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© 2015 Valcapelli e Gasparetto

© iStock.com/Eraxion

Coordenadora editorial: Tânia Lins

Coordenação de comunicação: Marcio Lipari

Capa e Projeto gráfico: Kátia Cabello

Diagramação: Rafael Rojas

Preparação e revisão: Vera Rossi

1ª edição — 1ª impressão

3.000 exemplares — setembro 2015

Tiragem total: 3.000 exemplares

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

_________________________________________________

G232m

Gasparetto, Luiz Antonio

Metafísica da saúde : volume 5 / Luiz Antonio Gasparetto,

Valcapelli. -1. ed. São Paulo : Vida e Consciência, 2015.

inclui bibliografia e índice

índice remissivo

ISBN 978-85-7722-441-8

1. Metafísica I. Valcapelli. II. Título.

15-23598 CDD: 100

DCU: 1

___________________________________________________

índices para catálogo sistemático:

1. Medicina psicossomática 616.08

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METAFÍSICA DA
SAÚDE

VOL.5
SISTEMAS ÓSSEO

E ARTICULAR
APRESENTAÇÃO

Você quer saber como eu, Valcapelli, chego às causas metafísicas das doenças
apresentadas nos cinco volumes desta obra?

Considero-me um pesquisador independente sobre os fenômenos existenciais;


busco o verdadeiro significado da vida, principalmente no que diz respeito à saúde e à
doença.

O melhor laboratório para realizar as minhas pesquisas é o mundo em que vivemos,


ele é um gigantesco reduto de observações. As situações rotineiras são espécies de
pontas de iceberg que manifestam os conteúdos profundos da alma.

Participo das atividades cotidianas e, em alguns momentos, procuro observar


amplamente o fenômeno existencial. Dou uns passos fora da situação para ampliar a
ótica dos fatos, de maneira imparcial e sem julgamento. Busco, por meio da reflexão, o
significado das ocorrências que envolvem as pessoas à minha frente, pois acredito que
a forma como elas procedem reflete os seus mais profundos padrões de
comportamento.

Os conteúdos dessas observações serão fundamentais para descrever as condutas


que as pessoas adotam quando possuem certas crenças.

A definição que tenho acerca das constituições internas e que fundamenta os


estudos metafísicos da saúde é de que existem quatro níveis de manifestações da alma
no corpo e na vida, que são: a alma, as crenças, as atitudes e os comportamentos.

A alma, também chamada de espírito, ao qual me refiro nesta obra como Ser, é a
fonte da vida e a causa do fenômeno da existência de cada pessoa.

As crenças são os conjuntos de valores que regem a exposição na vida. Elas são
espécies de moldes internos que definem as expressões no meio. As atitudes são
posturas internas que dão origem às ações no mundo. Os comportamentos são as
condutas adotadas ante os episódios existenciais.
Pode-se dizer, resumidamente, que as crenças geram as atitudes, que, por sua vez,
definem os comportamentos diante dos eventos da realidade.

As crenças são definidas pelos conteúdos da alma mesclados com aquilo que foi
absorvido do mundo externo.

Pode-se dizer que valorizamos demasiadamente certos episódios e depositamos


nele as mais preciosas energias provenientes da essência do Ser, como os sentimentos,
os talentos e outros componentes da alma.

À medida que acreditamos em algo, adotamos atitudes que se manifestam em


forma de comportamentos condizentes àquilo em que cremos. Nossas condutas geram
ações no ambiente, produzindo as situações que nos envolvem cotidianamente.

Existem as crenças boas, que constroem os caminhos de realizações, e as crenças


ruins, que impedem o fluxo dos potenciais da alma. Elas são frutos da criação que
tivemos, portanto podem ser modificadas. Por meio da consciência e dos novos
valores adotados, podemos mudar certas crenças que causam uma série de conflitos
existenciais e provocam as doenças.

A consciência metafísica, objeto deste estudo, visa a identificar as crenças nocivas


ao bem-estar e causadoras das doenças e a questionar os valores que constituíram as
crenças, como se fossem espécies de argamassas energéticas que moldaram a maneira
doentia de sentir e de se comportar na vida.

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As observações cotidianas que faço norteiam as minhas pesquisas sobre os padrões


internos. Tais como as crenças e os conteúdos reprimidos, que estão presentes nas
situações corriqueiras.

O fato de estar interagindo com os eventos cotidianos proporciona condições para


eu identificar as causas dos sofrimentos que assolam as pessoas e ocasionam os medos
excessivos, as angústias e tantos outros processos mentais e emocionais que
comprometem a qualidade de vida e provocam as doenças no corpo.

Nesta fase de busca pelas causas metafísicas da saúde, procuro observar as pessoas
que sofrem das doenças estudadas nos livros.

Participo de eventos relacionados aos assuntos, procuro acompanhar os


desencadeamentos das doenças e dos tratamentos clínicos. Envolvido com o processo
da doença, estudo os aspectos fisiológicos e anatômicos dos órgãos afetados pelas
doenças.
Realizo grande parte desses estudos dos órgãos no escritório, cercado de livros de
medicina, que me possibilitam conhecer os aspectos clínicos das doenças.

Aliado à bagagem das vivências práticas do cotidiano e das doenças estudadas,


elaboro os textos destas obras.

Por mais ricas que sejam as minhas experiências de vida e por mais dedicado que eu
seja para entender os processos das doenças, nem sempre o conhecimento e a
dedicação são suficientes para alcançar o cerne das questões estudadas, ou as causas
metafísicas, tanto da saúde quanto das doenças.

Preciso recorrer, então, a outras fontes de inspirações que vão além do plano físico
e mental. Ficar restrito ao campo da consciência e limitado ao universo mental impede
o meu acesso aos horizontes profundos do Ser.

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Esses níveis mais elevados são os campos da alma, que ampliam a visão do mundo e
a percepção da realidade, transcendendo os conhecimentos adquiridos no passado e
no presente.

Durante esse processo, ocorre o rebaixamento do ego, que é a definição da


individualidade. No estado elevado de ego, identificamos somente os próprios
conteúdos, o que sabemos e o que somos capazes de realizar. Isso vale para qualquer
circunstância da vida, inclusive para este estudo da metafísica da saúde.

Quando não estamos atingindo os objetivos almejados em qualquer setor, seja


amoroso, seja profissional ou outros, é porque a nossa bagagem pessoal é insuficiente
para aquele patamar de conquista.

Para dar um passo além do que já alcançamos, é preciso recorrer a um fenômeno


conhecido como estado alterado de consciência.

Esse processo ocorre espontaneamente; não precisamos fazer nada, ao contrário, é


preciso admitir que não temos o que fazer, nem para estabelecer a conexão, nem para
solucionar os problemas. Trata-se de um estado de entrega, sem o desejo ardente de
soluções imediatas.

Nesse momento acessamos as forças do universo que ampliam os nossos horizontes


de percepção, desvendando possibilidades nunca antes imaginadas, que dão novas
dimensões ao que vivenciamos. Os caminhos se abrem, sinalizando diretrizes mais
claras e assertivas para alcançarmos os objetivos.
É preciso acreditar que não estamos sozinhos, nem isolados no universo, e
restabelecer a conexão com um plano infinitamente mais amplo do que o mundo físico
visível. Passamos a colher os sinais, a receber inspirações e a mergulhar num mar de
oportunidades.

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Ficamos tão repletos de conteúdos que indagamos: por que não havíamos pensado
nisso antes? Era impossível, porque essas inspirações não pertencem aos campos da
mente e, sim, da alma, são do universo. Somente as acessamos quando saímos do
restrito universo mental e entramos na esfera astral.

Nesse plano existem as entidades espirituais, os anjos da guarda que acompanham


as nossas experiências, e, no momento em que estamos no estado alterado de
consciência, eles podem nos transmitir conteúdos que favorecem o bem viver.

Afinal, eles são nossos amigos espirituais, que estão sempre dispostos a nos ajudar;
para tanto, precisamos dar abertura para receber as inspirações provenientes da
espiritualidade superior. Essa conexão acontece em virtude da sensibilidade apurada,
conhecida como mediunidade. Por meio dela, podemos estabelecer comunicação com
o plano espiritual.

Em alguns momentos dos estudos da metafísica da saúde, eu acesso essas fontes


para obter conhecimentos profundos sobre a causa raiz dos sofrimentos.

A investigação da essência do Ser vai além do emocional. Trata-se da esfera


espiritual onde repousam as causas dos fenômenos e da manifestação da alma no
corpo e no ambiente.

Nessa área espiritual ou causal são poucos os registros sobre as origens das
doenças. Principalmente sobre a quantidade de temas tratados nestes cinco volumes
da nossa obra. São mais de vinte anos de estudos e descobertas feitos por meu
intermédio e pelo parceiro de estudo, Luiz Gasparetto.

A maior fonte do conhecimento sobre os conteúdos da metafísica da saúde origina-


se da esfera espiritual e é trazida pelas entidades que estudam os fenômenos
energéticos e espirituais. Os espíritos têm uma visão mais abrangente do universo
interior.

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Na esfera espiritual, as verdades de cada um saltam à percepção imediata, de todos
que estão à volta. As reais condições internas são evidenciadas, mesmo aquelas
protegidas pelos mecanismos mentais que se escondem até de nós mesmos, aparecem
no plano espiritual.

Os mais profundos sentimentos, sejam os bons, sejam os maus, são prontamente


manifestados e revelados em forma de energia que gravita na aura (campo de energia
que envolve o corpo físico).

As energias geradas pelos sofrimentos criam um campo nocivo, que envolve o


próprio espírito, sufocando os talentos, arrastando a alma para estados degradantes
de sofrimento espiritual.

Na qualidade de investigador das condições internas geradoras dos distúrbios


emocionais, os quadros de ansiedade, angústia e outros provocam a somatização de
doenças no corpo. Quando me conecto com essas entidades consigo atingir o cerne
das causas da metafísica da saúde.

Depois dessas revelações por parte dos espíritos, vou a campo para observar esses
mecanismos que me são revelados de maneira paranormal. Constato na prática a
veracidade dessas descobertas, por meio da observação de casos de pessoas que
sofrem das doenças estudadas.

Além dessa comunhão com a esfera espiritual, conto com parcerias e o apoio de
pessoas especiais que convivem comigo no plano físico, sem as quais o trabalho não
teria toda a extensão de assuntos tratados e tantos órgãos e doenças estudados.

Dentre eles, destaco a participação do amigo nestas obras, Luiz Gasparetto, que me
inspira na busca dos conteúdos metafísicos, dá as diretrizes de vários pontos a serem
estudados. Além de ser quem me alimenta com novos conhecimentos. Com ele
também divido as minhas descobertas.

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Tão logo elaboro os textos metafísicos, conto com a observação meticulosa dos
conteúdos desenvolvidos, feita pela minha esposa e parceira nestes estudos, Gleides
Urbano Testa, que também é psicóloga, com quem realizo trabalhos em conjunto. Ao
concluir o texto, submeto-o à sua leitura, análise e opinião.

Afinal, escrevo para os leitores que vão tomar contato pela primeira vez com essas
informações. Por isso, é importante saber se a abordagem textual é esclarecedora e de
fácil compreensão.
Como você, leitor, pode constatar, antes de este livro chegar a suas mãos, ele passa
por vários estágios de elaboração, migrando do plano espiritual para o plano material.

Depois da finalização, começa a trajetória editorial e gráfica, que vai proporcionar


boa apresentação, finalização e distribuição do livro.

Que este material não seja apenas uma leitura agradável, mas, sim, a consciência de
fatores que precisam ser reformulados em você, evitando que as doenças se instalem
no corpo.

Aprenda pelo amor e não pela dor. Desperte a consciência, faça reflexões sobre os
seus comportamentos, aceite as suas verdades e respeite os seus limites.

Aplique os conhecimentos das causas metafísicas para amenizar os sintomas das


doenças e para minimizar os conflitos existenciais.

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INTRODUÇÃO

Este livro é o quinto volume de uma série, sendo quatro volumes já publicados. O
objetivo desta série, Metafísica da Saúde, é descrever os aspectos interiores e
emocionais que envolvem os talentos do Ser na interação com a realidade em que
vive, visto que esse deslocamento dos conteúdos internos para o meio externo
possibilita o aprimoramento pessoal e espiritual. Esse processo consiste em mobilizar
os potenciais internos para lidar com as ocorrências existenciais.

O desenvolvimento emocional e a evolução espiritual favorecem a conscientização


dos potenciais do Ser frente às adversidades cotidianas.

A metafísica da saúde faz a relação dos talentos com os órgãos do corpo, como o
veículo da vida que possibilita a manifestação do Ser no ambiente. As qualidades
inerentes ao espírito energizam o organismo, abastecendo-o energeticamente. Cada
órgão é regido por uma dessas forças interiores.

As doenças, por sua vez, refletem os conflitos entre o sentimento de capacidade


versus as dificuldades oferecidas pelas circunstâncias externas. Como não
permanecemos do nosso lado em virtude do desvalor e da baixa autoestima, somos
propensos a dar mais importância aos obstáculos e aos outros do que às próprias
forças.
Os estudos dessas causas metafísicas das doenças, apresentadas em todos esses
volumes, visam a conscientizar os leitores das suas próprias forças internas, para que
eles acessem os seus potenciais e se tornem vitoriosos no mundo em que vivem. Ao
harmonizarem os níveis internos com o meio externo, as pessoas fazem a interface
entre o espírito e a matéria. Além das conquistas existenciais e a realização pessoal,
elas mantêm a saúde física dos órgãos do corpo.

Este volume trata dos sistemas ósseo e articular.

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No primeiro capítulo são estudados os aspectos da metafísica da saúde relacionados


à constituição óssea e aos principais ossos que sustentam o corpo. São descritos os
potencias espirituais de consistência em si que nos mantêm seguros emocionalmente
e inabaláveis diante das intempéries das situações existenciais, mostrando que, por
mais fortes que sejam as rajadas da vida, elas não abalam a nossa firmeza de
propósito.

No segundo capítulo, são consideradas as articulações que fazem a junção dos ossos
e dão mobilidade ao esqueleto. Metafisicamente, as articulações relacionam-se às
qualidades interativas, que flexibilizam as competências do Ser frente às restrições do
ambiente interior, possibilitando a mobilidade do esqueleto, ou seja, a movimentação
dos talentos internos para a conquista dos resultados externos.

Os ossos funcionam como alavancas e placas de ancoragem, que permitem os


movimentos do esqueleto. O conjunto de ossos sólidos, associados à mobilidade das
articulações móveis ou sinoviais, forma o esqueleto. Sua estrutura é extremamente
forte, embora leve e flexível.

A flexibilidade, relacionada metafisicamente às articulações do corpo, é uma


importante qualidade do espírito. Ela possibilita acatar as situações do ambiente e não
esmorecer no momento de aplicar os talentos da alma. Ser flexível não significa
sabotar as vontades ou negligenciar as aptidões, mas, sim, encontrar uma maneira
oportuna e apropriada para manifestar os talentos do Ser, levando assim à conquista
dos seus próprios objetivos.

Na sequência, será publicado o volume seis, dedicado ao sistema imunológico


(drenagem linfática, anticorpos, baço e timo) e aos órgãos do sentido, englobando a
visão, a audição, o paladar e o tato (pele).

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Ainda há muito assunto pela frente para compor a viagem interior ao encontro dos
seus talentos, que será apresentado no próximo volume. Aproveite os conteúdos
metafísicos deste volume e dos outros quatro já publicados para resgatar os seus
talentos, ajudando você a se sentir uma pessoa realizada e feliz interiormente, bem-
sucedida na sua existência.

Com toda a riqueza de talentos guardados no Ser, pode-se dizer que você tem um
tesouro espiritual para ser descoberto e manifestado na vida, possibilitando a
abundância material e a elevação espiritual.

Valcapelli

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SISTEMA ÓSSEO
Segurança e autoapoio

O osso é um tecido vivo que está em constante processo de crescimento, de


remodelagem e de autorreparação. Todos os ossos e as cartilagens, juntamente com
os ligamentos e tendões, formam o sistema esquelético.

O esqueleto atua como arcabouço estrutural que realiza várias funções. Dentre elas,
destacam-se: suporte, que oferece sustentação para os tecidos moles e pontos de
fixação para os tendões e a maioria dos músculos; proteção dos órgãos vitais como o
encéfalo (osso do crânio), a medula espinhal (coluna vertebral), pulmão e coração
(costelas ou caixa torácica); movimentação, que é realizada por meio da contração dos
músculos esqueléticos fixados nos ossos; liberação e armazenamento de minerais e de
triglicerídeos; produção de células sanguíneas, tais como os glóbulos vermelhos e
brancos e as plaquetas, que são produzidos na medula óssea.

O osso não é completamente sólido, ele possui muitos espaços entre as suas
células, que atuam como canais por onde passam os vasos sanguíneos e áreas de
armazenamentos e produção de células (medula óssea). Dependendo da extensão e da
distribuição desses espaços, podem ser classificados como tecido ósseo compacto ou
esponjoso.

Os compactos possuem menos espaços e são mais alongados. Formam a camada


externa e a maior parte dos ossos longos como o fêmur, úmero e outros. Fornecem
maior proteção, suporte e resistência às forças produzidas pelo peso e movimentos.

Os esponjosos, que são constituídos de finas colunas dispostas em treliças, são mais
curtos e leves, dando maior mobilidade e reduzindo o peso do corpo. Dentre os
principais,

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destacam-se os do quadril, os das costelas e os das vértebras da coluna; estão situados


nas extremidades dos ossos longos.

“De modo geral, aproximadamente 80% do esqueleto é formado de ossos


compactos e 20% de esponjosos”, segundo Tortora e Derrickson, no livro Princípios de
anatomia e fisiologia.
Metafisicamente, o sistema ósseo está relacionado à consistência interior, que nos
torna seguros para interagir com a realidade. Para fortalecer essas qualidades internas,
que não são prontamente percebidas por nós mesmos, procuramos fora ou nos outros
o que já existe internamente, mas não o identificamos, tampouco o sentimos.

O sistema ósseo é uma das maiores evidências desse deslocamento para o


ambiente em busca do que já faz parte do Ser. Buscamos o apoio dos outros e a
segurança material ou financeira nos bens. No entanto, as bases de apoio emocional
não estão fora, mas, sim, dentro de nós mesmos. Existem em nós, tanto
figurativamente, tais como as qualidades e os talentos do Ser, quanto
fisiologicamente, na constituição do arcabouço ósseo, de sustentação do corpo.

Para integrar essas qualidades, no campo das emoções e dos sentimentos,


precisamos interagir com elas no mundo externo para trazê-los de volta para dentro
de nós. Esse movimento do interno para o externo e vice-versa faz parte do processo
de desenvolvimento e de maturidade emocional, que se dá por meio da
conscientização.

O fenômeno da consciência foi amplamente estudado por Sigmund Freud. Ele a


definiu como uma pequena parte dos estados mentais, que é percebida e assimilada
pela própria pessoa.

Para a composição desses estados mentais, o ambiente exterior é fundamental. Por


meio dele, a consciência se processa em três estágios: o primeiro é a identificação, que

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consiste em ver, ouvir e assimilar os eventos exteriores; o segundo é a acomodação,


que é decorrente da vivência e interação com os eventos, confrontando-nos com as
dificuldades e aceitando a realidade; o terceiro é a apropriação das habilidades
desenvolvidas e superação das turbulências vivenciadas.

Assim sendo, pode-se dizer que somos firmes, fortes e vigorosos e contamos com a
consistência emocional condizendo com a sólida estrutura óssea do esqueleto, que
protege fortemente os demais tecidos e as vísceras do corpo. Quando assumimos essa
condição de autoapoio, não precisamos de nada externo, nem de ninguém para nos
sentir seguros em relação ao processo existencial. O que quer que nos aconteça não
abala a certeza de sermos bem-sucedidos e conquistarmos os resultados almejados.
Ainda que percamos tudo na vida, se preservarmos a segurança, conquistamos tudo
novamente.

Vale lembrar que a vida é constituída pela realidade à nossa volta, que representa
uma espécie de “oficina edificadora da alma”. Quando vivemos intensamente cada
instante do cotidiano, desenvolvemos os potenciais inerentes ao Ser. Sentimo-nos
mais fortalecidos e confiantes. Esse e outros talentos extraídos da vivência perduram
por toda a eternidade.

No entanto, a negação e a fuga da realidade nos desconectam do meio,


arremessando-nos para o universo do sonho e das fantasias. Passamos a tecer
conjecturas internas, que nos distanciam do ambiente, prejudicando o
aprimoramento. O torpor ilusório gerado pela mente sufoca os sentimentos e
encapsula o Ser, produzindo um estado que pode ser comparado à morte em vida.

Em suma, viver é transferir para o ambiente externo os componentes da alma, tais


como os mais puros sentimentos, o afeto, a benevolência, a generosidade etc.; bem
como os talentos empregados na administração das adversidades e

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na conquista dos objetivos e manifestação das vontades. É também se encantar com


os episódios agradáveis, aprender com os acontecimentos e não fugir dos desafios
existenciais.

Os movimentos mais significativos, que nos tornam vivazes, são de dentro para fora.
Fazer e executar são mais importantes do que acatar ou aprender. Assim sendo,
devemos valorizar o nosso empenho e nunca desqualificar o que realizamos,
tampouco atribuir elevado valor aos aspectos exteriores ou dos outros.

Por meio desse processo de exteriorização de si e consequente interação com a


realidade, além do aprimoramento pessoal e da elevação da consciência, nos
conectamos com as energias sutis, que gravitam no meio em que habitamos. As forças
positivas ou negativas que estão a nossa volta passam a exercer influência no nosso
estado emocional.

Vivemos cercados de componentes energéticos que são produzidos pelo


pessimismo ou otimismo das pessoas que nos cercam. Também as forças espirituais do
bem, tais como as angelicais, ou do mal, que nos atrapalham, passam a agir sobre
nosso campo vibracional, de forma a produzirem semelhante padrão energético.

Para que isso ocorra, primeiramente precisamos nos conectar a essas forças, pois
nada de fora interfere em nós se não dermos abertura ou internalizarmos. Somos nós
que trazemos para dentro esses agentes, sejam eles quais forem, tanto os
aborrecimentos com as pessoas que nos cercam, a preocupação exagerada com os
outros, quanto as forças provenientes do mau agouro alheio ou do plano espiritual.

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CRÂNIO
Cúpula da divindade do Ser.

O crânio é composto de dois conjuntos de ossos: cranianos e faciais. Os ossos


cranianos formam uma cavidade que protege o encéfalo, que é o centro do sistema
nervoso central. Os faciais constituem uma estrutura frontal de suporte à cavidade
nasal, mandibular e outras.

No âmbito da metafísica da saúde, os ossos cranianos correlacionam-se com a


firmeza e determinação ao interagirem com o ambiente, com a justa medida entre o
que nos é próprio e o que diz respeito aos outros, com a maneira como se concebem
os acontecimentos e nos comunicamos com os episódios do cotidiano, tanto em
relação ao entendimento quanto em relação à busca dos significados daquilo que se
passa ao redor.

O crânio forma uma espécie de cúpula central da capela ou templo, que o corpo
representa para a alma, no qual são feitas as conexões energéticas ou espirituais, por
meio das celebrações mentais realizadas em nossa cabeça. Os pensamentos são os
principais agentes internos, responsáveis por aquilo que será internalizado e irá
compor o nosso campo áurico (energia que gravita em tomo do corpo). Pensar é
celebrar uma condição que poderá se estabelecer em nós, caso venhamos a sentir-nos
merecedores do que almejamos.

O pensamento é uma espécie de veio condutor ou antena que focaliza os conteúdos


condizentes ao que é gerado nele. No entanto, o agente interno definitivo para essa
conexão e consequente internalização é o sentimento. Pensar também nos leva a ter
sentimentos. Quando isso acontece, passa a ser a nossa condição interna definitiva,
que se fortalece com os componentes exteriores.

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Começamos a replicar interiormente pensamentos que alimentam a energia do


ambiente, que passa a ser nossa também. Assim, os bons resultados da atmosfera que
sintonizamos serão colhidos, bem como os reflexos negativos irão nos afetar
diretamente. Pode-se dizer que aquilo que ajuda ou atrapalha é primeiramente
sentido internamente. Somos nós mesmos que mais favorece ou atrapalha o curso
existencial.
Zelar pela atmosfera psíquica, cultivando a positividade na mente, representa uma
atitude que atrai boas energias, contribuindo favoravelmente para obtermos
resultados promissores, bom astral e qualidade de vida.

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FRATURA DE CRÂNIO
Rebelião contra o poder e a autoridade.

Também chamada de traumatismo craniano, normalmente é causada por


acidentes, não raro toma proporções graves, podendo levar à morte ou invalidez.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se a profundos abalos na interação com o


ambiente. Quando estabelecemos um confronto de ideias ou valores e percebemos
que não temos nenhuma chance de intervir no ambiente de forma a evitar o
inaceitável, ficamos decepcionados. Sentimo-nos completamente impotentes para
influenciar os outros e mudar o curso dos acontecimentos.

As nossas crenças e valores são ameaçados, tanto em relação aos conceitos


estabelecidos internamente sobre os fatos quanto ao papel que desempenhamos nos
acontecimentos. Sentimo-nos impossibilitados de expressar as vontades e
necessidades, bem como impedidos de conduzir os episódios existenciais. Ficamos à
mercê de autoridades que se mostram incontestáveis, causando-nos sensações de
exclusão e impotência ante o regime dominante.

Esse conflito de proporções emocionais profundas gera um campo de energia


densa, atuando no ambiente, de forma a conspirar para atrair o fatídico acidente,
causador da fratura craniana. Para mudar esse padrão, antes de ocorrer a somati-
zação, faz-se necessário rever algumas condutas relacionadas à interação com os
acontecimentos.

Quando a indignação pela impotência diante da autoridade invadir o seu coração,


antes de você entrar num impasse conflituoso, que abala a convivência familiar ou
profissional, procure discernir entre o que realmente diz respeito a si e

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o que pertence exclusivamente aos outros. Mesmo sofrendo alguns reflexos


desagradáveis da situação, nem sempre lhe compete intervir de maneira conclusiva
para eliminar os episódios ruins. Caso seja possível minimizar, isso já são proveitos,
visto que a solução definitiva não é de sua competência.

O acidente decorre do rompimento das barreiras entre o interno e o externo.


Perde-se o senso do que é próprio de si e o que diz respeito aos outros. Assim, eventos
desagradáveis, como os erros ou absurdos cometidos por alguém do meio, invadem o
seu interior como se fossem dirigidos à sua pessoa, quando, na verdade, aquela é uma
forma exclusivamente dos outros, cabendo-lhe apenas participar dos eventos. Ainda
que seja desconfortável, sua participação não é determinante sobre os episódios.

Deixe que cada um conduza o processo à sua maneira, quando for de competência
deles. Estejam acertos ou errados, isso faz parte da experiência. Todos têm uma
chance, afinal, somos norteados pelos acertos e erros.

Por outro lado, interfira sempre que a situação for de sua competência. Quando for
esse o caso, a sua omissão é um agravante desse conflito. Para respeitar os limites
alheios, você reprime o seu posicionamento, que seria determinante sobre os eventos
do meio. Essa conduta o agride e pode se deslocar para o meio, atraindo o acidente
que ocasiona a fratura no crânio. O autorrespeito é fundamental nesse processo.
Assuma o poder de conduzir a vida, antes que os outros o façam com menos talento
que você.

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MANDÍBULA
Impetuosidade e ousadia.

Trata-se do maior e mais resistente osso da face. E também conhecido como


maxilar inferior. Os dentes estão cravados na mandíbula e, em função da articulação
temporomandibular (ATM), a mandíbula realiza os movimentos da mastigação.

A mandíbula expressa metafisicamente a vontade da pessoa de se lançar na vida,


com a confiança de alcançar os objetivos existenciais sem inibir-se, tampouco sentir-se
constrangida perante os outros. Mas com a firmeza de propósito e a disposição para
tomar as medidas cabíveis, sem medo dos resultados ou das críticas alheias. É a base
de sustentação interior que favorece a mobilidade no meio e a viabilização dos
talentos da pessoa, contribuindo para atingir os objetivos. Acreditar em si mesmo é de
fundamental importância para não se esmorecer diante das dificuldades.
Leia mais sobre esse tema e também a respeito da dosagem da força agressiva e o
deslocamento do maxilar ou quando o maxilar trava no volume 1 desta série
(Metafísica da Saúde: volume 1, p. 109).

Problemas na mandíbula representam os momentos em que nos sentimos frágeis e


suscetíveis às adversidades na hora de agir, sejam relacionadas aos fatores impeditivos
da situação, sejam provenientes das pessoas ao redor, que não correspondem aos
nossos intentos.

Mandíbula projetada para frente (Prognatismo mandibular) trata-se de uma


desordem no crescimento esquelético facial. Metafisicamente, representa a falta de
conteúdos emocionais, que desenvolve a baixa autoestima, gerando sentimento de

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despreparo para interagir com o meio. Mesmo assim, a pessoa persiste em se lançar
na situação. Seu atrevimento não representa uma ação fortalecida dos conteúdos
internos. Teme os resultados desagradáveis, mesmo assim, não se rende aos próprios
medos.

Pode-se dizer que não desiste, tampouco se acovarda, usando uma expressão
popular: “parte para cima com a cara e a coragem”. Além dos métodos cirúrgicos para
corrigir esse deslocamento mandibular, é necessário aprimorar os conteúdos internos,
antes de partir para ação. Não ser imediatista, preparar-se emocionalmente para
aquilo que pretende realizar no ambiente.

Mandíbula para dentro (queixo pequeno ou pouco projetado) representa uma


espécie de freio emocional que retém os impulsos, inibindo a força de ação. A pessoa
se boicota diante dos desafios, nega as suas vontades, não confia no seu potencial. Ela
deixa de fazer a sua parte, comprometendo o andamento dos seus projetos. Vive
como se tivesse um cabresto emocional.

Sente-se inferiorizada, coloca-se para trás e se autodeprecia; principalmente


quando está na companhia de alguém. Valoriza mais os outros, enaltecendo as obras
alheias em detrimento do que ela mesma realizou.

Mesmo desprovida dos recursos necessários para ser bem--sucedida numa situação,
possui capacidades internas que possibilitam buscar os meios e atingir os objetivos.
Quando ela não sabe fazer algo, tem a curiosidade e a facilidade para aprender.

Ao colocar o seu poder em ação, não existirão ocorrências ou alguém que impeçam
o seu sucesso.

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ARTICULAÇÃO
TEMPOROMANDIBULAR (ATM)
Moderação e comedimento na expressão.

Trata-se da articulação da mandíbula com a base do crânio e com o maxilar


superior. E composta por músculos, ligamentos articulares, ossos e arcada dentária;
coordena a abertura e o fechamento da mandíbula, realizando a mastigação.

A expressão no ambiente geralmente acontece na presença de mais alguém, que


compartilha as mesmas situações. Essa interação requer bom senso para administrar
as diferenças, quanto à maneira de pensar e de agir de cada um. Ao compartilhar esses
momentos juntos, faz-se necessário assumir os próprios pontos de vista e respeitar as
características e o ritmo alheios. Quem se aceita, respeita a si e é moderado na
expressão, pois não busca provar seu valor, tampouco se autoafirma, com gestos
desnecessários e exacerbados.

A agitação compromete a harmonia, desestabiliza os movimentos, gerando


desgaste excessivo, com poucos resultados. Sem contar o prejuízo nos
relacionamentos, a maneira acirrada como agimos geralmente afeta aqueles que estão
em volta. Esses conflitos, além de gerarem ferimentos emocionais em nós e nos
outros, prejudicam a parceria, inviabilizando os resultados. Em vez de somar forças,
enfraquecemos os laços e desmotivamos nossos aliados.

Raramente alcançamos a vitória sozinhos; a parceria deve ser celebrada em


diversos setores da vida. Para cultivar o senso de equipe, precisamos de moderação e
comedimento nas nossas ações. Os exageros e a impetuosidade prejudicam o trabalho
em grupo.

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Em se tratando dos relacionamentos afetivos, a qualidade do Ser relacionada à ATM


é de fundamental importância para vivermos em paz com quem queremos bem,
buscando um ponto de equilíbrio entre o sabor da boa companhia e a coordenação
das atividades práticas, respeitando o tempo e o ritmo do outro.

Por outro lado, não devemos sufocar os próprios anseios, colocando-nos em último
plano. O autoboicote provoca a nossa ausência no meio e consequente infelicidade.
Queremos agradar os outros para ficarmos bem e sermos felizes no relacionamento.
Com isso, costumamos negar a nossa expressão autêntica. Vamos causando um
distanciamento emocional e gerando carências, que enfraquecem os laços afetivos.

A saúde da ATM consiste em preservar a moderação e cultuar o comedimento, sem


exageros para mais ou para menos. Melhor dizendo, não extrapolar, tampouco se
reprimir. Dosar a força expressiva e interagir com coerência.

Problemas da Articulação Temporomandibular, também denominados de


transtornos da ATM. Eles provocam dores ao redor da orelha, presença de ruídos ou
estalidos ao abrir ou fechar a boca, cefaleia, sensibilidade dentária e desgaste anormal
dos dentes. Dentre as causas físicas, destacam-se o alinhamento inadequado dos
dentes, rangido (bruxismo), traumas e artrite.

No âmbito da metafísica da saúde, os problemas de ATM referem-se ao


deslocamento de força depositada nas situações improdutivas e à descompensação na
hora de atuar. Representa perda da assertividade, tornando a pessoa dispersa e com
dificuldade de mobilizar as próprias forças.

Ela se confunde na hora de manifestar as suas vontades. Geralmente a atuação está


aquém das competências internas. O desempenho pessoal fica comprometido em
nome da

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política das boas relações. Para não desagradar, a pessoa valoriza mais os outros do
que si mesma. Em vez de ser sincera e expor os seus sentimentos, ela prefere se calar
e internalizar as suas indignações.

Uma das questões mais conflituosas é a não aceitação das próprias tendências, em
que a vontade é negada pelo próprio senso de certo ou errado. Melhor dizendo, voltar
contra si é mais danoso emocionalmente do que ir na contramão das situações. Um
dos processos somáticos mais comuns dessa condição é o bruxismo, como segue.

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BRUXISMO
Negação dos sentimentos hostis.

Existem dois tipos de bruxismo: o diurno e o noturno. O bruxismo do sono é


caracterizado pelo ranger dos dentes de forma involuntária enquanto dorme,
exercendo forças excessivas sobre a musculatura mastigatória, provocando o desgaste
dos dentes. A palavra bruxismo é de origem grega, brycheinm, que significa ranger dos
dentes.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se à negação da impetuosidade e à


reprovação de alguns desejos ou sentimentos, julgados impuros ou condenáveis.

Existe uma zona de conflitos interiores entre os sentimentos gerados naturalmente


diante de situações desagradáveis e sua reprovação. Quando somos reprimidos, por
exemplo, imediatamente o desconforto e certo grau de irritabilidade provocam a raiva,
mas, por algum motivo, não admitimos esse estado raivoso, imediatamente
inconscientizamos essa ira.

Geralmente as pessoas muito ativas e impulsivas geram fortes emoções, que vão
além de sua capacidade consciente de suporte, tais como: odiar a quem ama e
vontade de xingar aquele de quem gosta e, assim, sucessivamente.

Trata-se de conflitos entre os desejos reprováveis de ofender a quem queremos


bem e do amor e ódio. Diante dos desagrados, por instantes odiamos e queremos
revidar e ir à forra, ofendendo as pessoas queridas. Esses ímpetos são internalizados
de forma que conscientemente não os manifestamos; sequer admitimos pensar a
respeito. No entanto, quando nos recolhemos ao sono, entramos em contato com
esses conteúdos e manifestamos os sintomas de bruxismo.

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Quando a mãe reprime o seu filho, por exemplo, ele é tomado por frustrações e,
dependendo da forma como é tolhido ou da intensidade da sua vontade, passará a
desejar mal à sua genitora. O contrário também acontece, quando a mãe, geralmente
as mais jovens e imaturas, querem sair para se divertir e não o fazem por causa do
bebê. Diante desse desconforto, ela poderá projetar no seu filho o seu
descontentamento, gerando impulsos negados e reprimidos.

Isso explica a revolta de que somos tomados quando assistimos aos absurdos que
são cometidos contra os filhos ou os pais. Ficamos tão indignados com essas
catástrofes, pois, de certa forma, o evento faz parte do imaginário do ser humano. É
como se a tragédia alheia viesse ao encontro de semelhantes fantasias e dos anseios
camuflados. Não significa que sejamos capazes de ir às vias de fato, mas nutrimos sen-
sações desconfortáveis e reprováveis. Ao nos depararmos com a prática dessas
tragédias, nos impressionamos com tais absurdos, inconscientizando ainda mais esses
impulsos.
Entre casais, também acontece algo semelhante, quando um precisa sinalizar ao
outro os limites financeiros ou apontar os excessos que ele está cometendo. O
descontentamento com a renúncia dos seus caprichos é projetado em quem alerta e
não nas suas reais limitações, sejam de ordem econômica, sejam sociais. Aquele que
comunica o fato é o pivô das frustrações alheias. Não raro, ele ainda ouve do seu
companheiro colocações agressivas, como se fosse quem está apresentando as
limitações o causador dos impedimentos que lhe frustram os desejos. Quando, na
verdade, é a própria pessoa que não ampliou as suas condições socioeconômicas para
manter suas novas responsabilidades e continuar usufruindo como o fazia antes.

A aceitação representa uma espécie de elixir metafísico para o bruxismo. Admitir o


que sente, rever as frustrações

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e ter contato com os seus mais íntimos sentimentos é lidar com esses conteúdos sem
reprovações. Vale lembrar que, quanto mais negado e reprimido, maior será o abalo
emocional. Já com a aceitação, o componente emocional reduz a sua tensão interna.

Aceite todos os seus sentimentos, até mesmo aqueles que não o promovem à
condição de evoluído ou de elevação espiritual. A evolução não é medida somente
pela existência de componentes positivos em nosso interior, mas, sim, pela escolha
daqueles que regem as nossas atitudes e florescem durante a vida.

Não devemos dar tanta importância aos impulsos que emergem no Ser, mas, sim,
qual deles vamos selecionar para reger as nossas ações. Tomar consciência da
diversidade das emoções promove habilidade para selecionar o que favorece a nossa
existência e contribui para o bem-estar próprio e o de todos que nos rodeiam.

O bruxismo diurno difere do noturno, pois é caracterizado pela atividade


semivoluntária da mandíbula, de apertar os dentes ao longo do dia, sem ranger. Trata-
se de hábito ou tique nervoso, que deixa tensa e dolorida a região da mandíbula e da
ATM, podendo até ficar travada ocasionalmente.

Essa manifestação correlaciona-se metafisicamente à repressão das vontades. É


uma espécie de freio dos impulsos. Temendo os resultados desastrosos da atuação, a
pessoa prefere conter suas impetuosidades para não comprometer a sua imagem.

Diante das situações desafiadoras do cotidiano, emergem desejos de participar


ativamente dos acontecimentos. Isso gera expectativas quanto ao melhor momento
para se manifestar. Em vez de traçar estratégias de atuação, ela especula mentalmente
as possibilidades de insucesso, gerando tensões. Insegura dos possíveis resultados,
reprime seu desejo de interagir.
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Ao cerrarmos os dentes, pressionarmos a mandíbula e tencionarmos a articulação


temporomandibular, reprimimos a força de expressão. Ao mesmo tempo em que essa
contratura mandibular proporciona contato com as bases emocionais de segurança,
dificulta a exteriorização dos impulsos de atuação.

Para mudar esse padrão emocional e relaxar a musculatura mandibular, faz-se


necessário dar vazão à vontade de participar ativamente das situações ao redor,
manifestando os impulsos sem medo, tampouco insegurança; acreditando em si e na
capacidade de produzir resultados promissores com o seu bom desempenho na vida.

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SEPTO NASAL
Ordenação interna na interação com o meio.

O septo é uma espécie de lâmina vertical, formado por ossos e cartilagens,


localizados no interior do nariz, dividindo a cavidade nasal em dois lados: direito e
esquerdo.

No âmbito da metafísica da saúde, ele relaciona-se à ordenação das ideias para


atuação no ambiente, à clareza de raciocínio na interpretação dos eventos exteriores e
à objetividade que viabiliza a expressão.

Saber exatamente o que pretende e quais os meios para atingir os objetivos são
atributos de uma pessoa vencedora, que dribla os obstáculos, encaminhando seus
ideais a fim de concretizá-los, somando forças com a parceria e o justo
reconhecimento de valores.

A maneira como acatamos os eventos cotidianos e a justa atribuição de


responsabilidades às pessoas diretamente ligadas aos eventos favorecem a interação
com a realidade. Não devemos contar com quem não possui os atributos necessários,
tampouco sermos displicentes com aqueles que colaboram com a realização dos
nossos intentos.

Atribuir justo valor a quem realmente merece e fazer aquilo de que somos capazes,
sem depender dos outros, são componentes internos favoráveis para a saúde do septo
nasal.
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DESVIO DO SEPTO NASAL


Deslocamento do afeto.

Um septo nasal desviado é aquele que se curva para um lado, saindo da linha
mediana da cavidade interna do nariz. O desvio dificulta ou bloqueia o fluxo de ar
durante a respiração, no lado comprometido.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se à falta cie reconhecimento de quem


realmente faz jus a nossa dedicação. Damos atenção e carinho a quem não merece e
não prestigiamos quem está do nosso lado incondicionalmente.

Trata-se de uma interação com o meio, sem a ordem interna, tampouco a


estabilidade emocional para avaliar a justa medida do merecimento daqueles que
compartilham o nosso cotidiano. Geralmente consideramos mais as pessoas estranhas
do que aqueles que fazem parte do nosso dia a dia, que compartilham os momentos
bons ou ruins. Quem mais nos apoia são os menos considerados. Já aqueles que
participam das situações cotidianas, ocasionalmente são prestigiados, com elevada
dose de ternura e agradecimento.

Independentemente do processo somático de desvio do septo, é comum sermos


mais amáveis com os estranhos do que com os de casa. Em alguns casos, isso ocorre
pelo desgaste da convivência. No entanto, há um fator interno que pode ser
considerado como cisão emocional, que separa o prazer do sentimento¹.

Esse conflito é gerado durante episódios da infância em que as pessoas pelas quais
a criança nutria elevado afeto

_________________

1 Leia mais a respeito desse estado afetivo no livro Amor sem crise, tópico: amor e sexo.
Valcapelli. São Paulo: Editora Vida e Consciência, 1999.

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fizeram-na passar por grandes constrangimentos, como ser convocada pelos entes
queridos a apresentarem aquilo para o que ainda não estavam prontas,
desrespeitando a sua timidez e outras situações vergonhosas para a criança. Ou ainda,
ocorrências de maior gravidade, como o abuso sexual por parte de pessoas estimadas.
Esses episódios podem instituir traumas que formam barreira energética, que
interferem negativamente no prazer com as pessoas queridas. Quanto mais gosta,
menos agradável se torna compartilhar os momentos, e, quando não tem afeto, mais
curtem as companhias.

É necessário restabelecer essa conexão dos níveis afetivos e prazerosos. Parar de


deslocar afeto para pessoas menos importantes e se reprimir quando quer bem. Voltar
a depositar afeto sem constrangimento, pois atualmente estamos cercados de pessoas
que nos respeitam e, se elas faltarem com o respeito, vamos saber pôr limites,
preservando a satisfação e o bem-estar.

Caso não consigamos trabalhar essas questões emocionais, podemos sofrer alguma
pancada no nariz que danifica ou quebra esse delicado osso ou articulações do septo
nasal. Durante a recuperação, a cicatrização pode ocasionar um desvio do septo para a
direita ou esquerda. Cada uma dessas posições revela certo tipo de prejuízo nas
relações interpessoais, como se observará em seguida.

Desvio para a esquerda, estrangulando a cavidade nasal desse lado. Relaciona-se


metafisicamente à dificuldade de acatar a colaboração dos outros. A pessoa se mostra
fechada para qualquer tipo de ajuda. Torna-se difícil participar das suas atividades, ela
boicota os outros, desconsiderando as expressões de carinho.

Para mudar esse padrão, é necessário aceitar suas próprias fraquezas, ser mais
sensível aos outros, tornar-se menos prático e mais compreensível, aprender a
linguagem do afeto e dar mais abertura aos outros.

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Desvio para a direita, obstruindo esse canal do septo. A pessoa dá mais espaço aos
outros do que a ela mesma. Prestigia aqueles que estão a sua volta e se autodeprecia.
Deixa de fazer a sua parte pelo excesso de consideração e demasiado respeito. Sabota
a sua vontade de participar e não se dá o direito de fluir livremente nas situações.

Assume responsabilidades excessivas e se sobrecarrega de afazeres. Vive


desesperada para dar conta das atividades. O fato de não saber conciliar os seus
afazeres e a atenção especial aos outros dificulta ainda mais a sua fluência.

Para reverter esse processo, faz-se necessário organizar o seu mundo interno,
dividir responsabilidades e delegar aos outros uma parte das tarefas; situar-se no
presente; não se atrapalhar pelos outros e, ainda, se dar o direito de manifestar os
seus potenciais.

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CLAVÍCULA
Confiança no sucesso.

A clavícula é um osso localizado na parte da frente da região superior do ombro,


que transmite força mecânica dos braços para o tronco.

Metafisicamente é a base de suporte emocional e espiritual para a realização dos


sonhos. Refere-se à certeza de que podemos alcançar os nossos objetivos e sermos
bem--sucedidos naquilo que idealizamos. Ao agir na situação presente,
gradativamente, vamos criando condições externas favoráveis ao sucesso.
Paralelamente intensificamos a vontade de seguir em frente, aumentando a
visibilidade das perspectivas promissoras. Mantemos a clareza do nosso lugar ao Sol e
a confiança de que, mesmo os acontecimentos atuais sendo desfavoráveis, na ocasião
oportuna, conquistaremos os nossos intentos.

A mobilidade adquirida ao lidar com os episódios cotidianos, principalmente


aqueles relacionados aos nossos anseios, reforçam os conteúdos emocionais
pertinentes ao curso escolhido na trajetória existencial. Passamos a acreditar que é
possível atingir as metas.

Não se trata do potencial criativo do Ser², que especula os meios para alcançar os
objetivos. A clavícula refere-se à capacidade de nos sustentarmos emocionalmente
durante as atuações, enaltecendo os atributos interiores que nos levam a alcançar os
resultados almejados.

Ela relaciona-se com a visão distante que desvenda as conquistas vindouras, que
não se restringe às limitações do

__________________

2 Leia sobre a criatividade no volume 2, p. 119. Tema: ovários

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presente; a concepção dos resultados promissores que estão ao nosso alcance, caso
preservemos a firmeza de propósito e a sustentação emocional necessária para atingir
as metas.

Problemas na clavícula: fratura, dor e tensões musculares na região do ombro


representam metafisicamente uma visão restrita das atividades cotidianas, que se
limita ao fato em si, sem quaisquer perspectivas vindouras favoráveis. A pessoa se
entrega ao imediatismo como se ela se resumisse ao que se passa na atualidade,
rompendo com os seus sonhos.

Em vez de visualizar os resultados do seu desempenho, focaliza somente o trabalho


que está desempenhando. Mergulha nos compromissos, tornando-se escrava das
obrigações. Essa atitude reducionista compromete o prazer e a satisfação durante a
execução das tarefas.

Ela não admite relaxar e se entregar ao fluxo da vida, acreditando no seu senso de
responsabilidade. Ao contrário, a pessoa teme obter resultados desastrosos e receia
ser displicente com a situação ou com os outros.

Lembre-se, independentemente dos acontecimentos presentes, o que faz parte da


nossa vida está nos aguardando a alguns passos à frente. O que não for alcançado é
porque não condiz com o nosso processo existencial. Não existem fracassos, somente
reforço do caminho evolutivo. Somos poupados dos desvios de percursos das falsas
metas traçadas com base nas experiências alheias ou nos sonhos dos outros.

Acredite! O que fizer parte do seu caminho vai surgir à sua frente. Entregue-se ao
presente, confiante nos bons resultados advindos da expressão das suas
potencialidades. Volte às bases internas, resgate os seus propósitos e não se perca nas
obrigações ou funções impostas pelas circunstâncias exteriores. Deixe os sonhos
florescerem e tomarem conta do Ser, pois eles representam a luz que ilumina o seu
caminho existencial.

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ESCÁPULA
Proteção e apoio interior e espiritual.

A escápula é composta por dois grandes ossos triangulares localizados na parte


superior das costas, sendo um de cada lado do ombro. Juntam-se com a cabeça ou a
extremidade do úmero (osso do braço), para formar as articulações do ombro.

Essa base de sustentação óssea da região superior do tórax está relacionada,


metafisicamente, ao aparato de apoio e proteção espiritual presentes em todos os
momentos da vida. Quando estamos à mercê de situações perigosas, sem perceber,
somos cercados por algum tipo de ajuda ou de proteção. Sejam internas, sejam
externas, elas evitam que soframos quaisquer danos.
Internamente somos dotados de intuição, talentos e fontes de boas energias que
nos esquivam dos reflexos nocivos da situação. Pode-se dizer que somente seremos
afetados quando existir interiormente algo correlacionado com o que nos acontece de
ruim. Portanto, se estivermos num astral elevado e com bom humor, nada de grave
nos acontecerá, pois não entramos em ressonância com as esferas negativas. Essa é
uma forma de proteção natural, pelo próprio padrão. Enquanto permanecemos no
bem, nos autoprotegemos.

A proteção também vem de fora. Isso não significa que nos momentos difíceis
surgirá do nada um Ser maravilhoso para nos resgatar dos sofrimentos, ou uma fonte
reluzente e brilhante que removerá as ameaças dos caminhos.

Geralmente, durante os momentos mais arriscados, a ajuda está presente e vem de


onde menos esperamos. Como, por exemplo, quando algum integrante da situação
que, até

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então, nos oferecia riscos, surpreendentemente intercede a nosso favor, poupando-


nos de maiores desconfortes. A impressão é de que esse indivíduo tenha sido inspirado
por algum benfeitor espiritual para nos proteger.

Por outro lado, se formos afetados de alguma forma, é porque existem dentro de
nós componentes emocionais nocivos, que atraem os infortúnios. Caso contrário, não
haveria ressonância com a maldade ou seriamos poupados por meio das intervenções
benéficas.

A escápula representa uma espécie de espinha dorsal da nossa espiritualidade. É


uma espécie de eixo da conexão com o plano extrafísico. A porta de entrada da
inspiração com os seres de luz, mentores ou anjos da guarda. Estabelece um campo de
liberdade do mundo material, ampliando os horizontes para a esfera espiritual,
melhorando a desenvoltura existencial.

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COSTELAS
Consciência das qualidades inerentes ao Ser.
Doze pares de costelas em forma de arco estendem-se das vértebras da coluna até
o osso do esterno (localizado no centro do peito), onde são fixadas por uma extensão
cartilaginosa, dando certa mobilidade que evita fraturas, mediante golpes ou quedas.

O arcabouço formado pelas costelas fornece uma estrutura de suporte e de apoio


estrutural para a caixa torácica, protegendo os órgãos vitais que representam a fonte
de vida, que habita em nosso interior. A sua consistência manifesta a qualidade de
preservar os atributos do Ser, sem, no entanto, reprimi-los. Os vãos entre as costelas,
ocupados pelos músculos intercostais, representam um espaço para dar vazão a esses
componentes internos.

Metafisicamente, as costelas representam as bases de apoio emocional das


qualidades do Ser, relacionadas com os órgãos vitais localizados no interior da caixa
torácica. São eles: o coração, o pulmão e o timo.

Os atributos metafísicos do coração correspondem ao entusiasmo e à motivação. As


costelas representam a nossa capacidade de manter acesa a chama do desejo e da
vontade, que são fontes de avivamento, e de despertar esses talentos que precisam se
expandir para todo o ambiente externo. A sensação de segurança com a presença das
costelas na região torácica colabora positivamente, no sentido de nos incentivar à
busca dos meios para concretizar aquilo de que gostamos e que, nos faz bem.

O mesmo ocorre com os impulsos de interação com o ambiente e a capacidade de


fazer amizade, metafisicamente

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relacionadas com o pulmão. A consistência das costelas acentua nosso potencial de


promover o envolvimento e a proximidade com as pessoas que participam da nossa
vida. Saímos de nós e voltamos para o meio, interagindo com todos que comungam
dos mesmos interesses.

Nossas qualidades afetivas manifestam-se por meio do carinho direcionado aos


outros, metafisicamente, essa capacidade de manifestar a ternura associa-se ao timo.
Esses potenciais revelados no ambiente criam campos de convivência agradável com
as pessoas. Mesmo nos exteriorizando na interação com o meio, não podemos perder
a conexão com a nossa essência interior; pois somos a fonte do amor que sentimos
pelos outros. O rompimento com nossas fontes internas compromete a manifestação
do sentimento de amor.

A chama da vida surge para reluzir e a disposição das costelas favorece essa vazão.
O apoio interno é imprescindível para a exposição dos nossos talentos. Abastecidos de
nós mesmos, transferimos para o ambiente os componentes positivos do Ser.
Problemas nas costelas: fraturas e luxações³.

As lesões de costelas geralmente são causadas por impactos, quedas ou outros


acidentes. Quando fraturadas, normalmente são muito dolorosas. Os esportes com
contato corporal podem provocar as luxações, que consistem no deslocamento da
cartilagem que se desprende do osso do esterno, resultando em frequentes dores,
principalmente durante a respiração profunda.

Nem sempre encontramos um ambiente promissor para as nossas manifestações.


Quando nos deparamos com as adversidades e resistências aos mais caros
sentimentos, sentimos

_______________

3 Leia também mais adiante, fratura e fratura nas costelas: página 107 deste volume.

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esse abalo repercutir fundo nas emoções. Sentimos a afronta do meio e ficamos
extremamente abalados.

Praticamente, o que nos referencia como pessoa, de alguma forma, é


desqualificado. Perdemos o veio de expressão que mantém a autoestima, abalando a
referência afetiva e existencial. Momentos como esses são propícios para atrair algum
tipo de impacto ou de acidente que afetam as costelas.

Esses profundos abalos emocionais nas constituições internas devem ser sanados
por meio da autoconsciência. Devemos ser mais partidários a nós mesmos do que dar
tanta importância ao ponto de vista alheio. Não podemos tomar os resultados
momentâneos como definitivos e compartilhados por todos. Pode ser apenas uma
opinião isolada, que não expressa o pensamento da maioria.

Sobretudo o ponto de vista alheio, independentemente de quantos o


compartilham, não deve ser mais importante do que a nossa própria concepção. Para
ajudar na recuperação, faz-se necessário resgatar a firmeza interior, voltar a ser o seu
maior aliado e não se abalar com os contratempos ocasionados pelas circunstâncias da
realidade. Lembre-se, tudo passa e o que levamos da situação é o que sentimos
durante os episódios.

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ÚMERO
Sustentação das atividades.

É o maior e mais longo osso do braço. O úmero estende-se da escápula (osso do


ombro) ao cotovelo.

No âmbito da metafísica da saúde, os braços são espécies de alavancas existenciais


de manifestação e interação com o meio. Especificamente, o úmero representa a
nossa competência e sustentação para agir, as bases de apoio para as nossas ações,
bem como a competência para ir até o fim dos objetivos traçados.

Não se trata de mera especulação ao atuar, mas, sim, de ações fortalecidas com os
atributos internos suficientes para concluir as tarefas que foram assumidas
previamente.

A saúde desse osso representa a crença de que somos capazes de cumprir as


incumbências e de acreditar na condição interna de que podemos dar conta do que for
necessário para a concretização dos afazeres.

Problemas no osso úmero representam metafisicamente a busca de apoio fora de


si ou nos outros. Depois de esgotar suas forças, na tentativa de executar as tarefas, a
pessoa sente que os seus esforços foram em vão. Frustrada, inferioriza-se e busca
pontos de apoio externo. Um exemplo disso é o uso de muletas. A recomendação do
seu uso é por causa da perna. Precisar de muletas ou bengalas para caminhar
representa não se sustentar nas próprias pernas ou não confiar nas suas forças.

Obviamente, a necessidade do seu uso é decorrente de acidentes, alguma doença


ou de procedimentos cirúrgicos. Segundo a metafísica da saúde, independentemente
das causas físicas que exijam o uso desses reforços para a marcha,

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representa o abalo da certeza de que somos capazes e autônomos, e de que temos


condições para nos conduzir na vida e ser bem-sucedidos nas diversas áreas da
existência.

Para deixar de usar muletas ou bengalas é necessário que a pessoa fortaleça o


emocional. E preciso retomar a confiança em si, não somente para caminhar
efetivamente, mas para voltar a acreditar no seu potencial realizador.

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ANTEBRAÇO
Apoio em si para a execução de tarefas.

O antebraço é formado por dois ossos paralelos: rádio e ulna. O rádio localiza-se na
parte anterior (da frente); em relação à mão, ele está na linha do dedo polegar. A ulna,
na parte posterior, na direção do dedo mínimo (mindinho).

Na mobilidade dos braços, a região do antebraço é a que mais se expõe aos


movimentos, exigindo firmeza e determinação na execução das atividades.

Metafisicamente, o antebraço refere-se à capacidade de se manter ativo,


executando as tarefas com vigor e determinação.

Quando estamos em busca dos meios práticos para realizar os objetivos, é salutar
recorrermos às competências previamente desenvolvidas, utilizando os
conhecimentos adquiridos nas experiências anteriores. Nesse caso, o passado é como
um banco de potencialidades cujos dividendos são as habilidades aprimoradas ao
longo do trajeto existencial. Dia a dia depositamos uma ação no sentido de adquirir
aprendizado. Entre acertos e erros, comparados aos lucros ou perdas, vamos
acumulando bagagem pelo exercício dos afazeres.

Esse movimento de buscar no interior proporciona a firmeza e consistência


emocional, necessárias para dar maior destreza durante as atividades presentes. O
aprendizado é constante, sempre tem algo mais para desenvolver. O que levamos em
todas as nossas ações é a certeza de executar tudo a que nos propusermos. Podemos
não saber previamente, mas temos competência para aprender. Essa atitude nos deixa
confiantes e determinados para agir.

Fratura no antebraço, metafisicamente, representa abalo na certeza de que


podemos nos manter nas situações. Com a

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falta de convicção no potencial realizador, perdemos a confiança em nós mesmos.

Ante os acontecimentos inusitados e difíceis de solucionarmos, em vez de


buscarmos recursos em nós mesmos no “banco interior” do desenvolvimento do Ser
ou mesmo na própria situação em questão, contrariamente a isso, recorremos aos
outros, buscando soluções para as nossas dificuldades ou falta de habilidade. Agindo
assim, estamos negligenciando a capacidade de aprender ou de ler os sinais do evento,
que indicam a direção da solução. Essa se encontra em nós mesmos ou no próprio
problema; dificilmente nos outros.

Recorremos aos outros quando esgotamos as buscas internas e não estamos


identificando os sinais do ambiente. Recorremos a eles para obter as direções ou
inspirações por medidas e procedimentos cabíveis a serem adotados e não para
angariar soluções, ou para que de alguma forma, eles sanem as nossas dificuldades.

Esse movimento de buscar solução nos outros ou esperar que eles intercedam a
nosso favor, resolvendo aquilo de que não estamos dando conta, representa um dos
maiores abalos emocionais, metafisicamente causadores das fraturas do antebraço.

Também a busca de aprovação em relação ao que estamos realizando representa


metafisicamente uma conduta nociva para o antebraço. A falta de autoapoio suficiente
para afiançar as nossas ações faz com que busquemos nos outros o aval para
continuarmos agindo daquela maneira.

Para esses padrões de pensamento chegarem a ponto de atrair um acidente e


consequente fratura, é necessário que haja um conflito emocional. Melhor dizendo, ao
mesmo tempo em que recorremos ao outro em busca de soluções, nos condenamos
por esse gesto de fraqueza ou de dependência. Ou mesmo, buscamos aprovação
quando sabemos que estamos

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no caminho. Por outro lado, se o fizermos sem angústias, compreendendo ser esse o
melhor caminho a seguir, ou como uma forma de usufruir do retorno das nossas
dedicações, não existirão conflitos, tornando-se saudáveis esses movimentos.
Consequentemente, eles não gerarão quaisquer abalos físicos ou emocionais.

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MÃOS
Alavancas realizadoras.

Próximo ao punho, localizam-se os ossos denominados carpais. Eles são formados


por oito pequenos ossos. Nas palmas das mãos, regiões consideradas intermediárias,
ficam os cinco ossos denominados metacarpais. Nas extremidades de cada um dos
cinco ossos metacarpais existem saliências denominadas “nós dos dedos”; eles são
visíveis com os punhos cerrados. Logo à sua frente, localizam-se as falanges ou ossos
dos dedos.

Metafisicamente, as mãos são instrumentos realizadores, que refletem a nossa


capacidade de manifestar os talentos. Elas se abrem para dar, expressando ao mundo
os conteúdos internos, de maneira desenvolta e hábil. E se fecham para preservar as
forças e assumir responsabilidades.

Quando elas se fecham, não significa que estamos isolados do mundo, ao contrário,
esse gesto acumula a força de atuação. Cerradas, estão voltadas a nós, onde são
fortalecidas com os verdadeiros propósitos existenciais, mantendo as diretrizes
essenciais do Ser. Esse é o momento em que nos ajudamos, tornando-nos mais
seguros e conscientes das nossas escolhas, que devem ser mantidas no cotidiano e não
negligenciadas em meio aos acontecimentos exteriores.

Abertas, as mãos expressam a nossa melhor parte. Ao manusear os episódios do


cotidiano, nos aproximam dos eventos exteriores, fortalecendo a capacidade
realizadora. Elas representam os membros do corpo que mais se relacionam com a
atitude de efetivação e concretização das tarefas, promovendo a interação com o
ambiente.

Por intermédio delas, expressamos nossos desejos de alcançar os objetivos,


tornando o meio em que vivemos uma extensão do Ser. Elas são espécies de
instrumentos alquímicos, que plasmam os nossos anseios no ambiente externo.

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Ainda que as ocorrências não sejam condizentes com os desejos, não raro existem
possibilidades de transformar as perspectivas em eventos agradáveis. Para tanto, faz-
se necessário aceitar o que se passa e, em seguida, procurar os meios e agir
oportunamente.
O que mais conta não é exatamente o que nos acontece, mas o que fazemos com
esses episódios. Podemos tanto aceitá-los, elaborando o desencadeamento do
processo, quanto recusá-los com revolta ou indignação.

A aceitação faz com que, mesmo diante das turbulências exteriores, não fiquemos
abalados a ponto de entrar em desespero e abrir mão dos nossos planos. Já a
autodesaprovação poderá provocar indignações em relação às ocorrências
desastrosas.

A pior maneira de encarar as adversidades é com revolta; esse sentimento corrói a


capacidade realizadora, dificultando o alcance dos objetivos. De nada adianta ficarmos
remoendo os fatos desagradáveis, quando podemos agir com assertividade para
minimizar os reflexos negativos.

Independentes de como reagimos aos eventos exteriores, as mãos são agentes de


integração com o mundo. Além das transformações externas, elas aprimoram os
potenciais latentes no Ser, transformando nossos talentos em habilidades funcionais.

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CARACTERÍSTICAS DAS MÃOS


Estilo de atuação.

Algumas características ou eventos das mãos indicam certos sentimentos, mediante


tarefas, bem como o estilo de manusear as atividades.

Mãos frias são sinais de nervosismo, geralmente causado pelo extremo rigor com
que desejamos executar as tarefas. Assustados com as exigências das situações
externas, voltamos para dentro de nós com o objetivo de nos programar melhor e
assim evitar que algo dê errado. Ficamos mais tempo planejando do que empenhados
na execução propriamente dita. Isso nos distancia do ambiente exterior, onde
precisamos atuar. O rigor excessivo na seleção das atividades a serem desempenhadas
e as frequentes recusas de tarefas, bem como a falta de empolgação em relação ao
que precisa ser feito, são componentes emocionais que podem causar o resfriamento
exagerado das mãos.

Mãos quentes representam entusiasmo e motivação para realizar as tarefas. São


pessoas colaboradoras e prestativas, que se dedicam às atividades com disposição e
força de vontade. Não medem esforços para colaborar, tampouco fazem “corpo mole”
diante dos afazeres, por mais exaustivos que sejam.
Suor excessivo nas mãos está associado ao receio na atuação. Medo de fazer algo
errado ou preocupação excessiva que aconteça algo ruim. A pessoa fica extremamente
apreensiva quando vai realizar algo, temendo a repercussão das suas ações. Não se
trata apenas do desejo de que tudo acabe bem, mas principalmente da repercussão
dos seus gestos, inclusive das opiniões dos outros em relação ao seu desempenho.

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Durante o planejamento que precede as ações, as pessoas sentem-se relativamente


bem. No entanto, o maior abalo emocional ocorre no exato momento da execução das
atividades.

Mãos ossudas revelam segurança e consistência interior. São pessoas confiantes, de


fibra, que não se abalam facilmente; vão até o fim naquilo que se propõe a realizar.

Mãos carnudas são típicas de pessoas racionais e com boa capacidade de criar
estratégias, mas não são tão hábeis para pôr em prática seus planos. Pensam muito
antes de realizar algo. Demonstram também tendências à obesidade.

Problemas nas mãos, no âmbito da metafísica da saúde, representam a dificuldade


de expor os talentos e as habilidades. Sentimos que podemos fazer melhor do que
estamos manifestando, para mudar o curso da situação; no entanto resistimos ou
somos intransigentes em relação àquilo que foge ao previsto. Apegamo-nos às
dificuldades exteriores ou aos impedimentos provenientes dos outros e, com isso,
contemos a nossa desenvoltura.

Lidamos com a participação alheia de maneira conflituosa. As pessoas querem


colaborar e, de alguma forma, esses gestos nos causam desconfortos. Mesmo
agradecidos, ficamos incomodados ao receber ajuda.

Quando machucamos as mãos, é porque, metafisicamente, ou nos ferimos com o


tipo de ajuda que estamos recebendo, ou pode ser também por causa dos
acontecimentos que se desenrolam contrariamente ao nosso ritmo, seja acelerado
demais, seja extremamente moroso.

Faz-se necessário sermos mais flexíveis com a dinâmica dos eventos e buscarmos
certo equilíbrio, de maneira adaptativa, para não vivermos em conflito. Em vez de
mudarmos o ritmo exterior, dediquemo-nos a reformular o jeito de atuar, seja
baixando a ansiedade e dando o tempo necessário, seja

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intensificando a realização das atividades, tornando-nos mais rápidos, para
acompanhar o movimento do processo. Em relação aos outros, devemos adotar o
espírito de colaboração e não de competição, aceitando de bom grado a contribuição
alheia, que soma força para a execução das atividades.

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DEDOS
Desenvoltura na realização das atividades.

Os cinco dedos de cada mão são compostos de catorze falanges, pequenos ossos
localizados nas pontas dos dedos. O polegar possui duas falanges, enquanto os outros
quatro dedos têm três falanges cada; são eles: indicador, médio, anular e mínimo.

No âmbito da metafísica da saúde, os dedos representam a nossa desenvoltura para


destrinchar os afazeres com leveza e suavidade nas ações.

Desenvolvemos o que nos compete sem complicações. O manuseio por si é


harmônico. Orquestramos as ações, transformando as dificuldades em mobilidades.
Encaminhamos as atividades de forma a manifestar as nossas vontades. Dedilhamos as
tarefas, executando com extraordinário traquejo, de forma a alcançarmos os
resultados promissores.

Os dedos estão em constante atividade. Eles palpitam, sinalizam alternativas,


apontando direções, fazem afirmações, revelam as nossas escolhas. E mais uma
infinidade de ações.

Eles estão entre as partes do corpo que mais se movimentam. Seu ritmo é ditado
pela mente, levando para o meio externo os lampejos psíquicos. Os pensamentos são
tão velozes, que é difícil coordenar tudo o que se passa na cabeça. Pensamos numa
infinidade de coisas, trazendo para fora uma pequena parte dessa imensidão mental.
Assim, manifestamos no ambiente os componentes internos, transformando desejos
em ações.

A influência da mente sobre as situações externas se dá em forma de


condutividades energéticas, em que as ondas mentais influenciam o ambiente em que
atuamos. Essa intervenção dos pensamentos no meio conta com os dedos das

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mãos como regiões que expressam a nossa condição interativa. Eles recebem os
impulsos psíquicos que percorrem pelos braços, manifestando-se imediatamente nas
mãos, orquestrando com os dedos as ações concretas nas circunstâncias da vida.

Os dedos são impulsionados pelos anseios e dirigidos pelo cérebro, tornando-se


extensões das nossas vontades, promovendo a interface entre a mente e o ambiente.

Problemas nos dedos, de modo geral, representam conflitos entre os desejos e as


possibilidades que o meio oferece. Insistimos em praticar determinadas atividades que
contrapõem as condições externas.

Os acidentes que machucam os dedos, sejam de pequena proporção, sejam de


grande proporção, representam metafisicamente que, diante da impossibilidade de
execução dos nossos desejos, em vez de revermos as estratégias, insistimos em
permanecer na contramão dos acontecimentos, gerando elevado desgaste mental e
grande irritabilidade. Esse conflito interior pode atrair algum tipo de acidente que fere
os dedos. Cada dedo afetado representa determinado conflito ou a área da vida em
que se instalou essa problemática, como se verá adiante.

Os problemas crônicos nos dedos são causados por algum tipo de doença, como a
artrite reumatoide⁴, a disidrose (erupção com pequenas bolhas nos dedos).
Metafisicamente refletem as dificuldades internas que inviabilizam a manifestação das
vontades. Nesse caso, não são os eventos exteriores que dificultam a manifestação dos
desejos, mas a própria pessoa que se atrapalha na execução dos seus objetivos. Ela
não assume os seus anseios, faltam atitudes favoráveis aos seus propósitos.
Sentimentos como a insegurança, o medo e outros fragilizam os seus potenciais e
dificultam a execução no ambiente.

________________

4 Saiba mais a respeito, consulte o tema artrite reumatoide na página 174.

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Para favorecer a recuperação dos ferimentos nos dedos é necessário que a pessoa
seja perspicaz na observação do que se passa ao redor e flexível diante das situações
inusitadas, sem comprometer as suas vontades, tanto levando em conta a maneira de
agir, procurando o equilíbrio entre as ações e as possibilidades que o meio oferece,
quanto considerando os sinais e as tendências; caso sejam desfavoráveis, devemos
rever os objetivos.

Pode-se se dizer que o mundo externo norteia o nosso fluxo pela vida, por meio das
situações favoráveis ou desfavoráveis. O bom senso durante a execução das tarefas é
fundamental, pois existem momentos em que o curso das atividades é modificado. Por
outro lado, há certos momentos em que as situações opostas aos nossos anseios
exigem persistência no propósito, para fortalecer os ideais.

Será melhor ceder ou insistir? Esse é um dos principais dilemas diante das
adversidades. A perspicácia para fazer uma leitura dos eventos externos e notar se eles
são impeditivos ou temporários é fundamental na hora de decidir se vamos desistir
dos nossos objetivos ou tentar em outra ocasião. Às vezes, basta mudar a maneira de
fazer ou adiar a execução da tarefa, que ela se torna possível. Nesse caso, as
adversidades visam a ajustar-nos ao momento oportuno, bem como a nos aprimorar e
a fortalecer os conteúdos internos.

Porém, quando não há possibilidade de jeito algum, nem mesmo o tempo traz a
solução, é melhor revermos as nossas metas e promovermos mudanças de diretrizes,
para não vivermos em conflito ou nos agredirmos quando não conseguirmos atingir os
objetivos.

Cada dedo representa alguns aspectos da nossa atuação no ambiente ou


determinadas competências internas, que favorecem a desenvoltura e dinamismo na
manifestação dos nossos propósitos.

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DEDO POLEGAR
Expressão da vontade.

É o dedo mais curto da mão, composto por apenas duas falanges (parte óssea dos
dedos). Em geral, o seu comprimento atinge a primeira falange do dedo indicador (ao
seu lado). No entanto, possui maior mobilidade.

A grande amplitude de movimentos do dedo polegar representa metafisicamente a


capacidade de nos impormos na vida e o poder de decisão acerca de uma situação,
principalmente no que diz respeito ao tipo de participação, melhor dizendo, ao que
vamos fazer e como pretendemos realizar. Para tanto, faz-se necessário a sustentação
para assumirmos os nossos pontos de vistas.

O polegar representa a nossa capacidade de expor as opiniões perante os outros,


sem nos preocuparmos com os resultados, tampouco com as críticas alheias. Não
somos movidos pelas tendências externas, agimos de acordo com a própria vontade.
Somos determinados e altivos nas decisões. Fazemos prevalecer os nossos ideais, e, se
necessário for, combatemos veementemente as resistências dos outros.
A segurança para decidir e a força para agir são decorrentes das referências internas
e do propósito firme; a segurança e a firmeza interiores não podem ser corrompidas
pelas fragilidades dos outros ou pelas dificuldades apresentadas pelo meio.

Algumas características do polegar revelam traços ou estilo de tomar decisões e de


movimentação da força de vontade, tais como: curto, longo ou largo, curvado ou que
se estende para trás.

Polegar curto ou pequeno. Segundo Norber Glas, autor do livro As mãos revelam o
homem, considera-se pequeno

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quando o polegar, em comparação com o dedo indicador, não ultrapassa pelo menos a
metade da primeira falange do indicador. Essa característica representa um traço de
inibição e contenção de poder de decisão.

As pessoas com polegar curto possuem dificuldade para exporem o que decidiram.
Elas esperam o momento oportuno para desenvolverem o seu raciocínio. Não são
favoráveis à discussão de pontos de vistas. Esperam que os outros expressem suas
considerações para somente, e, às vezes, exporem as suas opiniões. Apesar de serem
talentosas, suas qualidades dificilmente aparecem, pois não manifestam prontamente
o que sentem.

Polegar longo ou largo, segundo Norber Glas, é aquele que, em comparação com o
dedo indicador, ultrapassa a metade da primeira falange. As pessoas que têm o
polegar longo são mais impulsivas e não reprimem as suas vontades. Esboçam
prontamente os seus pontos de vista e se posicionam perante os outros, sem temer os
reflexos das suas decisões.

Não se deixam influenciar facilmente. São mais voltadas a si e menos sensíveis aos
outros. Possuem boa desenvoltura e são práticas e eficientes. São objetivas e têm
clareza quanto ao seu papel na situação. Não se perdem facilmente, sabem
exatamente por onde começar, para alcançar os seus objetivos.

Polegar com curvatura mais côncava ou que se estendem para trás. Revelam
característica de personalidade das pessoas que são mais voltadas aos outros ou para
fora de si, durante suas ações ou na hora de tomar decisões.

Por um lado, são mais flexíveis e maleáveis em relação aos posicionamentos alheios,
por outro, possuem certa dificuldade de manterem os seus pontos de vista e agirem
contrariamente aos acontecimentos exteriores. Procuram se esquivar de discussões e
evitam entrar em choque de opiniões. Preferem adotar a política das boas relações a
enaltecer os seus pontos de vista.

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Os conflitos mais comuns são internos. Questionam sua maneira de pensar em vez
de manifestarem ou defenderem aquilo que tomam como certo.

Problemas no dedo polegar representam, metafisicamente, preocupação excessiva


com as opiniões dos outros. A pessoa se sente cercada de impedimentos para realizar
os seus intentos e sem apoio dos outros ou condições para dar continuidade aos seus
projetos.

Ela sente-se sem espaço para pôr em prática as suas conclusões ou para fazer o que
tem vontade, isso causa profunda frustração. Sente-se impotente diante dos
obstáculos. Não consegue transpor as adversidades, tampouco ser firme no seu
propósito e agir a favor das suas decisões. Fica remoendo a falta de apoio e a pouca
chance que o meio oferece, em vez de ser mais fiel às suas concepções internas.

Lembre-se: o mundo pode ser contra, o importante é você estar a favor do mundo.

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DEDO INDICADOR
Pensamentos e imaginação.

Fortemente ligado ao polegar, realiza movimentos coordenados. Metafisicamente


integra a vontade com os pensamentos. O indicador relaciona-se com o poder de
escolha, a autoridade e o comando sobre as situações externas.

Para ser assertivo é necessário que a pessoa tenha um sentido de observação


apurado, sendo sensível às percepções do ambiente. Essa perspicácia em relação ao
que se desenrola em torno dela favorece o senso de direção e a escolha do caminho a
seguir.

O indicador é o primeiro dedo acionado no momento de executar as decisões,


sinalizando a direção a seguir. Tanto a definição daquilo que pretende realizar quanto
a apropriação das suas ideias, bem como a busca das possibilidades para executar os
seus intentos, são fatores emocionais influentes sobre o dedo indicador.
Também se relaciona com a atividade dos pensamentos. As nossas reflexões acerca
das situações ao redor manifestam-se imediatamente nesse dedo. Ele praticamente
sinaliza aquilo que estamos imaginando, tornando-se uma espécie de condutor dos
nossos pensamentos.

Problemas no dedo indicador. Os medos e as incertezas em relação à direção


tomada podem afetar esse dedo, causando algum tipo de manifestação somática nele.
A origem desses processos se dá na mente, seja a interpretação de impedimentos que
geram os conflitos de ordem emocional, sejam os pequenos acidentes que afetam esse
dedo. Ambos os casos se referem à maneira tumultuada e conflituosa de pensar a
respeito do que temos por realizar ou foi executado.

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Faz-se necessário atravessar as ocorrências impeditivas ou harmonizar a maneira de


pensar a respeito dos episódios existenciais, sem medo de errar. Faz-se necessário
apostar nas suas concepções e não hesitar em apontar os novos passos para seguir em
frente, rumo ao sucesso e realização pessoal.

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DEDO MÉDIO
Percepção extrassensorial e intuição.

Esse dedo ultrapassa em tamanho todos os outros, despontando entre os demais.


Representa uma espécie de antena que capta a energia do ambiente e identifica uma
situação, antes mesmo que ela aconteça. Trata-se da nossa percepção extrassensorial,
que investiga situações que transcendem a realidade dos fatos.

Antes que algo aconteça, existe um campo energético atuando, de forma a reunir as
condições favoráveis aos acontecimentos. Tanto os episódios positivos quanto os
eventos ruins se configuram no astral do ambiente. Quem possui uma percepção
aguçada consegue captar essas tendências e intervir de forma a acelerar os eventos
bons ou evitar as situações desastrosas. A intervenção no ambiente com base na
sensibilidade extrassensorial se dá por meio de ações que não se justificam pelas
condições atuais. Essas intervenções fogem a qualquer regra, trata-se de ações
inusitadas, que surpreendem a todos, inclusive a nós mesmos. No entanto, os
resultados das ações são promissores.
Os aspectos intuitivos relacionados ao que estamos realizando ou ao que está
acontecendo no meio possuem relação metafísica com o dedo médio. Aprender a lidar
com a intuição favorece os bons resultados das nossas ações e mantém a saúde do
dedo médio.

Quando temos uma intuição, precisamos confiar em nós para tomarmos medidas
cabíveis, as quais, não raro, vão na contramão dos acontecimentos. Dificilmente
convencemos aqueles que nos rodeiam quanto à necessidade de ousar e agir
diferentemente do que estão acostumados. Por isso são necessárias a segurança
interna e a confiança nas faculdades paranormais.

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Ao agir de acordo com o meio e fazer o óbvio, obtemos resultados comuns à grande
maioria das pessoas. Em certos momentos, o que faz a diferença é ser ousado e inovar.
Quando percebemos um sinal de problema e agimos de maneira pontual, evitamos o
desenrolar dos fatos desagradáveis. Para conseguir essa façanha, precisamos confiar
na nossa sensibilidade e sermos guiados pela intuição. Esse procedimento ameaça a
credibilidade e as expectativas que os outros depositaram em nós. Pode-se dizer que
no caminho da intuição não cabe a vaidade, tampouco o medo de errar.

Faça a seguinte indagação: você quer seguir a sua intuição e ousar para obter
resultados diferenciados ou agradar os outros, agindo como esperado? Na segunda
hipótese, as suas ações serão balizadas pela tendência do meio e os resultados serão
os mesmos, comuns a todos. Essas medidas agradam os outros, mas reprimem a nossa
capacidade intuitiva, que daria novos dimensionamentos existenciais. Além dos
resultados diferenciados obtidos ao seguir a intuição, essa conduta promove a
realização pessoal, a confiança em si e eleva a autoestima.

Problemas no dedo médio, de modo geral, relacionam-se com os conflitos causados


pela percepção de certas verdades, que se contrapõem aos nossos anseios. Captamos
impedimentos ou surpresas desagradáveis, as quais, se forem confirmadas,
provocariam grandes decepções, com situações ou pessoas estimadas.

Por outro lado, também podem estar relacionados com o inconformismo por não
termos usado a intuição e agido de maneira a evitar os eventos desagradáveis que
sucederam. Ficamos com raiva porque tínhamos captado que algo sairia errado, mas
não agimos de maneira a evitar esses transtornos.

Para amenizar os sintomas, faz-se necessário ser mais compreensivo consigo


mesmo e levar em consideração os

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próprios limites. Perdoar-se por ter desconsiderado a intuição e insistido na situação,
chegando às últimas consequências. Pelo menos, esgotaram-se as tentativas de
manter o apreço nos outros ou de conseguir o que almejamos.

A intuição encurta os caminhos das experiências. No entanto, existem certas


situações em que a nossa predileção não quer o desfecho intuído durante os eventos.
Tentamos, sem sucesso, evitar o inevitável. Acatar a intuição evita transtornos
exagerados e acelera o processo, colocando-nos na direção da verdade.

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DEDO ANULAR
Compromisso e relacionamento.

O dedo anular corresponde aos aspectos afetivos e às relações amorosas. Ele


manifesta os sentimentos mais profundos presentes nos gestos, que são a forma
delicada e carinhosa com que nos expressamos perante as pessoas amadas. A
presença dos sentimentos de amor promove os laços afetivos, estabelecendo os
relacionamentos duradouros.

Ao assumir uma relação, usamos uma aliança nesse dedo, estabelecendo o


compromisso com quem nutrimos profundos sentimentos. O uso da aliança é uma
forma de comunicar a todos que fizemos a nossa escolha amorosa. Podemos colocar
afeto nas nossas ações sem a conotação de conquista ou de segundas intenções,
permitindo expressar-nos amorosamente, respeitando os limites da vida afetiva de
cada um.

O uso de metal no corpo, como a aliança, os anéis e outros, possui diferentes


interpretações. De acordo com a cultura, o metal tem uma simbologia. Por um lado,
ele representa uma forma de contenção de energia, que barra o fluxo dos potenciais
pertinentes ao local do corpo usado. Por outro lado, existem várias tradições culturais
de povos que dão conotações contrárias, atribuindo ao uso do metal uma forma de
destaque e de valorização do local do corpo em que é colocado. Ele representa a força
de conquista e a evidência dos aspectos pertinentes à área utilizada.

O uso do metal não é imposto de forma punitiva nas sociedades, ao contrário, ele
representa uma forma de comunicação social de conquistas e de status no grupo.
Geralmente o metal usado para esse fim é o ouro; além de enaltecer-se com o valor
desse metal precioso, sua presença reforça o
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significado de elevação e de exuberância no seu uso. A coroa do rei, por exemplo,


transmite o seu poder; a medalha no peito do atleta, as suas vitórias; a condecoração,
motivos de honra; a aliança para os casais, a conquista de uma relação saudável.

De modo geral, o uso de anéis e de alianças é razão de orgulho e de satisfação. Esse


gesto acentua as qualidades relacionadas ao dedo da mão. No caso da aliança no
anular, representa a conquista de uma relação estável, seguida do desejo de
comunicar isso a todos de forma não-verbal. O fato de a pessoa não estar feliz nesse
relacionamento não está associado ao uso da aliança, mas, sim, à sua dificuldade de se
soltar perante o grupo, quando se encontra comprometida. Ela não se sente livre, pois
se aprisiona numa condição, que, para um grande número de pessoas, seria motivo de
liberdade. Quantas pessoas não saem de casa ou evitam frequentar grupos por se
sentirem constrangidas por estarem sozinhas. Para elas, uma relação estável seria
motivo de prisão perante o seu grupo.

A questão central não é o que você usa no corpo, mas como se sente na situação
pertinente à colocação de determinado metal. O mais importante, à luz da metafísica
da saúde, não é o que você usa ou deixa de usar, mas, sim, o que sente pela pessoa
com quem se relaciona. O maior carinho não vem da aliança, mas, sim, do afeto pela
pessoa amada.

Pode-se dizer que os anéis e a aliança são referências para os outros; sob o
entendimento da metafísica da saúde, é mais importante o que você carrega dentro de
si acerca das suas conquistas. No tocante à aliança no dedo anular, ela simboliza o
sentimento que você tem no “peito” pela pessoa com quem se relaciona e o quanto se
sente solto para se manifestar no seu meio, principalmente perante a pessoa amada.

Problemas no dedo anular representam algum tipo de conflito no relacionamento.


Pequenos abalos emocionais com a pessoa amada, que comprometem a desenvoltura
no meio.

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Ferimentos e outras afecções nesse dedo ocorrem quando certo grau de tristeza
invade o nosso coração. Seja ela causada por algum tipo de decepção ou
descontentamento com a pessoa amada, seja pela carência e sentimento de
abandono.
Esse abalo emocional pode ocorrer não só nos relacionamentos amorosos, mas
também com amigos, familiares e outras relações que estabelecemos na vida. As
surpresas desagradáveis e decepções podem ser decorrentes desses vínculos,
ocasionando afecções no anular.

Não se deixar abater pelas adversidades do cotidiano e saber integrar as diferenças,


mediando os conflitos com quem nos relacionamos, além de poupar desconfortos,
evita aborrecimentos desnecessários e consequentes ferimentos no dedo anular.

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DEDO MÍNIMO
Atenção aos detalhes.

É o dedo que expressa a nossa relação com os detalhes da situação, contribuindo


para a nossa boa desenvoltura no ambiente. Os pormenores devem ser considerados,
pois eles manifestam os meios pelos quais são norteados os caminhos para atingir os
objetivos. Apesar da pouca proporção, não devemos desqualificar as minúcias, pois
elas são reveladoras. Se observarmos as situações atentamente, descobrimos sua
direção ou verdades. Os detalhes revelam muito a respeito dos acontecimentos.

Quando descobrimos uma verdade que se mostra diferente do que imaginávamos,


ao nos relembrarmos das situações que precederam o ocorrido, notamos a presença
dos detalhes e o quanto eles eram reveladores da verdade que veio à tona. Por não
termos dado valor aos detalhes, alimentamos ilusões, deixando a situação ir longe
demais. Estendemos uma inverdade e nos iludimos ou permitimos que as
circunstâncias fujam do nosso controle.

O dedo mínimo representa a nossa capacidade de observar os pormenores, no


sentido de averiguar todo o conjunto da situação e o encaminhamento dos eventos.
Essa perspicácia favorece a descoberta da realidade dos fatos por meio de colocações
sutis. Se formos atentos a elas, evitamos os grandes transtornos.

A devida atenção dispensada aos detalhes possibilita melhor compreensão do


fenômeno e evita que se deixe escapar aspectos reveladores, presentes nas minúcias.
A identificação desses pontos não requer medidas duras e imediatas, mas, sim, a
combinação das peças do grande “quebra-cabeça” que revela toda a situação que
vivenciamos, inclusive com as pessoas

73
que participam da nossa vida. O esclarecimento de fatos irrelevantes poderá ser de
grande proveito na avaliação do mérito das questões.

A dica metafísica relacionada ao dedo mínimo é: para não ter surpresas


desagradáveis, fique atento aos detalhes.

O dedo mínimo relaciona-se também com a administração dos impulsos e a


contenção da impetuosidade para favorecer a interação harmoniosa com o ambiente,
até mesmo por se tratar da identificação das particularidades dos acontecimentos ou
das pessoas. Esses são fatores que não requerem intensa manifestação. Não
precisamos ser veementes nas respostas dadas à proporção dos eventos, basta
averiguarmos melhor o que foi dito ou algum detalhe da situação; não precisamos pôr
fim à questão. Assim sendo, a nossa impulsividade é desnecessária diante das
minúcias.

Problemas no dedo mínimo representam metafisicamente ater-se aos detalhes de


forma a comprometer o desempenho.

Como visto anteriormente, as minúcias são relevantes, pois podem sinalizar


tendências contrárias aos objetivos, exigindo cautela. Até certo ponto, agir com
prudência evita prejuízos futuros.

No entanto, apegar-se aos detalhes ou exagerá-los, enxergando problema onde não


existe, é perturbar-se com aspectos que não eram para causar tantos aborrecimentos.
Trata-se de muita indignação para pouca proporção de fenômenos, isso gera
ferimentos desnecessários, prejudicando a expressão das qualidades.

A força realizadora e os nossos anseios são maiores do que as circunstâncias


momentâneas. Limitar-se às particularidades e comprometer os nossos objetivos
geram conflitos e constantes incômodos.

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Aprenda a lidar com os seus potenciais, não disperse energia com os eventos que
não contribuem para o andamento dos objetivos. Olhe para onde há sinais proveitosos
e não perca tempo com eventos de pequena proporção, que não levam a nada, apenas
adormecem os seus potenciais.

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OSSOS DO QUADRIL
Autoapoio e autovalor.

Embora os ossos do quadril atuem como um só, eles são constituídos de três ossos:
ílio (é o maior componente do quadril); ísquio (compõe a parte de trás da região
inferior); púbis, também chamado de osso púbico (é a parte da frente da região
inferior do osso do quadril). Em conjunto com os ossos da coluna (sacro e cóccix)
constituem uma estrutura em forma de bacia, denominada pelve. A pelve óssea
fornece um suporte estável e resistente para a coluna vertebral e para os órgãos
pélvicos e abdominais inferiores.

No âmbito da metafísica da saúde, os ossos do quadril representam a habilidade


para sustentar os seus próprios objetivos, aliando os desejos com as vontades, no
sentido de superar as adversidades do meio externo. Posicionar-se integralmente a
favor de si e valorizar os potenciais internos.

Com tantos atributos do Ser, superamos os contratempos do cotidiano sem nos


abalarmos com as circunstâncias desfavoráveis.

A mobilização desses recursos internos influencia as pessoas a nossa volta. Quanto


mais nos valorizamos, maior é a influência exercida sobre os mais próximos e os entes
queridos. O reconhecimento por parte daqueles que convivem conosco revela quão
profundo é o autorrespeito e o autovalor. Geralmente nos queixamos da falta de
consideração aos nossos talentos, quando, na verdade, a desconsideração é nossa.
Não admiramos aquilo que executamos e, não raro, desqualificamos as nossas obras.
Somente seremos valorizados pelos mais próximos quando desenvolvermos o
autoapreço.

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Por outro lado, se não consideramos os talentos e nos desvalorizamos,


conseguiremos angariar algum reconhecimento por parte daqueles que estão
distantes e não nos acompanham de perto. Pode-se dizer que é mais fácil ser
valorizado pelas pessoas distantes do que por aqueles que convivem conosco.

Outra razão para a pouca valorização pelas pessoas do convívio reside na imagem
que eles têm a nosso respeito. A repetição de hábitos e costumes ao longo da
convivência definiu nossa imagem, que ficou estigmatizada e dificilmente é alterada.
Não é comum os mais próximos considerarem os nossos avanços. É mais fácil o
reconhecimento vir de um estranho do que de alguém próximo a nós.
Para ilustrar essa questão, existe um pensamento do dramaturgo irlandês George
Bernard Shaw (ganhador do prêmio Nobel de Literatura em 1925): “De todos os
homens que conheço o mais sensato é o meu alfaiate. Cada vez que vou a ele, toma
novamente as minhas medidas. Quanto aos outros, tomam a medida apenas uma vez
e pensam que seu julgamento é sempre do meu tamanho”.

É difícil apagar uma impressão transmitida aos outros. Por mais que reformulemos
as nossas condutas, permanece o estigma do passado. Porém, isso não pode parar o
nosso desenvolvimento e nos engessar ao modelo de outrora. Estamos sempre em
transformação. Não podemos depender da aprovação dos outros. Devemos ser a fonte
de avaliação do progresso interior e dos resultados exteriores. Só assim vamos
alcançar novas etapas existenciais e nos sentir realizados, tanto com as conquistas
materiais quanto com o aprimoramento pessoal.

Problema no quadril, fisiologicamente, qualquer alteração nessa região afeta


diretamente a mobilidade do corpo.

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Metafisicamente reflete os conflitos gerados principalmente pela imagem a nosso


respeito, que foi formada e agora tentamos transformá-la. Esse movimento gera
conflito entre o estigma que os outros fizeram e a nossa vontade de inovar, de tentar
novos procedimentos para obter resultados diferenciados.

Esses conflitos são gerados principalmente por buscarmos primeiro convencer as


pessoas de que estamos certos em agir de forma diferente para depois pôr em prática
nossos projetos. Essa relação se torna uma espécie de cabo de guerra, os entes
queridos, insistindo que não temos competência, e nós, com os melhores argumentos
a respeito da nova empreitada.

Para mudar o cenário precisamos ousar, pôr em prática nossas ideias e parar com as
desavenças, que não levam a resultados promissores, ao contrário, desgastam nossas
forças; e precisamos delas para a implantação dos novos projetos.

Obviamente necessitamos trocar experiências e ter outras visões a respeito dos


nossos planos. Essa troca de experiência não pode vir carregada do modelo do
passado, que deixou marcas profundas nas pessoas do convívio a respeito de como
fazíamos. A verdade é que aprendemos com os tropeços, cansamos de ficar na zona de
conforto, esperando ajuda e deixando que os outros façam por nós. Renovamos o
nosso desempenho, mas não trocamos a imagem que os outros têm a nosso respeito,
apenas com especulações de atuações que não se consolidaram.
Busque fora as diretrizes para o seu projeto e até mesmo longe, com pessoas que
não vão nos avaliar pelo que éramos no passado, mas, sim, pelo potencial que está
nascendo e merece uma chance para se manifestar. Sobretudo devemos ser o maior
incentivador dos nossos próprios projetos. São eles que despertam o gigante que
habita dentro de nós.

78

FÊMUR
Bases de apoio familiar.

O fêmur ou osso da coxa é o mais longo e o mais pesado do corpo. Sua extremidade
superior consiste numa cabeça arredondada, que se articula com o osso do quadril. O
ângulo que direciona a extremidade é maior nas mulheres, porque a pelve feminina é
mais larga. A extremidade inferior fixa os ligamentos e as articulações dos joelhos.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se à base de apoio e sustentação


emocional. Geralmente, ao nos referirmos às pernas, as associamos ao apoio e à
segurança; essa relação está diretamente relacionada com a coxa, cujo osso é o fêmur.

O autoapoio é uma condição interna alimentada principalmente pela estrutura


familiar, que nos ancora na realidade e apresenta os caminhos existenciais. Essas bases
são significativas para a constituição emocional, que fortalece a segurança. Quando a
família apoia, ela autentica a firmeza interior. A pessoa vai para a vida com maior
consistência interna. Sente-se livre para realizar as suas tarefas, age com firmeza e
independência, imprimindo vontade e determinação nas suas obras.

Porém, esse não é um fator determinante, mas, sim, o que a pessoa internaliza dos
eventos exteriores e principalmente o que ela faz com o que recebe dos entes
queridos. A fonte interior é inesgotável e oferece suprimentos emocionais que se
sobrepõem à ausência de conteúdos provenientes do meio.

Ainda que o ambiente não tenha suprido as suas demandas emocionais, de alguma
forma, houve benefícios. Pode ter sido aquém das suas expectativas, mas, de alguma
forma, representou uma referência que deu o norte do caminho a seguir. Isso foi o que
compôs a sua bagagem emocional. Muitas situações foram vivenciadas durante a
trajetória de vida, que

79
ofereceram conteúdos para ampliar a bagagem interior. Com todas essas experiências
é incabível permanecer desprovido emocionalmente; ou, pior, com um fardo pesado
por trazer os resultados negativos, abandonando os componentes positivos dos
caminhos por onde se passou.

Caso a pessoa não tenha recebido apoio dos entes queridos ou não se supriu de
outros conteúdos e também se rejeitou, permanecendo carente, essa defasagem
emocional pode gerar dois sentimentos: a revolta ou a necessidade de aprovação dos
outros. No primeiro, a revolta, a pessoa se torna intolerante ou vingativa, dificultando
ainda mais receber o que ela busca. No segundo, a necessidade de aprovação levará à
extrema solicitude; a pessoa faz tudo para agradar, não mede esforços para ajudar,
prejudica-se para favorecer os outros.

Em meio a esses exageros, cabe a seguinte indagação: você quer receber o quê?
Está buscando nos outros o que não recebeu no passado? Esse é um momento
oportuno para compreender que as pessoas que foram negligentes no passado, não
tinham o que você esperava delas. Por algum motivo, elas não lhe proporcionaram
esse benefício. Mesmo assim, você continuou buscando fora, mas não se dedicou a
proporcionar a si mesmo o que não recebeu dos outros.

Assuma a sua condição interna e não dependa da aprovação de fora para se


preencher com aquilo de que você próprio não foi capaz de produzir para si. Não
recorra à chantagem, nem se comporte como sofredor. Ninguém é vítima, só se for de
si mesmo. Nesse caso, comece a se cuidar e se preencher com os atributos que lhes
são próprios. Para se suprir faz-se necessário considerar cada passo dado na vida e
celebrar as metas alcançadas; sentir-se um vencedor. Seja qual for o seu progresso,
homenageie a si, pois você é um vitorioso só por não ter desistido. Isso já o torna uma
grande pessoa.

80

O osso femoral representa praticamente o centro da marcha, existe uma espécie de


regulador, que nos situa no presente e nos conecta com o ambiente.

Focar a percepção nessa parte do corpo favorece a conexão com o presente e nos
situa na realidade. Nesse momento, as sensações se acentuam, trazendo os próprios
conteúdos à luz da consciência. O equilíbrio funcional do corpo é restabelecido com
uma força inteligente, regida pelas nossas qualidades integradas com a realidade em
que vivemos.

81
TÍBIA e FÍBULA
Firmeza para seguir em frente.

São importantes ossos de sustentação do peso do corpo. Estendem-se das


articulações do joelho ao tornozelo. A tíbia é o maior osso da parte inferior da perna,
também é conhecida como “canela”. A fíbula é o osso menor, que ajuda a estabilizar
as articulações dos joelhos, está localizada ao lado da tíbia.

Apesar de constituir a parte mais fina da perna, é composta por dois ossos com
consistência suficiente para sustentar o peso do corpo e conduzir a marcha. Realizam
os movimentos mais expressivos da caminhada. Essa mobilidade não é exatamente da
canela, mas, sim, das articulações localizadas nas extremidades, principalmente do
joelho, que se inclina para trás, num ato de recuo para, em seguida, impulsionar-se
para a frente, realizando, assim, os movimentos de avanço da perna.

Metafisicamente, essa parte do corpo representa a consistência emocional,


fortalecida nas experiências anteriores, que alimentaram a confiança em si para seguir
em frente. São ossos que refletem a firmeza necessária para corresponder aos desafios
dos caminhos existenciais.

Diante dos rumos que a vida toma, é mister a segurança interna para não
esmorecer com as exigências do meio. A mobilidade deve ser acompanhada do poder
e da força de atuação. Esse estado proporcionará a confiança e a certeza de que
nenhum desafio supera a nossa determinação de seguir em frente e de fazer o que
estiver ao nosso alcance para sermos bem-sucedidos na trajetória existencial.

82

Contato coma realidade.

O pé é formado por 26 ossos, que são mais compactos do que os das mãos porque
sustentam o peso do corpo. São eles: sete tarsais, localizados nas regiões do tornozelo
(sendo um deles o calcâneo — osso do calcanhar, que é o maior e o mais forte); cinco
metatarsos; catorze falanges dos dedos.

Essas estruturas ósseas permitem o apoio do corpo no solo, ancorando-o e


promovendo o seu deslocamento na caminhada.

No âmbito da metafísica da saúde, o pé refere-se ao contato e interação com a


realidade. Situa-nos no presente e nos integra com o meio, estabelecendo a conexão
com os acontecimentos que se passam ao redor.

Eles proporcionam a sustentação física e emocional para lidar com os


acontecimentos. Ao interagir com o meio, não damos conta da importância dos nossos
pés plantados no solo, proporcionando o ancoramento no presente. Com essas bases
de apoio fincadas no chão, conseguimos nos manter em pé diante dos episódios
cotidianos, tanto os agradáveis quanto os desafiadores.

Os pés oferecem a mobilidade necessária para garantir nossa desenvoltura no meio.


Lidamos com a realidade usando as nossas faculdades intelectuais, visuais, manuais e
outras. Elas se destacam na interação como o ambiente; ficamos atentos e ligados
visualmente em tudo o que se passa ao redor; atuamos de maneira precisa na
execução das tarefas para as quais somos convocados.

Enquanto utilizamos os nossos recursos interativos, os pés estão plantados no solo


e se movem de maneira a oferecer o melhor posicionamento, para manifestar os
talentos integradores.

84

Não fossem os pés, não conseguiríamos permanecer diante dos eventos, numa
condição de igualdade com as pessoas que compartilham os mesmos acontecimentos;
tampouco lidaríamos frente a frente com as ocorrências do ambiente.

Dores nos pés. São provocadas por diversas condições físicas, tais como: facite
plantar; esporão calcâneo; tendinite de Aquiles e outras; conforme descritas nesta
obra. De modo geral, referem-se à dificuldade de interação com a realidade e à
maneira sofrida de encarar os acontecimentos. A falta de habilidade para lidar com as
situações presentes se deve, em grande parte, à forma como nos colocamos diante das
circunstâncias cotidianas. Para cada doença há um componente interno causador dos
sintomas, conforme descrito nos referidos temas mais a frente.

85

CALCANHAR
Base da sustentação interna diante da realidade.

O calcanhar desempenha importante função no suporte da carga corporal. E a


primeira parte do corpo a tocar no chão durante a marcha. Localizado na parte de trás
do pé, ele é formado pelo osso calcâneo, que é o maior e o mais forte osso do pé.

O calcanhar representa metafisicamente a base de sustentação interna; o apoio em


si durante a manifestação no ambiente. Ele permite o ancoramento que nos situa na
realidade, colocando-nos em contato com os episódios do cotidiano.

Diante dos desafios existenciais, precisamos acreditar nos nossos recursos internos,
como a força e determinação para enfrentar as adversidades e superar os desafios. A
autorreferência proporciona apoio para agir, sem esmorecer perante os obstáculos.

Antes de nos lançarmos aos desafios existenciais, é importante sentirmo-nos


confortáveis e seguros emocionalmente. Assim, estabelecemos uma boa integração
com o meio, de forma que nada nos assusta, tampouco apavora. Apoiamo-nos na
realidade de maneira agradável, como se pousássemos confortavelmente no presente,
sem perder a determinação e a ousadia.

Tendão calcâneo, também conhecido como tendão de Aquiles, está localizado no


calcanhar. Sua função consiste em manter o equilíbrio estático do corpo, transmitindo
a força gerada pela musculatura da perna para o pé, possibilitando caminhar, correr e
saltar.

Fisiologicamente, tendão é um cordão de tecido muscular, altamente resistente,


que fixa o músculo ao osso. O tendão

86

calcâneo (de Aquiles) fixa os músculos da panturrilha, localizada na parte inferior e de


trás da perna, ao osso do calcanhar.
Representa a nossa confiança na capacidade de seguir em frente e superar os
obstáculos que eventualmente venham a surgir no caminho. Habilidade de administrar
as adversidades e obter os melhores resultados na trajetória existencial.

Faz-se necessário confiar mais na própria força do que nas possibilidades de


insucesso. Fortalecer a certeza de que a vida conspira a nosso favor e de que somos
merecedores dos bons resultados. Convictos dessa parceria com a natureza, podemos
ser mais ousados e destemidos na hora de lançar novos desafios ou assumir novas
empreitadas.

Problema no tendão de Aquiles. Dentre os principais problemas, destaca-se a


tendinite⁵ de Aquiles, trata-se de um processo inflamatório e doloroso, geralmente
causado pelo excesso de atividades, lesões e outros.

No âmbito da metafísica da saúde, representa o medo de não se conseguir dar


conta das incumbências futuras, falta de segurança em relação aos compromissos
assumidos. A pessoa encara-os como se fossem além das condições momentâneas,
representando um grande salto, causando medo de não dar certo.

Vale lembrar que as disponibilidades atuais não são parâmetros para avaliar os
futuros alcances. À medida que ousamos, ampliamos a nossa capacidade de conquista.
Obviamente os resultados serão diferentes e a disponibilidade será outra, podendo
facilmente atingir o nível prospectado para o futuro.

Um agravante interno dessa condição é o excesso de responsabilidade empregado


nas perspectivas futuras. Esse elevado grau de exigências para consigo mesmo em
relação

____________

5 Leia também sobre a tendinite no volume 3 desta série, na página 132.

87

aos novos projetos interfere negativamente na hora de assumir novas empreitadas de


vida ou outras condições de relacionamentos com as pessoas queridas.

As estruturas internas de crenças e valores quanto à maneira de conduzir os


processos não são condizentes com os novos rumos. É necessário rever as condutas e
adotar maneiras mais condizentes com a realidade atual, que sejam mais apropriadas
às prospecções de futuro. Quando saímos da zona de conforto, que nos mantinha
acomodados nas situações que se repetiam, mas não ampliavam os horizontes,
surgem outras demandas que não se adequariam aos velhos padrões de
comportamento.
As mudanças externas exigem inovações internas. É preciso rever os componentes
interiores e reformular alguns deles, enquanto promovemos as mudanças, para não
entrarmos em choque e comprometermos a nossa segurança e confiança nos
resultados almejados.

Acredite mais em si e alie-se a forças naturais que intercedem ao seu favor. Pense:
você somente se comprometerá com o que for capaz de cumprir. Caso contrário, não
teria sido uma escolha, mas, sim, obrigações impostas, sem o direito de escolha.
Quando participamos das negociações, opinando sobre os critérios com que serão
encaminhados novos rumos, contamos com a estrutura interna para viabilizar os meios
para cumprir com os compromissos.

88

ESPORÃO DE CALCÂNEO
Ferir-se com os sofrimentos alheios.

Doença causada pelo crescimento anormal de uma parte do osso do calcanhar.


Forma uma protuberância, geralmente na sola do pé, provocando dor ao caminhar. O
esporão pode surgir também na parte de trás do pé.

Refere-se aos abalos sofridos pelas situações do ambiente, as quais não se pode
mudar, tampouco evitar o contato, em virtude do convívio diário. Tais eventos
provocam sentimentos mistos de culpa e/ou piedade. A pessoa se vê impotente diante
das condições inevitáveis de alguém do seu convívio. Por mais que ela se esforce, não
consegue mudar as condições do outro.

A impotência diante dos sofrimentos alheios causa profundos abalos emocionais. E


como se os fatos que estão a sua volta fossem “lanças perfurantes”, a penetrarem o
seu ser a cada contato com a difícil realidade do outro. Seus lamentos não são
suficientes para mudar as condições daquele que sofre do seu lado.

De modo geral, a dor no calcanhar refere-se à incapacidade de intervir na realidade


sofrida, tanto a sua própria quanto as dores e erros cometidos pelos outros. O fato de
não haver nada que se possa fazer gera angústia e indignação.

Muitas vezes a nossa posição ante o sofrimento alheio é a de espectador, pouco se


pode fazer a não ser acolher, ser solidário e atencioso. Raramente podemos participar
ativamente, no sentido de eliminar os sofrimentos daqueles a quem queremos bem.
Somos limitados para agir na vida dos outros ou mudar os seus comportamentos; por
mais próximos que eles sejam de nós, não somos responsáveis pelos seus sofrimentos
e desacertos.

89

Devemos acreditar nos processos existenciais, na intervenção positiva do universo e


do tempo. Essas forças naturais regem as nossas vidas e resolvem as questões mais
difíceis do convívio. Revoltas e queixas não amenizam os sofrimentos, ao contrário,
elas corroem a capacidade de transformar a realidade, de minimizar as turbulências e
de manter o bem-estar.

90

PLANTA OU SOLA DO PÉ
Aceitação da realidade.

Essa região do meio do pé é sustentada pelos cinco ossos metatarsais e composta


por tendões e ligamentos. Localizada na parte inferior, toca o chão, estendendo-se ao
pisar.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se à percepção do ambiente e à


aproximação com os acontecimentos. Corresponde à capacidade de sentir e de se
envolver com as circunstâncias do meio, bem como de se situar na realidade e admitir
os fatos sem negá-los, ou, ainda, se opor prontamente aos episódios inesperados.

A saúde dessa área do pé consiste em promover boa interação com o ambiente, ser
receptivo e, ao mesmo tempo, atuante. Em se tratando das situações da nossa alçada,
atuar prontamente. Já nas questões de competência exclusiva dos outros, manter
certa distância; envolver-se, mas não interferir no processo.

91

ARCO DO PÉ
Interação com a realidade.

Os ossos do pé formam dois arcos, sendo um transverso, entre as laterais, e o outro


longitudinal, estendendo-se do calcanhar, para a ponta. Eles ajudam a sustentar o
peso do corpo, distribuindo-o para todo o pé; também promovem efeito de alavanca,
favorecendo a caminhada.

No âmbito da metafísica da saúde, representa a maneira como nos acomodamos na


realidade e administramos as nossas vontades, mantendo o interesse em participar
das questões pertinentes à nossa realidade. A habilidade de administrar os objetivos
conduz às situações ao redor de maneira satisfatória.

É necessário saber esperar o momento apropriado para realizar os intentos, não ser
ansioso, tampouco imediatista. Deve-se preservar o seu estilo de atuação no ambiente
sem ser contagiado pelas influências externas, a ponto de negar as suas características
pessoais.

É aconselhável manter acesa a chama dos seus propósitos; sonhar, mas não se
distanciar da realidade, para não mergulhar nas suas ilusões.

92

PÉ CHATO
Perda das referências internas e falta de ousadia.

O formato do arco do pé é mantido por ligamentos e tendões. No caso do pé chato


ou pé plano, ele não tem essa curva no meio; a planta praticamente toca no chão. Isso
ocorre em virtude do enfraquecimento dos ligamentos e dos tendões que diminuem,
provocando essa queda dos arcos. Ele dificulta a distribuição uniforme do peso do
corpo e interfere negativamente na caminhada.

Metafisicamente, a pessoa que tem o pé chato é negligente consigo mesma, ela


abandona os seus objetivos e sabota as suas vontades. A negação dos próprios
conteúdos compromete a mobilidade existencial da pessoa, que passa a agir por
obrigação, responsabilidade ou quaisquer outras questões externas, sem o apreço por
aquilo que realiza. Por melhor que sejam os resultados, eles não são satisfatórios, por
se tratar de questões pertinentes ao ambiente ou aos outros, que não são condizentes
aos mais caros intentos.

As demandas exteriores são mais relevantes do que os fatores internos. As opiniões


dos outros pesam mais do que as próprias estratégias. A pessoa que tem pé chato olha
mais para o lado do que para ela mesma. Perde as suas referências internas,
comprometendo as bases emocionais na hora de agir. Toma por base a visão alheia em
vez de manter os seus parâmetros. A sua fonte de vitalidade passa a ser mais externa
do que própria.
A perda da autorreferência compromete a sua mobilidade. Ao ficar à mercê das
situações externas, sofre influência das intempéries do ambiente e da inconstância dos
outros.

93

Falta a impetuosidade na hora de agir. A pessoa não ousa, tampouco se arrisca a


fazer o que ela mesma planejou, dando vazão aos seus sonhos e objetivos. Ao
contrário, se acomoda na situação, esperando que os outros arquem com as suas
necessidades. Mesmo com todo potencial que possui, não o viabiliza na prática,
entregando-se aos marasmos da vida cotidiana.

Procure assumir as suas qualidades e viabilizá-las no ambiente. Seja mais fiel a si,
tomando por base as referências internas. Consulte o seu mundo interior antes de
agir; averigue a quem mais interessa os seus gestos; a quem você está servindo na
vida: a si mesmo ou aos outros.

Lembre-se de que os resultados materiais podem vir do movimento ditado pelos


outros, mas a realização pessoal e a satisfação provêm somente de você, quando vêm
de dentro para fora e não o contrário. Estabeleça contato com as fontes interiores que
o levam para a vida e assuma as “rédeas” de sua existência.

94

PÉ EM GARRA
Ausência de interação.

O formato do pé em garra é uma condição em que os arcos são extremamente


elevados, permanecendo mais distante do chão do que o normal, provocado por
deformidades ou atrofias dos músculos e tendões dos pés.

Metafisicamente, as pessoas com pé em garra são mais distantes da realidade e


mais suscetíveis às questões do ambiente, em vez de se colocarem diante das
adversidades, preferem se recolher e ficar omissas, negligenciando os seus anseios.

Pensam mais nos outros que se encontram em volta do que em si mesmas. Não
querem incomodar ninguém, preferem abrir mão dos seus propósitos a causar algum
tipo de desconforto aos outros.
As causas metafísicas do pé em garra se assemelham as da facite plantar. Apesar de
as condições físicas serem diferentes, as causas emocionais são semelhantes.

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FACITE PLANTAR
Fragilidade frente às adversidades.

A facite plantar é uma das causas mais comuns de dor no calcanhar e na sola dos
pés. Trata-se de inflamação dos tecidos e dos ligamentos que correm ao longo da
planta dos pés, essa região dos pés é denominada: fáscia plantar.

No âmbito da metafísica da saúde, ela se refere à vulnerabilidade da pessoa para


lidar com os acontecimentos difíceis do cotidiano. Durante a sua infância, ela não foi
preparada para resolver problemas. Tornou-se dependente dos outros e, quando se
depara com as adversidades e não tem a quem recorrer, não sabe o que fazer e entra
em desespero. Sente-se desprovida de recursos para lidar com as confusões
cotidianas.

Ao longo da vida, a pessoa contou com apoio dos entes queridos que a pouparam
de todos os riscos. Se por um lado esse apoio foi agradável, por outro a enfraqueceu e
a distanciou dos seus recursos internos. O processo existencial é regado de eventos
que despertam os talentos. Ao lidar com os obstáculos, uma chama interna de
competências é acesa na pessoa, desenvolvendo as habilidades.

Tudo o que acontece no curso da vida se torna providencial; os eventos cotidianos


aprimoram conteúdos internos, contribuindo positivamente para sanar algumas
necessidades ou superar alguns contratempos que surgirão no caminho. Por isso, não
devemos nos acovardar diante dos obstáculos, pois eles representam nutrientes
emocionais que nos fortalecem interiormente.

Um comportamento que sabota a construção desse trajeto edificador do Ser é o de


recorrer aos outros. Tão logo se vê diante das dificuldades, a pessoa busca soluções
fora de si.

96

Esse movimento de fuga a enfraquece, tornando-a frágil e imatura para lidar com os
seus problemas. Qualquer onda de confusão provoca um alvoroço interno e
turbulências emocionais. Nessas ocasiões em que os eventos exteriores se agravam,
provocando inúmeros desconfortos, podem ocorrer os sinais físicos de dores nos pés.

Para trilhar um caminho contrário a esse, quando surgirem os problemas, primeiro


busque as soluções em si até esgotar as suas possibilidades. Agindo assim, dará vazão
aos potenciais e se aprimorará. Vale lembrar que a solução definitiva de uma situação
está dentro da própria pessoa e não fora ou nos outros. Geralmente, procuramos nos
esquivar dos obstáculos, desviando o foco para outras direções e perdendo a chance
do confronto, que tanto pode solucionar as questões quanto aprimorá-las
interiormente.

Além da predisposição para sofrer interferências, em virtude da busca de apoio fora


de si, existem as pessoas superprotetoras. Elas procuram amenizar as sobrecargas
alheias, assumindo aquilo que os outros ainda não têm habilidade para assumir. Essa
conduta aparentemente boa, pois resolve as questões momentâneas, tira, porém, a
chance do aprendizado daqueles que estão passando pelas experiências.
Provavelmente sem a ajuda imediata, eles acessariam os seus recursos internos e
venceriam os seus desafios, conquistando o fortalecimento interior.

É difícil cedermos às tentações da ajuda proveniente dos outros e optarmos pelo


amadurecimento emocional. Esse comodismo vai pesar no futuro, quando nos
depararmos com os mesmos obstáculos, sem a presença superprotetora. Sem o apoio
habitual, contamos com os recursos internos; como esses são escassos, ficamos
entregues à própria sorte, protelando os problemas que parecem insolúveis. Essa visão

97

é causada pela pobreza de elementos interiores, tais como a criatividade, a ousadia e


outras aptidões que não foram desenvolvidas e, agora, nos arrastam para a angústia,
gerando sentimentos de vítima. Pode-se dizer que não somos vítimas dos outros,
tampouco das situações externas, mas, sim, de nós mesmos.

Diga não às facilidades, principalmente àquelas que conspiram a favor do seu


enfraquecimento interior.

É preferível confrontar as adversidades agora, enquanto contamos com o apoio e a


retaguarda de pessoas que estão do nosso lado, a fazê-lo quando estivermos sozinhos.
Além de estarmos desprovidos dos recursos internos, não contaremos com o apoio
emocional dos entes queridos. O apoio emocional dos outros é bem-vindo desde que
não venha acompanhado de interferências, que tiram a nossa chance de aprender.

98
PEITO DO PÉ E O METATARSO
Poder e comando da situação.

O peito do pé fica na parte dorsal ou acima do pé, estende--se do tornozelo aos


dedos. A região intermediária, que fica no meio do pé, é chamada de metatarso,
composta por cinco ossos metatarsais.

Essa região refere-se metafisicamente ao poder e à autoridade para agir no


ambiente. É a capacidade de comandar a situação e de dar as coordenadas dos
eventos, proporcionando condições propícias para alcançar os resultados desejados.

Diante dos eventos inusitados do cotidiano, a pessoa imediatamente assume a sua


capacidade de coordenar os eventos para sanar as confusões do ambiente. Possui
facilidade para acessar os recursos internos e eliminar os transtornos do meio. Age
prontamente diante das mais variadas circunstâncias, mostrando a sua capacidade de
cuidar da sua própria vida.

Fraturas dos ossos metatarsais geralmente ocorrem por causa de queda de objetos
pesados sobre o peito do pé. Também podem ser decorrentes de movimentos bruscos
no esporte ou na dança.

No âmbito da metafísica da saúde, esses eventos ocorrem quando a pessoa é


surpreendida com eventos no seu cotidiano que tiram dela as rédeas das situações. De
certa forma, ela perde o controle e o poder sobre os acontecimentos, ficando à mercê
de outras forças que não estão sob o seu controle.

Como não confiam nos outros ou não sabem delegar o controle da situação,
sentem-se agredidas tanto com as interferências quanto com a ineficiência dos
colaboradores, provocando

99

elevado esgotamento. Por mais que façam, não conseguem mudar o contexto.

A pessoa precisa admitir que ela não é a única capaz de sanar os conflitos e aceitar a
ajuda de alguém. Deve parar de subestimar a participação dos outros e pedir a
colaboração de todos que compartilham a situação, e olhar para os ganhos do trabalho
em equipe que enriqueceram o desempenho das tarefas do meio familiar ou
profissional.
100

DEDOS DO PÉ
Desenvoltura na vida prática.

Os dedos do pé são formados por falanges, que são as pequenas partes ósseas que
compõem os cinco dedos. O primeiro, conhecido como dedão (hallux), tem duas
falanges, e os outros quatro dedos têm três falanges cada.

No âmbito da metafísica da saúde, os dedos se relacionam com a desenvoltura e


com a capacidade de mobilizar os seus potenciais na vida prática. A força de expandir e
ampliar os horizontes necessariamente não se manifesta em grandes movimentações,
mas, sim, na boa mobilidade no ambiente. Trata-se mais de uma consistência
emocional do que de força física. Essa força se manifesta como habilidade de explorar
a realidade e de driblar as adversidades do cotidiano.

A força física não é a maneira mais eficiente de conquistar e de ampliar as condições


existenciais, mas, sim, a habilidade de expor os seus conteúdos em meio às
adversidades cotidianas. Essa conduta promove um bom deslanche no ambiente e
novas conquistas, que abrem novos horizontes.

A realidade não se limita às condições atuais. O que temos é fruto do que


exteriorizamos no ambiente até o momento. Para darmos um passo além do que já
conquistamos, ou sermos mais do que já nos tornamos, faz-se necessário expormos os
nossos talentos com disposição e agilidade.

Problemas nos dedos do pé, de modo geral, referem-se às dificuldades de aceitar


ajuda. Mesmo sabendo que precisa de colaboração, a pessoa não consegue identificar
ninguém disposto a colaborar. Também não tem paciência de ensinar,

101

julga mais trabalhoso explicar o que precisa ser feito do que esperar o momento
oportuno para ela mesma fazer.

Vale lembrar que a colaboração é tão valiosa quanto as conquistas. Ao ganharmos


novos aliados, eles nos acompanharão por várias outras ocasiões. Podemos ampliar a
nossa capacidade de realização, pois os outros acrescentam suas habilidades, somando
forças na conquista de novos horizontes.
A boa desenvoltura é uma condição de quem possui habilidades no manuseio das
atividades, mas principalmente daqueles que sabem interagir com os outros. É preciso
ter aptidão para integrar-se com todos os envolvidos na situação; desse modo, tudo
flui melhor. O senso de equipe estimula a colaboração. O trabalho em grupo fortalece
os envolvidos, fazendo com que os membros sejam aptos a desempenharem a mesma
tarefa. Isso evita o excesso de atribuições que sobrecarrega um ou outro, enquanto a
maioria não participa ativamente das atividades.

102

FRIEIRA
Insatisfação e suscetibilidade a críticas.

Frieira, também conhecida como pé de atleta, são micoses de pele causadas por
fungos, que afetam a sola dos pés e principalmente os espaços entre os dedos.

Refere-se metafisicamente à dificuldade de manifestar suas qualidades no


ambiente. Depara-se com impedimentos externos que comprometem o seu
desempenho. A impressão é de que a pessoa não dá conta das demandas do
ambiente, mas, na verdade, se atrapalha com as opiniões alheias. Ela não sabe lidar
com o espanto causado nos outros pelo elemento surpresa, durante a realização dos
afazeres.

É suscetível aos palpites dos outros e sente-se agredida pela reprovação das suas
tarefas. Em vez de acatar as dicas favoráveis, incomoda-se com as colocações feitas
sobre o seu desempenho. Por certo que algumas pessoas são inconvenientes e/ou até
incisivas nas suas colocações, mas não podemos permitir que isso atrapalhe o nosso
desenvolvimento no meio.

Quando não conseguimos fluir intensamente, ficamos incomodados por não


empregar todo o nosso potencial. Olhamos em volta com insatisfação, pois sabemos
que podemos fazer mais e melhor do que tem sido feito. Caso não tivéssemos ficado
constrangidos com os outros, os resultados do nosso desempenho seriam outros.

103
JOANETE
Desvio dos objetivos e apoio nos outros ou nos afazeres.

Joanete é um desvio lateral acentuado do primeiro dedo do pé em direção aos


demais. Esse desalinhamento forma uma saliência, composta de um tecido mole e
inflamado sobre o osso lateral do pé.

Na esfera da metafísica da saúde, joanete está relacionado com a mudança no


encaminhamento do seu foco. A pessoa desvia os seus interesses e passa a agir,
mobilizando-se em prol dos outros. Ela abandona a sua natureza interna e extrapola o
empenho para com aqueles que estão a sua volta. Estabelece as suas bases de
segurança emocional nos outros, transferindo para aqueles que compartilham do seu
cotidiano a sua autorreferência.

A pessoa apoia-se no papel que desempenha e nas atividades que dependem dela.
Pois não consegue se imaginar no ambiente a não ser no lugar que sempre ocupou,
isto é, sendo responsável pelas incumbências que dependiam dela. Mesmo se tratando
de atividades desgastantes, proporcionavam-lhe uma importante base de apoio
emocional, que a definia no ambiente.

Em virtude dessa dependência, ela estende o período de relacionamento,


permanecendo mais tempo junto de quem quer bem. Uma mãe, por exemplo,
continua se relacionando com os seus filhos, nos moldes maternos, mesmo com eles já
maduros. Busca segurança nas situações que não lhe dizem mais respeito.

Em vez de dar continuidade aos seus projetos, fica presa às questões relacionadas
aos outros, deixando de seguir o seu curso existencial, onde realizaria os seus projetos
de vida.

104

A fase em que os filhos saem de casa para seguirem a sua vida e a casa fica vazia é
chamada de “ninho vazio”. Não só a casa fica vazia, mas também os pais sentem o
vazio interior. E quando pode ocorrer a “síndrome do ninho vazio”, causando uma
série de distúrbios emocionais. O joanete é uma das somatizações dessa condição
interna.

Os pais se acomodaram a uma realidade de convívio familiar que durou longo


período. Constantemente eram solicitados para atender às necessidades dos filhos ou
da casa, estabelecendo uma espécie de rota existencial, de fora para dentro. Com as
mudanças do cenário e sem essas demandas cotidianas, faz-se necessário desenvolver
o hábito de “transitar” em outra rota existencial: de dentro para fora.

Esse movimento de dentro para fora exige que a pessoa volte para si em busca dos
conteúdos internos, os quais foram ofuscados pelos papéis que ela desempenhou no
ambiente e na vida dos outros.

Não depender mais da aprovação dos outros, tampouco sentir-se importante pelas
suas funções no meio; observar mais a si; reconhecer as suas necessidades pessoais e
as vontades próprias, tudo isso abrirá outros caminhos para a sua vida.

As necessidades são espécies de portas a serem atravessadas para o meio externo.


As vontades representam o combustível que nos move para o mundo. Imbuídos da
vontade e em busca do suprimento das necessidades, nos lançamos para o ambiente,
a fim de realizar a nossa trajetória de vida. Dessa forma, nos preenchemos de nós
mesmos, em vez de mergulharmos no vazio interior causado pelo autoabandono,
seguido da escassez das demandas exteriores (ninho vazio).

Os impulsos essenciais para a realização pessoal na vida vão de dentro para fora.
Não busque motivo fora ou nos outros para agir. Reconheça dentro de si um sentido
próprio

105

para as suas ações. A expressão dessa natureza interior proporciona tanto os


resultados promissores no meio quanto o preenchimento de si e consequente
realização pessoal.

106

FRATURA ÓSSEA
Abalo das suas convicções e das forças internas.

Uma fratura é qualquer ruptura de um osso. Ela pode variar desde uma rachadura
mínima na superfície do osso, uma divisão parcial ou até uma quebra total. As fraturas
ocorrem conforme a idade e os níveis de atividades. Elas podem ser causadas por um
impacto repentino, por compressão ou por tensão repetitiva.

No âmbito da metafísica da saúde, a fratura óssea está relacionada aos abalos


emocionais causados tanto pelas adversidades do ambiente quanto pelas concessões
feitas aos outros, a contragosto ou que extrapolam as nossas possibilidades de
colaboração ou de participação numa situação.

Dedicamo-nos excessivamente aos outros, atendemos prontamente às solicitações


exteriores; tão logo somos convocados a participar ativamente de uma situação, nos
desdobramos para atender as necessidades do ambiente. Negligenciamos os nossos
anseios e desconsideramos os nossos desejos, não apoiando o que sentimos.

A firmeza e a força interior são investidas nos outros; emprestamos toda a nossa
convicção para incentivar e apoiar os outros. Também assumimos mais incumbências
do que nos competem. Esse deslocamento de força nos enfraquece, podendo levar à
exaustão. Caso tudo venha a ruir ou nos frustramos com os resultados desastrosos,
essa decepção pesará, pois a dedicação exagerada esgotará as nossas forças internas.
Exauridos e decepcionados com as ocorrências, atrairemos os impactos ou
provocaremos as compressões ou as tensões repetitivas sobre os ossos, causando as
fraturas.

107

Outro fator emocional que devemos levar em consideração nas atitudes das
pessoas que sofrem algum tipo de fratura óssea refere-se a essa solicitude e
prestimosidade aos outros. Quando as pessoas se veem impossibilitadas de participar
ou de ajudar de alguma forma, ficam profundamente abaladas pelas suas limitações e
por não atenderem às necessidades exteriores.

Por outro lado, se a pessoa precisar tomar medidas mais duras para coibir os abusos
ou acabar com algum processo insuportável, que se estendeu além da conta,
extrapolando os limites, suas ações rudes agridem mais a si própria do que os outros.
Quando não é do seu feitio agir com rigor, mas precisa tomar medidas ríspidas contra
quem a cerca, isso lhe causa profundos abalos que podem atrair impactos e ocasionar
fratura óssea.

Em meio às circunstâncias desagradáveis é preciso escolher entre continuar sendo


agredida pelos eventos insustentáveis ou pôr fim a esses exageros; ainda que as suas
ações causem desconforto a outrem. Caso opte por manifestar as suas indignações e
por parar de ser atingida, que o faça sem culpa e sem arrependimentos. Cada pessoa é
responsável por cuidar de si e, não, supervalorizar os outros e se prejudicar.

Os ossos mais expostos a sofrerem algum tipo de fratura, pela posição que ocupam
no corpo ou pela participação nos movimentos, são os ossos do braço, das mãos,
pernas, pés, costelas e outros.
Seguem algumas características metafísicas da fratura em alguns desses ossos.
Recomendamos também a leitura de textos sobre respectivos ossos afetados, para
ampliar a consciência acerca dos talentos reprimidos e do tipo de conflito emocional
causador da fratura especificamente naquele osso.

Algumas fraturas foram descritas nos respectivos ossos, tais como: fratura de crânio
- página 26; fratura na clavícula

108

- página 41; fraturas nas costelas - página 45; Fratura no antebraço - página 50;
Fraturas dos ossos Metatarsais (pé) - página 99.

Fratura no cotovelo. A pessoa se depara com empecilhos que interferem na


conquista de um ambiente agradável e satisfatório. Esses obstáculos mostram-se
intransponíveis, causando abalos e irritabilidade com as suas próprias limitações para
modificar a situação. Vale lembrar que a mudança segue um curso contrário ao
desejado e deve ocorrer de dentro para fora e não o contrário. Primeiro mudamos
internamente, para depois transformarmos as situações exteriores.

Fratura no punho. Metafisicamente, representa abalos na fluidez das atividades. A


pessoa sente que suas ações não são suficientes para sanar as confusões exteriores.
Dedica-se exageradamente ao meio e vive se deparando com eventos que mostram a
ineficiência de sua participação como a perda de mobilidade para lidar com as
adversidades do cotidiano. Também isso pode ser decorrente do uso da força física de
maneira mais violenta e desnecessária que somente agrava o problema em vez de
solucioná-lo.

Fratura no ombro. Esforço exagerado para manifestar o que sente. A pessoa esgota
os seus recursos de dedicação a quem quer bem. No entanto, o seu empenho é em
vão, não consegue criar um ambiente de convivência agradável e feliz.
Ocasionalmente, ela pode recorrer a manifestações mais agressivas e, com isso, piorar
ainda mais a situação e causar profundo abalo e arrependimento pelos exageros
cometidos a quem quer bem.

Fraturas nas costelas.⁶ A pessoa se agride ao reprimir a manifestação dos


conteúdos internos. Ela se fere por não conseguir expor o que sente por todos ou por
alguém que é

____________

6 Leia também página 46 deste volume “problemas nas costelas”

109
querido. Sente-se afrontada pelas ocorrências externas, que são contrárias às suas
concepções de vida, crenças e valores. Por força das circunstâncias, pode estar sendo
obrigada a agir contra o que acredita e acha certo.

Fratura na bacia.⁷ Ocorre nos momentos em que a pessoa se depara com a sua
inabilidade para lidar com os obstáculos do cotidiano. Como os seus procedimentos
não estão sendo suficientes, faz-se necessário criar novas medidas e adotar diferentes
estratégias para favorecer a desenvoltura no meio, evitando as surpresas
desagradáveis. No entanto, o medo de errar faz com que a pessoa insista no mesmo
comportamento, sem sucesso. A resistência às mudanças agrava os problemas e
enfraquece emocionalmente o indivíduo, abalando a força de agir e a desenvoltura
para superar os obstáculos.

Fratura no joelho. Surge nos momentos de vida nos quais a pessoa não admite
ocorrências que lembrem o seu passado ou tampouco admite recuar numa decisão
tomada, ter de ceder diante dos outros e admitir os seus insucessos ou os seus erros
estratégicos. Em vez de acatar essas situações, ela prefere resistir e não ceder; deseja
provar a si mesma e aos outros a sua força. O contrassenso dessa conduta é que ela se
enfraquece interiormente, com as seguidas decepções e fracassos.

Fratura na perna (tíbia e fíbula). A pessoa perde a segurança de que dará conta de
quaisquer eventos futuros. Os tropeços presentes abalam a certeza da sua liberdade e
a autonomia para seguir em frente e superar as adversidades do amanhã. Os atritos
com os outros tornam-se exaustivos e vão minando a força para agir. A persistência
em determinada conduta dificulta ainda mais a viabilização dos bons resultados.

__________

7 Leia também a página 149 deste volume “dor ou problemas no quadril”

110

Para mudar o padrão emocional relacionado a todo tipo de fratura é importante


que a pessoa procure outras maneiras de agir; não insista no mesmo propósito, pois
isso, além de desgastar ainda mais as suas forças para assumir a sua própria vida,
também abala a liberdade e a idoneidade para lidar com as adversidades do cotidiano
presente e futuro.

111
OSTEOPENIA
Falta de autoapoio.

Trata-se de uma redução da massa óssea abaixo do normal. Começa a instalar no


organismo uma condição favorável ao desenvolvimento da osteoporose.

Metafisicamente, a fragilidade óssea refere-se à falta de firmeza interior e de apoio


nos seus próprios pontos de vista, promovendo um movimento para o ambiente
exterior desprovido da autorreferência. Desse modo, a pessoa pode extrapolar a
dedicação aos outros e aos afazeres e não usufruir daquilo que conquistou. Esses
aspectos serão amplamente explanados adiante na osteoporose.

Nada do que a pessoa recebe vai preenchê-la se ela estiver distante da sua força e
se não acreditar em si mesma. A falta de segurança gera lacunas emocionais, que não
são preenchidas por nada que venha de fora ou dos outros. Com esse padrão,
dificilmente a pessoa vai atrair boas respostas. Quando recebe algum retorno, se
queixa por não ser valorizado o suficiente. O desvalor faz com que os outros apenas
retribuam o que ela sente a respeito de si mesma.

Mesmo enaltecendo os seus feitos para elevar a resposta do meio, suas palavras
são apenas expressões verbais, que não saem carregadas de sentimentos. Quem se
sente bom, capaz e seguro, não precisa expressar isso a todo momento, pois a
resposta vem à altura dos seus sentimentos de autovalor.

112

OSTEOPOROSE
Falta de sustentação interior e de merecimento.

É a doença óssea mais comum, que afeta o sistema esquelético da população de


meia-idade e idosa, especialmente as mulheres após a menopausa.

Na osteoporose, os ossos ficam mais finos, porosos e com a densidade reduzida. A


diminuição dos hormônios sexuais e outras causas orgânicas aumentam a velocidade
da decomposição do tecido ósseo e da perda de cálcio pelo corpo. A baixa do cálcio é
maior do que a reposição que seria feita pela alimentação. A menor absorção do cálcio
compromete a formação de novos tecidos ósseos. A massa óssea torna-se tão
enfraquecida que se quebra, muitas vezes, espontaneamente. Um movimento de se
sentar rapidamente, por exemplo, pode fraturar o quadril.
Para avaliar metafisicamente as condições internas das pessoas que manifestam a
osteoporose, precisamos observar o estilo de vida que elas tiveram. Num panorama
geral, elas foram dedicadas e solícitas; mobilizavam os seus conteúdos internos para
atender as demandas do ambiente. Deram o melhor de si, empregando o seu talento,
quando eram solicitadas, bem como nas atividades sob sua responsabilidade.

Ao longo de suas vidas, não fizeram “corpo mole” diante das demandas existenciais.
No tocante à participação ativa e à vontade de ajudar os outros, elas foram pontuais,
deram o seu melhor, contribuindo de maneira significativa para suprir as necessidades
alheias. Achavam que podiam dar conta das demandas do cotidiano. Quanto mais
faziam, mais se envolviam com os afazeres, mais se responsabilizavam, inclusive pelas
atividades que diziam respeito aos outros.

113

A satisfação do dever cumprido era reconfortante. Ao se deitar, com o corpo


exausto, colocavam a cabeça no travesseiro, respiravam fundo e aliviadamente; nesse
momento, vinha um sentimento agradável e restaurador, por ter dado conta do
recado.

No entanto, as demandas não acabavam nunca. Por mais que se dedicavam, não
conseguiam sanar algumas questões. A própria rotina do cotidiano as absorvia
integralmente.

Não existia possibilidade de dar vazão aos mais caros sentimentos; tampouco às
satisfações momentâneas. O prazer sempre foi consumido pelas obrigações. Não havia
espaço para serem criativas, a rotina suprimia a espontaneidade; era impossível serem
autênticas diante do labor de todos os dias.

Ao longo da vida, a pessoa se empenhou de maneira tão acirrada que praticamente


não viveu. Aprendeu a dar, a se dedicar e a investir tudo de si nos afazeres ou nos
outros.

Essas condutas abalaram a solidez interior e a firmeza de propósito,


comprometendo a sustentação em si mesmas. Algumas pessoas tornaram-se carentes
e se isolaram, enquanto outras ficaram dependentes da aprovação de alguém. Mesmo
os resultados promissores não são assumidos, porque a pessoa não tem em si os
componentes emocionais condizentes ao que proporciona para o meio externo.

As defasagens internas dificultaram o alcance dos objetivos; também adiaram e


reduziram os retornos do empenho, tornando-os aquém de toda a dedicação.
Diante de alguns benefícios conquistados, a pessoa não sabe aproveitar, tampouco
se apropria deles. Pois o seu estilo de vida não incluía esses retornos. Tinha de dar
conta de várias atividades, dedicar-se muito e praticamente sem prazer algum.

114

A pessoa precisa reaprender a se envolver com as situações agradáveis e deixar de


ver somente os infortúnios que remetem às obrigações. Internalizar os eventos
positivos, em vez de ficar envolvida com os problemas e as dificuldades. A impressão
que ela tem é que os retornos favoráveis não são para si. Mesmo estando relacionados
consigo, parecem distantes e que os outros têm mais direito do que ela. Ao usufruir
desses benefícios, fica desconcertada e pode sentir-se culpada.

A somatização da osteoporose nos ossos é um mal físico, que afeta as pessoas as


quais alcançaram algum benefício, conquistaram certas regalias, mas não sabem
usufruí-las, tampouco sentem-se merecedoras de desfrutá-las. São hábeis no empenho
e na doação, mas não aprenderam a receber ou a gozar das vantagens, sejam de
ordem material, sejam de ordem afetiva, familiar ou social.

É preciso mudar a crença de que nos tornamos fortes quando fazemos algo pelo
outro, ou nos dedicamos aos afazeres. A força está dentro de nós, possuímos uma
consistência interna que se amplia ainda mais quando nos conscientizamos dessa
fonte. Ao acolher os recursos externos adquiridos por nós mesmos ou concedidos por
alguém, eles são somados a nós, fortalecendo ainda mais essa constituição emocional.

115

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Existe uma necessidade inata do ser humano de se realizar no meio em que ele vive.
Essa realização consiste em conquistar o seu espaço, ser reconhecido e valorizado
pelas pessoas do convívio. Para atingir esse objetivo, internalizamos o mundo,
absorvendo os critérios dos outros, os modelos de como devemos proceder e quais
comportamentos serão considerados válidos e aceitos.

Esse procedimento é a tentativa de ser agradável. Imaginamos que assim seremos


aceitos, considerados e, portanto, felizes. Ao incutir o mundo dentro de nós,
sufocamos a nossa expressão natural, comprometendo a originalidade e a
espontaneidade.

Quando tentamos nos moldar ao mundo, além de sufocar a nossa natureza, nos
tornamos inconvenientes, formais e desagradáveis. A conquista do espaço no mundo
deve ser feita com os nossos próprios talentos, sendo originais e espontâneos. Essa é a
melhor maneira de cativar as pessoas que compartilham o nosso cotidiano. O mais
importante é não sufocar a nossa essência e preservar as qualidades e os talentos do
Ser, que são indispensáveis para a nossa realização pessoal.

116
SISTEMA ARTICULAR
Flexibilidade do Ser.

As articulações são formadas por um tecido conjuntivo flexível, cuja função é


realizar a junção óssea e possibilitara execução dos movimentos.

O que determina o grau de movimento das articulações são: o formato das


extremidades dos ossos que se articulam; a posição dos ligamentos articulares, dos
músculos e dos tendões; a extensão dos tecidos articulares, definida pelo ponto de
contato entre os ossos. As características desses pontos de contato entre os ossos
determinam os dois tipos de ártico lações: imóveis e móveis.

Quanto mais próximos estiverem os ossos, mais fortes e menos flexíveis serão as
articulações; esses tipos de articulações são classificados como “imóveis”. Quanto mais
frouxa ou maior a distância entre os ossos, mais extensos são os movimentos e maior é
a tendência de deslocamento; essas são classificadas como livremente móveis,
também conhecidas como de movimentos livres ou articulações sinoviais.

As articulações imóveis são compostas por tecidos conjuntivos fibrosos e densos,


que unem os ossos. Nesse tipo de junção óssea não há mobilidade. As principais
articulações imóveis são as raízes dos dentes e o encontro entre os ossos do crânio.

No âmbito da metafísica da saúde, essas articulações referem-se às constituições


internas que podem ser negligenciadas, porém nunca extintas. São os atributos do Ser
que estão mais próximos da nossa essência do que do ambiente. Diferentes das
articulações de movimentos livres, que estão associadas à nossa mobilidade na vida, as
imóveis representam a força interior e a firmeza de propósito.

118

Em virtude da maior resistência física desse tipo de articulação, é menor a chance


de fraturas. Analogamente, as adversidades do cotidiano geram conflitos e algumas
desordens emocionais, mas raramente aniquilam as concepções profundas do Ser. Os
firmes propósitos e os mais caros sentimentos não são afetados pelas adversidades do
cotidiano.

Para atingir esses conteúdos, somente os acontecimentos extremamente


impactantes podem mudar o curso das ações, fazendo a pessoa desistir dos seus
objetivos. Esses eventos condizem com os processos somáticos de fratura craniana,
que se dá mediante acidentes graves. Quando acontece um desastre dessa gravidade é
que têm ocorrido sucessivas decepções, que levaram a pessoa a rever as suas crenças.
Leia também no sistema ósseo: crânio, página: 24.

Semelhantes eventos existenciais podem afetar as raízes dos dentes. Quando uma
cárie afeta o canal dentário⁸ ou uma batida arranca o dente, isso representa
metafisicamente confrontos com acontecimentos impactantes, que nos fazem rever os
nossos valores e repensar as escolhas que norteiam as ações.

Salvo esses incidentes físicos e metafísicos, os eventos exteriores geralmente não


afetam nossas verdadeiras concepções de vida. Persistimos no propósito mesmo
diante das adversidades.

Persistir num propósito não deve ser confundido com teimosia. Apesar de serem
comportamentos parecidos, possuem características específicas.

____________

8 Saiba mais a respeito no volume 1 desta série: cárie e canal, p 107-109

119

A persistência é uma ação motivada pelos componentes internos, isenta de


conflitos, revoltas ou rebeldias. Ela é baseada nas convicções profundas e inabaláveis
do Ser. Trata-se de um movimento que acontece de dentro para fora, sem
provocações, tampouco insistências para convencer os outros acerca daquilo que
pretendem realizar.

Uma pessoa persistente olha para o ambiente, identifica e mapeia as tendências


favoráveis aos seus propósitos. Ela busca novas alternativas, não insiste em fazer as
coisas do mesmo jeito. Volta para si e avalia os planos, desejos e vontades, buscando
traçar estratégias promissoras. Nesse ínterim, ela não recorre aos outros para ter
soluções e aprovações. Os esforços são dirigidos para a implantação das estratégias.
Respeita os diferentes pontos de vista, mas não se deixa abater pelas opiniões alheias.

O teimoso, por sua vez, é competitivo e não aceita a colaboração dos outros. Possui
componentes de rebeldia; em vez de ater-se ao seu desempenho, ele compara a
maneira de executar os objetivos a serem alcançados com a das demais pessoas que
participam das mesmas atividades.

Ele insiste em realizar os seus planos, mesmo quando as tendências são


desfavoráveis. Além de se opor ao que os outros dizem, luta contra as adversidades e
gasta muita energia para seguir adiante, insistindo na mesma maneira de realizar os
seus intentos. Opõe-se a novas ideias e se fecha a novas possibilidades; não admite
pontos de vista contrários aos seus. Faltam sutileza e leveza no modo de atuar e de se
relacionar com as pessoas do seu meio. Quer convencer os outros em vez de manter-
se no seu propósito.

As articulações móveis, livres ou sinoviais são mais numerosas, versáteis e com


maior liberdade de movimentos. Elas são responsáveis pela flexibilidade da maioria
das juntas

120

do corpo. Os revestimentos internos das articulações sinoviais produzem o líquido


sinovial, que é semelhante ao óleo, lubrifica, evitando atritos e pequenos desgastes
articulares.

Metafisicamente, elas representam a maleabilidade do Ser ante as situações


existenciais; a arte de viabilizar os recursos internos em prol dos objetivos existenciais.

Quando estamos imbuídos de um propósito, acionamos a criatividade e ativamos a


motivação; esses e outros atributos internos favorecem a nossa desenvoltura no
ambiente. A vida tem os seus caminhos. Existem momentos apropriados ou inviáveis,
bem como pessoas dispostas a colaborarem e outras indisponíveis naquele instante. A
maneira como interagimos com o meio caracteriza a saúde articular ou pode
prejudicar as funções das articulações.

Dentre os principais desafios existenciais, destaca-se a mobilidade para lidar com os


componentes internos diante das adversidades do cotidiano, viabilizando os
conhecimentos para a obtenção de resultados promissores. Isso não implica,
necessariamente, o sucesso na carreira e obtenção de lucros; os resultados financeiros
são consequências da execução de um bom trabalho, e não devem ser o único estopim
motivador das nossas ações.

O importante não é apenas fazer um bom trabalho e receber por ele, mas, sim,
expor aquilo que se tem de melhor, de maneira a obter respostas positivas que vão
além do dinheiro ganho. Entre elas: sentir-se realizado e com a sensação de dever
cumprido; desenvolver habilidades; conquistar o respeito e ter espaço na vida para
usufruir os privilégios e fazer a nossa parte. Esses atributos interiores perduram por
toda vida; já o dinheiro recebido propicia benefícios momentâneos, enquanto durar a
soma obtida pelo trabalho realizado.

O talento não é o único componente para o sucesso; não adianta termos talentos se
não conseguirmos transferi-los

121
para a vida prática. Dentre os outros ingredientes destacam--se a habilidade para
interagir com pessoas; a sensibilidade para identificar oportunidades e a sabedoria de
fazer as escolhas certas. Geralmente, buscamos recursos exteriores ou materiais para
a execução de um projeto; o que não percebemos é que já possuímos os recursos
internos e os valores agregados necessários para obter aquilo de que precisamos, para
sermos bem-sucedidos na viabilização dos nossos talentos.

A atuação profissional não deve ser o único meio de realização existencial. Quem
vive em função do trabalho pode até ganhar muito dinheiro, mas tem uma vida pobre
em experiências. A diversificação de experiências obtidas por meio das atuações na
vida social, nas relações interpessoais, familiares e/ou afetivas são as verdadeiras
riquezas existenciais.

A aceitação dos outros sobre o que realizamos demonstra a nossa habilidade de nos
expressar perante eles. Algo só será adquirido ou compreendido se for apresentado de
forma a envolver as pessoas que estão ligadas aos acontecimentos, e não com
imposição, apresentada em momentos impróprios. Pode-se dizer que a aceitação dos
outros depende basicamente do momento e da maneira como são feitas as
demonstrações dos fatos ou produtos.

Tudo isso está associado à flexibilidade de interação com o meio, que consiste na
capacidade de observar o que está ao redor e perceber se as condições daquele
momento são compatíveis aos nossos propósitos. Caso não sejam, é de bom-tom
deixar para outra ocasião, pois isso aumentará a chance de obter sucesso naquilo que
será exposto.

Esse talento não depende exclusivamente da bagagem cultural e intelectual. Não se


deve levar em conta tão somente o que sabemos, mas, sim, como viabilizamos os
nossos conhecimentos. Um exemplo disso é a relação entre o QI (Quociente
Intelectual) e o QE (Quociente Emocional).

122

Em suma o QI é a mensuração da bagagem de informações, a qualificação


acadêmica, a capacitação técnica para o trabalho e a agilidade de raciocínio. Quem
possui um QI elevado conta com certa facilidade para ingressar nas rodas de amigos e
de ser contratado pelas empresas. No entanto, somente esse atributo não é suficiente
para estabelecer laços de amizades duradouras, tampouco garantir o sucesso
profissional. Não raro nos meios corporativos, pessoas são admitidas pelo seu QI,
porém não fazem carreira, sendo demitidas pelo baixo QE.
O QE representa a estabilidade emocional para lidar com as situações conflituosas;
a capacidade de controlar a ansiedade e a impulsividade. Essas condições são
indispensáveis para preservar os relacionamentos e prolongar a convivência no
ambiente de trabalho. O equilíbrio emocional proporciona excelência relacional,
tomando as relações estáveis e duradouras, sejam elas no trabalho ou na vida social e
familiar.

Essa condição pode ser chamada de inteligência emocional⁹, sobre a qual existem
vários estudos, que discorrem sobre essa capacidade de gerenciar as emoções e
mantê-las estáveis. Trata-se de uma condição que permite controlar as reações
instintivas e promover respostas mais apropriadas ou assertivas para adversidades
cotidianas. Ao refletir e contemporizar os acontecimentos, conseguimos selecionar a
melhor maneira de reagir às adversidades, sem agravar ainda mais os conflitos.

Um método prático para despertar a habilidade de se comunicar com pessoas


diferentes é se colocar no lugar do interlocutor. A mudança de papel permite avaliar a
expressão sob outro prisma, isso amplia a concepção acerca de como nos colocamos
perante os outros, flexibilizando a manifestação dos nossos conteúdos.

____________

9 Dentre os principais estudos sobre a inteligência emocional, destaca-se o trabalho de Daniel


Goleman no livro Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

123

Como foi visto anteriormente, antes de se colocar no ambiente, existe a instância


de identificação e de interpretação das demandas provenientes do meio e das pessoas
ao redor. E como se existisse uma lente composta por nossos próprios componentes,
que cria uma ótica acerca do mundo, influenciando na interpretação dos
acontecimentos.

A saúde das articulações móveis, livres ou sinoviais, segundo a metafísica da saúde,


consiste em flexibilizar a manifestação no meio em que vivemos e promover uma
integração harmoniosa com os integrantes do ambiente, ou seja, lidar com as
adversidades sem acionar os mecanismos de negação ou de fuga; admitir a realidade
dos fatos sem recorrer aos subterfúgios, encarando os acontecimentos de maneira
ponderada e comedida. Tampouco ser inconveniente, teimoso ou mimado, querendo
que tudo se adapte às necessidades próprias. Fluir a vida em busca do sucesso
existencial e da realização pessoal. Ter flexibilidade para interagir com os outros, sem
negligenciar os próprios valores internos.

124

OMBRO
Variadas formas de expor os sentimentos.

As articulações do ombro são formadas por um conjunto de ossos, ligamentos,


articulações da clavícula e músculos, que compõe a chamada cintura escapular. Realiza
a junção entre os ossos do úmero e da escápula, unindo o braço ao tórax. É uma
articulação que possibilita amplo grau de movimento do braço.

A abertura dos braços expõe as axilas, dando a sensação de exposição da intimidade


torácica. A caixa torácica é composta por órgãos vitais, de grande expressão
emocional; dentre eles, destaca-se o timo, que representa uma espécie de “berço dos
sentimentos”. Também recebemos de braços abertos as pessoas a quem queremos
bem. Essa aproximação com quem gostamos desperta a nossa afetividade.

Metafisicamente, as articulações do ombro representam as diversas possibilidades


de manifestação dos sentimentos, bem como a liberdade de exteriorizar os conteúdos
afetivos. As ações que evidenciam os sentimentos, além de proporcionarem sensações
extremamente agradáveis, representam espécies de nutrientes que fortalecem ainda
mais aquilo que sentimos.

Quando gostamos de alguém, somos contagiados por um espírito colaborador e


participativo. O sentimento desperta o interesse por tudo o que diz respeito à pessoa a
quem queremos bem. O que está relacionado a ela se torna agradável também a nós e
representa outras formas de manifestações dos conteúdos afetivos. O fato de poder
participar da vida do outro representa uma forma de expressão dos sentimentos.

125

Não existe uma única maneira para realizar o que temos vontade, tampouco uma só
forma de colaborar. Ter a flexibilidade de encontrar a ocasião oportuna ou a
participação mais viável representa condutas metafisicamente saudáveis para as
articulações do ombro.
A objetividade e a especificidade não são condizentes com a subjetividade dos
sentimentos, tampouco o egoísmo e a exclusividade. O afeto contempla o universo
alheio e as situações do mundo exterior.

A nossa participação não deve atender exclusivamente aos anseios próprios, mas,
sim, às necessidades que se apresentam no momento. Elas permitem a participação de
forma a contribuir com os outros ou com o meio, esse gesto também sacia os nossos
sentimentos. Os fatores externos e o que diz respeito aos outros independem das
nossas vontades. Na interação com o ambiente surgem prioridades que não são
determinadas por nós. A saúde articular consiste na flexibilidade para aderir a esses
componentes externos.

126

DORES NO OMBRO
Ferimentos emocionais.

As dores no ombro podem ser ocasionadas por um ou mais problemas, incluindo a


bursite, a tendinite (inflamação do tendão do maguito rotator) e a calcificação dos
tendões, por causa do desgaste ou ruptura. Os componentes emocionais de cada uma
dessas disfunções serão descritos na sequência.

Essa dor também pode surgir após algum traumatismo causado pelo uso excessivo e
que se repete em outras mobilidades que exigem esforços ou amplo movimento dos
braços. Caso a dor persista ou agrave, é indispensável fazer um tratamento para evitar
que o quadro se torne crônico.

A “verdadeira” dor no ombro é aquela em que o sintoma permanece localizado ao


seu redor, não ultrapassando o limite do cotovelo. Quando a dor se irradia até a mão,
deve-se fazer uma investigação clínica da coluna cervical, pois a causa primária pode
estar nessa região e não apenas no ombro.

No âmbito da metafísica da saúde, a dor no ombro representa os ferimentos


emocionais causados na expressão dos sentimentos e manifestação dos seus desejos.
As tarefas são devidamente cumpridas, porém sem a apreciação quanto ao jeito que é
feito. As obrigações sufocam os sentimentos, provocando frustrações.

Mesmo fazendo algo de que gostamos, não praticamos as atividades preferidas de


forma agradável. Não podemos manifestar livremente as nossas vontades, tampouco
temos espaço no meio para expor os mais caros sentimentos. Falta-nos autonomia
para passar de uma situação para outra, sem provocar algum tipo de conflito. Quando
deixamos de fazer algo para nos dedicar a outras tarefas, somos criticados e cobrados
por aqueles que nos cercam.

127

A turbulência interacional compromete a mobilidade no meio. Para evitar os


conflitos, a pessoa prefere abrir mão de algumas vontades ou reprimir a sua dinâmica
e passa a atuar de acordo com o tempo do outro, desrespeitando o seu ritmo de
atuação.

Nesse caso, o respeito aos outros vem acompanhado da negligência a si próprio. Em


nome dos sentimentos aos outros, a pessoa desrespeita a si, provocando um
distanciamento da fonte interior, essa lacuna compromete o afeto e acaba com o
carinho, transformando-se em irritação e desamor.

O contrassenso nessa atuação é que os gestos para poupar o sentimento tornam-se


obstáculos para o amor. Em vez de se aproximar com a abnegação, a pessoa distancia-
se daqueles a quem ela quer bem.

Para tornar um momento agradável, não queira agradar aqueles que o cercam,
respeite a si. Não considere apenas os outros, procure se incluir nas decisões que
serão tomadas, para viabilizar o andamento das atividades de todos. Desse modo, não
ocorrerá desrespeito a ninguém, tampouco desconfortos e abandono a si mesmo.

128

BURSITE
Escravo das obrigações.

Bursite é uma inflamação da bursa (bolsa com líquido) cuja função é proteger os
tecidos ao redor das articulações. A bursa está presente nas principais articulações do
corpo, tais como: no ombro, no cotovelo, no quadril e no joelho. Todas essas
articulações podem ser afetadas pela bursite.

Os sintomas da bursite nos ombros começam com leve dor ou perda mínima da
força e da mobilidade do braço e dificuldade para levantar o braço acima da cabeça.
Com a evolução do quadro, ocorre o aumento da dor e da limitação dos movimentos.

No âmbito da metafísica da saúde, a bursite significa que estamos internalizando as


exigências do meio e nos sujeitando aos critérios ou ao formalismo, prejudicando a
espontaneidade. Quando temos muito a fazer e poucas possibilidades para executar as
tarefas, somos tomados pela frustração. Geralmente os nossos potenciais superam
aquilo que realizamos; afinal, sabemos mais, sentimos mais, porém a realidade
restringe a manifestação dos conteúdos internos.

A vida é uma espécie de redutora dos potenciais. Precisamos criar estratégias e


buscar maneiras aceitáveis para expor o que sentimos e fluir em meio às restrições e
às adversidades oferecidas, tanto pelas pessoas ao redor quanto pelas situações do
meio. Essa mobilidade constitui as diversas formas de expormos o que sabemos e
sentimos.

A arte de viver consiste na exteriorização dos conteúdos inerentes ao Ser. Ao lidar


com os acontecimentos de forma a expor os talentos, tornamos a experiência
gratificante, alcançando a realização pessoal na vida.

129

As conquistas materiais são momentâneas, enquanto os laços afetivos são


duradouros. Geralmente despendemos mais energia para as situações materiais do
que para as questões que envolvem a vida afetiva. Esses movimentos direcionados às
obrigações diárias esgotam as nossas forças e as respostas obtidas não são suficientes
para reporem as energias gastas.

É um círculo vicioso, tão logo atingimos uma meta, surgem outras necessidades,
tornando a nossa atuação incessante; não paramos nunca. Por um lado, isso é bom,
pois nos mantém ativos e em constante renovação; por outro, o esgotamento é
grande, causando prejuízos nos relacionamentos com as pessoas queridas. As relações
ficam abaladas, provocando lacunas afetivas, que pesam negativamente nos
momentos em que estamos sozinhos. Esse vazio interior não é preenchido com nada
daquilo que conquistamos materialmente.

Os retornos obtidos pelo investimento na vida afetiva são perenes e reconfortantes.


O fortalecimento dos laços afetivos, além de revigorar as forças, nos preenche
emocionalmente.

Quando o afeto é tolhido e as frustrações predominam, criamos “couraças”


emocionais. Passamos a agir de maneira automática e fria, tornando-nos escravos das
obrigações. Essa conduta compromete as articulações do ombro, causando a bursite e
outras doenças.

Para reverter o processo, no âmbito da metafísica da saúde, faz-se necessário


resgatar a liberdade e a boa desenvoltura para expor os sentimentos, fluindo
naturalmente, com leveza e suavidade, além de recuperar os talentos que se
encontravam distantes das nossas ações.

Vale ressaltar que não perdemos os nossos potenciais; eles são negligenciados e/ou
bloqueados, mas não são extintos. O resgate da amabilidade proporcionará melhor
empenho, com menor desgaste, recheando a existência de componentes

130

agradáveis. Assim, em vez de vivermos em busca de resultados promissores, fazemos


valer a pena o simples fato de atuar naquilo que nos diz respeito.

131

LESÃO OU TENDINITE DO MANGUITO ROTATOR


Engessamento afetivo.

O manguito rotator é um músculo que circunda praticamente todas as articulações


do ombro, unindo a escápula ou omoplata (osso achatado localizado na parte
posterior do tórax) ao úmero (osso do braço).

A lesão é um estiramento ou ruptura do músculo provocada pelas atividades


esportivas ou movimentos que exigem força no levantamento do braço. Também é
decorrente do desgaste provocado por postura inadequada, envelhecimento,
acidentes e outros.

A tendinite é um processo inflamatório, em que, ao longo do tempo, o músculo


cicatriza esse processo inflamatório, provocando dores e até a degeneração do
manguito rotator.

A dor provocada por essas doenças é mais bem suportada durante o dia. Com o
braço para baixo, na posição favorável à gravidade, e sem tentar levantá-lo, não
oferece nenhum tipo de impacto ou tensão sobre o músculo afetado. Durante o sono,
a dor se instala e informa a musculatura, em virtude de a posição do corpo na cama
oferecer certa tensão; ainda que não haja movimento, basta a posição do corpo
deitado para o sensível aumento da dor.

No âmbito da metafísica da saúde, as lesões do manguito rotator estão relacionadas


aos prejuízos afetivos nas atividades desenvolvidas. Os afazeres sufocam a ternura e a
docilidade. A pessoa rompe consigo mesma, torna-se negligente com os seus
sentimentos; consequentemente deixa de ser carinhosa e compreensiva com aqueles
que a cercam.

132

Ela não se sente no direito de ter prazer enquanto cumpre as obrigações. Projeta a
sua felicidade para o futuro; somente quando concluir suas obrigações se permitirá ter
prazer.

Obviamente, atingir os objetivos, além de gratificante, é materialmente rentável, no


entanto pode comprometer os laços afetivos, tomando a conquista em vão. Nenhuma
vitória compensa as perdas emocionais.

Durante o desenvolvimento das habilidades e conquistas materiais, devemos


encontrar um ponto de equilíbrio com a vida pessoal. O desenvolvimento das
habilidades e as conquistas materiais devem ser conciliados com a vida pessoal.
Devemos valorizar o companheirismo e o afeto, pois eles representam significativos
ingredientes para a verdadeira realização pessoal na vida.

A tendinite do manguito rotator, segundo a metafísica da saúde, está relacionada à


frieza e à indiferença em relação aos próprios sentimentos. Cobranças e exigências
excessivas são comportamentos nocivos para os relacionamentos interpessoais, elas
comprometem os laços amorosos e distanciam--nos das pessoas amadas.

A formalidade, a frieza e a indiferença são componentes nocivos em todas as


modalidades, sejam elas nas atividades em que desempenham, sejam principalmente
nos relacionamentos. O que antes era motivo de satisfação agora se torna obrigações,
que são cumpridas de maneira automática e sem os encantos que sempre existiram.

Dentre os fatores que provocam essa inversão de valores, destacam-se: o medo do


fracasso, do que os outros vão pensar a seu respeito; o temor pelas expectativas
alheias sobre si; e a autocobrança. Esses componentes interiores “engessam” a
desenvoltura e prejudicam a expressão da afetividade.

133

Para resgatar a saúde faz-se necessário transformar as obrigações em opções


prazerosas, voltar a apreciar a execução das atividades e ter a consciência de que a
realidade presente é fruto das próprias escolhas. De uma forma ou de outra, as
decisões tomadas no passado resultaram nas situações presentes. Ninguém é vítima
de infortúnios, mas, sim, de si mesmo, ou seja, da maneira exacerbada de lidar com os
inconvenientes da autocrítica e da autorreprovação.
Vale lembrar que apurar a consciência, tornando-nos mais receptíveis e sensíveis às
situações do meio, resgata o elo com a ternura e a afetividade. A meiguice e a
delicadeza na expressão são condutas saudáveis para as articulações do ombro.

134

COTOVELO
Senso de espaço nomeio e postura acolhedora.

O cotovelo é uma articulação em dobradiça, que flexiona o braço para dentro, em


direção ao tórax ou para cima. Fazem a junção de três ossos: úmero, ulna e rádio.

No âmbito da metafísica da saúde, essas articulações referem-se à capacidade de


acolhimento das pessoas estimadas. Trata-se de uma atitude de proximidade afetiva; o
ato de ser receptível e maleável para lidar com as diferenças comportamentais dos
outros.

Antes de nos lançarmos para executar algo no meio, o cotovelo refere-se à


capacidade de voltamos para dentro de nós para fazer aquilo de que temos vontade e
que condiz com o que sentimos. Simultânea a esse recolhimento, existe a flexibilidade
para aceitar as situações ou as pessoas estimadas, sendo elas como são e não como
gostaríamos que fossem.

Os critérios impostos por nós a respeito de uma situação ou de alguém interferem


negativamente na interação harmoniosa. Os outros têm um jeito próprio, o fato de
existir a afetuosidade favorece a aceitação das diferenças, rompendo as barreiras do
isolamento.

A busca pela proximidade ao outro é movida pelo desejo de se preencher


afetivamente, essa motivação faz com que nos tornemos tolerantes às diferentes
atitudes e comportamentos.

Em vez de fazer algo para mudar o mundo exterior, a articulação do cotovelo


também sugere reformulações internas. Se gostamos de alguém, precisamos
encontrar uma maneira de acatar o seu estilo, em vez de impor os nossos critérios
para moldar o outro de acordo com o que gostamos.

135
Essa articulação localiza-se no meio dos braços e o seu movimento possibilita a
aproximação para o centro do peito. O ato de abraçar representa trazer a pessoa
estimada para o seio das nossas emoções, reduto no corpo de percepção e
manifestação da ternura.

Pratique a terapia do abraço. Comece a perceber mais o outro e simplesmente


sentir, sem criticar, tampouco impor critérios de condutas. Deixe o afeto banhar as
suas percepções. Esse ato rompe as barreiras impostas pela razão, pelos critérios
excessivos, pela indiferença e pelo ostracismo emocional. Esses componentes internos
levam ao isolamento, dificultando a interação harmoniosa com o ambiente e com as
pessoas. Abraçar representa se libertar e ampliar os horizontes do próprio Ser.

O amor transforma quem ama e não a pessoa amada. Quem recebe o amor é
banhado pelo sentimento puro que dá a ele a chance de despertar os seus
sentimentos. Caso também venha a sentir, será beneficiado por esses conteúdos
positivos que emanam da alma e dão sentido à vida, modificando a própria existência.

Outra questão metafísica relacionada ao cotovelo corresponde ao movimento de


abrir os braços, ampliando o espaço ocupado pelo corpo. Por meio desse movimento,
melhoramos a nossa penetração no ambiente graças a uma boa desenvoltura. A forma
de nos propagarmos diante dos outros é compatível com a articulação. Melhor
dizendo, não usamos a truculência da força física, mas, sim, outras formas de
expressão, como a verbal, por exemplo. Existe um dito popular que expressa essa
condição: “falar pelos cotovelos”. Aumentamos o campo de penetração e de
participação nas situações ao redor de maneira leve e suave e sem ofender os outros,
apenas assumindo a dimensão condizente aos nossos talentos.

136

A articulação do cotovelo também realiza movimentos de giro do antebraço,


denominado “pivotar”, essa manobra possibilita inverter a posição das palmas das
mãos.

No âmbito da metafísica da saúde, esse movimento giratório expressa a capacidade


de reverter uma situação, transformando um episódio ruim em algo bom. Trata-se da
ótica positiva, acreditando que existe uma razão de ser para os acontecimentos,
mesmo aqueles desastrosos. De alguma forma, eles promovem significativas
mudanças, contribuindo para o aprimoramento pessoal. Pode-se dizer que o mal é o
bem, mas interpretado incorretamente. Os acontecimentos não são tão maus quanto
parecem. Essas atitudes possibilitam ver com “bons olhos” até mesmo os episódios
infelizes.
Geralmente, os maiores abalos emocionais consistem na desilusão. Essa, por sua
vez, tira-nos da zona de conforto em que permanecemos iludidos em vez de proceder
de maneira a transformar as situações desagradáveis. De alguma forma,
permanecemos na ilusão de que, com o tempo, vão passar ou que alguém vai sanar as
nossas dificuldades, sem que tenhamos de encarar os prejuízos e procurar novos
meios.

Para preservar a saúde desse movimento das articulações do cotovelo, não se pode
deixar abater com os acontecimentos decepcionantes, a ponto de desistir dos
objetivos ou de se deprimir. Faz-se necessário buscar forças dentro de si e transformar
o que não está bem. Caso seja impossível modificar as situações presentes, dedique-se
a buscar novas diretrizes. Tomar novos rumos revigora as forças e amplia as
possibilidades de ser feliz e realizado na vida.

Dentre os eventos físicos mais comuns que envolvem o cotovelo, destacam-se: os


esbarrões, as batidas e as dores.

137

BATER O COTOVELO
Conflito comas limitações do ambiente.

Quando esbarramos e machucamos o cotovelo ou batemos com relativa frequência,


significa metafisicamente conflitos com episódios desagradáveis. Trata-se de eventos
que evidenciam as limitações que restringem as manifestações no meio.

Diante das adversidades devemos buscar os meios de adaptação ou de modificação


e não acentuarmos os atritos, enaltecendo os inconvenientes. Rebelar-se contra as
situações não as modifica, ao contrário, complica ainda mais e provoca sofrimentos
desnecessários nos outros e em nós mesmos. Sejamos mais assertivos e menos
intolerantes.

Existem duas maneiras distintas de reagir aos episódios ruins: fazer drama ou ficar
indiferente. A reação dramática aumenta os conflitos e a indiferença é uma forma de
negação que, além de não resolver, cria uma espécie de aprisionamento do potencial
transformador.

Para evitar os esbarrões, as batidas e os ferimentos no cotovelo, devemos nos


comportar de forma a impedir os atritos e as provocações; ser mais complacentes com
os outros e compreensivos em relação ao que se passa ao redor; agir de maneira
inteligente, poupando energia e viabilizando os meios para solucionar as confusões.
138

DOR NO COTOVELO
Inferioridade perante os outros.

Fisiologicamente, a dor no cotovelo pode ocorrer por causa de tendinite,


inflamação, lesão dos tendões, batida ou queda etc.

Essa é uma expressão usada no senso comum, cujo significado envolve basicamente
a inveja. No âmbito da metafísica da saúde, representa frustrações por não fazer parte
dos momentos agradáveis, tampouco gozar dos direitos e dos privilégios do ambiente.

Esse quadro emocional é compatível com a inveja. Trata-se de um sentimento de


apropriação daquilo que almejamos e ainda não alcançamos. A inveja se torna
negativa quando nos sentimos incapazes de obter o que o outro tem, despertando o
desejo de vingança. Passamos a desejar a destruição das conquistas alheias; nesse
caso, a inveja expressa a nossa incompetência.

Por outro lado, a inveja pode ser positiva, quando a identificação externa do que
desejamos ascende o desejo de conquista. Os resultados promissores dos outros se
tornam exemplos favoráveis à conquista dos nossos anseios. Esse estado é desperto
quando nos sentimos merecedores e bons o bastante para atingir os nossos objetivos.

Diante dos tropeços, devemos nos dedicar para reverter a situação, romper as
barreiras internas de interação com o meio e reagir com empenho e determinação.
Todas as nossas vontades poderão ser alcançadas se nos reinventarmos e adotarmos
novas condutas que produzem melhores resultados.

Supere a dor física do cotovelo com novos modelos de atuação. Considere os seus
pontos fortes e promova o reconhecimento das habilidades realizadoras, ampliando os
horizontes de manifestação do carinho e da ternura.

139

Lembre-se, a melhor estratégia para alcançar os objetivos existenciais não é fazer


uso da força de maneira truculenta, mas, sim, fortalecer-se interiormente, sentindo-se
bom o bastante e merecedor do que almeja.

140
PUNHO
Habilidade realizadora.

Também conhecidos como pulso, o punho e a mão são as partes mais ativas dos
membros do corpo. As articulações do punho são formadas pelas extremidades do
osso do rádio com os ossos das mãos. O punho permite destreza e ampla mobilidade
para o manuseio.

Além de realizar variados movimentos, essas articulações oferecem sustentação


emocional para a execução das atividades manuais e flexibilidade para encontrar a
melhor maneira de desenvolver as tarefas cotidianas.

Muitas vezes, a busca de soluções definitivas de uma situação-problema permeia


acertos e erros. Esses dois pontos norteiam as nossas ações. Acessamos os
aprendizados anteriores e usamos os recursos próprios, mas nem sempre são
suficientes. Frequentemente precisamos recorrer à ajuda dos colaboradores e, não
raro, encontramos nos outros maneiras mais eficientes de realizar as atividades. É
justamente nesse momento que precisamos ser flexíveis no exercício das tarefas, onde
entra a concepção metafísica do punho.

Nem sempre a maneira mais apropriada é a que conhecemos. Em certos momentos,


precisamos ser maleáveis e aceitar a contribuição dos outros para promover
dinamismo e assertividade nas tarefas cotidianas.

A questão metafísica principal não é ser capaz de desempenhar uma tarefa, mas
aprender algo com os outros que venha a facilitar a realização das tarefas. Esse
movimento interno eleva a performance realizadora. Pode-se dizer que a segurança
nas ações advém da capacidade de adquirir novos aprendizados, não somente das
experiências acumuladas,

141

uma vez que, em tudo que é dinâmico, precisamos acelerar o desempenho,


angariando recursos exteriores, somando o conhecimento alheio à nossa bagagem.

Pode-se dizer que a pessoa mais hábil e eficiente é aquela que sabe receber ajuda
dos outros, consequentemente, ela está aberta a outras alternativas para executar as
atividades.

A saúde do punho, metafisicamente, consiste em acatar o que vem de fora, inovar a


maneira de executar as tarefas, sem perder o estilo próprio de atuar. É como se
empunhássemos um instrumento diferente para executar uma tarefa que sabemos
realizar, como um artista plástico, por exemplo, que empunha os pincéis, envolve-os
com as cores da paleta.

Ele contorna os traços da tela e seleciona as cores de acordo com o seu senso
artístico, mas usando tipos de pincéis diferentes ou mais apropriados a certos
desenhos, o que facilita o seu trabalho. O fato de usar pincéis diferentes ou
apropriados não tira dele o senso artístico, apenas favorece a produção da sua obra na
tela.

142

DOR NO PUNHO
Romper consigo mesmo durante a atuação.

É também conhecido como pulso aberto, que é uma expressão genérica para
designar a dificuldade de realizar movimentos das mãos e fazer força. Geralmente,
esse sintoma é provocado por lesões ou esforço intenso.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se ao excesso de concessão aos outros,


seguido da perda de referência durante a realização das atividades.

O excesso de solicitude ou abertura aos outros pode provocar a negligência ao nosso


próprio estilo. Perdemos a referência na atuação, chegamos a ponto de questionar se
o que fazemos é algo de que gostamos ou se é o que agrada os outros. Pode-se dizer
que o mundo nos encanta e os outros nos seduzem a fazer de um jeito que não é o
nosso preferido.

Abrimos mão das atividades prediletas em virtude das solicitações alheias.


Comprometemos o foco principal das atuações em detrimento das demandas
exteriores. Somos massacrados pelas atividades a ponto de nos desconectarmos das
vontades próprias, não damos conta de realizar o que nos cabe. Rompemos com os
nossos valores e a cumplicidade com os afazeres.

Para resgatar a saúde do punho, faz-se necessário, metafísicamente, resgatar o


estilo original de atuação. Mesmo acatando o jeito do outro, não devemos abandonar
o nosso estilo, tampouco o ritmo com que executamos as atividades. Devemos ser
pontuais naquilo que nos cabe e tolerantes com o que diz respeito ao outro. Lembre-
se, somos responsáveis por nós e por aquilo que realmente nos cabe e não pelo que
assumimos indevidamente.
143

SÍNDROME DO TÚNEL
DO CARPO
Falta de flexibilidade na execução das tarefas.

O túnel do carpo é uma cavidade na região articular do punho, por onde passam os
músculos, os tendões e os nervos que promovem a sensibilidade e os movimentos das
mãos e dos dedos.

A síndrome do túnel do carpo é uma doença caracterizada pelo estreitamento das


cavidades do punho, provocado por inflamações que comprimem os tendões e os
nervos do punho. Dentre o conjunto de sintomas, destacam-se: dormência, dor e
fraqueza nas mãos. Em geral, a dormência é um sintoma inicial da doença; ela é mais
comum durante a noite. Com a evolução do quadro, esse sintoma começa a ocorrer
durante o dia, principalmente em atividades como segurar objetos a uma certa altura,
tais como o volante do automóvel, aparelho de telefone, secador de cabelos etc.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se ao comportamento “metódico” na


hora de executar as tarefas. A pessoa torna-se sistemática, apresentando dificuldade
em acatar opiniões alheias acerca de suas atividades. Não permite ser ajudada, prefere
fazer as atividades do seu jeito, ainda que seja dispendioso, tornando o trabalho
árduo. Sua resistência ao novo é visível quando se encontra diante de situações que
requerem mudanças e atualizações.

A tecnologia, por exemplo, favorece o exercício de várias funções, no entanto a


adesão das pessoas às inovações tecnológicas acontece de maneira lenta e gradativa,
seguida de inúmeras resistências. Ao aprender a realizar as tarefas de um jeito, a
pessoa prefere fazer sempre de forma igual. Mesmo surgindo

144

maneiras mais fáceis, que dinamizam as atividades, não se dispõe a praticá-las, quer
repetir o mesmo jeito de sempre.

As mudanças são encaradas como manobras que desestabilizam as suas atividades.


Prefere ficar acomodada, fazendo aquilo de que tem pleno domínio a se arriscar em
novos procedimentos sobre os quais não tem habilidade; e, ainda, pode piorar o
andamento das tarefas. Qualquer mudança é vista como sacrifício; prefere boicotar
em vez de incentivar a aplicação dos novos métodos.

Enquanto as atividades permanecerem estagnadas ou a atuação não tiver demanda


transformadora, o fato de continuar agindo da mesma forma não causa maiores
problemas. No entanto, se as tarefas passarem por processos de atualizações, surgem
os conflitos relacionados ao aperfeiçoamento.

Por outro lado, caso não haja necessidade de inovação, permanecer na zona de
conforto não provoca nenhum tipo de conflito. No entanto, quando a realidade
trouxer mudanças e os conflitos de adaptação se intensificarem, isso poderá disparar o
gatilho somático. A síndrome do túnel do carpo é a principal somatização desse tipo de
conflito.

Somático ou somatização refere-se à transferência dos estados mentais e


emocionais para o corpo. Segundo a visão da metafísica da saúde, os nossos padrões,
conflitos e outros processos internos causam as doenças no corpo.

A síndrome do túnel do carpo expressa o engessamento de conduta, que inviabiliza


a realização de novas tarefas. Esse comportamento é tão comum no público em geral,
que existem algumas empresas que evitam admitir pessoas que trabalharam em
organizações concorrentes. Elas alegam que esses funcionários trazem certos vícios,
que inviabilizam o trabalho nos moldes de atuação da equipe.

Um simples exemplo dessas situações dentro de um ambiente corporativo é o do


funcionário que se habituou a

145

digitar informações. Quando se depara com o novo método de copiar os dados de um


programa e colar em outro, visando poupar tempo e evitar erros de digitações, ele
insiste em continuar digitando um a um. Obviamente poderia preservar o seu estilo,
realizando esse procedimento da maneira preferida, seja com a função do teclado, seja
com a do mouse, aquilo que for mais confortável. Porém, deve aderir à nova conduta
de trabalho.

Pode-se dizer que é mais fácil aprender uma nova tarefa do que inovar o
desempenho daquela que já sabe. Metafísicamente, resistir ou boicotar a tarefa
apreendida é nocivo para o túnel do carpo.

Para reverter esse quadro, metafisicamente, será necessário baixar a resistência, ser
maleável e disposto a aprender os novos meios, deixar de ser tão sistemático naquilo
que faz.
Vale lembrar que os comportamentos rígidos na execução de tarefa se estendem
também aos relacionamentos com os colegas de trabalho e com os entes queridos.
Sem se dar conta, a pessoa age com certas grosserias e estupidez, magoando aqueles
que estão a sua volta. A sua teimosia esgota o nível de tolerância, dificultando a
convivência em grupo.

A maleabilidade nas tarefas deve-se estender também aos seus relacionamentos,


adotando comportamentos de ternura e docilidade. Fluir suavemente na vida,
tornando-se menos teimoso e mais condescendente, além de favorecer o
desenvolvimento das atividades, contribui significativamente para resgatar a saúde do
túnel do carpo.

146

ARTICULAÇÕES DO QUADRIL
Independência e boa fluidez.

A articulação do quadril permite realizar os movimentos da coxa. E formada pela


cabeça do fêmur (osso da coxa) e o osso do quadril. A membrana que reveste essa
articulação, denominada cápsula, é uma das estruturas mais resistentes do organismo;
oferece sustentação para o peso do corpo e proporciona a mobilidade necessária para
o equilíbrio e o movimento.

No âmbito da metafísica da saúde, representa a nossa flexibilidade para lidar com as


adversidades do cotidiano, com a força interior, que independe das situações
favoráveis ou desafiadoras do meio. Trata-se do famoso “jogo de cintura”, que todos
temos, mas nem sempre praticamos quando estamos lidando como as situações
inusitadas do cotidiano.

Essa forma aprimorada de proceder exige inteligência emocional a serviço da


conquista do que almejamos. Contornamos as dificuldades, usando a habilidade
integradora, administramos as adversidades com o mínimo de desconforto. Esse
manejo existencial evita abalos emocionais e prejuízos na mobilidade do corpo.

A articulação do quadril reflete a satisfação obtida nos movimentos da vida,


preservando o contentamento em relação ao que acontece ao redor. Mesmo diante
dos acontecimentos ruins, devemos preservar o bom humor e procurar maneiras de
administrar as adversidades, para atingir os objetivos existenciais.
Fisicamente, as articulações do quadril proporcionam a mobilidade do corpo;
metafisicamente elas refletem a condição emocional e a consistência interior
necessária para administrar

147

as vontades, ante as contrariedades do ambiente. Essa capacidade interna equivale à


firmeza, persistência e determinação, que evitam os abalos provocados pelos
obstáculos do ambiente.

Para favorecer a desenvoltura corporal, faz-se necessário fortalecer o autoapoio.


Essa qualidade é desenvolvida mediante a atenção dirigida mais a nós mesmos e à
execução das tarefas do que às opiniões alheias. O que mais enfraquece essa
qualidade é a preocupação excessiva com os outros e o medo do que vão dizer a
respeito do nosso desempenho.

148

DOR OU PROBLEMAS NO QUADRIL


Medo de não ser assertivo nas atividades.

Nem sempre a dor sentida no quadril é originada nele. Problemas de coluna, no osso
do fêmur e outros órgãos refletem nessa região. Dentre as causas físicas, destacam-se:
fraturas, artrite, artrose, dores lombares etc. Para ampliar a compreensão dos
significados metafísicos, leia também nesta série Metafísica da Saúde (volume 5) a
causa diagnosticada clinicamente.

No âmbito da metafísica da saúde, os problemas na região do quadril, de modo


geral, estão relacionados com o profundo desconforto e insatisfação na interação com
a realidade. Nem sempre conseguimos manter o dinamismo e a boa desenvoltura
diante dos grandes obstáculos; sejam no seio da família, na relação conjugal ou na
área profissional, sejam de ordem socioeconômica. Trata-se de situações impeditivas,
que abalam a convivência ou mesmo a concepção de um futuro promissor.

A vida parece pregar algumas “peças”, são aquelas surpresas que surgem de forma
impeditiva, impossibilitando a realização dos ideais. Às vezes, isso se torna tão intenso
que podemos considerar como “bordoadas existenciais”. Somos surpreendidos com as
adversidades e não sabemos lidar com esses inconvenientes, a ponto de ficarmos
“perdidos” e desorientados na trajetória. Existem acontecimentos que recaem sobre
nossas vidas e aniquilam as expectativas promissoras, inviabilizando os nossos sonhos.

Para afetar o quadril, não basta a mera adversidade, mas, sim, os eventos
significativos que desmoronam os planos.

149

Perdemos a orientação e ficamos sem rumo, sem saber ao certo como proceder. A
falta de assertividade e os resultados desastrosos afetaram a mobilidade física e
principalmente a coragem e ousadia.

Mesmo os problemas consideravelmente grandes, os maiores agravantes são as


dificuldades internas para lidar com eles. Faltam recursos, tais como a segurança e a
fé; com esses fatores, a habilidade é adquirida durante o envolvimento com os eventos
existenciais.

Além disso, ficamos irredutíveis em certos aspectos, não abrimos mão de algumas
vontades ou metas, comprometendo a interação com o meio. Isso gera conflitos,
tornando sofrida a atuação no ambiente.

A maleabilidade em relação ao que está em tomo, seja aos outros, seja às situações
momentâneas, favorece a trajetória rumo aos nossos anseios. Também evita conflitos
desnecessários, tornando mais agradável a realização das nossas atividades. Essa
atitude é saudável para as funções articulares do quadril.

150

JOELHO
Recuo estratégico e aprendizado com as situações

repetitivas.

O joelho é a maior e a mais complexa articulação do corpo; em uma única cavidade


existem algumas estruturas para dar sustentação ao corpo e aos movimentos. Ele faz a
junção dos três ossos da perna: do fêmur, da tíbia e da fíbula. E composto por tendões
musculares, ligamentos articulares, bolsas sinoviais, meniscos e patela.

Os tendões executam os movimentos; os ligamentos favorecem a junção óssea e


cruzam a cápsula para dar apoio ao peso; as bolsas sinoviais armazenam o líquido que
auxiliam a reduzir o atrito; o menisco é formado por cartilagem que ajuda a distribuir o
peso pela articulação; a patela, localizada à frente do joelho, favorece os movimentos
da perna.

Essa articulação é adaptada para absorver os impactos da caminhada, dos


movimentos de subir e descer escadas e outros. O seu principal tipo de movimento é
chamado de dobradiça, por mover a parte inferior da perna para trás.

No âmbito da metafísica da saúde, os joelhos estão relacionados com duas


qualidades do Ser. A primeira é a capacidade de voltar atrás em alguma decisão
tomada ou de se retratar com os outros, admitindo estar equivocado. A segunda é
retomar as experiências anteriores e vivenciar tudo novamente.

Admitir os insucessos de outrora é uma importante medida para rever as decisões e


as direções tomadas. Conforme o primeiro conteúdo metafísico dos joelhos, de
retomar os passos anteriores, isso favorece tanto a promoção de mudanças quanto a
elaboração do ocorrido, tomando novos rumos para melhorar as respostas
existenciais.

151

Quando os resultados não forem promissores, faz-se necessário rever as condutas e


se sujeitar às concepções, que diferem das próprias vontades. Admitir, por exemplo,
que as nossas ações não são corretas requer abrir mão do que considerávamos
verdadeiro e adotar outras medidas. Em alguns casos, a solução vem de onde menos
imaginamos.

Ao admitirmos outras possibilidades, dispomo-nos a inovar, ampliamos os


horizontes de atuação no mundo, aumentando a chance de sucesso. Para tanto, é
necessário reconhecer os próprios limites, esse é um gesto de humildade. Uma pessoa
humilde não é aquela que se inferioriza, mas, sim, aquela que tem justo
reconhecimento tanto dos seus potenciais quanto das suas dificuldades.

O segundo conteúdo metafísico relacionado aos joelhos, de se deparar com as


mesmas situações ocorridas no passado, leva-nos a pensar: eis que a história se
repete. Quando a vida reproduz no presente as mesmas situações de outrora, significa
que os conteúdos essenciais de aprendizado não foram devidamente compreendidos
na ocasião. Nesse caso, a repetição do cenário é uma oportunidade para ampliar a
bagagem de experiência e obter resultados mais agradáveis do que aqueles adquiridos
anteriormente.

E mais fácil interagir com os eventos conhecidos e desenvolver-se por meio deles do
que acostumar-se com o novo, para depois extrair o aprendizado. Em vez de ficarmos
indignados com a repetição dos eventos, devemos encará-la como uma nova chance
de aprimoramento interior. Sobretudo, é uma oportunidade de fechar os ciclos
abertos no passado e de encerrar o que, de alguma forma, estava em aberto.

Além desses dois conteúdos relacionados a essas articulações, devemos considerar


o movimento de flexionar o joelho para ajoelhar. No âmbito da metafísica da saúde,
esse gesto

152

representa a atitude de rebaixar o ego e comungar com novas possibilidades, que vão
além daquilo que a mente concebeu como verdadeiro. Contrário ao que se imagina, o
rebaixamento do ego não tem a ver com inferioridade, mas, sim, com a promoção do
Ser; trata-se de uma conduta de elevação e nobreza.

O dito popular “quem cede, maior fica” exprime essa condição em que, tão logo
constatamos as limitações dos recursos internos, devemos recorrer a outras fontes
para ampliar as nossas possibilidades.

Essas qualidades metafísicas relacionadas aos joelhos, de integração com os


fenômenos que reproduzem o passado e de voltar atrás nas decisões tomadas, são
contrárias ao orgulho. Esse representa a cisão com os fenômenos presentes, com a
melhor estratégia para agir, com as sugestões dos outros e com as inspirações do
universo. Uma pessoa orgulhosa insiste naquilo que é inviável e resiste em acatar
novas maneiras de agir ou de conceber os fenômenos.

As religiões abominam o orgulho, visto que ele é contrário a um dos principais


fatores da religiosidade, que é o de religar--se ao universo ou ao divino. O próprio ato
de se ajoelhar representa render-se às normas religiosas; abrir mão do ego e acatar
um conceito global das questões.

Os problemas nos joelhos estão relacionados com as seguintes dificuldades: de


voltar atrás; de admitir o que está em torno e acatar o que a realidade impõe; de
conectar-se com as forças universais, para agir de maneira diferente das concepções
psíquicas previamente estabelecidas. De certa forma, esses conflitos estão
relacionados com o orgulho, que consiste na cisão tanto com o ambiente quanto
consigo mesmo.

Uma pessoa orgulhosa vive numa espécie de isolamento disfuncional, pois a sua
resistência de interagir com aqueles

153
que comungam da mesma trajetória que ela e poderiam ser bons aliados deixa-na
sozinha. Como ela não possui uma ordenação emocional, estruturada em si mesma,
prejudica o bom andamento dos seus projetos. E preciso desenvolver o senso de
comunhão ou colaboração e não de competição ou de negação. Em certos momentos,
os recursos emocionais angariados dos outros minimizam possíveis transtornos e
favorecem a realização dos objetivos.

As articulações dos joelhos são fundamentais para a mobilidade de corpo. Quando


elas são afetadas, interferem diretamente na marcha. Metafisicamente, referem-se à
difícil movimentação pela vida. A pessoa não preserva a sua determinação, rompe com
os seus objetivos ou se atrapalha com as situações a sua volta. Por outro lado, a
obsessão por um ideal impede a interação com o que acontece ao seu redor.

No vaivém do processo, a boa desenvoltura depende da ressignificação das


vivências. É preciso rever os conceitos; reformular as crenças; renovar as suas
condutas; despojar-se dos insucessos; dispor-se a começar tudo novamente; dar novas
chances aos outros e também a si mesmo. A saúde dos joelhos consiste principalmente
em fluir de acordo com a tendência natural do processo.

Além desses aspetos metafísicos apresentados aqui, sugerimos a leitura dos temas a
seguir: menisco e patela; haja vista serem tecidos que compõem as articulações dos
joelhos, apresentando aspectos específicos, que reforçam a consciência das causas
metafísicas dos problemas nos joelhos.

154

MENISCO
Habilidade para acatar o conhecimento alheio.

O menisco é uma cartilagem com formato de lâminas alongadas como um disco,


que cobre a superfície dos três ossos que fazem junção nos joelhos (fêmur, tíbia e
fíbula). Seu papel é fundamental na distribuição das forças; proporciona estabilidade
às articulações dos joelhos e absorve o impacto.

No âmbito da metafísica da saúde, essa cartilagem refere-se à habilidade


integradora, melhor dizendo, à capacidade de aprender com as pessoas que estão ao
redor, adotando um espírito de colaboração e não de competição com aqueles que
caminham ao nosso lado.

Devemos ser flexíveis para acatar sugestões, evitando atrito de qualquer natureza.
Os desentendimentos entre as pessoas surgem basicamente pela resistência às
opiniões alheias. O desgaste emocional gerado pelas desavenças torna-se exaustivo e
contraproducente. É mais fácil perceber que as coisas não estão funcionando bem do
que mudar a opinião sobre o jeito de fazer tais coisas. Mais difícil, ainda, é admitir que
os outros têm razão e que as sugestões deles são mais assertivas do que a maneira que
atuamos. Reconhecer, por exemplo, que a verdade dos outros é mais substancial do
que as nossas, esse é um ato de humildade que poupa energia e sofrimentos
desnecessários.

A maleabilidade é um talento conciliador, que favorece as relações interpessoais e


acrescenta aprendizado e novos meios de obter melhores resultados com menor
desconforto.

Saber ouvir é uma arte que enaltece o indivíduo, ampliando os seus horizontes
internos, com conteúdos das experiências alheias. A comunicação sintetiza o
aprendizado e o transmite,

155

passando ao interlocutor a bagagem extraída das situações vividas por outros.


Portanto, o principal propagador desses conhecimentos é a comunicação.

A linguagem é carregada de símbolos, cujos significados são compartilhados pela


população, sintetizando a vivência prática. A narrativa de uma situação permite que
todos partilhem dela, favorecendo a experiência da coletividade. O principal valor da
fala consiste na troca de experiências, para compartilhar informações e perpetuar
conhecimentos.

Problemas no menisco, segundo a metafísica da saúde, representam a dificuldade


de interação e da aceitação de opiniões alheias; bem como conflitos com o que gravita
em torno de si. É uma espécie de cegueira às inconveniências. Por não saber lidar com
as adversidades, a pessoa prefere negá-las para não sofrer.

Vale lembrar que o progresso é uma conquista que requer habilidades, que são
adquiridas durante a trajetória, tornando--nos eficientes e pontuais nas ações
presentes. A bagagem do conhecimento é uma espécie de riquezas que se revertem
em resultados promissores e diminuem a chance de sofrer. Mesmo não possuindo os
principais componentes do sucesso, esses surgem a nossa volta ou são passados por
aqueles que nos cercam durante a trajetória. A sabedoria consiste em nutrir-se com
essa bagagem, evitando sofrimentos desnecessários.

Recorrer ao aprendizado alheio tanto aumenta a chance de sucesso e nos fortalece


na execução das atividades quanto preserva a saúde do menisco.
Por mais que as situações em volta não acrescentem conteúdos, é preciso
contemporizar, para evitar desconfortes e atritos; mantendo a convivência harmoniosa
e agradável.

156

PATELA
Projeção à frente e viabilização dos objetivos.

A patela é um pequeno osso triangular, localizado à frente dos joelhos, que


favorece a flexibilidade dessas articulações. Ela aumenta a extensão dos movimentos e
a força de tração, poupando as cartilagens do desgaste excessivo.

No âmbito da metafísica da saúde, ela refere-se à ampla mobilidade para a pessoa


se lançar no processo existencial. Ter a certeza dos resultados e a convicção sobre as
habilidades desenvolvidas ou aprendidas com as experiências ou com os outros.

Mesmo não possuindo todos os recursos necessários para sermos bem-sucedidos


nas atividades, adquirimos o que falta enquanto trilhamos os caminhos. Melhor
dizendo, podemos não estar prontos, mas temos condições de nos aprimorar durante
o percurso.

A percepção do cenário atual não pode minar a confiança nos resultados almejados.
Devemos manter acesa a chama da vontade que nos move rumo ao futuro,
preservando as forças para seguirmos em frente e não esmorecermos diante dos
eventuais tropeços ou das situações impeditivas.

A convicção nos faz ousar e “dar largos passos” na vida, sem sairmos do curso
existencial. Como vimos anteriormente, interagir com o meio é necessário,
principalmente para manter metafisicamente a saúde dos joelhos. Por outro lado, a
patela representa a preservação das bases emocionais centralizadas em nós mesmos.
Trata-se da capacidade de permanecermos firmes nos propósitos, sem nos
atrapalharmos com os palpites e sugestões alheias.

157

Obviamente, ao pedirmos sugestões a alguém, nos enriquecemos com os


conhecimentos alheios. No entanto, corremos o risco de abalar as nossas convicções e
sermos impregnados pelos medos e incertezas que abalam a firmeza e determinação
para seguir em frente e driblar os obstáculos.
A patela representa metafisicamente a preservação do próprio estilo e
autorreferência para seguirmos adiante, sem sofrermos interferências que alterem o
curso de nossas próprias escolhas.

Quando recorremos aos outros, pedindo alguma sugestão, corremos o risco de eles
acharem que vão decidir por nós. Nessa hora é preciso esclarecer que estamos
pedindo sugestões, para ampliar a nossa visão do cenário; isso não significa que lhes
entregamos o poder de decisão; esse cabe exclusivamente a nós mesmos.

Problemas na patela representam metafisicamente: o abalo da certeza de seguir em


frente; a confiança depositada mais nos outros do que em nós mesmos; a perda da
autorreferência durante o curso da vida.

Faz-se necessário resgatarmos o poder de escolha e voltarmos às nossas origens;


não nos deixarmos atrapalhar pelos outros; revermos o rumo de trajetória e não nos
deixarmos perder diante das adversidades, tampouco nos deixarmos abater pelos
obstáculos; sermos persistentes e determinados. Essa conduta revela a personalidade
de um vencedor e também preserva a saúde da patela.

158

TORNOZELO
Novos rumos.

O tornozelo faz a junção da parte inferior da perna com o pé, ligando os ossos da
fíbula (ossos da perna) com o tálus (ossos do pé). Essa articulação possibilita amplos
movimentos do pé: rotação, inclinações laterais e outros. Os ligamentos dessas
articulações são dispostos de maneira que eles armazenam energia quando o pé está
apoiado no chão e a libera durante o passo, produzindo leve efeito de mola
propulsora, que favorece a marcha.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se à maneira como lidamos com os rumos


que os acontecimentos tomam, tanto nos novos caminhos quanto na maneira
diferente de realizar nossos intentos. Precisamos ser maleáveis para lidar com as
adversidades, sejam elas provenientes dos impedimentos do cotidiano, sejam
decorrentes das nossas escolhas.

Ao nos depararmos com os eventos que inviabilizam determinado curso da


situação, devemos ser firmes para mantermo-nos nossos próprios partidários e não
nos entregarmos ao pessimismo, que leva ao desespero. Devemos ser firmes para
encararmos as situações desfavoráveis aos novos rumos com garra e determinação;
ser persistentes e não desistir no primeiro obstáculo. Por outro lado, não devemos agir
de forma acirrada e com extremo rigor. O bom senso nesses momentos pede que
sejamos cautelosos e perspicazes, investigando as novas dimensões dos eventos, sem
abalar a convicção nos resultados favoráveis.

Fazer escolha implica assumirmos os riscos e principalmente sermos seguros, para


não nos abalarmos com os imprevistos. Dentre as opções a serem feitas durante a
trajetória existencial,

159

destaca-se a de ser feliz ou a de agradar os outros. Dentre os principais componentes


para a felicidade, destaca-se a opção por si. Ao nos tornarmos nossos partidários,
podemos até desagradar alguém ou inviabilizar certos resultados; no entanto, esse
movimento interior promove a realização pessoal. Já, sermos favoráveis aos outros
pode até contribuir para os bons resultados, no entanto, rebaixa a autoestima e
provoca sentimento de inferioridade.

O tornozelo fisiologicamente permite a acomodação do pé no desnível do solo


durante a caminhada. Essa função equivale metafisicamente à capacidade de
adaptação às variantes da situação. Ora os acontecimentos estão intensos e
dinâmicos; ora são suaves, morosos ou até mesmo estagnados. A habilidade de nos
acomodarmos a essas diferentes circunstâncias possibilita a integração harmoniosa
com os mais variados eventos do cotidiano. Saber lidar com os altos e baixos
momentâneos é imprescindível para a saúde e o bom desempenho dessa articulação.

160

PROBLEMAS NO TORNOZELO
Temor ao insucesso.

Dentre os principais problemas, destacam-se: dor, lesões e inchaço. Geralmente a


dor é provocada por torções ou contusões decorrentes de impactos (saltos ou quedas
em pé), que lesionam os ligamentos do tornozelo. Essa lesão causa inchaço e
hematomas, dificultando a sustentação do peso do corpo e a caminhada.

No âmbito da metafísica da saúde, refere-se aos abalos emocionais provocados


pelas adversidades do cotidiano. Quando os acontecimentos se mostram
desfavoráveis, com possibilidades de insucesso, geram o medo de que algo saia
errado. Diante dessas perturbações, ficamos indignados e desorientados, sem saber ao
certo que medida tomar.

Em alguns casos, as pessoas respondem com aparente frieza e indiferença. No


entanto, quando esses eventos precedem algum tipo de lesão no tornozelo,
representa que elas se sentem abaladas emocionalmente. Mesmo sem esboçar
qualquer tipo de indignação às recentes contrariedades, internamente não se
integraram aos acontecimentos, tampouco continuaram com as mesmas convicções.

Durante a trajetória, surgem as “pedras no caminho”. A maneira conflituosa de lidar


com esses empecilhos e o sentimento momentâneo de revolta refletem no tornozelo,
podendo provocar algum problema. Procure fazer dos tropeços um chamamento para
reflexão e ponderação, não os encare de maneira tortuosa. Tudo é válido para quem
sabe tirar proveito das adversidades e cresce com elas.

Outros fatores metafísicos que figuram as causas dos problemas no tornozelo são as
opiniões contrárias ou as críticas.

161

Recebemos mal os comentários e ficamos sem saber o que fazer diante dos pontos de
vistas diferentes e impeditivos para a realização dos nossos objetivos. Quando isso nos
afeta e não conseguimos revidar diretamente, com medo de magoar os outros,
reprimimos a nossa indignação. Não raro, valorizamos mais os comentários alheios do
que aquilo em que acreditamos. Sentimo-nos agredidos, mas não falamos a respeito,
permanecendo indignados; embutimos nossa intransigência, criando o padrão
metafísico de acidente ou torção no tornozelo.

Devemos fluir de acordo com o andamento do processo, tomando as medidas


necessárias para preservar o bom encaminhamento da situação. Não devemos deixar
que as adversidades nos decepcionem prontamente e abalem a certeza de sucesso.

Nenhum acontecimento, necessariamente, é impeditivo; ele pode adiar nossos


planos ou sinalizar a mudança de estratégia, mas, não, acabar com os sonhos. As
adversidades nos convidam a revermos os nossos planos ou a tomarmos medidas
cabíveis. Podemos administrar as ocorrências, se flexíveis, e não sofrermos por
antecipação ou dramatizarmos o ocorrido.

Os ligamentos do tornozelo, metafisicamente, estão relacionados com a


impetuosidade dirigida à realização dos nossos intentos, com a preservação do ritmo
adequado para atingirmos os objetivos, bem como com a motivação para inovarmos
ou fazermos novos experimentos.
Quando as lesões atingem esses ligamentos, isso representa que a pessoa tem sido
negligente nas suas escolhas, rompendo com os seus propósitos existenciais. Além dos
tratamentos clínicos ou medicamentosos, faz-se necessário, metafisicamente, retomar
os princípios que o levaram a escolher o atual curso existencial, ser fiel às suas origens,
abandonar o pessimismo, acreditar mais em si e persistir no seu propósito.

162

REUMATISMO
Negação dos talentos e vítimas de si mesmos.

Qualquer distúrbio doloroso das estruturas de sustentação do corpo, tais como dos
músculos ou tendões, das articulações, ligamentos e ossos, que não seja provocado
por lesões ou infecções, pode ser denominado processo reumático. Esse é um termo
impreciso atribuído a um grande número de doenças.

No âmbito da metafísica da saúde, o reumatismo refere-se à difícil expressão dos


seus talentos, agravado pela baixa resistência para lidar com as adversidades. Diante
dos obstáculos, a pessoa não consegue manter a sua persistência, faltam
determinação e disposição para executar as suas tarefas. Sente-se fragilizada em meio
às turbulências do meio. Em vez de mobilizar as suas forças, enfraquece-as, sentindo-
se vítima das situações.

Permanecer na condição de vítima representa ficar no extremo oposto das


potencialidades, transferir a força e grandeza para a situação que nos aflige,
enfraquecendo a capacidade de reagir às adversidades.

Ao assumirmos a condição de vítimas, mergulhamos numa esfera de fraquezas e


dependências, esperando que as soluções venham de fora ou dos outros, em vez de
recorrermos a nós mesmos. Isso porque nos abandonamos e nos colocamos em último
plano, na escala das soluções. Essa condição é cômoda, haja vista a não exigência de
que nos superemos e aprimoremos as nossas fragilidades, colocando-nos diante dos
desafios. E mais fácil pedir ajuda do que aprender a realizar determinada atividade. No
entanto, ao depender dos outros, reforçamos as nossas fraquezas; ao aprender a fazer
as coisas por nós mesmos, tornamo-nos independentes e fortalecidos interiormente.

163
A dependência provoca uma espécie de “esvaziamento” emocional. Esse estado
distancia-nos dos outros, consequentemente, os afastamos. Existe um contrassenso
nisso: fazemos de tudo para ter os outros por perto. Com esse gesto, criamos uma
distância maior, é como se os empurrássemos para longe de nós. Pode-se dizer que
quanto mais dependentes, mais solitários nos tornamos.

Além de buscarmos soluções nos outros, atribuímos a eles a causa dos nossos
infortúnios, gerando o sentimento de vitimação. Quando os outros não sanam as
nossas necessidades e nos fazemos de vítima, passamos a ter mágoas, desejo de
vingança e outros. Vale lembrar que não somos sofredores, mas, sim, negligentes às
forças interiores, portanto, vítimas de nós mesmos.

A natureza solicita de quem tem para dar; jamais será exigido de quem é desprovido
de recursos internos para corresponder às demandas existenciais. Assim, quem vive
diante dos grandes desafios é que possui componentes internos à altura das demandas
que surgem ao redor.

O reumatismo refere-se também a essa negação dos talentos e derrotismo. Em vez


de fazer prevalecer as suas forças e aumentar o seu empenho, a pessoa fica
impressionada com os tropeços e assume os fracassos. Com isso, retrai-se,
permanecendo numa zona de conforto, onde somente os fracos preferem ficar.

A pessoa que sofre dessa doença tem consciência dos seus talentos. No fundo, ela
sabe do que é capaz e que pode vencer as adversidades. Por outro lado, não acredita
em si mesma, sentindo-se fragilizada diante dos obstáculos. Esse descompasso entre
conhecer suas aptidões e não acreditar que é capaz de vencer os desafios gera
sentimento que alterna entre frustração e raiva.

164

Por trás dos seus lamentos de insucessos e dos problemas que cercam a sua vida
existe certa revolta, principalmente consigo mesma, por não ter conseguido viabilizar
os seus talentos de maneira objetiva. Caso o fizesse, poria fim aos absurdos que
gravitam em torno de si.

Dentre os principais talentos negados no reumatismo, pois se trata de uma doença


que pode estar relacionada com a circulação sanguínea e os sistemas muscular,
articular e esquelético, destacam-se, segundo a metafísica da saúde, os seguintes
aspectos:

Muscular - o potencial realizador e a habilidade de executar o que sabe, sem se


preocupar com as opiniões alheias. Fazer aquilo de que gosta ou tornar agradável
qualquer atividade a ser desempenhada.
Articular - a flexibilidade para ajustar as circunstâncias do meio sem reprimir as suas
vontades, tampouco negligenciar os seus objetivos. Vencer os obstáculos sem fugir dos
desafios, não responsabilizar os outros nem agredir a alguém.

Ósseo - a qualidade de estabelecer a referência em si mesmo e, não, nos resultados


obtidos ou em alguém do seu convívio. Acreditar nos seus talentos,
independentemente das condições apresentadas a sua volta. Ter certeza de que o
universo conspira a seu favor, que a natureza é aliada e, não, adversária.

Sanguíneo - a capacidade de ser intenso e de fluir de acordo com os seus critérios,


sem depender das condições favoráveis do meio, tampouco da colaboração dos
outros. Fisicamente esse quadro é conhecido como reumatismo no sangue. Segundo a
Sociedade Brasileira de Reumatologia, o termo reumatismo no sangue foi criado pelos
próprios médicos para definir as queixas de frequentes dores, sem causas específicas,
em que os exames de sangue apresentam algumas alterações, mas nada que
caracterize uma determinada doença.

165

No âmbito da metafísica da saúde, expressa o quanto a pessoa se sente presa e


impossibilitada de manifestar suas vontades. Tudo parece se tornar um grande peso,
cercado de empecilhos que a distanciam da sua felicidade. Nada se mostra favorável
aos seus anseios; em volta, parece que tudo conspira contra si, gerando revolta e
indignação.

Para amenizar os processos reumáticos, de modo geral, faz-se necessário: trabalhar


as suas revoltas e aprimorar a ótica dos eventos exteriores; banir a impressão de
fraqueza que habita o seu “coração” e assumir a firmeza interior, encorajando-se para
lidar com as adversidades; acessar as próprias forças e não depender da ajuda dos
outros.

Dores reumáticas, segundo a metafísica da saúde, ocorrem em virtude da


indignação, ao não conseguir dar o seu melhor e vencer os obstáculos usando seus
recursos. Trata-se de uma maneira de se agredir por não dar conta da demanda. A
pessoa sabe que pode fazer mais e melhor, no entanto, sente que as suas forças estão
esgotadas por um cansaço acumulado, por causa do somatório de eventos que não
deram trégua.

Trata-se de uma fragilidade momentânea e um pedido implícito de socorro ou de


descanso. O corpo manifesta o que os sentimentos não conseguem transmitir: o
desejo de paz sem a necessidade de tanto empenho; que tudo transcorra de maneira
simples e se torne facilmente administrável.
Existe um lamento comum no discurso das pessoas que sofrem desse sintoma: “por
que tudo tem que ser tão difícil para mim e exige muita luta?” Esse discurso
demonstra o profundo esgotamento.

Paralelamente aos grandes desafios, existem situações amenas e até agradáveis.


Elas podem ser consideradas espécies de “dividendos existenciais” e devem ser
usufruídas ao máximo. São formas de a pessoa se sentir numa situação de

166

trégua dos acontecimentos desgastantes. Usufruir dessas ocasiões proporciona bem-


estar, como se trouxesse um bálsamo para continuar enfrentando os desafios.

Aproveite os instantes de repouso, usufrua ao máximo os instantes agradáveis que a


vida oferece. Por certo que eles não minimizam os esforços necessários no cotidiano,
mas fortalecem emocionalmente, tornando-se espécie de combustível para enfrentar
os problemas. Pode-se dizer que o usufruto de alguns privilégios na vida é necessário
para equilibrar as tormentas em algum setor do desenvolvimento.

167

GOTA
Apego aos sofrimentos.

É também chamada de artrite gotosa. Trata-se do depósito de ácido úrico nas


cartilagens articulares, provocando dor e inchaço. O ácido úrico é uma substância
produzida pelo corpo e serve como fonte de energia. A pessoa que sofre de gota
produz quantidade excessiva desse ácido ou não consegue eliminar a porção normal,
por meio dos rins, ocasionando o aumento da concentração no sangue. Afeta, em
geral, uma articulação por vez; com frequência, a articulação do primeiro dedo do pé,
o dedão (hallux). Pode atingir também as articulações do tornozelo, joelho, punho,
mão e cotovelo.

No âmbito da metafísica da saúde, os níveis elevados de ácido úrico no sangue


referem-se ao mau proveito das experiências vivenciadas ao longo da vida.
Principalmente ao fato de a pessoa não se ter despojado dos tropeços existenciais e
ainda guardar viva a lembrança de tudo o que sofreu no passado.

As decepções, os infortúnios, as dificuldades materiais e econômicas são


componentes emocionais nocivos, que ainda perduram interiormente e
comprometem a interação com a realidade atual. Quando a pessoa se encontra diante
de fatos que, de alguma forma, remetem ao vivido anteriormente, ela se põe alerta e
temerosa em relação aos sofrimentos de outrora, dificultando a interação e o melhor
proveito das situações presentes.

O mesmo ocorre no tocante às relações amorosas. Ainda são vivas as marcas dos
relacionamentos afetivos; o quanto a pessoa se machucou, o abandono, as tristezas e
as angústias dos desfechos traumáticos.

168

Tomando por base os componentes ruins guardados, a impressão é que a pessoa


não teve nada de agradável nas suas antigas relações, quando, na verdade, ela amou,
se dedicou, curtiu os momentos agradáveis e felizes. No entanto, traz consigo as piores
lembranças, contagiando seus atuais relacionamentos.

Os conteúdos negativos arraigados representam não apenas elementos nocivos da


sua trajetória afetiva, mas também obstáculos para os seus envolvimentos atuais.
Permanece a sensação de que ainda pode sofrer tudo novamente. Com isso, não
usufrui os eventos agradáveis do presente. A atmosfera agradável, onde tudo
transcorre a contento, é perturbada pelo medo de sofrer novamente.

Esses fantasmas internos comprometem a felicidade. São espécies de “feridas


afetivas” abertas, que não “cicatrizaram”. A cicatrização dessas emoções equivale à
sua elaboração, que se dá por meio da consciência e, não, da negação.

Geralmente após alguma situação traumática, a pessoa se lança compulsivamente


para outras atividades, como mecanismo de fuga ou de negação dos seus sofrimentos.
Dessa forma, ela não resolve esses conteúdos, mantendo lacunas emocionais que
podem disparar os gatilhos somáticos e aparecer no corpo em forma de doença.

Esse é o principal foco deste estudo da metafísica da saúde: identificar na imensidão


do Ser as áreas de conflitos. No caso do tema em questão, a gota, a pessoa não
enfrentou as suas dores, ela negou as decepções, procurando se poupar do
sofrimento. Com isso, se machuca ainda mais, pois arrasta consigo os infortúnios
relacionais, reproduzindo-os nas futuras relações.

Existe um ciclo afetivo em aberto. Para fechá-lo, procure aceitar o seu caminho de
aprendizado, que foi pavimentado com as próprias escolhas. Pois, assim como o ácido
úrico não

169
foi colocado no seu organismo por meio da alimentação, por exemplo, mas, sim,
produzido por ele mesmo, analogamente, os outros não foram os únicos responsáveis
pelos seus infortúnios, mas, sim, o que você fez com o que lhe fora feito. A eliminação
desse ácido, que era para ser fonte de energia e se tornou nocivo para as articulações,
é necessária para preservar a saúde. Emocionalmente, cabe a você despojar-se dos
insucessos de outrora e se perdoar pelas péssimas escolhas.

Estamos num caminho de descoberta, em que usamos o nosso senso para nortear o
aprendizado. Entre acertos e erros vamos transitando pela vida.

Ao passarmos por uma fase ruim, levamos dela apenas a sinalização de que essa
não é a direção rumo à felicidade. Esse componente extraído da vivência permanece
internalizado e se manifesta diante dos novos caminhos relacionais. E, não, a marca de
uma espécie de buraco fundo, em que caímos e passamos a tropeçar nele todas as
vezes que algo semelhante acontece, consumindo o potencial afetivo.

À medida que somos felizes de uma determinada forma, colhemos os bons frutos
daquela experiência, que se transforma em bagagens positivas, contribuindo
favoravelmente às futuras relações.

A somatização da gota exige uma reflexão acerca da intensidade da entrega e à


fluidez nas relações interpessoais. Essa doença mostra que a pessoa está se contendo
e reprimindo o potencial afetivo, para não fazer novas apostas e correr o risco de se
ferir novamente. Essa é a sua realidade emocional e somática, que transformou
afetividade em ferimento e possibilidades em tropeços.

É preciso quebrar esse círculo vicioso do relacionamento e sentir-se com mais


chance de ser feliz e realizado. Afinal, conhecemos muitos caminhos que não levam ao
sucesso,

170

obviamente não vamos trilhar por eles, mas, sim, explorar novos rumos nas relações
amorosas.

Para trilhar novos caminhos rumo à felicidade amorosa, devemos investir mais em
nós mesmos, em vez de esperar dos outros; precisamos parar de nos machucar com as
lembranças ruins do passado e nos tratar de maneira carinhosa. Assumir que, com
toda bagagem extraída das vivências, estamos prontos para sermos felizes no amor.

171
ARTRITE
Irritação com as adversidades.

Artrite é um termo genérico que se refere a um grande número de processos


inflamatórios das articulações. E uma forma de reumatismo e raramente tem as causas
conhecidas. As articulações ficam inchadas, rígidas e dolorosas.

A falta de mobilidade articular provocada pelas artrites condiz metafisicamente com


as restrições que a pessoa identifica nas situações ao redor. Ela vê impedimento em
tudo o que se passa. As adversidades do cotidiano provocam constantes irritações.
Não sabem flexibilizar os contratempos.

Quando não tem com quem dividir as lamúrias, fica remoendo-as sozinha. Em
nenhum momento se dispõe a contemporizar o ocorrido e ser flexível. E resistente à
adaptação ao novo, prefere discutir a acatar os feitos inusitados.

De modo geral, as pessoas que sofrem de problemas articulares são difíceis de


conviverem. As constantes queixas esgotam quem estiver do lado. Vivem reclamando
daquilo que está fora do esperado. Não sabem lidar com imprevistos, se perdem e não
conseguem se recompor. Em vez de admitir as suas limitações e falta de habilidade
para lidar com o novo, entram na arrogância ou na intransigência e se põem a criticar.

Reagir veementemente aos acontecimentos dificulta a análise detalhada e nos


impede de sentir o momento, provocando julgamentos precipitados e avaliações
superficiais dos eventos. Para agir com justiça e assertividade, faz-se necessário maior
envolvimento com os fatos, para depois se posicionar a respeito deles.

Qualquer evento inesperado é um desafio para exercer a habilidade de se inteirar e


de lidar com o novo. A reação

172

dramática atrapalha a solução e diminui o aprendizado. Quem se queixa, restringe os


seus potenciais, e aquele que aceita os acontecimentos, amplia os seus horizontes de
percepção e de atuação na vida.

A pronta disposição para agir e para se inteirar com o meio, sem se conter com as
barreiras externas, tampouco com os seus próprios costumes e métodos, possibilita
que nos reinventemos e saiamos dos comportamentos repetitivos, dando vazão às
novas ideias.
A flexibilidade ativa o fluxo de energia, favorecendo a viabilização dos resultados
promissores.

173

ARTRITE REUMATOIDE
Irreverência e intolerância.

Artrite reumatoide é um distúrbio inflamatório das articulações, que afeta


principalmente as mãos. E provocada por vários fatores orgânicos. É também
considerada uma doença autoimune, na qual o sistema imunológico ataca os
revestimentos das articulações, destruindo as cartilagens. O tecido fibroso ossifica,
provocando a imobilidade e as distorções dos dedos, que caracteriza o formato das
mãos da pessoa que sofre de artrite reumatoide.

Os sintomas pioram pela manhã e inclui dor, inchaço, espessamento, rigidez,


redução de movimentos, formação de nódulos e deformidade nas articulações.

No âmbito da metafísica da saúde, ocorre nas pessoas excessivamente


intransigentes, que se aborrecem com facilidade. São difíceis de lidar ou de conviver,
pois qualquer alteração na programação ou nas condições do ambiente é motivo para
se aborrecerem.

Fazem questão de falar o que sentem a quem estiver por perto. Não medem as
palavras para expor a sua indignação. Abordam incansavelmente o seu desconforto; o
assunto gira em torno do ocorrido, não dão trégua, tampouco se abrem para ouvir as
opiniões alheias. Nenhum ponto de vista é mais importante do que o seu. Julgam-se
sempre certas e se acham cobertas de razão.

A questão não é quem está com a verdade, mas é a confusão e o embaraço gerado
pelas suas críticas. Precisam aprender a serem mais condescendentes com os fatos
inusitados. Aborrecer-se menos e fluir mais, interagindo com o meio, sem tanto
inconformismo, tampouco irritação com os acontecimentos inesperados.

174

Suas frequentes indignações são geradoras das deformidades das juntas das mãos.
Essa somatização demonstra o quanto a sua dificuldade de ceder ou de entrar em
acordo prejudica a sua desenvoltura no ambiente e a mobilidade física dos dedos. Suas
frequentes queixas são espécies de “poluentes verbais” nos diálogos, saturando quem
convive consigo e distanciando os amigos.

Fazem questão de expor o que sentem. Suas críticas e julgamentos são


demasiadamente severos. Ficam insistindo no mesmo assunto, não se abrem para
novas possibilidades, tampouco permitem outras visões sobre o assunto.

A maneira contestadora e turbulenta de conduzir os acontecimentos transforma os


seus objetivos em fardos difíceis de carregar. Ficam tão focados nas adversidades, que
praticamente esquecem os seus propósitos ou se distanciam das soluções.

Vale lembrar que problemas não existem; eles são produtos da nossa mente, que
transforma os desafios e obstáculos em dramas, que geram a visão problemática da
situação. Os “dramalhões” não ajudam em nada, ao contrário, dificultam o alcance da
solução. A energia despendida nas queixas e reclamações seria melhor aproveitada se
fosse investida nas possibilidades de sanar as complicações do ambiente. A queixa não
soluciona, ao contrário, nos enfraquece, enquanto enaltece as barreiras.

Em vez de queixar-se e de reclamar, procure ser mais condescendente; aprecie os


acontecimentos, em vez de contestá-los prontamente. Não desperdice o seu tempo e
energia com lamúrias. A procura de soluções deve ser balizada com o tipo de visão
empregada aos eventos. Ver com bons olhos canaliza as forças para o sucesso.

Você não precisa ser uma referência do bom humor, simplesmente deixe de dar
tanta atenção aos aspectos negativos das situações. Isso afeta ainda mais a mobilidade
das mãos, consequentemente compromete o seu desempenho e inviabiliza os
resultados promissores.

175

ARTROSE
Insegurança e mimo.

A artrose, também denominada osteoartrose e osteoartrite, é uma doença articular


degenerativa, provocada por quaisquer enfermidades ou lesões, pode causar
mudanças nos tecidos cartilaginosos, que estão presentes nas maiores articulações; a
artrose provoca a redução do atrito entre duas superfícies ósseas durante os
movimentos. Com o deteriorar dessas cartilagens e a exposição das extremidades dos
ossos, formam-se pequenas saliências ou nódulos enrijecidos, que alteram o formato
das juntas e interferem na mobilidade.
As causas metafísicas dessas doenças estão relacionadas aos sentimentos de
frustração e de desânimo. Quando obtém um resultado diferente do previsto ou se
confronta com alguma contrariedade, a pessoa perde o encanto pela situação e a
vontade de interagir. Em vez de ceder e aceitar o novo, decepciona-se, a ponto de não
apreciar mais nada que diz respeito aos acontecimentos presentes.

E mais fácil resistir às adversidades do que aceitá-las. A resistência reforça os velhos


conceitos. Ao mantermos tudo como de costume, opondo-nos aos acontecimentos
inusitados, não revemos nossas crenças, para mudar a forma de ser e de agir. Assim,
nos sentimos mais seguros e apoiados no que já conhecemos e temos domínio.

Acatar o novo ou rever os princípios implicaria perder as bases emocionais e ter de


lidar com as próprias fraquezas e vulnerabilidade. Por isso ficamos irredutíveis às
mudanças, insistindo em que tudo transcorra conforme previsto. As contestações
visam proteger a zona de conforto emocional, que se baseia na segurança em saber
lidar com as situações, sobre as quais exercemos certo domínio.

176

Diante de circunstâncias novas e inevitáveis, que exigem ajustes na nossa maneira


de ver o que se passa, levantamos as barreiras da resistência, ficamos indignados e até
fazemos drama. Caso isso não seja suficiente para retornar ao que era antes, nos
desencantamos e perdemos o interesse de continuar interagindo com o ambiente.
Decepcionados, passamos a agir como se o evento não representasse mais nada,
apenas uma ocasião como outra qualquer.

Esperar que tudo transcorra a contento pode ser considerado uma conduta
“mimada”. As pessoas mimadas buscam situações apropriadas a elas, até nos mínimos
detalhes. Não admitem mudanças e querem que os eventos supram os seus anseios,
sem maior desconforto. O mimo embute a força realizadora do indivíduo, fortalecendo
os comportamentos moldados no passado que se repetem no presente, contrapondo-
se à nova realidade.

Uma criança mimada, por exemplo, quando contrariada, faz birra e estampa no
semblante a cara de mimo, “faz bico”. O adulto, por sua vez, com algum tipo de
artrose, se comporta como um contestador e somatiza saliências articulares parecidas
com “bicos” nas articulações. Respeitadas as diferenças, esses têm o agravante de
serem crônicos, enquanto os das crianças passam depois de algumas cenas e ela volta
a sorrir.

Existe uma questão a ser trabalhada emocionalmente, que se arrastou pela


juventude e perdurou interiormente até a maturidade. Pois, no passado, a pessoa
precisava lidar com as contrariedades e não tinha outra opção, a não ser confrontá-las,
com isso, ela escondia as suas fragilidades e agia aparentemente sem temor. Com o
quadro somático da artrose, que se manifesta na atual faixa etária, vêm à tona essas
fragilidades e inseguranças diante dos novos eventos.

Comparativamente, pessoas que são até piores, mais contestadoras e ranhetas, no


entanto, não somatizam as

177

doenças articulares em questão. Isso ocorre porque existem outros fatores internos
que as tornam rabugentas. Diferentemente daquelas que também se comportam da
mesma forma, mas não somatizam a artrose, as que somatizam essa doença se
comportam de maneira contestadora para não se sentirem vulneráveis diante de algo
do qual não têm domínio, ou para não promoverem alguma mudança interna.
Portanto, as causas metafísicas da artrose consistem na insegurança e resistência às
mudanças.

Para estabilizar ou reverter o quadro somático da artrose, metafisicamente, é


preciso vencer as barreiras internas da fragilidade emocional; desprender-se das
impressões ruins do passado; ser partidário das inovações e adotar novas condutas no
meio; parar de fazer drama. Deve procurar se aborrecer menos com os novos
acontecimentos e resgatar o espírito vitorioso diante das adversidades.

Além de esses procedimentos serem metafisicamente saudáveis para a artrose, eles


vão tornar a pessoa mais agradável no convívio com os amigos e com os entes
queridos.

178

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema articular manifesta um dos talentos mais importantes para a boa fluidez
existencial. Trata-se da habilidade de interagir com as pessoas de maneira harmoniosa,
considerando a opinião dos outros e preservando os próprios conteúdos internos. Uma
mesma situação, em diferentes momentos, exige novas medidas; para não gerar
conflitos é preciso ter flexibilidade. Esse é um dos componentes do Ser, necessário
para o bom desenvolvimento da vida cotidiana.
Há momentos em que precisamos intervir para modificar algumas estruturas
exteriores ou das pessoas envolvidas. Para atender a essa demanda precisamos ser
seguros e agir com convicção; somente assim nos tornamos formadores de opiniões.

Existem outras circunstâncias em que não podemos alterar nada em torno, apenas
não sermos contagiados com os episódios que se contrapõem aos nossos objetivos,
estimulando o autoapoio e a confiança nas próprias escolhas, para que possamos
seguir a nossa trajetória, seguros de que estamos no melhor caminho e principalmente
do nosso lado.

Também existem ocasiões que visam redirecionar o andamento das nossas


atividades, visto que precisam ser feitos alguns ajustes na nossa maneira de agir ou no
caminho a seguir. Essa é a mais comum necessidade, quando nos deparamos com as
adversidades. É a que exige mais flexibilidade, afinal, atuarmos dentro de nós para
fazer mudanças é complicado, pois construímos internamente um raciocínio
encadeado com predileções que atendam nossas vontades. Desconstruir tudo e não
ficar com nada no lugar causa-nos uma sensação de vazio e de desorientação.

179

É como se estivéssemos perdidos, pois não acatamos imediatamente as opiniões


dos outros, assim como novos rumos ou outras maneiras de alcançar os objetivos.
Primeiro, essas colocações precisam quebrar a cristalização mental formada na direção
escolhida anteriormente. Isso leva certo tempo para abandonarmos tudo o que
imaginamos até o momento. Nesse ínterim, quem é muito mental reage ao
desconforto dessa quebra, sendo intransigente, discutindo e até atacando quem
sinaliza os impedimentos.

No entanto, se formos mais centrados e flexíveis, vamos atentar logo às dicas e


tendências apresentadas naquele momento e optar inteligentemente pelos novos
métodos ou rever as nossas diretrizes sem conflitos internos nem revides truculentos
com quem está tentando nos ajudar.

Existem sempre novas possibilidades e, com certeza, maneiras mais práticas para
alcançarmos as nossas metas. Com perspicácia para identificar novos métodos, e
receptividade para ouvir as dicas, mas principalmente se formos flexíveis para adotar
um jeito melhor de agir, vamos atingir os objetivos mais brevemente e sem tanto
desgaste.

A assertividade nas nossas ações depende desses três eixos internos: devemos ser
perspicazes, receptivos e flexíveis. A junção desses talentos promove o sucesso e a
realização pessoal na vida. Uma pessoa malsucedida esbarra numa dessas dificuldades.
Ou ela não percebe o que vai dar errado, ou não se abre para aprender novos rumos.
Pior ainda, não tendo a flexibilidade para redirecionar os seus caminhos, insiste no
erro.

O emprego dos talentos articulares poupa desconforto e promove bons resultados,


sem ferimentos internos e externos. O corpo fica saudável, nossas energias são
preservadas e os resultados materiais promissores desfilam a nossa frente.

180

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GOLEMAN, Daniel, Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que
é ser inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.

HEBERT, Sizínio; FILHO, Tarcísio E. P. de Barros; XAVIER, Renato; JUNIOR, Arlindo G.


Pardini e colaboradores, Ortopedia e Traumatologia. São Paulo: Artmed, 2009.

RUNGE, Marschall S.; GREGANTI,M. Andrew, Medicina interna de Netter. São Paulo:
Artmed, 2005.

TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan, Princípios de anatomia e fisiologia. Rio de


Janeiro: Guanabara, 2010.

TORTORA, Gerard J, Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. São


Paulo: Artmed, 2000.

PARKER, Steve, O livro do corpo humano. Barueri: Ciranda Cultural, 2012.

GLAS, Norbert, As mãos revelam o homem. 3 ed. São Paulo: Antroposófica, 2002

SEO, Prof. Won Gab, Quiroacupuntura guia prático de terapia preventiva. São Paulo:
Ícone, 2000.

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ÍNDICE REMISSIVO
[Volumes 1 ao 5]

Acetilcolina - Vol. 4. p. 52
Adrenalina e noradrenalina - Vol. 4. p. 63

Afta-Vol. 1. p. 113

Alzheimer e/ou demência - Vol. 4. p. 100

Amamentação - Vol. 2. p. 152

Amenorreia - Vol. 2. p. 139

Anemia - Vol. 2. p. 64

Aneurisma - Vol. 2. p. 27

Angina - Vol. 2. p. 45

Antebraço (ossos: rádio e ulna) - fratura - Vol. 5. p. 50

Apêndice - Vol. 1. p. 164

Apendicite - Vol. 1. p. 165

Arteriosclerose - Vol. 2. p. 29

Articulação do cotovelo - Vol. 5. p. 135

Articulações do quadril - Vol. 5. p. 149

Articulações do Ombro - Vol. 5. p. 127

Articulações: móveis e imóveis - Vol. 5. p. 118

Articular, sistema - Vol. 5. p. 118

Artrite - Vol. 5. p. 172

Artrite degenerativa (artrose e osteoartrose) - Vol. 5. p. 176

Artrite reumatoide - Vol. 5. p. 174

Artrose (osteoartrose ou artrite degenerativa) - Vol. 5. p. 176

Asma brônquica - Vol. 1. p. 76

ATM (Articulação Temporomandibular) - Vol. 5. p. 30

AVC (Acidente vascular cerebral) - Vol. 4. p. 116

Bacia, fraturas - Vol. 5. p. 110

Bexiga - Vol. 2. p. 94
Bexiga, problemas - Vol. 2. p. 99

182

Bico de papagaio ou hérnia de disco - Vol. 4. p. 231

Bipolar, transtorno do humor - Vol. 4. p. 181

Bocejo - Vol. 1. p. 93

Bócio - Vol. 3. p. 71

Brônquios - Vol. 1. p. 72

Bronquite - Vol. 1. p. 73

Bruxismo - (bruxismo diurno) - Vol. 5. p. 33

Bulbo - Vol. 4. p. 164

Burnout - Vol. 4. p. 155

Bursite - Vol. 5. p. 129

Cacoetes ou tiques - Vol. 4. p. 133

Cãibra - Vol. 3. p. 129

Calcanhar - Vol. 5. p. 86

Cálculos renais - Vol. 2. p. 88

Calos nas cordas vocais - Vol. 1. p. 68

Cardíacos, problemas - Vol. 2. p. 42

Cárie dentária - Vol. 1. p. 107

Causa de tudo, você é. - Vol. 1. p. 13

Caxumba ou parotidite - Vol. 1. p. 116

Cerebelo - Vol. 4. p. 176

Cérebro - Vol. 4. p. 81

Cervicalgia - Vol. 4. p. 210

Ciático nervo - Vol. 4. p. 262


Cifose - Vol. 4. p.217

Circulatório, sistema - Vol. 2. p. 21

Cirrose - Vol. 1. p. 137

Cistite - Vol. 2. p. 100

Cistos de ovário - Vol. 2. p. 122

Clavícula - (fraturas dor e tensão) - Vol. 5. p. 41

Coagulação sanguínea - Vol. 2. p. 66

Cóccix - Vol. 4. p. 239

Coceira nas mamas - Vol. 2. p. 151

183

Cólica renal - Vol. 2. p. 92

Colite - Vol. 1. p. 169

Coluna vertebral - Vol. 4. p. 202

Começo nem fim, você não tem. - Vol. 1. p. 20

Consciência e responsabilidade. - Vol. 1. p. 40

Coração - Vol. 2. p. 40

Cordas vocais, calos - Vol. 1. p. 68

Costelas - (fratura e luxações) - Vol. 5. p. 45

Costelas, fraturas - Vol. 5. p. 109

Cotovelo, bater - Vol. 5. p. 138

Cotovelo, fratura - Vol. 5. p. 109

Crânio - Vol. 5. p. 24

Crânio e fratura craniana - Vol. 5. p. 26

Dedos - Vol. 5. p. 59

Dedos Anular - Vol. 5. p.70


Dedos do pé - Vol. 5. p. 101

Dedos Indicador - Vol. 5. p. 65

Dedos Médio - Vol. 5. p. 67

Dedos Mínimo - Vol. 5. p. 73

Dedos Polegar - Vol. 5. p. 62

Dentes - Vol. 1. p. 106

Dentes, canal - Vol. 1. p. 108

Dentes, cárie - Vol. 1. p. 107

Depressão no pâncreas - Vol. 1. p. 145

Diabetes - Vol. 1. p. 148

Diarreia - Vol. 1. p. 159

Digestão - Vol. 1. p. 125

Digestivo, sistema - Vol. 1. p. 101

Disfunção erétil - Vol. 2. p. 172

Disfunções da fala - Vol. 1. p. 65

Disidrose (ver problemas nos dedos) - Vol. 5. p. 60

Diverticulite - Vol. 1. p. 167

Doença - Vol. 1. p. 42

184

Doentes, porque ficamos. - Vol. 1. p. 11

Dopamina - Vol. 4. p. 59

Dor ciática - Vol. 4. p. 264

Dor de cabeça ou enxaqueca - Vol. 4. p. 107

Dor no cotovelo - Vol. 5. p. 139

Dor no pescoço - Vol. 4. p. 212


Dor no punho - Vol. 5. p. 143

Dor ou problemas no quadril - Vol. 5. p. 77

Dores musculares - Vol. 3. p. 124

Dores no ombro - Vol. 5. p. 127

Dores reumáticas - Vol. 5. p. 166

Edema pulmonar - Vol. 1. p. 87

Endócrino, sistema - Vol. 3. p. 21

Enfisema pulmonar - Vol. 1. p. 84

Engasgo - Vol. 1. p. 61

Enurese noturna - Vol. 2. p. 96

Epilepsia ou convulsão - Vol. 4. p. 126

Escápula - Vol. 5. p. 43

Escoliose - Vol. 4. p. 219

Esofagite - Vol. 1. p. 122

Esôfago - Vol. 1. p. 121

Espirro - Vol. 1. p. 91

Esporão de calcâneo - Vol. 5. p. 89

Esterilidade ou infertilidade - Vol. 2. p. 127

Estômago - Vol. 1. p. 127

Estomatite - Vol. 1. p. 114

Estresse - Vol. 4. p. 143

Face, músculos da - Vol. 3. p. 135

Facite plantar - Vol. 5. p. 96

Fala, disfunção - Vol. 1. p.65

Faringe - Vol. 1. p. 119

Faringite - Vol. 1. p. 120


Fêmur - Vol. 5. p. 79

185

Fibromas e miomas (poblemas últero,) - Vol. 2. p.133

Fibromialgia - Vol. 3. p. 126

Fíbula e tíbia - Vol. 5. p. 82

Fígado - Vol. 1. p. 132

Flacidez nas mamas - Vol. 2. p. 149

Flebite - Vol. 2. p. 39

Fossas nasais - Vol.1. p. 50

Fratura de crânio - Vol. 5. p. 26

Fratura óssea - Vol. 5. p. 107

Fraturas dos ossos metatarsais - Vol. 5. p. 99

Fraturas: cotovelo; punho, ombro; costela; bacia; joelho;

perna - Vol. 5. p. 107-110

Frieira, pé de atleta ou micoses - Vol. 5. p. 103

Frigidez sexual - Vol. 2. p. 115

Gagueira - Vol. 1. p. 66

Gânglios - Vol. 4. p. 246

Gastrite - Vol. 1. p. 130

Gengiva - Vol. 1. p. 109

Glândulas salivares - Vol. 1. p. 115

Gordura localizada - Vol. 3. p. 83

Gota (ou artrite gotosa) - Vol. 5. p. 168

Gripe ou resfriado - Vol. 1. p. 52

Hálito - Vol. 1. p. 113

Hemorragia - Vol. 2. p. 68
Hemorroida - Vol. 1. p. 173

Hepatite - Vol. 1. p. 136

Hérnia de disco ou bico de papagaio - Vol. 4. p. 231

Hérnia de hiato - Vol. 1. p. 123

Hipertireoidismo - Vol. 3. p. 91

Hipófise - Vol. 3. p. 43

Hipoglicemia - Vol. 1. p. 155

Hipotireoidismo - Vol. 3. p. 74

186

Histamina - Vol. 4. p. 66

Hormônios da hipófise - Vol. 3. p. 52

Hormônios - Vol. 3. p. 31

Incontinência urinária - Vol. 2. p. 98

Infarto - Vol. 2. p. 47

Infertilidade ou esterilidade - Vol. 2. p. 128

Insônia - Vol. 4. p. 170

Integridade do ser - Vol. 1. p. 34

Intestino delgado - Vol. 1. p. 156

Intestino grosso - Vol. 1. p. 160

Intestino preso - Vol. 1. p. 161

Joanete - Vol. 5. p. 106

Joelhos - Vol. 5. p. 153

Joelhos, problemas - Vol. 5. p. 155

Joelhos, fraturas - Vol. 5. p. 112

Laqueadura - Vol. 2. p. 126


Laringe - Vol. 1. p. 60

Laringite - Vol. 1. p. 69

Leucemia - Vol. 2. p. 71

Língua - Vol. 1. p. 110

Lombar - Vol. 4. p. 224

Lordose - Vol. 4. p. 227

Magreza - Vol. 3. p. 93

Mamários, nódulos - Vol. 2. p. 156

Mamas - Vol. 2. p. 148

Mamas, coceira - Vol. 2. p. 151

Mamas, flacidez - Vol. 2. p. 149

Mandíbula - Vol. 5. p. 28

Mandíbula para dentro e projetada para frente - Vol. 5. p. 28-29

Manguito rotator, tendinite ou lesão - Vol. 5. p. 132

Mãos, características e problemas - Vol. 5. p. 54-58

Mãos ossudas e carnudas - Vol. 5. p. 57

187

Mãos, suor excessivo - Vol. 5. p. 56

Mãos quentes e frias - Vol. 5. p. 56

Mastite - Vol. 2. p. 154

Mau Hálito - Vol. 1. p. 113

Maxilar - Vol. 1 p. 109

Meninges - Vol. 4. p. 71

Meningite - Vol. 4. p. 75

Menisco, problemas - Vol. 5. p. 155


Menopausa - Vol. 2. p. 140

Menstruação - Vol. 2. p. 135

Menstruais, problemas - Vol. 2. p. 137

Mente sem limite. - Vol. 1. p. 17

Mente, aparelho realizador. - Vol. 1. p. 23

Mente, conteúdos da. - Vol. 1. p. 24

Metafísica da Saúde, os caminhos da - Vol. 4. P- 14

Metafísica e hereditariedade. - Vol. 1. p. 38

Metafísica, os princípios da - Vol. 4. p. 11

Metafisicamente Saudável - Vol. 3. p. 11

Metatarsos, peito do pé - Vol. 5. p. 99

Miastenia -Vol. 4. p. 58

Micoses no pé - Vol. 5. p. 103

Miomas e fibromas (problemas útero,) - Vol. 2. p. 133

Miomas e fibromas - Vol. 2. p. 133

Muscular, sistema - Vol. 3. p. 109

Músculos da face - Vol. 3. p. 135

Náusea e vômito - Vol. 1. p. 104

Nervo ciático - Vol. 4. p. 262

Nervos - Vol. 4. p. 243

Neurotransmissores - Vol. 4. p. 51

Nevralgia do trigêmeo - Vol. 4. p. 256

Nódulos ou tumores na tireoide - Vol. 3. p. 68

Noradrenalina e adrenalina - Vol. 4. p. 63

188
Obesidade - Vol.3. p. 76

Ombro, articulações - Vol. 5. p. 125

Ombro, fratura - Vol. 5. p. 109

Osteoartrose (artrose ou artrite degenerativa) - Vol. 5. p. 17

Ósseo, sistema - Vol. 5. p. 19

Ossos do quadril - Vol. 5. p. 76

Osteopenia - Vol. 5. p. 112

Osteoporose - Vol. 5. p. 113

Ovário policístico, síndrome de - Vol. 2. p. 120

Ovários - Vol. 2. p. 118

Pâncreas - Vol. 1. p- 142

Pancreatite - Vol. 1. p- 146

Paratireoides - Vol. 3. p. 94

Parkinson - Vol. 4. p. 92

Patela, problemas - Vol. 5. p. 158

Pé chato - Vol. 5. p. 93

Pé de atleta - Vol. 5. p. 103

Pé em garra - Vol. 5. p. 95

Peito do pé e Metatarso - Vol. 5. p. 99

Pênis - Vol. 2. p. 170

Peristaltismo - Vol. 3. p. 139

Perna, fraturas - Vol. 5. p. 110

Pé - Vol. 5. p. 84

Pé, arco do - Vol. 5. p. 94

Pineal - Vol. 3. p. 37

Planta ou sola do pé - Vol. 5. p. 91


Pneumonia - Vol. 1 p. 82

Postura corporal - Vol. 4. p. 207

Pressão alta - Vol. 2. p. 53

Pressão arterial - Vol. 2. p. 50

Pressão baixa - Vol. 2. p. 56

Prisão de ventre - Vol. 1 p. 162

189

Problemas na próstata - Vol. 2. p. 167

Problemas no tornozelo - Vol. 5. p. 161

Próstata - Vol. 2. p. 166

Próstata, problemas - Vol. 2. p. 167

Pulmões - Vol. 1. p. 80

Pulso, ver punho - Vol. 5. p. 141

Punho - Vol. 5. p. 141

Quadril, articulações - Vol. 5. p. 147

Quadril, ossos do - Vol. 5. p. 76

Renais, cálculos - Vol. 2. p. 88

Renais, problemas - Vol. 2. p. 84

Renal - cólica - Vol. 2. p. 92

Reprodutor feminino, sistema - Vol. 2. p. 113

Reprodutor masculino, sistema - Vol. 2. p. 161

Reprodutor, sistema - Vol. 2. p. 107

Resfriado ou gripe - Vol. 1. p. 52

Respiratório, sistema - Vol. 1. p. 47

Ressecamento vaginal - Vol. 2. p. 145


Reumatismo e dores reumáticas - Vol. 5. p. 165

Rinite - Vol. 1. p. 54

Rins - Vol. 2. p. 80

Sacro - Vol. 4. p. 235

Sangue - Vol. 2. p. 57

Sangue, tipo A - Vol. 2. p. 60

Sangue, tipo AB - Vol. 2. p. 63

Sangue, tipo B - Vol. 2. p. 62

Sangue, tipo O - Vol. 2. p. 62

Sangue, tipos sanguíneos - Vol. 2. p. 59

Sanguínea, coagulação - Vol. 2. p. 66

Septo nasal - Vol. 5. p. 37

Septo nasal, desvio do - (para a esquerda e direita) Vol. 5. p. 38

190

Serotonina - Vol. 4. p. 64

Sinapse - Vol. 4. p. 47

Síndrome de Sjõgren (SS) - Vol. 1 p. 117

Síndrome do ovário policístico - Vol. 2. p. 120

Síndrome do túnel do carpo - Vol. 5. p. 144

Sinusite - Vol. 1. p. 58

Sistema articular - Vol. 5. p. 117

Sistema circulatório - Vol. 2. p. 21

Sistema digestório - Vol. 1. p. 101

Sistema endócrino - Vol. 3. p. 21

Sistema muscular - Vol. 3. p. 109


Sistema Nervoso - Vol. 4. p. 25

Sistema Nervoso Central - Vol. 4. p. 36

Sistema nervoso periférico - Vol. 4. p. 242

Sistema ósseo - Vol. 5. p. 19

Sistema reprodutor - Vol. 2. p. 107

Sistema reprodutor feminino - Vol. 2. p. 113

Sistema reprodutor masculino - Vol. 2. p. 161

Sistema Respiratório - Vol. 1. p. 47

Sistema urinário - Vol. 2. p. 77

Soluço - Vol. 1. p. 96

Sono - Vol. 4. p. 168

Subconsciente, registro - Vol. 1. p. 27

Suco gástrico - Vol. 1. p. 129

Suor nas mãos - Vol. 5. p. 56

Suprarrenais - Vol. 3. p. 97

Taquicardia - Vol. 2. p. 44

Tendinite ou lesão do manguito rotator - Vol. 5. p. 132

Tendinite - Vol. 3. p. 132

Terminações nervosas - Vol. 4. p. 249

Testículos - Vol. 2. p. 164

Tíbia e fíbula - Vol. 5. p. 82

191

Tiques ou cacoetes - Vol. 4. p. 133

Tireoide - Vol. 3. p. 59

Tônus muscular - Vol. 3. p. 123


Torácica - Vol. 4. p. 215

Torcicolo - Vol. 3 p. 131

Tornozelo - Vol. 5. p. 159

Tosse - Vol. 1. p. 90

Transtorno bipolar do humor - Vol. 4. p. 181

Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) - Vol. 4. p. 190

Trigêmeo - Vol. 4. p. 253

Trigêmeo, nevralgia do - Vol. 4. p. 256

Trombose - Vol. 2. p. 37

Tubas uterinas - Vol. 2. p. 124

Tuberculose - Vol. 1. p. 88

Tumores na tireoide ou nódulos - Vol. 3. p. 68

Túnel do carpo, síndrome do - Vol. 5. p. 144

Úlcera - Vol. 1. p. 131

Útero - Vol. 2. p. 130

Úmero (ou osso do braço) - Vol. 5. p. 48

Uretrite - Vol. 2. p. 103

Urinário, sistema - Vol. 2. p. 77

Útero, problemas (miomas e fibromas) - Vol. 2. p. 133

Vagina - Vol. 2. p. 142

Vagina, corrimento - Vol. 2. p. 146

Vagina, ressecamento - Vol. 2. p. 145

Vaginais, coceira nos lábios - Vol. 2. p. 146

Vaginismo - Vol. 2. p. 144

Varizes - Vol. 2. p. 32

Vasos sanguíneos - Vol. 2. p. 22


Vermes - Vol. 1. p. 171

Vesícula biliar - Vol. 1. p. 140

Laringe - Vol. 1. p. 60

192

Vômito e náusea - Vol. 1. p. 104

Voz - Vol. 1. p. 62

Voz, Disfunções da fala - Vol. 1. p.65

193

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