Você está na página 1de 8

SEQUÊNCIAS E SÉRIES

Prof. Me. Ayrton Barboni

1. SEQUÊNCIAS NUMÉRICAS
*
Chamaremos de sequência ou sucessão em a toda função f de em .

* 1
f (1) = a 1
2
f (2) = a 2
3
. f (3) = a 3
f .
.
.
.
.
n
f (n) = a n
.
.
. .
. .
.
A função f é conhecida a partir de suas imagens f (i), i = 1,2,3,...n, ..., visto que
*
o domínio é sempre .

Notação: ( f (n)) n  * ou (a n ) n  * : a n = f (n) ou a1, a 2 , a 3 , ... , a n , ...

Exemplos:

 n +1  n +1 2 3 4 n +1
1)   , (a n ) n  * : a n = f ( n) = ou , , , ... , , ...
 n n * n 1 2 3 n

IR

(1,2)
2

(2, 3/2)
(3, 4/3)
(n, (n+1)/n)

N*
1 2 3 n n+ 1

Obs: O gráfico da função é formado apenas pelos pontos (1,2), (2,3/2), ...
1
1 1 1 1 1
2)  n  * : 1, , , , ..., , ...
 n 2 3 4 n
3) 3, 3, 3, 3, ....
4) 2, 1, 2, 1, 2, 1, ...
5) 1, 2, 3, 4, ... , n, .... = ( n )n *
n
1 + (−1)
6) (a n ) n  * : an = f (n) = ou 0, 1, 0, 1, 0, 1, ...
2
7) (cos(n )) n  * ou −1, 1, −1, 1, −1, ...
a1 = a 2 = 1
8) Fibonacci (a n ) n  * :  ou 1, 1, 2, 3, 5, 8, ...
a n = a n − 1 + a n − 2
a1 = 1
9) Fatorial (a n ) n  * :  ou 1, 2, 6, 24, 120, ... , n!, ...
a n = n.a n− 1

1.1. Sequências convergentes e sequências divergentes

Uma sequência (a n ) n  * que tem lim a n = L finito é chamada de convergente.


n →+

Uma sequência não-convergente é chamada de divergente, isto é, L é infinito ou não


existe.
Exemplos:

 1  1 1 1 1
a)   : , , , ..., , ... tem limite L=0 (finito), logo, convergente
 n + 1 n * 2 3 4 n +1

b) (n)n * : 1, 2, 3, 4, ... , n, ... tem limite L infinito, logo, divergente.


c) ((−1) n ) n  * : − 1, 1, −1, 1, ... , (−1) n , ... a sequência tende aos valores (–1) e
1, conforme n é ímpar ou par e, por isto, L não existe e a sequência divergente.

EXERCÍCIOS 1.1:

Dizer se as sequências do Exemplo.01 são convergentes (C) ou divergentes (D) e


apresentar o valor do limite das sequências convergentes.

Resp: 1) C, L = 1 2) C, L = 0 3) C, L = 3 4) D 5) D 6)D 7)D 8)D 9)D

1.2. Teorema 1 – Sequência associada a uma função real de variável real

Seja (a n )
n *
uma sequência e f :[1, +  [→ , y = f ( x) , uma função onde

se tem f (n) = a n , n  *
.
'' Se lim f ( x) = L, então lim f (n) = lim an = L.''
x→ + n→ + n→ +
Assim, lim an = L, com L finito, então (a n ) n  é convergente.
n→ + *

2
EXERCÍCIOS 1.2:

Verifique se as sequências são convergentes ou divergentes

 n +1   n2 + 1   n 
a)   b)   c)  2 
 2n + 1  n  *  n  n *  n +1 n *

 3
n
  sen(1/ n)   ln n 
d)  1 +   e)   f)  2 
 
 n  n *  1/ n  n  *  n  n *

Resp: a)C, L = 1/2 b)D c)C, L = 0 d)C, L = e3 e)C, L = 1 f)C, L = 0

1.3. Teorema 2 – Confronto


Sejam as sequências (a n ) , (b n ) e (c n ) sendo a n  bn  c n ,
n * n * n *
n  *
.
'' Se lim a n = lim c n = L , então lim b = L ''
n→+ n→+ n→ + n

EXERCÍCIOS 1.3:

Verifique se as sequências são convergentes ou divergentes


 cos(n) 
a)   b) ( n a )  *  , a  0 c) ( n n )  * −{1}
 n 2
 n * n  −{1} n  
   

Nota: Número de combinação de n elementos tomados k a k é dado por:


Cn,k = nk =
n!
(n − k )! k !
, ()
Resp: a)C, L = 0 b) C , Obs: Estudar a  1 e, depois, 0  a  1
c) C, Veja: Temos que n n  1 , logo, bn  0 talque n n = 1 + bn (I)
n (n − 1)
Temos que n = (1 + bn ) n = (0n )1n.bn0 + (1n )1n −1.bn1 + 1n−2 bn2 + ... + (nk )1n−k. bnk + ... e,
2
n (n − 1) 2 2 2
daí, n = (1 + bn ) n  bn , isto é,  bn . Logo, 0  b n  .
2 n −1 n −1
2
Temos que 0  lim b n  lim = 0 e, daí, lim b = 0 . Portanto,
n→+ n→ + n − 1 n→ + n

segue de (I) que lim n n = lim (1 + bn ) = 1 + 0 = 1 .


n→ + n→ +

3 4 5 6 100 1000
Exemplificando: 2, 3, 4, 5, 6, .... , 100, .... , 1000, ... 1

1,414.. 1,442.. 1,414.. 1,379.. 1,348.. 1,047.. 1,006..

3
1.4. Sequências monótonas
Uma sequência (an ) é crescente se a n  a n+1, n  *
, e decrescente se
n *
a n  a n+1, n  *.
Uma sequência é chamada de monótona se for crescente ou decrescente.

Nota: • Se a sequência alternar seus valores, então não será monótona.


• Pode-se utilizar derivadas para verificar a monotonicidade das sequências associadas a
uma função f de variável real.

EXERCÍCIOS 1.4:

Verifique se as sequências são monótonas


 n   1   (−1) n 
a)   b)   c)  
 n +1  n *  n +1  n *  n  n *

Resp: Estabelecendo a correspondência descrita no Teorema 1, veremos, pelo sinal da derivada


de f (quando existe), se a sequência é monótona crescente ou decrescente.
a) monótona crescente b) monótona decrescente c) não monótona

1.5. Sequências limitadas

Uma sequência (a n ) é limitada se existem r e s reais tais que


n *
r  a n  s , n  *
.

EXERCÍCIOS 1.5:

Verifique quais são as sequências do Exemplo.01 são limitadas (L) ou não


limitadas (NL).

Resp: 1)L, 1  a n  2 2) L, 0  a n  1 3)L, 2  a n  4 4) L, 1  a n  2


5)NL 6) L, 0  a n  1 7) L, −1  a n  1 8)NL 9)NL

1.6. Teorema 3
Uma sequência monótona limitada é convergente

Ver no Exemplo.01 – Monótonas limitadas 1), 2) e 3)


Monótonas não limitadas 5), 8) e 9)
Não monótonas 4), 6) e 7)

1.7. Teorema 4
Toda sequência convergente é limitada.

4
EXERCÍCIOS 1.6:

Verifique quais são as sequências convergentes (C), divergentes (D), limitadas


(L) ou não-limitadas (NL)
a) a, a, a,... , a  b) 1, 2, 3, ..., n, ... c) (a n ) n  * : a n = 2 n

 1 + 2 + 3 + ... + n    2 n 
d)   e)  5 −    f) ((1,001) n ) n 
 n2  n  3  *
*
  n *

Resp: a)C, L b)D, NL c)D, NL d)C, L e)C, L f)D, NL

Nota: Desenvolvendo a questão do caso f) pelo Binômio de Newton, temos:


n 0 1 n
an = (1,001) n =  1 +
1  n n 1  n ( n−1)  1  n 0 1 
 = (0 ).1 .   + (1 ).1 .  + ... + (n ).1 . 
 1000   1000   1000   1000 
e, daí, vemos que
n
an =  1 +
1  n
 = (1,001)  1 +
n
(soma dos dois primeiros termos da série binomial)
 1000  1000

 n 
Logo, lim an = lim (1,001)n = lim 1 +  = +   sequência divergente.
n→+ n→+ n→+
 1000 

2. SÉRIES INFINITAS

Seja (an ) : a1 , a2 , a3 ,..., an ,... uma sequência de reais.


n *

A somatória a1 + a 2 + a 3 + ... + a n + ... é chamada de Série infinita.


+
Notação: a
n=1
n = a1 + a 2 + a 3 + ... + a n + ...

Como obter a soma da série acima indicada?

Consideremos a sequência ( S n ) : S 1 , S 2 , S 3 , ..., S n ,... , sendo que


n *

S 1 = a1 , S 2 = a1 + a 2 , S 3 = a1 + a 2 + a 3 , ... , S n = a1 + a 2 + a 3 + ... + a n e, assim,

sucessivamente, que é chamada de sequência de somas parciais da série dada.

Teremos, se existir, que S = lim S n será a soma da série.


n→+

5
2.1. Séries convergentes e divergentes
+
A série a
n=1
n é convergente se lim S
n→+ n
= S (finito) . Neste caso, diz-se que

a soma da série é S .
+
A série a
n=1
n é divergente se lim S
n→+ n
não é finito ou não existe. Neste caso,

a série não tem soma.

Exemplos:
+

 n (n + 1) é convergente e tem soma S = 1


1
a)
n=1

1 A B (A+B) n + A
Temos que a n = = + = . Comparando as razões: A =1
n (n + 1) n n + 1 n (n + 1)
1 1
e B = –1. Assim, a n = − .
n n +1

1 1   1 1   1 1  1 1 
Vê-se que S n = a1 + a 2 + a 3 + ... + a n =  −  +  −  +  −  + ... +  − .
1 2   2 3   3 4   n n +1 
1 1
Simplificando, temos que S n = 1 − . Daí, S = lim S n = lim (1 − ) =1
n +1 n→+ n→+ n +1
+


1
b) n é convergente (série geométrica) e tem soma S = 1.
n=1
2

Sabemos, do ensino médio, que a soma S dos termos de uma PG


a1
S = a1 + a 2 + ... + a n + ... , onde a n  0, n  *
, e razão 0 < q < 1 é dada por S =
1− q

+

2
1 1 1 1 1 1/ 2
Assim, S = = + + + ... (PG, q = ) = = 1 (finito)
n=1
n
2 4 8 2 1 − (1/ 2)

+
c)  n = 1+ 2 + 3 + ... + n + .... não tem soma finita. Logo, é divergente.
n=1

Sabemos, do ensino médio, que a soma Sn , dos n primeiros termos, de uma PA


c +c
: c1, c 2 , c3, ... , c n ... , de razão r é dada por S n = ( 1 n ). n . Assim,
2
1+ n n +n
2
n2 + n
S n = 1 + 2 + 3 + ... + n = ( ). n = . Daí, lim S n = lim = + .
2 2 n→+ n→+ 2

6
+
2.2. Teorema 1 – '' Se a série a
n=1
n é convergente, então lim a
n→+ n
= 0 ''

A recíproca do teorema não é verdade, pois existem séries cujo termo geral an
tende a zero, mas não é convergente.

Exemplo:
+

 n =1+ 2 + 3 + ... + n + .... tem seu termo geral tendendo a zero, mas
1 1 1 1
A série
n =1
não é convergente. Esta série é chamada de Harmônica.

Desafio: Mostre que a série Harmônica é divergente.

+ +
2.3. Teorema 2 – Seja a série n=1
a n . '' Se lim a n  0 , então
n→+ a
n=1
n é divergente ''

Exemplos:
+
n+2

n+2
a) , temos lim = 1  0. A série é divergente.
n n→+ n
n=1

+ n n
b)   2
1 + 
n = 1
n
 2
, temos lim 1 +  = e 2  0. A série é divergente.
n→+  n

EXERCÍCIOS 2.1:

Verifique se a série é convergente (C) ou divergente (D)


+
 n +1 
+ ln   +
2n + 1
a)
n=1
3n + 2
b)
n= 2
 n 

ln(n + 1).ln n
c)
n=1
sen(1/ n)
1/ n 
+ + + n
  1
   n +1 
1 
d)  −  e) (−1) n f)  
n = 1
n +1 n + 2  n=1 n = 1
n 
+ +

  a q n−1 = a + aq + aq
2.4.6.8.....(2n)
g) h) 1 2
+ ... + aq n−1 + ... a, q  .
n=1
n! n=1

Resp: a)D b)C, S=1/ln2 c)D


d)C, S=1/2 e)D f)D g)D
a
h) Se –1 < q < 1 , então S = (finito) e a série é convergente.
1− q
Se q  −1 ou q  1 , então S não é finito ou não existe e a série é divergente.

7
2.4. Teorema 3 – Operações com séries

+ +
a) Se a
n=1
n é convergente e tem soma S, então  c.a
n=1
n é convergente e tem

soma c.S.
+ + +
b) Se a e b
n=1
n
n=1
n são convergentes e tem somas S e R, então  (a
n=1
n + bn ) é

convergente e tem soma (S + R).

+
Nota: Se apenas uma das séries for divergente, então  (a
n=1
n + b n ) será divergente.

+
Se ambas forem divergentes, então  (a
n=1
n + b n ) poderá ser convergente ou

divergente. Exemplificando:
+ +

 (a n
1 2
a) a n = bn =  n + bn ) = (harmônica) divergente.
n n=1 n=1
+ +

 (a  0,
1 −1
b) a n = e bn =  n + bn ) = ( S = 0) convergente.
n n n=1 n=1

EXERCÍCIOS 2.2:

Verifique se a série é convergente (C) ou divergente (D)

+ + +
  2 3 
 1 1 
 n(n + 1)
2n+1
a)  n+ n b)  − n c)
n = 1
3 2  n = 1
n 2  n=1

Resp: a) C, S = 4 b) D c) D

Você também pode gostar