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MARI, ARAÇÁ E OUTRAS ÁRVORES DO PARAÍSO

Autor: Fábio Mozart

Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/cordel/1846933

Deus escreve em linha torta Do Brasil colonial


Prescrevendo o que virá, Sob as vistas complacentes
Peço ao Supremo Senhor Do jugo Provincial
Que dê luz ao meu cantar Rapinando essa riqueza
Pra falar neste folheto E enviando a Portugal.
Coisas da velha Araçá. A ganância portuguesa
Araçá dos Luna Freire, Começou a explorar
Araçá do abacaxi, E devastar nossas matas
Araçá de velhas lutas, Como a seguir se verá
De guerras, de frenesi, Em conluio com piratas
Por um punhado de terra Que infestavam esse mar.
Como se diz por aqui.
Os colonos portugueses
Patrimônio colossal Assinavam petição
Da gleba paraibana, Conseguindo sesmarias
Tem na sua geografia De larga e vasta extensão
Beleza de terra plana Sombreadas de florestas
E rica para o plantio Aqui nesta região.
De um povo muito bacana.
Então tiravam a madeira
Final do século dezoito: Para fim comercial
Toda essa região E junto com o contrabando
Era coberta de mata Levavam pra Portugal
Despertando a ambição O ouro e o pau de lei
De invasores estrangeiros Em rapina colossal.
Que vinham aqui em missão
De explorar essas várzeas Um tal Antonio da Prata
MARI, ARAÇÁ E OUTRAS ÁRVORES DO PARAÍSO
Autor: Fábio Mozart

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Desbravador português Começaram a conduzir


Descreveu por essa época Essas madeiras de lei
Uma viagem que ele fez Para depois expandir
Descobrindo nossas matas Nos fins do século dezoito
De causar embriaguez O que vai sobressair
Por serem de total virgens, Na novíssima colônia:
Sem nomes nem latitude, O comércio vegetal
Sem trilhas ou citações, Da Várzea do Paraíba
E em completa amplitude. Direto pra Portugal.
Ribeira do Paraíba,
Terra aberta à plenitude. Começava a exploração
Do Brasil colonial.
Contra-Mestre e batedores Portugueses e franceses
Entraram no matagal Carregavam o jatobá,
No Engenho Gargaú Baraúna, pau brasil,
E Mata do Cipoal Carvalho e jacarandá,
Com jatobá e pau d’arco Assim ia se formando
De abundância anormal. A vila de Araçá.

Já a Mata Marizeira, Madeira gorda e de lei


Fundo do Vale também, Voava nessa aventura
Encantaram os batedores Pra levantar os conventos
Que encontraram além E demais arquitetura
Toda sorte de madeira Dos palácios e navios
Que uma floresta retém. De Portugal que emoldura
O quadro de imperialismo
Para o Posto de Araçá Que o Marquês de Pombal
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Representava tão bem, Onde hoje se constata


Um dirigente venal Uma mui fértil planície
Mandatário desses mundos Que um deserto formata.
Direto de Portugal.
As riquezas inexploradas
Dessas matas colossais João Vitorino da Gama
Atraiam muita gente Fundou este povoado.
Que se aventurava mais Rosalina Luna Freire,
Alcançando Canafístula Um casal abençoado,
Onde nasceram meus pais. Tiveram muitos rebentos
Com terreno demarcado:
Depois chegaram em Pau-Ferro Araçá dos Luna Freire
Tudo nome de madeira! Foi conhecida a aldeia;
E nossas belas reservas Construída a capelinha,
Dessa planície altaneira O mercado e a cadeia,
Foram todas destruídas E outros equipamentos
Em servidão sorrateira. Que logo desencadeia
O mecanismo complexo
Na região ainda resta Dessa civilização,
Alguma espécie nativa; Estendendo até Sapé,
O mulungu, o anjico, Em Sobrado e Riachão,
A jurema e sempre-viva, Os povoados vizinhos
O marmeleiro, o pau d’arco Em cuja povoação
Como lembrança afetiva A família Luna Freire
De um mundo colossal Deu a contribuição,
Entre a zona da mata Sendo Zé de Luna Freire
E região da caatinga O chefe da estação
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Do trem que passou primeiro Com energia positiva.


Na Araçá de então.
Pernambuco e Paraíba
Que passou a progredir Mais Rio Grande do Norte
Com a passagem do trilho. Tinham a estrada de ferro
Com o desenvolvimento Como um supremo suporte
Apresentou maior brilho Pra alavancar o progresso,
Ao longo da ferrovia Mudando de fato a sorte
A fé deixava rastilho. Dessas regiões sofridas
Assim o apito do trem Que tinham no apito do trem
Na curva tênue da história Uma sensação de alento,
Com o brasão do Conde d’Eu Como um supremo bem
Em Mari chegou com glória Que chegava pra alargar
No ano de 83, A esperança muito além
Se não me falha a memória. Da triste realidade
Do “pueblo” regional,
Dia sete de setembro O qual andava a cavalo
Foi a data desse fato. No trote bem natural.
Fim do século dezenove
Chegou com espalhafato Aí veio a Great Western
O primeiro trem de ferro Modificando o astral.
Danado rompendo o mato Do povoado Araçá
Na aldeia de Araçá Que agora, além da feira,
Que o recebeu festiva, Teria a força do trem
Como um supremo suporte Assoprando na carreira
Para a força coletiva A chama da evolução
De um povo trabalhador E levantando a bandeira
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Da tal da prosperidade, Era grande autoridade


Aumentando a economia, O chefe da estação,
Fazendo da Estação Funcionário respeitado
O centro da freguesia, Na sociedade de então.
Acelerando o progresso Até na vida política
Como jamais ninguém via! O trem dava o seu bordão.

Verdade é que o trem de ferro


Mudou a sociedade, Hoje, tudo está mudado,
Influenciando em tudo O trem perdeu a corrida,
Na vida desta cidade, A ferrovia falece
Servindo até de relógio Diante da investida
Deixando muita saudade. Da política de transporte
Naquele tempo de glória, Que somente dá guarida
O sujeito ia à estação Ao módulo rodoviário
Como quem vai ao estrangeiro, Conforme o truste mandou,
Porque em cada vagão Só restando então saudades
Viajava a novidade, De um tempo que passou.
Chegava a inovação. Com o trem, foi-se o progresso,
Uns iam pra embarcar, O tom do apito mudou!
Outros receber parente,
A maioria, porém, O José de Luna Freire
Só festejava, contente, Construiu a capelinha.
A festa cotidiana Foi grande proprietário
Da ferrovia ingente. E benfeitor da terrinha.
Morreu na era de 12
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Grande prestígio ele tinha. Para aterrorizar


Mil novecentos e doze: Homem, mulher e menino.
Araçá cresceu bastante
Com foros de povoado Antonio Silvino foi
Levando o progresso avante De Jesuino Brilhante
Buscando a maioridade, Um seguidor indomado
Orgulhando o habitante. De sua vida alarmante
E românticas aventuras
No mister ameaçante
Da vida de cangaceiro
Morrendo o senhor José, Lembrando de Lampião,
Seu filho chamado João Do grande Chico Pereira
Herdou as propriedades Que também era um leão,
E o cargo na Estação, Justiçando em causa própria
Sendo este bom caráter, Nas veredas do sertão.
Correto e bom cidadão.
Virtudes estas herdadas Pois o Antonio Silvino
Do seu pai, homem direito, Mandou urgente recado
Um fundador da cidade, Ao povo do Araçá
Uma espécie de prefeito. Com o seu certificado
Que iria invadir
Araçá dos Luna Freire O pequeno povoado.
Deve a eles grande pleito. O povo daquela gleba
Contam que foi nesse tempo Ficou bastante chocado
Que o bando de Antonio Silvino Diante da ameaça
Invadiu o Araçá Do “bandido tresloucado”
Com um furor leonino Por não haver segurança
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Diante do bando armado. Para os pobres moradores


Que estavam constrangidos.
Três dias antes da data
Da vinda do cangaceiro Pois o capitão Silvino
Irrompeu em Araçá Atendeu aos seus pedidos,
O bando arcabuzeiro E conforme o combinado
Trazendo à sua frente Deu ordens aos seus bandidos
O famoso bandoleiro. Para poupar o comércio,
O bando de cangaceiros Respeitando o morador,
Dirigiu-se à estação Pedir, mas pedir com calma,
Para isolar o sistema Uma ajuda ou um favor
Sem a comunicação Em comida ou em dinheiro
Que pudesse anunciar Ou ambos, conforme for.
A indesejada invasão. O Capitão, entretanto,
Quis ouvir o som famoso
Foi, porém, bem recebido Do realejo de João
Pelo chefe da estação, Que atendeu, prestimoso,
Senhor João de Luna Freire, Acalmando o ambiente
Respeitável cidadão Com um solo bem formoso.
De caráter bem formado
Que enfrentou o valentão Antonio Silvino, então,
Sem aparentar o medo, Fez amigos no lugar
Com distinta cortesia, E se despediu em paz
Só fazendo uma exigência: Para ir subjugar
Evitar a heresia Outra praça e povoados
De profanar a igreja Sem um tiro disparar.
E exibir valentia
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Antes, Antonio Silvino


Por seu João autorizado, Em torno dessa capela
Distribuiu com os pobres Começou o movimento
Muita pataca e cruzado Do povo religioso
Que era na sua ação Com missas e casamento
Um gesto banalizado, E outras solenidades
Mostrando seu lado humano, Destacando-se o momento
Chegando em certas cidades Dos festejos de Natal
A soltar todos os presos, E a festa da Conceição,
Uma das ambigüidades Também festejos de Reis
Desse famoso bandido Que viraram tradição.
Afrontando autoridades.

Vamos passar a falar


Da vida religiosa No ano de 21
Dessa vila de Araçá Tomou posse o Padre João
De gente laboriosa, Batista de Albuquerque
Cumpridora dos deveres Que criou com devoção
Com uma fé gloriosa. O divino apostolado
Dirigido à oração,
Mil novecentos e um Com a família Luna Freire
Foi aberta a capelinha À frente da comissão.
Primeiro templo católico As irmãs Ana e Amélia,
Daquela aldeiazinha Maria Anália em conjunto,
Benta pelo Padre Antonio Tendo à frente dona Antonia
De uma cidade vizinha. Tratavam de todo assunto
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Dos instrumentos da fé Devoto da Conceição.


Como vigário adjunto.
Ajudado pelo povo,
Cônego Eurivaldo Caldas Esse padre abençoado
Foi quem registrou a história Começou a execução
Mostrando que os Luna Freire Do projeto arquitetado;
Participaram com glória Foi se erguendo o edifício
De todo acontecimento Pelo esforço acumulado.
Como uma confirmatória
Do fato dessa família Um pé de tambor gigante
Ter realmente criado Foi então sacrificado
A cultura da cidade Para erguer a Igreja
No seu momento passado, No local determinado,
Plasmando assim pra o futuro O que encheu de pesar
Todo seu apostolado. O povo do povoado
Acostumado que estava
No ano 41 Com o belo vegetal,
Assume o vicariato Em cuja sombra passava
O padre Hildon Bandeira Toda vida social
Um sacerdote de fato Daquela simples aldeia,
Com ideias progressistas, Como um referencial.
Tratando de imediato Acolhendo retirantes
De começar a campanha E abrigando animais,
Em prol da religião O pé de tambor servia
Para construir um templo Pra eventos informais,
Que servisse à devoção Pic-nics e festinhas
Daquele povo católico Como não se viu jamais
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Depois que foi derrubado Do Sagrado Coração


O velho pé de tambor Conforme o catolicismo
Com mais de 40 anos Em prol da consolação
Deixando profunda dor Dos fiéis do lugarejo
Pela sagrada heresia, Por nome de Araçá
Sendo o padre promotor Cuja paróquia abrangia
Da derrubada da árvore Olho D’água e Taumatá,
O vigário Hildon Bandeira Gendiroba e Pirpiri
Que ao final foi perdoado E Mocambo de Cajá.
Por cometer essa asneira Além de Açude Grande,
Pois no lugar do tambor A Baixinha e Caldeirão,
Ergueu-se bela e altaneira Violeta e Mercador,
A igreja tão sonhada Ao Sagrado Coração
Por toda população, Passariam a pertencer
Que foi então consagrada Conforme a religião.
Ao Sagrado Coração José Pires Xavier,
De Jesus, o Rei dos Reis, Um mestre da agronomia,
Conforme a religião. Mudou-se para Araçá
No ano mil novecentos Buscando vida sadia.
Dezena cinquenta e três, Gostou do clima e do povo
Em 25 de outubro, Prolongando a estadia.
Na festa de Cristo Rei Ficou em definitivo
Tornou-se realidade Morando nesta cidade,
O sonho de toda grei. E muito contribuiu
O Bispo Dom Moisés Coelho, Com sua capacidade
Pois, naquela ocasião Para o progresso da vila.
Fundou então a Paróquia
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E a sensibilidade Mais o seu vasto apiário


Deste grande cidadão Que a criação de abelha
Mexeu com a economia Também era o breviário
Na criação de abelhas Desse grande cidadão
Mudando a fisionomia E diligente empresário.
Na área da agricultura
Como então não se via. Mas não foi essa a primeira
Banda em nossa cidade;
E no campo da cultura No comecinho do século
Deu guinada radical, Surge com grande unidade
Começando a formação A Banda dos Luna Freire
De um conjunto musical Pois a versatilidade
Do qual era um dos músicos Da família pioneira
De brilho fenomenal. Tocava o campo da arte,
Xavier foi nomeado A inclinação musical
Pra cargo de direção Era um talento à parte
No Fomento do Estado Dos filhos do velho João,
Dando continuação Esse grande baluarte.
Ao mister de agronomia,
A sua maior paixão. Apolinário, Trajano,
Colaborou muito tempo José, Vicente e João,
Com o Coronel Gentil Lins Componentes da bandinha
Do Engenho Pacatuba Dos “Luna Freire” de então,
Onde alcançou trampolins Rapazes idealistas,
Na vida profissional Moços de alto escalão.
Junto com seus bandolins A família Luna Freire
E sua banda de música Começou a se espalhar,
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Buscando novas fronteiras Com forma surpreendente


Onde pudesse estudar, De renovação do solo
Exercer atividades Que inovou ricamente
No comércio, trabalhar! As técnicas da agricultura
Pois a pequena Araçá Com novas fontes de renda
Foi se tornando acanhada Na plantação do tabaco
Para os jovens Luna Freire Aumentando a encomenda
Cuja vida pontilhada Para as exportações
De talento e honradez Em produção estupenda.
Já estaria talhada
Para luzir noutros centros Pois além do abacaxi,
Que os conduzisse o destino Da mandioca e algodão,
Como de fato brilharam A cidade de Araçá
Neste torrão nordestino, Dispunha pra exportação
Devido à capacidade, Do fumo de qualidade
Ao talento, força e tino. Que nos trouxe Zé Leão.
Outras famílias chegavam
Para ocupar seu lugar. No ano de 29
Lídio Albuquerque Galvão
Manoel Paulo Magalhães Abandonou Pernambuco
Chegou para se acostar E veio dar expansão
Ao clima ameno e saudável Demográfica e econômica
E ao progresso do lugar. Ao nosso fecundo chão.
Lídio Albuquerque Galvão
Da cidade Arapiraca Comprou a bela fazenda
Veio esse homem decente, Chamada mesmo “Bonito”
Trazendo José Leão Que se tornou uma legenda
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Autor: Fábio Mozart

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Na criação de bovinos Conforme a hierarquia.


E cavalos pra revenda.
Outros grandes produtores
No ano 54 Vieram aqui se instalar;
Zé de Melo desembarca, Eduardo Magalhães
Um empresário arrojado, Também gostou do lugar,
Vigoroso patriarca, Na fazenda “Olho D’água”
Mais um grande promotor Começou a trabalhar.
Do progresso na comarca. O comendador Renato,
Do clã Ribeiro Coutinho,
No ano 43, Foi também proprietário,
No governo Ruy Carneiro, Aqui arrancou espinho,
O prefeito de Sapé Engrandecendo a terra
Como grande timoneiro, Onde construiu seu ninho.
Senhor Osvaldo Pessoa,
Inaugurou prazenteiro Na fazenda Gendiroba
O Grupo Augusto dos Anjos, Doutor Renato Ribeiro
Uma pérola escolar. Produziu muita lavoura
Foi Carminha Luna Freire E criou gado leiteiro.
A primeira a trabalhar Na fazenda Cafundó
Na função de diretora, João Padre foi pioneiro.
Cargo que veio a calhar Passo agora a outro tema
Para essa grande mestra, Na singela narração
Filha da oligarquia Contando como se deu
Ilustre que aqui reinava A nossa transformação
Em escola e autarquia, De distrito a Município
Mantendo a lei e a ordem Conforme a legislação.
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Autor: Fábio Mozart

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Mil novecentos e cinquenta Foi no dia dois de agosto


Aconteceu de mudar Que se deu o escrutínio.
O nome para Mari Como primeiro prefeito
Sem consulta popular, Seu Pedro mostrou domínio,
Sem respeito à tradição Conforme cantou em versos
Da vila de Araçá. O vate Manoel Hermínio.

Afinal, 58 Passo a falar no folheto


Foi o ano consagrado, Da cultura do lugar,
19 de setembro Nossas personalidades,
Solenemente instalado Da figura popular,
Município de Mari Dos mestres, dos professores,
Sendo então nomeado O que tem para contar
Senhor Epitácio Dantas Do folclore, vaquejada,
Como primeiro prefeito Do artista e artesão,
Passando um ano no cargo Sobre os tipos populares,
Fazendo tudo direito Viventes dessa nação,
Preparando a eleição Araçá dos Luna Freire,
Conforme o legal preceito. Sua arte e tradição.

No ano 59 O mariense é um povo


O Partido da União Alegre e inteligente,
Democrática Nacional No seu passado se conta
Foi quem ganhou a eleição, A verve de sua gente,
Elegendo Pedro Leite Que busco agora citar
Para a primeira gestão. Para ser mais coerente.
MARI, ARAÇÁ E OUTRAS ÁRVORES DO PARAÍSO
Autor: Fábio Mozart

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Adauto Paiva, um nome, E José Rangel de Luna,


Esse grande baluarte Antonio Gomes de Alcântara,
Dos costumes do seu povo Pessoa de grande estima,
Resgatando sua arte, Junto com Henrique da Silva,
No folclore, educação, Vou aqui juntando a rima
Ressalto aqui nesse encarte Lembrando desses varões
Que cuida desses valores Da história de Mari,
Humanos de nossa gente. José Fernandes da Silva,
Outro que viveu aqui,
No teatro, no folclore Foi uma legenda viva
Ele foi um combatente, Na terra do abacaxi.
Combatendo o bom combate
Com a força da sua mente. Doutora Otávia de França,
Na vida pública eu cito Pioneira feminina
José Leão de Oliveira, Na casa de fazer leis,
O Benedito Belmiro, Uma lição ela ensina:
Todos fizeram carreira Pode ser homem ou mulher,
No nosso Legislativo, O caráter é que fascina
Igual a José Ferreira
Que é da família dos Paiva Na aventura humana
Em busca do bem comum.
Na Araçá pioneira Os nomes que cito aqui,
Com Severino Batista Se esqueci de algum
E Mário Rique Ferreira Foi por falha de pesquisa,
Do Partido Trabalhista, Não recordo um por um.
E João Teófilo Pereira.
Tem Manoel de Paula Filho,

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