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Cassandra e a Vila de Lousada

(texto adaptado da obra "A Misteriosa Cassandra")


A chegada a uma terra nova nem sempre é fácil. Vítor, acabado de chegar a Lousada,
sentia-se perdido, sem rumo.
Mesmo antes de adormecer, imaginava a sua chegada à escola, os olhares dos
colegas. Não conhecia ninguém, não tinha amigos nem vizinhos conhecidos.
Chegou a hora.
- Vítor! Está na hora, vais chegar atrasado. - gritou a mãe.
- Já vou, já vou! - respondeu.
No caminho para a escola, Vítor suava e respirava profundamente para se tentar
acalmar. Só pensava nos olhares dos colegas, nas imensas perguntas que lhe iam fazer.
Vítor entrou na turma do 6ºC, na escola de Nevogilde.
- Olá!- Exclamou baixinho ao entrar na sala.
- Olá. - responderam os colegas
Quando o professor Luís Ângelo chegou à aula, fez questão que os colegas se
apresentassem. Rapidamente Samuel falou.
- Olá! Eu sou o Samuel!
- Olá, eu sou o Rafael.
Para o final, ficou Cassandra, a delegada de turma.
- Olá, eu sou a Cassandra, delegada de turma. - disse tímida
-Olá- respondeu Vítor com a voz tremida.
Apaixonou-se imediatamente por ela.
- Cassandra, no intervalo mostras a escola ao Vítor. - Pediu o professor.
Cassandra consentiu.
Durante o intervalo, Cassandra mostrou a escola ao Vítor e, de repente disse:
- Se quiseres podemos ficar amigos a partir de hoje. Queres?
- Se quero! Claro que sim. - respondeu atrapalhado.
No dia seguinte, era dia de piscina, na piscina municipal. Vítor apenas sabia que
a Piscina se situava no Parque Urbano Dr. Mário Fonseca. Dirigiu-se até lá. Ao chegar,
encontrou Samuel.
- É já ali! - apontou Samuel para o edifício.
Nervoso, deixou-se guiar até ao balneário masculino, pousou a mochila. Quando
ninguém estava olhar, escondeu-se dentro da casa de banho, esperou uns minutos e saiu
a correr do edifício, tal era o pânico.
"Talvez seja melhor esperar que termine a aula para regressar à escola com os
meus colegas."- Refletiu
Após consultar o telemóvel, viu que ainda tinha bastante tempo pela frente.
Decidiu ir até ao parque, que estava deserto aquela hora. A verdade é que ainda não
tinha tido tempo de passear por Lousada, desde que tinha chegado. Com calma, foi
andando, andando, até que de repente ouviu um barulho. Era Cassandra. Também tinha
escapado à aula de natação.
- O que fazes aqui? - perguntou Vítor.
- O mesmo que tu. - respondeu Cassandra.
Estava magnífica, com os cabelos soltos, brilhantes do sol, bochechas rosadas e olhos
enormes. Suspirou e perguntou:
- Então...então também não gostas de natação?
- Não. Na verdade, detesto. Desde muito pequena, quando um dia me ia
afogando. Prefiro andar pelo parque, a observar os animais.
- Uau!- disse espantado.
- Já viste o pequeno rio que passa aqui no parque? - questionou Cassandra.
- Não. Ainda não conheço praticamente nada de Lousada.- Respondeu
cabisbaixo.
Foram então pelo parque dentro, até que finalmente chegaram ao pequeno rio que
atravessa o parque.
- Na nossa terra Sousa é um apelido comum e, por isso, existe o Rio Sousa.-
Explicou Cassandra.
Distraídos com os encantos do parque, não deram pelas horas passar. A correr,
aflitos, dirigiram-se para a entrada do edifício, para se encontrarem com os colegas que
já os esperavam. Voltaram à escola.
No dia seguinte, Vítor tinha de ir assistir a um concerto no Conservatório. Como
não sabia onde era, pediu à mãe que o levasse. Muito atarefada, a mãe liga à vizinha
para ver se o podia levar. Tal foi o espanto quando descobriu que Cassandra era sua
vizinha.
"Como pode ser? Como é que nunca me cruzei com ela aqui? Mas como...?"
Continuava Vítor a questionar-se.
Já no conservatório, Samuel dirige-se a Vítor:
- Vem! Vou-te mostrar o conservatório...e algumas raparigas. - disse baixinho.
Vítor acompanhou Samuel, que lhe apresentou duas raparigas: Helena e Vera. Duas
raparigas bonitas e elegantes que tocavam instrumentos.
Na hora do lanche, Samuel revelou:
- Vais gostar muito desta vila. Aqui, as pessoas são calmas e simpáticas. A
adaptação não é fácil em lado nenhum mas, vais ver que daqui a nada já conheces tudo e
todos.
Com um sorriso na cara, Vítor, agradeceu as palavras e confessou:
- A verdade é que já me sinto um bocadinho melhor. Todos os colegas da turma
me acolheram bem e são bastante simpáticos, sempre prontos a ajudar.
- Sim claro, incluindo a Cassandra! - Diz Samuel às gargalhadas.
O fim de semana aproximava-se e Vítor ainda não tinha planos mas, ficar em casa não
estava nas suas ideias.
- O que estás a pensar fazer no fim de semana? - perguntou a Samuel.
- Não sei, amanhã talvez vá andar de skate. Queres ir? - questionou Samuel.
- Sim, pode ser. - respondeu.
No dia seguinte, Vítor estava tão entusiasmado que até a sua mãe estranhou. Samuel
explicou que o parque de skate ainda estava em construção, no mesmo parque onde
tinham estado.
Para além de andar de skate, Samuel decidiu ir mostrar outras coisas a Vítor,
como os espaços verdes que existem, assim como as espécies que podemos encontrar
em Lousada. Quando chegaram a Lodares, encontram Cassandra.
- Olá! - Disse ela, em alto e bom som.
- Olá. - responderam em consonância.
Após uma longa hora de conversa, ambos ficaram a conhecer o projeto Plantar Lousada.
Domingo de manhã, a mãe da Cassandra foi buscar Samuel e Vítor. Iam
participar no programa Lousada Guarda Rios. Lá, encontraram Joana, que para além de
colega de turma, era prima de Vítor.
Ao final do dia, Cassandra convidou-os para irem jantar a sua casa. Lá, deu-lhes
a conhecer o seu gosto pelo desenho animado. A verdade é que tinha muito jeito para o
desenho.
Vítor sentia-se feliz. Estava finalmente em casa. Tinha amigos fantásticos e
morava, agora, numa vila cheia de locais a visitar. Eram tantos os locais com interesse
que decidiu fazer uma lista. "Casa de Vilar, Mata de Vilar, Centro de Interpretação do
Românico, Auditório Municipal, Casa- Museu de Vilar..."
Nadine Magalhães nº16 6ºC

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