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Computadores
O modelo computacional de Von Neumann já é sexagenário e se fosse uma pessoa já estaria
bem próximo da aposentadoria por idade. É bem verdade que houve algumas recauchutagens
notáveis como a RISC, mas não mudou muita coisa. Além disso é iminente o esgotamento da
Lei de Moore em virtude do limite físico do Silício empregado hoje nos semicondutores, o que
deve ocorrer no começo da década de 2020.
As melhores perspectivas ainda são para médio e longo prazo. A curto e a médio prazo parece
mais prudente esperarmos por arquiteturas "super heterogêneas", com a presença de
múltiplos aceleradores para aplicações específicas. Alguns acreditam que mesmo a longo
prazo, mesmo as novas arquiteturas quânticas serão híbridas com a computação tradicional
atual.
Tendências em Arquitetura
Talvez "novas" arquiteturas não seja o termo mais apropriado temporalmente, já que são
pesquisas relativamente antigas, mas há um conjunto de arquiteturas não Von Neumann (nem
Harvard), ou seja, que realmente rompem com o modelo computacional atual sendo
pesquisadas. A figura abaixo sintetiza isso.
Os computadores quânticos ditos universais ainda são uma incógnita. Por explorar
fenômenos da mecânica quântica, o hardware de um computador quântico trabalho a
temperaturas extremamente baixas como -273ºC, próximas do zero absoluto. Os maiores
desafios são a estabilidade dos qubits, pois medir o estado quântico altera seu valor, ou seja,
os dados, e também a escalabilidade do sistema. IBM, Google, Intel e Microsoft estão entre
as empresas que têm investido pesadamente nessa área e já demonstraram protótipos de
sistemas entre 10 e 20 qubits. Estima-se que um computador quântico precisará pelo menos
uma centena de qubits para computação universal, isto é, o emprego de qualquer dos
algoritmos quânticos, obtendo uma performance muito superior a de um computador de alto
desempenho atual. A D-Wave já possui sistemas comerciais com 2000 qubits, mas utilizam
um fenômeno quântico particular chamado "quantum annealing", cujo leque de aplicações é
bastante reduzido em relação aos ditos computadores quânticos universais.
Por outro lado, mesmo que esse novo modelo computacional não se prove viável, uma
tendência que deve se concretizar em menor tempo é a eliminação da hierarquia de memória
(em especial da memória secundária), com a adoção de uma memória principal muito mais
rápida e não-volátil. Assim os programas, bem como os arquivos estarão sempre disponíveis
para acesso pela CPU e sempre carregados na memória, eliminando as escritas entre
memória principal e secundária, bem como a memória virtual, além de virtualmente eliminar a
barreira do tamanho da memória principal. Alguns grupos defendem a permanência da
memória cache, enquanto outros grupos apregoam que até mesmo esse nível poderia ser
eliminado resultando e uma única memória universal para o sistema. Mesmo que isso não
altere a arquitetura computacional de Von Neumann, já irá requerer Sistemas Operacionais
completamente redesenhados. Uma empresa que tem pesquisado fortemente este modelo é
a HPE (Hewlett Packard Enterprise) e grupos nas universidades de South Carolina e San
Diego - California.
▪ sistemas microeletromecânicos;
Considerações
As arquiteturas que romperiam de forma mais radical com o modelo de Von Neumann seriam
o processamento em memória e a computação quântica, sendo que ambas dependem
também de avanços em materiais e processos.
O IEEE CS 2022 Report é um relatório lançado em Fevereiro de 2014 que faz previsões
tecnológicas para toda a área de computação para o horizonte de 2022 e pode ser obtido
em http://www.computer.org/portal/web/computingnow/2022-Report.
Outros links:
Fonte: http://prof.valiante.info/disciplinas/hardware/tendencias-futuras-em-arquitetura-de-
computadores Acessado em 16 de janeiro de 2020.