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Testes e Ansiedade

Às vezes, mesmo tendo estudado, quando chega o dia do teste, sentimo-nos muito
nervosos e achamos que vamos ter “uma branca”, podemos pensar que não vamos
conseguir responder a nada e sentir o coração a bater mais depressa ou dificuldade
em respirar.

É normal sentirmo-nos ansiosos e stressados antes de fazermos um teste. Quase


toda a gente se sente assim, pelo menos de vez em quando. Na verdade, um
bocadinho de nervosismo até nos pode ajudar a estar alerta e prontos a fazer o
teste com o máximo de atenção. Mas, quando a ansiedade é tão intensa que
interfere com a nossa concentração e o nosso desempenho, então podemos estar a
sofrer de “ansiedade face aos testes”. E esse é um problema que podemos resolver.
O que é a Ansiedade face aos Testes?

Sentimos ansiedade quando antecipamos que vai acontecer alguma coisa


stressante ou menos boa. A ansiedade face aos testes é um tipo de ansiedade de
desempenho. A ansiedade de desempenho corresponde a um sentimento de
ansiedade quando estamos numa situação em que o nosso desempenho (a forma
como fazemos alguma coisa) é importante, quando temos pressão para nos sairmos
bem ou quando queremos mostrar um bom desempenho perante o professor ou
perante os nossos Pais ou os nossos amigos. Por exemplo, podemos sentir
ansiedade de desempenho quando vamos a uma entrevista importante, quando
estamos a fazer uma audição ou vamos falar para um público.

Vamos imaginar que apesar de termos estudado imenso e acharmos que sabemos
a matéria na noite anterior, chegamos ao teste e dá-nos uma branca, o cérebro
parece que congela e sentimo-nos tão nervosos que não conseguimos responder
às questões ou concentrar no teste. Neste caso, podemos estar a sofrer de
ansiedade face aos testes.

Tal como noutras situações em que possamos sentir ansiedade de desempenho,


quando temos ansiedade face aos testes podemos ter dores no estomago, dores de
cabeça ou sentir os músculos muito tensos. Algumas pessoas tremem, suam, têm
mais dificuldade em respirar ou sentem o coração a bater mais rápido enquanto
esperam que o teste seja entregue. Quando a ansiedade face aos testes é muito
forte até podemos sentir que vamos desmaiar ou vomitar.

No caso dos testes podemos começar a antecipar que o teste nos vai correr mal.
Podemos pensar, por exemplo, “E se me esquecer de tudo o que estudei?”, “E se o
teste for muito difícil?”. Também podemos ficar preocupados com as nossas reações
físicas: “E se vomitar?” ou “Oh não, as minhas mãos estão a tremer e toda a gente vai
reparar”. Muitos pensamentos deste género não nos deixam espaço mental para
pensarmos nas questões do teste!

Os nossos pensamentos podem acabar por criar um “círculo vicioso”: quanto mais
nos focamos nas coisas más que podem acontecer, mais ansiosos nos sentimos, o
que só nos faz sentir pior e mais distraídos, o que por sua vez aumenta a
possibilidade de, de facto, termos um mau resultado no teste.

Se já passaste por isto, não estás sozinho. Se perguntares a outras pessoas – aos
teus colegas, aos teus Pais ou mesmo aos teus Professores – vais descobrir que a
maior parte deles também já se sentiu assim. Na realidade uma pequena dose de
ansiedade até pode ser boa, pode ajudar-nos a manter-nos alerta e focados. Mas
quando os sintomas de ansiedade tomam conta de nós e não nos deixam funcionar
no nosso melhor, temos um problema que podemos resolver.

O que podemos fazer?

Uma vez que os testes farão parte da nossa vida mesmo quando sairmos da escola
(por exemplo, se quisermos tirar a carta de condução), o melhor que temos a fazer é
aprender formas de lidar com a nossa ansiedade.

Podemos tentar utilizar algumas estratégias para diminuir a ansiedade face aos
testes. Por exemplo:

Pedir ajuda. Embora um pouco de ansiedade até possa ser uma boa coisa (e
ajudar-nos a lembrar que é melhor estudar para o teste com antecedência),
muita ansiedade só atrapalha. Se ficamos tão ansiosos que não conseguimos
responder ao teste, devemos pedir ajuda a alguém – um Professor ou o
Psicólogo da escola, por exemplo, pode ajudar-nos a encontrar formas de
lidar com a ansiedade. Para além disso, só falar com alguém já nos pode fazer
sentir melhor.

Estar preparado. Ouvir com atenção nas aulas é insuficiente na maior parte
dos casos para nos prepararmos para um teste. Por isso, fazer os TPC, ter
bons hábitos e métodos de estudo é fundamental. Nunca conseguimos
aprender o mesmo (ou tão bem) quando estudamos apenas na véspera do
teste, comparando com quando estudamos regularmente. Quanto mais
estudarmos e soubermos a matéria, mais confiantes nos vamos sentir, mais
esperamos que o teste corra bem, mais relaxados estaremos no dia do teste
e, por isso, menos ansiosos nos vamos sentir.

Esperar o melhor e bloquear pensamentos negativos. Se nos preparámos


então temos de pensar coisas boas e esperar o melhor – “estudei e estou
preparado para fazer o meu melhor, vai correr bem”. Enviar mensagens
negativas e pessimistas a nós próprios (por exemplo “nunca fui bom a fazer

testes”, “corre-me sempre tudo mal”, “estou tramado se tenho negativa neste
teste”) só vai aumentar a nossa ansiedade. Em vez de pensar que pode correr
mal também podemos pensar que pode correr ainda melhor, por exemplo “E
se me lembrar de mais coisas do que acho que me vou lembrar?” ou “E se
estiver mais calmo e concentrado do que acho que vou estar?”. Da mesma
forma, pensarmos para nós mesmos que somos “estúpidos”, “burros” ou
“inúteis” para além de não corresponder à verdade, também não terá utilidade
nenhuma. É mais benéfico dizer a nós próprios “Eu estudei e trabalhei muito
para este teste”, “eu consigo”, “eu sou inteligente”.

É só um teste! Manter a perspetiva de que “é apenas um teste” pode evitar


que, sob stresse, comecemos a “catastrofizar”, ou seja, que comecemos a
pensar que vai acontecer o pior, e a ficarmos preocupados com o que é
apenas uma possibilidade (o teste correr mal) entre tantas outras. Devemos
lembrar-nos que a avaliação não se resume só a um teste ou a testes, pois a
participação e o interesse manifestados nas aulas, também contam! Se
costumamos sair-nos bem nos testes, é provável que este também nos corra
bem. Se não nos costumamos sair bem, provavelmente também não é o fim
do mundo.

Aceitar os nossos erros. Toda a gente erra e falha. Se nos preparámos para o
teste e demos o nosso melhor, é isso que interessa. Se não correr bem,
paciência, acontece a toda a gente e correrá melhor da próxima vez.
Podemos encarar os nossos erros como uma “oportunidade de
aprendizagem” e pensar sobre o que podemos melhorar para que da vez
seguinte corra melhor.

No dia do exame, respirar fundo. Quando o teste estiver a ser distribuído,


respirar fundo várias vezes (e tentarmos ficar concentrados apenas em
respirar fundo, sem pensar em mais nada) pode ajudar-nos a ficar mais
calmos. Se entretanto durante o teste nos sentirmos nervosos, podemos fazer
o mesmo, parar, fechar os olhos e respirar fundo. E ler as perguntas devagar e
com toda a atenção. Se não queremos ficar ainda mais ansiosos convém
chegar a horas ou com alguma antecedência. E sentarmo-nos o mais
sozinhos possível, já que a ansiedade pode ser “contagiosa” (a ansiedade dos
outros pode aumentar ainda mais a nossa ansiedade).

Ter um estilo de vida saudável. Dormir o suficiente, fazer exercício, comer de


forma equilibrada são comportamentos saudáveis que também nos podem
ajudar quando vamos fazer um teste. Passear ou praticar um desporto
também são ótimas formas de reduzir a ansiedade e de “refrescarmos a
cabeça” depois de estudar ou fazer um teste.
Procurar ajuda. Às vezes, ficamos tão ansiosos que os sintomas de ansiedade
começam a interferir com a nossa vida – pessoal e escolar. Por isso, não
devemos ter medo ou vergonha de procurar ajuda. Quanto mais depressa,
melhor e menos estragos a ansiedade fará à nossa vida. O Psicólogo da
escola pode ajudar-nos a gerir melhor a nossa ansiedade.

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