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ATENÇÃO!

O Concursos GG adverte que reproduzir e compartilhar apostilas, imagens e


aulas é crime de violação de direito autoral, previsto na Lei 9.610 e no art.
184, §§ 1º e 2º, do Código Penal, podendo gerar punição, culminando em
uma pena de reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
É muito importante ressaltar que o direito brasileiro realiza uma ampla
proteção ao direito de imagem, prevendo o dever de indenizar em caso
de sua violação. A proteção é de tamanha importância, que possui previsão
constitucional, no art. 5º, inciso V, da Constituição Federal.
Além disso, o Código Civil, em seu artigo 20, também confere proteção ao
direito de imagem, proibindo a divulgação de escritos, a transmissão da
palavra ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma
pessoa, sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a
boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
A Súmula nº 203 do Superior Tribunal de Justiça relata ainda que independe
de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada de
imagem de pessoa com fins econômicos ou comerciais.
Portanto, o aluno que compartilha materiais, aulas e outros, possui o dever
de reparar pelo uso indevido da imagem, mesmo que não haja prova do
prejuízo e/ou dolo na conduta do agente. Além disso, ainda pode vir a sofrer
as sanções penais supracitadas.
Desta forma, é terminantemente proibido o rateio de materiais do curso
através de grupos de Whatsapp, Facebook, E-mail ou qualquer outro meio
de compartilhamento. Inclusive alertamos que a matrícula do aluno pode vir
a ser cancelada caso seja constatada a prática de rateio, conforme previsão
contratual.
ASSEMBLEIA
LEGISLATIVA - RS

SUMÁRIO

DIREITO ADMINISTRATIVO | TATIANA MARCELLO.............................................................. 05


PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI........................................................................................ 09
LEGISLAÇÃO APLICADA | GUILHERME KOENIG................................................................... 13
DIREITO CONSTITUCIONAL | DANIEL SENA........................................................................ 15
LEGISLAÇÃO APLICADA | LUAN SANCHOTENE.................................................................... 19
RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO | MARCOS LUCIANO................................................... 25
REALIDADE SÓCIO-POLÍTICO-HISTÓRICA DO RS | FABRÍCIO MÜLLER.................................. 39
REDAÇÃO | LUANA SCHONARTH....................................................................................... 67

Direitos autorais reservados. Proibida a reprodução, ainda que parcial, sem prévia autorização do GG. 3
Direito Administrativo
Profª Tatiana Marcello

DIREITO ADMINISTRATIVO

1. ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

• A Administração Pública compreende:

ÓRGÃO: ENTIDADE:
NÃO tem personalidade jurídica! TEM personalidade jurídica!

• Não confundir a desconcentração com a descentralização administrativa:

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DIREITO ADMINISTRATIVO | TATIANA MARCELLO

2. AGENTES PÚBLICOS NA CONSTITUIÇÃO

As funções de confiança (FC), exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo,
e os cargos em comissão (CC), a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições
e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e as-
sessoramento.

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável 1 vez, por igual período.
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções; po-
rém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários,
observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):
a) a de 2 cargos de professor;
b) a de 1 cargo de professor com 1 técnico ou científico;
c) a de 2 cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

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DIREITO ADMINISTRATIVO | TATIANA MARCELLO

3. ATOS ADMINISTRATIVOS

ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE ATOS


A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode
revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Vamos memorizar?

Passa Bebê, Passa Neném


“Euuuuu tô com saudade
De te ensinar com um forrozão
Se for ilegal é anulação
Inoportuno ou inconveniente é revogação (2X)”.

4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 37, § 4º – Os atos de improbidade administrativa importarão: MACETE: PARIS


Perda da função pública
Ação penal cabível (obs.: caso a conduta seja tipificada como crime)
Ressarcimento ao erário
Indisponibilidade dos bens (medida cautelar – não é sanção)
Suspensão dos direitos políticos
§ 1º Consideram-se atos de improbidade administrativa as condutas dolosas tipificadas nos arts.
9º, 10 e 11 desta Lei, ressalvados tipos previstos em leis especiais.      
Dolo Específico: § 2º Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito
tipificado nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei, não bastando a voluntariedade do agente.

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DIREITO ADMINISTRATIVO | TATIANA MARCELLO

Obs.: NEPOTISMO agora é considerado ato de improbidade administrativa que atenta contra os
princípios da Administração – nomear cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral
ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma
pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo
em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e
indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com-
preendido o ajuste mediante designações recíprocas.
Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos, conta-
dos a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a
permanência.      

MALVADÃO DA IMPROBIDADE
Só conduta dolosa terá sanção,
Nepotismo é violação,
É de 8 anos a prescrição
UOOOOOOOO

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Português
Prof. Carlos Zambeli

PORTUGUÊS

Questões selecionadas pelo professor @carloszambeli

01. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Procurador)


Considerando o fragmento do texto “Detesto pensar no que isso pode significar para minha empre-
gabilidade”, o sujeito da oração organizada em torno do verbo “Detesto” é classificado como:
a) Oculto.
b) Simples.
c) Composto.
d) Indeterminado.
e) Inexistente.

02. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Procurador)


Considerando o fragmento retirado do texto “Eles ficaram horrorizados”, analise as assertivas a
seguir:
I. O sujeito tem apenas um núcleo. Logo, é classificado como simples.
II. O termo “horrorizados” é classificado como predicativo do sujeito.
III. O predicado é classificado como verbal, pois tem um complemento verbal.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II.
e) Apenas II e III.

03. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Procurador)


Considerando o fragmento adaptado do texto “Isso é um grande diferencial”, assinale a alternativa
que apresenta, correta e respectivamente, a classificação das palavras sublinhadas.
a) Conjunção – verbo – adjetivo.
b) Pronome – conjunção – preposição.
c) Substantivo – preposição – advérbio.
d) Pronome – verbo – adjetivo.
e) Conjunção – preposição – advérbio.

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PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI

04. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Agente Fiscal)


No seguinte trecho adaptado do texto “Você está trabalhando normalmente e lembra que precisa
acessar o celular para fazer alguma tarefa rápida”, caso a palavra sublinhada fosse substituída por
sua forma plural, quantas outras alterações seriam necessárias para garantir a correta concordância
verbo-nominal?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

05. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Agente Fiscal)


L26. Excluir as redes sociais não é uma alternativa para a maioria das pessoas, então, minimizar os
dados...
Assinale a alternativa que NÃO poderia substituir o termo “então” (l. 26), por alterar o significado
do trecho em que ocorre.
a) No entanto.
b) Por consequência.
c) Portanto.
d) Por conseguinte.
e) Logo.

06. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Agente Fiscal)


Considerando o fragmento adaptado do texto “Eles fornecem designs viciantes”, analise as asserti-
vas a seguir:
I. O verbo “fornecem” é classificado como verbo transitivo indireto.
II. O fragmento apresenta complemento verbal.
III. Há adjunto adverbial no fragmento.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e II
e) Apenas II e III.

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PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI

07. (FUNDATEC – 2024 – CREMERS – Agente Fiscal)


Considerando o fragmento adaptado do texto “Certifique-se de que isso não está desviando demais
a sua atenção”, assinale a alternativa que apresenta a única classe gramatical que NÃO há no trecho.
a) Verbo.
b) Pronome.
c) Advérbio.
d) Interjeição.
e) Substantivo.

08. (FUNDATEC – 2024 – Prefeitura de Foz do Iguaçu – PR)


Qual das alternativas abaixo apresenta uma frase na voz passiva?
a) O cão encontrou o osso no jardim.
b) Mariana preparou um bolo delicioso.
c) Uma obra de arte lindíssima foi criada pelo pintor.
d) Os estudantes leram o livro durante a aula de Literatura.
e) O biólogo descobriu uma nova espécie de borboleta.

09. (FUNDATEC – 2024 – Prefeitura de Foz do Iguaçu – PR – Guarda Municipal de 3ª Classe)


Na frase “as rodoviárias de transporte interestadual do Rio de Janeiro são obrigadas a instalarem
detectores de metais em terminais de embarque e desembarque”, se a palavra sublinhada fosse
flexionada na sua forma singular, quantas outras alterações seriam necessárias para manter a devi-
da concordância?
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 4.
e) 5.

10. (FUNDATEC – 2024 – Prefeitura de Foz do Iguaçu – PR – Guarda Municipal de 3ª Classe)


L 22 – ____ legislação, no entanto, não saiu do papel.
L. 11 – A norma dá, ainda, um prazo de 120 dias para a adaptação das rodoviárias.
L. 22 – Em resposta___ mídia, sobre a não disponibilização dos portais, a porta-voz afirmou...
Em relação à regência verbal e ao acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche,
correta e respectivamente, as lacunas tracejadas das linhas 02, 11 e 22.
a) À–A–a
b) A–À–à
c) À–À–à
d) A–À–a
e) A–A–à

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PORTUGUÊS | CARLOS ZAMBELI

11. (FUNDATEC – 2024 – Prefeitura de Salto do Jacuí – RS – Procurador Jurídico Municipal)


Considerando as ocorrências das vírgulas em “É uma boa ideia: um número cada vez maior de evi-
dências sugere que o tempo passado em smartphones está interferindo em nosso sono, autoesti-
ma, relacionamentos, memória, atenção, criatividade, produtividade e habilidade para resolução
de problemas e tomada de decisões”, assinale a alternativa correta.
a) As vírgulas foram empregadas para separar elementos de mesma função sintática.
b) As vírgulas indicam uma retificação ou uma explicação.
c) O emprego das vírgulas se dá em razão da separação das orações subordinadas.
d) O uso das vírgulas se deve à necessidade de separar sujeito de predicado.
e) As vírgulas foram utilizadas para indicar a omissão de termos no enunciado.

GABARITO
01. A 02. D 03. D 04. C 05. A 06. B 07. D 08. C 09. D 10. E 11. A

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Legislação Aplicada
Prof. Guilherme Koenig

LEGISLAÇÃO APLICADA

FORMAS DE PROVIMENTO DOS CARGOS PÚBLICOS: VACINA


• reVersão
• eAdaptação
• reCondução
• reIntegração
• Nomeação
• Aproveitamento

OBSERVAÇÕES:
1. Não se reverte servidor com mais de 70 anos!
2. Na readaptação o servidor passa por estágio experimental de no mínimo 90 dias
3. Lembre das 3 hipóteses de recondução. Nas duas que servidor retorna para o cargo anterior,
ele deve ser ESTÁVEL no cargo antigo.
4. Na reintegração o servidor é indenizado do tempo que estava demitido de forma inválida.
5. A nomeação é a única forma de provimento originária, inclusive quando servidor é nomeado
em cidade distinta de onde reside NÃO ganha ajuda de custo!
6. O aproveitamento faz o servidor retornar da disponibilidade (a qual paga ao servidor durante a
inatividade remuneração proporcional ao tempo de serviço).

FORMAS DE VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS: FRRADE


• Falecimento
• Readaptação
• Recondução
• Aposentadoria
• Demissão
• Exoneração

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LEGISLAÇÃO APLICADA | GUILHERME KOENIG

OBSERVAÇÕES:
1. Readaptação e recondução são formas de provimento também.
2. Demissão necessita de prévio processo administrativo.
3. Exoneração não é uma sanção disciplinar.

DIREITOS E VANTAGENS:

Vencimento: retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do cargo, correspon-
dente ao padrão fixado em lei
Remuneração: vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.
→ DIVISÃO DAS INDENIZAÇÕES: Ajuda de custo / Diárias / Indenização Transporte

#Lembrar na prova:
Ajuda de custo é para mudança de domicílio, a requerimento da administração (não a pedido do
servidor), de caráter permanente. É limitada a 3 meses da REMUNERAÇÃO do servidor.
Diárias são para afastamento temporário da sede, superiores a 50 km da lotação do servidor, para
fazer curso, missão ou trabalho no interesse da administração. Serve para custear alimentação e
pousada, mas se não tiver pouso no local recebe 50% do valor (pré-determinado em lei).

REGIME DISCIPLINAR:
São penas disciplinares:
I – repreensão;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de disponibilidade;
V – cassação de aposentadoria;
VI – multa;
VII – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.
→ Na aplicação das penas serão consideradas a natureza e a gravidade da infração, os danos resul-
tantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes/atenuantes e os antecedentes fun-
cionais do servidor.

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Direito Constitucional
Prof. Daniel Sena

DIREITO CONSTITUCIONAL

DICA 1: PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Na parte dos Princípios Fundamentais, a FUNDATEC costuma misturar os fundamentos, com os


objetivos e os princípios que regem as relações internacionais. Então fica a dica para memorizarem
os artigos 1º, 3º e 4º da CF.

DICA 2: DIREITOS INDIVIDUAIS

Liberdade de Manifestação do Pensamento é um dos temas mais discutidos nos últimos tempos
e a banca poderá aproveitar para cobrar isso na sua prova!
Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Liberdade de Reunião é um tema muito cobrado em prova. Geralmente os requisitos para o exer-
cício desse direito são alvo das questões.
Art. 5º, XVI – todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, inde-
pendentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada
para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Inviolabilidade Domiciliar é sempre uma ótima pedida para prova de concurso.
Art. 5º, XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consenti-
mento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du-
rante o dia, por determinação judicial;
Inviolabilidade das Comunicações também é um dos dispositivos mais cobrados. Dependendo do
nível da prova, poderá ser cobrado o texto puro da Constituição ou até mesmo a jurisprudência
do STF.
Art. 5º, XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e
das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Extradição é sempre um ótimo tema.
Art. 5º, LI – nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entor-
pecentes e drogas afins, na forma da lei;
Art. 5º, LII – não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;

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DIREITO CONSTITUCIONAL | DANIEL SENA

Não poderíamos deixar de fora os remédios constitucionais, no caso, minha aposta vai para o
Mandado de Segurança Coletivo:
Art. 5º, LXX – o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funciona-
mento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Atenção para o mais novo direito individual: direito à proteção de dados pessoais.
Art. 5º, LXXIX – é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos dados pessoais, inclusive
nos meios digitais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 115, de 2022)

DICA 3: DIREITOS DE NACIONALIDADE

Fique ligado na novidade inserida pela emenda 131/23 com as novas regras de perda de nacionali-
dade.

DICA 4: ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA

Sobre Organização do Estado, minha aposta ficará com o artigo 27 da CF que trata de regras aplicá-
veis as Assembleia Legislativa dos Estados.
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da representação
do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos
quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de
mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
§ 2º O subsídio dos Deputados Estaduais será fixado por lei de iniciativa da Assembléia Legisla-
tiva, na razão de, no máximo, setenta e cinco por cento daquele estabelecido, em espécie, para
os Deputados Federais, observado o que dispõem os arts. 39, § 4º, 57, § 7º, 150, II, 153, III, e
153, § 2º, I.
§ 3º Compete às Assembléias Legislativas dispor sobre seu regimento interno, polícia e serviços
administrativos de sua secretaria, e prover os respectivos cargos.
§ 4º A lei disporá sobre a iniciativa popular no processo legislativo estadual.

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DICA 5: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Minha aposta sobre esse tema será para as regras de acumulação de cargos públicos:

• Professor + Professor (art. 37, XVI, a)


• Professor + Técnico ou Científico (art. 37, XVI, b; não se aplicam aos técnicos administrativos)
• Saúde + Saúde (art. 37, XVI, c; aplica-se aos militares da área da saúde – art. 142, §3º, VIII)
• Magistrado + Magistério (Art. 95, Parágrafo Único, I)
• Membro do Ministério Público + Magistério (Art. 128, §5º, II, d)
• Militares dos Estados, DF e Territórios + Professor, técnico, científico ou saúde (art.42 §3º).

DICA 6: PODER LEGISLATIVO

Aqui minha aposta será em duas regras de imunidade parlamentar:


Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opini-
ões, palavras e votos.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão submetidos a julgamento
perante o Supremo Tribunal Federal.

DICA 7: PODER JUDICIÁRIO

Sobre o Poder Judiciário deixarei duas apostas: as garantias dos membros previstas no artigo 95 e a
nova regra de permuta inserida no artigo 93 pela Emenda 130/23:

Art. 93, VIII-B – a permuta de magistrados de comarca de igual entrância, quando for o caso, e
dentro do mesmo segmento de justiça, inclusive entre os juízes de segundo grau, vinculados a dife-
rentes tribunais, na esfera da justiça estadual, federal ou do trabalho, atenderá, no que couber, ao
disposto nas alíneas "a", "b", "c" e "e" do inciso II do caput deste artigo e no art. 94 desta Constitui-
ção; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 130, de 2023)

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DIREITO CONSTITUCIONAL | DANIEL SENA

DICA 8: SEGURANÇA PÚBLICA

Memorize os órgãos descritos no artigo 144 da CF:


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida
para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos
seguintes órgãos:
I – polícia federal;
II – polícia rodoviária federal;
III – polícia ferroviária federal;
IV – polícias civis;
V – polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI – polícias penais federal, estaduais e distrital.

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Legislação Aplicada
Prof. Luan Sanchotene

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA/REGIMENTO INTERNO AL-RS

PLANO DE CARGOS, CARREIRAS E VENCIMENTOS – LEI Nº 14.688/2015

• Princípios:
I – valorização do conhecimento e desempenho;
II – incentivo à qualificação funcional contínua;
III – racionalização da estrutura de cargos, considerando:
a) a complexidade das atividades e as atribuições do cargo;
b) os graus de responsabilidade e de formação profissional;
c) a quantidade de cargos compatível com as atividades desenvolvidas no local de lotação.
• Conceitos do Plano de Cargos:
I – Grupo: mesmo nível de escolaridade;
II – Vencimento Básico: retribuição pecuniária;
III – Nível: posição na carreira vertical conforme a letra;
IV – Quadro de Pessoal: o número de cargos;
V – Vagas: número disponível de cargos;
VI – Progressão: a evolução do servidor público na carreira;
VII – APD: o instrumento utilizado para aferição das condições do servidor público no exercício
de suas atribuições.
• Progressão na carreira, objetivos:
I – aumentar a eficiência e a eficácia quanto ao resultado do trabalho;
II – oferecer perspectivas de melhorias salariais e da qualidade de vida;
III – incentivar a qualificação profissional.
Além de ficar 2 anos em cada nível, precisa somar 70% dos pontos dos seguintes quesitos:
• Participação em cursos oferecidos pela Escola ou autorizados pela ALRS;
• Avaliação Periódica de Desempenho;
• Participação em Grupo de Estudo, Sindicância, Força-Tarefa (se designado).

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LEGISLAÇÃO APLICADA | LUAN SANCHOTENE

*Ocorrem no mês de maio e toma por base o desempenho nos 2 últimos exercícios.
Punições durante o período avaliado:
• Suspensão = vedada a progressão;
• Advertência = perde 15% da nota final;
• Repreensão = perde 20% da nota final.
Adicional de Qualificação:
II – 16,5% – título de Doutor;
II – 13% – título de Mestre;
III – 11,5% – certificado de Especialização;
IV – 9% – título de graduação em curso de nível superior.
Não são cumulativos
Não pode ser o já utilizado como requisito para ingresso
Pós-graduação lato sensu de no mínimo 360 horas
Instituições de ensino reconhecidas pelo MEC

REGULAMENTO GERAL – RESOLUÇÃO Nº 3.137/2015

Níveis hierárquicos:
I – órgãos superiores, subordinados diretamente à Mesa (órgão diretivo): Presidência, 1ª Se-
cretaria, Procuradoria e Ouvidoria;
II – órgãos de direção executiva, subordinados diretamente à:
a) Presidência: Gabinete da Presidência e Superintendência-Geral;
b) Superintendência-Geral: Superintendências;
III – órgão de assessoramento, subordinado diretamente à SG: GAE;
IV – órgãos de execução, subordinados diretamente às Superintendências: Departamentos;
V – órgãos de apoio, subordinados diretamente aos Departamentos: Divisões
Superintendência-Geral:
I – exercer a direção geral da Casa;
II – implementar, de acordo com a orientação da Presidência, a política administrativa na As-
sembleia Legislativa;
III – orientar as atividades das Superintendências;
IV – normatizar os procedimentos administrativos e padronizar os fluxos de trabalho;
V – coordenar as ações da Polícia Legislativa.

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LEGISLAÇÃO APLICADA | LUAN SANCHOTENE

REGIMENTO INTERNO – RESOLUÇÃO Nº 2.288/1991

• Sessão preparatória: ocorre na 1ª e 3ª sessões legislativas, em 30 de janeiro às 14h.


• Sessão solene de posse dos Deputados/eleição da Mesa (7 membros): 31 de janeiro.
• Legislatura = 4 anos.
• Sessão Legislativa Ordinária = 1º/fev a 16/jul e 1º/ago a 22/dez.
• Sessão Legislativa Extraordinária pode ser convocada:
• Pelo governador;
• Pelo Presidente da ALRS para deliberar sobre prisão de Deputados em flagrante de crime
inafiançável; estado de defesa, estado de sítio, intervenção federal, compromisso e posse
do Governador e vice;
• Pela maioria dos membros da ALRS.
• Lideranças (colégio de líderes, 2/3 deliberam e ponderados os votos):
• Federações funcionarão como se fossem uma única bancada partidária.
• Líder da Bancada/Líder Partidário (indicado pela executiva regional):
• I – usar da palavra a qualquer momento da sessão em comunicação urgente, excetu-
ando-se o período da Ordem do Dia quando as comunicações versarão apenas sobre a
matéria em debate e votação; (LP)
• II – discutir proposições e encaminhar-lhes a votação pelo prazo regimental, ainda que
não inscrito; (LP)
• III – emendar proposições na Ordem do Dia, em fase de discussão; (LP)
• IV – indicar os Deputados de sua representação para integrar Comissões.
• Comissão Representativa:
• A Comissão Representativa, composta de 11 membros efetivos e 10 suplentes, funcionará
durante o recesso parlamentar.
• Será eleita na última sessão ordinária do período legislativo anual.
• As sessões da Comissão Representativa serão realizadas mediante convocação do Presi-
dente ou a requerimento de 1/3 (um terço) de seus membros, com a presença de, no míni-
mo, 06 (seis) Deputados, com a maioria dos quais poderá a Comissão deliberar.
• Comissões Técnicas Permanentes (12 membros):
• I – Comissão de Constituição e Justiça;
• II – Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle;
• III – Comissão de Segurança, Serviços Públicos e Modernização do Estado;
• IV – Comissão de Cidadania e Direitos Humanos;
• V – Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo;
• VI – Comissão de Assuntos Municipais;
• VII – Comissão de Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia;

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LEGISLAÇÃO APLICADA | LUAN SANCHOTENE

• VIII – Comissão de Saúde e Meio Ambiente;


• IX – Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.
• Comissões Mistas Permanentes: (12 membros)
• I – Comissão Mista Permanente do Mercosul e Assuntos Internacionais;
• II – Comissão Mista Permanente de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e Participação
Legislativa Popular.
• Comissões Temporárias:
• I – Comissões Especiais (12 membros) (matéria relevante);
• II – Comissões Parlamentares de Inquérito (12 membros) (apurar fato determinado em
área sujeita a seu controle e fiscalização);
• III – Comissões de Representação Externa (5 membros) (assuntos relevantes, de comoção
interna ou de calamidade pública).

Prazos e deliberações nas Comissões:


• CTPs:
• Mandato = 2 sessões legislativas
• Instalação = em 10 dias
• Reunião extraordinária = Requerimento do Presidente ou de 1/3.
• Abertura de reuniões = mínimo 1/4 dos integrantes.
• Duração = 2 h + 2 h, com 15min de tolerância no início (requerimento de prorrogação até 5min
antes do final).
• Proposição sujeita a emendas = 7 dias.
• Emissão de relatório de proposição distribuída = 15 dias + 15 dias + diligência.
• Publicação de matérias a serem distribuídas e Ordem do Dia = 48h.
• Disponibilização de relatório = 24h antes da reunião.
• Quórum para deliberar = maioria dos membros (7).
• Quórum para aprovar matéria = maioria absoluta (7) (exceto convite).
• Pedido de vista = 3 dias (com urgência ou tramitação especial é 2h).
• Recurso em projetos conclusivos = em 5 dias por 1/10 da AL.
• Aprovação de subcomissão = maioria dos membros das comissões (7).
• Composição de subcomissão = mínimo 1/6 membros comissão (s).
• Máximo de subcomissões por comissão em cada sessão = 2.
• Subcomissões = 120 dias (improrrogável)
• Especiais = 120 dias (improrrogável)

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LEGISLAÇÃO APLICADA | LUAN SANCHOTENE

• CPIs = 120 dias + 60 para conclusão dos trabalhos (plenário delibera)


• Representação externa = 30 dias (ininterrupto e improrrogável)

Sessões plenárias:
• Preparatórias: antes da instalação da 1ª e da 3ª sessão legislativa de cada legislatura.
• Ordinárias: terças, quartas e quintas-feiras às 14h (Mesa pode alterar horário), com duração de
4h.
• Extraordinárias: dias diversos das ordinárias.
• Solenes: comemorações, homenagens, posse Governador e Vice, posse dos Deputados e insta-
lação da Legislatura.
• Especiais: para ouvir autoridades públicas, Governador e Secretário.

Proposições legislativas:
• I – PEC: 1/3 dos Dep., Governador, 1/5 das Câmaras e iniciativa popular (aprovação em 2 tur-
nos, por 3/5 dos Deputados);
• II – PLC (MA) e PL: Deputado, Comissão, Mesa, Governador, TJRS, MPRS, TCERS, DPERS e cida-
dãos;
• IV – projeto de decreto legislativo: qualquer Deputado ou Comissão;
• V – projeto de resolução: qualquer Deputado ou Comissão;
• VI – emenda; Mesa, Líder, Deputado ou Comissão;
• VII – recurso: observar o regimento;
• VIII – requerimento; ler 194, dos requerimentos escritos;
• IX – mensagem retificativa: Governador do Estado, o Presidente do Tribunal de Justiça, o Pro-
curador-Geral de Justiça, o Presidente do Tribunal de Contas do Estado, o Defensor Público-
-Geral e os Presidentes das Câmaras Municipais.

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Raciocínio Lógico-
Matemático
Prof. Marcos Luciano

RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO

PORCENTAGEM

TAXA PERCENTUAL: Antes de entender como funciona o cálculo de porcentagens, iremos conhecer
como representar uma taxa percentual.
Uma taxa percentual �%, pode ser representada das seguintes formas:

Exemplos:

Forma (taxa) percentual: Forma centesimal: Forma decimal (unitária):


7% 7/100 0,07
15% 15/100 0,15
31% 31/100 0,31
26,4% 26,4/100 0,264

Observação: vale ressaltar que a taxa percentual é uma forma representativa, pois os cálculos são
feitos com o uso das formas centesimal ou decimal.
A IDEIA DO CÁLCULO PERCENTUAL: Ao aplicarmos (multiplicarmos) uma taxa percentual �%, sobre
um valor de referência A, dizemos que o valor B encontrado é uma porcentagem de A. Daí:

Assim:
• A: é chamado de valor de referência, os 100%, um inteiro. É o valor sobre o qual incide a taxa
percentual.
• B: é um valor que representa uma porcentagem de A.
• �%: é a taxa percentual.
As questões de porcentagem podem ser resolvidas através de cálculos diretos da aplicação da taxa
percentual sobre o valor de referência indicado ou também por regra de três.
Observação: as expressões – DE, DO(S), DA(S), DESSE(S), SOBRE – indicam multiplicação. As ex-
pressões citadas aparecem muito nas questões de porcentagem.

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AUMENTOS (ACRÉSCIMOS) E REDUÇÕES (DESCONTOS) PERCENTUAIS

Em muitas situações acontecem aumentos (acréscimos) ou reduções (descontos) percentuais. Des-


sa forma, a partir de um valor inicial Vi, temos as seguintes situações:
a) Aumento de 𝑖%: O valor final (após o aumento) é calculado pelo produto de Vi pelo fator: (100%
+ 𝑖%) = (1 + 𝑖). Exemplificando:

Valor inicial = Vi Aumento de: Fator de aumento: Valor final:


20 10% = 0,10 1 + 0,10 = 1,10 20∙(1,10) = 22
79 22% = 0,22 1 + 0,22 = 1,22 79∙(1,22) = 96,38
134 37% = 0,37 1 + 0,37 = 1,37 134∙(1,37) = 183,58

Dessa forma:
• Valor inicial = Vi;
• Aumento de i%;
Valor final (após o aumento):
V . final = V . Inicial ∙ Fator de aumento ⇒ Vf = Vi ∙ (1 + i)

b) Redução de 𝑖%: O valor final (após a redução) é calculado pelo produto de Vi pelo fator: (100%
– 𝑖%) = (1 – 𝑖). Exemplificando:

Valor inicial = Vi Redução de: Fator de redução: Valor final:


20 10% = 0,10 1 – 0,10 = 0,90 20∙(0,90) = 18
79 22% = 0,22 1 – 0,22 = 0,78 79∙(0,78) = 61,62
134 37% = 0,37 1 – 0,37 = 0,63 134∙(0,63) = 84,42

Dessa forma:
• Valor inicial = Vi;
• Desconto de i%;
Valor final (após o desconto):
V . final = V . Inicial ∙ Fator de redução ⇒ Vf = Vi ∙ (1- i)

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Importante! No caso de aumentos e/ou descontos sucessivos, utilizamos a seguinte ideia:


Vf = Vi ∙ Fatores = Vi ∙ (1 ± i1) ∙ (1 ± i2) ∙ … ∙∙(1 ± in)

Valor inicial = Vi Aumento de: Aumento de: Valor final:


20 10% = 0,10 30% = 0,30 20∙(1,1)·(1,3) = 28,6
Valor inicial = Vi Redução de: Redução de: Valor final:
70 20% = 0,20 25% = 0,25 70∙(0,80)·(0,75) = 42
Valor inicial = Vi Aumento de: Redução de: Valor final:
120 25% = 0,25 30% = 0,30 120∙(1,25)·(0,7) = 105

DIVISÃO PROPORCIONAL

DIVISÃO DIRETAMENTE PROPORCIONAL


Envolve grandezas diretamente proporcionais. Dividir o total N em três partes x, y e z (N = x + y + z),
DIRETAMENTE PROPORCIONAIS aos números a, b e c, respectivamente, significa dizer que o quo-
ciente entre as razões, na ordem é CONSTANTE. Ou seja,

Processo prático:
1º passo: Somar os valores representativos proporcionais.
2º passo: Dividir a quantia total, pelo resultado anterior (constante de proporcionalidade).
3º passo: Multiplicar cada valor proporcional, pela constante de proporcionalidade.

DIVISÃO INVERSAMENTE PROPORCIONAL


Envolve grandezas inversamente proporcionais. Dividir o total N em três partes x, y e z (N = x + y
+ z), INVERSAMENTE PROPORCIONAIS aos números a, b e c, respectivamente, significa dizer que o
produto entre os valores, na ordem é CONSTANTE. Ou seja,
x∙a=y∙b=z∙c=k
A relação acima pode ser escrita através de um quociente entre os valores: x, y e z e o inverso dos
valores de a, b e c. Ou seja,

Processo prático: Iremos utilizar os mesmos passos do processo da divisão diretamente proporcio-
nal, mas antes deveremos inverter os valores proporcionais.

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DIVISÃO COMPOSTA DE FORMA PROPORCIONAL


Envolve duas grandezas podendo ser as duas diretas ou as duas inversas ou uma direta e outra
inversa (MISTA). Nesse caso, o processo prático é bem interessante.
Processo prático: Iremos utilizar os mesmos passos do processo da divisão diretamente proporcio-
nal, mas antes, no caso da divisão com uma grandeza direta e outra grandeza inversa, deveremos
multiplicar os valores proporcionais, sendo que os valores diretos são multiplicados pelo inverso
dos valores inversamente proporcionais, ou seja,

A partir daí, aplicamos os passos da divisão diretamente proporcionais.


Na tabela abaixo, apresentamos as possibilidades para as divisões compostas:

GRANDEZA 1 GRANDEZA 2 PASSO INICIAL


direta: D direta: D D·D
direta: D inversa: I D . 1/1
inversa: I inversa: I 1/1 . 1/1

REGRA DE TRÊS

É o tipo de problema que envolve grandezas (velocidade, distância, tempo, nº de operários, quanti-
dade de cópias, dificuldade, produção, etc.). Uma regra de três pode ser classificada pela quantida-
de de grandezas envolvidas. Assim:
• SIMPLES – Envolve apenas duas grandezas
• COMPOSTA – Envolve mais de duas grandezas
Importante ressaltar que as grandezas que formam uma regra de três são dos seguintes tipos:
• Grandezas diretamente proporcionais (GDP) – Ao variarmos uma delas, a outra varia nas mes-
mas proporções, ou seja, se uma aumenta, a outra aumenta. Se uma diminui a outra diminui.
No assunto regra de três, indicaremos por setas no mesmo sentido.
• Grandezas inversamente proporcionais (GIP) – Ao variarmos uma delas, a outra varia em pro-
porção contrária. Indicaremos por setas em sentidos contrários.

REGRA DE TRÊS SIMPLES


É o tipo de problema que envolve duas grandezas. Por ser um assunto prático vamos à resolução de
alguns problemas.

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REGRA DE TRÊS COMPOSTA


São várias regras de três simples, resolvidas duas a duas, comparadas sempre com a grandeza que
se deseja determinar. Dessa forma observamos quais são direta ou inversamente proporcionais em
relação à grandeza pedida. Depois desse passo podemos formar a linha de cálculo da regra de três
obedecendo ao seguinte princípio: a razão da grandeza pedida é igual ao produto das razões das
outras grandezas observando aquelas que são direta ou inversamente proporcionais.

SEQUÊNCIAS OU SUCESSÕES

Sequência ou Sucessão todo conjunto ordenado formado por elementos que podem ser núme-
ros, letras, palavras, figuras entre outros. Em uma sequência os elementos são representados entre
parênteses, sendo que a sequência é indicada por uma letra maiúscula, os elementos por letras
minúsculas e acompanhados por um índice que indica a posição de cada elemento dentro da sequ-
ência. Ou seja,
A = (a1, a2, a3, ... , an – 1, an, ...)
Exemplos:
a) (2; 3; 5; 8; ...)
b) (a; c; b; d; f; e;...)
c) (dominicano; sêxtuplo; ternário; ...)
Vale a pena saber que, as sequências podem ser:
• Finitas ou Limitadas: possui um número finito de elementos;
• Infinitas ou Ilimitadas: possui um número infinito de elementos.

FORMAÇÃO (CONSTRUÇÃO) DE UMA SEQUÊNCIA


Uma sequência pode ser construída de várias formas. As sequências que importam para os con-
cursos públicos são aquelas que são construídas através de um critério (padrão) ou através de leis
(funções) matemáticas: fórmula do termo geral e lei de recorrência.

1. CONSTRUÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA ATRAVÉS DE LEIS MATEMÁTICAS


a) Fórmula do termo geral: é uma fórmula em cada elemento é calculado em função de sua posi-
ção dentro da sequência.
Exemplo: Na sequência an = 3n2 +4, com n ϵ N*, determine os 4 primeiros termos.
Resolução: o enunciado apresenta uma sequência cujo termo geral é o termo an = 3n2 +4, sendo n
um número natural diferente de zero. A questão pede que sejam calculados os 4 primeiros termos.
Por ser um termo geral, cada temos depende da sua posição para ser calculado. Assim,
• Quando n = 1, o primeiro termo: a1 = 3(1)2 + 4 = 3·1 + 4 ⇒ a1 = 7
• Quando n = 2, o primeiro termo: a2 = 3(2)2 + 4 = 3·4 + 4 ⇒ a2 = 16

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• Quando n = 3, o primeiro termo: a3 = 3(3)2 + 4 = 3·9 + 4 ⇒ a3 = 31


• Quando n = 4, o primeiro termo: a4 = 3(4)2 + 4 = 3·16 + 4 ⇒ a4 = 52
Assim, os 4 primeiros termos da sequência são: (an) = (7, 16, 31, 52).
b) Lei de Recorrência: são informados, normalmente os primeiros termos da sequência e uma lei
matemática para que se possa calcular um termo da sequência em função de termos anteces-
sores.
Exemplo: Na sequência, a1 = 3 e an + 1 = 2·an, com n ϵ N*. Calcule os 5 primeiros termos.
Resolução: a questão apresenta o 1º termo (a1 = 3) e também uma lei matemática em função dos
valores de n (an + 1 = 2·an). É informado que n é um número natural diferente de zero. A questão de-
seja os 4 primeiros termos. Assim:
• a1 = 3
• Quando n = 1 ⇒ a1 + 1 = 2·a1 ⇒ a2 = 2·a1 = 2·(3) ⇒ a2 = 6
Vou aproveitar para explicar: perceba que o cálculo do a2 dependeu do valor do a1, ou seja, para cal-
cular o 2º termo, foi preciso recorrer ao 1º termo. Essa é a ideia da lei de recorrência. Continuando
os cálculos:
• Quando n = 2 ⇒ a2 + 1 = 2·a2 ⇒ a3 = 2·a2 = 2·(6) ⇒ a3 = 12
• Quando n = 3 ⇒ a3 + 1 = 2·a3 ⇒ a4 = 2·a3 = 2·(12) ⇒ a4 = 24
• Quando n = 4 ⇒ a4 + 1 = 2·a4 ⇒ a5 = 2·a4 = 2·(24) ⇒ a5 = 48
Assim, os 5 primeiros termos da sequência são: (an) = (3, 6, 12, 24, 48).

PROGRESSÃO ARITMÉTICA – PA

DEFINIÇÃO:
Progressão aritmética é toda sequência em que cada termo, a partir do segundo é igual ao antece-
dente somado de uma constante chamada razão. Exemplos:
a) (3, 7, 11, 15, 19) é uma PA de razão r = 4;
b) (8, 3, – 2, – 7, ..... ) é uma PA de razão r = – 5;
c) (5, 5, 5, 5, ..... ) é uma PA de razão r = 0.

RAZÃO DE UMA PA:


a razão de uma PA pode ser determinada pela diferença entre um termo e o termo que o antecede.
Assim,
r = a2 – a1 = a3 – a2 = ⋯ = an – an-1 ,com n ≥ 2

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TERMO GERAL DE UMA PA


Conhecendo o primeiro termo a1 e a razão r de uma PA, pode-se obter a expressão do seu termo
geral. Isto é possível usando a definição de PA. Assim, temos a seguinte fórmula:
an = a1 + (n – 1) · r, com n ≥ 2

PROPRIEDADE DA MÉDIA ARITMÉTICA:


Em toda PA, cada termo, exceto o primeiro e o último termo (caso a PA seja finita), é igual à média
aritmética entre seu termo antecessor e o seu termo sucessor. Assim, se os números (a,b,c),
formam uma PA, podemos escrever que:

FÓRMULA DA SOMA NOS N PRIMEIROS TERMOS DE UMA PA:

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA – PG

DEFINIÇÃO:
Progressão geométrica é toda sequência em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao ante-
rior multiplicado por uma constante, chamada razão. Exemplos:
a) (1, 3, 9, 27, 81, ...), tem-se a1 = 1 e razão q = 3.
b) (– 32, – 16, – 8, – 4, – 2, – 1/2, ...), tem-se a1 = – 32 e razão q = 1/2;
c) (90, 30, 10, 10/3, 10/9, ...), tem-se a1 = 90 e razão q = 1/3;
d) (18, 3 ,1/2 ,1/12, ...), tem-se a1 = 18 e razão q = 1/6.
e) (2, – 6, 18, – 54, 162, ...), tem-se a1 = 2 e razão q = – 3.
f) (30, 30, 30, 30, 30, ...), tem-se a1 = 30 e razão q = 1.

RAZÃO DE UMA PG:


Notemos que a razão de uma PG pode ser determinada pelo quociente entre um termo e o termo
que o antecede. Assim,

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TERMO GERAL DE UMA PG:


Conhecendo o primeiro termo a1 e a razão q de uma PG, podemos obter qualquer outro termo an
da sequência. Para chegar à expressão do termo geral, usamos a definição de PG. Assim, temos a
seguinte fórmula:
an = a1·qn-1, com n ≥ 2

PROPRIEDADE DA MÉDIA GEOMÉTRICA:


Em toda PG, o quadrado de cada termo, exceto o primeiro e o último termo (caso a PG seja finita), é
igual ao produto entre seu termo antecessor e o seu termo sucessor. Assim, se os números (a,b,c),
formam uma PG, podemos escrever que:

SOMAS DE UMA PG
Em relação à Progressão Geométrica temos dois tipos de soma, que são as seguintes:

a) Soma finita dos termos de uma PG (Sn)


Em toda PG (a1, a2, a3,...an-1, an), de razão q ≠ 1, a soma Sn dos n primeiros termos é dada por:

b) Soma infinita dos termos de uma PG (S∞)


Em toda PG (a1, a2, a3,...an-1,an,…), infinita e de razão – 1 < q < 1 (|q| < 1), a soma S∞, soma infinita
dos termos da PG é dada por:

ANÁLISE COMBINATÓRIA – PROBLEMAS DE CONTAGEM

A Análise Combinatória é a parte da Matemática que através dos Métodos (Processos) de Conta-
gem visa determina de quantas formas um determinado evento pode ocorrer. Ou seja, visa desen-
volver métodos de raciocínio que nos permitam estabelecer fórmulas para calcular o número de
determinados agrupamentos, formados com os elementos de um dado conjunto exemplo do lança-
mento de dados, jogos de carta, loterias, etc.

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Os principais Métodos de Contagem que são:


• Princípio Fundamental de Contagem (PFC);
• Arranjos Simples;
• Permutações (Simples, com Elementos Repetidos e Circulares);
• Combinações Simples.

Importante!
1. PFC- Princípio Fundamental de Contagem:
• Regra do E – multiplicação
• Regra do OU – soma
2. Arranjos Simples: problemas em que a ordem importa.
3. Permutações: problemas em que a ordem importa e todos participam
Simples, Com elementos repetidos, Circulares
4. Combinações Simples: problemas em que a ordem não importa.

Fórmulas:
Arranjos Simples:

Permutações Simples:

Permutações com Repetição:

Permutações Circulares:

Combinações Simples:

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PROBABILIDADE

PROBABILIDADE DE UM EVENTO
Define-se probabilidade de ocorrência de um evento A de um espaço amostral S da seguinte forma:

Observações:
a) Probabilidade do Evento Certo: p(Certo) = p(S) = 1 = 100%.
b) Probabilidade do Evento Impossível: p(Impossível) = p(ø) = 0.
c) A probabilidade de um evento está sempre compreendida no intervalo de zero a um:

REGRAS DA ADIÇÃO OU REGRA DO “OU”


a) Se os eventos forem mutuamente exclusivos (A ∩ B = ø):
b) Se os eventos forem não mutuamente exclusivos (A ∩ B ≠ ø):

PROBABILIDADE DO EVENTO COMPLEMENTAR


Seja S um espaço amostral e A e AC eventos desse espaço amostral, sendo que AC ou Ā o evento
complementar de A em relação a S. Dessa forma, se as condições: A ∪ Ā = S e A ∩ Ā = ø, então é
verdade que:
p(A) + p(Ac) = 1
Observação: Uma noção importante a ser associada ao Evento Complementar é a de Negação. Ou
seja, o evento complementar de passar no concurso é o evento não passar (perder) no concurso; o
evento complementar de vencer é o evento não vencer (perder ou empatar ou somente perder; a
depender do esporte).

REGRAS DE MULTIPLICAÇÃO DE PROBABILIDADE OU REGRA DO “E”


A regra do E utilizada em Probabilidade é a mesma utilizada em Análise Combinatória. Em Probabi-
lidade vamos utilizar a regra de E em duas situações bem definidas:
• 1º SITUAÇÃO: Quando o evento pedido puder ser dividido em etapas sucessivas e independentes
de tal forma que cada etapa possua sua própria probabilidade de forma individual. Daí para
multiplicam-se as probabilidades individuais (de cada etapa) para que seja determinada a
probabilidade desejada.

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• 2º SITUAÇÃO: Quando envolver EVENTOS INDEPENDENTES, que possui a seguinte definição:


dois eventos, A e B, são INDEPENDENTES quando a ocorrência de um deles não afeta a
probabilidade de ocorrência do outro. Sendo p(A) a probabilidade do evento A e p(B) a
probabilidade de B tem-se que a probabilidade da ocorrência de A e B é dado por:
p(A∩B) = p(A) · p(B)

PROBABILIDADE CONDICIONAL:
A Probabilidade Condicional de um evento B é a probabilidade de tal evento ocorrer, sabendo-se,
tendo que um evento A, já ocorreu, aconteceu. É calculada através da fórmula:

Onde: p(B/A) é a probabilidade de B ocorrer, SABENDO-SE que o evento A já ocorreu. É importante


ressaltar que a probabilidade condicional possui a característica de que dois eventos estão presen-
tes. Um primeiro evento que já ocorreu e um segundo evento que se deseja determinar sua pro-
babilidade informando-se que o primeiro evento já ocorreu, já aconteceu.

LÓGICA PROPOSICIONAL

PROPOSIÇÃO:
É toda sentença (conjunto de palavras e símbolos) declarativa (afirmativa), que exprime um
pensamento de sentido completo, e que pode assumir um valor lógico, ou seja, pode ser classificada
como verda¬deira (V) ou falsa (F), mas não ambos.
Reconhecendo uma proposição:
• Sentença declarativa (afirmativa positiva ou negativa);
• Sentido completo (verbo);
• Pode assumir uma valoração (valor lógico): verdadeira ou falsa, mas não ambos.

REGRA DOS CONECTIVOS:


Temos as seguintes regras para os conectivos:
• Conjunção: p ˄ q é V, quando p e q são V, nos demais casos p ˄ q é F.
• Disjunção: p ˅ q é F, quando p e q são F, nos demais casos p ˅ q é V.
• Disjunção Exclusiva: p ⊻ q é F, quando p e q possuem o mesmo valor lógico, nos demais casos p
⊻ q é V.
• Condicional: p → q é F, quando p é V e q é F, nos demais casos p → q é V.
• Bicondicional: p ↔ q é V, quando p e q possuem o mesmo valor lógico, nos demais casos, em
que p e q possuem valores lógicos diferentes, p ↔ q é F.

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A seguir a tabela verdade de cada conectivo:

p q p˄q p˅q p⊻q p→q p↔q


V V V V F V V
V F F V V F F
F V F V V V F
F F F F F V V

CLASSIFICAÇÃO DE UMA PROPOSIÇÃO COMPOSTA:


• Tautologia: proposição em que sua tabela verdade admite somente o valor V.
• Contradição: proposição em que sua tabela verdade admite somente o valor F.
• Contingência: proposição que admite tanto o valor V, como o valor F, em sua tabela verdade.

EQUIVALÊNCIAS DO CONDICIONAL:
São duas regras importantes.
• p → q ⇔ ~q → ~p: inverte a causa com o efeito nega ambos – 1ª regra
• p → q ⇔ ~p ∨ q: nega a causa, mantém efeito e troca o se ..., então ... pelo ou – 2ª regra
Exemplo:
a) Se sou casado, então sou feliz. Separando – causa: sou casado e efeito: sou feliz – podemos
escrever as regras:
• 1º regra: inverte → nega: Se não sou feliz, então não sou casado.
• 2º regra: nega ou mantém: Não sou casado ou sou feliz.

b) Se não passo, então não estudo. Separando – causa: não passo e efeito: não estudo – podemos
escrever as regras:
• 1º regra: inverte → nega: Se estudo, então passo
• 2º regra: nega ou mantém: Passo ou não estudo.

NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES COMPOSTAS:


Temos as seguintes regras em relação às proposições compostas:
• Negação da Conjunção: ∼(p ∧ q) ⇔ ∼p ∨ ∼q
• Negação da Disjunção: ∼(p ∨ q) ⇔ ∼p ∧ ∼q
• Negação do Condicional: ∼(p → q) ⇔ p ∧ ∼q
• Negação do Bicondicional: ∼(p ⟷ q) ⇔ ∼p ⟷ q ; (p ⟷ q) ⇔ p ⟷ ∼q ; ∼(p ⟷ q) ⇔ p ⊻
q ; ∼(p ⟷ q) ⇔ ∿p ⊻ ∿q
• Negação da Disjunção Exclusiva: ∼(p ⊻ q) ⇔ p ⟷ q ; ∼(p ⊻ q) ⇔ ∿p ⊻ q ; ∼(p ⊻ q) ⇔ p ⊻ ∿q

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NEGAÇÃO DOS QUANTIFICADORES:


Observe a tabela a seguir com as negações das proposições que envolvem os quantificadores:
TODO, ALGUM (EXISTE) e NENHUM.

PROPOSIÇÃO
EXEMPLO INICIAL NEGAÇÃO EXEMPLO DA NEGAÇÃO
CATEGÓRICA
Algum A não é B, ou Algum homem não é educado; ou
Todo homem é
Todo A é B Pelo menos um Pelo menos um homem
educado
A não é B não é educado
Algum homem é educado; ou
Nenhum homem é Algum A é B ou
Nenhum A é B Pelo menos um homem
educado Pelo menos um A é B
é educado
Algum homem é
Algum A é B Nenhum A é B Nenhum homem é educado
educado
Algum homem não é
Algum A não é B Todo A é B Todo homem é educado
educado

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Realidade
Sócio-Política-Histórica
Prof. Fabrício Müller

REALIDADE SÓCIO-POLÍTICA HISTÓRIA DO RS

O espaço natural: estrutura geológica e características do relevo; ecossistemas florestais e não-flo-


restais; o clima; a rede hidrográfica; aproveitamento dos recursos naturais e impactos ambientais.
A organização do espaço: aspectos históricos do processo de ocupação; dinâmica dos fluxos migra-
tórios: aspectos étnicos e culturais.
Aspectos geopolíticos e planos de desenvolvimento regional.
Aspectos socioeconômicos: extrativismo florestal e mineral; estrutura fundiária e conflitos pela ter-
ra; fontes de energia: potencial hidrelétrico, hidrelétricas e meio ambiente; transportes: a malha
viária.
O processo de urbanização e rede urbana. Cultura: música, literatura, artes e arquitetura.
A questão ecológica: desmatamento, poluição das vias hídricas e alterações climáticas.
As regiões geográficas do RS e suas características.

O ESPAÇO NATURAL: ESTRUTURA GEOLÓGICA E CARACTERÍSTICAS


DO RELEVO; ECOSSISTEMAS FLORESTAIS E NÃO-FLORESTAIS; O CLIMA;
A REDE HIDROGRÁFICA; APROVEITAMENTO DOS RECURSOS NATURAIS
E IMPACTOS AMBIENTAIS

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SISTEMA AQUÍFERO SERRA GERAL NO RS.

AQUÍFERO GUARANI
O Aquífero Guarani, constituído pelas formações Botucatu e Pirambóia, é o maior manancial de
água doce subterrânea transfronteiriço do mundo. Está localizado na região centro-leste da Amé-
rica do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área
de 1,2 milhões de Km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l Km²), Paraguai (58.500 Km²), Uruguai
(58.500 Km²) e Argentina (255.000 Km²).
Sua maior ocorrência se dá em território brasileiro (2/3 da área total), abrangendo os Estados de
Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O Aqüífero Guarani pode alcançar espessura de até 450 metros nas áreas centrais da Bacia, espes-
sura bastante variada tanto pelo fato de seu contato superior não ter uma superfície regular, quan-
to por apresentar freqüentemente contatos com os basaltos da formação Serra Geral. A recarga
do aqüífero está limitada áreas de e através da drenagem de zonas de fissuras dos basaltos locais
situados no interior da bacia. A água infiltrada para o aqüífero apresenta um fluxo geral para Oeste
e para os basaltos localizados na área imediatamente superior. Entretanto, a maior parte do escoa-
mento subterrâneo é drenada para os rios como escoamento básico, ainda na área de recarga.

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A maior parte da água existente hoje nas porções confinadas do Aqüífero Guarani é oriunda da
infiltração da água meteórica ocorrida há centenas ou milhares de anos nas áreas de afloramento.
Devido ao longo tempo de contato da água com as rochas e também por contribuições de pequena
recarga advinda das camadas superiores de basalto, espera-se maior teor de minérios das águas à
medida que se distancia das áreas de recarga. Esse fato só não é mais intenso devido aos arenitos
que formam o aqüífero não serem ricos em sais e minerais.

O relevo do estado do Rio Grande do Sul possui diversas formas ocasionadas por diferentes moti-
vos, desde o litoral a campanha há variedades de solos, rochas, altitude, ações do ambiente que ao
longo de milhões de anos definiram as feições que hoje estão a mostra na superfície. As principais
formas que o relevo toma, ou as principais unidades geomorfológicas, do Rio Grande do Sul são
Planalto Meridional, Cuesta do Haedo, Depressão Central, Escudo Sul-rio-grandense e Planície Cos-
teira.
1. Planalto: constituído predominantemente de áreas de campos limpos e pastagens; campos su-
barbustivos; florestas de encosta; florestas do Alto Uruguai; zona agrícola de uso intensivo de
verão e inverno e zona agrícola de uso intensivo de verão.
2. Cuesta do Haedo: constituído predominantemente de áreas de campos limpos e pastagens;
campos subarbustivos e zona agrícola de uso intensivo de verão.
3. Depressão Central: constituído predominantemente de áreas de campos limpos e pastagens;
zona agrícola de uso intensivo de verão e zona agrícola de culturas diversificadas.
4. Escudo Sul-Rio-grandense: áreas de campos subarbustivos e de campos mistos com ocorrência
de matas-galerias e de encostas.
5. Planície Costeira: áreas de depósitos arenosos e cordões de dunas; lagoas e lagunas; zona agrí-
cola de uso intensivo de verão e zona agrícola de culturas diversificadas.
À nordeste encontram-se as maiores altitudes do Planalto, chegando a alcançar 1.398m no Monte
Negro em São José dos Ausentes. Suas bordas correspondem à chamada Serra Geral.

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O Estado é produtor e exportador de pedras preciosas, destacando-se a ametista e a ágata.

Os biomas são definidos pelo IBGE como “um conjunto de vida (vegetal e animal) constituído pelo
agrupamento de tipos de vegetação contíguos e identificáveis em escala regional, com condições
geoclimáticas similares e história compartilhada de mudanças, o que resulta em uma diversidade
biológica própria.” Segundo o Mapa dos Biomas do Brasil, elaborado pelo IBGE e pelo Ministério do
Meio Ambiente, o país possui 5 grandes biomas. O de maior extensão é o da Amazônia que abrange
49,29% do território brasileiro e uma área aproximada de 4.196.943 km². O menor bioma é o do
Pantanal com uma área aproximada de 150.355 km² ou 1,76% do território do Brasil. No RS, em
função da diversidade de clima, solos e relevo há a formação de distintos ecossistemas derivados de
dois grandes biomas: a Mata Atlântica e o Pampa.

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O domínio do bioma Mata Atlântica, que pode ser definido pela presença predominante de vegeta-
ção florestal, se estende por cerca de 37% do território gaúcho, ocupando a metade norte do esta-
do, embora atualmente restem somente 7,5% de áreas remanescentes com alto grau de fragmen-
tação em relação a cobertura vegetal original. Cerca de 2.931.900ha destas áreas remanescentes
encontram-se protegidas desde 1993, constituindo a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do RS.
Já o Bioma Pampa, cuja ocorrência no Brasil é restrita ao Rio Grande do Sul, ocupa a metade sul do
estado se estendendo por 63% do território gaúcho. Define-se por um conjunto de vegetação de
campo em relevo predominante de planície que se estende também pelo Uruguai e Argentina e é
marcado pela presença de grande diversidade de fauna e flora ainda pouco conhecida. É conside-
rado atualmente o segundo bioma mais ameaçado do país, atrás apenas do bioma Mata Atlântica.

O clima é do tipo subtropical úmido com verões quentes e uma pequena área, localizada na região
nordeste, em altitudes mais elevadas, com verões amenos. A média anual varia entre 14°C e 22°C.
Bem distribuída ao longo do ano, a precipitação pluviométrica acumula anuais que variam de 1.000
milímetros a mais de 2.000 milímetros. As chuvas são cada vez mais concentradas em um curto es-
paço de tempo, intercaladas com períodos de estiagem.

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O Rio Grande tem o total de 86 rios sendo que os que mais se destacam são os rios: Lagoa dos Pa-
tos, Lagoa Mirim, Rio das Antas, Rio Santa Maria, Rio Piratini, Represa Passo Real, Lagoa Mangueira,
Rio Caí e também 3 rios que ficam na linha de fronteira Uruguai e Argentina, e uma lagoa que fica
na linha de limite com Santa Catarina.
Em destaque o Rio Grande do Sul tem a maior parte da água doce que fica localizada para o lado
leste do RS, que é a Lagoa dos Patos. Basicamente, dos grupos de água, os que correm para o Atlân-
tico e os que correm para o Rio Uruguai. Embora as nascentes dos Rios Taquari e Jacuí originam-se
nessa região todos se apresentam encaixados com corredeiras e quedas da água, possuindo eleva-
do potencial e energético, que em grande parte já é utilizado.

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As bacias hidrográficas atuais da região sul do Brasil, aparentemente começaram a ser implantadas
no terciário inferior, com a instalação de condições climáticas de maior unidade, a rede de drena-
gem dessa região. Após sua gênese e evolução, influenciada em partes pelos fatores.
Os rios mais importantes do Rio Grande do Sul: Uruguai; Ijuí; Jacuí; Caí; Taquari; Ibicuí; Pelotas; Ca-
maquã; e Sinos.

Principais problemas ambientais da Bacia do Guaíba

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Principais problemas ambientais da Bacia Litorânea

Prinipais problemas ambientais da Bacia do Uruguai

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PROBLEMAS AMBIENTAIS QUE AMEAÇAM A SAÚDE DO RS

1) O estado possui os dois biomas, Mata Atlântica e Pampa, com menor superfície de remanes-
centes no Brasil (7,9% e 36%), conforme dados oficiais do Ministério do Meio Ambiente. O Rio
Grande do Sul também é o estado que apresenta menor quantidade e extensão de Unidades
de Conservação (2,6%) entre os três estados da Região Sul. As Metas da Biodiversidade 2020,
assinadas pelo Brasil com mais de 190 países da Convenção da Diversidade Biológica, preveem
17% de cada território com áreas protegidas.

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2) O estado possui 280 espécies da fauna ameaçadas e 804 espécies da flora ameaçadas, números
que cresceram desde a década passada.
3) O RS possui três rios entre os dez mais poluídos do Brasil (rio Gravataí, rio do Sinos e rio Caí),
o que contribui em muito para a perda de qualidade de abastecimento de água na Região Me-
tropolitana, além do aumento dos fenômenos de florescimento de cianobactérias no rio-lago
Guaíba.
4) O sistema de monitoramento da qualidade do ar está totalmente sucateado na Região Metro-
politana. O processo de autolicenciamento e automonitoramento por parte de empresas é ina-
dequado, pois diminui o controle do Estado e a alimentação de dados isentos e confiáveis para
a gestão ambiental.

5) No campo, há uma conversão acelerada de vegetação dos Campos Sulinos em lavouras, com
um aumento exagerado e sem limites do modelo baseado nas monoculturas de soja transgê-
nica e de outros grãos para exportação, muitas vezes com uso indiscriminado de agrotóxicos e
outros insumos, com uso acentuado de recursos hídricos, comprometendo a saúde dos agricul-
tores e da sociedade, dos alimentos, das abelhas, dos rios e da saúde dos ecossistemas.
6) Crescimento desordenado de urbanização na Região Metropolitana do Rio Grande do Sul e do
Litoral Norte, sem controle e planejamentos necessários, comprometendo a qualidade ambien-
tal. A extinção da Metroplan é um processo de desregulamentação deliberado que permite a
expansão sem regras e que acarretará múltiplos novos problemas.
7) Crescimento das espécies exóticas invasoras, segundo fator de perda de biodiversidade.
8) Apagão ambiental, pela fragilização do corpo técnico dos órgãos e setores de meio ambiente
estaduais (Fepam, FZB, DBio) e nacionais (Ibama, ICMbio), com desestruturação do Sistema Es-
tadual de Proteção Ambiental, sem controle e repasse indiscriminado de responsabilidades às
prefeituras.

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9) Unidades de Conservação sofrendo grave descaso de parte do governo, com desfalque de téc-
nicos gestores, sem equipe de apoio, com escassez de guarda-parques, falta de equipamentos,
sem recursos e com graves conflitos em suas áreas de amortecimento.
10) O DetranRS encaminha para reciclagem anualmente 3,2 mil toneladas de veículos em final de
vida. Também supervisiona a reutilização de peças usadas. Desde 2015, mais de 370 mil veícu-
los em final de vida passaram pelos 476 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs) credencia-
dos.

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ÍNDIO GUARANI

Os índios Guarani formam o maior povo em quantidade de indivíduos a viver no Brasil. Eles são ori-
ginários do tronco da família linguística tupi-guarani.
No Brasil, os guaranis vivem nos estados brasileiros do Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Rio
Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pará, Santa Catarina e Tocantins, somente no País, há
57 mil indivíduos, conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Também há indígenas guaranis vivendo na Argentina, Bolívia e no Paraguai, a maior parte dos guarani
vive na Bolívia, onde há 78,3 mil indivíduos. No Paraguai existem 41, 2 mil e na Argentina 6,5 mil.
No Rio Grande do Sul A nação Guarani era dividida em três grandes grupos:
• Tapes – habitavam a zona oeste e centro-oeste do estado e seriam os futuros índios missionei-
ros.
• Arachanes – habitavam a banda oeste da Lagoa dos Patos.
• Carijós ou Patos – habitavam o litoral norte do Rio Grande do Sul e Porto Alegre.

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IMIGRANTES

Em 1740 chegou à região do atual Rio Grande do Sul o primeiro grupo organizado de povoadores.
Vindos da ilha dos Açores, contavam com o apoio oficial do governo, que pretendia que se instalas-
sem na vasta área onde anteriormente estavam situadas as Missões.
Mas as dificuldades de transporte fizeram com que terminassem por se fixar na área onde hoje está
Porto Alegre, a capital do Estado.

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Praticando a agricultura de pequena propriedade, não encontraram, em um território em que cada


estância funcionava como uma célula independente, mercado para seus produtos, e terminaram
por se integrar à economia voltada para a pecuária.
Posteriormente, em 1780, um fato iria reforçar ainda mais o caráter rural da vida do atual Estado.
Foi criada a primeira charqueada comercial em Pelotas. Aos poucos, o charque se tornou o principal
produto de exportação do Rio Grande, sendo enviado para as demais regiões do país.

A primeira colonização maciça, após a tentativa feita com os açorianos, ainda no século XVIII, acon-
teceria, no Rio Grande do Sul, a partir de 1824, quando começaram a chegar os colonos alemães.
Nos primeiros cinquenta anos de imigração foram introduzidos entre 20 e 28 mil alemães no Rio
Grande, a quase totalidade deles destinados à colonização agrícola.
Essa primeira grande colonização alteraria a ocupação de espaços, levando gente para áreas até en-
tão desprezadas. Introduziria também outras grandes modificações. Até então, a classe média bra-
sileira era insignificante, e se concentrava nas cidades. Os colonos alemães iriam formar uma classe
de pequenos proprietários e artesãos livres, em uma sociedade dividida entre senhores e escravos.
O governo brasileiro, convencido dos benefícios da imigração, enviou em 1822 à Europa o major
Georg Anton von Schäffer para de recrutar interessados em emigrarem para o Brasil. O major viajou
primeiramente a Hamburgo negociando para estabelecer contrato e enviar emigrantes para o Brasil
primeiramente com o Grão-Ducado de Mecklenburg-Schwerin e depois com Birkenfeld, pertencen-
te ao Ducado de Oldenburgo.
Para convencer os interessados, o governo brasileiro acenou com uma série de vantagens:
1. Passagem à custa do governo;
2. Concessão gratuita de um lote de terra de 78 hectares;
3. Subsidio diário de um franco ou 160 réis a cada colono no primeiro ano e metade no segundo;
4. Certa quantidade de bois, vacas, cavalos, porcos e galinhas, na porção do número de pessoas
de cada família;

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Em 1870, o governo do Rio Grande do Sul criou colônias na região das Serras gaúchas e esperava-se
atrair 40 mil imigrantes alemães, para que ocupassem a região. Porém, as notícias de que os ale-
mães estavam enfrentando problemas no Brasil fizeram com que cada vez menos imigrantes vies-
sem do Império Alemão. Isso obrigou o governo a procurar por uma nova fonte de imigrantes: os
italianos. A partir de 1875, chegaram os primeiros grupos, vindos de Piemonte e Lombardia, e de-
pois do Vêneto, e se instalaram nas colônias Conde d’Eu (atualmente a cidade de Garibaldi), Dona
Isabel (atualmente a cidade de Bento Gonçalves) e Caxias. Ali eles passaram a viver da plantação de
milho, trigo e outros produtos agrícolas; porém, a introdução do cultivo de vinho na região tornou a
vinicultura a principal economia dos colonos italianos.
De 1875 a 1914, entre 80 a 100 mil italianos foram introduzidos no Rio Grande do Sul. A colonização
italiana foi efetuada no planalto ao norte, pois as terras baixas já estavam ocupadas pelos alemães.
No decorrer do século XX, houve grandes migrações dentro do estado do Rio Grande do Sul. Muitas
famílias italianas abandonaram as serras e se espalharam por todo o estado.
No alto das serras sulistas nasceu um Brasil peculiar. Os índios que habitavam a região foram ex-
pulsos de suas terras para dar espaço à chegada dos italianos. Ali, os imigrantes criaram vilarejos
que remetem àqueles encontrados no norte da Itália. Nas regiões altas do Sul, surgiu um Brasil com
influência italiana. O Rio Grande do Sul possui o Talian como patrimônio linguístico aprovado ofi-
cialmente no estado.

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Os primeiros imigrantes judeus chegaram no Rio Grande do Sul já no século XIX, com os alemães.
Em 1904 chegaram os primeiros, que se estabeleceram perto de Santa Maria. Lá receberam lo-
tes de terra, moradia, dois bois, duas vacas, cavalo e dinheiro até a primeira colheita. As crianças
aprenderam português nas escolas, com outras crianças rio-grandenses. Saldadas suas dívidas, os
judeus mudaram-se para Santa Maria, preferindo radicar-se em zona urbana.
Mais tarde novos imigrantes judeus aqui chegaram, morando, nos primeiros anos, em núcleos co-
loniais, deslocando-se, mais tarde, para os centros urbanos, onde se fixaram como comerciantes.
A segunda geração procurou outras profissões, como médico, engenheiro, professor, advogado e
arquiteto. Radicaram-se em cidades como Santa Maria, Erechim, Passo Fundo e Porto Alegre.

Os negros entraram no Rio Grande do Sul com os primeiros casais povoadores de Rio Grande e com
alguns oficiais militares, na condição de escravos. Mais tarde, alguns estancieiros, donos de sesma-
rias, também trouxeram escravos.
Na região de colonização alemã e italiana, não foi utilizado o trabalho do escravo, devido a uma
lei que proibia o trabalho do negro como tal. É na charqueada que a presença do negro escravo se
destaca.
A presença do negro também se fez presente nas lutas rio-grandenses, defendendo a propriedade
do seu senhor dos ataques dos espanhóis, nas lutas pelas fronteiras rio-grandenses e na Revolução
Farroupilha. Aos negros escravos que se alistassem às tropas republicanas eram oferecidas cartas
de alforria. Mesmo lutando ao lado dos brancos pelo mesmo ideal, os acampamentos de guerra
dos negros eram separados daqueles ocupados pelos brancos; além disso, ao negro era proibido o
uso de armas de fogo.
Nas cidades antigas, o negro escravo fazia a maior parte do serviço que hoje é feito por máquinas:
puxava água dos poços ou trazia das fontes, abastecia a casa de alimentos e lenha, cozinhava, lava-
va, passava roupa, fiava, tecia e costurava à mão; carregava cargas, cuidava de animais domésticos.
Os negros escravos eram carpinteiros e marceneiros; nos estabelecimentos comerciais, trabalha-
vam nos depósitos e não atendiam no balcão. Assim como aconteceu em todo o pais, aqui no Rio
Grande do Sul também houve quilombos (lugares onde negros escravos fugidos viviam). Existiram
quilombos na Serra de Tapes, perto de Pelotas, e na região do Litoral Norte.

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Um novo processo migratório, formado sobretudo por africanos e caribenhos, começa a vingar no
Rio Grande do Sul – onde imigrantes italianos, alemães e poloneses se instalaram aos milhares no
século 19. Muitas daquelas famílias europeias se fixaram em matagais despovoados na Serra, no
Vale do Taquari e no Norte, dando início às principais colonizações do Estado.
As regiões cresceram, cidades como Caxias do Sul, Lajeado e Passo Fundo se tornaram pujantes
polos industriais e hoje são ponta de lança do ciclo encabeçado por 11,5 mil estrangeiros negros
– vindos não de zonas rurais, como seus antecessores, mas do meio urbano, e com pelo menos o
Ensino Médio no currículo escolar.

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A maioria dos novos imigrantes vem por conta própria, ingressando de forma ilegal. Depois fazem
o pedido de refúgio, instrumento legal para um estrangeiro permanecer no Brasil, alegando perse-
guições políticas (caso de Bangladesh e de Gâmbia) ou questões humanitárias (caso do Haiti, em-
pobrecido mesmo antes do terremoto que o devastou, em janeiro de 2010). Mas o maior motivo
das migrações é econômico, sobretudo em relação a Gana, Senegal e República Dominicana: seus
habitantes querem é fugir da falta de trabalho e de dinheiro.
Fluxos migratórios – No geral, a imigração no RS remete à importante contribuição dos alemães,
italianos, portugueses e espanhóis, entre outros povos imigrantes do final do século XIX e início do
século XX, para a identidade cultural gaúcha. No entanto, a partir de 2017, o estado tem recebido
novos fluxos migratórios mais relevantes.
Os acordos de residência Brasil/Uruguai e para nacionais dos Estados Partes do Mercosul e Países
Associados estão associados ao registro de mais de 11 mil migrantes no RS. A Lei da Imigração de
2017 e a Portaria Interministerial n.12 de 2019, que trata da concessão de autorização de residên-
cia humanitária para cidadãos haitianos, são dispositivos legais que amparam e favorecem a resi-
dência de migrantes no RS.
A partir de abril de 2018, o governo brasileiro implementou uma política de interiorização para
administrar o fluxo de venezuelanos no Brasil. Somente essa estratégia no âmbito da Operação
Acolhida, sua resposta humanitária, que permite às pessoas refugiadas e migrantes venezuelanas,
de maneira voluntária, irem de Roraima para outros estados do Brasil, possibilitou a integração de
mais de 16 mil venezuelanos no Rio Grande do Sul.
Uma população predominantemente jovem, na faixa entre 18 e 39 anos, e com maior proporção
de pessoas negras são algumas das principais características dos imigrantes do Rio Grande do Sul.
Oriundos principalmente de países como Haiti, Uruguai, Argentina e Venezuela, estão espalhados
por todo o Estado, com maior concentração em grandes cidades como Porto Alegre, Caxias do Sul e
Canoas, além de regiões de fronteira, como Chuí e Santana do Livramento.

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RS é o estado com mais conflitos com indígenas por


disputa de terra pelo segundo ano, aponta relatório
Levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) aponta 27 conflitos em 2022,
mesmo número que havia sido levantado em 2021. No Brasil, foram 158 casos no ano.
Pelo segundo ano consecutivo, o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro com mais conflitos sobre
territórios indígenas, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (26) pelo Conselho Indi-
genista Missionário (Cimi), órgão ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

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Segundo o estudo, o RS registrou 27 conflitos em 2022, mesmo número que havia sido levantado
em 2021. No Brasil, foram 158 casos do tipo no ano – ou seja, os conflitos registrados em território
gaúcho correspondem a 17% do total nacional.
Segundo o relatório, houve ainda, em 2022, quatro assassinatos de indígenas no RS, 26 mortes de
crianças indígenas entre 0 e 4 anos, e 78 casos de terra indígena com alguma pendência adminis-
trativa.
De acordo com Roberto Liegbott, ex-coordenador regional do Cimi e um dos organizadores da pes-
quisa, três razões podem explicar o alto nível de conflitos no estado pelo segundo ano consecutivo:
arrendamentos ilegais em áreas de reserva, episódios de violência durante processos de tentati-
va de retomada de territórios originários, normalmente durante acampamentos ou ocupações, e,
principalmente, processos de demarcação não concluídos.
“Em grande maioria, os procedimentos de demarcação das comunidades não tiveram conclusão.
Isso gera insegurança jurídica, o que acaba propiciando conflito entre não-indígenas interessados
nessas terras e indígenas, que não conseguem ter pleno usufruto dessa terra”, explica.

Disputas territoriais do RS vêm desde o século 18


Os movimentos indigenas defendem o retorno dos índios aos locais onde tinham raízes históricas e
os colonos contra argumentam com base na história da colonização.
As disputas territoriais do RS vêm desde o século de 18, existem quatro momentos históricos. No
início do século 20 (entre 1910 e 1918), quando o governo faz um política para trazer os colonos,
foram criadas áreas de colonização e reservas indígenas.
Mais tarde, entre 1940 e 1960, as áreas foram reduzidas. No período, criaram-se reservas de prote-
ção ambiental e parte das áreas indígenas foi vendida para agricultores.
A Constituição 1988 inaugurou o conceito de ocupação tradicional, que justificava o retorno dos
índios aos locais onde tinham raízes históricas., há divergências na interpretação do conceito. A
Fundação Nacional do Índio (Funai), Cimi e os movimentos indígenas trabalham com o conceito de
ocupação imemorial. Os colonos, por outro lado, argumentam com base na história da colonização.
A área de Votouro foi demarcada em 1918. Em 1963, foi reduzida e anos 1990 foi reestabelecida.

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Áreas em conflito no norte do RS

Na matriz de geração de energia elétrica do Rio Grande do Sul, de acordo com dados de 2022,
58,6% correspondem à hidreletricidade (Usinas Hidrelétricas de Energia, Pequenas Centrais Hidre-
létricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas), 18% à termeletricidade (Usinas Termelétricas de Ener-
gia¹), 17,6% à energia eólica (Centrais Geradoras Eolielétricas) e 5,7% à energia solar (Usinas Fo-
tovoltaicas), demonstrando o avanço da diversificação com a presença de fontes alternativas de
energia. Esta diversificação teve início com a ampliação da utilização de gás natural e de biomassa
como fontes de energia e está baseada, mais recentemente, na expansão da energia eólica e na
instalação de novos projetos de aproveitamento de energia solar, o que tem assegurado melhorias
na relação entre produção, importação e consumo no estado com o acréscimo dos chamados con-
sumidores livres e produtores independentes.

Geração de energia elétrica por tipo de fonte no RS (2022)

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Arenização do sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul

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1. Metrópoles – centros urbanos que caracterizam-se por seu grande porte e por fortes relaciona-
mentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. Possui três sub-
-níveis: Grande Metrópole Nacional, Metrópole nacional e Metrópole.
2. Capitais Regionais – centros urbanos com alta concentração de atividades de gestão, mas com
alcance menor em termos de região de influência em comparação com as Metrópoles. Possui
também três subdivisões: Capital Regional A, Capital regional B e Capital Regional C.
3. Centro Sub-Regionais – centros com atividades de gestão menos complexas, com áreas de in-
fluência de menor extensão que as das Capitais Regionais. Subdivididos em dois grupos: Centro
Sub-Regional A e Centro Sub-Regional B.

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4. Centros de Zona – nestas as cidades caracterizam-se por menores níveis de atividades de ges-
tão, polarizando um número inferior de Cidades vizinhas em virtude da atração direta da popula-
ção por comércio e serviços baseada nas relações de proximidade. Estão subdivididos em Centro
de Zona A e Centro de Zona B.
5. Centros Locais – cidades que exercem influência restrita aos seus próprios limites territoriais,
apresentam fraca centralidade em suas atividades empresariais e de gestão pública, geralmente
tendo outros centros urbanos de maior hierarquia como referência para atividades cotidianas de
compras e serviços de sua população, bem como acesso a atividades do poder público e dinâmi-
ca empresarial.
No Rio Grande do Sul a capital representa o mais alto nível nesta classificação. A rede de Porto Ale-
gre se caracteriza por uma importante centralidade da Capital dentro de seu Estado, mas também
por um número expressivo de níveis hierárquicos intermediários. No total, a rede de Porto Alegre
possui seis Capitais Regionais: as Capitais Regionais B do Arranjo Populacional de Caxias do Sul/ RS
e do Município de Passo Fundo (RS), acompanhadas pelas Capitais Regionais C dos Arranjos Popu-
lacionais de Lajeado/RS, Santa Cruz do Sul/RS, Santa Maria/RS e Pelotas/RS. Há ainda um número
elevado de Centros Sub-Regionais (39 centros urbanos). A rede da Capital gaúcha apresenta uma
série de Centros Sub-Regionais e mesmo Centros Locais que se reportam diretamente à Capital, ig-
norando as Cidades de centralidade intermediária. Essa situação é particularmente pronunciada na
metade sul do Estado, caracterizada por uma densidade populacional mais baixa. Na porção norte,
de maior fragmentação territorial dos Municípios, ainda há redes de Centros Locais subordinados a
Centros Sub-Regionais. Contudo, estes últimos – como o Arranjo Populacional de Santo Ângelo/RS
e os Municípios de Santa Rosa (RS), Ijuí (RS) e Cruz Alta (RS) – se ligam a Porto Alegre contornando
as Capitais Regionais mais próximas. A rede de Porto Alegre se restringe ao território do próprio
Estado.

CENTRO DE TRADIÇÕES GAÚCHAS

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A Sociedade Sul-Riograndense foi fundada em 08 de novembro de 1857 pelo professor e filólogo


Antônio Alvares Pereira Coruja.
É, portanto, a mais antiga entidade representativa do povo gaúcho que existe, seguida de longe
pelo “Grêmio Gaúcho”, fundado em 22 de maio de 1898, a “União Gaúcha de Pelotas”, em 10 de
setembro de 1899, “O Centro Gaúcho de Bagé”, em 20 de setembro de 1899 e o “Grêmio Gaúcho
de Santa Maria” e, 08 de setembro de 1901.
Em 1947, o jovem estudante do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, João Carlos
D’Ávila Paixão Côrtes, recém chegado de Santana do Livramento, sai para tomar um cafezinho e
avista uma bandeira do Rio Grande do Sul servindo de cortina para tapar o vidro de uma janela do
bar, entre cachaça e cigarro. O comerciante não sabia do que se tratava aquele pano. Foi a gota
d’água. Naquele ano Paixão Côrtes cria, juntamente com alguns colegas, o Departamento de Tradi-
ções Gaúchas, no Colégio Julinho. O grupo acompanha de-a-cavalo o traslado dos restos mortais do
General Farroupilha David Canabarro. A primeira Ronda Crioula é criada para preservar, desenvol-
ver e proporcionar a revitalização à cultura rio-grandense. Em 24 de abril de 1948 é fundado o 35
CTG, o pioneiro daquelas entidades. Hoje são mais de 1700 CTGs em todo o País. Em 1959, quando
é criado o Conselho Coordenador, o Estado já conta com diversos CTGs. Em 1966 cria-se o Mo-
vimento Tradicionalista Gaúcho e em 1975, o Conselho Coordenador transforma-se em Conselho
Diretor, ativo até a atualidade.

Entre os principais estilos arquitetônicos europeus presentes no Rio Grande do Sul, destacam-se:
a) Estilo Neoclássico: surge na Europa no final do século XVIII e início do XIX, inspirado na arquite-
tura da Grécia e de Roma. Esse estilo é caracterizado por elementos como colunas, frontões e
proporções harmônicas. No Rio Grande do Sul, exemplos de arquitetura neoclássica podem ser
encontrados em prédios públicos como o Palácio Piratini, em Porto Alegre;
b) Estilo Enxaimel: estilo típico da Alemanha, caracterizado pelo uso de estruturas de madeira
entrelaçadas, preenchidas com barro ou tijolos. No Rio Grande do Sul, esse estilo é bastante
presente em cidades como Gramado e Nova Petrópolis e Panambi;

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c) Estilo Art Nouveau: surge na Europa no final do século XIX e início do século XX, e é caracteriza-
do pela utilização de formas curvas e sinuosas, elementos florais e ornamentos. No Rio Grande
do Sul, exemplos de arquitetura Art Nouveau podem ser encontrados em prédios como o Hotel
Majestic, em Porto Alegre;
d) Estilo Eclético: mistura de diferentes estilos arquitetônicos europeus, criando uma arquitetura
que é uma síntese de várias influências. No Rio Grande do Sul, muitos prédios históricos são
exemplos de arquitetura eclética, como o Theatro São Pedro, em Porto Alegre.
Além desses estilos, também é possível encontrar influências de outras culturas na arquitetura do
Rio Grande do Sul, como a arquitetura colonial portuguesa presente em cidades como Pelotas, Rio
Pardo e São Miguel das Missões. A preservação desses patrimônios não é apenas para manter vivo
o seu legado, mas também, fomentar a valorização cultural e o incentivo do turismo local e regio-
nal, contribuindo assim, para o desenvolvimento econômico das cidades.

Campinas, Florianópolis e Vitória são as novas metrópoles brasileiras


Entre 2008 e 2018, o Brasil formou três novas metrópoles e 32 cidades foram elevadas a capitais
regionais em 12 estados. Apesar disso, é baixa a mobilidade na rede urbana brasileira, pois, nesse
período de dez anos, 86% das cidades não sofreram alteração. É o que revela a pesquisa Regiões de
Influência das Cidades – Regic, divulgada pelo IBGE. A pesquisa é realizada a cada dez anos e visa a
identificar e analisar a rede urbana brasileira, estabelecendo a hierarquia dos centros urbanos e as
regiões de influência das cidades.
Campinas, Florianópolis e Vitória subiram de nível e passaram a integrar o grupo de 15 metrópoles,
que tem São Paulo no topo da hierarquia como grande metrópole nacional e Rio de Janeiro e Brasí-
lia como metrópoles nacionais. As outras metrópoles são Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortale-
za, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Salvador e Manaus.
O conceito de metrópole do estudo é diferente do de regiões metropolitanas, que são recortes le-
gais definidos pelos estados para fins de planejamento. A pesquisa delimita as regiões de influência
associadas aos centros urbanos e os vínculos estabelecidos entre as cidades na busca de bens e
serviços. O elo final de cada rede são as metrópoles, para onde convergem as vinculações de todas
as cidades presentes no território nacional.

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Redação
Profª Luana Schonarth

REDAÇÃO

A Redação será avaliada conforme os critérios a seguir:


1. Conteúdo: tema e argumentos
2. Estrutura: composição do texto e coesão textual
3. Expressão: gramática

VISÃO GERAL DO TEXTO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO:

A redação, também chamada de texto dissertativo-argumentativo, exige daquele que escreve um


olhar crítico e um movimento de discussão sobre o tema apresentado. Sempre que se deparar com
uma proposta de redação, independentemente da banca, você deve se perguntar:

• Qual é a importância de discutir este assunto?


• Quais fatos atuais que se relacionam com isso?
• Isso é um problema? Se sim, de que ordem: política, econômica, social, ambiental?
• Quais são os pontos mais relevantes sobre esse assunto?
• Quais prejuízos ou contribuições ele traz?
• Há um público afetado?

Essas perguntas te colocarão imediatamente numa perspectiva crítica e reflexiva; e essa é uma das
características mais importantes do gênero. Aquele que lê uma redação deve compreender quais
são as opiniões, os posicionamentos, os conhecimentos sobre o assunto discutido.

MACROESTRUTURA E MICROESTRUTURA

Ao escrever uma redação, é necessário considerar diversos fatores para que, ao receber o texto, o
corretor tenha uma boa experiência leitora. Dentre os fatores que fazem parte desta composição,
é possível citar questões mais voltadas à superfície do texto, como estrutura, número de linhas,
letra, rasuras. Ainda, de forma mais complexa, questões voltadas à discussão desenvolvida, como
apresentação do tema, argumentos, coesão textual. Essas diferentes formas de enxergar o texto
são formalmente chamadas de MACROESTRUTURA e de MICROESTRUTURA. Na sequência, há a
explicação pontual dos termos:

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MACROESTRUTURA TEXTUAL
É necessário saber que TUDO na REDAÇÃO leva o leitor a um determinado entendimento sobre o
texto que é lido: desde o formato da letra do candidato até a quantidade de parágrafos que com-
põe o texto. Essas questões mais externas e superficiais são estudadas dentro dos conceitos de
MACROESTRUTURA textual. Seguem considerações importantes para aplicação na redação:
1. MARGEM: é preciso respeitar as margens da folha, tanto do lado direito quanto do lado es-
querdo. Caso seja necessário, para não sobrar espaços, nem ultrapassar a margem da folha,
separe a palavra adequadamente e faça a translineação.
2. ESPAÇO INICIAL DE PARÁGRAFO: observar se os espaços estão bem marcados no início de cada
parágrafo (de 1 cm a 1,5 cm), de forma a evidenciar o começo de cada parte do texto (introdu-
ção, desenvolvimentos e conclusão).
3. LETRA: garanta a legibilidade do seu traço, respeitando uma formatação padrão, ou seja, a mes-
ma configuração de letra do início ao fim da REDAÇÃO. Quanto ao tamanho da letra, destaca-se
que muito pequena atrapalha a fluidez da leitura em razão da dificuldade da decodificação; em
contrapartida, se muito grande, pode aparentar texto prolixo, com abordagem superficial.
4. RASURA: não há um critério específico que diminua pontos em razão de rasuras no texto. En-
tretanto, sabe-se que uma REDAÇÃO extremamente rasurada não é bem recebida pelo corre-
tor. Caso aconteça um erro no ato de passar a redação a limpo, o recomendado é traçar uma
linha bem suave em cima da palavra e escrevê-la novamente. Exemplo: Readçao Redação.
5. TAMANHO DOS PARÁGRAFOS: sabendo que a REDAÇÃO tem até 30 linhas como número má-
ximo, é possível estabelecer uma média de número para cada etapa do texto. Introdução: 6
linhas; desenvolvimento: 9 linhas cada (2 Ds); conclusão: 6 linhas. Salienta-se também a neces-
sidade de haver uma harmonia relacionada ao tamanho dos parágrafos, formando um corpo
textual consistente.
6. PERÍODOS: para maior fluidez e clareza do texto, é preferível desenvolver períodos curtos, não
ultrapassando, em geral, três/quatro linhas do parágrafo.
7. ESTÉTICA FINAL: antes de entregar a redação, é importante rever todas as questões até aqui
mencionadas, de forma a conferir a beleza externa do texto, averiguando se, aos olhos supra-
textuais, ele está apresentável.

AINDA SOBRE A MACROESTRUTURA:


As PARTES DO TEXTO e o PROJETO DE TEXTO

Obs.: “A” = argumento

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A partir de um bom PROJETO DE TEXTO, o corretor precisa identificar que as partes da redação
(introdução, desenvolvimentos e conclusão) estão interligadas, que você planejou os argumentos,
a forma de defesa do ponto de vista e o fechamento da discussão antes de começar a escrever, sa-
bendo, portanto, a melhor ordem para elas.
Além disso, vale destacar que os argumentos percorrem um caminho previamente organizado pelo
candidato. Embora sejam, de fato, aprofundados nos parágrafos de desenvolvimento, os argumen-
tos selecionados são apresentados na introdução, discutidos nos desenvolvimentos e resgatados
na conclusão.
Para que isso ocorra, antes fazer o rascunho da redação, é necessário, como mencionado anterior-
mente, projetar o texto, ou seja, selecionar os argumentos, as informações e os exemplos para que
a defesa ocorra. Isso atribui potência à redação, mostrando que o candidato compreende e executa
os processos de composição textual.

MICROESTRUTURA TEXTUAL: as partes da redação

PARÁGRAFO DE INTRODUÇÃO
O primeiro parágrafo da redação tem a função primordial de apresentar o tema, de deixar claro
qual é a discussão pretendida pela banca. A importância desta parte está na clareza do entendi-
mento e da apresentação do tema, visto que, se o tema não for apresentado de forma completa, o
candidato tem a redação zerada. Em suma, o esperado é que o corretor saia deste parágrafo ciente
das discussões que estão por vir. Como garantir uma INTRODUÇÃO de qualidade:
1. Contextualizar o tema com um repertório alusivo à discussão pretendida. (facultativo)
2. Mencionar, necessariamente, a FRASE TEMÁTICA apresentada na proposta de redação.
3. Conter, sempre que possível, uma antecipação dos argumentos selecionados para os parágrafos
de desenvolvimento. Essa antecipação deve ser resumida, garantindo que, ao ler os parágrafos
que seguem, o corretor compreenderá que há uma relação entre aquilo que foi apresentado na
introdução e aquilo que está sendo desenvolvido ao decorrer do texto.

PARÁGRAFO DE DESENVOLVIMENTO
De início, é importante esclarecer que não há uma regra que determine quantos parágrafos de de-
senvolvimento precisam ser feitos na redação. No entanto, considerando as 30 linhas que a banca
disponibiliza para escrita e a necessidade de conseguir argumentar de forma profunda, é recomen-
dado fazer DOIS parágrafos de DESENVOLVIMENTO.
Interessante salientar que esta é a única parte duplicada do texto. Isso significa, especialmente,
que há a necessidade de pensar estrategicamente sobre a relação que os parágrafos que integram
esta parte terão entre si. Ao escolher dois argumentos, por exemplo, o candidato deve determinar
qual relação que as discussões têm entre si: causa e consequência, adição, adversidade. Isso é ma-
terializado pelos conectivos de início de parágrafo que são utilizados justamente para estabelecer a
relação entre as partes.
A função básica do desenvolvimento é aprofundar a discussão. O candidato tem esses dois parágra-
fos para discutir sobre os argumentos selecionados e fazer o leitor compreender, por meio da sua
explicação trabalhada, que aquela pauta é realmente relevante à temática proposta pela banca.

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Como garantir um DESENVOLVIMENTO de qualidade:


1. Escolher um argumento para cada parágrafo de desenvolvimento.
2. Comprovar seu argumento fazendo uso de uma informação, um exemplo, uma alusão que se
relacione com o assunto.
3. Escolher uma forma de discutir o argumento previamente selecionado. Isso pode ocorrer expli-
cando por que o fato ocorre, por que ele é negativo ou positivo; como isso ocorre na sociedade,
de que forma isso agride ou beneficia a população. O candidato tem, aqui, a liberdade de esco-
lher qual caminho percorrer para discutir sobre o argumento.
4. Finalize o parágrafo fazendo um fechando do argumento desenvolvido. Isso pode ocorrer com a
inserção de uma consequência do argumento, com uma antecipação da intervenção (caso seja
uma problemática), com o destaque da importância do assunto ou com uma forma de resgate
do tema.
Obs.: não há um jeito certo; o mais importante é que o parágrafo de desenvolvimento tenha ideia
de início, meio e fim e que seja uma reflexão condizente com a temática proposta pela banca e com
os argumentos antecipados no parágrafo de introdução.

PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO
A conclusão tem como responsabilidade finalizar as reflexões desenvolvidas pelo redator. Aqui, dois
movimentos são imprescindíveis: RESGATAR O TEMA PROPOSTO e FAZER UM FECHAMENTO DOS
ARGUMENTOS DESENVOLVIDOS. Dentro dos preceitos teóricos do texto dissertativo-argumentati-
vo, existem algumas possibilidades de construção do parágrafo de conclusão.
São elas:
a) Mencionar o tema novamente e resgatar os argumentos discutidos nos parágrafos de desen-
volvimento, fazendo apenas uma paráfrase, ou seja, dizendo, de forma resumida, com outras
palavras, o que foi dito nos desenvolvimentos.
b) Mencionar o tema novamente e resgatar os argumentos discutidos nos parágrafos de desen-
volvimento de forma AVALIATIVA, evidenciando o posicionamento do candidato. Isso ocorre
com a inserção de modalizadores que expressam a opinião do redator, explicitando se os pon-
tos desenvolvidos são positivos ou negativos, se contribuem ou se prejudicam o contexto em
questão.
c) Mencionar o tema novamente e resgatar os argumentos discutidos nos parágrafos de desen-
volvimento de forma PROBLEMATIZADORA, ou seja, propondo uma intervenção, uma forma de
amenizar as situações conflitantes desenvolvidas ao longo da redação. Para que essa técnica
seja utilizada com segurança, o candidato precisa identificar se o tema propicia este fechamen-
to. Caso seja, por exemplo, ao longo do texto, dissertado sobre os benefícios de uma questão,
este tipo de fechamento de torna inviável, incoerente com a proposta.

Como garantir uma CONCLUSÃO de qualidade:


1. Sempre resgatar o tema proposto.
2. Garantir que os argumentos desenvolvidos também sejam resgatados de forma reflexiva e con-
clusiva. Para tanto, o candidato precisa lançar mão de conjunções que tragam sentido de con-
clusão, como assim, então, portanto.

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CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ESTRUTURA APRESENTADA:

a) Sobre o tema:
• A frase temática pode trazer uma abordagem geral – apresentando um assunto – e deixar o
recorte temático para o candidato fazer.
• Também há situações de recortes temáticos já feitos pela banca, ou seja, temas apresentados
de forma específica, os quais exigem ainda mais atenção por parte do candidato para um não
afastamento da discussão.
• Importante observar qual é a abordagem do tema: positiva (que destaca a importância/as con-
tribuições), neutra (que possibilita o candidato mostrar posicionamento) ou problematizadora
(que reforça as perspectivas negativas, os prejuízos, os problemas). Captar esses direcionamen-
tos ajuda a selecionar argumentos mais pertinentes à discussão.

b) Sobre os argumentos:
• O texto dissertativo é composto, geralmente, por dois parágrafos de desenvolvimento. Assim,
é necessário escolher dois argumentos para desenvolver, organizando uma discussão por pará-
grafo.
• Evitar argumentos genéricos, amplos, pois isso mostra uma falta de entendimento e de domí-
nio da discussão. O ideal, então, é optar por argumentos mais específicos ao tema.
• Observar se os argumentos selecionados são condizentes com o tema abordado e se ajudam a
compreender a discussão pretendida pela proposta.
• Organizar, no ato de seleção dos argumentos, uma relação lógica entre os dois parágrafos de
desenvolvimento. As mais tradicionais: causa e consequência, adição, adversidade.
• Deixar o argumento selecionado bem evidente no primeiro período de cada desenvolvimento,
de forma que o corretor finalize a leitura do parágrafo conseguindo resumir (em razão da clare-
za da apresentação) qual é o argumento ali defendido.
• Ao selecionar o argumento defendido, a preocupação deve estar em como defendê-lo. O foco
de correção está na qualidade da defesa, e não simplesmente no quão diferente e original é o
argumento selecionado para discussão.

c) Sobre o desenvolvimento dos argumentos:


• Considerando o caráter argumentativo do texto, é necessário movimentar informações que
deem força à defesa de cada argumento.
• Defender o argumento é, especialmente, dizer por que aquilo é uma questão relevante/ por
que é necessário discutir sobre/ como a questão ocorre na sociedade de que forma os brasi-
leiros são afetados por ela/ quais são os prejuízos e as contribuições. Em resumo, não basta
escolher um bom argumento, é necessário construir uma linha de raciocínio que evidencie a
relevância da escolha da discussão por parte do candidato.
• Cada parágrafo de desenvolvimento deve ter uma discussão pontual com início, meio e fim, ou
seja, argumento 1 desenvolvido em um parágrafo e argumento 2 desenvolvido no parágrafo
que segue, ambos compondo o núcleo da redação: o desenvolvimento.

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d) Sobre o fechamento do texto:


• Para fechar a discussão, espera-se que o tema e que os argumentos desenvolvidos sejam res-
gatados.
• Para finalizar o texto, o candidato pode escolher simplesmente resgatar os argumentos com
outras palavras e com ar conclusivo, pode retomar os argumentos de forma crítica, mostrando
seu posicionamento sobre a questão ou pode, se o tema permitir, propor uma intervenção, ou
seja, uma forma de amenizar a questão desenvolvida.

e) Sobre aspectos coesivos:


• Os parágrafos de desenvolvimento (1 e 2) e o parágrafo de conclusão geralmente recebem um
conectivo para estabelecer uma relação lógica com o parágrafo anterior. Vale também observar
a relação lógica entre as frases (adversidade, conformidade, adição, conclusão) e materializar
esses sentidos com elementos coesivos que facilitem o entendimento por parte do leitor.
• As repetições de palavras são avaliadas no critério que observa a coesão textual, especialmente
porque, se em excesso, atrapalham a fluidez textual e mostram uma pobreza vocabular que
prejudica a cadência entre as ideias.

HELP: MODELO DE REDAÇÃO


Hoje, no Brasil, vive-se um cenário em que o _____ (TEMA) é uma importante questão a ser
discutida por/pela/pelo _____ (ALGUÉM). Tendo em vista a relevância desse assunto, convém apro-
fundar esse debate, considerando os seguintes pontos: ARGUMENTO 1 e ARGUMENTO 2.
Inicialmente, é válido refletir sobre _____ (RETOMADA DO ARGUMENTO 1). A respeito disso,
observa-se que _____ em razão de _____. Logo, _____.
Além disso, vale atentar para _____ (RETOMADA DO ARGUMENTO 2). A partir desse fato, cabe
destacar que_____. Isso ocorre porque _____. Então, _____.
Portanto, conforme abordado, _____ (o TEMA) merece reflexão. Para que haja a compreensão
desse contexto, _____ (a/o ALGUM GRUPO SOCIAL) precisa dar atenção tanto ao _____ (ARGU-
MENTO 1) quanto ao _____ (ARGUMENTO 2), visto que _____.

Tema exemplificador: O trabalho a distância em questão no Brasil


Aplicação do modelo:
Positivo ou negativo, é uma realidade
Hoje, no Brasil, vive-se um cenário em que o trabalho a distância é uma importante questão a
ser discutida pela sociedade, especialmente por empresas que veem nesta possibilidade uma for-
ma de expandir seu negócio. Tendo em vista a relevância desse assunto, convém aprofundar esse
debate, considerando os seguintes pontos: a otimização do tempo de trabalho e, em contraponto,
as dificuldades voltadas à utilização dos recursos tecnológicos.
Inicialmente, é válido refletir sobre o quanto o trabalho a distância oportunizou uma maior
agilidade na execução das tarefas. A respeito disso, observa-se que essa modalidade possibilitou o
contato de sujeitos de diferentes lugares e a capacidade de resolver impasses de forma mais dinâ-
mica e ágil em razão do acesso à internet e às inúmeras ferramentas digitais, como Whatsapp, e-

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-mail e demais programas com fins específicos que permitem diálogos imediatos entre funcionários
e clientes. Logo, os brasileiros tendem a ganhar ainda mais oportunidades de emprego pelo fato de
não haver barreiras geográficas que impeçam a execução do serviço e, concomitantemente, haver a
implementação de ferramentas digitais que viabilizam essa dinâmica de trabalho.
Além disso, vale atentar ao fato de, mesmo havendo fatores positivos, a falta de domínio dos
recursos tecnológicos dificulta a dinâmica do trabalho. A partir disso, cabe destacar que a internet,
criada em 1969, nos Estados Unidos, mesmo trazendo inúmeros benefícios à sociedade, ainda não
é de conhecimento de todos, o que faz com que modalidades laborais modernas, como o domici-
liar, não se configurem como realidade para todos os brasileiros. Isso ocorre porque, muitas vezes,
as escolas não oportunizam, desde a infância, um acesso instruído às ferramentas tecnológicas. En-
tão, ressalta-se a importância de tornar possível o acesso e a instrução desses recursos a todos, de
forma que haja pessoas habilitadas aos trabalhos com recursos tecnológicos e virtuais.
Portanto, conforme abordado, a configuração do trabalho a distância merece reflexão. Para
que haja a compreensão desse contexto, a sociedade precisa dar atenção tanto à otimização do
tempo que essa modalidade de serviço oferta quanto à necessidade de conhecer as ferramentas
necessárias para a execução das tarefas, visto que é uma realidade atual e gera empregos e cresci-
mento ao país.
Fonte: acervo pessoal.

PASSOS PARA A ESCRITA DA REDAÇÃO

1. LEIA COM ATENÇÃO A PROPOSTA DE REDAÇÃO. Tudo o que a banca coloca na proposta de
redação (parágrafo introdutório, textos motivadores, comando temático) faz parte da proposta
e vai te ajudar a compreender a discussão pretendida. Assim, na leitura deste material, marque
as palavras importantes que ajudam a compreender a temática e identifique que caminho a
banca deseja que você percorra. Isso está em palavras. Lembre-se de que a proposta disponibi-
liza sinônimos das palavras do tema e argumentos para serem desenvolvidos na redação.
2. NÃO PULE ETAPAS. A escrita de qualquer redação exige uma construção por etapas.
São elas:
a) Leitura completa da proposta de redação e marcação dos pontos principais.
b) Organização do projeto textual, selecionando argumentos para os parágrafos de desenvol-
vimento, possíveis defesas do ponto de vista e informações que conversem com a discus-
são.
c) Rascunho: após selecionar as partes mais importantes do seu texto, você vai, de fato, es-
crevê-lo na íntegra, colocando as ideias já selecionadas nos lugares específicos do texto e,
claro, fazendo a costura dessas frases e desses parágrafos.
d) Revisão: você, após práticas de redação, sabe quais são as suas fragilidades. Então, antes
de passar a redação a limpo, é necessário lê-la de forma a procurar possíveis erros de or-
dem gramatical e estrutural.
Na sequência, um checklist importante para a sua revisão:
• Há uma redação construída com 1 parágrafo de introdução, 2 de desenvolvimentos e 1 de
conclusão? SIM

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• As margens estão respeitadas? SIM


• Há espaçamento inicial de parágrafo? SIM
• As palavras mais importantes do comando temático estão na redação (especialmente na
introdução)? SIM
• Os argumentos que serão desenvolvidos foram antecipados na introdução, aprofundados
(cada um em um parágrafo específico) nos desenvolvimentos e resgatados na conclusão?
SIM
• Há alguma informação que comprove as reflexões desenvolvidas? SIM
• Há conectivos no início dos parágrafos e dos períodos? SIM
• Há repetição de palavras? NÃO
3. Em aula, vocês tiveram acesso a repertórios por eixo temático (e não por temas). Selecione,
agora, os mais flexíveis e leva-os para a prova. Lembre-se que os grandes eixos temáticos são
EDUCAÇÃO, MEIO AMBIENTE, SAÚDE, VIOLÊNCIA, TECNOLOGIA, ECONOMIA, DESIGUALDA-
DE SOCIAL, COMPORTAMENTO HUMANO.
4. PÉ NO CHÃO. Lembre-se de que, para escrever uma redação, não é necessário inspiração, é, na
verdade, pura técnica, objetividade, organização. Apegue-se às estratégias que você aprende,
aos esqueletos de redação e aplique-os no texto.

Lembre-se de que a porta abra para aqueles que não para de bater.
Força, responsabilidade e coragem para viver a experiência que você escolheu!

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