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ATIVIDADE SOBRE CURANDEIRISMO

Docente: Elanne Dantas


Discente: Emilly Monteiro dos Santos
Turma: 6C

A priori, cabe salientar um pouco acerca do que seria o curandeirismo.


Conforme pensamento de Rogério Greco: “Segundo o conceito tradicional ou
vulgar, curandeiro é o indivíduo inculto, ou sem habilitação técnico-profissional,
que se mete a curar, com o mais grosseiro empirismo. Enquanto o exercente
ilegal da medicina tem conhecimentos médicos, embora não esteja
devidamente habilitado para praticar a arte de curar, e o charlatão pode ser o
próprio médico que abastarda a sua profissão com falsas promessas de cura, o
curandeiro (carimbamba, mezinheiro, raizeiro) é o ignorante chapado, sem
elementares conhecimentos de medicina, que se arvora em debelador dos
males corpóreos.”
Observa-se uma grande inquietação em relação ao crime de
curandeirismo, classificado como um crime contra a saúde pública, e práticas
místicas ou religiosas.
O exorcismo por exemplo, executado por um padre católico, segundo
Bento Faria em uma citação no livro de Rogério Greco, é tolerado pois está em
sua doutrina. Essa citação deixa claro uma tendência geral de favorecer certas
ideias religiosas em detrimento de outras: “São assim geralmente inculcados,
os praticantes da: cartomancia, feitiçaria, magia, macumba, cristalomancia,
adivinhação etc. No meu entender, não devem ser considerados como tais: os
ministros da Igreja quando praticam atos de exorcismo, porque são admitidos
pelos seus cânones; quem pratica ato de qualquer religião ou doutrina,
inclusive o espiritismo, desde que não ofenda a moral, os bons costumes ou
faça perigar a saúde pública, ou apenas busque demonstrações em proveito da
ciência” (GRECO, 2014, pág 191. Itálico do texto).
Á vista disso, o “lugar da crença” é explícito nos posicionamentos dos
doutrinadores. É certo que a religião não pode prejudicar os conhecimentos
técnicos e científicos da medicina, todavia, há o local em que ele pode se
expressar de forma livre. Existe um pensamento entre os doutrinadores que as
orações de cura, desde que não impeçam o indivíduo de procurar ajuda médica
profissional antes ou após a realização do culto, não caracterizaria
curandeirismo. Como exemplo, temos o espiritismo. Nele há a questão da cura,
em um ambiente religioso, que não é administrada por um médico e tão pouco
segue os preceitos da medicina, sendo assim, ele é aceito desde que seja
realizado estritamente dentro de um contexto religioso.
Portanto, fica claro que os pastores realizaram o crime de curandeirismo,
tendo em vista que o ato não foi praticado exclusivamente em um ambiente
religioso, haja vista que o paciente estava sob o cuidado dos médicos e fugiu
de lá após ter visto a notícia de pastores religiosos procedendo curas, gerando
uma piora no seu quadro, o que acarretou em uma amputação, fazendo assim
jus à condenação aplicada a eles, tipificada no artigo 284 do Código Penal.

REFERÊNCIA
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/24651/
D;jsessionid=CEBE73DD51F61D32C347989D5B74F19E?sequence=1

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