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CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – DL 3.689/1941
(SUMÁRIO)
LIVRO I DO PROCESSO EM GERAL ........................................................................................................... 3
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ..................................................................................................................................... 3
ARTIGOS DO CPP SOBRE JUIZ DAS GARANTIAS MENCIONADOS NO INFO 1106-STF (ADIS 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF,
6.305/DF) ............................................................................................................................................................................. 13

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OUTROS ARTIGOS DO CPP E LEI 13.964/2019 MENCIONADOS NO INFO 1106-STF (ADIS 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF,
6.305/DF) ............................................................................................................................................................................. 17
NOÇÕES GERAIS – JUIZ DAS GARANTIAS ............................................................................................................................... 19
INFORMATIVOS 2023 ........................................................................................................................................................... 20
SÚMULA ............................................................................................................................................................................... 24

Dúvidas, sugestões e críticas:


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Legenda:
 AMARELO – DESTAQUE
 VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE
 AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO
 LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES
 CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

AUTOR: MARCO TORRANO


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LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Juiz das Garantias
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação
e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação (Info 1106-STF: juiz pode determinar
diligências suplementares). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

Art. 3º-A do CPP


Juiz pode determinar diligências suplementares.
O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, ao art. 3º-A do CPP, para assentar que o juiz, pontu-
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e almente, nos limites legalmente autorizados, pode
a substituição da atuação probatória do órgão de determinar a realização de diligências suplementa-
acusação. res, para o fim de dirimir dúvida sobre questão rele-
vante para o julgamento do mérito.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299)
(Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

Art. 3º-B, caput, do CPP


Prazo de implantação e funcionamento: 12 meses (prorrogável uma única vez por + 12 meses).
O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
caput do art. 3º-B do CPP, e, por unanimidade, fixar
o prazo de 12 meses, a contar da publicação da ata
do julgamento, para que sejam adotadas as medidas
legislativas e administrativas necessárias à adequa-
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo con-
ção das diferentes leis de organização judiciária, à
trole da legalidade da investigação criminal e pela
efetiva implantação e ao efetivo funcionamento do
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia te-
juiz das garantias em todo o País, tudo conforme as
nha sido reservada à autorização prévia do Poder Ju-
diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
diciário, competindo-lhe especialmente: (...).
sob a supervisão dele.
 Esse prazo poderá ser prorrogado uma única vez,
por no máximo 12 meses, devendo a devida justifi-
cativa ser apresentada em procedimento realizado
junto ao CNJ.

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Art. 20 da Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime)
Inconstitucionalidade do prazo de 30 dias para a instalação dos juízes das garantias.
O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
(trinta) dias de sua publicação oficial. 13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta
dias para a instalação dos juízes das garantias.

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I - receber a comunicação imediata da prisão (deixar de comunicar a prisão ao juiz das garantias pode
implicar responsabilização por abuso de autoridade – art. 12 da Lei 13.869/2019), nos termos do inciso LXII
do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto
no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)

Art. 3º-B, incisos IV, VIII e IX, do CPP


Para que todos os atos praticados pelo Ministério Público,
como condutor de investigação penal, se submetam ao controle judicial,
independentemente de o juiz das garantias já ter sido implementado na respectiva jurisdição.
Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, para que
investigação criminal; todos os atos praticados pelo Ministério Público,
como condutor de investigação penal, se subme-
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, es- tam ao controle judicial (HC 89.837/DF) e fixar o
tando o investigado preso, em vista das razões apre- prazo de até 90 dias, contados da publicação da ata
sentadas pela autoridade policial e observado o dis- do julgamento, para os representantes do Parquet
posto no § 2º deste artigo; encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC
e outros procedimentos de investigação criminal,
IX - determinar o trancamento do inquérito policial mesmo que tenham outra denominação, ao respec-
quando não houver fundamento razoável para sua tivo juiz natural, independentemente de o juiz das
instauração ou prosseguimento; garantias já ter sido implementado na respectiva ju-
risdição.
 (Auditor TCM/PA 2023 Consulpam correta) Compete, especialmente ao juiz das garantias, ser informado sobre a instauração
de qualquer investigação criminal.

V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto
no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do
disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B, VI, do CPP


O exercício do contraditório será preferencialmente em audiência pública e oral.
Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, para prever que o
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,

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assegurado, no primeiro caso, o exercício do contra- exercício do contraditório será preferencialmente
ditório em audiência pública e oral, na forma do dis- em audiência pública e oral.
posto neste Código ou em legislação especial perti-
nente;

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VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)

Art. 3º-B, VII, do CPP


O juiz pode deixar de realizar a audiência
quando houver risco para o processo,
ou diferi-la em caso de necessidade.
Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
VII - decidir sobre o requerimento de produção ante- ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
cipada de provas consideradas urgentes e não repe- que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando
tíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa houver risco para o processo, ou diferi-la em caso de
em audiência pública e oral; necessidade.

VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões
apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) [§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.]

Art. 3º-B, incisos IV, VIII e IX, do CPP


 Confira o inciso IV do art. 3-B.

IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua
instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B, incisos IV, VIII e IX, do CPP


 Confira o inciso IV do art. 3-B.

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da


investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

XI - decidir sobre os requerimentos de: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)


a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de
outras formas de comunicação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
c) busca e apreensão domiciliar; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
d) acesso a informações sigilosas; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

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XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B, XIV, do CPP


Competência do juiz das garantias cessa com o oferecimento da denúncia.
O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade

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Art. 3-B. (...): do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuiu interpre-
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou tação conforme para assentar que a competência do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; juiz das garantias cessa com o oferecimento da de-
núncia.

XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu


defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação
criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento (conferir a Súmula Vinculante
14); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)

XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal (ANPP) ou os de colaboração
premiada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)

§ 1º (VETADO).

§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença
do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a
presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de
videoconferência. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B, § 1º, do CPP


Preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória:
encaminhamento à presença do juiz das garantias no prazo de 24h.
Videoconferência é exceção.
O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ao § 1º do art. 3º-B do CPP, para estabelecer que o
preso em flagrante ou por força de mandado de pri-
Art. 3-B. (...).
são provisória será encaminhado à presença do juiz
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado
das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossi-
de prisão provisória será encaminhado à presença
bilidade fática, momento em que se realizará a au-
do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro)
diência com a presença do ministério público e da
horas, momento em que se realizará audiência com
defensoria pública ou de advogado constituído, ca-
a presença do Ministério Público e da Defensoria Pú-
bendo, excepcionalmente, o emprego de VIDEO-
blica ou de advogado constituído, vedado o emprego
CONFERÊNCIA, mediante decisão da autoridade ju-
de videoconferência.
diciária competente, desde que este meio seja apto
à verificação da integridade do preso e à garantia de
todos os seus direitos.

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Art. 310, caput, do CPP
Audiência de custódia poderá ser realizada por videoconferência
em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que o juiz,
após a realização da prisão, o juiz deverá promover em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo,

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audiência de custódia com a presença do acusado, poderá realizar a audiência de custódia por video-
seu advogado constituído ou membro da Defensoria conferência.
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (...)

AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
 Comentamos artigo por artigo em material especí-
fico. Material disponível
na pasta de
Direito Processual Penal
https://www.proleges.com.br/

§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze)
dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Art. 3º-B, § 2º, do CPP


Sobre prorrogações de inquéritos policiais
e a não revogação automática da prisão preventiva por inobservância do prazo previsto em lei (parágrafo
único do art. 316 do CPP).
O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ao § 2º do art. 3º-B do CPP, para assentar que:
Art. 3-B. (...). (a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reco-
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garan- nhecendo a necessidade de novas prorrogações do
tias poderá, mediante representação da autoridade inquérito, diante de elementos concretos e da com-
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, plexidade da investigação; e
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (b) a inobservância do prazo previsto em lei (leia-se:
(quinze) dias, após o que, se ainda assim a investiga- o descumprimento do prazo do parágrafo único do
ção não for concluída, a prisão será imediatamente art. 316 do CPP) não implica a revogação automática
relaxada. da prisão preventiva, devendo o juízo competente
ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos
termos da ADI 6.581/DF.

O descumprimento do prazo do parágrafo único do art. 316 do CPP não acarreta automaticamente a
liberdade do preso. Esse dispositivo se aplica também aos Tribunais?
O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal não acarreta,
automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de liberdade pro-
visória.
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até
o final dos processos de conhecimento.
O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para:

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• o juízo em 1ª instância: SIM
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por prerrogativa de
função – como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto
contra decisão de 1ª instância).
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, pará-
grafo único, do CPP. Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF.

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Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se:
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de
segundo grau;
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro.
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de
sentença condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046).
A obrigação de revisar, a cada 90 dias, a necessidade de se manter a custódia cautelar (art. 316, pará-
grafo único, do CPP) é imposta apenas ao juiz ou tribunal que decretar a prisão preventiva?
Entendimento atual:
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até
o final dos processos de conhecimento.
O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para:
• o juízo em 1ª instância: SIM
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por prerrogativa de
função – como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto
contra decisão de 1ª instância).
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, pará-
grafo único, do CPP. Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF.

Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se:


a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de
segundo grau;
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro.
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de
sentença condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046).

Entendimento antigo (superado):


STJ. 6ª Turma. HC 589544-SC, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 08/09/2020 (Info 680).
 Buscador Dizer o Direito: https://bit.ly/3Rr3HA9.

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Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor
potencial ofensivo (juiz das garantias não abrange o rito da Lei 9.099/95), e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

Primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP


Não se aplica o juiz das garantias...

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O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme à
primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP, para es-
clarecer que as normas relativas ao juiz das garantias
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias não se aplicam às seguintes situações:
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- (a) processos de competência originária dos tribu-
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento nais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste (b) processos de competência do tribunal do júri;
Código. (c) casos de violência doméstica e familiar (rito da
Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo
(rito da Lei 9.099/95).

#Resumindo
➔ Infrações de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95).
JUIZ DAS GARANTIAS ➔ Competência originária dos Tribunais.
NÃO SE APLICA... ➔ Tribunal do Júri.
➔ Violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha).
 (Auditor TCM/PA 2023 Consulpam correta) A competência do juiz das garantias não abrange as infrações penais de menor
potencial ofensivo.

Segunda parte do caput do art. 3º-C do CPP


O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias da expressão “recebimento da denúncia ou queixa
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- na forma do art. 399 deste Código” contida na se-
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento gunda parte do caput do art. 3º-C do CPP, e atribuiu
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste interpretação conforme para assentar que a com-
Código. petência do juiz das garantias cessa com o ofereci-
mento da denúncia.

§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 1º do art. 3º-C do CPP


O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
Art. 3º-C. (...).
do termo “Recebida” contido no § 1º do art. 3º-C do
CPP, e atribuiu interpretação conforme ao disposi-
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões
tivo para assentar que, oferecida a denúncia ou
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
queixa, as questões pendentes serão decididas pelo
julgamento.
juiz da instrução e julgamento.

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§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que,
após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Em que momento cessa a competência do juiz das garantias?


Info 1106-STF: com o OFERECIMENTO da peça acusatória.

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ANTES DO INFO 1106-STF DEPOIS DO INFO 1106-STF
(cessa com o RECEBIMENTO da peça acusatória) (cessa com o OFERECIMENTO da peça acusatória)
O marco final de atuação do juiz das garantias é com A atuação/competência do juiz das garantias se en-
o recebimento da peça acusatória. Recebida a peça cerra com o oferecimento da denúncia ou da queixa.
acusatória as questões pendentes serão decididas
pelo juiz da instrução e julgamento.

§ 2º do art. 3º-C do CPP


Art. 3º-C. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
do termo “recebimento” contido no § 2º do art. 3º-
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias C do CPP, e atribuiu interpretação conforme ao dis-
não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, positivo para assentar que, após o oferecimento da
após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá denúncia ou queixa, o juiz da instrução e julgamento
reexaminar a necessidade das medidas cautelares deverá reexaminar a necessidade das medidas cau-
em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. telares em curso, no prazo máximo de 10 dias.

§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do
processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para
apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos (conferir a Súmula Vinculante 14) acautelados
na secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

§§ 3º e 4º do art. 3º-C do CPP


Art. 3º-C. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade,
com redução de texto, dos §§ 3º e 4º do art. 3º-C do
§ 3º Os autos que compõem as matérias de compe- CPP, e atribuiu interpretação conforme para enten-
tência do juiz das garantias ficarão acautelados na der que os autos que compõem as matérias de com-
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Pú- petência do juiz das garantias serão remetidos ao
blico e da defesa, e não serão apensados aos autos juiz da instrução e julgamento.
do processo enviados ao juiz da instrução e julga-
mento, ressalvados os documentos relativos às pro-
vas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
de antecipação de provas, que deverão ser remeti-
dos para apensamento em apartado.

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos


autos acautelados na secretaria do juízo das garan-
tias.

proleges.com.br  pág. 10 de 24
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts.
4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo (Info 1106-STF: é inconstitucional o
“sistema de rodízio de magistrados”). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Caput e parágrafo único do art. 3º-D do CPP

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Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º do caput do art. 3º-D do CPP; e declarou a inconsti-
e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no tucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-
processo. D do CPP.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposi-
ções deste Capítulo.

Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado (Info 1106-STF: investido) conforme as normas de
organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)

Art. 3º-E do CPP


O juiz das garantias será investido, e não designado.
O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado con- ao art. 3º-E do CPP, para assentar que o juiz das ga-
forme as normas de organização judiciária da União, rantias será investido, e não designado, conforme as
dos Estados e do Distrito Federal, observando crité- normas de organização judiciária da União, dos es-
rios objetivos a serem periodicamente divulgados tados e do Distrito Federal, observando critérios ob-
pelo respectivo tribunal. jetivos a serem periodicamente divulgados pelo res-
pectivo tribunal.

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos
(proteção dos direitos fundamentais e humanos), impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade
com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI
6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta)
dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo
padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa,
assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida
à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

Caput do art. 3º-F do CPP


Impede o acordo/ajuste da autoridade
com órgãos de imprensa para explorar a imagem da pessoa presa.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
cumprimento das regras para o tratamento dos pre- caput do art. 3º-F do CPP.
sos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer auto-
ridade com órgãos da imprensa para explorar a ima-
gem da pessoa submetida à prisão, sob pena de res-
ponsabilidade civil, administrativa e penal.

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 (Advogado CRMMG 2023 Quadrix incorreta, porque também é possível responsabilidade administrativa e penal) O juiz das
garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou o ajuste de qualquer
autoridade com os órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade
exclusivamente civil.

Parágrafo único do art. 3º-F do CPP


Divulgação de informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso.

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Art. 3º-F. (...).
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as auto- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, para assen-
dias, o modo pelo qual as informações sobre a reali- tar que a divulgação de informações sobre a realiza-
zação da prisão e a identidade do preso serão, de ção da prisão e a identidade do preso pelas autori-
modo padronizado e respeitada a programação nor- dades policiais, Ministério Público e magistratura
mativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à deve assegurar a efetividade da persecução penal, o
imprensa, assegurados a efetividade da persecução direito à informação e a dignidade da pessoa sub-
penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa metida à prisão.
submetida à prisão.

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ARTIGOS DO CPP SOBRE JUIZ DAS GARANTIAS
MENCIONADOS NO INFO 1106-STF
(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)

Artigos do CPP sobre JUIZ DAS GARANTIAS


mencionados no Info 1106-STF

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(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e ao art. 3º-A do CPP, para assentar que o juiz, pontu-
a substituição da atuação probatória do órgão de almente, nos limites legalmente autorizados, pode
acusação. determinar a realização de diligências suplementa-
res, para o fim de dirimir dúvida sobre questão rele-
vante para o julgamento do mérito.

Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo con- O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
trole da legalidade da investigação criminal e pela caput do art. 3º-B do CPP, e, por unanimidade, fixar
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia te- o prazo de 12 meses, a contar da publicação da ata
nha sido reservada à autorização prévia do Poder Ju- do julgamento, para que sejam adotadas as medidas
diciário, competindo-lhe especialmente: (...). legislativas e administrativas necessárias à adequa-
ção das diferentes leis de organização judiciária, à
efetiva implantação e ao efetivo funcionamento do
juiz das garantias em todo o País, tudo conforme as
diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
sob a supervisão dele.
 Esse prazo poderá ser prorrogado uma única vez,
por no máximo 12 meses, devendo a devida justifi-
cativa ser apresentada em procedimento realizado
junto ao CNJ.

Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


IV - ser informado sobre a instauração de qualquer aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, para que
investigação criminal; todos os atos praticados pelo Ministério Público,
como condutor de investigação penal, se subme-
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, es- tam ao controle judicial (HC 89.837/DF) e fixar o
tando o investigado preso, em vista das razões apre- prazo de até 90 dias, contados da publicação da ata
sentadas pela autoridade policial e observado o dis- do julgamento, para os representantes do Parquet
posto no § 2º deste artigo; encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC
e outros procedimentos de investigação criminal,
IX - determinar o trancamento do inquérito policial mesmo que tenham outra denominação, ao respec-
quando não houver fundamento razoável para sua tivo juiz natural, independentemente de o juiz das
instauração ou prosseguimento; garantias já ter sido implementado na respectiva ju-
risdição.

Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, para prever que o
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida exercício do contraditório será preferencialmente
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, asse- em audiência pública e oral.
gurado, no primeiro caso, o exercício do contraditó-
rio em audiência pública e oral, na forma do disposto
neste Código ou em legislação especial pertinente;

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Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
VII - decidir sobre o requerimento de produção ante- que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando
cipada de provas consideradas urgentes e não repe- houver risco para o processo, ou diferi-la em caso de
tíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa necessidade.
em audiência pública e oral;

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Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuiu interpre-
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou tação conforme para assentar que a competência do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; juiz das garantias cessa com o oferecimento da de-
núncia.

Art. 3-B. (...). O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado ao § 1º do art. 3º-B do CPP, para estabelecer que o
de prisão provisória será encaminhado à presença preso em flagrante ou por força de mandado de pri-
do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) são provisória será encaminhado à presença do juiz
horas, momento em que se realizará audiência com das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossi-
a presença do Ministério Público e da Defensoria Pú- bilidade fática, momento em que se realizará a au-
blica ou de advogado constituído, vedado o emprego diência com a presença do ministério público e da
de videoconferência. defensoria pública ou de advogado constituído, ca-
bendo, excepcionalmente, o emprego de VIDEO-
CONFERÊNCIA, mediante decisão da autoridade ju-
diciária competente, desde que este meio seja apto
à verificação da integridade do preso e à garantia de
todos os seus direitos.

Art. 3-B. (...). O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garan- ao § 2º do art. 3º-B do CPP, para assentar que:
tias poderá, mediante representação da autoridade (a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reco-
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, nhecendo a necessidade de novas prorrogações do
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 inquérito, diante de elementos concretos e da com-
(quinze) dias, após o que, se ainda assim a investiga- plexidade da investigação; e
ção não for concluída, a prisão será imediatamente (b) a inobservância do prazo previsto em lei (leia-se:
relaxada. o descumprimento do prazo do parágrafo único do
art. 316 do CPP) não implica a revogação automática
da prisão preventiva, devendo o juízo competente
ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos
termos da ADI 6.581/DF.

Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme à
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP, para es-
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento clarecer que as normas relativas ao juiz das garantias
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste não se aplicam às seguintes situações:
Código. (a) processos de competência originária dos tribu-
nais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
(b) processos de competência do tribunal do júri;
(c) casos de violência doméstica e familiar (rito da
Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo
(rito da Lei 9.099/95).

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Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- da expressão “recebimento da denúncia ou queixa
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento na forma do art. 399 deste Código” contida na se-
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste gunda parte do caput do art. 3º-C do CPP, e atribuiu
Código. interpretação conforme para assentar que a com-
petência do juiz das garantias cessa com o ofereci-

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mento da denúncia.

Art. 3º-C. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade


§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões do termo “Recebida” contido no § 1º do art. 3º-C do
pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e CPP, e atribuiu interpretação conforme ao disposi-
julgamento. tivo para assentar que, oferecida a denúncia ou
queixa, as questões pendentes serão decididas pelo
juiz da instrução e julgamento.

Art. 3º-C. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade


§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias do termo “recebimento” contido no § 2º do art. 3º-
não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que, C do CPP, e atribuiu interpretação conforme ao dis-
após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá positivo para assentar que, após o oferecimento da
reexaminar a necessidade das medidas cautelares denúncia ou queixa, o juiz da instrução e julgamento
em curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. deverá reexaminar a necessidade das medidas cau-
telares em curso, no prazo máximo de 10 dias.

Art. 3º-C. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade,


com redução de texto, dos §§ 3º e 4º do art. 3º-C do
§ 3º Os autos que compõem as matérias de compe- CPP, e atribuiu interpretação conforme para enten-
tência do juiz das garantias ficarão acautelados na der que os autos que compõem as matérias de com-
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Pú- petência do juiz das garantias serão remetidos ao
blico e da defesa, e não serão apensados aos autos juiz da instrução e julgamento.
do processo enviados ao juiz da instrução e julga-
mento, ressalvados os documentos relativos às pro-
vas irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou
de antecipação de provas, que deverão ser remeti-
dos para apensamento em apartado.

§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos


autos acautelados na secretaria do juízo das garan-
tias.

Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º do caput do art. 3º-D do CPP; e declarou a inconsti-
e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no tucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-
processo. D do CPP.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposi-
ções deste Capítulo.

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Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado con- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
forme as normas de organização judiciária da União, ao art. 3º-E do CPP, para assentar que o juiz das ga-
dos Estados e do Distrito Federal, observando crité- rantias será investido, e não designado, conforme as
rios objetivos a serem periodicamente divulgados normas de organização judiciária da União, dos es-
pelo respectivo tribunal. tados e do Distrito Federal, observando critérios ob-

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jetivos a serem periodicamente divulgados pelo res-
pectivo tribunal.

Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
cumprimento das regras para o tratamento dos pre- caput do art. 3º-F do CPP.
sos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer auto-
ridade com órgãos da imprensa para explorar a ima-
gem da pessoa submetida à prisão, sob pena de res-
ponsabilidade civil, administrativa e penal.

Art. 3º-F. (...). O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


Parágrafo único. Por meio de regulamento, as auto- ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, para assen-
ridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) tar que a divulgação de informações sobre a realiza-
dias, o modo pelo qual as informações sobre a reali- ção da prisão e a identidade do preso pelas autori-
zação da prisão e a identidade do preso serão, de dades policiais, Ministério Público e magistratura
modo padronizado e respeitada a programação nor- deve assegurar a efetividade da persecução penal, o
mativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à direito à informação e a dignidade da pessoa sub-
imprensa, assegurados a efetividade da persecução metida à prisão.
penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa
submetida à prisão.

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OUTROS ARTIGOS DO CPP E LEI 13.964/2019
MENCIONADOS NO INFO 1106-STF
(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)

Outros artigos do CPP


mencionados no Info 1106-STF

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(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito poli- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
cial ou de quaisquer elementos informativos da ao caput do art. 28 do CPP, para assentar que, ao se
mesma natureza, o órgão do Ministério Público co- manifestar pelo arquivamento do inquérito policial
municará à vítima, ao investigado e à autoridade po- ou de quaisquer elementos informativos da mesma
licial e encaminhará os autos para a instância de re- natureza, o órgão do Ministério Público submeterá
visão ministerial para fins de homologação, na forma sua manifestação ao juiz competente e comunicará
da lei. à vítima, ao investigado e à autoridade policial, po-
dendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral
ou para a instância de revisão ministerial, quando
houver, para fins de homologação, na forma da lei.

Art. 28. (...). O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não con- ao § 1º do art. 28 do CPP, para assentar que, além da
cordar com o arquivamento do inquérito policial, po- vítima ou de seu representante legal, a autoridade
derá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da judicial competente também poderá submeter a
comunicação, submeter a matéria à revisão da ins- matéria à revisão da instância competente do órgão
tância competente do órgão ministerial, conforme ministerial, caso verifique patente ilegalidade ou te-
dispuser a respectiva lei orgânica. ratologia no ato do arquivamento.

Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade dos
o investigado confessado formal e circunstancial- arts. 28-A, caput, III, IV e §§ 5º, 7º e 8º do CPP.
mente a prática de infração penal sem violência ou
grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (qua-
tro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo
de não persecução penal, desde que necessário e su-
ficiente para reprovação e prevenção do crime, me-
diante as seguintes condições ajustadas cumulativa
e alternativamente:
(...)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades pú-
blicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de um a dois terços,
em local a ser indicado pelo juízo da execução, na
forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pú-
blica ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo
da execução, que tenha, preferencialmente, como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhan-
tes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
(...)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes
ou abusivas as condições dispostas no acordo de não

proleges.com.br  pág. 17 de 24
persecução penal, devolverá os autos ao Ministério
Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu de-
fensor.
(...)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta

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que não atender aos requisitos legais ou quando não
for realizada a adequação a que se refere o § 5º
deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os au-
tos ao Ministério Público para a análise da necessi-
dade de complementação das investigações ou o
oferecimento da denúncia.

Art. 157. (...). O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade


§ 5º O juiz que conhecer do conteúdo da prova de- do § 5º do art. 157 do CPP.
clarada inadmissível não poderá proferir a sentença
ou acórdão.

Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que o juiz,
após a realização da prisão, o juiz deverá promover em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo,
audiência de custódia com a presença do acusado, poderá realizar a audiência de custódia por video-
seu advogado constituído ou membro da Defensoria conferência.
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (...)

Art. 310. (...). O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme


§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o ao § 4º do art. 310 do CPP, para assentar que a au-
decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, toridade judiciária deverá avaliar se estão presentes
a não realização de audiência de custódia sem moti- os requisitos para a prorrogação excepcional do
vação idônea ensejará também a ilegalidade da pri- prazo ou para sua realização por videoconferência,
são, a ser relaxada pela autoridade competente, sem sem prejuízo da possibilidade de imediata decreta-
prejuízo da possibilidade de imediata decretação de ção de prisão preventiva
prisão preventiva.

Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
(trinta) dias de sua publicação oficial. parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta
dias para a instalação dos juízes das garantias.

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NOÇÕES GERAIS – JUIZ DAS GARANTIAS

Juiz das garantias


 Previsão legal: arts. 3º-A a 3º-F do CPP.
 Objetivo principal: reforçar a imparcialidade do julgador.
 Rogério Sanches Cunha aponta outras duas finalidades: “a audiência de custódia (ou de apresentação)

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tem dupla finalidade: de proteção, a fim de tutelar a integridade física do preso, e de constatação, aquila-
tando, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, a necessidade de ser mantida a prisão do autu-
ado” (2020, p. 127).
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote anticrime: Lei n. 13.964/2019 - comentários às alterações no CP, CPP e LEP. Juspodivm, 2020.

Teoria da dissonância cognitiva


 Autor da teoria: Leon Festinger (1919-1989), psicólogo norte-americano.
 O que fala teoria da dissonância cognitiva? “Festinger centrou seus estudos exatamente na tensão ou
angústia psicológica que uma pessoa sente ao tomar consciência de que possui pensamentos ou crenças
contraditórias (dissonantes) sobre algum elemento relevante, quando percebe que tem opiniões (cogni-
ções) discrepantes acerca de algum assunto de maior importância. Esse desconforto foi denominado de
dissonância cognitiva. A coerência consigo mesmo e também com os outros é um sentimento que as pes-
soas valorizam muito. Por isso, quando suas idéias, sentimentos ou comportamentos entram em conflito,
mostram-se incompatíveis, elas se sentem desconfortáveis, vivem uma situação de tensão decorrente da
falta de harmonia (dissonância) entre dois pensamentos ou crenças relevantes (...). A dissonância cognitiva
pode decorrer da inconsistência lógica entre duas idéias, pode advir de hábitos culturais diversos, da defesa
de opiniões ou posições antagônicas ou ser reflexo de uma experiência passada. Surgirá no momento em
que a pessoa ficar consciente de suas duas cognições relevantes e discrepantes” (TÁVORA; ARAÚJO;
COSTA, 2023, p. 21).
 O que isso significa para o processo penal? “Se o mesmo magistrado atuar desde a coleta de elementos
probatórios no curso das investigações até a prolação da decisão final, ele estará ‘contaminado’ com cren-
ças e opiniões iniciais que, provavelmente, não são mais as mesmas que passou a ter ao final do processo,
já que recebeu novas influências no curso da persecução penal.” (TÁVORA; ARAÚJO; COSTA, 2023, p. 21).
Portanto, o instituto do juiz das garantias busca superar o fenômeno da dissonância cognitiva.
TÁVORA, Nestor; ARAÚJO, Fábio Roque; COSTA, Klaus Negri. Código de processo penal para concursos. Juspodivm, 2023.

STF e juiz das garantias


O juiz das garantias está previsto nos arts. 3º-A, 3º-B, 3º-C, 3º-D, 3º-E, 3º-F, do CPP, que foram incluídos
pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime). Contudo, o Min. Luiz Fux suspendeu – por tempo indetermi-
nado – a eficácia de tais artigos e, consequentemente, a criação de juiz das garantias, tendo em vista a
decisão cautelar proferida nas ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305.

#Atualização:
23/08/2023: STF considera obrigatória implementação do juiz das garantias
 https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=512751&ori=1

Confira o Info 1106-STF a seguir (Informativos 2023).

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INFORMATIVOS 2023

INFO 1106-STF
DIREITO PROCESSUAL PENAL – JUIZ DAS GARANTIAS; ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL; AUDIÊNCIA
DE CUSTÓDIA; ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL; PROCESSO EM GERAL; AÇÃO PENAL; PROVAS;
PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA

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DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS;
PODER JUDICIÁRIO; MINISTÉRIO PÚBLICO
LEI ANTICRIME E ALTERAÇÕES NO CPP: JUIZ DAS GARANTIAS, PROCEDIMENTO DE ARQUIVAMENTO DO IN-
QUÉRITO POLICIAL, ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, OBRIGATORIEDADE DE REALIZAÇÃO DA AUDI-
ÊNCIA DE CUSTÓDIA NO PRAZO DE 24 HORAS E REVOGAÇÃO AUTOMÁTICA DE PRISÃO.
É constitucional o art. 3º da Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime), especificamente quanto à instituição e à
implementação do juiz das garantias no processo penal brasileiro, porquanto trata de questões atinentes
ao processo penal, matéria da competência legislativa privativa da União (CF/1988, art. 22, I), que tem
natureza cogente sobre todos os entes federativos e os Poderes da República.
No entanto, é formalmente inconstitucional — por configurar invasão desarrazoada à autonomia admi-
nistrativa e ao poder de auto-organização do Judiciário (CF/1988, art. 96, I) — a introdução do parágrafo
único do art. 3º-D do CPP, que impõe a criação de um “sistema de rodízio de magistrados” nas comarcas
em que funcionar um único juiz.
STF. Plenário. ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24.8.2023 (Info
1106).

Resumo:
A implementação do juiz das garantias visa garantir uma maior imparcialidade, a proteção de direitos
fundamentais e o aprimoramento do sistema judicial. Contudo, para viabilizar a adoção do instituto de
forma progressiva e programada pelos tribunais, é necessário fixar prazo de transição mais dilatado e
adequado ao equacionamento da reorganização do Poder Judiciário nacional.

A atuação do juiz das garantias se encerra com o oferecimento da denúncia ou da queixa, e não com o
recebimento de uma delas, devendo o juiz da instrução ter acesso aos elementos produzidos no inquérito
policial ou no procedimento investigativo criminal. Restringir esse acesso afeta diretamente a indepen-
dência funcional do magistrado em exercer seu julgamento motivado, em busca da verdade real. Não se
pode presumir que o simples contato com os elementos que ensejaram a denúncia seja apto a vulnerar a
imparcialidade do julgador.

Ademais, a inobservância do prazo previsto em lei não causa a revogação automática da prisão e o juízo
competente deve ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram (1). Não é razoável, proporcional ou
obediente ao primado da inafastabilidade da jurisdição, exigir que, em toda e qualquer hipótese, indepen-
dentemente de suas peculiaridades e dos riscos envolvidos, a prisão seja automaticamente relaxada.

Além de não abranger as infrações de menor potencial ofensivo (CPP/1941, art. 3º-C), o juiz das garan-
tias também não se aplica:
(i) aos tribunais, pois a colegialidade, por si só, é fato e reforço da independência e da imparcialidade
judicial, a justificar a diferença de tratamento;
(ii) aos processos de competência do Tribunal do Júri, pela mesma lógica do item anterior; e
(iii) aos processos criminais de violência doméstica e familiar, porque a natureza desses casos exige disci-
plina processual penal específica, que traduza um procedimento mais dinâmico, apto a promover o pronto
e efetivo amparo e proteção da vítima.

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Resumindo:
➔ Infrações de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95).
JUIZ DAS GARANTIAS ➔ Competência originária dos Tribunais.
NÃO SE APLICA... ➔ Tribunal do Júri.
➔ Violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha).

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Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, ao analisar algumas das modificações ao
CPP/1941, implementadas pela Lei 13.964/2019, julgou parcialmente procedentes as ações para:

(i) por maioria, atribuir interpretação conforme ao art. 3º-A do CPP, para assentar que o juiz, pontual-
mente, nos limites legalmente autorizados, pode determinar a realização de diligências suplementares,
para o fim de dirimir dúvida sobre questão relevante para o julgamento do mérito;

(ii) por maioria, declarar a constitucionalidade do caput do art. 3º-B do CPP, e, por unanimidade, fixar
o prazo de doze meses, a contar da publicação da ata do julgamento, para que sejam adotadas as medidas
legislativas e administrativas necessárias à adequação das diferentes leis de organização judiciária, à efe-
tiva implantação e ao efetivo funcionamento do juiz das garantias em todo o País, tudo conforme as
diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e sob a supervisão dele. Esse prazo poderá ser prorro-
gado uma única vez, por no máximo doze meses, devendo a devida justificativa ser apresentada em pro-
cedimento realizado junto ao CNJ;

(iii) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta dias para a instalação dos juízes das garantias;

(iv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, para
que todos os atos praticados pelo Ministério Público, como condutor de investigação penal, se subme-
tam ao controle judicial (HC 89.837/DF) e fixar o prazo de até 90 dias, contados da publicação da ata do
julgamento, para os representantes do Parquet encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC e ou-
tros procedimentos de investigação criminal, mesmo que tenham outra denominação, ao respectivo juiz
natural, independentemente de o juiz das garantias já ter sido implementado na respectiva jurisdição;

(v) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, para prever que
o exercício do contraditório será preferencialmente em audiência pública e oral;

(vi) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando houver risco para o processo, ou diferi-la em caso
de necessidade;

(vii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuir interpre-
tação conforme para assentar que a competência do juiz das garantias cessa com o oferecimento da
denúncia;

(viii) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
que o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do
juiz das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossibilidade fática, momento em que se realizará a audi-
ência com a presença do ministério público e da defensoria pública ou de advogado constituído, cabendo,
excepcionalmente, o emprego de videoconferência, mediante decisão da autoridade judiciária compe-
tente, desde que este meio seja apto à verificação da integridade do preso e à garantia de todos os seus
direitos;

(ix) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B do CPP, para assentar que:

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(a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do
inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade da investigação; e
(b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva,
devendo o juízo competente ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI 6.581/DF;

(x) por unanimidade, atribuir interpretação conforme à primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP,

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para esclarecer que as normas relativas ao juiz das garantias não se aplicam às seguintes situações:
(a) processos de competência originária dos tribunais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
(b) processos de competência do tribunal do júri;
(c) casos de violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95);

(xi) por maioria, declarar a inconstitucionalidade da expressão “recebimento da denúncia ou queixa na


forma do art. 399 deste Código” contida na segunda parte do caput do art. 3º-C do CPP, e atribuir inter-
pretação conforme para assentar que a competência do juiz das garantias cessa com o oferecimento da
denúncia;

(xii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do termo “Recebida” contido no § 1º do art. 3º-C do
CPP, e atribuir interpretação conforme ao dispositivo para assentar que, oferecida a denúncia ou queixa,
as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento;

(xiii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do termo “recebimento” contido no § 2º do


art. 3º-C do CPP, e atribuir interpretação conforme ao dispositivo para assentar que, após o oferecimento
da denúncia ou queixa, o juiz da instrução e julgamento deverá reexaminar a necessidade das medidas
cautelares em curso, no prazo máximo de 10 dias;

(xiv) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade, com redução de texto, dos §§ 3º e 4º do art.
3º-C do CPP, e atribuir interpretação conforme para entender que os autos que compõem as matérias de
competência do juiz das garantias serão remetidos ao juiz da instrução e julgamento;

(xv) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade do caput do art. 3º-D do CPP;

(xvi) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-D do CPP;

(xvii) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao art. 3º-E do CPP, para assentar que o juiz
das garantias será investido, e não designado, conforme as normas de organização judiciária da União,
dos estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo
respectivo tribunal;

(xviii) por unanimidade, declarar a constitucionalidade do caput do art. 3º-F do CPP;

(xix) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, para
assentar que a divulgação de informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso pelas
autoridades policiais, Ministério Público e magistratura deve assegurar a efetividade da persecução penal,
o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão;

(xx) por maioria, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 28 do CPP, para assentar que, ao se
manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua manifestação ao juiz competente e comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial, podendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou
para a instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação, na forma da lei;

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(xxi) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 28 do CPP, para assentar que,
além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também poderá subme-
ter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso verifique patente ilegalidade
ou teratologia no ato do arquivamento;

(xxii) por unanimidade, declarar a constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, III, IV e §§ 5º, 7º e 8º do

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CPP;

(xxiii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do § 5º do art. 157 do CPP;

(xxiv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que
o juiz, em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo, poderá realizar a audiência de custódia por
videoconferência;

(xxv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, para assentar que a
autoridade judiciária deverá avaliar se estão presentes os requisitos para a prorrogação excepcional do
prazo ou para sua realização por videoconferência, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação
de prisão preventiva; e

(xxvi) por unanimidade, fixar a seguinte regra de transição: quanto às ações penais já instauradas no
momento da efetiva implementação do juiz das garantias pelos tribunais, a eficácia da lei não acarretará
qualquer modificação do juízo competente.

(1) Precedente citado: ADI 6.581.

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SÚMULA

 Súmula vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

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