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A POSSE INTEGRAL DA VERDADE

C? M?Humberto Nocetti Bez


C? M?Cristiano Lunardelli

Or? de São José, 10 de abril de 2007, E? V?

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1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste trabalho será falar sobre a posse integral da verdade que,
conforme nossa 4ª Instrução, ainda ninguém alcançou. Verificaremos do porque de
ninguém ainda não a ter alcançado. E, se ninguém a possui, porque muitos insistem em
serem os donos da mesma impondo a(s) sua(s) próprias verdades.

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2 O QUE É VERDADE?

A definição do que é Verdade é das mais complicadas e diversificadas possíveis,


e existem várias interpretações e conceitos filosóficos. Pode-se definir verdade? Onde se
encontra a verdade? Existe somente uma verdade? Qual é a essência da verdade? A
verdade é encontrada nas coisas, na inteligência ou nos sentidos humanos? Podemos
conhecer a verdade? Muitas vezes acreditamos em coisas que mais tarde verificamos
serem diferentes? Outros questionamentos poderiam ser feitos e as respostas são
variadas e diferentes.
De acordo com o dicionário do Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, verdade
significa: “conformidade com a realidade; exatidão; sinceridade; coisa verdadeira;
princípio certo; representação fiel de alguma coisa existente na natureza; caráter”. Por
esta apresentação verificam-se diferentes pontos de vista e na filosofia fica ainda mais
complexa uma definição.
Existem os que afirmam a impossibilidade de conhecer qualquer verdade e de
conhecê-la com certeza porque todo conhecimento vem dos sentidos e os sentidos
podem cometer erros. O ser humano é dotado de emoções e estas interferem na maneira
de como interpretamos e reagimos com as coisas que nos cercam diariamente. Por
exemplo: um objeto pode ter visões e interpretações diferentes e contrárias,
comprovando a possibilidade de se cometer um erro e assim a incapacidade humana de
se conhecer a verdade. Para Nietzsche a verdade é uma opinião, um ponto de vista e não
aceita a definição da verdade, porque não se pode conseguir uma certeza da verdade.
Outros afirmam que a verdade não depende dos sentidos e sim de julgamentos e
qualquer erro é acidental, podendo ser retificados, existindo a possibilidade de se
conhecer a verdade.
Os dogmáticos afirmam que através da inteligência é possível de se conhecer a
verdade, pois a inteligência é inerente ao ser humano e através de argumentos e
julgamentos poderão estar próximos ao que é real.
Os pragmáticos afirmam que a verdade é um acordo que está relacionado com a
realidade e o falso não está de acordo com a realidade. WILLIAM JAMES diz que: “As
verdades emergem dos fatos; elas, porém, mergulham de novo nos fatos e trazem
acréscimos a este; os fatos criam de novo ou revelam nova verdade (a palavra é
indiferente) e assim indefinidamente. Os fatos em si mesmos nesse meio tempo não são

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‘verdadeiros’. Simplesmente ‘são’. A verdade é função das crenças que começam e
terminam entre eles.” 18
Há uma outra linha que afirma que existe uma verdade única e absoluta e que o
ser humano pode consegui-la até um determinado nível, desde que tenha determinados
requisitos que dizem respeito ao seu intimo, isto é, ao próprio espírito humano, sem
levar em consideração seu nível cultural ou condição social.
Os antigos acreditavam que a verdade era um ser divino, filha de Saturno e da
Justiça e era representada por uma figura feminina segurando na mão um espelho ou um
facho.

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Compêndio Litúrgico da Grande Loja de Santa Catarina

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3 CONCLUSÃO

Para a Maçonaria a busca e a investigação da Verdade é um processo contínuo e


demorado e para o Maçom começa como Aprendiz e não acaba quando alcança os
graus mais elevados. Vários são os caminhos e dificilmente alcançaremos a verdade
integral, mas nunca devemos desistir de buscá-la e entendê-la. Podemos dizer que
existem quatro verdades: a minha, a tua, a nossa e a verdade verdadeira.

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BIBLIOGRAFIA

1. CASTELLANI, José e RODRIGUES, Raimundo. Cartilha do Companheiro. A


Trolha, Londrina

2. Compêndio Litúrgico da Grande Loja de Santa Catarina

3. ASLAN, Nicola; Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia.


Editora Artenova SA, RJ. 1976

4. Instruções do Grau de Companheiro Maçom, Gosc – Santa Catarina

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