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Silas Malafaia

PARA
QUE VOCÊ
NÃO SEJA
DEROTADO
PARA
QUE VOCÊ
NÃO SEJA
DEROTADO
Copyright 2008 por Editora Central
Gospel

Dados Internacionais de
GERENCIA EDITORIAL Catalogação na Publicação (CIP)
E DE PRODUÇÃO
Jefferson Magno Costa Para que você não seja derrotado /
Silas Malafaia Rio de Janeiro: 2008
64 páginas
PESQUISA, ESTRUTURAÇÃO
E REVISÃO ISBN: 978-85-7689-104-8
Mike Martineili
1. Bíblia - Vida Cristã I. Título II.
Patrícia Nunan
Patricia Scott

As citações bíblicas utilizadas neste


REVISÃO FINAL
livro foram extraídas da Versão
Patrícia Nunan
Almeida Revista e Corrigida (ARC),
salvo indicação específica, e visam
CAPA E DIAGRAMAÇÃO incentivar a leitura das Sagradas
Marcos Henrique Barboza Escrituras.

É proibida a reprodução total ou


parcial do texto deste livro por
quaisquer meios (mecânicos,
eletrônicos, xerográficos,
fotográficos etc), a não ser em
citações breves, com indicação da
fonte bibliográfica.

1ª edição: Dezembro2008

Editora Central Gospel Ltda

Estrada do Guerenguê, 1851 -


Taquara

Cep: 22.713-001

Rio de Janeiro - RJ

TEL: (21)2187-7000

www.editoracentralgospel.com
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.................................................................................................................. 6
CAPÍTULO 1 ..........................................................................................................................8
UM HOMEM DE DEUS PODE FRACASSAR? ..................................................................8
A frágil natureza humana ...................................................................................................... 8
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................ 11
UM LIBERTADOR CATIVO................................................................................................ 11
Suscitando um libertador ..................................................................................................... 11
Os termos do nazireado ...................................................................................................... 12
Um escolhido por Deus ....................................................................................................... 13
Rumo ao fracasso ................................................................................................................ 13
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................ 17
BRINCANDO COM A VERDADE ...................................................................................... 17
Desprezo pela Lei de Deus ................................................................................................. 17
Brincando com o pecado ..................................................................................................... 18
Guardando o coração .......................................................................................................... 21
Paixão versus amor ............................................................................................................. 21
Fugindo dos desejos carnais .............................................................................................. 22
CAPITULO 4 ........................................................................................................................ 26
DANDO A VOLTA POR CIMA ........................................................................................... 26
Acabando com os inimigos ................................................................................................. 26
Pedindo perdão e recebendo uma nova chance............................................................... 27
CAPÍTULO 5 ........................................................................................................................ 29
QUATRO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS ........................................................................ 29
A obediência a Deus e à Sua Palavra................................................................................ 29
A santidade ........................................................................................................................... 30
A fidelidade ........................................................................................................................... 34
A Comunhão ......................................................................................................................... 36
APRESENTAÇÃO

Uma pessoa cheia do Espírito Santo, da unção e da


autoridade de Deus, pode afastar-se de Deus, cair e ser levada à
derrota? Como isso é possível? O que fazer para evitar tai coisa?

Com base num estudo sobre a vida de Sansão — que tipifica


o cristão cheio do Espírito Santo que negligencia seu compromisso
com Deus por causa de sua natureza carnal — tentaremos
responder essas questões, a fim de evitarmos o mesmo caminho
que levou esse herói da fé à queda, acarretando infortúnios para si,
para sua família e para o povo de Deus.

Nosso objetivo é mostrar que a idéia (comum nos meios


neopentecostais) de que uma pessoa cheia do Espírito Santo é
totalmente imune às artimanhas do inimigo é errônea e tem levado
muitos a confiar demais em si mesmos e nos dons espirituais,
esquecendo-se de consagrar-se mais ao Senhor, de estudar a
Palavra e de vigiar.

Também assinalamos que, mesmo tendo errado e sofrido as


conseqüências de suas escolhas e atitudes, é possível ao cristão
arrepender-se, buscar a face de Deus e ser restaurado, passando a
privilegiar as quatro bases de uma vida espiritual sadia: a
obediência a Deus e à Sua Palavra, a santidade, a fidelidade e a
comunhão com o Senhor.

Mostramos que, quando entendemos que o Senhor nos ama


incondicionalmente e faz sempre o melhor para nós, obedecer-lhe
deixa de ser o "cumprimento de um dever" e passa a ser um prazer;
que, quando nos propomos a buscar a santificação, somos levados
cada vez mais para longe do pecado e tornamo-nos semelhantes a
Cristo; que temos de ser fiéis sempre e ter íntima comunhão com
Aquele que nos transportou para o Reino do Filho do seu amor
(Colossenses 1.13).

Que esta leitura o ajude a refletir sobre essas e outras


questões abordadas, a fim de que reveja como tem sido sua vida e
seu ministério à luz da Palavra de Deus e encontre nele o perdão, a
cura e a restauração de que precisa para ter uma vida abundante
em Cisto Jesus.
CAPÍTULO 1
UM HOMEM DE DEUS PODE FRACASSAR?

Uma pessoa cheia do Espírito Santo, da unção e da


autoridade de Deus, pode afastar-se de Deus, cair e ser levada à
derrota? Como isso é possível? O que fazer para evitar tal coisa?

Com base num estudo sobre a vida de Sansão — que tipifica


o cristão cheio do Espírito Santo que negligencia seu compromisso
com Deus por causa de sua natureza carnal —, tentaremos
responder essas questões, a fim de evitarmos o mesmo caminho
que levou esse herói da fé à queda, acarretando infortúnios para si,
para sua família e para o povo de Deus.

Nosso objetivo é mostrar que a idéia (comum nos meios


neopentecostais) de que uma pessoa cheia do Espírito Santo é
totalmente imune às artimanhas do inimigo é errônea e tem levado
muitos a confiar demais em si mesmos e nos dons espirituais,
esquecendo-se de consagrar-se mais ao Senhor, de estudar a
Palavra e de vigiar.

A frágil natureza humana

Por que afirmamos isso? Porque é mostrado na Bíblia que o


diabo é tentador. Ele não deixará de apelar para a natureza
humana, a fim de despertar em nós a concupiscência da carne, a
cobiça dos olhos e a soberba da vida (1 João 2.16) e levar-nos à
rebelião contra Deus. Se o inimigo conseguir fazer com que esse
desejo veemente dite nossas escolhas e nosso comportamento,
perderemos a razão e faremos tudo para satisfazer a nossa
natureza. E mesmo que amemos a Deus e sejamos cristãos
fervorosos e cheios do Espírito Santo, poderemos desobedecer ao
Senhor e sofrer graves conseqüências por um momento de
"loucura".

Não foi esse o meio de Satanás para tentar Eva e levá-la à


queda? Também não foi a estratégia que ele usou para tentar
Jesus, após os 40 dias que o Senhor passou em jejum no deserto?
Leia Lucas 4. Logo no versículo 1 é deixado bem claro que o Filho
de Deus estava cheio do Espírito Santo. Isto impediu o diabo de
tentá-lo? Claro que não. Jesus teve de resistir e dizer não a cada
proposta do inimigo.

Primeiro, o diabo apelou para o desejo da carne. Jesus


estava cansado e com fome. Então, o inimigo propôs: Se tu és o
Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão (Lucas
4.3). Jesus é o Filho de Deus e tem poder para transformar o que
Ele quiser, mas não pela sugestão do diabo; por isso, respondeu:
Escrito está que nem só de pão viverá o homem, mas de toda
palavra de Deus (v. 4). Além disso, o homem não é só matéria! Ele
também tem alma e espírito, e estes são alimentados apenas pela
Palavra de Deus.

Você pensa que Satanás parou por aí? Não. Ele apelou para
a cobiça dos olhos. Levando Jesus até um monte bem alto,
mostrou-lhe o templo e todos os reinos do mundo, e propôs: Dar-te-
ei a ti todo este poder e a sua glória porque a mim me foi entregue,
e dou-o a quem quero. Portanto, se tu me adorares tudo será teu
(Lucas 4.6,7).

Um dia todos os reinos da terra se dobrarão a Jesus. O


diabo sabe disso e sugeriu que o Filho de Deus antecipasse isso se
dobrando diante do Seu adversário. Mas Jesus novamente recusou-
se: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás o Senhor, teu
Deus, e só a ele servirás (v. 8).

Contudo, o diabo ainda não iria embora sem apelar para a


soberba da vida. Ele levou Jesus até o pináculo do templo e sugeriu
que Cristo se lançasse dali, pondo à prova o amor do Pai e a
credibilidade de Sua Palavra. Assim, ao mesmo tempo, Jesus
promoveria um espetáculo para todos verem que Ele era de fato o
Filho de Deus. Jesus vetou, dizendo: Não tentarás ao Senhor, teu
Deus (v. 12).

O que é dito no versículo 13 de Lucas 4? E, acabando o


diabo toda a tentação, ausentou-se dele [de Jesus] por algum
tempo. Em outras palavras, o diabo, naquele momento, deu-se por
vencido, mas procuraria outras oportunidades para tentar
novamente Jesus, a fim de levá-lo à queda. É claro que o inimigo,
em todas as ocasiões, foi derrotado, não conseguindo vencer o
Filho de Deus. Mas, infelizmente, ele já derrotou outros que
cederam às tentações.

Pelo exemplo de Jesus, entendemos que mesmo quem está


na presença de Deus e tem a unção do Espírito não está totalmente
livre de ser tentado pelo diabo. Isso porque ainda temos uma
natureza carnal.

Apesar de nossa comunhão com o Pai fazer com que nossos


desejos carnais pareçam adormecidos, sob certas circunstâncias
(como a fome, a sede, uma necessidade prolongada) estes podem
acordar e levar-nos a fazer algo que desagrade Deus, trazendo
conseqüências funestas para nós. Por quê? Porque a carne cobiça
contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um
ao outro; para que não façais o que quereis (Gálatas 5.17).

Sendo assim, temos de vigiar e, de maneira alguma,


podemos facilitar ou brincar com a nossa natureza. Sansão fez isso,
e acabou sendo derrotado pelos inimigos. Por isso, vamos analisar
sua história, a fim de tirarmos importantes lições, para que não
pratiquemos os mesmos erros e não percarmos tudo o que o
Senhor quer fazer em nossa vida e por meio dela.
CAPÍTULO 2
UM LIBERTADOR CATIVO

No Antigo Testamento, a manifestação mais notável da ação


do Espírito Santo na vida de um homem foi em Sansão, que tipifica
a pessoa cheia do Espírito Santo.

A história desse homem escolhido por Deus como juiz e


libertador de Israel do domínio dos filisteus está registrada em
Juízes 13—16.

A narrativa começa informando a triste situação de Israel por


causa de seu descompromisso com Deus: E os filhos de Israel
tornaram a fazer o que parecia mal aos olhos do SENHOR.!, e o
SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos
(Juízes 13.1).

Mesmo sabendo que serviam a um Deus todo-poderoso, que


os havia libertado da escravidão no Egito e dado vitória sobre todos
os povos que habitavam em Canaã, dando-lhes as suas terras com
todas as suas provisões, os israelitas se esqueceram da Lei do
Senhor e voltaram a praticar o que era mau aos olhos dele,
adorando falsos deuses e entregando-se a outras práticas
pecaminosas. Então, o Senhor permitiu que os israelitas fossem
dominados por diversos povos, entre os quais os filisteus, por 40
longos anos.

Suscitando um libertador

Contudo, como a misericórdia do Senhor é imensurável e o


Seu amor é eterno, Ele resolveu ouvir o clamor de Seu povo e dar-
lhe mais uma oportunidade de obedecer-lhe e servi-lo com
voluntariedade e integridade. Para isso, suscitou um libertador:
Sansão, cuja concepção já foi um milagre, pois sua mãe era estéril.
Vejamos a história.

E havia um homem de Zorá, da tribo de Dã, cujo


nome era Manoá; e sua mulher era estéril e não tinha filhos.
E o Anjo do SENHOR apareceu a esta mulher e disse-lhe:
Eis que, agora, és estéril e nunca tens concebido; porém
conceberás e terás um filho. Agora, pois, guarda-te de que
bebas vinho ou bebida forte, nem comas coisa imunda.
Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja
cabeça não passará navalha; porquanto o menino será
nazireu de Deus desde o ventre e ele começará a livrar a
Israel da mão dos filisteus.

Depois, teve esta mulher um filho e chamou o seu


nome Sansão; e o menino cresceu, e o SENHOR o
abençoou. E o Espírito do SENHOR o começou a impelir de
quando em quando para o campo de Dã, entre Zorá e Estaol.

Juízes 13.2-5,24,25

O plano de Deus era que o filho de Manoá, cuja missão era


livrar os israelitas das mãos dos inimigos, fosse um homem santo e
separado para o Senhor desde o ventre materno. Assim, ele seria
um poderoso instrumento nas mãos de Deus e um notável exemplo
de vida e testemunho para o seu povo. Por isso a mãe de Sansão,
durante a gravidez, não poderia beber vinho nem comer nenhuma
comida imunda (de acordo com a Lei do Senhor). Sansão deveria
ser um nazireu desde sua concepção até o fim de sua vida.

Os termos do nazireado

O termo nazireu vem de uma palavra hebraica que significa


separar, consagrar. Os nazireus eram pessoas que se dedicavam
de maneira especial ao Senhor durante um determinado tempo, o
tempo votado, ou toda a vida. Este era o caso de Sansão. Como
nazireu, ele deveria abster-se de vinho e bebidas fortes, comidas
imundas e de tocar em pessoas e animais mortos. Como sinal de
sua consagração, também não poderia cortar o cabelo. Esses eram
os termos do nazireado, estabelecidos em Números 6:

Quando um homem ou mulher se tiver separado,


fazendo voto de nazireu, para se separar para o SENHOR,
de vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho ou
vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma
beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá.
Todos os dias do seu nazireado, não comerá de coisa
alguma que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas.
Todos os dias do voto do seu nazireado sobre a sua cabeça
não passará navalha; até que se cumpram os dias, que se
separou para o SENHOR, santo será, deixando crescer as
guedelhas do cabelo da sua cabeça. Todos os dias que se
separar para o SENHOR, não se chegará a corpo de um
morto.

Números 6.2-6

Um escolhido por Deus

Sansão era um escolhido do Criador. O Senhor o abençoou


e revestiu-o com o poder do Espírito Santo, dando-lhe uma
extraordinária força física e sabedoria para julgar o povo de Deus.

Entre os grandes feitos de Sansão registrados na Bíblia


estão: matar um leão com as próprias mãos (Jz 14.5,6); matar 30
filisteus (Jz 14.19); apanhar 300 raposas e amarrar tochas na cauda
desses animais para que queimassem a plantação do inimigo (Jz
15.4,5); romper fortes cordas que o amarravam (Jz 15.14);
exterminar mil homens com a queixada de um jumento (Jz 15.15);
carregar a porta da cidade de Gaza (Jz 16.3) e derrubar o templo de
Dagon (Jz 16.30). Entretanto, a despeito desses grandes feitos,
Sansão se deixou levar pelos desejos de sua natureza,
desprezando sua comunhão com o Senhor, seu nazireado, e
cometendo erros fatais que o levaram ao fracasso espiritual e à
morte física.

Rumo ao fracasso

A decadência de Sansão começou quando ele passou a


priorizar sua vida pessoal, em detrimento de seu pacto e de sua
aliança com Deus. Assim, em vez de preparar-se espiritualmente
para livrar os israelitas das mãos dos filisteus, Sansão resolveu
casar-se com uma filistéia, contrariando a Lei do Senhor, que proíbe
casamentos mistos, para não haver jugo desigual (Levítico 21.14; 2
Coríntios 6.14-18).

Como se isto não bastasse, enquanto se dirigia para sua


festa de noivado, Sansão acabou por infringir uma das regras do
nazireado: tocou em um leão morto e ainda comeu o mel que havia
dentro dele.

Em Juízes 14.1-9, vemos que Sansão se apaixonou por uma


mulher filistéia de Timna. Mesmo sabendo que ela era uma
incrédula, Sansão deixou sua atração por aquela moça falar mais
alto.

Num primeiro momento, ele não teve o consentimento dos


pais para se casar com a moça, pois a união matrimonial com
outros povos estava em desacordo com as tradições israelitas.
Seus pais o questionaram: Não há, porventura, mulher entre as
filhas de teus irmãos, nem entre todo o meu povo, para que tu vás
tomar mulher dos filisteus, daqueles incircuncisos? (Juízes 14.3).

Contudo, Sansão estava determinado a tomar aquela mulher


como esposa mesmo que isto representasse uma aliança com seu
maior inimigo — e uma quebra de pacto com o Senhor. Então,
Sansão convenceu seus pais a deixarem que ele se casasse com a
filistéia. O que Sansão alegou? Tomai-me esta, porque ela agrada
aos meus olhos (v. 4). Aqui, pela primeira vez, é enfatizada a
fraqueza de Sansão: a cobiça dos olhos. Isso o levou a não resistir
à beleza daquela mulher, embora ela fizesse parte de um povo que
era inimigo de Israel.

Diante da irredutibilidade de Sansão, seus pais não tiveram


outra opção, a não ser concordar com aquela união. Desceu, pois,
Sansão com seu pai e com sua mãe a Timna (Juízes 14.5a), para
que fossem feitos os arranjos do casamento.

E, chegando às vinhas de Timna, eis que um filho de


leão, bramando, lhe saiu ao encontro. Então, o Espírito do
SENHOR, se apossou dele tão possantemente, que o fendeu
de alto a baixo, como quem fende um cabrito, sem ter nada
na sua mão; porém nem a seu pai nem a sua mãe deu a
saber o que tinha feito. E desceu e falou àquela mulher, e
agradou aos olhos de Sansão.

Juízes 14.5b-7

Note o que aconteceu com Sansão assim que ele se dispôs


a realizar seu desejo de casar-se com uma filistéia: um leão foi
atacá-lo. O que o apóstolo Pedro disse sobre Satanás? Que nosso
adversário, anda em derredor; bramando como leão, buscando a
quem possa tragar (1 Pedro 5.8). Ele fica esperando alguém dar
uma brecha para atacar.

Todavia, o que Deus fez para defender Seu servo? O


Espírito do SENHOR se apossou dele [de Sansão] tão
possantemente, que o fendeu de alto a baixo, como quem fende um
cabrito. Sem qualquer espada ou instrumento de corte, Sansão
despedaçou o animal. E quando chegou a Timna, encontrou-se com
a filistéia e reafirmou seu desejo de casar com ela.

Apesar das falhas de Sansão, o que nem ele nem seus pais
sabiam era que Deus usaria algumas situações para dar cabo dos
filisteus. É isso que nos sugere a informação em Juízes 14.4: Mas
seu pai e sua mãe não sabiam que isto [a tentativa de Sansão de
unir-se a uma filistéia] vinha do SENHOR; pois buscava ocasião
contra os filisteus, porquanto, naquele tempo, os filisteus
dominavam sobre Israel.

O que os filisteus fariam contra Sansão o levaria a lutar


contra eles, revelando que o Todo-poderoso estava ao lado dos
israelitas, pondo fim a um pesado jugo de 40 anos de dominação
dos filisteus. Mas o que queremos enfatizar é que, a despeito de
nada, nem mesmo nossos erros, impedir o plano de Deus, nós,
como Seus filhos, não devemos dar lugar à carne nem ao diabo,
colocando-nos em risco, como fez Sansão, que matou mais filisteus
na sua morte do que os que matara na sua vida (Juizes 16.30). O
Senhor deseja que tenhamos vida, e vida abundante. Foi para isso
que Jesus se manifestou (João 10.10).
Vejamos, pois, que erros de Sansão devemos evitar para
não ter um fim trágico.
CAPÍTULO 3
BRINCANDO COM A VERDADE

A história de Sansão tem revelado que, por diversas vezes,


esse homem escolhido pelo Senhor para livrar os israelitas da
opressão inimiga cedeu à sua vontade carnal, em vez de zelar por
seu compromisso com Deus. Pior, Sansão brincou com o pecado,
achando que era algo inofensivo até que a presença do Altíssimo se
afastou dele e as conseqüências de seus atos vieram à tona.

Desprezo pela Lei de Deus

Primeiro, Sansão se dispôs a casar com uma filistéia,


contrariando a Lei de Deus, as tradições de seu povo e a vontade
de seus pais. Ainda assim, no episódio da morte do leão, Deus
provou que estava com Seu servo e que o ajudaria a cumprir sua
missão de libertar os israelitas do jugo dos filisteus.

Contudo, Sansão parecia não entender nem valorizar a


unção de Deus como o segredo da sua força. Assim, quebrou seu
voto de nazireado ao tocar em um animal morto apenas para
adoçar seu paladar com mel.

E, depois de alguns dias, voltou ele para a tomar; e,


apartando-se do caminho a ver o corpo do leão morto, eis
que, no corpo do leão, havia um enxame de abelhas com
mel. E tomou-o nas suas mãos e foi-se andando e comendo
dele; e foi-se a seu pai e à sua mãe e deu-lhes dele, e
comeram; porém não lhes deu a saber que tomara o mel do
corpo do leão.

Juízes 14.8,9

A lei do nazireado era bem clara: Todos os dias que se


separar para o SENHOR, não se chegará a corpo de um morto
(Números 6.6). Mas Sansão não apenas se achegou ao animal
morto; ele também comeu o mel que estava na carcaça do leão.
Com isso, Sansão demonstrou que a santificação não era
importante para ele e que a satisfação de seus apetites vinha em
primeiro lugar. Foi isso que o levou a afastar-se de Deus e à queda.

Brincando com o pecado

Como se tocar em um animal morto e comer o mel que


estava dentro dele não bastasse, Sansão ainda foi além: brincou
com o ocorrido, propondo uma aposta e um enigma para os filisteus
advinharem:

Eu vos darei um enigma a adivinhar; e, se nos sete


dias das bodas mo declarardes e descobrirdes, vos darei
trinta lençóis e trinta mudas de vestes. E, se mo não
puderdes declarar, vós me dareis a mim os trinta lençóis e as
trinta mudas de vestes. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu
enigma a adivinhar, para que o ouçamos. Então, lhes disse:
Do comedor saiu comida, e doçura saiu do forte. E em três
dias não puderam declarar o enigma.

Juízes 14.12-14

Os filisteus, temendo perder seus bens para Sansão, fizeram


de tudo para descobrir a resposta, persuadindo sua noiva a
arrancar dele a resposta, sob a ameaça de queimarem a casa dos
pais dela. A jovem fez uma grande chantagem emocional, e Sansão
lhe revelou o enigma. Então, o servo de Deus ficou envergonhado e
teve de pagar a aposta aos seus inimigos (Juizes 14.15-18).

Você pensa que a história acabou aí? Não. Enquanto


Sansão partiu para matar 30 asquelonitas, para tomar-lhes as
vestes e pagar sua aposta, sua noiva foi dada a outro homem.
Sansão, para vingar-se, ateou fogo na seara dos filisteus, e estes
com raiva queimaram o sogro e a noiva de Sansão (Juízes 14.20—
15.6).

Que história trágica! E você pensa que Sansão aprendeu


muito com ela? Infelizmente não!
A negligência desse servo de Deus parecia não ter fim. A
cada instante, ele se envolvia ainda mais com o pecado e afastava-
se do propósito que o Senhor tinha para a vida dele como juiz de
Israel. Por fim, Sansão escolheu relacionar-se com uma mulher do
vale de Soreque, chamada Dalila; uma incrédula que só estava com
ele por interesses pessoais.

Sansão não se preocupou com isso. Ele brincou com o


pecado e acabou apaixonando-se por uma mulher que foi comprada
pelos seus maiores inimigos, os filisteus.

Então, os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe


disseram: Persuade-o e vê em que consiste a sua grande
força e com que poderíamos assenhorear-nos dele e amarrá-
lo, para assim o afligirmos; e te daremos cada um mil e cem
moedas de prata.

Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em


que consiste a tua grande força e com que poderias ser
amarrado para te poderem afligir. Disse-lhe Sansão: Se me
amarrassem com sete vergas de vimes frescos, que ainda
não estivessem secos, então, me enfraqueceria e seria como
qualquer outro homem.

Então, os príncipes dos filisteus lhe trouxeram sete


vergas de vimes frescos, que ainda não estavam secos; e
amarrou-o com elas. E os espias estavam assentados com
ela numa câmara. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm
sobre ti, Sansão. Então, quebrou as vergas de vimes, como
se quebra o fio da estopa ao cheiro do fogo; assim, não se
soube em que consistia a sua força.

Então, disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de


mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com
que poderias ser amarrado. E ele lhe disse: Se me
amarrassem fortemente com cordas novas, com que se não
houvesse feito obra nenhuma, então, me enfraqueceria e
seria como qualquer outro homem.
Então, Dalila tomou cordas novas, e o amarrou com
elas, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão. E os
espias estavam assentados numa câmara. Então, as
quebrou de seus braços, como um fio. E disse Dalila a
Sansão: Até agora zombaste de mim e me disseste mentiras;
declara-me pois, agora com que poderias ser amarrado? E
ele lhe disse: Se teceres sete tranças dos cabelos da minha
cabeça com os liços da teia. E ela as fixou com uma estaca e
disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão.

Então, despertou do seu sono e arrancou a estaca


das tranças tecidas, juntamente com o liço da teia. Então, ela
lhe disse: Como dirás: Tenho-te amor, não estando comigo o
teu coração? Já três vezes zombaste de mim e ainda me não
declaraste em que consiste a tua força

Juízes 16.5-15

Note que várias vezes Sansão se deixou ser amarrado por


Dalila e não percebeu o intento dela. Pensou que era tudo uma
brincadeira. Isso acontece porque o pecado cega a pessoa, e ela
não enxerga o perigo que está correndo. No caso de Sansão, os
filisteus estavam do lado de fora, aguardando o sinal de Dalila para
entrar e destruir aquele que havia sido escolhido por Deus para dar
cabo dos filisteus e libertar os israelitas.

Não obtendo sucesso em suas primeiras tentativas, Dalila


persistiu até que Sansão revelasse a ela o segredo de sua força:

E sucedeu que, importunando-o ela todos os dias com


as suas palavras e molestando-o, a sua alma se angustiou
até à morte. E descobriu-lhe todo o seu coração e disse-lhe:
Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de
Deus, desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado,
ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria e seria
como todos os mais homens.

Juízes 16.16,17
O segredo da força extraordinária de Sansão era o Espírito
de Deus, e o que assegurava Sua presença era o nazireado, ou
seja, a santificação de Sansão, simbolizada pelo cabelo deste que
nunca havia sido cortado. Contudo, ao descobrir seu coração,
confiando a Dalila o segredo de sua força, Sansão se tornou
vulnerável ao ataque de seu inimigo.

Guardando o coração

Não abra seu coração para qualquer um. Atente para o que
Dalila fez assim que descobriu o segredo da força de Sansão: ela o
fez adormecer sobre seus joelhos, cortou os cabelos dele e chamou
os filisteus para o levarem cativo.

Sansão abriu seu coração para a pessoa errada e foi


totalmente dominado.

Dê ouvidos ao conselho do homem mais sábio da Bíblia:


Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque
dele procedem as saídas da vida (Pv 4.23).

Neste versículo, coração não significa o órgão que bombeia


o sangue, mas o centro da vontade, dos pensamentos e dos
sentimentos do ser humano. Então, pergunto: a quem você está
entregando o seu coração? Quando seus familiares e amigos o
avisam de que você está envolvendo-se com uma pessoa que não
é confiável, o que você faz? Você lhes dá ouvidos?

Sansão não deu ouvidos a ninguém, nem mesmo a Deus.


Demonstrou falta de respeito pelos pais e pelos mandamentos do
Senhor, ao casar-se com uma mulher filistéia, infringir vários itens
do nazireado, ter relações sexuais com uma prostituta (Juízes 16.1)
e viver em fornicação com Dalila. Em suma, Sansão viveu de
acordo com sua própria vontade, entregando-se aos desejos da
carne e às paixões de sua mocidade, e seu fim foi terrível.

Paixão versus amor

São essas paixões que iludem muitas pessoas e levam-nas


à frustração, à dor e à tragédia, fazendo-as não distinguir entre
paixão e amor e a pôr fim a uniões estáveis e a casamentos
duradouros.

Enquanto o amor é um sentimento profundo, que traz paz,


harmonia e estabilidade a quem o nutre, não levando a pessoa a
buscar seus próprios interesses à custa do outro nem a fazer mal a
ninguém (1 Coríntios 13.10), a paixão apesar de ser algo muito forte
e intenso, é passageira e traz desassossego a quem a abriga e faz
com que os sentimentos desta pessoa sobreponham-se à sua
lucidez e razão.

A paixão cega e pode transformar-se em ódio, levando à


destruição tanto o relacionamento como os apaixonados, pois, por
paixão, uma pessoa é capaz de matar a outra.

Foi a paixão que cegou Sansão. Foi por isto que ele se
deixou seduzir pelas palavras doces de Dalila, revelando-lhe o
segredo de sua extraordinária força e ficando à mercê de seus
inimigos. Sem o poder do Espírito de Deus, que tinha se afastado
de Sansão, então, os filisteus pegaram nele, e lhe arrancaram os
olhos, e fizeram-no descer a Gaza, e amarraram-no com duas
cadeias de bronze, e andava ele moendo no cárcere (Juízes 16.21).

Na verdade, antes mesmo de lhe serem vazados os olhos,


Sansão já estava cego espiritualmente. Mas ele só percebeu isso
quando chegou ao fundo do poço, à decadência. Só lhe restavam
agora o sofrimento, a dor e a frustração por saber que o fim de sua
vida poderia ter sido bem diferente. Aliás, quem diria que um
homem que tem por nome Sansão, que significa ensolarado ou
brilho do sol, terminaria em meio à escuridão, cegado pelo mesmo
inimigo que ele deveria ter derrotado?

Fugindo dos desejos carnais

Essa história nos ensina que não podemos brincar com


nossa natureza carnal. Antes, devemos buscar o verdadeiro amor, o
sentimento que revela o caráter de Cristo, e não dar lugar às
paixões, porque elas são destrutivas. Foi por isso que o apóstolo
Paulo recomendou a Timóteo: Foge, também, dos desejos da
mocidade; e segue a justiça, a fé, a caridade e a paz com os que,
com um coração puro, invocam o Senhor (2 Timóteo 2.22).

Não sejamos como Sansão que não deu ouvidos às


advertências dos pais, optando viver de acordo com seu bei prazer,
e não pela fé e obediência a Deus. Atentemos para as orientações
divinas nas Sagradas Escrituras:

Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem


comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o
seu próprio corpo.

1 Coríntios 6.18

Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na


verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.

Mateus 26.41

O cristão precisa vigiar, orar e fugi r de toda tentação,


daquilo que é maior do que ele. Não adianta pensar que é forte, que
vai resistir, se Deus afirmou que nossa carne é fraca. Ninguém
melhor do que Ele para nos conhecer; afinal, é o nosso Criador.

Quando a Palavra de Deus nos manda fugir de algo, é


porque isso é mais forte do que nós. A paixão é algo visceral,
violento, que faz com que os sentimentos e a vontade se
sobrepujem à razão. A pessoa perde a noção de certo e errado e
quer, a todo custo satisfazer seu desejo, que lhe parece maior do
que tudo. Ela acha, por exemplo, que é preferível morrer do que
viver sem a pessoa amada. Não suporta nem a idéia de perdê-la.
Isso normalmente a leva a fazer besteiras e a tomar atitudes
precipitadas que podem acarretar conseqüências trágicas e até
levá-la à morte prematura.

Por isso, mais uma vez digo: cuidado com a sua natureza!
Fuja dos desejos carnais! Faça como José, filho de Jacó. Quando a
mulher de Potifar quis seduzi-lo, ele saiu correndo, afastou-se
(Gênesis 39.7-12). Se ficasse, com certeza não conseguiria resistir
aos seus próprios desejos. Mas José não quis pecar contra seu
patrão nem contra Deus.

Quando se trata de nossa natureza carnal ninguém deve


brincar, pois não há cristão nem pastor cheio do Espírito Santo que
permaneça de pé se continuamente alimentar sua natureza carnal.
Homens de Deus, gigantes, que brincaram com essa verdade
terminaram fracassados. Eles alimentaram pequenas brincadeiras
que aparentemente eram inofensivas, pensando que poderiam
resistir e sair daquela situação na hora em que achassem
conveniente. Mas acabaram destruídos.

Dentro da igreja, existem homens e mulheres que estão no


fio da navalha. Seu casamento, sua vida e seu ministério estão a
ponto de serem destruídos, por causa de uma paixão, de um
relacionamento ilícito. Para esses, Deus, nesse momento, está
falando: "Fujam enquanto há tempo! O diabo armou uma cilada
para vocês, mas Eu quero dar o escape! Fujam! Se não, vocês vão
morrer! Não deixem que o pecado se assenhoreie de vocês, porque
de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo (2 Pedro
2.19)".

Quantos hoje são escravos da mentira, da bebida, do


adultério, da prostituição, da pornografia, da violência, das
roubalheiras? Destes, o Senhor não se agrada, e o Espírito Santo
fica bem longe.

Com quem você tem se relacionado? Quem são seus


melhores amigos? Quem você coloca dentro de casa? Com quem
se diverte e freqüenta festas? Lamento dizer que existem cristãos
que têm mais amizade com ímpios do que com o próprio povo de
Deus. Estes relacionamentos perigosos têm levado muitos à derrota
espiritual, emocional e até material.

Esse foi o caso de Sansão. Ele não deu valor ao que era
sagrado, infringiu o voto de nazireado, não obedeceu aos pais,
desprezou as tradições de seu povo e mais de uma vez entregou
seu coração a uma mulher ímpia, que não tinha compromisso com
Deus. Resultado: um dia, despertou e viu que não era mais o
mesmo. Sua força havia se esvaído. Ele não sabia que o Espírito do
Senhor havia se afastado dele. Então, seus inimigos se
assenhorearam dele e ridicularizam-no publicamente.

Contudo, Deus ainda daria a Sansão uma última chance de


arrepender-se e mudar esse quadro, e ele saberia aproveitar,
exterminando os filisteus e cumprindo seu propósito como
libertador, embora não exatamente da maneira como o Senhor
havia planejado. Vejamos como Sansão fez isso.
CAPITULO 4
DANDO A VOLTA POR CIMA
Depois de algum tempo cativo em Gaza, o cabelo de Sansão
começou a crescer novamente (Juízes 16.22). Essa é uma maneira
de dizer que ele se arrependeu, pediu perdão a Deus, e o Espírito
Santo voltou a fazer morada em seu coração, restaurando-lhe a
força. Seus inimigos, porém, não sabiam disso. E levaram-no ao
templo de Dagon, onde novamente Sansão seria alvo de escárnios.

Os filisteus poderiam tê-lo matado, mas preferiram fazer dele


motivo de chacota e reduzi-lo a uma existência miserável para
aumentar sua agonia. Olhavam para aquele homem, um escolhido
de Deus, com desdém e deboche. Para eles, Sansão não passava
de um herói fracassado. Afinal, por causa de uma mulher, não
conseguiu cumprir sua missão, que era dar cabo dos filisteus; tarefa
que já havia sido iniciada por Davi (2 Sm 5.1 7-25).

É isso o que acontece com os servos de Deus que se


deixam ser dominados pelos seus desejos carnais, que pensam que
o Senhor permanecerá com eles mesmo que continuem com suas
práticas pecaminosas e imorais! Deus se retira, e eles se tornam
indefesos diante do inimigo de sua alma, Satanás.

Foi isso que aconteceu quando Deus se afastou de Sansão


por causa de sua constante desobediência. Esse juiz de Israel foi
ridicularizado pelo inimigo. Mas ainda havia esperança! Sansão
sabia que servia a um Deus misericordioso. Por mais que ele
tivesse sido infiel, o Senhor continuava fiel e podia perdoá-lo e dar-
lhe outra chance de cumprir sua missão.

Acabando com os inimigos

Então, durante o festejo no templo de Dagon, quando cerca


de três mil filisteus se alegravam e vangloriavam, dizendo: Nosso
deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo, e o que destruía a
nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos (Juízes 16.24),
Sansão pediu que seu moço o guiasse até as colunas do templo e
fez sua última oração:
Senhor JEOVÁ, peço-te que te lembres de mim e
esforça-me agora, só esta vez, ó Deus, para que de uma vez
me vingue dos filisteus, pelos meus dois olhos. Abraçou-se,
pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se
sustinha a casa, e arrimou-se sobre elas, com a sua mão
direita numa e com a sua esquerda na outra. E disse
Sansão: Morra eu com os filisteus! E inclinou-se com força, e
a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela
havia.

Juizes 16.28-30

Com seu sincero arrependimento e sua fé renovada, Sansão


clamou a Deus, e suas orações foram ouvidas. O poder do Senhor
sobreveio, tal como antes, e Sansão derrubou as colunas que
sustentavam o templo, matando mais de três mil filisteus. Por causa
deste feito, ele foi considerado um herói da fé.

Pedindo perdão e recebendo uma nova chance

Será que você terá de pagar um preço tão alto para voltar e
consertar sua aliança com Deus? A desobediência de Sansão
gerou conseqüências devastadoras; custou-lhe a própria vida. Será
preciso uma catástrofe para você voltar-se para o Senhor? Espero
que não!

Não queira chegar até o fundo do poço para poder,


consertar-se com o Senhor. Volte-se para Deus agora mesmo. O
Senhor pode mudar a sua sorte neste instante, tirando-o do charco
de lodo em que você se encontra e firmando os seus pés sobre a
Rocha (Salmo 40.2). As misericórdias do SENHOR são a causa de
não sermos consumidos (Lamentações 3.22). Há um escape; uma
porta aberta para você entrar e ser salvo da destruição.

Deus tem um caminho lindo e seguro para você. Ele quer


realizar coisas extraordinárias em sua vida. Satanás sabe disso e
quer destruí-lo. Então, não perca tempo. Arrependa-se, humilhe-se
diante de Deus. Entregue a Ele o controle de sua vida. O Senhor
quer levantá-lo e restaurá-lo. Não adie mais essa decisão. Receba
a graça de Deus e faça bom uso dela não se envolvendo mais nas
teias do pecado.

Quando Deus não tem permissão para governar nossa vida,


ainda assim Seus propósitos se cumprirão, mas, por certo, nós
sairemos perdendo ao rebelar-nos contra Ele. E um erro levará a
outro.

Quantas histórias você conhece sobre grandes homens de


Deus, cuja vida, a família e o ministério foram destruídos por que
eles resolveram seguir o caminho da desobediência e infidelidade?
O resultado de uma simples brincadeira com o pecado pode destruir
tudo o que foi construído com muito amor e dedicação. Não siga
esse modelo de destruição. Ainda é tempo de voltar-se para o
Senhor, ser perdoado e restaurado!

Como está sua vida hoje? E o seu ministério? Por amá-lo


incondicionalmente, Deus está lhe dando uma nova chance para
você consertar a sua vida e sair desse caminho de destruição. Não
adianta dar glória e aleluia se não tiver comunhão com Ele. É
preciso conserto.

O Senhor é o único a quem podemos entregar o nosso


coração por inteiro, pois Ele sempre nos guiará pelo caminho mais
excelente. Não perca mais tempo. Ore: "Senhor, perdoa-me. Dá-me
o escape de que necessito para sair dessa situação. Renova teu
Espírito Santo em mim. Restaura-me para tua glória e ajuda-me a
cumprir o teu propósito para a minha vida". Após fazer esta oração,
atente para algumas questões que vamos destacar a seguir, a fim
de não cair novamente e ser destruído pelo pecado e por Satanás.
CAPÍTULO 5
QUATRO PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Nos dias de hoje, observo que muitos cristãos não valorizam


seu compromisso com o Senhor; a aliança que Deus fez conosco,
selando-a com o sangue de Jesus.

Muita gente tem menosprezado e desrespeitado pelo menos


quatro princípios que sustentam esse pacto entre o Criador e o ser
humano: a obediência, a santidade, a fidelidade, a comunhão com
Deus.

A obediência a Deus e à Sua Palavra

A obediência a Deus e à Sua Palavra vale mais do que mil


palavras ou gestos. É a maior prova da fé e a mais significativa
expressão de adoração e de serviço a Deus. Aliás, o culto, o louvor,
os dons e o empenho na obra do Senhor não têm validade se não
vierem acompanhados pela obediência explícita da pessoa ao
Criador e aos Seus mandamentos.

Foi isso que Samuel lembrou a Saul, quando este,


desobedecendo ao Senhor, poupou o rebanho amalequita alegando
que era para oferecer holocaustos a Deus:

Tem, porventura, o SENHOR tanto prazer em


holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra
do SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o
sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de
carneiros. Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e
o porfiar é como iniqüidade e idolatria. Porquanto tu rejeitaste
a palavra do SENHOR!, ele também te rejeitou a ti, para que
não sejas rei.

1 Samuel 15.22,23
A obediência incompleta é o mesmo que desobediência. E a
rebelião contra Deus e sua Lei é semelhante ao pecado da
feitiçaria, porque ambos envolvem rejeição ao senhorio divino e a
tentativa de determinar um desfecho que diverge da vontade do
Senhor. Além disso, a feitiçaria e a desobediência dão legalidade ao
diabo para agir sobre nossa vida.

A obediência, porém, é uma prova de nosso amor e gratidão


por Deus; é a chave para uma vida de sucesso. Por isso, o Senhor
recomendou a Josué:

Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita


nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo
tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu
caminho e serás bem-sucedido.

Josué 1.8 (ARA)

Quando entendemos que o Senhor nos ama


incondicionalmente e faz sempre o melhor para nós, obedecer-lhe
deixa de ser o cumprimento de um dever e passa a ser um prazer.
Isso nos aproxima mais de Deus. Leva-nos a conhecê-lo melhor e a
discernir com maior clareza Sua voz. Logo, quanto maior for a
nossa obediência ao Altíssimo, mais profundamente o
conheceremos, e melhores condições teremos de torná-lo cada vez
mais conhecido a outros.

Deus anseia por um coração quebrantado, submisso a Ele e


com fé verdadeira. Sem isso, todas as nossas ações serão vazias
de significado; algo mecânico, que não promove crescimento
espiritual e apenas nos engana com uma religiosidade que mascara
a verdadeira condição de nossa alma, que precisa de salvação.

A santidade

O Senhor deseja uma geração exclusivamente consagrada a


Ele. Esse anseio dele é revelado ao longo de toda a Bíblia.

O primeiro a quem Deus exortou à santidade foi Abraão: Eu


sou o Deus Todo-poderoso; anda em minha presença e sê perfeito
(Gênesis 1 7.1). Depois, Ele ratificou o mandamento aos
descendentes de Seu amigo: Santificai-vos e sede santos, pois eu
sou o SENHOR, vosso Deus (Levítico 20.7). Por isso, Pedro
lembrou: Como é santo aquele que vos chamou, sede vós também
santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está:
Sede santos, porque eu sou santo (1 Pe 1.1 5).

Santidade tem a ver com pureza, caráter reto, integridade.


Logo, ela não é um mero capricho do Altíssimo, mas um cuidado
especial dele para com os Seus filhos, a fim de que a plenitude das
bênçãos divinas atinja todos os âmbitos de sua vida (o espiritual, o
emocional, o físico e o material). Além disso, sem santificação,
ninguém verá a Deus (Hebreus 12.14) nem desfrutará a vida eterna.

Infelizmente, hoje em dia, a santificação tem sido reduzida


ao uso de roupas recatadas, a um vocabulário típico do cristão e à
ida deste a reuniões de consagração. Mas não é o estereótipo de
uma pessoa que a define; é o seu caráter, suas escolhas; sua
maneira de pensar, sentir, agir, falar e comportar-se diante das mais
diversas circunstâncias. Logo, ser santo é ter uma vida separada do
pecado, afastada da imundícia que está no mundo. É uma
transformação moral e espiritual operada no interior do cristão, que
vai sendo amoldado à imagem de Cristo. Por isso mesmo torna-se
necessária a comunhão com o Senhor, para que o Espírito Santo
possa realizar esta mudança em nós e purificar-nos de tudo o que
desvirtua nosso comportamento.

De fato, como seres humanos e mortais, o processo de


santificação ainda não se completou em nós. Somos falhos e
pecadores. Habitamos em mundo que jaz no maligno. Entretanto,
devemos continuamente buscar santificar-nos até chegar o dia em
que estaremos ao lado do Pai no lar celestial. A medida que
buscarmos atingir este alvo, ficaremos cada vez mais ser
semelhantes ao Senhor e, assim, intensificaremos nossas
experiências espirituais.

A Palavra de Deus nos exorta:

Não andeis mais como andam também os outros


gentios, na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no
entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância
que há neles, pela dureza do seu coração, os quais, havendo
perdido todo o sentimento, se entregaram â dissolução, para,
com avidez, cometerem toda impureza. Mas [...] vos
despojeis do velho homem, que se corrompe pelas
concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do
vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo
Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.

Efésios 4.1 7-24

Esse texto fala de uma conversão genuína, para que o


homem viva em justiça e santidade. Entretanto, algumas pessoas
aceitam Jesus como Salvador, mas não como Senhor, pois querem
continuar vivendo em pecado. Assim, o número de adolescentes e
jovens que freqüentam as igrejas evangélicas, mas praticam sexo
antes do casamento, engravidam e contraem doenças sexualmente
transmissíveis, tem crescido; sem contar os casos de vícios em
drogas e pornografia e de adultérios que chegam ao nosso
conhecimento todos os dias.

Pessoas que se entregam a tais práticas pecaminosas


desprezam o fato de que entregar o seu coração a Deus implica
deixá-lo governar totalmente a sua vida. Significa estar crucificado
com Cristo. Foi isso que Paulo definiu como conversão genuína,
pela qual ele mesmo passou:

Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu,


mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne
vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou
a si mesmo por mim.

Gálatas 2.20

O apóstolo resumiu nesta declaração o impacto que teve seu


encontro com Cristo no caminho para Damasco. Ele reconheceu
que o velho homem, com sua religiosidade e seus antigos hábitos,
estava levando-o para um lado completamente oposto ao da
vontade de Deus. Paulo precisava morrer e nascer de novo, para
viver pela fé com base naquilo que Jesus fez por ele. Isto é o que
chamamos de conversão e novo nascimento!

Antes de ter um encontro com Cristo, Paulo se julgava um


grande amigo de Deus e fazia o melhor que podia para preservar a
pureza e realizar a vontade divina. O apóstolo orava, jejuava,
guardava a Lei de Deus, sendo um fariseu extremado. Além disso,
perseguia os cristãos, pois não reconhecia Jesus como o Messias
prometido, enviado para redimir a humanidade. Contudo, chegou o
momento em que Paulo descobriu que ele era um inimigo do
Senhor, quando ouviu a voz de Cristo revelar-lhe: Eu sou Jesus, a
quem tu persegues (At 9.5). Este momento foi crucial para a
transformação de Paulo. De inquisidor religioso, ele passou a ser
um dedicado pregador do evangelho.

Todo aquele que tem um encontro com o Senhor e nasce de


novo, é transformado em nova criatura, mas precisa abandonar o
comportamento do velho homem e afastar-se do pecado, pois não
adianta o Espírito Santo querer agir na vida de alguém sem o
consentimento e a cooperação deste.

O Espírito Santo precisa de liberdade para trabalhar em


nosso coração. Ele é o agente de transformação que anseia por
mudar os nossos pensamentos e desejos impróprios e conflituosos
gerados por nossa natureza decaída. A atuação divina purifica
nossa alma, nosso corpo e nosso espírito; ajuda-nos a ser cristãos
autênticos, santos, fiéis e tementes a Deus.

A santidade é um clamor de Deus para todas as gerações e


requer um trabalho contínuo e progressivo dele em nosso coração,
com o nosso consentimento e ajuda.

Quando nos propomos a buscar a santificação, somos


levados cada vez mais para longe do pecado e tornamo-nos
semelhantes a Cristo. Com isso, abrimos as portas para que haja a
manifestação poderosa do Espírito Santo em nossa vida.
Desfrutamos, então, os milagres, os livramentos e as bênçãos
celestiais reservadas a todo servo fiel.
A fidelidade

No Salmo 101.6, há uma importante declaração de Deus: Os


meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que estejam comigo; o
que anda num caminho reto, esse me servirá.

Se o Senhor tudo vê, por que Ele precisa procurar os fiéis da


terra? Certamente porque são poucos os homens que tem em si
esse atributo do caráter divino, a fidelidade. Por isso, Davi clamou:
Salva-nos, SENHOR, porque faltam os homens benignos; porque
são poucos os fiéis entre os filhos dos homens (Salmo 12.1).

Infelizmente, o retrato dos homens de nossos dias


assemelha-se muito aquele pintado por Paulo em 2 Timóteo 3.2-5.
Os homens que são amantes de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães,
ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores,
obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de
Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela.

A marca desse homem egoísta, egocêntrico e ingrato é o


desafeto e a infidelidade. É por isso que não encontramos mais
acordos feitos apenas por palavras, como antigamente. Hoje, tudo
tem de estar documentado e registrado em contrato, assinado por
ambas as partes. Só assim as promessas acordadas têm mais
probabilidade de serem cumpridas ou, pelo menos, haverá uma
indenização para a parte lesada, caso elas não sejam cumpridas na
íntegra.

Normalmente a infidelidade é logo associada ao adultério.


Mas não se restringe a isso, porque a infidelidade se caracteriza
pela quebra de quaisquer promessas e princípios éticos e morais,
bem como da confiança que uma pessoa deposita em outra com a
qual é aliançada (um familiar, cônjuge, amigo ou sócio).

A infidelidade é uma forma cruel de traição, porque


normalmente vem de quem não se esperava isso, trazendo terríveis
conseqüências que afetam o ser humano na sua área psíquica,
emocional, espiritual e até física.
O traído normalmente cria barreiras que prejudicam sua
maneira de relacionar-se com os demais, pela desconfiança que se
instaura a partir de então. Quem trai também é afetado; quer
reconheça isto, quer não. Sua infidelidade vira uma mancha que
prejudica sua auto-imagem, traz-lhe sentimentos de culpa,
depreciação, vergonha e frustração. Mesmo que o ato de
infidelidade não seja exposto em público, fica gravado
automaticamente na memória e, como todo pecado, faz a pessoa
adoecer e morrer espiritualmente.

Deus não criou o homem para ser infiel. Logo, qualquer


forma de infidelidade nos relacionamentos humanos causa um
desequilíbrio em todos os aspectos.

Não poderia ser diferente com aquele que não é fiel a Deus e
aos Seus mandamentos. Quando a aliança de amor com o Pai é
quebrada, os mesmos sintomas se instalam, a comunhão com Deus
é abalada, e o inimigo encontra brechas para atacar o cristão, e
este passa a ter uma vida de fracassos.

Claro que ninguém é perfeito. Não é porque amamos o


Senhor que nós não teremos atração pelas coisas mundanas e
nunca mais pecaremos. Entretanto, não podemos deixar-nos ser
dominados pelo pecado. Quando errarmos, devemos
imediatamente reconhecer isso e pedir perdão a Deus, para que
sejamos limpos e restaurados.

Antes, é claro, devemos resistir às tentações e dizer não ao


pecado e a tudo aquilo que seja contrário aos princípios cristãos.
Devemos zelar por aquilo que acreditamos ser vital para nós.

Não tomemos atitudes erradas, motivadas pelas paixões,


emoções momentâneas ou por impulso! Não usemos mal a graça
do Senhor, pensando que o fato de a misericórdia dele ser grande
nos dá o direito de cometer, conscientemente, só um errinho,
porque somos fracos e pecadores.

Não caiamos nesta besteira! Até porque Deus perdoa, mas


as conseqüências do pecado não são apagadas. Além disso,
depois que alguém se envolve com algo pecaminoso, sua atração
por isso poderá ser ainda mais aguçada, sendo muito mais difícil
para tal pessoa controlar-se ao ser tentada novamente; e, como
Sansão, ela pode cair feio, comprometendo toda sua história de
vida.

Não é isso que temos visto na igreja hoje? Muitos cristãos


são inconstantes e infiéis a Deus. Ou são fiéis apenas por um
tempo, logo se esquecendo que a fidelidade a Deus deve ser uma
realidade prática e permanente do cristão.

Em Apocalipse 2.10, somos advertidos pelo Senhor: Sê fiel


até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Deus não quer nossa
fidelidade por um tempo. Ele a quer para sempre, haja o que
houver.

Foi a falta de compromisso do homem com Deus que o levou


desobedecer ao mandamento divino, instaurando no mundo o
pecado, a dor e a morte. Logo, é preciso, esforçarmo-nos para
cultivar a fidelidade ao Senhor, que, por Seu infinito amor, fez uma
nova aliança, assinada e ratificada pelo sangue de Cristo, perdoou
os nossos pecados e purificou-nos para Si, a fim de dar-nos uma
nova vida e todas as bênçãos prometidas em Sua Palavra.

Sejamos, pois, fiéis, sabendo que o SENHOR!, [nosso] Deus,


é Deus, o Deus fielque guarda o concerto e a misericórdia até mil
gerações aos que o amam e guardam os seus mandamentos
(Deuteronômio 7.9).

A Comunhão

Muitos pensam que o Criador é um Deus de longe; que Ele


está à distância, coordenando o mundo e exigindo formalidade de
nós, em respeito à Sua autoridade. Imaginam que servimos a um
Senhor iracundo, que não quer ser contrariado em aspecto algum
nem relacionar-se profundamente com seres humanos. Essas
pessoas estão completamente enganadas. O Senhor é um Deus de
perto, que deseja ter um relacionamento profundo, de pai e filho,
conosco.

Jesus ensinou a Seus discípulos: A ninguém na terra


chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos
céus (Mateus 23.9). Logo, não somos apenas criaturas ou servos.
O servo não sabe o que faz o Seu Senhor; nós sabemos o plano de
Deus (João 15.15). Somos filhos dele. E é assim que Ele deseja
tratar-nos e é como tal que exige a nossa obediência.

O Altíssimo está ao nosso lado para nos abraçar quando nos


sentimos sozinhos. Ele nos consola e concede-nos paz quando a
angústia invade o nosso coração. Ele nos levanta e coloca-nos no
colo quando não mais conseguimos prosseguir. Ele nos guarda e
abençoa de todo ataque do inimigo. E mesmo quando erramos, o
amor dele por nós continua inabalável, exigindo conserto, perdão.

Este é o Deus verdadeiro a quem servimos! Ele quer


reverência e respeito, sim. Mas isto não significa que temos de
tratá-lo como um estranho ou um tirano. Ele é o nosso Pai e
Senhor. Nós somos os herdeiros da vida eterna e de todas as
bênçãos que Cristo conquistou para nós, inclusive a imortalidade e
a vida eterna.

Quando entendemos isso, temos vontade de aproximar-nos


de Deus, para receber dele o Seu amor e o Seu poder para
vencermos nossa carne, o mundo e o diabo, como Jesus venceu.

Mas em que consiste nossa comunhão com Deus?


Comunhão é o ato ou o efeito de comungar com alguém; ter
crenças, interesses e idéias comuns; afinidades. Será que temos
afinidade com Deus e interesse em fazer Sua vontade? Será que
priorizamos o Seu Reino e a Sua justiça? Ou vivemos como
Sansão, ao nosso bei prazer, cumprindo apenas em parte o
chamado divino?

Por que muitas pessoas dão mais importância aos seus


relacionamentos interpessoais do que ao seu relacionamento com
Deus? Foi Ele quem nos criou sociáveis, e é certo que quem não
ama a si mesmo e a seus semelhantes, não pode amar Deus, a
quem não vê. Contudo, quem não cultiva uma comunhão profunda
com o Senhor não o conhecerá como precisa e não poderá ser
transformado de forma a parecer-se mais com Ele, refletindo a Sua
glória para os demais.
Como essa pessoa resistirá às tentações e as provações, se
a sua casa espiritual estiver edificada sobre a areia das dúvidas e
dos conceitos mundanos? Ou se ela conhecer Deus apenas de
ouvir falar, e não "face a face"?

Como um cristão poderá ser confrontado constantemente


(como é) pelo mundo e permanecer fiel à sua fé se constantemente
faz concessões aos seus princípios para satisfazer sua carne e/ou
manter a "comunhão" com os incrédulos; se ele prefere acreditar no
que a maioria crê e faz, independente de ser a coisa certa e justa?

Como você tem agido quando ninguém o está vendo?


Aproveita os momentos em que está sozinho para navegar em sites
impróprios, assistir a filmes e a programas de TV inadequados para
um cristão ou para dar lugar a outras práticas ilícitas? Lembre-se de
que ninguém pode esconder-se dos olhos do Senhor. Todas as
coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos
de tratar (Hb 4.13). Além disso, o pecado traz morte.

A Palavra de Deus nos ensina que: Se dissermos que temos


comunhão com ele e andarmos em trevas, mentimos e não
praticamos a verdade (1 Jo 1.6). Andemos, então, como filhos da
luz, não nos conformando com o pecado e a inversão de valores
propagados por esta sociedade sem Deus.

Necessitamos de mais comunhão com aquele que nos tirou


da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do
seu amor (Colossenses 1.13). E essa ligação com o Senhor precisa
ser íntima, amorosa. Isso implica ter pensamentos, sentimentos e
atitudes semelhantes aos do nosso Pai, refletindo o Seu caráter.

Essa é a comunhão a que Paulo se referiu em Romanos 8,


quando indagou: Quem nos separará do amor de Cristo? A
tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome> ou a nudez,
ou o perigo, ou a espada? (v. 35) Adiante, ele respondeu:

Em todas estas coisas somos mais do que


vencedores, por aquele que nos amou. Porque estou certo
de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em
Cristo Jesus, nosso Senhor!

Romanos 8.37-39

Essa é comunhão que nós, filhos de Deus, temos de ter com


Ele!

Se você, por algum motivo, rompeu sua comunhão com


Deus, porque pecou e afastou-se do Senhor e da igreja, ore agora:

"Pai, em nome de Jesus, reconheço o mal que o pecado faz


ao ser humano, bem como que não temos vida de verdade longe de
Ti. Em nome de Jesus perdoa os meus pecados, a minha
desobediência, e restaura minha comunhão com teu Espírito, a fim
de que eu seja fortalecido no homem interior e sirva a Ti com amor
e fidelidade até o fim. Amém".

Que a graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a


comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!

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