é fruto da deriva da Fortuna que mistura materiais, temperos e brisas. Uma temporada é uma experiência de
jogo completa e possui de 1 a 6 histórias. Sorteie o número de histórias que sua temporada na Vila do Caju terá.

12
Histórias
Cada história possui 3 fases: início, meio e fim. Há 6 opções para cada fase. Sorteie o início, vá para a página indicada
entre parênteses e siga as orientações. Pare um cadim entre as fases e percorra os mesmos passos nas fases seguintes,
incorporando tudo que foi criado à história.

Uma nova história começa em 1-6 dias de seu tempo, não do tempo de jogo, após o desfecho da que você joga. Sorteie o
intervalo para continuar, e, ao retomar o jogo, determine novamente os materiais, os temperos e as brisas. Sua experiência
de vida se (con)funde aos Amores da Vila do Caju. Seus afetos, emoções e sentimentos integram o jogar.

13
Início
Sorteie o início da história e siga para a página indicada entre parênteses.

1. Cisco (p. 17)


2. Acasos (p. 18)
3. Amizade (p.19)
4. Diversidades (p. 20)
5. Sem-vergonha (p. 21)
6. Irresistível (p. 22)

Caso você esteja no início de uma história de amor, escolha a sentença acima que considera mais próxima de sua
experiência. Você pode escolher novamente caso a sua experiência se altere durante a temporada.

14
Meio
Sorteie o meio da história e siga para a página indicada entre parênteses.

1. Conchinha (p. 23)


2. Bordado (p. 24)
3. Corredeira (p. 25)
4. Palpite (p. 26)
5. Cicatriz (p. 27)
6. Salgadinho (p. 28)

Caso você esteja no meio de uma história de amor, escolha a sentença acima que considera mais próxima de sua
experiência. Você pode escolher novamente caso a sua experiência se altere durante a temporada.

15
Fim
Sorteie o início da história e siga para a página indicada entre parênteses.

1. Sorrisos (p. 29)


2. Desencontros (p. 30)
3. Segredos (p. 31)
4. Memórias (p. 32)
5. Travessias (p. 33)
6. Reticências (p. 34)

Caso você esteja no fim de uma história de amor, escolha a sentença acima que considera mais próxima de sua
experiência. Você pode escolher novamente caso a sua experiência se altere durante a temporada.

16
Cisco
Praia do Horizonte. Movimento. Algo à vista. Um cisco. Uma mão ao céu. Um pedido de ajuda.
Pegadas lépidas. Olhares cruzados. Bebida refrescante.
Um sopro começou naquele instante.

Sorteie a brisa que acariciava a alma de quem pediu ajuda.


Sorteie o material que se articula com o comportamento de quem ajudou.
Sorteie o tempero deste primeiro encontro.

Crie uma narrativa com miudezas e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

17
Acasos
Feira do Canal. Vozerio. Barracas. Mãos. Delicadeza. Frutas na bolsa.
“Proncevai?”, “Logali”, “Tamém”, “Morali?”, “Tolá”, “Pesadim”, “Borintaum”.
Caminho de volta. Trupicos. Risadas. Mais acasos a descobrir.

Sorteie o material que apareceu por acaso durante a caminhada.


Sorteie a brisa que sentiram ao se separarem.
Sorteie o tempero do encontro que marcaram naquela noite.

Crie uma narrativa com surpresas e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

18
Amizade
Colégio Azul-Azulejo. Parceria. Pequenos rituais. Rotina.
Família. Reinvenção. Laços. Lágrimas. Apoios. Fugas.
Algo cresce no tempo do abraço.

Sorteie o tempero desta convivência.


Sorteie o material que representa o olhar de quem os conhece.
Sorteie a brisa da companhia mútua.

Crie uma narrativa com ternura e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

19
Diversidades
Portinho. Barcos singram. Uma discussão. Visões diferentes.
Perspectivas plurais. Fricções. Arrepios. Fervor. Fervura.
E as mãos gelam por lidar com algo novo.

Sorteie o tempero das conversas que tiveram.


Sorteie a brisa do contato entre visões tão díspares.
Sorteie o material que se relaciona com o novo encontro.

Crie uma narrativa com nuances e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

20
Sem-vergonha
Baile perfumado. Sem máscaras. Curvas. Formas reais.
Pé do ouvido. Papo reto. Sem tangentes. Resposta direta.
Corpos dançam pela primeira de várias vezes.

Sorteie o material que foi tocado.


Sorteie o tempero da dança em cama e lençol.
Sorteie a brisa do dia seguinte.

Crie uma narrativa com desejo e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

21
Irresistível
Quarto bagunçado. Manhã chuvosa. Espelho.
Descobertas. Reflexões. Redescobertas. Flexões.
Café demorado. Alguém finalmente começa a se encontrar.

Sorteie a brisa que sai daquela boca.


Sorteie o tempero do autoamor.
Sorteie o material desta descompostura.

Crie uma narrativa com entrega e derivas e siga para o meio (p. 15) desta história.

22
Conchinha
Seu Gusmão na tevê fala da quermesse do próximo fim de semana, a que não se vai por preguiça.
O lanche suja a cama e o canto da boca. O pijama é uniforme e o silêncio é hino.
O dia-mês-ano passa macio, sem preocupações. Amor também é bocejo e cafuné.

Sorteie o material do castelo do afago.


Sorteie a brisa que tenta romper a tranquilidade.
Sorteie o tempero dessa gostosa zona de conforto.

Crie uma narrativa com carinho e derivas e siga para o fim (p. 16) desta história.

23
Bordado
Dona Hercília conta e canta as histórias da Vila do Caju a cada ponto que dá em suas tramas tecidas.
A boniteza dos desenhos dos panos é a mesma dos momentos criados e partilhados.
Não se trata de um ou dois. Não é umbigo ou cordão umbilical. Amor também é uma rede formada por nós.

Sorteie a brisa do embalo das histórias cantadas.


Sorteie o tempero que perfuma o tecido de afetos.
Sorteie o material do chão da relação.

Crie uma narrativa com beleza e derivas e siga para o fim (p. 16) desta história.

24
Corredeira
Lu, criança serelepe, corre rápido e pega a bandeirinha, sobe rápido a árvore e cata o caju, nada como peixe fugidio.
O coração se agita e o corpo reage. Mas tudo rola sem sobressaltos, montanhas-russas, aflições.
É corredeira, não correria. É rio, rio de si, pra si, consigo. É poder pra não dominar, mas pra ser livre. É brincante.
Amor também é ação e potência.

Sorteie o tempero que acentua a relação.


Sorteie o material que provoca o movimento.
Sorteie a brisa dos momentos de descanso.

Crie uma narrativa com força e derivas e siga para o fim (p. 16) desta história.

25
Palpite
Dani, destaque da molecada, não cessa de perguntar. O mundo é muito grande e complicado. Ainda bem, senão enjoa.
Cada dia é um convite para algo diferente. O que fazer? O que deixar? O que permitir? O que bloquear?
Um outro papo. Outros toques. Outras posições. Amor também é aposta, contingência.

Sorteie o material do produto das apostas.


Sorteie o tempero do palpitar do coração.
Sorteie a brisa das novas questões.

Crie uma narrativa com dúvidas e derivas e siga para o fim (p. 16) desta história.

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Cicatriz
Sam não sabe como encarar as lágrimas que escorrem pelo seu ombro. Parece frieza, mas é só o jeito que tem para
lidar com isso.
Pouco sabemos das profundezas, nossas e de outrem. Por vezes estamos longe, tão perto. Se encontrar é se expor.
Por vezes nos machucamos. Mas isso não pode ser naturalizado. Amor também é dor, mas não apenas.

Sorteie a brisa das verdades dolorosas.


Sorteie o material da relação após o choque.
Sorteie o tempero do sangramento que fechou.

Crie uma narrativa com marcas e derivas e siga para o fim (p. 16) desta história.

27
Salgadinho
Fê deixa um sorriso escorrer quando ouve sobre a relação. Cada qual respeita os espaços, as distâncias, os contornos de
cada um.
Dia desses, um simples salgadinho, o mesmo preferido por Fê, foi dividido em silêncio. Um pequeno gesto reforçou laços.
É preciso de presença e atenção. Há de se gostar de estar junto. Mas não somente. Amor também é exercício de
liberdade e autonomia.

Sorteie o tempero da distância.


Sorteie a brisa do silêncio.
Sorteie o material da liberdade.

Crie uma narrativa com gostinhos e derivas e siga para o fim (p.16) desta história.

28
Sorrisos
Não há lágrimas nas camas de solteiro. Abraços afastam picuinhas, dissabores e mágoas.
Tudo está bem. Nem melhor, nem pior que ontem. Apenas segue-se por outro caminho.
Foi suave e refrescante como o suco do caju.

Sorteie o material do ambiente do último encontro.


Sorteie a brisa do afastamento.
Sorteie o tempero dos próximos dias.

Crie uma narrativa com alegria e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

29
Desencontros
O tempo foi abrindo caminho para lacunas sem desespero. E, nos desencontros, decidiram apostar.
Vez por outra um esbarrão. E eles se encontram de novo, sempre novos.
Foi e é firme, tenro e úmido como a polpa do caju.

Sorteie o material dos desencontros.


Sorteie o tempero dos encontros.
Sorteie a brisa que inspira as idas e vindas.

Crie uma narrativa com descaminhos e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

30
Segredos
Cada qual tem seus segredos, e não foi essa a razão do fim. Aliás, nem todo fim tem uma razão.
Talvez o fim foi pelo oposto. Pela ausência das sombras e mistérios, de contornos e silhuetas.
Foi torrado e crocante como castanha do caju.

Sorteie a brisa da separação.


Sorteie o material do livro dos enigmas.
Sorteie o tempero que deixou de se fazer presente.

Crie uma narrativa com mistérios e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

31
Memórias
O salão de reminiscências se abre sem culpas ou receios. Ele acolhe confortavelmente os bons momentos e aprendizados.
É possível até que a relação tenha continuado, mas não como outrora. Algo ficou pra trás, e não há porque voltar.
Foi algo singelo como o doce do caju, mas é passado.

Sorteie a brisa do tempo da relação.


Sorteie o tempero da nostalgia.
Sorteie o material do salão de reminiscências.

Crie uma narrativa com lembranças e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

32
Travessias
Amar é estar em relação. O gerúndio atravessa verbos. Algo precisou ser atravessado. Algo atravessou. E ainda atravessa.
Ou algo não permitiu travessias. E talvez a separação permitiu novos caminhos.
Foi tronco do cajueiro, subiu torto, aprendeu com os desvios.

Sorteie o tempero do principal desafio vencido.


Sorteie a brisa sentida após sua transposição.
Sorteie o material da estrada de cada um.

Crie uma narrativa com transformações e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

33
Reticências
Relações podem ser tão tranquilas que não se distanciam de um dia comum na comunidade.
Não há nada eterno, mas portas podem ficar abertas.
Foi suave e contemplativo, como estar à sombra do cajueiro.

Sorteie o tempero do que ficou no ar.


Sorteie o material encontrado abaixo do cajueiro.
Sorteie a brisa contemplativa dos momentos a sós.

Crie uma narrativa com incompletudes e derivas e siga para o desfecho (p.35) desta história.

34
Desfecho
Anote junto aos temperos, materiais e brisas, o que te causou tremores. Escreva também o nome das personagens desta
história e escreva o que elas disseram a você.

Sorteie o intervalo (1 a 6 dias) até a próxima história e siga os mesmos passos até concluir a temporada. Ao fim da
mesma, responda: o que são os Amores da Vila do Caju?

35
Incomposturas
Amores da Vila do Caju foi esboçado como um jogo sobre relações amorosas. Durante a pesquisa, estudei simuladores de
encontros e outros jogos que flertavam com este tema. Encontrei imagens sobre sentimentos e atitudes colecionistas,
funcionalistas, controladoras e nem um pouco saudáveis. Tudo isso me levou a outra proposta. Sei que amores (no plural
mesmo) como tema em tempos de TPB (tiro, porrada e bomba) já é revolucionário. Mas fazê-lo reproduzindo o senso comum
é muito pouco. Por isso, o cotidiano (slice of life), a contemplação, os intervalos e outros detalhes como a própria escrita
fazem parte do design do jogo.

36
A polpa e a castanha
Amores da Vila do Caju abre-se a várias abordagens sobre o amor e sobre o amar. Não há orientações predeterminadas
sobre gênero ou sexualidade, projeções sobre metas de relacionamento ou relações exclusivamente monogâmicas. O jogo te
convida a lidar com as mais diferentes formas de amor e de amar. Você pode interpretar as histórias indo do amor próprio
ao amor por amigos, por exemplo. E eu não poderia desenvolvê-lo senão fugindo de estruturas coloniais e limitantes, tanto de
jogos quanto da visão sobre o(s) amor(es). Aliás, você já pensou no termo conquista aplicado às relações amorosas?

Amores da Vila do Caju é um jogo sobre relações amorosas. Mas, durante seu fazer, ele floresceu também enquanto um
jogo sobre o jogar e sobre como fazemos jogos. Não poderia criá-lo sem meus amores. Amores que me atravessam e
atravessam este livro. Amores com o material, a brisa e o tempero desta deriva.

37
Inté
Amores da Vila do Caju é meu primeiro jogo sob a Fortuna. É um desvio de/sobre/com/para jogos narrativos.
Jogar sob a Fortuna é derivar histórias noutros termos, noutros temas, noutras nuances, noutros ritmos.
A Fortuna encontrou os Amores da Vila do Caju. Não “o amor”, porém amores. Plurais, diversos.
Amores da Vila do Caju é, como tantos outros, um jogo muito meu, e, por isso, muito nosso.
Este livro é de e para Renato Noguera, bell hooks, minha mãe, Jefferson Neves e você.

Te espero num próximo encontro.


Até lá, a gente segue amando.

38
O que te atravessou na leitura? Como você se apropriou deste jogo? E como este jogo se apropriou de você? O que sentiu
ao jogar pela primeira vez? O que sentiu ao jogar pela última vez? O que não vai esquecer tão facilmente? O que você
trouxe para somar a este jogo? O que este jogo mudou em seu jogar? Que jogos você criaria por meio deste jogo? O que
você deixou escorrer por entre os dedos? O que você agarrou com todas as forças? Onde este jogo se localiza em sua
narrativa? Como você encontrou este jogo? Quem você acessou por meio deste jogo? Por que você joga? Onde este jogo se
encontra agora? Para onde você levará este jogo? Qual a história que mais gostou de jogar? A quem você passará este
jogo?

39
No traço No jogo
Na dobra A gente se encontra
No desvio
Na curva
No improviso
Na rasura
No improvável
Na contingência
No acaso
Na assimetria
No O que não (se) fecha
Na chama que atravessa conheça nossos jogos
No A(r)riscado linktr.ee/lampiaogamestudio

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